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1 UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental RENATA LUZIE DE OLIVEIRA ALVES CARVALHO Queimados 2018 2 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Relatório exigido como parte dos requisitos para conclusão da disciplina de Prática de Estágio Supervisionado em Docência dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sob a orientação da Professora Isabele Lacerda Queiroz Curso: Pedagogia Queimados 2018 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus acima de tudo. A s minhas coordenadoras da instituição onde trabalho que me possibilitou a experiência relatada neste trabalho. A professora Liliane que foi de imensa generosidade durante todo o processo de estágio. E principalmente agradeço aos meus filhos que ainda que com pouca idade foram super compreensivos em minha ausências mesmo estando em casa, porém diante do computador na produção do mesmo. Obrigada! 4 EPÍGRAFE Se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. Paulo freire 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 06 2. UM BREVE HISTÓRICO DA INSTITUICÃO .................................................... 06 3. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA OBSERVADA ............................................ 07 4. CARACTERIZAÇÃO DA TURMA OBSERVADA ............................................. 09 5. PPP .................................................................................................................. 10 6. ASPÉCTOS PEDAGÓGICOS GERAIS OBSERVADOS NA TURMA .............. 10 7. REGISTRO DAS PRÁTICAS EM LÍGUA PORTUGUESA ............................... 13 8. REGISTRO DAS PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO FÍSICA ................................. 15 9. REGISTRO DAS PRÁTICAS EM MATEMÁTICA ............................................. 16 10. REGISTRO DAS PRÁTICAS EM HIST. GEO E CIÊNCIAS ........................... 17 11. INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA .................................................................... 18 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 19 13. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 20 ANEXO 6 1. Introdução O presente relatório descreve as análises e observações que fiz durante meu estágio na turma de Ensino Fundamental do Centro Educacional Manuel Pereira, levando em consideração o processo de ensino-aprendizagem dos alunos, a relação entre professor e aluno, a escola como transmissora de conhecimentos e valores. Essa escola foi escolhida pra estágio por mim, por já exercer uma função administrativa na mesma. Tendo a experiência de gestão, gostaria de adquirir experiência como docente. Durante a coleta de informações foi possível aprofundar-me e conhecer mais um pouco sobre essa modalidade de ensino e adquirir experiências na prática na área que pretendo exercer,tendo em vista que a observação foi de modo geral analisando também quesitos como: A caracterização da escola, estrutura e funcionamento da escola, caracterização da turma, o PPP (Projeto Político Pedagógico) da escola, a relação instituição-família. Neste presente trabalho caracterizarei a escola, descrevendo as condições físicas e estruturais do espaço onde se encontra a mesma e a percepção da escola acerca do lugar e do papel da leitura e escrita, do brincar, do cuidar para a formação das crianças inseridas no contexto escolar. Também será caracterizado o cotidiano das crianças. Farei a descrição da turma e das rotinas realizadas dentro e fora da sala de aula e a análise crítica das atividades pedagógicas desenvolvidas pela professora da turma. Foram consideradas nesta observação a metodologia empregada, o planejamento das aulas e a avaliação dos resultados, bem como o interesse das crianças pelas atividades. 2. Um breve histórico da instituição observada O Centro Educacional Manuel Pereira está localizado no centro do município de Queimados, na rua Eugênio Castanheiras, nº 59, no CEP: 26380-000, completa este ano de 2016, 62 anos em atividade no município. A instituição tem uma localização privilegiada, estando a mesma próxima a terminais rodoviários e de trens. 