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Febre: Sinais e Mecanismos

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Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
Febre 
 A febre é um sinal de alerta de que algo no organismo não vai bem, como em casos de 
infecções, doenças autoimunes, neoplasias e induzida por drogas 
 A temperatura corporal em seres humanos, homeotérmicos, é em média 36,5°, com uma 
variação de +/- 0,4°C 
 A temperatura corporal nos diferentes locais de aferição 
 Região axilar (oco axilar) 
 Cavidade oral (região sublingual) – cerca de 0,5°C acima da na região axilar 
 Retal (ampola retal) – cerca de 0,8°C acima da na região axilar 
 
 A variação fisiológica da temperatura corporal é causada pelo ritmo circadiano 
 A temperatura corporal é mais baixa no início da manhã (6h) e mais elevada entre 16h e 
18h, com diferença matinal e vespertina em torno de 0,5°C e 1°C 
 
 Os processos fisiológicos que influenciam a temperatura corporal 
 Mulheres 
 Ovulação – aumento de cerca de 0,6°C 
 Gravidez – aumento discreto, principalmente, no primeiro trimestre de gestação 
 
 Faixa etária 
 Até o segundo ano de vida a regulação da temperatura corporal é imperfeita, sendo 
a criança mais susceptível as temperaturas do meio ambiente e à atividade física 
 Na senilidade isso volta a ocorrer, talvez por menor eficiência do SN Simpático 
 
 Fatores que podem influenciar a temperatura com um aumento de cerca de 3°C 
 Ambientes 
 Uso de drogas 
 Exercício Físico – contração muscular 
 
 Fisiologia e Fisiopatologia 
 A temperatura do corpo é regulada quase inteiramente por mecanismos nervosos de 
retroalimentação que operam por meio do centro termorregulador, localizado no 
hipotálamo. 
 Provavelmente, os mais importantes receptores térmicos são os neurônios 
termossensíveis especiais, localizados na área pré-óptica do hipotálamo. 
 A regulação termostática do frio é feita por receptores situados na medula espinal e pele. 
 Os estímulos que atingem os receptores periféricos são transmitidos ao hipotálamo, no 
qual são integrados com os sinais dos receptores pré-ópticos para calor, originando 
impulsos eferentes no sentido de produzir ou perder calor. 
 Este centro de controle de regulação da temperatura é o chamado termostato 
hipotalâmico, que mantém a sua própria temperatura constante entre 37°C e 
37,1°C 
 
 Produção de calor: 
 Metabolismo basal de todas as células 
 Contração muscular – por exercícios ou tremores 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 Metabolismo extra causado por hormônios, especialmente a tiroxina, hormônio da 
tireoide, mas também por outros como a testosterona ou GH 
 Termogênese química – estimulação simpática com liberação de adrenalina e 
noradrenalina 
 Desacoplamento da fosforilação oxidativa – em situações de produção de 
catecolaminas (grupo de hormônios semelhantes, produzidos na medula 
adrenal), ela consegue realizar a produção de energia na forma de calor de 
uma maneira diferente, ou seja, sem produção de ATP, contração ou 
tremores 
 Esse processo tem mais relevância em recém-nascidos pois ele ocorre no 
tecido chamado gordura marrom, que não está presente nos adultos 
 
 Eliminação de calor 
 Irradiação – transferência de calor através de 
ondas eletromagnéticas para o meio ambiente 
mais frio 
 Convecção – perda de calor para o ar junto à 
pele 
 Evaporação – perda de moléculas de água em 
estado gasoso pelos pulmões e pela pele 
 Condução de calor para outras estruturas 
sólidas, como roupas, que estejam próximas 
 
 Mecanismos de regulação da temperatura corporal 
 Vasodilatação – aumenta a quantidade e sangue no tecido celular subcutâneo 
(pele), facilitando a perda de calor 
 Vasoconstrição (SNS) – diminui o volume de sangue no tecido subcutâneo, 
diminuindo a perda de calor 
 O tecido adiposo propriamente dito serve como isolante térmico, o que é um 
importante fator para regulação térmica 
 Sudorese – mecanismo importante na perda de calor 
 A procura por luz solar, roupas, leque, ventilador, piscina, entre outras coisas, são 
mecanismos comportamentais de regulação de calor 
 
 Reações aos ambientes 
 Ambientes frios – o corpo realiza mecanismos como vasoconstrição e tremor 
 Ambientes quentes – o corpo realiza mecanismos como vasodilatação e sudorese 
 O corpo produz menos tiroxina também, inibindo-a 
 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 
 
 Febre 
 Aumento da temperatura axilar acima de 37,8°C, com alteração do ponto de ajuste 
hipotalâmico (set point) 
 A produção de calor não é inibida, mas a dissipação do calor está ampliada pelo 
fluxo sanguíneo aumentado através da pele e pela sudorese. 
 
