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Prévia do material em texto

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BA
06
52
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1.
0 
COMPETÊNCIAS 
SOCIOEMOCIONAIS 
 
 
 
 
 
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Presidente 
Rodrigo Galindo 
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada 
Paulo de Tarso Pires de Moraes 
Conselho Acadêmico 
Carlos Roberto Pagani Junior 
Camila Braga de Oliveira Higa 
Carolina Yaly 
Danielle Leite de Lemos Oliveira 
Giani Vendramel de Oliveira 
Juliana Caramigo Gennarini 
Priscila Pereira Silva 
Tayra Carolina Nascimento Aleixo 
Coordenador 
Tayra Carolina Nascimento Aleixo 
Revisor 
Renata Ré 
Editorial 
Alessandra Cristina Fahl 
Daniella Fernandes Haruze Manta 
Flávia Mello Magrini 
Hâmila Samai Franco dos Santos 
Mariana de Campos Barroso 
Paola Andressa Machado Leal 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
Firmino, Janaína Priscila Rodrigues 
F525c Competências socioemocionais/ Janaína Priscila 
Rodrigues Firmino, Neide Rodriguez – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2018.
 112 p. 
ISBN 978-85-522-1340-6 
1. Competência comunicativa. 2. Habilidades sociais. I. 
Firmino, Janaína Priscila Rodrigues. II. Rodriguez, 
Neide. Título. 
CDD 300 
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 
2018 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza 
CEP: 86041-100 — Londrina — PR 
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/ 
http://www.kroton.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO A ANÁLISE ESTRUTURAL 
SUMÁRIO 
Apresentação da disciplina 04 
O mundo das competências 06 
Empregabilidade 29 
A constituição da inteligência e o desenvolvimento humano: 
Personalidade Humana e Competências 50 
aspectos complementares 72 
Competências socioemocionais e desenvolvimento cognitivo: 
o papel da educação emocional 91 
Políticas Públicas e as competências socioemocionais 110 
Ser e Conviver: as habilidades socioemocionais 127 
 
Apresentação da disciplina 
Prezado estudante, seja bem-vindo à disciplina de Competências 
Socioemocionais! 
Sabemos que no atual cenário do mundo do trabalho, as competências 
técnicas e profissionais são muito importantes, porém, as principais ca-
racterísticas dos profissionais talentosos têm sido a maneira como se 
relacionam, trabalham em equipe, resolvem problemas e conseguem se 
autogerenciar. 
Diante dessas características, podemos perceber que existem competên-
cias além das que aprendemos e desenvolvemos em nossa área de for-
mação, que são conhecidas como competências socioemocionais. 
Nesse sentido, as unidades foram preparadas para que você possa co-
nhecer os assuntos que estão balizando as discussões sobre as profissões 
do futuro, novas habilidades e a empregabilidade nesse momento em 
que estamos tão conectados com inovações e tecnologias que alteram a 
forma como trabalhamos. 
A unidade 1 nos apresenta questões sobre o mundo do trabalho e o mun-
do das competências. A unidade 2 discute como a empregabilidade é 
vista na atualidade, como uma ideia de estarmos aptos para o trabalho, 
independentemente do vínculo empregatício. As unidades 3 e 4 estão de-
dicadas ao estudo da personalidade humana e as inteligências, portan-
to, voltadas ao estudo do indivíduo e suas aprendizagens. Já a unidade 5 
apresenta a importância da educação emocional, que é um pilar funda-
mental das competências socioemocionais. A unidade 6 propõe um olhar 
para as políticas públicas educacionais e sua inter-relação com a prática 
do ensino socioemocional, desde a educação infantil até a educação pro-
fissional. Para finalizar, a unidade 7 nos apresenta as habilidades socio-
emocionais e nosso comportamento em grupo, outro pilar essencial das 
habilidades sociais. 
4 
 
Esperamos, sinceramente, que esses conhecimentos possam trazer a re-
flexão necessária para seu desenvolvimento individual, além de afetar sua 
prática no trabalho, propondo novas visões sobre o ser, o fazer e o convi-
ver, bem como identificar quais resultados organizacionais e pessoais são 
possíveis a partir dessas competências. 
Sugerimos que as reflexões e os conhecimentos, adquiridos nesses estu-
dos, sejam aproveitados durante os exercícios e casos práticos propostos, 
pois, assim, a aprendizagem é potencializada por sua aplicabilidade. 
Desejamos bons estudos! 
5 
 
 
 
 
O MUNDO DAS COMPETÊNCIAS 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
Será possível, nesse tema, entrar em contato com os se-
guintes assuntos: 
• O mundo das competências e a formação do indivíduo. 
• Social and Emotional Learning (SEL) e as competências 
sociomocionais. 
• As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) e 
sua influência sobre as competências socioemocionais. 
6 
7 
 
 
Introdução 
Prezado estudante, seja bem-vindo aos estudos sobre competências 
socioemocionais! 
A intenção é apresentar assuntos e discussões atualizadas sobre a temá-
tica, voltados para ampliar as possibilidades acerca do desenvolvimento 
profissional e pessoal. Dessa forma, ao ter contato com cada tema e seus 
respectivos conceitos e aplicações, a sugestão é que se sinta convidado 
a refletir a respeito das próprias competências com intuito de aprimorar 
sua prática e comportamento. 
As competências socioemocionais são estudadas desde a educação in-
fantil. Entretanto, no contexto atual, esses estudos transbordaram para o 
mundo do trabalho, influenciando as condições de empregabilidade que 
precisamos desenvolver profissionalmente, tanto para conseguirmos um 
trabalho, como para nos mantermos nele. 
Há também uma importante relação entre os estudos da aprendizagem 
socioemocional e o mundo digital, que influenciam nossa capacidade de 
aprender e nos desenvolver nesse contexto hiperconectado em que vive-
mos, no recorte temporal atual. 
A terminologia socioemocional já indica que conhecimentos sobre os cam-
pos de estudos das ciências sociais e psicológicas estarão em evidência em 
nossa disciplina, e, para isso, estudaremos conteúdos relacionados ao com-
portamento individual e coletivo dos indivíduos, assim como as condições 
sociais, mentais e de saúde que se imbricam a esses comportamentos. 
Além disso, estarão em destaque alguns temas como o ciberespaço e co-
nectividade entre pessoas e organizações; as tecnologias de informação 
que constroem redes; netiqueta e comportamento em rede, já que mui-
tas das nossas atividades profissionais nos requisitam habilidades digitais 
e atuação no mundo virtual. 
 