7 Fundada em 02 de maio de 1956, pelos professores: Joaquim de Freitas, José Havelino Xanchão, José Vinícius Marinho Frias, Vicente de Paula Romano Quintão, Maria Corágio Pereira Xanchão e Waldir Vilela, passando a ser dirigido logo depois pelo Educador e visionário Prof. Joaquim de Freitas. Hoje o Centro Educacional Manuel Pereira mantém a hierarquia familiar tendo como diretor o seu primogênito Marcos Eduardo Fernandes de Freitas. Figura 1 – frente da escola 3. Caracterização da escola observada Funcionamento A escola atua em todos os seguimentos da educação básica, desde a educação infantil ao ensino médio, tendo na educação infantil duas turma de maternal I (faixa etária de 2 anos), duas turmas de maternal II (faixa etária de 3 anos), duas turmas de Pré I (faixa etária de 4 ano) e uma de Pré II (faixa etária de 5 anos). No ensino Fundamental I uma turma de cada ano nos dois turnos, manhã e tarde. O Ensino Fundamental II formado por duas turmas de cada ano apenas no turno da manhã, assim como no Ensino Médio uma turma de cada série no turno da manhã. Sua equipe pedagógica é composta de 2 coordenadoras: Cláudia Lúcia e Marcela Figueira, além de Secretaria, lotada por um dos funcionários mais antigos da escola, o secretário, Sr.Gentil Gomes, que está a 8 aproximadamente uns 50 anos a frete da mesma. Conta ainda com uma equipe administrativa formada por quatro funcionários, dos quais faço parte. Ainda conta com três inspetores de disciplina. No ensino fundamental I, a equipe pedagógica conta com 10 professoras. Cada sala do ensino fundamental I possui 1 estante, 1 smart TV (com acesso a internet) televisão. As sala são localizadas no 1º andar do prédio, não possui rampas, apenas escadas. O banheiro fica no mesmo andar no fim do corredor e no mesmo corredor também tem um bebedouro. A entrada das crianças se dá no pátio, ao tocar do sinal as mesmas formam em fila indiana por ano escolar. Fazem isso automaticamente. Alguns funcionários orientam as filas até que as professoras se posicionem e encaminhem suas turmas cada uma para sua respectiva sala. O horário do recreio no turno da manhã acontece às 9h50 até às 10h20. A Sala que eu estagiei é ampla, arejada, possui janelas e ar-condicionado. A mobília é adequada e suficiente para a turma. A instituição atende aos alunos em dois turnos: Manhã, das 7h20min às 11h50min; Tarde, das 13h10min às 17h40min. A secretaria funciona de segunda a sexta da 07h às 18h. 9 4. Caracterização da turma observada O meu estágio foi realizado na turma do 1º ano do ensino fundamental na faixa-etária de 6 e 7 anos, composta por 18 alunos. A professora regente, Liliane Severo, graduada em Pedagogia. A turma é bem ativa, comunicativa e os alunos são bem próximos da professora. Os alunos, de perfis familiares diversos, se socializam bem de acordo com suas culturas. O Planejamentodas aulas é realizado semanalmente, levando em consideração que Ensino do CEMP utiliza de dois métodos educacionais, o construtivismo de Jean Piaget e o tradicional, tornado assim, o plano de aula mais flexível. Os conteúdos programáticos são realizados bimestralmente e os objetivos propostos são de acordo com o planejamento diário da turma. A avaliação é feita através de testes e provas. Os testes acontecem semanalmente, uma disciplina por semana e as provas, nas tradicionais semanas de provas. As datas das avaliações são informadas através de um calendário disponibilizado na agenda do aluno sempre no início do bimestre. Notei a forte presença do tradicionalismo na forma enfileirada das carteiras, na direção do quadro, onde a professora é a portadora do “poder” e da transmissão do conhecimento, em contra ponto, percebi em muitos momentos a interação da turma onde a intervenção dos alunos era solicitada pela professora regente e a mesma respeitava cada participação e as incentivava com indagações relevantes ao assunto. Ex: Num certo bate-papo com a turma Liliane, a professora, pergunta a seus alunos como se da o acompanhamento dos pais em relação às atividades de casa e se eles aprenderam algum assunto em casa diferente da forma que aprenderam na sala de aula. Uma das alunas relatou que aprendeu a somar em casa antes de ter aprendido na escola, pois sua mãe lhe ensinava cantando uma “musiquinha” bem divertida. 