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Unidade II BIOQUÍMICA Profa. Luciana Mantzouranis Estrutura dos lipídeos Os lipídeos constituem uma classe de compostos com estrutura bastante variada. A característica que define esses compostos é a baixa solubilidade em água. Muitos lipídeos são compostos anfipáticos (ou anfifílicos), ou seja, apresentam na molécula uma porção polar, hidrofílica e uma porção apolar hidrofóbica. Os lipídeos são divididos em ácidos graxos, triacilgliceróis, glicerofosfolipídios, esfingolipídios e esteroides. Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Os ácidos graxos apresentam como grupo funcional o grupo carboxila, o qual é o grupo funcional da função orgânica ácido carboxílico. Além do grupo carboxila, os ácidos graxos apresentam uma cadeia carbônica que pode variar entre 4 e 36 átomos de carbono. O grupo carboxila representa a parte polar da molécula e a cadeia carbônica a parte apolar. Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Os ácidos graxos podem ser saturados ou insaturados. Os ácidos graxos saturados apresentam apenas simples ligações entre os átomos de carbono. Os ácidos graxos insaturados apresentam, pelo menos, uma dupla ligação entre os átomos de carbono. Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos As cadeias carbônicas dos ácidos graxos saturados são flexíveis e distendidas. Os ácidos graxos insaturados possuem dobras rígidas onde existe uma dupla ligação. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos As propriedades físicas dos ácidos graxos, como o ponto de fusão, dependem do tamanho da cadeia carbônica e da ocorrência ou não de instaurações. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – triacilgliceróis Os triacilgliceróis são também chamados de triglicerídeos ou gorduras neutras. Os triacilgliceróis são formados por uma molécula de glicerol ligada a três moléculas de ácidos graxos. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – triacilgliceróis As moléculas de ácidos graxos podem ser iguais, formando os triacilgliceróis simples ou podem ser variadas, formando os triacilgliceróis mistos, sendo que esses últimos constituem a maioria dos triacilgliceróis naturais. Os triacilgliceróis, nos animais vertebrados, ficam armazenados nos adipócitos. Os óleos, os quais são líquidos a temperatura ambiente, são constituídos, principalmente, por triacilgliceróis com ácidos graxos insaturados. Exemplo: óleo de oliva. Os triacilgliceróis com ácidos graxos saturados são sólidos em temperatura ambiente. Exemplo: gordura bovina. Estrutura dos lipídeos – glicerofosfolipídios Os glicerofosfolipídios são derivados do glicerol que contêm fosfato na sua estrutura. Nos carbonos 1 e 2 do glicerol estão ligados ácidos graxos. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – esfingolipídios Os esfingolipídios não possuem glicerol em sua estrutura, ao invés disso, são compostos de uma molécula de aminoálcool de cadeia longa, que, mais frequentemente, é a esfingosina. Os esfingolipídios podem ser classificados em esfingomielinas, cerebrosídeos e gangliosídeos. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – fosfolipídios A presença do grupo fosfato tanto nos glicerofosfolipídios como nas esfingomielinas coloca esses dois compostos em um mesmo grupo chamado de fosfolipídios. Fonte: a autora Estrutura dos lipídeos – esteróis Os esteróis são compostos por quatro anéis fundidos, três anéis com seis átomos de carbono e um anel com cinco átomos de carbono. O principal composto desse grupo é o colesterol. Fonte: http://www.vestibulandoweb.com.br/quimica/ufms98qui.htm Função dos lipídeos Reserva energética. Componentes estruturais, como os fosfolipídios por exemplo. Coenzimas, na forma de vitaminas A e K. Hormônios, na forma de vitamina D e prostaglandinas. Transporte, na forma de lipoproteínas. Isolante térmico. Protetor contra injúrias mecânicas. Solvente das vitaminas lipossolúveis. Interatividade Qual das afirmações sobre os triacilgliceróis está correta? a) São ácidos carboxílicos com uma longa cadeia carbônica. b) As moléculas de ácidos