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PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E SEU USO PELA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Janaina Rafaeli Fogaça Prof.ª Rosana Richter Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Bacharelado em Biblioteconomia (FLX 1511) – Seminário Interdisciplinar: (BIB110) 29/06/2019 1. DEFINIÇÃO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO A Ciência da Informação é considerada uma área de estudo interdisciplinar por ter relação com outros campos científicos. “Este campo do conhecimento sustenta a informação como objeto de estudo, analisando desde a sua gênese até o processo de transformação de dados em conhecimento.” (SILVA, 2015). Ou seja, estuda desde a coleta, ordenação, armazenamento, recuperação até a disseminação da informação, segundo Silva (2015). De acordo com Saracevic (2009) a ciência da informação surgiu após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência do que foi chamado de “explosão de informação”, para encontrar uma forma de extrair informação relevante em meio a outras tantas, utilizando-se da tecnologia da informação. Ele ainda afirma que o responsável por impulsionar o desenvolvimento e origem da ciência da informação foi Vannevar Bush (1890-1974) com seu artigo “As We May Think”, publicado em 1945, onde o mesmo aponta o problema da “explosão de informação” e apresenta uma solução para ela. FIGURA 1 – VANNEVAR BUSH FONTE: Disponível em: <http://biografiaecuriosidade.blogspot.com/2015/11/biografia-de-vannevar-bush.html>. Acesso em: 02 jun. 2019. Ainda de acordo com Saracevic (2009): Vannevar Bush. Nasceu em Everett, Massachusetts, em 11 de Março de 1890 e faleceu em Belmont, Massachusetts, em 30 de Junho de 1974. Foi um engenheiro, inventor e político estadunidense, conhecido pelo seu papel político no desenvolvimento da bomba atômica e pela ideia do memex – visto como conceito pioneiro, precursor da world wide web. Foi grande responsável pelo financiamento militar em ciência nos Estados Unidos. Foi considerado como ‘the patron Saint of American science’ (santo patrono da ciência americana) durante a Segunda Guerra Mundial e o inicio da Guerra Fria. http://biografiaecuriosidade.blogspot.com/2015/11/biografia-de-vannevar-bush.html 2 Em seus objetivos e atividades, a ciência da informação é estabelecida desde cedo, e mantém proeminente uma função social e humana – não apenas tecnológica. No nível social, participa ativamente, com muitos outros campos, na evolução da sociedade da informação em todo o mundo. No entanto, a ciência da informação também tem uma função humana individual. Refere-se à busca e uso de informações como feitas por (ou em nome de) indivíduos. [...] Para a ciência da informação, o gerenciamento da informação é uma função social global, enquanto fornecer e usar a informação é uma função individual intensa. Alguns autores dizem que a ciência da informação é constituída por uma tríade, que seria composta por: dados, informação e conhecimento. Adiante será apresentado um pouco sobre cada um desses elementos da tríade. 2. O QUE É CONHECIMENTO O conhecimento é a coisa mais importante e valiosa que o ser humano tem, ele que nos conduz para as tomadas de decisões, que nos traz novas descobertas e nos faz evoluir, mas o que é o conhecimento propriamente dito? O conhecimento tem muitas definições, seu conceito é complexo, porém iremos através de alguns autores esclarecer um pouco sobre o que é esse bem tão precioso que temos. De acordo com Davenport e Prusak (2003, p. 6), “Conhecimento é uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estrutura para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações.” Eles ainda complementam dizendo que, [...] o conhecimento não é puro nem simples: é uma mistura de vários elementos; é fluido como também formalmente estruturado; é intuitivo e portanto difícil de colocar em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. O conhecimento existe dentro das pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidade humanas. (DAVENPORT; PRUSAK, 2003, p. 6). O conhecimento muitas vezes é confundido com informação, porém, informação não é conhecimento. Ela assim como os dados ajuda a construir o conhecimento. Davenport e Prusak (2003, p. 6-7) explicam que para uma informação se transformar em conhecimento os seres humanos precisam fazer todo o trabalho, que segundo eles se dá através de quatro palavras iniciadas com C. Tais como: Comparação: de que forma as informações relativas a esta situação se comparam a outras situações conhecidas? Conseqüências [sic]: que implicações estas informações trazem para as decisões e tomadas de ação? Conexões: quais as relações deste novo conhecimento com o conhecimento já acumulado? Conversação: o que as outras pessoas pensam desta informação? (DAVENPORT; PRUSAK, 2003, p. 6-7). 