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7 Atividades de Aprendizagem

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Prévia do material em texto

Cuiabá, 2010
Oreste Preti
PRODUÇÃO DE 
MATERIAL DIDÁTICO 
IMPRESSO:
ORIENTAÇÕES TÉCNICAS 
E PEDAGÓGICAS
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
Por meio das atividades, o estudante põe em jogo seus 
recursos, estratégias e habilidades e participa ativamen-
te do processo de construção de seu saber.
As atividades representam um dos principais caminhos 
de interação entre o estudante e o material didático.
Conte-me e eu esqueço. Mostre-me e eu apenas me 
lembro. Envolva-me e eu compreendo (Kung-Fu-Tse / 
Confúcio, 551 - 479 a. C.)
Outro desafio para o autor no processo de elaboração de seu 
texto didático é a redação de atividades de autoavaliação e de aprendiza-
gem que sejam úteis, possíveis de ser realizadas e propiciadoras de 
aprendizagem.
A discussão sobre atividades de aprendizagem no MDI remete, 
de imediato, ao campo da avaliação, ao processo de aprendizagem do 
estudante e às estratégias para apoiar esse processo, para avaliá-lo e, caso 
necessário, para redimensioná-lo. Isso porque a avaliação é assumida 
como processo contínuo de informação que permite valorar os distintos 
aspectos do ensino e da aprendizagem.
Portanto, o processo avaliativo é elemento fundamental de qual-
quer projeto pedagógico e do ato de ensinar e de aprender. A serviço do 
ato educativo, focado na formação profissional e pessoal do estudante, 
alimenta-se dos princípios norteadores do projeto do curso, dos concei-
tos centrais de sua disciplina, dos objetivos de aprendizagem e da reali-
dade do estudante. 
7
142 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Figura 7 - Processo de elaboração de atividades de aprendizagem
As atividades a serem elaboradas no material didático necessitam, 
então, ser formativas, processuais e possibilitadoras de provocar, no 
estudante, reflexão sobre sua prática na perspectiva que isso leve a 
mudanças. Mudanças de comportamento, de valores, de atitudes. 
Isso significa que as atividades de aprendizagem não podem ser 
consideradas fim em si mesmo, algo que ocorre ao final do estudo de 
um tema, mas estratégia para apoiar o estudante no processo de apren-
dizagem. Fazem parte do processo avaliativo que, por sua vez, é parte 
do processo formativo do estudante e remetem à concepção pedagógica 
do curso. 
Daí, como mencionado em outra passagem, a importância de 
conhecer bem o projeto pedagógico e tê-lo sempre a seu lado no momen-
to de escrever o MDI.
Quando tratamos dos fundamentos pedagógicos do 
texto didático, mencionamos que, para garantir a parti-
cipação do estudante no processo de leitura, é funda-
mental propor-lhe momentos de “parada” no texto, 
para refletir, questionar-se, comparar, analisar, avaliar, etc. As ativi-
dades de aprendizagem são propostas no texto didático exatamente 
para responder a este princípio e concretizá-lo: o estudante como 
protagonista de sua aprendizagem.
143Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Assim, exercícios e atividades deveriam ser propostos antes, 
durante e depois da apresentação da informação, em cada unidade 
didática, com vista a que o estudante tenha papel ativo e possa realizar o 
aprendizado.
Porém, a decisão de incluir atividades é do autor e pode ser toma-
da em função de alguns propósitos:
- introduzir o estudante no campo específico da disciplina;
- esclarecer conceitos/ideias sobre um tema particular;
- recuperar conhecimentos anteriores e/ou da prática;
- fazer referências a temas/problemas relevantes;
- transferir conhecimentos (de uma área para outra, de uma 
situação conhecida para uma nova);
- evidenciar ao estudante diferentes enfoques com que o tema 
pode ser tratado;
- propiciar ao estudante autoavaliação durante o processo de 
leitura;
- assimilar o que está estudando;
- motivar, etc.
Nessa senda, propomos atividades de aprendizagem para envol-
ver o estudante e desencadear nele determinados processos intelectuais e 
determinados “produtos” (conhecimentos, habilidades, atitudes, etc.).
É de se perguntar: que atividades podem ser elaboradas no texto 
didático e com que objetivo?
7.1 TIPOS DE ATIVIDADES
Nos textos didáticos, costumamos encontrar diferentes tipos de 
atividades, que podemos condensar em três principais: atividades de autoa-
valiação, de processo e aquelas ditas obrigatórias. Em que consistem?