graxos presentes no triacilglicerol são sempre saturadas. c) São compostos por quatro anéis fundidos. d) São constituídos por uma molécula de glicerol ligada a três moléculas de ácidos graxos. e) Contêm fosfato na sua estrutura. Resposta Qual das afirmações sobre os triacilgliceróis está correta? a) São ácidos carboxílicos com uma longa cadeia carbônica. b) As moléculas de ácidos graxos presentes no triacilglicerol são sempre saturadas. c) São compostos por quatro anéis fundidos. d) São constituídos por uma molécula de glicerol ligada a três moléculas de ácidos graxos. e) Contêm fosfato na sua estrutura. Digestão dos lipídeos Os triacilgliceróis são os lipídeos mais abundantes da dieta. Outros compostos presentes na nossa dieta são colesterol livre, ésteres de colesterol e fosfolipídios. Em recém-nascidos, cuja alimentação é predominantemente leite, a digestão dos triacilgliceróis começa no estômago onde atuam as enzimas lipase lingual e lipase gástrica. No adulto, o processo da digestão ocorre predominantemente no intestino. Os sais biliares, sintetizados no fígado a partir de colesterol, ficam estocados na vesícula biliar e são liberados no intestino delgado após uma refeição rica em lipídeos. Digestão dos lipídeos Os sais biliares são anfipáticos e convertem os lipídeos da dieta em micelas contendo sais biliares e triacilgliceróis. A ação dos sais biliares torna os lipídeos mais acessíveis à ação da lipase pancreática. A lipase pancreática converte os triacilgliceróis em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol. Os ésteres de colesterol e fosfolipídios são quebrados por enzimas específicas (colesterol-esterase e fosfolipase), liberando colesterol, ácidos graxos, monoacilgliceróis e glicerol. Absorção dos lipídeos Graças à hidrofobicidade dos principais lipídeos da digestão dos lipídeos, ácidos graxos livres, colesterol livre e monoacilglicerol, juntamente com vitaminas lipossolúveis, agregam-se, formando micelas, que são absorvidas pela mucosa intestinal. Uma vez absorvidos, esses lipídeos, no interior do retículo endoplasmático, sob a ação de enzimas específicas, sofrem um processo de reesterificação, formando novamente triacilgliceróis e ésteres de colesterol. Transporte dos lipídeos Os lipídeos são apolares e insolúveis na água, sendo menos denso que ela. Decorre disso a sua dificuldade em se solubilizar e se manterem estáveis no sangue. Esses lipídeos precisam, entretanto, ser transportados de um tecido a outro. Para facilitar a solubilidade e transporte dos lipídeos no sangue, há necessidade de associá-los a proteínas específicas (apolipoproteínas), formando agregados lipoproteicos. Transporte dos lipídeos As apolipoproteínas combinam-se com diferentes tipos de lipídeos formando diferentes classes de partículas lipoproteicas, as quais são agregados esféricos com lipídeos hidrofóbicos no centro e, na superfície, as cadeias proteicas hidrofílicas e os grupos iônicos dos lipídeos. Esses diferentes agregados possuem densidades diferentes, variando dos quilomicrons e de lipoproteínas de densidade muito baixa até lipoproteínas de alta densidade. Transporte dos lipídeos As diferentes lipoproteínas podem ser separadas por ultracentrifugação e são classificadas nos grupos listados a seguir: QM: quilimicrons. VLDL: lipoproteínas de muito baixa densidade (very low density lipoproteins). LDL: lipoproteínas de baixa densidade (low density lipoproteins). HDL: lipoproteínas de alta densidade (high density lipoproteins). Transporte dos lipídeos IDL: lipoproteínas de densidadeintermediária. Essas lipoproteínas são transitórias e estão relacionadas com a transformação de uma lipoproteína para outra. HDL2 e HDL3: variedades da HDL, caracterizadas por diferentes teores de apolipoproteínas. AGL – albumina: ácidos graxos livres associados à albumina. Transporte dos lipídeos Fonte: FERREIRA, C. P; JARROUGE, M. G; MARTIN, N. F. “Bioquímica básica.” 