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CASO 07 - PRATICA TRABALHISTA

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MERETÍSSIMO JUÍZO DA 80º VARA FEDERAL DO TRABALHO DA 
COMARCA DE CUIABÁ – MT 
 
 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
 
 
 
 
Número do processo: 1000/2018. 
 
 TECELAGEM FIO DE OURO S.A, pessoa jurídica de direito 
privado, CNPJ XXX, com endereço eletrônico xxx, com sede em 
xxx vem por meio de seu advogado xxx, com endereço 
eletrônico xxx, apresentar CONTESTAÇÃO, com fulcro no art 
847 em face de JOANA DA SILVA, já qualificada nos autos da 
reclamação trabalhista, pelas razoes de fatos e direitos que 
passa a expor: 
 
 
1. DAS PRELIMINARES 
 
1.1 DA INEPCIA DA INICIAL 
A reclamante ajuizou reclamação trabalhista em desfavor da 
empresa reclamada e incluiu, entre os demais pedidos, um 
adicional de periculosidade. Ocorre que a mesma não 
fundamentou tal pedido, caracterizando a inicial como 
inepta, de acordo com o inciso I do artigo 330 CPC e o §1º, 
I do mesmo artigo. 
Sendo assim, requer a extinção do feito sem julgamento do 
mérito, com fulcro no artigo acima citado. 
 
2. DA PRESCIÇÃO PARCIAL 
 
A reclamante foi contratada em 2008 e permaneceu na empresa 
pelo período de 10 anos, fazendo com que a ação trabalhista 
somente fosse ajuizada em 2018. Ora, ao observarmos o artigo 
11 da CLT, constatamos que os pedidos trabalhistas prescrevem 
após o prazo de 5 (cinco) anos, posto isso, os pedidos 
anteriores à 15/10/2013 já se encontram prescritos não 
fazendo jus à reclamante. 
Desta forma, requer a extinção do processo por prescrição. 
 
3. DO MÉRITO 
 
3.1 DO DANO MORAL 
A reclamante pede em sede de inicial, pede uma indenização 
por danos morais, alegando ser vítima de doença profissional, 
porém, verifica-se na própria documentação arrolada pela 
parte, laudos de ressonância magnética que diagnosticam que 
a mesma é possuidora de doença degenerativa, deixando claro 
que a doença alegada pela reclamante não foi ocasionada por 
acidente de trabalho. 
A legislação nos traz, no §1 do artigo 20 da Lei 8.213/91 
que “Não são consideradas como doença do trabalho: 
a) a doença degenerativa;” 
 
Deste modo, requer que seja julgado improcedente o pedido 
de dano moral. 
 
 
 
3.2 DO PLANO DE SAÚDE 
 
Pede a reclamante que o plano que era fornecido pela empresa, 
de maneira gratuita, seja integrado como salário utilidade. 
Veja que, conforme é disposto no artigo 458, §2º, IV tal 
pedido é totalmente descabido visto que o plano odontológico 
se enquadra no rol de utilidades que não serão consideradas 
como salário. 
Isto posto, requer que seja julgado improcedente o pedido da 
integração do plano de saúde ao salário. 
 
 
3.3 DA CESTA BÁSICA MENSAL 
 
A parte reclama das cestas básicas não fornecidas nos meses 
de agosto e setembro de 2018, acontece que conforme foi 
acostado nos autos, a convenção coletiva da qual a reclamante 
fazia parte, vigorou de julho de 2016 à julho de 2018. Após 
esse período, não foi entabulada nova convenção, assim todo 
o tratado na respectiva, teve seu fim com o vencimento, não 
fazendo jus ao pedido da reclamante, conforme artigo 614, §3 
da CLT. 
 
Portanto, requer que seja julgado improcedente o pedido de 
pagamento do valor correspondente às cestas básicas dos meses 
de agosto e setembro de 2018. 
 
 
 
3.4 DAS HORAS EXTRAS 
 
Relata a parte reclamante que, no ano de 2018, permanecia 
duas vezes na semana, na sede da empresa para participar de 
um culto ecumênico e, aduz ainda, que isso caracteriza-se 
como hora extra. Veja, a doutrina traz, em seu artigo 4, §2, 
I da CLT que praticas religiosas, por mais que ocorram dentro 
da sede da empresa, não caracterizam-se como hora extra por 
não estar, o funcionário a disposição do empregador. 
 
Desta forma, requer a reclamada que seja julgado improcedente 
o pedido da autora para o pagamento das horas extras. 
 
 
3.5 DA ANULAÇÃO DO PEDIDO DE DEMISSÃO 
 
 
Em sua inicial, a reclamante aduz que foi coagida moralmente 
a pedir demissão, sendo ameaçada pela empresa a ser demitida 
por justa causa caso não o fizesse. Como podemos ver,o pedido 
de demissão foi acostado nos autos do processo (pag.x), 
assinado pela própria reclamante. A reclamada nega a 
existência de coação no pedido de demissão, sendo assim, 
cabe à autora o ônus de provar o alegado vício, com fulcro 
no artigo 818, inc. I da CLT e no artigo 373, I do CPC/15. 
 
 
3.6 DO ACÚMULO DE FUNÇÃO 
 
Por fim, a reclamante alega que foi contratada como 
cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, 
a colocar os alimentos em uma bandeja e levar a refeição aos 
empregados do setor, caracterizando como acúmulo de função. 
Ora, o simples fato de levar comida em uma bandeja não enseja 
acúmulo de função pois se faz parte conforme o próprio 
trabalho, conforme artigo 456, §único. 
 
4. DOS HONORÁRIOS 791-A CLT 
Com fulcro no art. 791-A da CLT, requer a condenação da 
reclamada no pagamento dos honorários de sucumbência a serem 
fixados entre 5% e 20% sobre o valor que resultar a 
liquidação da sentença. 
 
 
5. DAS PROVAS 
 
Provará o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal, prova, 
documental e testemunhal. 
 
 
 
 
6. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
 
a) O acolhimento da preliminar de contestação a sentido 
de julgar extinto o processo, sem resolução do mérito 
por inépcia da inicial; 
b) Que seja acolhido o pedido de prescrição parcial, 
julgando o processo extinto sem resolução do mérito; 
c) A improcedência de todos os pedidos formulados na 
inicial 
d) O pagamento dos honorários advocatícios no importe de 
5% à 20% e as devidas custas processuais sucumbenciais. 
 
 
 
 
Nesses termos 
Pede deferimento 
 
Rio de Janeiro, 02 de Maio de 2020 
 
MARIA EDUARDA AZEVEDO SANTOS 
OAB RJ/XXX

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