Atividades de autoavaliação
São as mais conhecidas e utilizadas. Estão diretamente relaciona-
das com o “conteúdo”, com o que está escrito no texto, com os objetivos 
específicos de aprendizagem. 
São propostas atividades para constatar se a informação foi assi-
milada, para resolução de exercícios, para responder a questões específi-
cas atinentes ao texto, etc. Elas devem permitir que o estudante possa 
144 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
verificar, imediatamente, se compreendeu o que leu, se está acompa-
nhando o pensamento do autor, se os conceitos apresentados estão claros, 
se domina aquela operação, etc. Assim, o estudante pode avaliar se 
alcançou ou não os objetivos propostos na unidade ou naquele tópico 
específico. 
Se bem-elaboradas, o estudante acarreta êxito em sua realização. 
Isso contribui para que ele ganhe confiança, autoestima, motivação para 
continuar o estudo. Portanto, você não deve propor-lhe atividades de 
autoavaliação que ele não possa realizar satisfatoriamente. Tenha, então, 
sempre presente o tempo que o estudante precisa dispor para realizar 
aquela atividade, a carga horária da disciplina e daquele tópico específi-
co, os temas centrais a serem assimilados, etc. 
Como o estudante pode verificar se realizou satisfatoriamente 
determinada atividade?
O autor pode dar pistas sobre o que o estudante “deveria” ou 
poderia ter respondido, no próprio texto, na sequência, retomando o 
“conteúdo” relativo à atividade. Ou, então, ao final da unidade ou do 
texto (em tópico como Comentários às atividades, Chaves de respostas, 
Explicações das atividade, “Gabarito”, etc.). Ou comentar as atividades, 
intentando saber que respostas eram esperadas, que equívocos o estudan-
te poderia ter cometido. O autor, então, aproveita a atividade para expli-
car, com outras palavras, o “conteúdo” embutido na atividade. Os 
comentários, portanto, devem ser significativos para o estudante, no 
sentido que lhe permitam avaliar suas estratégias de estudo e, caso neces-
sário, ajustá-las para obter sucesso na aprendizagem:
 
Em situação de aprendizagem com o auxílio de textos, 
um estudante deve concentrar sua atenção sobre o tema 
tratado; porém raramente é convidado a observar sua 
própria atividade de aprendizagem. Sem dúvida, obser-
var-se enquanto se está estudando, refletir sobre a ativi-
dade de aprendizagem, avaliar as próprias estratégias de 
aprendizagem e reorganizá-las, quando necessário, 
poderiam constituir-se em etapas importantes para 
melhor controlar a situação de aprendizagem (LANDRY, 
1985, p. 254). 
Ao comentar as atividades que o estudante pode ter realizado, o 
autor poderia explorar esta dimensão do processo de estudo, introduzi-lo 
no campo da metacognição, para que passe a tomar consciência de como 
estuda e realiza a atividade solicitada, se dê conta de possíveis caminhos 
equivocados, ou menos efetivos, e passe a controlar este processo, tor-
nando seu estudo mais produtivo e autônomo.
145Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Segundo Jesus Martin Cordero (1999), os comentários redigidos 
pelo autor deveriam ser o texto principal, o lócus para o autor retomar e 
aprofundar o tema abordado na atividade. Portanto, nenhum sentido faz 
o tradicional “gabarito”, em que somente se dá a resposta correta, geral-
mente reduzida a letras ou a números!
É importante que você ofereça este tipo de apoio ao 
estudante para que compreenda o conteúdo da unidade, 
para que possa estudar sozinho, mas nada de reduzir seu 
apoio a essa atividade. A aprendizagem do estudante 
não pode se limitar ao que lê, à leiturade seu texto didático!
É fundamental oferecer-lhe outros tipos de atividades que permi-
tam ir além do exercício e do desenvolvimento da capacidade de auto-
controle do aprendido.
Atividade de processo
Vamos denominar assim qualquer atividade por meio da qual 
você propõe ao estudante questionamentos, reflexões, exercícios, estu-
dos de caso, resolução de problemas, coleta de dados, breves pesquisas 
(bibliográficas, de campo ou de laboratório), simulações, elaboração de 
tabelas, de gráficos, de diagramas, etc. 
Podem ser realizadas individualmente ou em grupo, pois hoje, 
praticamente todas as instituições de EaD, oferecem ao estudante acesso 
a um ambiente de aprendizagem (AVA) onde ele pode formar grupos de 
discussão, grupos para realizar trabalhos acadêmicos. 