10 5. PPP – Projeto Político Pedagógico O PPP do CEMP é divido por segmento. Tive acesso somente a parte que se refere ao Ensino Fundamental. O PPP leva em consideração a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96, a Constituição Brasileira, Estatuto da Criança e do Adolescente, Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – PCN’s. Declaração Universal do Direito da Criança – UNICEF, a deliberação n°01/99 do Conselho Municipal de Queimados. A escola defende como suas, a missão de capacitar o indivíduo para que este alcance qualquer que seja, seu objetivo profissional, dentro de uma formação humanista e social. Tendo como visão ser referência de um ensino dinâmico, atualizado e que estimule constantemente os indivíduos a pensar e a conquistar, fazendo com que ele estude par a vida e não para a escola. E os valores que a escola tem como prioridades são: comprometimento, transparência, ética, profissionalismo, carinho e respeito. A didática dessa é que a escola deve ensinar o aluno a entender e refletir sobre os problemas de maneira global. O maior valor da educação é ensinar o aluno a pensar. Ao atiçar o pensamento, a forma do estudo também muda. Não basta dizer que o consumo exagerado degrada o Planeta, o aluno deve entender essa cadeia e pensar em soluções para evitar a destruição dos recursos naturais. Aliado a isso, a participação da família é perfeitamente fundamental. 6. Aspectos pedagógicos gerais observados na turma O estágio supervisionado nesta instituição é uma contribuição para a minha formação profissional na área da educação, já que estabelece a relação entre teoria e pratica, possibilitando o educador ao entrar na sala de aula ter uma posição crítica diante as dificuldades existentes no contexto escolar. Este trabalho foi realizado através da observação de uma turma do 1º ano do ensino fundamental, sendo que relata as experiências e atividades vivenciadas na observação dentro do estágio supervisionado na escola, 11 sendo este um dos estágios que compreende o curso de licenciatura em pedagogia da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro. O relatório de observação do estágio supervisionado estabelece a relação de ser uma ferramenta de registro fundamental para o profissional e pessoal acadêmico, pois nele são apontados de forma crítica os momentos de conflitos e diversidades existentes no contexto escolar durante a observação. Além de ser uma fonte de pesquisa, em que tem como propósito instigar o aluno a pensar e repensar sobre o processo de ensino-aprendizagem, analisa também as metodologias que são aplicadas na escola. A entrada acontece às 7h20min. Na entrada os alunos aguardam no pátio até ouvir o som do sinal. Ao Som do sinal eles se colocam em fila indiana próximo a escada que os leva para sala de aula. Neste momento a professora se posiciona próximo a turma na fila e os conduz até a sala. Chegando na sala, ela os cumprimenta e dá alguns minutos para as novidades enquanto se organizam em suas respectivas cadeiras. Ao chegar na sala houve um certo agito, pois como eu mencionei antes, já exerço uma função administrativa na instituição , portanto, alguns alunos já me conhecem o que gerou curiosidade. Mesmo a turma me conhecendo a professora me apresentou e explicou o motivo da minha presença na sala de aula. Posicionei-me numa cadeira no cantinho da sala, inicialmente percebi que o comportamento foi alterado pela minha presença, mas logo eles acostumaram e ficaram a vontade, tão a vontades que em alguns momentos a professora tinha que usar da autoridade para acalma-los. Dois alunos tinham muita dificuldade de permanecer na própria cadeira, em vários momentos a professora tinha que pedir para que eles retornassem aos seus lugares para concluir a atividade proposta para aquela aula. A turma é bem tranquila e conhecem bem a dinâmica da sala de aula. A professora só permitiu que saíssem do lugar na atividade de desenho livre, onde eles podiam escolher onde ficariam. Ao logo da semana, além da professora Liliane, que é a regente da turma, ele recebem aula de Raciocino Lógico, com professor Carlos Henrique que trabalha matemática e xadrez com os alunos, aula de Inglês com a professora Rosilene, Educação Física com a professora Renata Jordão e LIV (Laboratório Inteligente de Vida) – Esta disciplina 12 promove o trabalho em equipe, aborda assuntos a cerca do bullyng, debate sobre as diferenças, estimula escolha responsáveis... É um trabalho muito interessante. Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; (BRASÍLIA, 1997) Quanto a atuação pedagógica da professora acontece de forma clara e objetiva, a mesma coloca a sua liderança, as técnicas, a sua linguagem, de forma clara a fazer com que os alunos entendam que estão ali para aprender e socializar. Ela utiliza recursos visuais como DVD, livros, e controla os alunos de forma segura, avalia os atribuindo algumas palavras como lindo, bom, Show, ou quando o aluno não faz a tarefa coloca frases de incentivo como: “Você é capaz! Realize a atividade. Sei que você consegue!” e manda aos pais um bilhetinho e procura conversar sempre . Com relação ao relacionamento aluno-professor e professor-aluno, percebe-se uma grande troca de afeto, carinho e respeito além do prazer de ensinar. Sobre as características pessoais d o professor, demonstra amor, paciência, respeito às fases da criança, criatividade e muita vontade de querer alfabetizar. Os dias letivos e o calendário escolar é construído pela coordenação respeitando os limites de dias letivos já pré determinado pelo Secretaria do Estado de Educação. São o mínimo de 200 dias letivos. Pude observar o quanto os alunos progridem e se comunicam melhores a cada semana, e com a socialização eles aprendem muitas coisas uns com os outros. Sem dúvidas a rotina diária estimula-os,pois conseguem distinguir a atividade que irão realizar em cada tempo, além de não tornar as atividades maçantes. A rotina é compreendida como uma categoria pedagógica da Educação Infantil que opera como uma estrutura básica organizadora da vida cotidiana diária em certo tipo de espaço social, creches ou pré- escola. Devem fazer parte da rotina todas as atividades recorrentes ou reiterativas na vida cotidiana coletiva, mas nem por isso precisam ser repetitivas. (BARBOSA, 2006, p. 201). Dentre as atividades os alunos se interessam por músicas e atividades de pinturas, de desenhos, e construção. A ideia central é que as atividades planejadas devem contar com a participação ativa das crianças garantindo às mesmas a construção das noções de tempo e de espaço, possibilitando-lhes a compreensão 13 do modo como as situações são organizadas e, sobretudo, permitindo ricas e variadas interações sociais.( DIAS, 2010, p. 13). Em relação ao conteúdo ministrado pela professora, o mesmo faz parte de um cronograma oferecido pelo sistema de ensino adotado pela escola onde a mesma o adapta de acordo com o andamento da aula. As crianças estão sendo alfabetizada, já leem silabando e algumas dificuldades como “ch”, “lh”, “rr”, “ss”... percebe-se que cada uma responde as atividades de formas diferentes. Uns reconhecem imediatamente algumas palavras, quando outras ainda encontram dificuldade na hora de soletrar. Notei que há um respeito por parte da professora no que diz respeito a ao tempo de aprendizagem de cada aluno. O Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 1998) afirma que conhecer as características e potencialidades das crianças, e ao mesmo tempo, reconhecer seus limites é essencial para o desenvolvimento da sua identidade e para a conquista da autonomia. (BRASIL, 1998). 7. Registros das práticas em Língua Portuguesa Neste dia cheguei depois que a turma já estava acomodada na sala. Eles ainda se organizavam nas cadeira e a professora fazia algumas trocas de lugar, Essa troca de lugar acontecia frequentemente para evitar a conversa entre alunos durante a ministração das aulas. Liliane pede que os alunos retirem o caderno de Língua Portuguesa da mochila. Então ela começa a passar uma atividade no quadro. Neste momento toda a turma está em silêncio. Enquanto eles copiam a professora explica como serão as atividades ao longo da aula. 14 Todos copiaram com facilidade e percebi uma certa competitividade para ver quem acabava primeiro. Gabriel Pergunta: _ Tia Hoje é só até o nº 5? Ela responde: _Sim, hoje é até o nº 5. _Então eu já acabei! Ele grita. _Eu também! _Eu também! Começam a dizer