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PraticaSimuladaV_CasoConcreto12

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE OU VICE-
PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO 
DE Y. 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
Apelação cível nº: (...) 
RECORRENTE: José 
RECORRIDO 1: Presidente do banco X 
RECORRIDO 2: Presidente da empresa W 
 
JOSÉ, apelante nos autos de Apelação Cível, em que figura como apeladas o 
Presidente do banco X e o Presidente da empresa W, inconformada com o acórdão 
que negou provimento ao recurso de apelação, vem perante V.Exa., interpor o 
presente RECURSO ESPECIAL, o que faz com fundamento no artigo 105, inciso 
III, alíneas a e c da Constituição Federal e do artigo 1029 do CPC de 2015, 
requerendo seja o mesmo recebido, processado e admitido, determinando-se a 
remessa ao Colendo Superior Tribunal de Justiça para apreciação e julgamento. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Cidade, dia, mês, ano 
Advogada, OAB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL 
EGREGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO Y 
 
Recorrente: 
Recorrida: 
 
RECURSO ESPECIAL 
 
Colenda Turma 
 
1.A) DAS RAZÕES RECURSAIS 
 
I – DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Há de se evidenciar aqui, em obediência ao disposto no art.105, inciso III e art. 102, 
III, “d”, da Constituição Federal, que compete exclusivamente ao Superior Tribunal 
de Justiça, processar e julgar a ação que visa demonstrar a inconstitucionalidade 
de lei local, que contrarie entendimento da lei ou entendimento normativo federal. 
 
De tal modo, na presente ação, pretende-se declarar a inconstitucionalidade da Lei 
n. 1.234, do Estado Y em face da lei Lei n. 8.666/1993, cuja competência pertence 
ao Superior Tribunal de Justiça. 
 
 
1.B) – DO CABIMENTO 
 
De análise aos autos restaram as seguintes conclusões; 1. O acórdão recorrido foi 
julgado em ultima instância pelo Tribunal Regional; 2.O acórdão caminhou, data 
vênia, em sentido contrário à lei Federal, lhe afrontando, contrariando e negando-
lhe vigência; 
 
Isto posto, à luz do artigo 105, inciso III, alíneas a e c da Constituição Federal e 
também do artigo 102, III, “d”, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL. como 
meio de alcançar o fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar 
a nulidade da sentença de 1º grau. 
 
 
1.C) DA TEMPESTIVIDADE: 
 
Nos termos do artigo 1.003, parágrafo 5 do NCPC, o prazo para interpor o presente 
recurso é de 15 dias. Dessa forma, considerando que a decisão foi publicada no 
diário oficial na data xx/xx/xx, tendo sido o recorrente intimado na mesma data, 
reconhecidamente o recurso é tempestivo e merece acolhimento 
 
1.D) DO PREPARO E RECOLHIMENTO DE CUSTAS RECURSAIS: 
Em cumprimento às exigências para o recebimento do presente recurso, as custas 
referentes ao preparo já foram recolhidas, conforme demonstram as guias e 
comprovantes em anexo. 
 
1.E) DO PRÉQUESTIONAMENTO 
Uma das exigências para o recebimento e acolhimento da presente ação, é que a 
matéria discutida tenha sido prequestionada. Ressalto que este requisito foi 
cumprido, tendo em vista que o Tribunal a quo se manifestou sobre a matéria no 
julgamento dos embargos de declaração interposto. 
 
1.F) DA SÍNTESE DOS FATOS 
A recorrente ajuizou esta ação tendo em vista que o Banco X realizou a contratação 
direta de uma empresa de informática para atualizar os sistemas do Banco. 
Destaca-se que não foi feita licitação, com fundamento na Lei n. 1.234, do Estado 
Y. 
 
Insta salientar que foi revelado que a referida empresa particular, ao qual prestou 
serviços de informática, pertence ao filho do presidente do banco e nunca prestou 
tal serviço antes. Além disso, o valor pago (milhões de reais) estava muito acima 
do preço de mercado do serviço em outras empresas. 
 
José, ora recorrente, cidadão local, ajuizou ação popular em face do Presidente do 
banco X e da empresa W perante o Juízo de 1ª instância da capital do Estado Y, 
em que pleiteia a declaração de invalidade do ato de contratação e o pagamento 
das perdas e danos, ao fundamento de violação ao art. 1º, parágrafo único da Lei 
n. 8.666/1993 (norma geral sobre licitação e contratos) e a diversos princípios 
constitucionais. 
 
A sentença, entretanto, julgou improcedente o pedido formulado na petição inicial, 
afirmando ser válida a lei estadual que autoriza a contratação direta, sem licitação, 
pelas entidades de direito privado da Administração Pública, analisada em face da 
lei federal, não considerando violados os princípios constitucionais invocados. 
 
José interpôs recurso de apelação, ao qual se negou provimento, por unanimidade, 
pelo mesmo fundamento levantado na sentença. Informo também que foi interposto 
embargos de declaração, o qual fora rejeitado. Desse modo, não resta outra 
alternativa, senão, a interposição do presente recurso especial. 
 
2. DO DIREITO 
2.1) Destaca-se a violação da competência constitucional para legislar acerca de 
licitações, prevista no artigo 22, inciso XXVII da CF. Vejamos: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as 
modalidades, para as administrações públicas diretas, 
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1°, III; “ 
 
Foram violados também, os princípios previsto no artigo 37 da CF, que são 
norteadores da Administração Pública, mais precisamente sobre o princípio da 
moralidade e da impessoalidade, tendo em vista que foi contratado para prestar 
serviços de informática, uma empresa sem licitação, sem experiência na área, por 
um preço muito acima do valor. Verifica-se que supostamente houve uma fraude, 
tendo em vista que o prestador de serviços ser filho do presidente do banco estatal. 
Verifica-se também a violação ao previsto no artigo XXI do mesmo artigo 37da CF, 
que determina a realização de licitação no caso apresentado. Vejamos também: 
“XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as 
obras, serviços, compras e alienações serão contratados 
mediante processo de licitação pública que assegure 
igualdade de condições a todos os obrigações de pagamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, 
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica 
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações.” 
 
A lei 1.234, do Estado Y, ultrapassou os limites da competência do Estado e 
portanto, é inválida. Não obstante, o Tribunal de origem entendeu válida a lei local 
em face da lei Federal, trazendo então um conflito de competências. 
Ainda, também foram violados os artigos 173 parágrafo 1º, inciso III da Constituição 
Federal, que impões às empresas públicas, o dever de licitar. Bem como, foi violado 
o artigo 175 da CF, ao qual diz respeito a necessidade de licitação para prestação 
de serviços públicos. 
3.DO PEDIDO 
Diante do exposto, o requerente requer o conhecimento e o provimento do presente 
recurso especial, pois estão presentes todos os pressupostos de admissibilidade, 
reformando-se a responsável decisão recorrida para declaração de invalidade do 
ato de contratação e pagamento das perdas e danos ao Erário. 
Inversão do ônus de sucumbência, condenação da parte recorrida ao pagamento 
de custas e honorários advocatícios, nos termos do artigo 20 do CPC. 
Termos que, 
 pede deferimento´. 
Local, data, ano 
Advogado, OAB

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