 Caso não haja a aferição da temperatura, identificar os sinais e sintomas sugestivos de 
aumento da temperatura como calafrios e tremores, seguido pelos sinais e sintomas 
sugestivos de queda da temperatura, como sudorese importante 
 As vezes o paciente pode apresentar outros sintomas associados, como cefaleia, 
inapetência, êmese, fraqueza, mal-estar, entre outros, o que configura um quadro 
de síndrome febril 
 Além disso, a febre agrava a perde de líquidos e sais 
 
 Mecanismos da febre 
 Na presença de patógenos ou seus componentes (pirógenos exógenos), uma vez 
liberados dentro da circulação geral, os pirógenos alcançam o sistema nervoso 
central e estimulam a liberação de prostaglandinas no cérebro, em particular na 
área pré-óptica hipotalâmica. 
 O organismo responde produzindo os chamados pirógenos endógenos (citocinas 
inflamatórias) 
 Macrófagos: produzem Interleucina 1 (IL-1), 
Interleucina 6 (IL-6), TNF (fator de necrose tumoral) 
e Interferon 
 Línfócitos: produzem TNF e Interferon 
 Medicamentos, como antitérmicos (AINES), são 
eficazes por bloquear a ação da prostaglandina (promovem o aumento da 
temperatura) 
 
Agem no endotélio do hipotálamo, 
produzindo a prostaglandina 2 
(PGE-2), regulando o termostato 
hipotalâmico (TH) para cima, uma 
temperatura maior 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 
 
 Semiologia da febre – devem ser analisadas as seguintes características: 
 Inicio 
 Súbito paciente percebe de um momento para outro a elevação da temperatura e, 
geralmente, é acompanhado dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril, 
sendo a sensação de calafrios muito frequente. 
 Gradual o paciente nem percebe seu início e, em algumas ocasiões, vai 
apresentar um ou outro sintoma da síndrome febril, mais frequentemente a 
cefaleia, a sudorese e a inapetência. 
 
 Intensidade – pode ser classificada tomando como referência a temperatura axilar 
 Febre leve ou febrícula: até 37,5°C 
 Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C 
 Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C. 
 A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. 
 Pacientes em mau estado geral, em choque e as pessoas idosas podem não 
apresentar febre ou ter apenas uma febrícula quando acometidos de processos 
infecciosos 
 
 Duração – febre prolongada: por mais de uma semana 
 Modo de evolução 
 Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de 
até 1°C e sem grandes oscilações; 
 Ex.: febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia 
 
 Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito altos intercalados por 
temperaturas baixas ou períodos de apirexia (cessão/ausência). 
 Ex.: casos de septicemia, abscessos pulmonares, empiema vesicular, 
tuberculose e fase inicial da malária 
 
 Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1°C e sem 
períodos de apirexia. 
 Ex.: ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose 
 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 Febre intermitente: nesse tipo, a hipertermia é ciclicamente interrompida por um 
período de temperatura normal, isto é, registra-se febre pela manhã, mas esta não 
aparece à tarde; ouentão, em 1 dia ocorre febre, no outro, não. Por vezes, o 
período de apirexia dura 2 dias. 
 A primeira se denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. 
 Ex .: casos de malária, infecções urinárias, linfomas e septicemias 
 
 Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal 
que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura 
elevada, sendo que durante a fase de febre não há grandes oscilações; 
 Ex.: cacos de brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas. 
 
 Termino 
 Em crise a febre desaparece subitamente e quando isto ocorre o paciente 
apresenta sudorese profusa e prostração. Exemplo típico é o acesso malárico 
 Em lise significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a 
temperatura diminuindo dia a dia, até alcançar níveis normais. 
 
 Febre de origem indeterminada 
 É um subgrupo de febre 
 Define-se por três critérios obrigatórios: 
 Temperaturas aferidas acima de 38,3° por, no mínimo, duas vezes na semana 
 Duração de, no mínimo, três semanas 
 Permaneça sem diagnóstico após 1 semana ou 3 consultas de investigação 
 
 Em casos de Febre de Origem Obscura/Indeterminada (FOI) considera-se 3 principais 
causas 
1) Infecções 
2) Neoplasias malignas – a temperatura elevada apenas acelera a perda de peso e 
causa mal-estar 
3) Processos Inflamatórios (auto-imunes) 
4) Lesões teciduais 
 
 Hipertermia 
 São temperaturas evidenciadas acima de 41,5°C, em que não há ajuste hipotalâmico, ou 
seja, há uma incapacidade do corpo de perder todo o calor produzido não ocorrendo a 
mudança no “set point” 
 Existem alguns medicamentos e uso de algumas drogas que podem resultar em quadros 
de hipertermia 
 Antitérmicos não adiantam nesses casos 
 