3 Já Rezende (2015), define o conhecimento como uma informação que é conseguida e modificada em experiência, o processamento da informação juntamente com a experiência acumulada do indivíduo, dá a capacidade de atuar e antecipar o resultado de uma determinada situação, segundo ela isso é conhecimento. Trainotti Filho e Trainotti (2018, p. 4) citando Fialho et al. (2006) apresentam uma definição semelhante a de Rezende (2015), de acordo com eles o conhecimento é “[...] um conjunto de dados, informações e relações que uma pessoa possui e que leva a tomar decisões, a realizar tarefas e a criar novas informações ou conhecimentos.” Percebe-se que com palavras diferentes os autores citados definem o conhecimento como um conjunto de experiências, derivadas de informações que se transformaram e que o indivíduo utiliza para saber como proceder em determinada ação. O conhecimento pode aparecer de duas formas, conhecimento explícito e conhecimento tácito. O conhecimento explícito pode ser expresso em palavras, números ou sons, e compartilhado na forma de dados, fórmulas científicas, recursos visuais, fitas de áudio, especificações de produtos ou manuais. O conhecimento explícito pode ser rapidamente transmitido aos indivíduos, formal e sistematicamente. O conhecimento tácito, por outro lado, não é facilmente visível e explicável. Pelo contrário, é altamente pessoal e difícil de formalizar, tornando-se de comunicação e compartilhamento dificultoso. [...] O conhecimento tácito está profundamente enraizado nas ações e na experiência corporal do indivíduo, assim como nos ideais, valores ou emoções que ele incorpora. (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 19). Entendido o que é o conhecimento e suas diferentes formas, mais a frente será apresentado como esse conhecimento se constrói. 2.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO O conhecimento não surge do nada, não é uma coisa que encontramos aleatoriamente, para alcançarmos ele, precisamos passar por algumas etapas, nas quais transformamos como dito antes, as informações obtidas e nossas experiências, mas como são essas etapas e quais elementos compõem cada uma? Usando como exemplo a Pirâmide do Conhecimento criada por Ackoff (1919-2009), esclarecemos essas dúvidas. 4 Segundo Pinheiro e Silva (2008, p. 18), “A produção do conhecimento é um processo no qual interagem diferentes elementos. O conhecimento é construído com base em conhecimentos anteriores e, assim, congrega pesquisadores, fatos e publicações numa grande rede.” Ackoff (1989) criou o que é conhecido como a Pirâmide do Conhecimento ou Hierarquia DIKW (Data-Information-Knowledge-Wisdom). “Essa pirâmide é um esquema que nos apresenta os passos necessários para atingir a sabedoria na atividade que estamos desenvolvendo.” (MARQUES, 2017). Ela é composta por Dados, Informação, Conhecimento e Sabedoria. FIGURA 02 – ESTRUTURA DA PIRÂMIDE DE CONHECIMENTO FONTE: Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-como-funciona-piramide-do-conhecimento-e-seus-quatro-componentes/>. Acesso em: 12 mai. 2019. Na base da pirâmide temos os dados, que “[...] são brutos. Simplesmente existe e não tem significado além de sua existência (em si). Pode existir em qualquer forma, utilizável ou não. Não tem significado de si mesmo.” (ACKOFF, 1989 apud BELLINGER; CASTRO; MILLS, 2004). De acordo com Marques (2017), os dados “tem ligação com números, imagens e outros fatores que nos permitem compreender melhor algum tema.” Após os dados vêm as informações, que Marques (2017) aponta como a união do que foi fornecido pelos dados, adicionando coerência e plenitude aos dados. As “Informações são dados que receberam significado