simultaneamente. Os que terminam começam a conversar e se levantar. A professora que estava em silêncio fazendo correção, chama a atenção de Raphael que foi até ao quadro mostrar onde está copiando. (durante a aula ele fez isso inúmeras vezes). Quem terminou? Pergunta Liliane. _Eu! _Eu! _Eu!... quase todos haviam terminado. O último grita: _Acabei!! Era o Raphael. A professora explica a atividade... Ela distribuiu para cada aluno uma folha com um desenho em branco. Os desenhos eram objetos: Pena, casa, bola, boneca, boné, peteca... E disse que eles deveriam criar uma frase com a palavra que representava o desenho. Ela deu um exemplo segurando uma caneta na mão. _Esta caneta é da Liliane. Eles entenderão e começaram a produção. Liliane lembrou-os que ao iniciarem a frase deveriam usar letra maiúscula e nos nomes de pessoas também, além do ponto final no término da frase. Alguns vão até a mesa dela para tirar dúvida em relação a escrita das palavras. Após as frases prontas a professora pede que ele pintem o desenho, pois depois ele apresentariam o trabalhinho. Quando os alunos terminaram de pintar ela pergunta quem quer começar a apresentar sua frase e seu desenho para a turma. Gabriel se levanta e diz que quer falar. E ela consente. _O rato caiu no mato. E assim todos os alunos fizeram. Depois que leram a professora pediu que cada um pendurasse seu trabalho no varalzinho da leitura. Em seguida ela começaria o ditado e informou aos alunos que sortearia as frases criadas por eles para o mesmo. E assim o fez. 15 A atividade foi simples, porém valorizou o esforço e a criatividade promovendo neles autoconfiança e a comunicação entre eles. Conforme um dos objetivos dos PCN’s de Língua Portuguesa: Utilizar as diferentes linguagens — verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal — como meio para produzir, expressar e comunicar suas idéias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação; (BRASÍLIA, 1997) 8. Registros das práticas em Educação Física Na semana do trânsito, uma data que faz parte do calendário de projetos do aluno enviado pela agenda no início do bimestre, a professora pede aos responsáveis que em um dia específico, levem um carrinho com um cordão amarrado. Neste dia após várias atividades que trabalharam placas, cores, direção, espaço, velocidade, números, percepção de sons diversos, atenção, respeito,... – as crianças são levadas à quadra onde a professora de Educação Física Renata Jordão já preparou um circuito completo de trânsito com faixa de pedestre, semáforo, placas... A turma foi divida em dois grupos, um representaria os transportes e o outro os pedestres e depois inverteriam os papéis. Então começou a “brincadeira”. Os alunos que representam os transportes, conduziam brinquedos por todo percurso onde eram orientados a respeitar a faixa de pedestres, o sinal de trânsito, as placas e a velocidade. A experiência, para eles, pareceu ser muito positiva. Todos responderam a alguns questionamento da professora durante o trajeto. De acordo com Vygotsky (1987b), no início da vida da criança, sua ação sobre o mundo é determinada pelo contexto perceptual e pelos objetos nele contidos. Entretanto, quando se iniciam os jogos de faz-de-conta, há um novo e importante processo psicológico para a criança, o processo de imaginação, que lhe permite desprender-se das restrições impostas pelo ambiente imediato. A criança é agora capaz de modificar o significado dos objetos, transformando uma coisa em outra. Assim, o campo de significado se impõe sobre o campo perceptual.Borba,- 16 9. Registros das práticas de Matemática Após o recreio as crianças chegam na sala um tanto mais agitadas. A professora demora a acalma-los. Quando enfim consegue, solicita que os alunos peguem o caderno de matemática e passa uma atividade para copiar do quadro. Liliane explica que após concluírem o dever passado no quadro ela colaria uma folhinha no caderno com mais uma atividade. Miguel não entendeu o objetivo do exercício de nº 1 passado no quadro (Escreva de 1 em 1 até 10.). A professora pergunta o que ele entendeu do que foi proposto. Ele pergunta: _ É contar... 