 Avaliação do paciente febril 
 Anamnese e exame físico conferem 80% dos diagnósticos 
 Importante se atentar aos sinais vitais também 
 Qual o objetivo? 
 Elencar as pistas: considerar probabilidades 
 Identificar os sinais de alerta: avaliar a gravidade 
 Rapidez com que o paciente precisa ser investigado 
 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 
 Medição da temperatura 
 Termômetro – armazenamento em solução anti-séptica, geralmente álcool absoluto ou 
álcool iodado, e deve ser limpo antes da medição 
 Dobras cutâneas – axilas ou virilhas 
 Tempo de permanência do termômetro no local é de 2 a 3 minutos 
 Oral – boca fechada e debaixo da língua 
 Retal – constante, fácil de ser aferida, mas não é muito feito por questões culturais 
 Sinal de lanander é quando a temperatura retal é acima de 1°C da temperatura 
axilar, sendo um sinal de infecções inflamatórias do abdômen, principalmente 
apendicite aguda 
 
 Resposta da frequência cardíaca diante da febre  aumento do metabolismo celular 
 Relação pulso-temperatura: para cada aumento em 1°C acima de 37°C de 
temperatura, a frequência de pulso aumenta em 15 bpm, assim, num paciente com 
80 bpm e 39°C, a frequência cardíaca esperada é de 110 bpm 
 Caso não aumente a frequência, pode ser devido a uma incompetência cronotrópica, 
uso de um medicamento beta bloqueador ou uma dissociação pulso-temperatura 
 A dissociação pulso-temperatura acontece em casos específicos, como na 
pneumonia por mycoplasma pneumoniae, na malária falciparum com hemólise 
grave, febre tifoide, outras febres entéricas, brucelose, psitacose, legionelose, entre 
outras doenças 
 Febre factícia – temperatura artificialmente elevada 
 
 Exame clinico tem que ser completo, dando uma atenção especial para órgãos específicos 
quando há uma indicação para a localização da doença 
 Ex..: criança com febre e dor de garganta vs adulto com febre e mialgia 
 
 Febre não é sinônimo de quadro infeccioso, porém, doenças infecciosas são a causa mais 
frequente de febre em todas as faixas etárias 
 Outras causas de febre 
 Neoplasias 
 As doenças neoplásicas ocasionam quadros de febre decorrentes do próprio tumor, 
de infecção, de necrose secundária ou de obstrução das vias excretoras (biliares, 
urinárias ou respiratórias) 
 Tumores frequentemente associados à febre são os linfomas, leucemias agudas, 
hipernefroma e os hepáticos 
 
 Medicamentos 
 1/3 dos pacientes hospitalizados tem reações adversas à medicamentos que podem 
ocasionar em quadros febris 
 Hipersensibilidade ao medicamento que ocasionam reações cutâneas e eosinofilia 
(apenas em 25% dos casos) também podem gerar febre 
 Quando suspeitar? 
1) Quando o paciente está melhorando em vários parâmetros e apenas a febre 
persiste isoladamente 
2) Com a suspensão da droga há resolução da febre em até 48 horas 
3) A febre assume qualquer um dos padrões já relatados, mas o mais comum 
deles é o padrão contínuo 
 
Ana Carolina Simões – MED 105 – Aula PAPM-2 06/08/2021 
 
 Alguns medicamentos cursam com a febre, como o aminoglicosídeos, anti-
inflamatórios (AINE), anti-tireoidianos, anti-histamínicos, hidralazina, metildopa, 
fenitoína, entre outros 
 
 Colagenoses (inflamatória) – doenças reumáticas 
 Doenças Reumáticas  Ex.: lúpus 
 Doenças do tecido conjuntivo 
 Ocorrem, especialmente, em pacientes geriátricos 
 Muito frequente em pacientes com lúpus/LES (mulheres) 
 Embora esteja presente na AR, geralmente é em menor grau 
 Febre reumática é um dos menores critérios nesse caso 
 
 Traumatismo 
 Traumatismo de partes moles ou ósseas 
 Traumatismo craniano, por exemplo, possui correlação da intensidade da febre 
com a gravidade do trauma 
 Lesão da medula espinhal (cervical) 
 
 Miscelânea – inflamação de tecidos cartilaginosos 
 
 Situações especificas: febre no paciente idoso (>65 anos) 
 Pode estar ausente ou mínima em 20 a 30% dos casos, mesmo na presença de infecção 
grave 
 A ausência de febre atrasa o diagnóstico e acarreta em um mau prognóstico 
 A presença de febre em idosos indica infecção grave, geralmente bacteriana 
 Deve-se buscar o foco da infecção e tratar 
 
 Anamnese e Exame Físico 
 A febre é obscura? Faltou valorizar dados da anamnese, do exame físico ou os exames 
complementares minimamente alterados 
 Anamnese abrangente – considerar viagens, internações recentes, medicamentos novos, 
entre outros aspectos 
 Realizar exame físico completo 
 
 Exames complementares 
 Condizentes com as hipóteses feitas a partir da anamnese e do exame físico 
 Em casos de causas infecciosas, explorar na primeira abordagem (maior frequência e 
fácil diagnóstico)

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