por meio de conexão relacional. Esse ‘significado’ pode ser útil, mas não precisa ser.” (ACKOFF,1989 apud BELLINGER; CASTRO; MILLS, 2004). Na sequência atingimos o conhecimento, ele “[...] mostra a forma adequada de usar as informações coletadas [...]” (MARQUES, 2016), segundo Ackoff (1989) citado por Bellinger, Castro e Mills (2004), “[...] é a coleta apropriada de informações, de modo que sua intenção é ser útil.” Marques (2017) acrescenta que, nesse estágio é possível fazer deduções a partir das informações conseguidas no estágio anterior através dos dados. https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-como-funciona-piramide-do-conhecimento-e-seus-quatro-componentes/ https://www.ibccoaching.com.br/portal/entenda-como-funciona-piramide-do-conhecimento-e-seus-quatro-componentes/ 5 E por fim chegamos à sabedoria, que “[...] consegue trabalhar o entendimento de quando usar as informações corretas e cria o seu próprio contexto.” (MARQUES, 2016). Em sua definição a sabedoria é: A sabedoria é um processo extrapolativo e não determinista, não probabilístico. Apela a todos os níveis anteriores de consciência e, especificamente, a tipos especiais de programação humana (moral, códigos éticos, etc.). [...] É a essência da investigação filosófica. [...] A sabedoria é, portanto, o processo pelo qual também discernimos, ou julgamos, entre o certo e o errado, o bem e o mal. (ACKOFF, 1989 apud BELLINGER; CASTRO; MILLS, 2004). Para finalizar Marques (2016) faz um resumo dos componentes da pirâmide de uma forma mais objetiva, [...] a informação é basicamente a descrição ou a perspectiva de algo. É como se, para captar as informações corretas, fosse preciso usar as perguntas (o que, quem, quando e onde). O conhecimento seria a forma como se entende as estratégias e como as colocamos em prática. Já a sabedoria é o porquê de tudo, é a percepção que se tem do todo. (MARQUES, 2016). Seguindo essa hierarquia, conseguimos então alcançar o tão valioso conhecimento, que vai nos auxiliar nas tomadas de decisões e na nossa evolução. 2.2 GESTÃO DO CONHECIMENTO Como dito anteriormente o conhecimento é um bem valioso e é de extrema importância que ele seja gerenciável. Por esse motivo a gestão do conhecimento vem sendo cada vez mais utilizada, inclusive por organizações. A gestão do conhecimento pode ser concebida como o processo da criação, da organização e da transferência do conhecimento para as pessoas que o necessitam nas organizações. [...] Inicia-se com propósitos, objetivos e processos empresariais, e o reconhecimento da necessidade de compartilhar conhecimento. Trata-se do gerenciamento de fluxo de conhecimentos [...]. (MURICI, 2001, p. 49). Schwartz, Divitini e Brasethvik (2000) citando Spek e Spijkervet (1997), explicam que a gestão do conhecimento tem foco no conhecimento como algo primordial para produção e mira no desenvolvimento potencializado do conhecimento presente e futuro. A gestão do conhecimento que indica a forma e quando o conhecimento deve estar disponível dentro de uma organização, instituição, etc. A GC “Emprega um amplo espectro de técnicas e instrumentos para melhorar o desempenho das operações de conhecimento e as capacidades de aprendizagem de um sistema [...]” (SPEK; SPIJKERVET, 1997 apud SCHWARTZ; DIVITINI; BRASETHVIK, 2000). Alguns modelos de Gestão do Conhecimento foram criados para ajudar as organizações e instituições. O mais famoso segundo Trainotti Filho e Trainotti (2018) é o modelo SECI de Nonaka 6 e Takeuchi. Eles apresentam um modelo em que o conhecimento se passa de forma espiral, fazendo a transformação de conhecimento tácito para conhecimento explícito e vice-versa. De acordo com eles a quatro modos de conversão do conhecimento: (1) socialização: de tácito para tácito; (2) externalização: de tácito para explícito; (3) combinação: de explícito para explícito; e (4) internalização: de explícito para tácito. Este ciclo, que se tornou conhecido na literatura como modelo SECI, espiral SECI ou processo SECI [...], está no núcleo do processo de criação do conhecimento. (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 23). A espiral antes mencionada, como se pode ver, se inicia com a socialização e passa pelos quatro modos de conversão, assim formando a espiral. Passando pelos quatro modos o conhecimento é ampliado, esses modos de conversão são descritos por Nonaka e Takeuchi (2008, p. 23), como apresentado na figura a seguir. FIGURA 2 – PROCESSO SECI FONTE: O autor, adaptado de Nonaka e Takeuchi (2008) Nonaka e Takeuchi (2008, p. 23) complementam ainda que esse processo abrange uma mistura diferente dos elementos de geração do conhecimento, como abaixo: 1. Socialização: indivíduo para indivíduo. 