 
 
 
A partir de agora, será importante assumir uma postura autônoma de 
aprendizagem e de autodesenvolvimento e estamos aqui para acompa-
nhar esse processo. Vamos lá? 
1. O mundo das competências 
A terminologia competência foi estabelecida em um contexto pós-moder-
no, sob a ótica dos estudos da área de Educação, como uma maneira 
de sistematizar padrões acerca do que um indivíduo pode aprender, se-
gundo SILVA (2008, p. 359-378)1 seguindo uma lógica mercadológica, que 
compõe a realidade globalizada, tecnológica e hiperconectada da qual 
hoje pertencemos. 
Para a Educação, uma pessoa se desenvolve a partir dos saberes resul-
tantes da sua experiência social, cultural e econômica, em uma perspec-
tiva integrada. Isso significa dizer que a aprendizagem parte do indivíduo 
para o mundo. 
Já para os entendimentos da educação pós-moderna, representados no 
artigo publicado por SILVA (2008, p. 359-378), a necessidade de se esta-
belecer parâmetros para aprendizagem e desenvolvimento deu origem 
ao que conhecemos hoje como competências, instituídas em uma visão 
pragmática das relaçõesde trabalho cujo desenvolvimento do indivíduo 
segue o padrão do mercado, uma vez que a aprendizagem parte do mun-
do para o indivíduo. 
Segundo essa visão pós-moderna, os quatro pilares da Educação estabe-
lecidos pela Unesco (2015)2, e que são a referência para os estudos das 
competências socioemocionais, são: 
1 SILVA, Lenildes. Unesco: os quatro pilares da “educação pós-moderna”. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ. UFG, 33 
(2). jul./dez. 2008. 
2 UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios do século XXI. Brasília: 
UNESCO, 2015. 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Aprender a conhecer. 
• Aprender a fazer. 
• Aprender a ser. 
• Aprender a viver juntos. 
No presente recorte teórico, os estudos consideraram a abordagem pós-
-moderna, em muitas vezes, voltada ao desenvolvimento profissional e 
ao olhar para a empregabilidade, porém, com uma tentativa importante 
de relacionar o indivíduo como um protagonista de sua aprendizagem. 
Diante disso, podemos fazer algumas perguntas: 
• Se fosse convidado a pensar sobre como aprende e o que faltaria 
para a sua formação, o que viria à sua mente? 
• Por onde começar? Seria possível identificar o que preciso aprimo-
rar ou, para isso, dependo do feedback das pessoas ao meu redor? 
• Como agiria diante de mudanças organizacionais ou da necessidade 
de relacionar com pessoas (presencialmente e virtualmente) e atua-
lizar para manter a empregabilidade? 
• Percebo o papel como cidadão e como uma pessoa que pode con-
tribuir para as comunidades das quais participo? 
• As minhas decisões, na maioria das vezes, são responsáveis? Consigo 
confiar em minha capacidade criativa em resolver problemas e fazer 
escolhas mais assertivas para mim e para os outros? 
Na tentativa de responder a esses questionamentos, conheceremos um 
pouco do que estamos chamando, nesse momento, de mundo das compe-
tências. No Brasil, um dos documentos que sintetiza algumas das compe-
tências que precisam ser desenvolvidas, desde a infância até a fase adulta, 
atualmente, é conhecido como Base Nacional Curricular Comum (BNCC). 
A BNCC tem dez competências gerais, que servem como diretrizes para 
a formação de um indivíduo, sendo distribuídas ao longo da nossa vida 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de aprendizagem, do ensino infantil ao ensino médio. Podemos observar, 
ao lermos sobre essas competências, que existe um alinhamento entre a 
BNCC e os pilares da Educação, preconizados pela Unesco. 
Vamos conhecê-las? 
Figura 1 | As 10 Competências gerais da Educação 
1. Valorizar e utilizar 
conhecimentos sobre o 
mundo físico, histórico, 
social, cultural e digital. 
2. Exercitar curiosidade 
intelectual (reflexão,
análise crítica, criatividade 
etc.). 
3. Valorizar manifestações 
artísticas, culturais locais e 
mundiais. 
4. Utilizar diferentes 
linguagens: verbais,
corporais, de sinais, 
digitais. 
5. Compreender, criar e
utilizar tecnologias digitais
de informação e 
comunicação. 
6. Valorizar a diversidade 
de saberes, vivências 
culturais e para escolhas,
em relação ao trabalho e 
projetos de vida. 
7. Argumentar com base
em fatos, dados e 
informações confiáveis, 
para defender ideias e
opiniões. 
8.Conhecer-se, apreciar-
se, cuidar de sua saúde 
física e emocional, 
compreendendo a
diversidade das relações. 
9. Exercitar a empatia, o
diálogo, a resolução de
conflitos, a cooperação,
fazendo-se respeitar e 
respeitando os outros. 
10. Agir pessoal e coletivamente, com 
autonomia, responsabilidade,
flexibilidade e resiliência, baseando-se 
em princípios éticos e democráticos. 
Fonte: adaptado de MEC (2018, s/p). 
PARA SABER MAIS 
Cada uma das competências gerais é explicada em detalhes 
no texto original da BNCC. Uma característica comum entre 
as competências é que os direitos humanos, a sustentabili-
dade, o respeito à diversidade, a democracia, os princípios 
éticos, por exemplo, estão presentes de modo transversal 
nas dez competências, ou seja, esses aspectos estão sempre 
10 
 
 
presentes nas propostas estabelecidas pela base de formação 
de pessoas na Educação. Conheça o texto na íntegra, dispo-
nível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ 
docman&view=download&al ias=79611-anexo-tex-
to-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezem-
bro-2017-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 08 nov. 2018. 
Na perspectiva do mundo do trabalho, assim como na Educação pós-
-moderna, o conceito competência é reconhecido como um conjunto de 
Conhecimentos (saberes), Habilidades (saber fazer), acrescentadas das 
Atitudes (como agimos) e que formam o conhecido acrônimo CHA. 
Segundo Spector (2010)3, o conhecimento é o que uma pessoa precisa 
saber para desempenhar determinado trabalho. Habilidade é aquilo que 
uma pessoa é capaz de realizar no trabalho. Aptidão é o talento ou a ca-
pacidade de uma pessoa para desempenhar tarefas ou aprendê-las, é o 
potencial para desenvolver habilidades. 
O entendimento, no campo do trabalho, é de que aplicamos o CHA na 
realização das nossas tarefas e, mediante nosso desempenho, obtemos 
resultados profissionais e organizacionais. 
As competências, sob essa perspectiva, podem ser listadas e classificadas 
de inúmeras maneiras, dependendo da área de estudos e dos autores 
dessas áreas ou até mesmo da compreensão de cada organização. Por 
exemplo, existem competências profissionais, organizacionais, gerenciais, 
comportamentais etc. 
Esse conjunto de saberes e atitudes pode ser organizado e agrupado para 
fins específicos. Vamos conhecer algumas sugestões de agrupamentos 
dessas competências e o que as caracteriza? 
SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. Tradução: Cid Knipel Moreira; Célio Knipel Moreira. 3. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2010. 
3 
11 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
 
 
 