São atividades que exigirão o apoio do tutor ou do professor 
formador da instituição ofertante do curso. Portanto, acabam sendo 
optativas para o estudante, pois você não terá como lhe propiciar, de 
imediato, um retorno, uma explicação ao que irá executar.
Há um terceiro grupo de atividades. São as de heteroavaliação, 
propostas para uma avaliação realizada pelo tutor e/ou pelo professor 
formador.
Atividades obrigatórias
É o momento em que o estudante demonstra os níveis de aprendi-
zagem alcançados após a realização das atividades de autoavaliação. 
Geralmente, são propostas como etapa formal da avaliação, realizadas 
presencialmente, nos Polos de Apoio Presencial, ou a serem postadas no 
AVA, em data estabelecida.
146 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Elas devem ser elaboradas e redigidas no texto didático?
Vamos considerar duas possíveis situações.
a-Essas atividades são elaboradas quando você está escrevendo o 
texto para estudantes do curso em que você é também o profes-
sor responsável pela disciplina. 
É o caso, por exemplo, de muitas instituições privadas de ensi-
no que oferecem determinado curso a centenas de estudantes 
espalhados pelo país, contando somente com equipe reduzida 
de professores, em sua instituição, responsável pelo acompa-
nhamento e avaliação da aprendizagem dos estudantes. O 
material didático, então, é elaborado contendo as atividades 
obrigatórias. Os estudantes deverão realizá-las e enviá-las ao 
professor da instituição em que está matriculado para que se 
avalie, em seu desempenho, se aquela etapa do curso foi supe-
rada, ou ainda não, pelo estudante.
b-Você pode estar escrevendo o texto didático de uma disciplina 
que é parte de um curso ou de um programa oferecido também 
em outras regiões do país (como muitos cursos oferecidos 
pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil ou pelo Programa 
e-Tec Brasil). 
Nesse caso, são diversas e muitas as instituições que irão ofere-
cer o curso e utilizar seu texto. Portanto, você não está escre-
vendo somente para os estudantes de sua instituição, mas para 
os estudantes de outras também.
Caberá a essas instituições e a seus professores a responsabili-
dade do acompanhamento e da avaliação dos estudantes. Daí, o 
professor da disciplina daquela instituição - sobre a qual você 
está escrevendo o texto didático - tem competência e autono-
mia para definir o “conteúdo” e os procedimentos avaliativos. 
Não cabe a você dizer-lhe como avaliar seus estudantes.
Portanto, neste caso, não se preocupe. Não precisa elaborar 
este tipo de atividades. Porém, você pode, ao final da unidade 
ou de seu texto, sugerir algumas atividades que serão ou não 
desenvolvidas pelo estudante sob o acompanhamento do tutor 
e/ou do professor formador de sua instituição. 
Há instituições que preferem, até por questões de economia, 
separar o conteúdo das atividades. O autor redige o texto-base (nomeado 
também de Caderno de Estudo, Texto de ensino – que tem uso mais 
prolongado no curso) e, em outro material, redige as atividades (Caderno 
147Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
de Atividades, Textos de aprendizagem. Esse material tem vida mais 
curta, pois pode ser modificado para cada oferta de curso e nova impres-
são ser realizada).
Como essas atividades podem ser propostas no texto? Como 
elaborar atividades de aprendizagem?
Vejamos, de maneira muito esquemática, alguns “formatos” de 
atividade, estratégias diferentes para você apresentar ao estudante a 
atividade.
a - Escondidas no texto
Ao expor determinado tema, você pode provocar o estudante a 
pensar sobre ele, antes de você explaná-lo. Você formula a pergunta na 
expectativa de que o estudante pare um átimo para responder, senão por 
escrito, pelo menos mentalmente.
Exemplo: O que você pensa sobre isso? 
O que compreende como aprendizagem?
 
b - De consulta direta 
Diante de breve texto de um autor, ou da exposição de um fato, ou, 
ainda, de um dado apresentado, você solicita que o estudante elabore 
uma interpretação ou realize uma análise. 
São atividades associadas a um nível de subjetividade, o que pode 
dificultar seu trabalho de lhe oferecer feedback à possível resposta do 
estudante.
c - Exercícios de cálculo simples
São comuns em disciplinas como matemática, contabilidade, 
estatística.
d - Argumentativas
Você pode expor uma situação particular e solicitar ao estudante 
que elabore argumentos a favor ou contra, por exemplo. Ao propor ativi-
dades deste tipo, deve oferecer ao estudante algum subsídio ou pista para 
148 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
que não divague. Caso contrário, sua resposta pode caminhar em dire-
ções bem diferentes. 