9. ed. São Paulo: MNP, 2010. Transporte dos lipídeos A gordura da dieta é digerida e absorvida pela parede intestinal, combinando-se a apolipoproteínas ali produzidas. Passam pelo sistema linfático que drena o intestino e é lançado para a corrente sanguínea. Nessa fase constituem os quilomicrons nascentes. Ao transitarem pelos capilares do tecido adiposo e pelo muscular, os quilomicrons têm parte de seus lipídeos capturados. O tecido adiposo utilizará ao ácidos graxos livres para constituir suas reservas e o tecido muscular promoverá combustão para obtenção de energia. Transporte dos lipídeos A remoção dos ácidos graxos é possível porque a membrana daqueles capilares apresenta uma enzima que os hidrolisa e separa, chamada lipase lipoproteica. O que resta dos quilomicrons é denominado quilomicrons remanescentes. Eles apresentam um teor menor de triacilgliceróis, mas, proporcionalmente, um teor mais elevado de colesterol e seus ésteres, assim como fosfolipídios. Os quilomicrons remanescentes retornam ao fígado pelo sistema porta hepático. Os hepatócitos dispõem de receptores especiais que reconhecem suas apolipoproteínas e fazem sua incorporação por endocitose e são digeridos por seus lisossomos. Transporte dos lipídeos Seu conteúdo em colesterol e seus ésteres, assim como os fosfolipídios, são reembalados na forma de VLDL. A VLDL de origem hepática é lançada na corrente sanguínea. A VLDL hepática tem o mesmo destino dos quilomicrons, é lançada na corrente sanguínea, dirigindo-se aos tecidos extra- hepáticos. Quando em trânsito pelo tecido adiposo ou muscular, a lipase lipoproteica da membrana dos capilares promove a retirada da maior parte dos ácidos graxos, restando a VLD remanescente, conhecida como IDL. Transporte dos lipídeos A VLDL remanescente é bastante destituída de triacilgliceróis, proporcionalmente mais rica em colesterol e seus ésteres. Combinando-se a novas proteínas plasmáticas, dará origem à LDL. A LDL transportará o colesterol e seus ésteres para os tecidos extra-hepáticos ou de retorno ao fígado. As células desses tecidos apresentam em suas membranas os receptores específicos para receber e incorporá-las. A LDL é a principal transportadora de colesterol para os tecidos extra-hepáticos. Em órgãos como o cérebro e o coração favorece a sua deposição em forma de placas ateromatosas, obstruindo os vasos e ocasionando acidentes vasculares. É por isso conhecida como o “mau colesterol”. Transporte dos lipídeos O fígado, em especial, após a recepção de LDL pelos hepatócitos, promove a sua digestão (lisossomos) e utiliza seus ácidos graxos e colesterol. Este último poderá ser eliminado na forma de sais biliares. Dentre as células que podem capturar LDL no sangue estão os macrófagos circulantes, que podem acumular grandes quantidades de LDL em seu citoplasma, transformando-se em células espumosas que se fixam no endotélio dos vasos, formando placas de ateroma. A HDL é constituída a partir de proteínas precursoras sintetizadas pelo fígado e pelo intestino. Transporte dos lipídeos A HDL retira dos tecidos extra-hepáticos razoáveis quantidades de colesterol e conduz de retorno para o fígado, faz o transporte conhecido como transporte reverso de colesterol. Por isso é conhecida como “ bom colesterol”. HDL e LDL A HDL e a LDL têm funções inversas. Enquanto a HDL favorece a remoção do colesterol dos tecidos para o fígado, a LDL está relacionada com o transporte do colesterol para os tecidos extra-hepáticos. O risco de cardiopatias coronarianas é diretamente proporcional à taxa de LDL e inversamente proporcional à taxa de HDL. Para fins clínicos e avaliação laboratorial, Castelli criou um índice que expressa essa relação: LDL/HDL. Quanto maior for esse índice, maior será o risco coronariano. Interatividade Assinale a alternativa correta: a) Concentrações de HDL e LDL não possuem importância na avaliação da predisposição para o infarto. b) Alta concentração de LDL e baixa de HDL significa menor risco de infarto. c) Alta concentração de HDL e baixa de LDL significa pequeno risco de infarto. d) O ideal é termos a quantidade de HDL igual a de LDL. e) O ideal é termos alta quantidade de LDL. Resposta Assinale a alternativa correta: a) Concentrações de HDL e LDL não possuem importância na avaliação da