 
Quadro 1 | Grupos de competências do mundo do trabalho 
Competências 
profissionais 
Competências 
organizacionais 
Competências 
humanas 
Resolução de 
problemas complexos 
Negociação 
Organização 
Planejamento 
Liderança 
Trabalho em equipe 
Foco em resultados 
Foco no cliente 
Gestão de conflitos 
Empatia 
Criatividade 
Comunicação 
Assertividade 
Fonte: elaborado pela autora. 
É possível perceber que, de acordo com a sugestão apresentada acima, o 
desenvolvimento de cada competência pode estar focado nas dimensões 
profissionais, organizacionais ou humanas. 
Embora, em alguns casos as competências humanas estejam agrupadas 
separadamente das demais competências, é praticamente impossível de-
senvolver um profissional apenas por suas competências duras, como 
as de trabalho, e não pensar em desenvolvê-lo para se relacionar com o 
meio em que estará inserido. 
O mundo do trabalho é constituído por pessoas, físicas e jurídicas, que se 
relacionam entre si. Esse campo de relacionamento pode ser presencial 
ou virtual e, para isso, são necessárias as competências humanas focadas 
na compreensão de si e do outro; no modo de comunicar assertivamente, 
na postura empática e com senso de comunidade e respeito às diferenças. 
Diante dessa perspectiva, vamos, a partir desse momento, direcionar nos-
sa aprendizagem para um grupo de competências que, atualmente, estão 
em evidência quando o assunto é o desenvolvimento profissional e pes-
soal voltados para a empregabilidade:as competências socioemocionais. 
Esse conceito, que será a tônica da nossa discussão, refere-se ao conjunto 
12 
 
de conhecimentos, práticas e atitudes que se relacionam ao comporta-
mento humano. 
Não obstante, a palavra social refere-se à maneira como nós, indivíduos, 
nos relacionamos com as pessoas, com a sociedade, com nossa cultura e 
o meio ambiente, enfim, com o mundo. Somos seres sociais. Já a emoção, 
é estudada sob a ótica da percepção e dos sentimentos, que variam de 
acordo com as situações vivenciadas. Nosso comportamento reflete ou é 
refletido por esses sentimentos. Somos seres psicológicos. 
Outro ponto importante é percebermos que, além de sociais e psicológi-
cos, somos seres biológicos e, portanto, chegamos a conclusão que o ser 
humano é um ser biopsicossocial, pois é uma pessoa que depende de 
suas próprias condições biológicas, mentais, e também sociais. 
Na mesma esteira, dentro da abordagem social, também discutimos como 
nós, humanos, pensamos e raciocinamos utilizando um sistema de julga-
mento formado por nossas condutas éticas, morais e de caráter. 
Por outro lado, nossa biologia caracteriza de maneira genética o nosso 
temperamento, como agimos, como nos comportarmos (se somos cal-
mos ou agitados, se temos tendência para agirmos por impulso ou não, 
por exemplo). Já nosso comportamento, entretanto, é construído a partir 
do nosso relacionamento com a cultura de nosso país, de nossa família, 
do meio em que somos educados, do que aprendemos socialmente, das 
regras de conduta no trabalho, por exemplo. 
Observando essas características do que estamos considerando como 
competências e partindo dessa abordagem biopsicossocial do ser hu-
mano, seria possível opinar sobre a importância do conjunto de conheci-
mentos socioemocionais, voltados às pessoas inseridas em um contexto 
mundial hiperconectado composto por pessoas, conhecimentos, atitudes 
e oportunidades diversas? Prosseguiremos com essa discussão no próxi-
mo tópico. Vamos lá? 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. SEL e as competências socioemocionais 
O acrônimo SEL (Social and Emotional Learning) foi criado há 
mais de vinte anos por um grupo de estudos, nos Estados 
Unidos, conhecido como Collaborative for Academic, Social, 
and Emotional Learning (CASEL)4, hoje, uma fundação que preconiza a insti-
tuição de práticas pedagócias de SEL na maioria dos estados dos EUA. Na 
visão da instituição: 
A aprendizagem social e emocional (SEL) é o processo através do qual crianças 
e adultos adquirem e aplicam eficazmente os conhecimentos, atitudes e habi-
lidades necessárias para compreender e gerir emoções, estabelecer e alcançar 
objetivos positivos, sentir e demonstrar empatia pelos outros, estabelecer e 
manter relacionamentos e tomar decisões responsáveis (CASEL, 2018, s/p). 
Observando a ótica pós-moderna da Educação, voltada ao desenvolvi-
mento de competências, principalmente para, no futuro, as pessoas con-
seguirem atuar no mercado de trabalho, de acordo com os estudos da 
CASEL, existem cinco competências centrais de aprendizagem socioemo-
cionais, representadas no esquema original ilustrado na Figura 2: 
Figura 2 |As 5 competências centrais de um 
Sistema de Aprendizagem Socioemocional 
Aprendizagem
socioemocional 
Autoconsciência 
Autogerenciamento 
Consciência 
social 
Decisões 
responsáveis 
Competências
interpessoais 
Fonte: adaptado de CASEL (2018, s/p). 
4 CASEL. What is SEL. Disponível em: <https://casel.org/what-is-sel/>. Acesso em: 13 nov. 2018. 
14 
https://casel.org/what-is-sel/
 
 
 
 
 
Determinação 
Organização 
Foco 
Persistência 
Responsabilidade 
AUTOGESTÃO 
Iniciativa Social 
A5sertividade 
Entusiasmo 
ENGAJAMENTO 
COM OS OUTROS 
AMABILIDADE 
Tolerância 
ao e5tres5e 
Autoconfiança 
Tolerância 
à frustação 
RESILIÊNCIA 
EMOCIONAL 
\jrio5-idade 
pa prondor 
aqinacão 
cri.ativa 
lnteres5e 
ar •~tico 
AIERTURA 
AO NOVO 
No Brasil, uma das fundações que dissemina e fomenta a prática da 
aprendizagem socioemocional é o Instituto Ayrton Senna, que iniciou as 
discussões sobre competências socioemocionais na década de 90, com o 
intuito de pensar a formação integral do ser humano, partindo da forma-
ção escolar e com visão de longo prazo. 
Segundo o mesmo instituto, a proposta da aprendizagem socioemocional 
é que “nesse processo, tanto crianças como adultos aprendem a colocar 
em prática as melhores atitudes e habilidades para controlar emoções, al-
cançar objetivos, demonstrar empatia, manter relações sociais positivas e 
tomar decisões de maneira responsável, entre outros” (PORVIR, 2018, s/p)5. 
Ainda, de acordo com o texto, a ideia defendida pela inserção do desen-
volvimento de competências socioemocionais na formação das pessoas, 
desde a infância, é de que essas competências favorecem um comporta-
mento positivo para o aprendizado das habilidades intelectuais como ler, 
interpretar, refletir, pensar de modo abstrato. 
A seguir, na Figura 1, veremos o modelo Big Five, que agrupa em cinco ma-
crocompetências, dezessete competências socioemocionais mapeadas, 
no Brasil, que se relacionam também à BNCC. 
Figura 3 | As cinco macrocompetências socioemocionais 
Fonte: adaptado de Instituto Ayrton Senna, disponível em: <http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/ 
desenvolvimento.html>. Acesso em: 26 nov. 2018. 
5 PORVIR. Portal eletrônico. Disponível em: <http://porvir.org/especiais/socioemocionais/> Acesso em: 08 nov. 2018. 
15 
http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html
http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/BNCC/desenvolvimento.html
http://porvir.org/especiais/socioemocionais/
 