Por exemplo, pode solicitar que elabore sua argumentação a partir 
do pensamento do autor tal, da teoria X que acabou de ser estudada, etc.
Essas atividades mais complexas devem ser bem-
elaboradas, oferecendo ao estudante as pistas e os ins-
trumentos necessários. Se for possível, propor que 
sejam realizadas em grupo, contando com o apoio do 
tutor/orientador. Caso contrário, corre-se o risco de o 
estudante não realizar a atividade.
e - Integração de informacões
É um tipo de atividade que você pode elaborar com o objetivo de 
levar o estudante a analisar e a relacionar informações de natureza varia-
da, a partir de um texto, de um fato ou notícia, de um gráfico, de uma 
tabela ou figura. 
f - Transferência de domínio
Por meio dessa atividade, você coloca o estudante em situação 
nova, na qual deve aplicar conceito recém-aprendido. 
Por exemplo, ao propor que o estudante realize pesquisa sobre 
determinado fenômeno que este pouco conhece ou que solucione deter-
minado problema a partir do que acabou de estudar, ou baseado em 
determinada teoria, etc.
Isso leva o estudante a valorizar a incerteza da investigação cien-
tífica e desperta nele satisfação por encontrar solução ao problema que 
lhe foi apresentado.
g - Estudo de caso
 
Este tipo de atividade é muito utilizado em algumas áreas do 
conhecimento, pois envolve o estudante ao longo de toda uma disciplina 
ou unidade, faz com que ele se senta desafiado, procure relacionar o que 
está estudando com o caso que lhe foi apresentado, busque uma solução 
ou proponha alternativas, etc.
h -Práticas
Geralmente, atividades a serem desenvolvidas em laboratórios.
ATENÇÃO
149Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Ainda, outros “formatos”
As atividades listadas a seguir, certamente, são de seu conheci-
mento, pois muito utilizadas nos livros didáticos produzidos para os 
estudantes da Educação Básica.
- Marcar boxes em concordância ou discordância com uma série 
de afirmações;
- Responder a uma série de múltiplas escolhas;
- Correlacionar colunas;
- Sublinhar passagens relevantes em um texto;
- Completar questionário;
- Preencher lacunas;
- Palavras cruzadas;
- Caça-palavras
- Escrever uma palavra ou frase em caixa ou espaço específico;
- Completar diagrama / gráfico;
- Desenhar gráfico / mapa / fluxograma …
Estes diferentes tipos de atividades, o que devem ter em 
comum? Isto é, ao serem elaboradas, que cuidadosou carac-
terísticas devem apresentar para que seu uso contribua na 
aprendizagem do estudante?
7.2 CARACTERÍSTICAS
As atividades, para que cumpram sua função de elemento funda-
mental no processo de aprendizagem, como vimos, devem, em primeiro 
lugar, estar relacionadas com os objetivos, com o conteúdo proposto 
naquela unidade e com as particularidades da disciplina ou da área de 
conhecimento. Em segundo lugar, devem ser elaboradas de maneira 
integrada, sequenciada, graduando as dificuldades e possibilitando 
transferência do aprendido.
Para dar conta disso, convém que você observe, ao redigir as 
atividades, as seguintes “qualidades” ou características: 
- estão relacionadas com os objetivos propostos;
- estão desenvolvidas a partir de temas ou questões relevantes, e 
não sobre aspectos secundários ou demasiadamente específicos;
- apresentam questões a partir de situações e fatos que propiciem 
pensamento reflexivo;
150 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
- estão estruturadas de tal forma que vão além das habilidades que 
o estudante já detém;
- estimulam o estudante a ir além do senso comum, do óbvio, do já 
conhecido;
- promovem transferência do aprendido no movimento dialético: 
teoria-realidade-teoria e realidade-teoria-realidade;
- estimulam a criatividade e o senso crítico;
- propõem problemas da realidade com várias soluções possíveis 
e aceitáveis, estimulando a produção de soluções alternativas;
- favorecem a organização e a hierarquização do conteúdo estu-
dado;
- orientam para o estudante aprender a lidar com diversidade de 
fontes bibliográficas e de dados;
Mas isso não é suficiente. Para que as atividades cumpram sua 
finalidade, e o estudante consiga compreendê-las, você deve ter alguns 
cuidados em sua elaboração:
- redigidas com clareza, para evitar equívocos por parte do estu-
dante;
- elaboradas para avaliar diferentes níveis de competência;
- intercaladas no texto (a cada três ou quatro páginas) em função 
do que foi explicado em parágrafos anteriores e/ou no lugar 
indicado (ex. Ao final da unidade ou em caderno de atividades, 
impresso separadamente do texto didático, como fazem algu-
mas instituições ou programas);
- diversificadas;
- claras (indicando ao estudante o que deve fazer para chegar à 
resposta, como e onde registrá-la);
- breves para não desestimular o estudante;
- adequadas ao tempo que o estudante dispõe para o estudo 
daquela unidade;
- despertadoras de interesse para levá-lo a realizá-las (a partir de 
uma necessidade, de um problema concreto do estudante ou que 
tenham vinculação com sua vida). 