predisposição para o infarto. b) Alta concentração de LDL e baixa de HDL significa menor risco de infarto. c) Alta concentração de HDL e baixa de LDL significa pequeno risco de infarto. d) O ideal é termos a quantidade de HDL igual a de LDL. e) O ideal é termos alta quantidade de LDL. Degradação dos triacilgliceróis A mobilização dos estoques de triacilgliceróis dos adipócitos é feita pela ativação hormonal da enzima lipase dos adipócitos. Essa enzima hidrolisa as ligações ésteres dos triacilgliceróis, formando ácidos graxos livres e glicerol. Fonte: a autora Degradação dos triacilgliceróis Os ácidos graxos são liberados na corrente sanguínea e, por serem insolúveis em água, associam-se à albumina. A associação entre os ácidos graxos e a albumina se dá por ligação não covalente. Nos tecidos que precisam de energia e que podem utilizar ácidos graxos como fonte de energia, como músculo esquelético e coração, os ácidos graxos se difundem para o citosol da célula onde são oxidados. Degradação dos triacilgliceróis O glicerol é liberado na corrente sanguínea e no fígado e em outros tecidos é convertido em glicerol 3-fosfato pela ação da enzima glicerol quinase. Os adipócitos não possuem essa enzima. Fonte: a autora Degradação dos triacilgliceróis Posteriormente, o glicerol 3-fosfato é convertido em diidroxiacetona fosfato, um intermediário da glicólise ou da gliconeogênese. Fonte: a autora Ativação dos ácidos graxos Os ácidos graxos são ativados e transportados para a matriz mitocondrial, local onde estão as enzimas responsáveis pela degradação dos ácidos graxos. A reação de ativação é catalisada pela enzima acil-CoA sintetase, a qual está associada à membrana externa da mitocôndria. Existem diferentes enzimas acil-CoA sintetases que agem em ácidos graxos de cadeia curta, intermediária e longa. Transporte dos ácidos graxos As moléculas de Acil-CoA formadas não atravessam a membrana da mitocôndria e para isso precisam de um transportador, a carnitina. Fonte: a autora Espaço intermembrana Degradação dos ácidos graxos A degradação dos ácidos graxos ocorre em três estágios: a β- oxidação, o Ciclo de Krebs e a cadeia de transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Fonte: a autora Degradação dos ácidos graxos Quatro reações são necessárias para a oxidação de ácidos graxos saturados e com número par de carbonos. A primeira reação é uma desidrogenação. Essa reação é catalisada por três isozimas da Acil-CoA desidrogenase. Essas enzimas têm FAD como coenzima e, portanto, nessa etapa ocorre a formação de FADH2. A segunda reação é uma hidratação. A terceira reação é outra reação de desidrogenação catalisada pela enzima β-hidroxil-CoA desidrogenase, sendo que o NAD+ é o aceptor de elétrons, resultando na formação de NADH. Degradação dos ácidos graxos A última reação é uma clivagem catalisada pela enzima acetiltransferase, também chamada de tiolase. Essa reação resulta na formação de uma molécula de Acetil-CoA e uma molécula de Acil-CoA comdois carbonos a menos. Essas quatro reações da β-oxidação se repetem até que toda a molécula de ácido graxo seja transformada em Acetil-CoA. Quando o número de carbonos da molécula de ácido graxo for par, a última volta na β-oxidação será iniciada com uma Acil- CoA de quatro carbonos, a butiril-CoA, e, nesse caso, são produzidas 2 moléculas de Acetil-CoA, uma molécula de NADH e uma molécula de FADH2. Degradação dos ácidos graxos Ácido graxo saturado e com número par de átomos de carbono. Fonte: a autora Degradação dos ácidos graxos Cálculo da quantidade de ATP formada pela oxidação de um ácido graxo de 16 átomos de carbono (ácido palmítico): 8 moléculas de Acetil-CoA. 7 voltas na β-oxidação (última volta produz 2 Acetil-CoA). Cada volta na β-oxidação gera 1 NADH e 1 FADH2, portanto, para 7 voltas, temos: 7 NADH e 7 FADH2. A oxidação de cada Acetil-CoA pelo Ciclo de Krebs gera 3 NADH, 1 FADH2 e 1 GTP, portanto, para 8 moléculas de Acetil- CoA, temos 24 NADH, 8 FADH2 e 8 GTPs. Total: 7 + 24 = 31 NADH; 7 + 8 = 15 FADH2 e 8 GTP Degradação dos ácidos graxos Na cadeia de transporte de elétrons e na