2. Externalização: indivíduo para grupo. 3. Combinação: grupo para organização. 4. Internalização: organização para indivíduo. (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 23). Segundo Trainotti Filho e Trainotti (2018, p. 8), “o principal objetivo desse modelo é que o conhecimento não esteja em posse de apenas um indivíduo, que ele seja compartilhável e de acesso para todas as pessoas.” Entende-se então que com a interação entre indivíduo, grupo e organização, Sociali- zação Tácito Explícito Tácito Explícito Externa- lização Combi- nação Interna- lização Compartilhar e criar conhecimento tácito através de experiência direta. Articular conhecimento tácito através do diálogo e da reflexão. Sistematizar e aplicar o conhecimento explícito e a informação. Aprender e adquirir conhecimento tácito novo na prática 7 se é possível gerar novos conhecimentos. Fazendo essa troca o conhecimento não se torna estático e sim em constante evolução. Existem vários outros modelos que se basearam neste de Nonaka e Takeuchi (2008), todos com o mesmo objetivo, que é mostrar que a gestão do conhecimento serve para que ele seja compartilhado entre as pessoas e não guardado para si mesmo, que todos têm algo a contribuir nesse processo de construção e que o conhecimento nunca é o mesmo, está sempre em constante mudança. 4. O PROFISSIONAL DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO A informação na sociedade atual, chamada de sociedade da informação, passou a ser uma matéria-prima muito importante para as organizações, que precisam ir se adaptando às novas exigências competitivas do mercado. Dessa forma é de extrema importância que seja desenvolvido a capacidade de obter e supervisionar as informações, para que se possam identificar ameaças e oportunidades no ambiente externo e também identificar as fraquezas e forças internas. Cançado, Medeiros e Jeunon (2008) citando Taraparoff (2001), apresentam fatores desafiadores para essa busca de inteligência competitiva, como: obter e interpretar as informações externas, organizar as informações para um processo eficaz de conhecimento, agregar o conhecimento dos colaboradores com o da organização, preservar o conhecimento para que se torne sua propriedade e modificar a inteligência coletiva em valor para a empresa. "Diante desses desafios, observa-se que as organizações passam a demandar profissionais que, pela expertise, acessem, analisem e integrem as informações,de forma que elas se transformem em conhecimento aplicável. Isso vai requerer que os profissionais estejam em constante adaptação [...].” (CANÇADO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). As autoras ainda complementam dizendo, [...] a atuação dos profissionais da informação é essencial para as organizações em geral, pois, além da informação ser o próprio instrumento de trabalho desse profissional, ela constitui insumo para construção da vantagem competitiva das organizações. Constata-se, assim, que um novo espaço se abre para os profissionais da informação, implicando a necessidade de atuarem em múltiplos papéis, por meio de parceria com a direção e os demais gerentes nas organizações, criando alternativas, dando suporte e atendimento, e repassando conhecimento. (CAÇANDO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). Esses profissionais precisam ter algumas habilidades, que segundo Silva (2015) “[...] incluem a crítica e investigação de recursos e produtos de informação; os trabalhos com fontes de informação de qualquer natureza; pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da informação, dentre outras.” Adiante será abordado o papel desse profissional da informação. 