 
 
ASSIMILE 
Os estudos a respeito do modelo Big Five, sobre traços de 
personalidade, tiveram origem na década de 30 e, desde en-
tão, inspiraram inúmeros desdobramentos sobre o tema. De 
acordo com SILVA; NAKANO (2011, p. 51-62)6, os cinco fato-
res, desse modelo, são nomeados ou renomeados conforme 
a época ou região do mundo, mas são basicamente conheci-
dos como extroversão, neuroticismo, socialização, realização 
e abertura. No modelo apresentado na Figura 3, as nomen-
clarturas são, respectivamente: autogestão, engajamento 
com os outros, amabilidade, resiliência emocional e abertura 
ao novo. Além disso: 
[...] os traços de personalidade podem ser usados para resu-
mir, prever e explicar a conduta de um indivíduo, de forma 
a indicar que a explicação para o comportamento da pessoa 
será encontrada nela, e não na situação, sugerindo, assim, 
algum tipo de processo ou mecanismo interno que produza 
o comportamento. SILVA; NAKANO (2011, s/p)7 
As competências da autogestão se relacionam ao nosso domínio pessoal, 
o autoconhecimento. A de engajamento com os outros se relaciona à in-
teligência interpessoal, ou seja, como compreendemos e nos relaciona-
mos com os outros. A amabilidade compreende os sentimentos em rela-
ção a si e ao próximo. A resiliência emocional refere-se ao autocontrole 
para superar situações adversas e, por fim, a abertura ao novo se relacio-
na às competências da criatividade, da aprendizagem contínua, da curio-
sidade e da aprendizagem das artes. 
6 SILVA, Izabella Brito; NAKANO, Tatiana de Cássia. Modelo dos cinco grandes fatores da personalidade: análise 
de pesquisas. Avaliação Psicológica, 2011, 10(1), pp. 51-62. 
7 SILVA, Izabella Brito; NAKANO, Tatiana de Cássia. Modelo dos cinco grandes fatores da personalidade: análise 
de pesquisas. Avaliação Psicológica, 2011, 10(1), pp. 51-62. 
16 
 
 
 
 
 
 
 
Todos esses temas estão, intrinsicamente, relacionados ao desenvol-
vimento da empregabilidade, pois percebemos hoje que, na realida-
de do mundo do trabalho, todas essas competências são exigidas. 
Algumas vezes, com nomenclaturas diversas, mas carregando a mes-
ma essência. 
As competências socioemocionais estão refletidas em nosso compor-
tamento. Ao entendermos que nos comportamos de maneiras dife-
rentes quando estamos sozinhos, em grupo, e também em ambientes 
diferentes,tornam-se relevantes os estudos sobre o desenvolvimen-
to dessas competências para aprimorarmos nossa atuação no mundo 
do trabalho. 
Por acaso, você já ouviu dizer que as pessoas são contratadas por seus 
conhecimentos e habilidades e são desligadas por seu comportamento? 
Já abordamos, anteriormente, que nosso comportamento é resultado de 
uma construção social, desde que nascemos até o momento atual, além 
de depender do meio em que vivemos, pois nele são refletidas nossas ati-
tudes; nosso modo de pensar, falar e agir; e também nossa conduta ética, 
moral e de caráter. 
• A questão a ser levantada, nesse momento, é: nosso comporta-
mento considera apenas nossa atuação no mundo presencial ou 
também no virtual? 
• Como utilizamos as tecnologias de informação e de comunicação a 
favor de nossa empregabilidade e aprendizado contínuo? 
• De que maneira compreendemos a repercussão de nosso posiciona-
mento e comportamento no mundo virtual, em redes colaborativas 
ou sociais e profissionais? 
O que isso tem a ver com empregabilidade? Veremos a seguir! 
17 
 
3. As TICs e suas influências sobre as competências 
socioemocionais 
Nesse momento, precisamos refletir sobre o cenário mundial, que é hi-
perconectado devido às Tecnologias de Informação e de Comunicação 
(TICs), e o quanto tais tecnologias nos aproximam de conhecimentos, pes-
soas e organizações em múltiplas formações de redes. 
Ao longo do processo de globalização e de nossa proximidade e fluência 
com o uso de ferramentas tecnológicas para comunicação, fomos desen-
volvendo intuitivamente algumas competências para lidar com uma reali-
dade híbrida entre o mundo digital e o mundo real. Entretanto, para que 
possamos acompanhar essa tendência de comunicação, geração de con-
teúdos e novas oportunidades de mercado e novos empregos, as compe-
tências socioemocionais são a chave que abrem as portas desse cenário. 
Diariamente, estamos expostos a uma quantidade massiva de informa-
ções e temos acesso a todo tipo de conhecimento que esteja nessa rede 
global, independentemente de filtros, fontes e idiomas. Ao mesmo tempo 
em que temos em nossas mãos essa infinidade de conhecimentos, tam-
bém temos a responsabilidade para saber filtrar e conectar os conteúdos 
que realmente importam para a nossa realidade, principalmente quando 
estamos diante de nossa própria formação profissional. 
Mais do que sabermos trabalhar com os conteúdos, também é necessário 
compreendermos que nosso comportamento no mundo digital influencia 
nosso aprendizado e empregabilidade. 
Hoje, é impossível pensarmos em nossa atuação profissional sem o de-
senvolvimento de habilidades para lidar com tantas tecnologias, consi-
derando o contexto em que a sociedade e a tecnologia, de informação e 
comunicação, criam uma profunda relação de dependência. Poderíamos 
denominar essas habilidades de habilidades digitais, que podem ser 
classificadas em hard skills digitais, como, por exemplo, computação em 
18 
 
 
 
nuvem ou análise de dados; e também soft skills digitais, como paixão por 
aprender (ARCOVERDE; CAMPOS, 2018)8. 
Será que você conhece alguns conceitos, desse cenário, e como as com-
petências digitais e socioemocionais se relacionam com ele? Veja alguns 
desses fundamentos no quadro a seguir: 
Quadro 2 |Conceitos fundamentais do mundo digital 
Aldeia global 
Grande comunidade global 
conectada pela Tecnologia 
da Informação. Conceito de 
Herbert Marshall McLuhan, 
na década de 1960. 
(SOPRANA, 2017) 
Fonte: https:// 
epoca.globo.com/ 
tecnologia/expe-
riencias-digitais/ 
noticia/2017/08/ 
comunidade-glo-
bal-nao-se-faz-com-
-poucos-homens-
-brancos-do-vale-do-
-silicio-diz-pesquisa-
dor.html Acesso em: 
08 nov 2018. 
Ciberespaço 
É caracterizado por um 
não-espaço, pois não 
existe territorialmente, 
porém conecta redes de 
computadores por onde 
circulam informações. 
Segundo Pierre Lévy, citado 
por BERGMANN (2007, p23-
24), é um “terreno onde fun-
ciona a humanidade, hoje”. 
Fonte: 
http://www.seer. 
ufu.br/index.php/ 
caminhosdege-
ografia/article/ 
view/15439/8733 
Acesso em: 
08 nov 2018. 
8 ARCOVERDE, Letícia; CAMPOS, Stela. Falta de talentos digitais faz empresas perderem competitividade. Valor 
(portal eletrônico). Disponível em: <https://www.valor.com.br/carreira/5898213/falta-de-talentos-digitais-faz-
-empresas-perderem-competitividade>. Acesso em: 08 nov. 2018. 
19 
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https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/view/15439/8733
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https://www.valor.com.br/carreira/5898213/falta-de-talentos-digitais-faz-empresas-perderem-competitividade
https://www.valor.com.br/carreira/5898213/falta-de-talentos-digitais-faz-empresas-perderem-competitividade
 
