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Dor Definição “Uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial.” (Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP)). É uma função complexa modulada por condições fisiológicas, emocionais, motivacionais e psicológicas, além de experiências prévias de vida. Fisiologia A dor pode ser provocada tanto por ativação das vias nociceptivas como pela lesão das vias modulatórias (supressoras), o que a torna semelhante a outras funções envolvidas na manutenção da homeostase, como a pressão arterial e a temperatura, que obedecem a mecanismos de ativação e supressão, com elevação ou diminuição, dependendo dos fatores intervenientes. VIAS Transdução Transformação de um estímulo externo (mecânico, térmico ou químico) em potencial de ação. Nociceptores termo-sensíveis: excitados por temperaturas >45 ºC e no congelamento Nociceptores mecano-sensíveis: sensíveia deformações nocivas Nociceptores quimio-sensíveis: excitado por substâncias químicas (bradicinina, substância P). Nociceptores polimodais: excitados por mais de um tipo de estímulo Mecanismo de ativação dos nociceptores NOCICEPTORES são os neurónios do sistema nervoso periférico responsáveis pela deteção e transmissão dos estímulos dolorosos Substâncias capazes de sensibilizar os nociceptores substância P, catecolaminas, prostaglandinas e leucotrienos Substâncias capazes de estimular os nociceptores Íons (K+ , H+ ), histamina, serotonina, bradicinina e ATP dividido em classes Específicos Respdem a estimulos térmicos ou mecânicos Se originam de fibras nervosas Fibras C Lentas Amielinizadas Estímulos térmicos, mecânicos e químicos Fibras A delta Rápidas Mielinizadas Estímulos térmicos e mecânicos Subtipos Polimodais Se originam de fibras do tipo C, Detectam estímulos nocivos químicos, mecânicos e térmicos Unimodais São ativados por um estímulo térmico exclusivo Silentes ativados por mediadores inflamatorios,estímulos químicos, respondem a estímulos mecânicos e térmicos somente após serem ativados. Originam de fibras do tipo C Encontrados nas vísceras, normalmente não é ativada pela estimulação nociva, em vez disso, inflamação e vários agentes quimicos reduzem drasticamente seu limiar de disparo. Baixo limiar Respondem a estímulos inócuos (tato) Alto limiar Respondem a estímulos que provocam lesão nos tecidos ou ameaça a integridade Transmissão Propagação do impulso no interior do SN por fibras aferentes primárias Vias Trato Neoespinotalâmico Via de condução rápida Fibras A delta Responsável pela sensação de dor aguda e bem localizada na superfície do corpo. Trato Paleoespinotalâmico Via de condução lenta transmite dor principalmente por fibras periféricas tipo C, mas também alguns sinais de fibras do tipo A Várias sinapses. Responsável pela sensação de dor crônica e difusa (dor em queimação) Não tem organização somatotópica. É responsável por um tipo de dor pouco localizada, dor profunda do tipo crônico. Neurotransmissores envolvidos Glutamato: rápida excitação dos neurônios medulares Substância P: Excitação lenta Modulação Alteração da informação nociceptiva por mecanismos endógenos e ocorre por interação entre os interneurônios da medula e os impulsos descendentes Substâncias envolvidas na modulação Excitatórias: glutamato, substância P, ATP, prostaglandinas, outras Inibitórias: opióides endógenos, GABA, glicina, serotonina, acetilcolina, noradrenalina Repceptores excitatórios AMPA, KAI e NMDA Receptores inibitórios GABA, glicina e receptores opióides Teoria do portão da dor A ativação das fibras mielínicas grossas excitaria interneurônios inibitórios da substancia gelatinosa de Rolando (lamina II) para os afetentes nociceptivos, impedindo a passagem dos impulsos dolorosos, ou seja, haveria fechamento do portao, ao passo que a ativação das fibras amielínicas e mielínicas (C e A-) inibiria os interneurônio sinibitorios tornando possível a passagem dos estímulos nociceptivos (abertura do portao) Percepção Informações sensoriais alcançam o córtex e ativam suas áreas. Integralção, processamento