1, 2, 3, 4,...? _ Isso! Responde a professora. A professora vai para o quadro explicar a questão nº 2 (Escreva de 2 em 2 até 10). _ Escrever de dois em dois é pular um número. Então se tenho que pular um, em qual número devo começar? A turma responde: _ Dois! A professora passa o professora passa o exercício nº 3 (Escreva de 3 em 3 até 12). E explica a mesma lógica. _ De três em três você conta a partir de três e pede que eles disponham de três dedos e começa a contagem. 17 A metodologia desta aula está aula tem a forte presença do tradicionalismo, onde o único método de detenção do saber é através das informações fornecidas pelo professor. Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um professor razoavelmente bem preparado.Assim, as escolas eram organizadas em forma de classes, cada uma contando com um professor que expunha as lições que os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercÌcios que os alunos deveriam realizar disciplinadamente. (Saviani, 1991. p.18) 10. Registros das práticas de História, Geografia e Ciências Esta disciplina, nesta instituição, as disciplinas são integradas. Neste dia, a professora preparou uma dinâmica, porém antes de iniciar a professora iniciou uma conversa sobre diferentes costumes, e abordou vários temas, como religião para quem tinha uma, modo de se vestir, comportamento em família, atividades preferidas, respeito pelo próximo... enfim, os alunos falaram de suas experiências, dos lugares que gostam de frequentar, o que gostam de assistir em casa, de como gostam de se vestir e etc. Após a conversa a professora pôs em prática uma dinâmica, onde ela passaria um fio (linha de lã) aluno por aluno e cada um deveria dizer algo em que gostaria de ser respeitado. Brilhantemente, cada aluno expôs sua petição: _Gostaria que meu amigo me respeitasse na fila da merenda quando chego primeiro. _Gostaria que meus pais me perguntassem se quero ir para festa de gente grande. É chato. Não tem nada pra fazer. _Gostaria que meu pai não trocasse de canal quando eu estiver assistindo desenho. Eu não posso fazer isso com ele. ... E foram orientados pela professora a se pronunciarem em relação ao respeito que gostariam de receber com as pessoas as quais citaram. À medida que a criança é compreendida como ser ativo, crítico, criador de cultura, é importante considerar seu movimento de construção de significados nas brincadeiras, gestos e palavras que se expõem nas relações entre os pares e com os adultos. Ganhar estatuto de sujeito significa ser reconhecida em seus direitos e modos de expressão, 18 autora, participante da sociedade, cidadã de pouca idade (BRASIL, 2009, p.22) 11. Intervenção Pedagógica É uma segunda feira, e depois de todo processo de chegada dos alunos a professora informou que eu faria uma atividade com eles. Ela me deixou muito a vontade e o fato de eu já conhecer os alunos ajudou muito, pois os chamava sempre pelo nome. Pedi que a turma a ajudasse a colocar as cadeiras em forma de circulo. Houve um breve momento de barulho desordenado até que cada um chegasse ao seu lugar na roda. _Todos em seus lugares? Perguntei, onde responderam em unanimidade: _ Siiiimmmm!!! Então comecei. _Quem aqui já assistiu algum filme no cinema? Perguntei _Eu! Respondeu toda a turma eufórica. Posicionei-me no centro da roda escolho uma aluna, Alexia. E pergunto: _Qual foi o filme que ela assistiu? onde a mesma responde: _ Frozen. _Que legal! _Você é capaz de nos contar a história do filme? _Sim. E contou. Foi interrompida várias vezes pelos alunos que queriam lembra-la de algum fato esquecido por ela. E assim foi com vários outros alunos que concordaram em contar algum filme que haviam assistido. A conversa foi longa, a participação da turma foi total e após a conversa e relatos de várias situações envolvendo uma visita ao cinema, eu pedi que cada aluno fizesse um desenho do filme preferido. Durante os relatos tive um bom domínio em relação aos momentos de euforia, o fato da turma está em circulo facilitou muito o contato visual com toda a turma. Quando todos terminaram seus desenhos pedi que um a um levasse seu desenho no centro roda onde mostraria ao restante da turma que tentariam adivinhar qual seria o filme ilustrado. A conversa seguida de uma atividade teve grande sucesso entre os alunos. Todos falaram muito bem, ainda que