 Inteligência 
coletiva 
É uma inteligência distribuída 
por toda parte, que considera 
os saberes de muitas pessoas 
e que é impulsionada pelo ci-
berespaço, segundo as ideias 
de Pierre Lévy. (FONSECA e 
VASCONCELOS, 2014, p. 3) 
Fonte: 
https://www.aedb. 
br/seget/arquivos/ 
artigos14/9420102. 
pdf Acesso em: 
08 nov 2018. 
Cultura da 
convergência 
A convergência de diversas 
plataformas de mídias permi-
te que seja possível acessar 
um conteúdo de interesse de 
inúmeras formas. O concei-
to de convergência midiática 
é de Henry Jenkins. (SILVA e 
VALENTE, 2011, p. 2) 
http://www.ufrgs.br/ 
alcar/encontros-na-
cionais-1/8o-encon-
tro-2011-1/artigos/ 
Midia%20digital-%20 
cultura%20da%20 
convergencia%20 
e%20mobilida-
de%20analise%20 
do%20jornal%20 
Valor%20Online. 
pdf/view Acesso em: 
08 nov 2018. 
Fonte: elaborado pela autora. 
Partindo dos conceitos fundamentais do mundo digital, é possível per-
ceber que para atuarmos nele é imprescindível o desenvolvimento das 
competências socioemocionais. 
Imagine uma equipe de trabalho que precisa desenvolver um projeto 
criativo para a elaboração de uma campanha publicitária. Apenas obser-
vando umadas macrocompetências, a autogestão, como uma referência 
de desenvolvimento profissional, será que todos da equipe conseguiriam 
apresentar bom desempenho em suas tarefas se dependessem das se-
guintes competências socioemocionais? 
20 
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/9420102.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/9420102.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/9420102.pdf
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos14/9420102.pdf
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Determinação: para lidar com as ideias de todos, considerando a 
inteligência coletiva como fonte de criação de conteúdos. 
• Organização: de como o trabalho será realizado, prevendo recursos, 
métodos, resultados esperados. Em que esfera será trabalhado o 
projeto? Em ciberespaço? Plataformas digitais? 
• Foco: tanto o foco no que precisa ser feito quanto foco em projeto e 
resultado, a fim de não desviar do objetivo. 
• Persistência: qual é o grau de envolvimento com o projeto para que 
os resultados sejam atingidos? 
• Responsabilidade: todos respondem por suas ações individuais e 
também coletivas? Estão engajados com o projeto e com o cliente? 
Podemos compreender que as competências determinação, organização, 
foco, persistência e responsabilidade, são individuais e dependem de fato-
res biológicos, psicológicos e também sociais de cada integrante da equipe. 
Provavelmente, o desempenho não seria algo padronizado, visto que esta-
mos falando de pessoas, porém, ao participar de um projeto como esse, cada 
indivíduo apresentaria um grau de desempenho diferente em cada uma das 
competências que, inclusive, poderia ser desenvolvida caso fosse necessário. 
Uma observação sobre esse projeto é que desenvolver somente o grupo 
das competências de autogestão não seria suficiente para um alto desem-
penho da equipe, pois as tarefas caracterizam a interação com pessoas e 
com o cliente; as habilidades de engajamento entre o time, abertura ao 
novo, resiliência emocional, empatia, enfim, muito mais que habilidades 
técnicas; também as habilidades humanas para a entrega do resultado. 
Então, os outros quatro grupos de macrocompetências também seriam 
referências a serem desenvolvidas nesse projeto. 
A última consideração importante sobre as competências socioemocio-
nais e o mundo digital é relacionada ao nosso comportamento enquanto 
estamos atuando nesse cenário híbrido, real e digital ao mesmo tempo, 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
em que algumas regras de convivência, que inclusive já são estabelecidas 
em nosso dia a dia (a etiqueta social), ganham novas maneiras de comuni-
cação virtual, que é o termo conhecido como netiqueta. Esse termo é uma 
junção das palavras net com etiqueta, que propõe algumas boas práticas 
de comunicação para que nossa convivência no mundo virtual seja har-
mônica e, de certa maneira, alinhada à nossa convivência no mundo fora 
da internet (BISCALCHIN, 2011, p. 193-207)9. 
De acordo com Fonseca e Ulbarene (2018)10, seguem algumas regras co-
muns de utilização da netiqueta: 
Figura 4 | Instruções básicas para os relacionamentos no mundo virtual 
O que não 
utilizar ou fazer 
Motivo 
Maíusculas 
Evitar escrever textos em letras maiúsculas. 
Além de parecer que está gritando, a leitura 
pode ficar cansativa. 
Mensagens chatas 
Evite enviar propagandas não solicitadas, 
correntes e outras mensagens do tipo. Isto é 
muito desagradável. 
Emoticons 
Utilizados para demonstrar os sentimentos, 
os emoticons não devem ser utilizados como 
elementos do próprio texto, e em exagero, visto 
que em alguns casos não é possível identificar 
o que a pessoa quer dizer com aquilo. 
Fugir do assunto 
Ao usar um comunicador instantâneo, nunca 
fuja do assunto. Mesmo que não lhe interes-
se ou julgue desagradável, diga algo, mesmo 
que finalizando o assunto, para mostrar que 
você leu a mensagem. 
9 BISCALCHIN, A. C.; ALMEIDA, M. A. Apropriações sociais da tecnologia: ética e netiqueta no universo da info-
comunicação. InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, v. 2, n. 1, p193-207, 7 jun. 2011. 
10 FONSECA, Enir da Silva; ULBANERE, Rubens Carneiro. A importância do uso da Netiqueta. Disponível em: 
<https://www.unaerp.br/documentos/2154-a-importancia-do-uso-da-netiqueta/file>. Acesso em: 09 nov. 2018. 
22 
https://www.unaerp.br/documentos/2154-a-importancia-do-uso-da-netiqueta/file
 
 
 
 
 
 
 