8 4.1 O PAPEL DO PROFISSIONAL DA INFORMAÇÃO Há várias denominações para se referir aos profissionais que trabalham com a informação, entre eles estão: profissional da informação, agente de informação, profissional do conhecimento, informatas, entre outras. No passado apenas o bibliotecário era considerado um profissional da informação, porém, agora esse profissional abrange outras áreas, tais como: Ciência da Informação, Ciência da Documentação, Gestão da Informação; também se relaciona com profissões como: repórteres, comunicadores, jornalistas e outros. Esse profissional tem cada vez mais o papel de mediador entre a informação e o usuário, mas sua atuação não para por aí, de acordo com Cançado, Medeiros e Jeunon (2008), o profissional da informação tem múltiplos papéis, desde os estratégicos até os operacionais. São eles: administrador de unidades e sistemas de informação – é o administrador gestor responsável pela administração geral [...]. administrador da informação e da coleção – é um filtrador, formador, desenvolvedor, organizador, tratador, processador da informação e da coleção, e preservador da informação. Suas atividades vão desde a seleção e aquisição, passando pela catalogação, indexação [...] e classificação. administrador dos clientes informacionais – é o circulador, dinamizador, mediador, pesquisador, disponibilizador, divulgador, disseminador da informação e participante do fluxo do conhecimento, bem como o responsável pelo treinamento dos clientes e da confecção de novos produtos e serviços informacionais. administrador da transformação e mudança – é tido como o agente social e político, objetivando a transformação e a mudança [...]. (CANÇADO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). Ainda segundo elas “Essas quatro categorias [...] resumem também as competências requeridas ao profissional: gerenciais, técnico-científicas, de comunicação e expressão, sociais e políticas.” (CANÇADO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). Entende-se então, que os profissionais da informação são parceiros empresariais que identificam as necessidades de capacidade informacional em uma empresa e integram suas práticas às estratégias empresariais. (CANÇADO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). Dessa forma, [...] os profissionais da informação ajudam a empresa a captar e gerar informações e conhecimentos que auxiliem na adaptação à mudança, no melhor atendimento às exigências do consumidor e na obtenção do melhor desempenho financeiro pela execução eficaz de sua estratégia, bem como na construção da inteligência competitiva necessária para seu sucesso no mercado. (CANÇADO; MEDEIROS; JEUNON, 2008). Um dos grandes desafios da sociedade da informação, é que ela está cada vez mais tecnológica. Com isso é preciso saber “[...] distinguir o que é verdadeiro daquilo que é falso. Essa 9 não é tarefa fácil [...]” (MENDES, 2007, p. 44), eis onde entra o papel do profissional da informação, que como descrito até aqui tem as habilidades necessárias para fazer essa distinção. “Por isso, podemos concluir que saber é poder. Quanto mais se conhece, possivelmente menos equívocos se cometerá.” (MENDES, 2007, p. 44). E com esses profissionais fazendo a mediação entre a informação e os usuários, ainda menos equívocos acontecerão. “O conhecimento é dinâmico e cumulativo, por isso um processo de toda vida, mas construí-lo na sociedade tecnologizada é um desafio, todavia, tarefa prazerosa e rica em possibilidades.” (MENDES, 2007, p. 44). 5. MATERIAIS E MÉTODOS Para a investigação deste trabalho, foi realizado um estudo a partir dos livros de graduação da área de Biblioteconomia publicados pela Uniasselvi, de artigos na internet e artigos científicos na área da Ciência da Informação publicados tanto no Brasil quanto no exterior, para identificar os autores mais influentes, que foi medida através do número de vezes em que os autores são citados nos textos analisados. A pesquisa desenvolvida foi bibliográfica e utilizou como material de análise da pesquisa, as citações em artigos científicos, livros e artigos na internet. Foram selecionados para a pesquisa os livros do terceiro semestre da graduação de Biblioteconomia do Centro Universitário Leonardo da Vinci, que tem como foco a construção do conhecimento e a Ciência da Informação. Foram utilizados os seguintes livros: Fundamentos da Biblioteconomia e Ciência da Informação e Fontes de Informação. Através dos autores