e reconhecimento de estímulos sensoriais Classificadas Quanto a origem Oncológica Não oncológica Quanto a evolução Aguda Trato epicrítico Também conhecida como: dor rápida/ cortante/ pontada/ elétrica Início recente Transitória Normalmente uma definição temporal e/ou causal Autocontrolável ou rapidamente corrigida Crônica Trato protopático Também conhecida como: dor lenta/ queimação/ persistente/ pulsátil/ nauseante Associada a destruição tecidual Dor prolongada (igual ou superior a 3 meses) Costuma persistir para além da cura da lesão que deu origem Áreas dolorosas mal identificadas Continua ou intermitente, de intensidade variável Quanto ao mecanismo fisiopatologico Nociceptiva Causada pela ativação dos nociceptores e pela transmissão dos impulsos gerados, que percorrem as vias da dor até as regiões do SNC, onde são interpretados A distribuição da dor corresponde à das fibras nociceptivas estimuladas DOR VISCERAL tem origem nos órgãos internos e pode revelar infeção, inflamação, modificações da motilidade dos órgãos, neoplasia, alterações nos nervos transmissores das sensações viscerais, ou isquemia. A qualidade da dor é específica para cada tipo de víscera Vísceras maciças e processos não obstrutivos das vísceras ocas Dor surda Processos obstrutivos das vísceras ocas Dor tipo cólica Comprometimento da pleura parietal Dor em pontada ou fincada Aumento da secreção do ácido clorídico Dor em queimação Pode estar relacionada com 4 condições Comprometimento da própria viscera (VERDADEIRA) Tende a se localizar próximo ao órgão, como a dor esofágica, localizada na região retroesternal ou epigátrica Comprometimento secundário do peritônio ou pleura parietal (SOMÁTICA PROFUNDA) Irritação do diafragma ou nervo frênico Reflexo viscero cutâneo (DOR REFERIDA) DOR SOMÁTICA Superficial Dor nociceptiva provocada por estimulação no sistema tegumentar Geralmente, bem localizada e de intensidade variavel Produnda Ativação de nociceptores de músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Localização imprecisa, dor mais produnfa, cãinbras e intensidade proporcional ao estímulo causal. Suas principais causas são: estiramento muscular, contração muscular isquêmica (exercício exaustivo prolongado), contusão, ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofascial, artrite e artrose Pode ser Espontânea expressa como pontada, facada, agulhada, aguda, rasgando, latejante, contínua, profunda, vaga, dolorimento à Todas essas denominações sugerem lesão tissular Evocada pode ser desencadeada por algumas manobras como Lasègue na ciatalgia, a dor provocada pelo estiramento da raiz nervosa, pela elevação do membro inferior afetado, estando o indivíduo em decúbito dorsal, e lavar o rosto e escovar os dentes, nos pacientes com neuralgia do trigêmeo DOR REFERIDA Pode ser definida como uma sensação dolorosa superficial percebida distante da estrutura onde se a originou (visceral ou somática) exemplo Dor epigástrica ou periumbilical (dermátomos de T6-T10) na apendicite; dor no ombro (dermátomo C4) em indivíduos com lesão diafragmática ou irritação do nervofrênico DOR IRRADIADA Caracteriza-se por ser sentida à distância de sua origem, mas em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em um nervo cuja estimulação é responsável pela dor. exemplo Cialtalgia, provocada pela compressão de uma raiz nervosa por hérnia de disco lombar Neuropática Causada por lesão ou disfunção do sistema nervoso somatossensorial está normalmente associada a diferentes sintomas neurológicos que podem reduzir a sensação ou até mesmo levar à anestesia completa Quem sofre de dor neuropática descreve sensações de queimadura, formigueiro, dormência, picadas, choque elétrico, etc. Psicogênico Quando nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropatico é identificado e há sintomas psicológicos suficientes MistaDecorre de mecanismos nociceptivos e neuropáticos, ocorre por conta de um estímulo excessivo dos nociceptores como também por destruição das fibras nociceptivas Quanto a região acometida Cabeça, face e boca