O que não 
utilizar ou fazer 
Motivo 
Tópicos chamativos 
Nunca crie tópicos em fóruns com títulos 
muito chamativos e escandalosos, procu-
re relacionar bem o título da mensagem 
em questão. 
Ofensas 
Na internet, principalmente em sites de re-
lacionamentos, não é difícil encontrar dis-
cussões negativas e ofensas. Se alguém for 
ofendido, não se deve revidar e criar uma 
guerra online. O melhor caminho é ignorar. 
Mensagens aos grupos 
Será que a mensagem é realmente impor-
tante? A quem está destinada? Na dúvida é 
sempre melhor enviar mensagens direta-
mente às pessoas interessadas. 
Fonte: Adaptado de Fonseca e Ulbanere (2018, p. 07)11. 
O uso da netiqueta, nesse ciberespaço em que atuamos, é necessário 
para que possamos estabelecer processos de comunicação assertivos e 
cultivar os relacionamentos entre as pessoas, de modo digital. 
Você já deve ter experimentado situações em que o uso das comunica-
ções digitais causou algum tipo de desentendimento entre pessoas ou 
até mesmo conflitos durante a realização de um trabalho. Alguns des-
ses conflitos poderiam ser evitados se pudéssemos nos conscientizar 
dos espaços em que estamos inseridos virtualmente e, também, como 
nosso comportamento e o uso da netiqueta pode influenciar em nossa 
atuação profissional. 
Para desenvolver essa consciência, são propostos os estudos sobreas 
competências socioemocionais. Não só para desenvolver a autocons-
ciência, como vimos em nossa discussão. Também são relevantes para 
11 FONSECA, Enir da Silva; ULBANERE, Rubens Carneiro. A importância do uso da Netiqueta. Disponível em: 
<https://www.unaerp.br/documentos/2154-a-importancia-do-uso-da-netiqueta/file>. Acesso em: 09 nov. 2018. 
23 
https://www.unaerp.br/documentos/2154-a-importancia-do-uso-da-netiqueta/file
 
conseguirmos cultivar relações sociais de maneira saudável e confiável no 
estabelecimento de redes profissionais. 
TEORIA EM PRÁTICA 
O professor solicitou, em uma turma de pós-graduação, que 
os alunos se organizassem em subgrupos para que desen-
volvessem um trabalho de pesquisa sobre empregabilidade. 
Para isso, os grupos precisariam definir as pessoas que ocu-
pariam os seguintes papeis: 03 pesquisadores, 02 organiza-
dores de conteúdo, 02 digitadores e um líder de equipe. 
Considerando os estudos sobre competências socioemocio-
nais, se você fosse a pessoa escolhida como líder da equipe, 
saberia explicar o por quê da escolha? 
Que competências seriam necessárias para exercer 
esse papel? 
E para formar a sua equipe, quais seriam os critérios? 
A afinidade entre as pessoas seria um forte critério para isso? 
E se as pessoas não tiverem as competências necessárias, o 
que fazer? 
Reflita sobre a importância de aprendermos a identificar 
as competências de um projeto ou tarefas a serem realiza-
das, mapeando as competências das pessoas que compõem 
as equipes. 
Diante de estudos fundamentais sobre a área a Educação, e também so-
bre o mundo do trabalho, pudemos conhecer a origem das competên-
cias aplicadas ao desenvolvimento profissional e pessoal. Também foi im-
portante conhecermos as bases das competências socioemocionais que, 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
atualmente, norteiam a formação de pessoas, desde a educação infantil 
até a educação profissional. 
É necessário compreender esse contexto hiperconectado, em que esta-
mos inseridos, para que nosso desenvolvimento pessoal e profissional es-
teja sempre em condições de se adaptar aos possíveis cenários que estão 
sendo promovidos com a evolução do mundo do trabalho, sem que, para 
isso, tenhamos que declinar de nossos princípios e valores éticos e morais. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Além dos conhecimentos, habilidades e atitudes, que cons-
tituem as competências do mundo do trabalho, a área da 
Educação preconiza quatro pilares, na formação integral 
de pessoas, que são: 
a) Aprender a aprender; a socializar; estudar; fazer 
juntos. 
b) Aprender a conhecer; ser; fazer; viver juntos. 
c) Aprender a desenvolver; conviver; refletir; entender. 
d) Conviver; aprender; desenvolver; fazer. 
e) Conviver; desenvolver; refletir; trabalhar em equipe. 
2. Leia: 
As competências da autogestão se relacionam ao nosso 
domínio pessoal, o _____________________. A de engajamen-
to com os outros se relaciona à inteligência interpessoal, 
ou seja, como compreendemos e nos ________________ 
com os outros. A amabilidade compreende os sentimen-
tos em relação a si e ao próximo. A resiliência emocional 
refere-se ao __________________ para superar situações 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
adversas e, por fim, a abertura ao novo se relaciona às 
competências da criatividade, da aprendizagem contínua, 
da curiosidade e da aprendizagem das artes. 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: 
a) Autocontrole; comportamos; momento. 
b) Comportamento; entendemos; julgamento. 
c) Autodesenvolvimento; posicionamos; critério. 
d) Autoconhecimento; relacionamos; autocontrole. 
e) Desenvolvimento; reconhecemos; autocontrole. 
3. É um conjunto de regras de convivência social do mundo 
digital, recomendada para as comunicações empresariais, 
mas também importante para se relacionar virtualmente 
com as pessoas. De qual conceito estamos falando? 
a) Globalização. 
b) Aldeia global. 
c) Netiqueta. 
d) Macrocompetência. 
e) Autogestão. 
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc-aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192http://porvir.org/especiais/socioemocionais/
http://porvir.org/especiais/socioemocionais/
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/8o-encontro-2011-1/artigos/Midia%20digital-%20cultura%20da%20convergencia%20e%20mobilidade%20analise%20do%20jornal%20Valor%20Online.pdf/view
 
UNESCO. Educação para a cidadania global: preparando alunos para os desafios 
do século XXI. Brasília: UNESCO, 2015. 
SOPRANA, Paula. Aldeia global não se faz só com homens brancos do Vale do Silício. 
Revista Época (portal eletrônico) Publicado em 15 ago 2017. Disponível em <https:// 
epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-
-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador. 
html> Acesso em 08 nov 2018. 
Gabarito 
Questão 1 – Alternativa B: 
Aprender a conhecer, a fazer, a ser e viver juntos. Esses são pilares da 
educação pós-moderna, que preconizam a aprendizagem de conhe-
cimentos, habilidades e também as habilidades sociais e emocionais. 
Questão 2 – alternativa D: 
Para preencher corretamente as lacunas, os termos são, respectiva-
mente: autoconhecimento; relacionamos; autocontrole. 
Questão 3 – alternativa C: 
O conceito explanado na questão refere-se à netiqueta, que é o con-
junto de regras sociais para o bom convívio virtual dos internautas. 
28 
https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
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https://epoca.globo.com/tecnologia/experiencias-digitais/noticia/2017/08/comunidade-global-nao-se-faz-com-poucos-homens-brancos-do-vale-do-silicio-diz-pesquisador.html
 
 
 