referenciados nesses livros foram feitas pesquisas e selecionados artigos de internet e científicos em que os autores foram citados ou que iam de encontro com o tema abordado pelos mesmos. A coleta de dados compreendeu a extração de citações dos artigos selecionados e sua transcrição em um documento de texto. Para tal, foram coletados: os autores referenciados nos livros e nos artigos, os dados das fontes originais do assunto e dados de artigos relevantes para a ciência da informação. Na análise de dados foram investigadas as citações buscando suas fontes originais e fazendo uma associação com as conclusões feitas com os autores citantes. Permitindo assim uma comparação entre os argumentos e teorias, fazendo uma junção entre elas e criando um novo conhecimento. 10 FIGURA 3 – FLUXOGRAMA DA PESQUISA FONTE: O autor. O objetivo da presente pesquisa é esclarecer com base nas teorias de importantes autores da área, como acontece a construção do conhecimento e principalmente a importância da Ciência da Informação na sociedade atual, a sociedade da informação. 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados encontrados através da análise das teorias e conclusões dos autores, foram: que desde a sua gênese a ciência da informação tem grande importância na extração de informação relevante em meio a tantas outras. O que se mostra cada vez mais necessário com todo o avanço tecnológico que continuamos enfrentando. A informação chega cada vez mais rápido aos usuários, porém, nem toda ela é verdadeira e útil. Através de modelos como a Pirâmide do Conhecimento de Ackoff (1989) e o modelo SECI de Nonaka e Takeuchi (2008), compreendemos que o conhecimento, um bem tão valioso se constrói por meio de dados, informação e experiências que são transformados e ganham utilidade, que ele se passa de forma espiral e não deve ficar sobre posse de uma única pessoa, o conhecimento deve ser compartilhado, só assim evoluímos. Conseguimos identificar como o papel do profissional da informação é cada vez mais importante dentro de uma organização ou instituição. Com a consolidação da internet em tudo no Pesquisa de artigos ou livros dos autores referenciados nos livros de Biblioteconomia. Pesquisa por artigos e livrosrelacionados ao assunto do trabalho. Extração de citações dos artigos e livros. Busca pelas fontes originais das citações. Comparação e junção das teorias e conclusões. 11 nosso cotidiano, esse profissional deve estar ganhando mais espaço no mercado de trabalho, como mediador, construtor de vantagem competitiva, identificador de vantagens externas e de forças e fraquezas internas. Porém, por mais que esses sejam os resultados obtidos através dessa pesquisa, a verdade é que muitas empresas e instituições ainda não sabem o que são e o que fazem os profissionais da informação, assim sendo, não tem ideia da vantagem que estão perdendo de ter com relação a outras organizações. Espera-se que com os atuais problemas de fake news e com os cursos de graduação em Ciência da Informação focando em especialização mais tecnológica, como vem acontecendo, a valorização desse profissional da informação apresentado nos resultados, seja real. 12 REFERÊNCIAS BELLINGER, Gene; CASTRO, Durval; MILLS, Anthony. Data, Information, Knowledge, and Wisdom. 2004. Disponível em: <http://www.systems-thinking.org/dikw/dikw.htm>. Acesso em: 04 mai. 2019. DAVENPORT, Thomas H.; PRUSAK, Laurence. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=p4n9TZ9J3bAC&printsec=frontcover&dq=conhecimento+ empresarial&hl=pt BR&sa=X&ved=0ahUKEwia6MCnjvPhAhUhrXEKHeVRBXsQ6AEIKTAA#v=onepage&q=conh ecimento%20empresarial&f=false>. Acesso em: 28 abr. 2019. CANÇADO, Vera L.; MEDEIROS, Nilcéia Lage de; JEUNON, Ester Eliane. O profissional da informação: uma análise baseada no modelo de múltiplos papéis de Ulrich. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v13n2/a13v13n2.pdf>. Acesso em: 09 jun. 2019. MARQUES, José Roberto. Conheça a Pirâmide do Conhecimento e os Seus Quatro Pilares!. 2017. Disponível em: <https://www.jrmcoaching.com.br/blog/piramide-do-conhecimento-e-os- seus-quatro-pilares/>. Acesso em: 12 mai. 2019. . Entenda como funciona a pirâmide do conhecimento e seus quatro componentes. 2016. 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