fosforilação oxidativa são formadas 3 moléculas de ATP para cada molécula de NADH e 2 moléculas de ATP para cada molécula de FADH2, portanto, temos: 31 x 3 + 15 x 2 + 8 = 131 moléculas de ATP. Dessas 131 moléculas de ATP deve se subtrair a quantidade de moléculas de ATP gastas no processo de ativação do ácido graxo. Nesse processo, uma molécula de ATP é quebrada em AMP e, portanto, temos o consumo de duas ligações ricas em energia, o que equivale a um gasto de duas moléculas de ATP. Portanto, 131 – 2 = 129 moléculas de ATP formadas. Degradação dos ácidos graxos Ácido graxo saturado e com número ímpar de átomos de carbono. Fonte: a autora Interatividade Quantas moléculas de Acetil-CoA são formadas a partir de um ácido graxo saturado com 18 átomos de carbono? a) 7 b) 8 c) 9 d) 10 e) 18 Resposta Quantas moléculas de Acetil-CoA são formadas a partir de um ácido graxo saturado com 18 átomos de carbono? a) 7 b) 8 c) 9 d) 10 e) 18 Formação de corpos cetônicos Nos hepatócitos, as moléculas de acetil-CoA podem ser oxidadas pelo Ciclo de Krebs ou podem formar os corpos cetônicos pela condensação de moléculas de acetil-CoA. Os corpos cetônicos são acetoacetato, β-hidroxibutirato e acetona e o processo de produção desses compostos é chamado de cetogênese. A acetona produzida é exalada. O acetoacetato e o β-hidroxibutirato são liberados na corrente sanguínea e aproveitados como fonte de energia pelos tecidos extra-hepáticos, principalmente pelos músculos esqueléticos e pelo coração. Formação de corpos cetônicos A síntese dos corpos cetônicos ocorre na matriz mitocondrial. A produção dos corpos cetônicos possibilita a contínua degradação dos ácidos graxos, mesmo que eles não possam ser utilizados pelo Ciclo de Krebs. Em condições normais, os destinos das moléculas de acetil- CoA são a oxidação pelo Ciclo de Krebs ou a síntese de lipídeos, porém, quando a degradação de ácidos graxos não é acompanhada pela degradação de carboidratos, a síntese dos corpos cetônicos é elevada. Na ausência da degradação de carboidratos, os níveis de piruvato são diminuídos e, consequentemente, os níveis de oxaloacetato também são diminuídos; sendo assim, o acetil- CoA fica impedido de ser oxidado pelo Ciclo de Krebs. Formação de corpos cetônicos Fonte: a autora Formação de corpos cetônicos Essa situação acontece quando ocorre a redução do metabolismo da glicose, como no jejum ou no diabetes. Quando a produção dos corpos cetônicos é maior que a necessidade de energia dos tecidos extra-hepáticos, estabelece-se a condição de cetose, caracterizada por uma concentração elevada de corpos cetônicos no plasma (cetonemia) e na urina (cetonúria). Além disso, nessa situação, o indivíduo fica com o hálito com odor de acetona e o pH sanguíneo sofre uma diminuição já que acetoacetato e β-hidroxibutirato são composto ácidos, resultando em acidose. Síntese de lipídeos (lipogênese) Ocorre quando a carga energética é alta, ou seja, quando a relação ATP/ADP é alta. Ocorre no citosol das células adiposas e a molécula precursora da síntese é Acetil-CoA, proveniente do piruvato. Fonte: a autora CITOSOL Síntese de lipídeos (lipogênese) A síntese de ácidos graxos é realizada pela adição de dois átomos de carbono, sendo os dois primeiros de Acetil-CoA e os outros da molécula de malonil-CoA, formada por carboxilação da molécula de Acetil-CoA. Os ácidos graxos se combinam com o glicerol, formando triacilgliceróis. Síntese de colesterol A síntese do colesterol ocorre no citosol, sendo que o precursor dessa síntese é a molécula de Acetil-CoA. O primeiro passo para a síntese de colesterol é uma reação de condensação entre duas moléculas de Acetil-CoA com a formação de acetoacetil-CoA, a qual se condensa com uma outra molécula de Acetil-CoA, formando β-hidroximetilglutaril- CoA, HMG-CoA. Pela redução de duas moléculas de NADPH ocorre a conversão de HMG-CoA em mevalonato. Essa é a reação mais importante para a síntese do colesterol, pois a enzima HMG-CoA redutase, a qual catalisa essa reação, pode ser ativada ou inibida, controlando, dessa maneira, a síntese de colesterol. Regulação do metabolismo