 
EMPREGABILIDADE 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
Neste tema será possível conhecer os seguintes assuntos: 
• A ideia da empregabilidade. 
• A carreira profissional e as condições para manter-
mos a empregabilidade. 
• As competências da empregabilidade: o futuro das 
competências. 
29 
 
 
Introdução 
Olá, caro estudante! Neste tema você será apresentado aos estudos so-
bre empregabilidade. Será que você tem ideia do que seria esse conceito 
e o que está relacionado a ele? 
Por causa da nomenclatura relacionada à palavra emprego, poderíamos 
concluir que empregabilidade significa estar sempre empregado. Porém, 
o entendimento acerca deste conceito é atualmente ampliado. 
Destarte, aprenderemos algumas maneiras dinâmicas de conseguirmos de-
senvolver nossa empregabilidade, acompanhando as nuances que o mer-
cado de trabalho nos oferece e também levando em consideração nossos 
desejos sobre o que queremos para nossa carreira e nossos projetos de vida. 
Conheceremos também o resultado de algumas pesquisas que indicam 
tendências e prospecções para o futuro do trabalho e as competências 
que precisamos começar a desenvolver para que possamos manter nos-
sa empregabilidade no médio e longo prazos. 
1. A ideia da empregabilidade 
A empregabilidade pode ser compreendida como a capacidade de estar-
mos sempre em condições de realizar um trabalho, seja este realizado 
formalmente, informalmente ou também de maneira autônoma ou, ain-
da, na forma de prestação de serviço como pessoa jurídica. 
Porém, além da relação da palavra empregabilidade com o emprego – 
uma das maneiras de prestarmos serviços –, no Brasil é possível que as 
relações de trabalho possam acontecer de outras maneiras. Vamos co-
nhecer um pouco mais sobre elas. 
30 
 
 
Você já ouviu falar sobre trabalho formal e informal? 
O trabalho formal é conhecido como emprego, que no Brasil é caracte-
rizado pelo registro do contrato de trabalho em carteira profissional, e 
que garante um conjunto de benefícios ao trabalhador, garantidos pelo 
cumprimento de obrigações patronais pelo empregador. 
Já o trabalho informal é caracterizado pela relação de prestação de ser-
viços por um trabalhador a um contratante, porém, sem a formalização 
de um contrato de trabalho. Neste caso, a única troca é a monetária, ou 
seja, o pagamento realizado pelo trabalho realizado. 
E o trabalhador autônomo? 
O trabalho autônomo é caracterizado pelo exercício de uma atividade 
profissional sem vínculo empregatício e com a assunção de risco por con-
ta própria. Geralmente os contratos são firmados por períodos determi-
nados. A contratação é realizada como pessoa física e sem garantias tra-
balhistas previstas na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 
Também é possível a prestação de serviços por meio da pessoa jurídi-
ca, como microempresário individual, o MEI, ou empresário individual de 
responsabilidade limitada, o EIRELI. Nestes casos a prestação de serviço é 
formalizada por meio de contratos e emissão de nota fiscal de prestação 
de serviços. Essas são as possibilidades de atuação de consultorias e as-
sessorias especializadas, por exemplo. 
A empregabilidade, independentemente do tipo de contrato, exige do 
profissional a capacidade de se desenvolver profissionalmente (e pessoal-
mente) para que esteja sempre preparado para atuar no mercado de tra-
balho do momento presente, mas sem desconsiderar um futuro próximo. 
Ou seja, os próximos quatro ou cinco anos e um futuro estratégico, dez 
anos ou mais, devem ser levados em consideração na hora de analisar a 
empregabilidade de um indivíduo. 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflita sobre a seguinte questão: “O que faço hoje, da maneira como faço, 
ainda estará sendo realizado da mesma maneira daqui a quatro anos? E 
nos próximos 15 anos?” 
Para garantirmos o cuidado com a nossa empregabilidade, além da atuali-
zação da área profissional em que somos formados ou atuamos, também 
são consideradas algumas outras características e ações imprescindíveis 
para qualquer profissional. À título de exemplo, desenvolver uma rede de 
relacionamentos profissionais e também a adaptabilidade para lidar com 
momentos de crises e mudanças do cenário atual, são algumas dessas 
características (SILVA, 2016). 
De acordo com Silva (2016), existem dez componentes fundamentais da 
empregabilidade e que estão resumidos na Quadro 1 a seguir: 
Quadro 1 – Componentes da empregabilidade 
• Conhecer a saturação do mercado de trabalho em relação à 
profissão. Mercado de trabalho atual 
• A formação profissional (técnica, tecnológica, pós-graduação, 
certificações) é necessária para a atuação em determinadas 
profissões ou áreas. 
Necessidade de formação 
• Ter a experiência prática além dos conhecimentos teóricos. Experiência de mercado 
• A evidência de uma atividade profissional oscila de acordo 
com o mercado. Pode estar em baixa em um período e em 
alta em outros, facilitando a empregabilidade. 
Ramo de atividade em evidência 
• Desenvolver competências generalistas e também específicas 
para a sua área ou profissão. Competências gerais e específicas 
• Rede de contatos profissionais construída por pessoas que já 
trabalharam ou estudaram com você ,e pessoas que 
conhecem seu perfil profissional. 
Rede de relacionamentos (network) 
• Características do seu perfil comportamentale modos de agir 
e reagir, se relacionar com pessoas e atuar profissionalmente. Personalidade 
• A maneira de se comunicar, postura e linguagem corporal, 
tom de voz, higiene pessoal e vestimentas são características 
que podem influenciar de modo positivo ou negativo a 
empregabilidade. 
Postura e aparência 
• Capacidade de buscar oportunidades e superar obstáculos 
motivados por objetivos. Automotivação 
• Capacidade de se adaptar às situações adversas conseguindo 
lidar melhor com estresse gerado por mudanças. Adaptabilidade 
Fonte: adaptado de Silva (2016, p. 16-17). 
32 
 
 
 
Ao fazer a leitura desse quadro, foi possível analisar a sua empregabilida-
de no momento atual? Ainda sobre os componentes da empregabilida-
de, algumas empresas se preocupam com a carreira dos profissionais em 
que nelas trabalhavam. Principalmente quando o cenário é de carreiras 
que ultrapassavam os 20 ou 30 anos de dedicação de um colaborador em 
uma única empresa. Sabemos que no mercado atual, a permanência du-
radoura de um colaborador no quadro de funcionários pode representar 
pouco desta realidade. 
Provavelmente, por causa deste fenômeno, as carreiras passaram a ser ad-
ministradas pelos próprios profissionais, que têm total decisão sobre o que 
querem fazer, o quanto querem ou precisam receber como remuneração 
e qual o tempo têm para se dedicar ao trabalho, entre outras preferências. 
Quando nos deparamos com os dez componentes da empregabilidade 
citados por Silva (2016), podemos perceber que as estratégias para man-
ter e desenvolver a nossa capacidade de trabalho está em nossas mãos 
e em nossas escolhas e, por isso, conhecer o mercado em que atuamos, 
verificar as tendências da nossa profissão e fazermos um balanço das 
competências que possuímos até o momento e o que as oportunidades 
estão solicitando, deve ser uma prática constante. 
Mundialmente, as empresas estão cada vez mais absorvendo tecnologias 
em seus processos, produtos e serviços. As discussões sobre a Indústria 
4.0 – que preconiza o uso da inteligência artificial, e a área da ciência de 
dados – como práticas para a gestão dos negócios, já são realidade para 
diversos segmentos de mercado e, segundo o relatório “O futuro do tra-
balho” do Fórum Econômico Mundial de 2018, praticamente todas as ati-
vidades laborais já têm ou terão componentes tecnológicos e também 
digitais como características fundamentais. 
Nesse sentido, como estamos nos atualizando para lidar com essas opor-
tunidades? Enquanto para alguns, estas características soam como opor-
tunidades, para muitos, este cenário representa ameaças para o trabalho. 
33 
 