ocultando alguns fatos ou 19 gaguejando um pouco. Tive o cuidado de parabenizar cada um que foi até o centro da roda para expor seu filme preferido e onde assistiu. Contei meu filme preferido e onde assisti, nesse momento a turma silenciou-se e ouviu atentamente. Para Vigotski a noção de consciência é aquela que ao alterar o meio natural, altera se a si mesma. O ser humano se constitui na relação que estabelece com o outro. Cabe observar que a interação social é um processo no qual as dimensões cognitiva e afetiva não podem ser dissociadas. Interagindo, as crianças não apenas apreendem e se formam, ao mesmo tempo, criam e transformam – o que as torna constituídas na cultura e suas produtoras. Essa concepção implica em percebê-las como sujeitos ativos que participam e intervêm na realidade ao seu redor. Suas ações são suas maneiras de re-elaborar e recriar o mundo. Aos adultos cabe a importante função de mediação. (Motta, 2011, p. 69) 12. Considerações finais O presente relatório foi realizado com o objetivo de me proporcionar vivências em um ambiente escolar, no qual tive a imensa satisfação em poder fazer parte da rotina da sala de aula, atuando principalmente em uma sala de 1º ano do Ensino Fundamental. Fui bem aceita e acolhida pela turma apesar da dificuldade inicial da disponibilidade da empresa permitir que eu me ausentasse do meu ofício para observar as aulas da turma do 1º ano. As experiências vividas serviram de imensa contribuição para o meu aprendizado, pude vivenciar aulas maravilhosas, estive com profissionais excelentes que trabalham com dedicação e amor. Certamente esse estágio serviu para meu desenvolvimento tanto profissional quanto pessoal, dele irei levar muitos ensinamentos, muitas alegrias, o carinho recebido por todos, principalmente pelas crianças que cativam. Quanto a professora com quem tive o prazer de estagiar, sempre a levarei em minhas lembranças, pessoa amável, dedicada, profissional completa que trabalha com amor. Por fim esse estágio superou minhas expectativas iniciais, guardarei cada experiência com carinho. 20 REFERÊNCIAS BORBA, Ângela Meyer. Educação Infantil e construção do conhecimento na contemporaneidade: alguns eixos orientadores das práticas pedagógicas. Um Salto Para o Futuro, Internet, p. 1-13, 2001.7 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998. BRASIL, Ministério da Educação, (1997). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF. CORSINO, Patricia - MOTTA, Flavia Miller Naethe - SANTOS, Núbia. Não pode colar peixe voando: Crianças e alunos no trabalho pedagógico. In Kramer, Sonia (org) Retratos de um desafio - Crianças e adultos na educação infantil: interações, práticas e instituições. 1ª edição, São Paulo, Ed. Ática, 2009 SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. S„o Paulo: Cortez, 1991. http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-familia-no-processo-de- aprendizagem-na-educacao-infantil/134575/#ixzz46OQtN34M http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/28/ 11122013185355.pdf http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-familia-no-processo-de-aprendizagem-na-educacao-infantil/134575/#ixzz46OQtN34M http://www.webartigos.com/artigos/a-importancia-da-familia-no-processo-de-aprendizagem-na-educacao-infantil/134575/#ixzz46OQtN34M 21 ANEXOS 22 Plano de Aula Disciplina: Artes Conteúdo: Fazer artístico Duração: 30 minutos. Público alvo: 1º ano do ensino fundamental. Objetivos: - Promover a comunicação entre os alunos - Criar conceitos dos diferentes tipos de artes - Incentivar a criatividade a partir de um fato Recursos: - roda de conversa - papel A4 - giz de cera - lápis de cor - canetinhas Procedimentos: Iniciaremos a aulaconversando sobre o filme preferido assistido no cinema. Os alunos serão incentivados a relatar essa experiência. Após será distribuída uma folha onde serão orientados a desenhar algo que lembre o filme assistido, depois eles terão que apresentar os desenhos e os colegas tentarão adivinhar qual é o filme. Avaliação: A avaliação será feita ao longo da aula, mediante a participação dos alunos, questionário oral, questionamentos e conclusões sobre a atividade e a aula.
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