Cada atividade corresponde, então, a um dos temas ou dos con-
ceitos selecionados por você. Portanto, não se esqueça de sempre olhar 
seu mapa conceitual para identificar a qual conceito a atividade propos-
ta faz referência.
151Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
Na realização de uma atividade de aprendizagem, você preci-
sa usar meios que
- levem o estudante a perceber o motivo da atividade;
- levem o estudante a se interessar pela atividade e a querer 
realizá-la;
- garantam a organização e os procedimentos da atividade, de 
modo que o estudante elabore conceitos científicos, propor-
cionando mudanças em si e no meio social.
São cuidados que você deve observar ao elaborar atividades no 
MDI para que sejam “qualificadas” (claras, pertinentes, eficientes, úteis 
para os propósitos), ganhem sentido para o estudante e cumpram sua 
função formativa.
M. Raths (1973 apud COLLS, 1999) enumera doze “princípios” 
que podem guiar o docente quando estiver elaborando suas atividades. 
Diz o autor que, se duas atividades estão nas mesmas condições, é prefe-
rível a atividade que
1. permite ao estudante tomar decisões razoáveis sobre como 
desenvolvê-la e ver as consequências de sua decisão;
2. atribui-lhe papel ativo em sua realização;
3. propõe-lhe investigação de ideias, processos intelectuais, 
sucessos ou fenômenos de ordem pessoal ou social, e o esti-
mula a comprometer-se com essa atividade;
4. obriga-o a interagir com a realidade;
5. pode ser realizada por estudantes de diferentes níveis de capa-
cidade e com interesse diversificados;
6. obriga o estudante a examinar ideias ou sucessos que, de mane-
ira geral, são aceitos pela sociedade sem questionamento;
7. apresenta-lhe situações de êxito, de fracasso ou de crítica;
8. leva-o a examinar, em contexto novo, uma ideia, um conceito, 
uma lei, etc. que é de seu conhecimento;
9. obriga-o a reconsiderar e a rever seus esforços iniciais;
10. o leva a aplicar e a dominar regras significativas, normas ou 
disciplinas;
152 Produção de Material Didático Impresso: Orientações Técnicas e Pedagógicas
11. oferece-lhe a possibilidade de planejar com outras pessoas, 
participar de seu desenvolvimento e comparar os resultados 
alcançados;
12. é relevante para os propósitos e interesses explícitos dos estu-
dantes.
7.3 O QUE EVITAR
- detalhes irrelevantes;
- diversas alternativas igualmente possíveis;
- respostas estereotipadas;
- alternativas artificiais, capciosas, absurdas, obscuras, com arma-
dilhas (do tipo pegadinhas) ou com verbos/palavras com sentidos 
diversos;
- elementos comuns nas alternativas (o que pode confundir o 
estudante);
- interligação entre as alternativas ou entre os itens;
- emprego de “Nenhuma das alternativas”, ou “Todas as alternati-
vas” (pois não ajuda em nada a aprendizagem);
- expressões vagas: “O que você acha?”, Você concorda?”, “Dis-
cuta” (com quem?)
- Fazer referência a situações muito particulares: “No seu ambi-
ente de trabalho” ( e se não trabalha?)
Pesquisas baseadas em material didático da Open University 
revelam que a proposição de atividades realizadas pelos estudantes cai 
de 90%-100%, quando propostas no início do texto, para 30-40%, à 
medida que o texto se encaminha para o final.
Portanto, não apresente atividades de aprendizagem somente ao 
final da unidade ou do seu MDI.
Mas não se esqueça: não há receitas nem modelos para elabora-
ção das atividades.
Cada estudante e cada disciplina possui características 
particulares que fazem com que toda estratégia seja 
flexível e dinâmica. Está no professor a adaptação e a 
melhoria das atividades. Sua experiência, sua própria 
criatividade e sua formação docente, lhe permitirão elaborar ativida-
des de aprendizagem (DI CAMILLONI, 1994).

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