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DISTROFIAS CIRÚRGICAS ABSCESSO → Definição: Processo infeccioso agudo circunscrito por tecido fibroso contendo pus (bactérias + restos celulares + células inflamatórias). · Deve ter uma porta de entrada para bactérias · Principalmente Streptococcus e Staphylococcus. → Causas: · Trauma secundário à mordedura · Corpo estranho · Punção · Injeções → Patogenia · Bactérias penetram o tecido iniciando processo inflamatório, promove destruição tecidual, proliferação de neovasos, fibroblastos e colágeno para formação de cápsula. → Sinais clínicos · Apenas sinais locais (* cápsula) · Imaturo: < 3-5 d., ↑ volume local, ↑ T°C, consistência periférica pastosa, consistência centro firme, dor local, congestão local. · Maduro: 5 d., ↑ volume local, T°C normal, consistência periférica firme, consistência centro flutuante, sem dor, congestão normal. → Diagnóstico · Anamnese, inspeção, palpação, tempo de evolução (agudo) → Diagnóstico diferencial · Neoplasias · Granuloma: células inflamatórias não destroem as bactérias, levando a formação de células gigantes e cáseo = processo inflamatório crônico. Tem formação de cápsula. Ex.: Mycobacterium, fungos (criptococose), fios de sutura. · Hematoma/Seroma. → Tratamento Abscesso imaturo · ATB sistêmico = Cefalosporinas, Amoxicilina + Clavulanato, Enrofloxacina, Metronidazol (se a causa for mordedura). · Promover agudização do processo = aquecimento local com compressas mornas por 10 a 15 min – Vasodilatação (acelerar o processo inflamatório). Abscesso maduro · Lancetagem: incidir cápsula na porção mais ventral possível de extensão suficiente para drenagem. · Lavar a área com anti-sépticos locais (Clorex., PVPI), desbridamento químico (H2O2 ou iodo 2% no 1º dia). · ATB até cicatrização total · Curativo: TID/5 dias + limpeza + rifamicina local. FLEGMÃO → Definição: Processo infeccioso não totalmente circunscrito por tecido fibroso contendo pus. · Necessita de porta de entrada de bactérias. · Áreas firmes e áreas flutuantes (“abscesso espalhado”). · Mesmas causas de abscessos. · Ocorre falha no processo inflamatório, menor resposta celular e não há formação de capsula fibrosa. · Imunossuprimidos = septicemia. · Evolução rápida. → Sinais clínicos · Locais = aumento de volume, não delimitado, áreas de aumento de T°C, evolução em >1 semana. · Sistêmicos = síndrome febre – hipertermia, anorexia, apatia, aumento de FC e FR, mucosas congestas, estupor (indícios de choque séptico) · Hemograma: leucocitose, linfopenia e monocitopenia (imunossupressão), leucopenia (fim choque séptico). → Diagnóstico · Histórico, anamnese (tempo de evolução), exame físico, punção em local flutuante. → Tratamento · ATB sistêmico – evitar bacteremia e septicemia, min. 15 dias (IV ou VO). - Cefalexina, Amoxicilina, Enrofloxacina, Metronidazol. - Staphylococcus, Streptococcus, Clostridium, E. coli. · Drenagem – idem abscesso. · Não fazer compressas – processo não é delimitado por cápsula e pode ter disseminação sistêmica (vasodilatação). · Tratar doença de base se houver. FÍSTULA → Definição: Ocorrência de trajeto fistuloso a partir de um ponto que precisa ser drenado, seja conteúdo fisiológico ou patológico, que por algum motivo precisa ser expulso para o meio externo. · Trajeto fistuloso: apresenta células secretoras que se adaptam nessa região permitindo secreção de fluidos/transudatos + drenagem de conteúdo, prejudicando a cicatrização → Etiologia · Local com algum tipo de conteúdo, processo inflamatório que estimula drenagem desse conteúdo. · Fisiológica: fístulas de teto, associado a lactação (grandes animais). · Patológicas: corpos estranhos (ex. fios de sutura), processo inflamatório. · Ferida com orifício, presença de secreção serosa a purulenta, longo tempo de evolução, que não cicatriza. · Geralmente não há sensibilidade dolorosa. → Diagnóstico · Histórico, anamnese, sinais