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TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO ▪ A temperatura interior do corpo permanece quase constante, em uma variação de no máximo 0,6ºC – isso permanece mesmo quando expomos a extremos de frio ou de calor; o Isso ocorre por causa do aparelho termorregulador; ▪ A temperatura externa do corpo está sujeita às variações das condições ambientais; ▪ Pode – se observar variações na temperatura normal de pessoa para pessoa em diferentes regiões do corpo; ▪ Os valores térmicos ficam aumentados em condições como: o Exercícios físicos intenso; o Gravidez ou ovulação; ▪ O calor que é gerado no interior do corpo atinge a superfície do corpo por meio de vasos sanguíneos; o Esses vasos formam o plexo vascular subcutâneo, porém pouco calor se difunde para a superfície, por causa do efeito isolante do tecido adiposo; ▪ Quando tem um elevado fluxo sanguíneo, o calor é conduzido da parte interna para a superfície corporal – a redução do fluxo provoca fenômeno contrário; ▪ A condução de calor para a pele é controlada pelo grau de constrição das arteríolas e das anastomoses arteriovenosas. o A vasoconstrição é regulada pelo SN simpático, essa responde às alterações que ocorrem na temperatura corporal interna; ▪ Quando chega na superfície corporal, o calor é transferido do sangue para o meio externo através de: o Irradiação; o Condução; o Evaporação; ▪ A temperatura do corpo é regulada quase inteiramente por mecanismos nervosos de retroalimentação que operam por meio do centro termorregulador (localizado no hipotálamo); ▪ A temperatura corporal é verificada por meio do termômetro clínico – no Brasil é graduado em Celsius (ºC); ▪ Esses termômetros registram temperaturas entre 35ºC e 42ºC; o Já os termômetros eletrônicos, os limites são: 32ºC e 43ºC; TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO ▪ A temperatura corporal pode variar dependendo do local que será realizada sua mensuração; ▪ Esse local de mensuração pode ser: o Axilar; o Oral; o Retal; o Timpânico; o Arterial Pulmonar; o Esofágico; o Nasofaringiano; o Vesical; MENSURAÇÃO AXILAR ▪ No Brasil, o oco axilar é o locam mais habitual; ▪ Primeiro, é necessário higienizar a axila e o termômetro (evitando a presença de umidade no local); ▪ O termômetro deve ser conservado em álcool absoluto ou álcool iodado; ▪ Temperatura Axilar: 35,5 a 37ºC, com média de 36 a 36,6ºC MENSURAÇÃO ORAL ▪ Essa mensuração é realizada na cavidade oral; ▪ Feita pela colocação do termômetro na região sublingual – é necessário termômetros individuais; ▪ Temperatura Bucal: 36 a 37,4ºC; MENSURAÇÃO RETAL ▪ É feita com a aplicação do termômetro na ampola retal; TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO ▪ É necessário o uso de termômetros individuais; ▪ Há uma diferença no estilo do termômetro, o seu bulbo é redondo; ▪ Temperatura Retal: 36 a 37,5ºC, ou seja, 0,5ºC maior que a axilar; MENSURAÇÃO TIMPÂNICA ▪ o local da mensuração é a membrana timpânica; DIFERENÇAS FISIOLOGICAS ENTRE OS LOCAIS DE MENSURAÇÃO ▪ significa que a temperatura corporal está acima da faixa da normalidade; ▪ pode ser causada por transtornos no cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores; ▪ a regulação da temperatura corporal necessita de um equilíbrio entre a produção e perde de calor; o o hipotálamo é o regulador do nível da temperatura corporal; o na febre, este nível está elevado; o a produção de calor não é inibida e a dissipação do calor se amplia por causa do fluxo sanguíneo aumentado através da pele e pela sudorese; SIGNIFICADO BIOLÓGICO DA FEBRE ▪ A febre é mais um sinal de alerta do que um mecanismo de defesa; ▪ Apresenta alguns aspectos nocivos, como: o Aumento da velocidade de todos os processos metabólicos; o Acentuação da perda de peso; o Aumento do trabalho e frequência do coração; o A sudorese agrava a perda de líquidos e sais; TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO o Pode haver mal-estar como consequência da cefaleia; o Calafrios e os suores profusos das febres são penosos para o paciente; SINTOMAS SUBJETIVOS DA FEBRE ▪ A percepção do estado febril varia de pessoa para pessoa; ▪ Quando a temperatura se eleva subitamente, o paciente pode sentir frio ou calafrios; ▪ Algumas vezes o paciente não se dá conta que está febril, já que os outros sintomas dominam o quadro clínico; PATOGENIA DA FEBRE ▪ A exploração da origem da febre deve se levar em conta dois aspectos: o A febre é a manifestação de diversos tipos de processos patológicos, e não apenas das moléstias infecciosas; também pode ocasionar febre as doenças neoplásicas, acidentes vasculares, distúrbios metabólicos e processos inflamatórios; a Lesão Tecidual é um fato comum a todos; o A febre ocorre quando há comprometimento por um desses mecanismo de qualquer tecido do organismo; ▪ Há dois aspectos da resposta febril causada por endotoxinas quanto ao seu provável mecanismo de ação; o Após a inoculação intravenosa, há um período latente variável antes do início da febre; o Durante esse período, os granulócitos circulantes desaparecem virtualmente da corrente sanguínea devido à sua aderência às paredes dos vasos; CARACTERÍSCIMAS SEMIOLÓGICAS DA FEBRE ▪ Início; ▪ Intensidade; ▪ Duração; ▪ Modo de Evolução; ▪ Térmico; INÍCIO ▪ Pode ser súbito ou gradual; ▪ Súbito: percebe-se de um momento para outro a elevação da temperatura; o A febre acompanha quase sempre dois sinais e sintomas que compões a síndrome febril; o É frequente a