Região cervical Ombros e membros superiores; Região torácica e região abdominal Coluna lombrossacral e cóccxi, MMII Região pélvica; região perineal, anal e genital Quanto ao sistema envolvido Nervoso: Central, periférico e/ou neurovegetativo Fatores psicológicos e sociais Respiratórios e/ou cardiovasculares Musculoesquelético e/ou tecido conjuntivo Cutâneo, subcutâneo e/ou glandular Gastrintestinal e geniturinário Quanto a características temporal da dor Contínua ou quase contínua sem flutuações Contínuea com exacerbações Recorrente com regularidade Recorrente sem regularidade Paroxística Combinações Quanto a etiologia da dor Transtorno congênitos ou genéticos Trauma, cirurgias e/ou queimaduras Infecciosas e/ou parasitária Inflamatória Neoplásica Tóxica, metabólica e/ou por irradiação Mecânica e/ou degenerativa Disfuncional Desconhecida Psicológica Classificadas quanto a síndromes Síndromes álgicas generalizadas, álgicas localizadas, Dor craniofacial de origem musculoesquelética, outras. Quanto a intensidade da dor relatada Leve Moderada Intensa DOR FANTASMA característica de pacientes que tiveram membros amputados Escala Escala unidimensional Escala de visual analógica (EVA) Escala verbal numérica (0 a 10) Escala númerica visual Escala de categoria de palavras Escala comportamental Escala de faces Quantifica a intensidade da dor com base em informações mais rápidas, não invasivas. Avaliação da Dor em Paciente Não Comunicativo (NOPPAIN) Prontuário para check list das atividades Você fez isso? Você notou dor quando fez isso? Marque sim ou não para cada item nas colunas A e B (a) Colocou o paciente na cama ou se deitar (b) Virou o residente (paciente) no leito Pontuando: que contenham a palavra “sim” O que você viu e ouviu durante o cuidado? Você observou isso? Fácies de dor? Escalas multidimensional Breve Inventario de Dor Inventário de McGill Avalia diferentes dimensoes de dor a partir de diversos indicadores de respostas e suas interações TratamentosMedicamentoso Analgésicos não-opioides FarmacodinâmicaEfeitos analgésico, antipirético e espasmolítico FarmacocinéticaGeralmente bem absorvidos e com alta biodisponibilidade oral, pico do efeito em torna de 3 h. A metabolização é no fígado. Mecanismo de ação Inibem cicloxigenases (COX-1 e COX-2), ou seja, inibição da síntese de prostaglandina, evitando assim sensibilização (hiperalgesia primária) de receptores periféricos de dor e produzindo antialgesia Efeitos adversosProblemas gastrointestinais como azia, náusea, dor no estômago. ExemplosDipirona, ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e paracetamol Anti-espasmódicos Farmacodinâmica Exerce atividade espasmolítica sobre a musculatura lisa do trato gastrintestinal, geniturinário e vias biliares. Não atravessa a barreira hematoencefálica e, deste modo, não produz efeitos colaterais anticolinérgicos sobre o Sistema Nervoso Central FarmacocinéticaRapidamente absorvido, é distribuido principalmente nas células musculares das regiões abdominal e pélvica. Mecanismo de ação Bloqueia os receptores muscarínicos da acetilcolina da musculatura lisa, impedindo a sua contração, diminuindo a dor e desconforto gástrico. Possui efeito semelhante à atropina, apresenta efeitos antidismenorréico, antiarritmico, antiemético e antivertiginoso. Efeitos adversos Os eventos adversos, em geral, são leves e desaparecem espontaneamente. Reações incomuns: reações na pele, urticária (placas elevadas na pele, geralmente com coceira), prurido (coceiras), taquicardia, boca seca, disidrose (alteração na produção de suor); Reações raras: retenção urinária (dificuldade para urinar); Reações com frequência desconhecida: hipersensibilidade (alergia), rush (vermelhidão na pele), eritema (manchas vermelhas com elevação da pele), reações anafiláticas (reação alérgica grave), dispneia (falta de ar); choque anafilático (choque alérgico) ExemploBrometo de N- Butilescopolamina Problema 1 – Que dor é essa? Ave Maria! Relatora: Rayanne Acioli Coordenadora:Luana Soares
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