Perguntas e respostas: Síndrome febril

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Síndrome Febril - Estudo Dirigido
1. O que é febre? Febre e hipertermia significam a mesma coisa?
R: Febre ou pirexia é a temperatura corporal acima dos valores de normalidade causada por alterações no centro
regulador hipotalâmico, em que o ponto de ajuste do termostato hipotalâmico é elevado. Vale ressaltar que, febre não
é sinônimo de hipertermia, já que a hipertermia é a elevação da temperatura corporal sem mudança no ponto de
ajuste hipotalâmico.
2. Quais processos determinam a regulação da temperatura corporal? O que ocorre na febre?
R: A regulação da temperatura é determinada por dois processos opostos: 1) geração e retenção de calor e 2)
dissipação de calor (vasodilatação, sudorese). Na febre, a produção de calor não é inibida, porém a dissipação está
ampliada pelo aumento do fluxo sanguíneo através da pele e sudorese.
3. O que é a Síndrome Febril?
R: Síndrome febril é a febre associada a outros sinais e sintomas. Os principais são: astenia, inapetência, cefaleia,
taquicardia, taquipneia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e
convulsões. As manifestações e intensidade desses sinais e sintomas são variáveis.
4. Explique a fisiopatologia da febre.
R: Os pirógenos exógenos causam febre através das citocinas pirogênicas endógenas (IL-1, IL-6, TNF-alfa e
Interferon-gama) produzidas pelos leucócitos fagocitários .Essas citocinas estimulam respostas imunes das células T
e B, macrófagos e leucócitos polimorfonucleares que vão agir nas células endoteliais do hipotálamo produzindo
prostaglandina E2, aumentando o ponto de ajuste de temperatura no hipotálamo anterior e, assim, é ativado
mecanismos de geração de calor. Os mecanismos ativados são: aumento da taxa metabólica, vasoconstrição dérmica
e desvio do sangue para os órgãos internos, tremores. Esses mecanismos aumentam a temperatura corporal levando
ao estado febril.
5. Quais as principais causas de febre?
R: As principais causas de febre são divididas em 3 grupos: 1) Aumento da produção de calor, por exemplo, o
hipertireoidismo.
2) Bloqueio na perda de calor, por exemplo, ausência congênita das glândulas sudoríparas em certas doenças de pele.
3) Por lesão dos tecidos (maior parte das doenças), que são: infecções por bactérias, vírus e parasitas; lesões
mecânicas (cirurgias e traumas); neoplasias malignas; doenças hemolinfopoéticas; afecções vasculares; doenças do
SNC; distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças imunológicas (colagenases, doença do soro, ação de
medicamentos).
6. Quais os locais que podem ser usados para mensurar a temperatura? Qual o local de mensuração mais habitual no
Brasil? Qual a variação de temperatura nesses locais? Qual a técnica ideal para aferir temperatura?
R: Os locais que podem ser usados para mensurar a temperatura corporal são: axilar, oral, retal, timpânico, arterial
pulmonar, esofágico, nasofaringiano e vesical, sendo o oco axilar usado habitualmente no Brasil. As temperaturas
variam de acordo com o local, cujo valores normais são: Temperatura axilar: 35,5 a 37°C, com média de 36 a
36,5°C; temperatura bucal: 36 a 37,4°C; temperatura retal: 36 a 37,5°C, ou seja, 0,5°C maior que a axilar. Para
medir a temperatura axilar deve-se fazer a higiene da axila e do termômetro, evitando-se umidade no local.
7. Como caracterizar a queixa de febre?
A febre deve ser analisada com base nas seguintes características semiológicas:
Início: súbito ou gradual
Intensidade: pode ser usada a temperatura axilar como referência, isto é, temperatura até 37,5º C é classificada como
leve ou febrícula; entre 37,6º C a 38,5º C é de grau moderado; já temperatura acima de 38,5º C é considerada alta ou
elevada.
Duração: saber a duração da febre tem grande importância clínica, podendo ser de início há poucos dias ou febre
prolongada (febre que permanece por mais de uma semana, com caráter contínuo ou não).
Modo de evolução: avaliação de um quadro térmico ou ter como base a anamnese. O modo de evolução da febre é
dividido em:
1) Continua: permanece sempre acima do normal com variações de 1º C sem grandes oscilações. Exemplos: febre
tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia
2) Irregular ou séptica: temperaturas com picos bem altos intercalados com valores menores e até mesmo apirexia.
Exemplos: septicemia e pode aparecer nos abscessos pulmonares, no empiema vesicular, na tuberculose e na fase
inicial da malária.
3) Remitente: variações acima de 1º C sem períodos de apirexia. Exemplos: septicemia, pneumonia, tuberculose.
4) Febre intermitente: temperatura acima do normal clinicamente interrompida por um período de temperatura
normal. Pode ser cotidiana, por exemplo, febre de manhã e período da tarde normal; terçã (febre durante um dia e no
dia seguinte sem febre, que volta no terceiro dia) e quartã, cujo período de apirexia é de 2 dias.
5) Febre recorrente: período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por
períodos de temperatura elevada. Exemplo: alguns tipos de linfomas.
Término: Pode ser em crise, em que a febre desaparece subitamente (paciente apresenta sudorese profusa e
prostração. Também pode ser em lise, cuja febre desaparece gradualmente.
8. Quais os principais grupos de doenças que causam febre prolongada?
R: tuberculose, septicemia, malária, endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite,
brucelose e esquistossomose.
9. Observe o quadro térmico e classifique os modos de evolução da febre.
R: Curva preta: temperatura normal
Curva verde: intermitente
Curva azul: irregular
Curva amarela: Remitente
Curva vermelha: contínua
Referências: Goldman, L. Goldman-Cecil Medicina. Grupo GEN, 2018. 9788595150706. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150706/. Acesso em: 2021 ago. 17.
Celeno, P. C. Semiologia Médica, 8ª edição.Grupo GEN, 2019. 9788527734998. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734998/. Acesso em: 2021 ago. 17.