sensação de calafrios nos primeiros momentos da hipertermia; ▪ Gradual: a febre pode instalar-se de maneira gradual e o paciente nem perceber seu início; o em algumas ocasiões, há o predomínio de um outro sintoma da síndrome febril, prevalece a cefaleia, sudorese e inapetência; ▪ é importante conhecer o modo de início da febre para utilidade prática, já que em algumas afecções, a instalação e súbita, enquanto TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO outras, é gradual, levando dias ou semanas para caracterizar o quadro febril; INTENSIDADE ▪ aplica-se a seguinte classificação, levando em referencia o nível da temperatura axilar; ▪ a intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo; DURAÇÃO ▪ febre prolongada: usada quando a febre permanece por mais de uma semana com ou sem caráter contínuo; ▪ principais causas de febre prolongada: o tuberculose; o septicemia; o malária; o endocardite infecciosa; o febre tifoide; o linfomas; MODO DE EVOLUÇÃO ▪ a informação obtida da anamnese pode servir para a formação de um quadro térmico; ▪ quadro térmico: registro, em uma tabela, da temperatura dividida em dias e subdivididas em horários; ▪ tipos evolutivos de febre: o febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1ºC sem grandes oscilações; o febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia; são imprevisíveis; o Febre Remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1ºC e sem períodos de apirexia; o Febre Intermitente: a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal; registra-se febre pela manhã, mas não a tarde, ou então, em um dia ocorre febre e no outro não; o Febre Recorrente ou Ondulante: período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidospor períodos de temperatura elevada; TÉRMINO ▪ Crise: quando a febre desaparece subitamente; costuma ocorrer sudorese profusa e prostação; ▪ Lise: a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a dia, até alcançar níveis normais; CAUSAS DE FEBRE As doenças que causam febre podem ser divididas em: ▪ Por aumento da produção de calor (como ocorre no hipertireoidismo); ▪ Por bloqueio na perda de calor (como acontece na insuficiência cardíaca congestiva, na ausência congênita das glândulas sudoríparas); Febre Alta ou Elevada acima de 38,6ºC Febre Moderada 37,6ºC 38,5ºC Febre Leve ou Febrícula até 37,5ºC TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO ▪ Por lesão dos tecidos: o Todas as infecções por bactérias, riquétsias, vírus e outros parasitos; o Lesões mecânicas (processos cirúrgicos e esmagamentos); o Neoplasias malignas; o Doenças Hemolinfopoéticas; o Afecções vasculares; o Distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças imunológicas; o Doenças do sistema nervoso central; DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO ▪ É frequente febre após lesão cerebral; ▪ Acidente vascular cerebral é acompanhado de febre moderadas; ▪ Hipertermia neurogênica: a temperatura pode se elevar após intervenções cirúrgicas na região da fossa hipofisária; ▪ Lesão da Medula: acompanha-se de grave distúrbio da regulação da temperatura; NEOPLASIAS MALIGNAS ▪ Quase sempre causam febre; ▪ Carcinoma Broncogênico: a febre pode ser resultado de infecção associada, porém é comum que o tumor seja, também, o responsável; ▪ Hipernefroma e Carcinoma Primitivo ou Metastático do Fígado: febre prolongada; ▪ Linfomas: febre é quase constante, geralmente é o primeiro sintoma; ▪ Leucemia Aguda: geralmente é uma enfermidade febril mesmo quando não há infecção; ANEMIAS HEMOLÍTICAS E PÚRPURA ▪ Algumas anemias hemolíticas são associadas à febre, principalmente as de causa imunológica, e as crises de hemólise na anemia falciforme; ▪ Doenças hemorrágicas: há febre se houver hemorragia nos tecidos; DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS ▪ A maior parte das doenças infecciosas e parasitárias, a febre acompanha outros sinais e sintomas indicando o órgão afetado; o Ex: febre e dor de garganta nas amigdalites; ▪ Há doenças infecciosas que possuem o aparecimento de febre prolongada sem acompanhamento de outros sintomas indicativos da enfermidade responsável por ela: o Tuberculose: provoca quadros febris desorientadores; o Endocardite Infecciosa: na forma subaguda quase sempre está presente um sopro cardíaco; o Brucelose: essa infecção deve ser levada em consideração sempre que se trate de fazendeiros, veterinários ou pessoas que trabalham em matadouros; o Salmonelose: febre que dura semanas sem outros sintomas; o Malária: antes da febre ser intermitente, ela é contínua ou irregular; o Doenças de Chagas Aguda: febre de duração prolongada – principal sintoma; TEMPERATURA CORPORAL - SEMIOLOGIA MILENA BAVARESCO ▪ É a diminuição da temperatura corporal abaixo de 35,5ºC na região axilar ou de 36ºC no reto; CONTROLE DA TEMPERATURA E ENVELHECIMENTO ▪ Os pacientes idosos apresentam alterações no sistema de regulação da temperatura corporal; ▪ A fisiopatologia do controle de temperatura no idoso podem ser sumarizadas: HIPORTEMIA ▪ Sensação de frio diminuída; ▪ Capacidade de perceber as alterações da temperatura diminuída; ▪ Resposta autonômica vasoconstritora ao frio anormal; ▪ Resposta de calafrios diminuída; ▪ Termogênese diminuída; HIPERTEMIA ▪ Limiar central de temperatura elevado; ▪ Sudorese diminuída ou ausente; ▪ Capacidade de percepção de calor diminuída; ▪ Resposta Vasodilatadora ao calor diminuída; ▪ Reversa cardiovascular diminuída;
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