As diferentes vias metabólicas são controladas por condições que permitam à célula se adaptar de forma mais eficiente às condições do meio que enfrenta. A principal ação reguladora do metabolismo é feita pelas enzimas, que podem ser ativadas ou inibidas. As enzimas marco-passo atuam sobre a reação mais lenta, que é a reação limitante da via. As enzimas são sensíveis à variação de concentração de substâncias. De um modo geral, tornam-se mais ativas quando se elevam as concentrações do substratos iniciais e reduzem sua atividade pela elevação da concentração dos produtos finais. Regulação do metabolismo Existem também os mecanismos genéticos de regulação. A síntese das enzimas pode ser induzida ou reprimida. Os hormônios e neuro-hormônios promovem a integração dos diferentes órgãos e sistemas. Os hormônios são secreções circulantes que exercem seu efeito a distância em células ou tecidos-alvo, modificando sua atividade metabólica e, assim, regulando seu funcionamento. Regulação do metabolismo – glicólise Enzima marca-passo: fosfofrutoquinase. Inibida por ATP e citrato. A inibição por citrato permite ajustar a velocidade da glicólise com o Ciclo de Krebs. Caso haja muito substrato para o Ciclo de Krebs, há um acúmulo de citrato, o qual difunde para o citosol e inibe a fosfofrutoquinase. Sendo assim, há uma diminuição na produção de substrato para o Ciclo de Krebs. Ativada por AMP e frutose 2,6-bisfosfato. Fonte: a autora Regulação do metabolismo – glicólise A insulina, liberada após uma refeição rica em carboidratos, determina um aumento na transcrição e na síntese das enzimas glicoquinase, fosfofrutoquinase e piruvato quinase, o que aumenta a conversão de glicose em piruvato. O glucagon, liberado em períodos de jejum, determina uma diminuição da transcrição e da síntese dessas enzimas. Fonte: a autora Regulação do metabolismo Glicólise e gliconeogênese. Vias antagônicas. Fonte: a autora Regulação do metabolismo – Ciclo de Krebs Fonte: a autora Interatividade Assinale a alternativa correta sobre os corpos cetônicos. a) Os corpos cetônicos são acetona, acetil-CoA e acetoacetato. b) O acetoacetato é exalado. c) Os corpos cetônicos são produzidos no pâncreas. d) A síntese dos corpos cetônicos ocorre no citosol da célula. e) Os corpos cetônicos são gerados quando ocorre a degradação de triacilgliceróis, porém não ocorre a degradação de carboidratos. Resposta Assinalea alternativa correta sobre os corpos cetônicos. a) Os corpos cetônicos são acetona, acetil-CoA e acetoacetato. b) O acetoacetato é exalado. c) Os corpos cetônicos são produzidos no pâncreas. d) A síntese dos corpos cetônicos ocorre no citosol da célula. e) Os corpos cetônicos são gerados quando ocorre a degradação de triacilgliceróis, porém não ocorre a degradação de carboidratos. ATÉ A PRÓXIMA! Slide Number 1 Estrutura dos lipídeos Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Estrutura dos lipídeos – ácidos graxos Estrutura dos lipídeos – triacilgliceróis Estrutura dos lipídeos – triacilgliceróis Estrutura dos lipídeos – glicerofosfolipídios Estrutura dos lipídeos – esfingolipídios Estrutura dos lipídeos – fosfolipídios Estrutura dos lipídeos – esteróis Função dos lipídeos Interatividade Resposta Digestão dos lipídeos Digestão dos lipídeos Absorção dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos Transporte dos lipídeos HDL e LDL Interatividade Resposta Degradação dos triacilgliceróis Degradação dos triacilgliceróis Degradação dos triacilgliceróis Degradação dos triacilgliceróis Ativação dos ácidos graxos Transporte dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Degradação dos ácidos graxos Interatividade Resposta Formação de corpos cetônicos Formação de corpos cetônicos Formação de corpos cetônicos Formação de corpos cetônicos Síntese de lipídeos (lipogênese) Síntese de lipídeos (lipogênese) Síntese de colesterol Regulação do metabolismo Regulação do metabolismo Regulação do metabolismo – glicólise Regulação do metabolismo – glicólise Regulação do metabolismo Regulação do metabolismo – Ciclo de Krebs Interatividade Resposta Slide Number 64