clínicos, inspeção. · Sondagem com sonda uretral de pequeno calibre ou cateter pelo orifício e observar progressão da sonda. Se não progredir não é fistula. · Fistulografia com contraste iodado - observar trajeto fistuloso. → Tratamento · Desbridamento químico com substâncias revulsivantes (tintura de iodo ou água oxigenada) - destruição das células secretoras + retirar a causa + curativos diários. · Se não tiver sucesso = desbridamento físico, excisão do corpo estranho e retirada de trajetos fistulosos. · ATB. HIGROMA → Definição: Tecido conjuntivo fibroso que contém em seu interior fluido inflamatório, sem contaminação. · No início pode ter dor e aumento de T°C (processo inflamatório), depois se torna indolor, de consistência fluida, com cápsula fibrosa. · Ocorre em protuberâncias ósseas (higroma cotovelas ou bursite olecraniana, mas também pode ocorrer na região de calcâneo). → Etiologia · Atrito do cotovelo no ambiente (piso áspero). · Animais pesados, jovens, sem calo de apoio - gera inflamação constante. · O líquido é estéril (transudato seroso), porém também podem ser infectados por punção ou lancetagem. → Diagnóstico · Anamnese · Punção (líquido inflamatório seroso transparente ou sanguinolento). → Tratamento · Manejo ambiental - diminuir atrito com o ambiente durante o tratamento. Pode usar bandagem para evitar o atrito e promover aderência do tecido ao cotovelo e absorção dos fluidos. · Drenos – CUIDADO: porta de entrada para bactérias. · Excisão cirúrgica. · Lavagem com SF utilizando dois cateteres: proximal para adm e distal para drenar. · Pode haver recidiva se não tirar a causa. GANGRENA → Definição · Morte de um tecido devido a interrupção arterial ou venosa, levando a necrose. → Causas · Contusão/trauma (atropelamentos, mordeduras) - dilaceração e ruptura de vasos. · Tromboembolismo/aterosclerose - raro. · Feridas em tratamento (mais comum). GANGRENA ÚMIDA → Patogenia · Interrupção venosa (evolução entre 7 a 15 dias). · Ocorre estase do retorno venoso, a circulação arterial está normal, o sangue continua chegando e fica acumulado, junto a metabólitos e CO2 causando vasodilatação local. · Há extravasamento de líquido para o interstício resultando em edema. · O aumento de CO2 e toxinas favorece a contaminação bacteriana secundária, principalmente se houver ferida (exsudato serve de meio de cultura). · A bactérias irão produzir enzimas hialuronidade, elastase, colagenase - degradação do tecido = necrose tecidual. → Sinais clínicos · Ferimento úmido, aumento de volume, odor pútrido, coloração esverdeada/escurecida/avermelhada (depende do tempo de evolução), locais com aumento de T°C, indolor nas áreas de necrose, escarificação promove dor e sangramento, sulco de delimitação entre tecido viável e não viável. · Sinais sistêmico: síndrome febre. → Tratamento: espera-se rápida angiogênese tecidual. · ATB sistêmico por 15 a 21 dias. - Cefalexina, Amoxiciclina, Enrofloxacina, Metronidazol. · Desbridamento mecânico e/ou químico. · Permanganato de potássio como curativo = desidrata o tecido e tem propriedades antissépticas. Usar durante todo o tratamento até secar a ferida. · Amputação alta (último caso). GANGRENA SECA → Patologia · Há interrupção arterial prejudicando a circulação e suprimento de O2 no local (evolução rápida de horas até 2 dias). · A ausência de circulação de O2 causa necrose tecidual/gangrena seca. · Não há contaminação bacteriana, pois há desidratação e necrose do tecido desfavorece o crescimento bacteriano. → Sinais clínicos · Sinais apenas locais (ausência de contaminação bacteriana), membro ressecado, coloração enegrecida, temperatura baixa, indolor, atrofiado. → Diagnóstico · Histórico de traumas, aspecto clínico. → Tratamento · Amputação alta, quando em mebros e causa. · Pênis - penectomia, seguida de uretrostomia. · Pós para ferida cirúrgica - ATB + analgésicos opióides.
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