PARA SABER MAIS 
De acordo com o Sebrae: “foi na edição de 2011 da Feira de 
Hannover que o conceito da Indústria 4.0 começou a ser re-
velado ao público em geral. A iniciativa, fortemente patroci-
nada e incentivada pelo governo alemão em associação com 
empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa 
do país, propõe uma importante mudança de paradigma em 
relação à maneira como as fábricas operam nos dias de hoje. 
Nessa visão de futuro, ocorre uma completa descentralização 
do controle dos processos produtivos e uma proliferação de 
dispositivos inteligentes interconectados, ao longo de toda 
a cadeia de produção e logística” (SEBRAE, 2016, [s.p.]). Leia 
mais no link disponível em: <http://www.sebrae.com.br/si-
tes/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-des-
cubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510Vg-
nVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 20 nov. 2018. 
Um assunto que tem causado angústia para os profissionais que já es-
tão no mercado de trabalho e também aos que estão se formando, é o 
desemprego. Existem diversas causas para o aumento do desemprego, 
como problemas econômicos, políticos, sociais e também o desemprego 
estrutural, causado pela substituição de pessoas por tecnologia. 
Este é um fenômeno global, e, segundo Pantaleoni (2018) ao divulgar o 
resultado de uma pesquisa da consultoria McKinsey, nos EUA e Europa 
existe a ameaça de se perder 50% dos empregos atuais por substituição 
tecnológica. Segundo o autor, embora existam preocupações em relação 
a este acontecimento, também existem especialistas otimistas com este 
quadro, e que compreendem que a função do trabalho humano se adap-
tará àquilo que as máquinas e algoritmos não serão capazes de reprodu-
zir, como o trabalho colaborativo e a criatividade. 
34 
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
 
Ressaltamos aqui que a criatividade está sendo compreendida como uma 
capacidade humana utilizada para fazer escolhas, resolver problemas e to-
mar decisões, portanto, todos somos criativos e podemos desenvolvê-la. 
A partir da apresentação do conceito de empregabilidade e suas caracte-
rísticas, podemos então concluir que a condição para estarmos sempre 
aptos e preparados para o trabalho envolve a pesquisa, por parte de cada 
profissional, sobre o mercado em que atua, atualização profissional conti-
nuada, construção e manutenção de uma rede potente de relacionamen-
tos profissionais, desenvolvimento de competências gerais e específicas e 
a capacidade de empreender sua própria carreira. 
Não obstante, as oportunidades de trabalho poderão estar nas empresas 
por meio de contratos de trabalho com vínculo formal, mas também de 
maneira autônoma ou por prestação de serviços. 
Também existe a possiblidade de tornar a sua carreira o seu próprio em-
preendimento em que muitos profissionais, atualmente, garantem sua 
empregabilidade fazendo exatamente isso. Tornando a sua carreira o seu 
negócio, como é o caso de palestrantes, consultores, professores, profis-
sionais de Tecnologia da Informação, da saúde e outras áreas, você mes-
mo pode ampliar o seu campo de atuação profissional ao aumentar a 
visibilidade do profissional que é e representa no mercado. 
2. A carreira profissional e as condições para 
mantermos a empregabilidade 
Existe diferença entre profissão e carreira profissional. Você saberia di-
zer qual é? 
A formação profissional nos capacita para atuar em uma determinada 
atividade laboral como advocacia, medicina, engenharia, administração, 
35 
 
 
contabilidade, farmácia, etc. A formação nos profissionaliza, certifica em 
uma profissão. 
Alguns profissionais conseguem desenvolver uma carreira seguindo 
apenas a sua formação de base de acordo com o que foi formado, por 
exemplo, uma pessoa que se licenciou em Geografia será professor de 
Geografia, certificadamente, por toda a sua vida profissional. Porém, a 
carreira profissional pode ter outras possibilidades, por exemplo, atuar 
em diferentes áreas que podem ou não se relacionar apenas às ativida-
des da profissão. 
Vejamos um exemplo: imagine um médico que atua exercendo atividades 
da medicina (consultas, exames, procedimentos médicos), mas que tam-
bém atua como docente em cursos da área da saúde, ministra palestras 
e é consultor técnico de um programa de TV. Estas atividades podem ser 
realizadas em diferentes fases da vida deste profissional como também 
poderia ser realizada simultaneamente, o que tem sido muito comum nos 
últimos tempos. 
Também existem casos em que pessoas desenvolvem carreiras em di-
ferentes profissões, como uma pessoa formada em odontologia e que 
exerceu a profissão por dez anos e resolveu cursar outra formação e ago-
ra é gastrônoma e atua como chef de cozinha. Também existem casosde 
profissionais que desenvolvem carreira paralela, ou seja, simultânea. Ao 
mesmo tempo em que exerce sua profissão, também exerce outra ativi-
dade diferente da primeira. Chamamos isso de segunda carreira. 
A pessoa pode optar por atuar desta maneira como um período de transi-
ção entre uma carreira e outra ou pode optar por atuar em uma carreira 
de que gosta muito, mas os resultados financeiros, por exemplo, não lhe 
trazem todo o recurso que necessita e, então, a atuação na outra carreira 
proporciona este retorno. 
A carreira profissional, segundo Oliveira: “[...] é o conjunto de todas as 
atividades profissionais que o indivíduo exerceu ou exercerá ao longo de 
36 
 
 
 
 
 
 
sua vida” (OLIVEIRA, 2017, p. 23). Assim, para desenvolvermos uma traje-
tória, ou seja, a carreira profissional propriamente dita, devemos pensar 
em algumas condições que permitam evidenciar a empregabilidade, in-
clusive, alinhada aos desejos e propósitos do indivíduo. 
Essas condições estão relacionadas ao nosso plano de vida e aos projetos 
pessoais que fazem parte dele. Para viabilizá-los, será necessário que a 
carreira profissional possa financiá-los se esta for a única fonte de recur-
sos financeiros para tanto. 
Se você pensou em construir um patrimônio, viajar, casar, ter filhos, cui-
dar dos pais, morar em diversos países, trabalhar voluntariamente em 
projetos sociais, trabalhar em empresas multinacionais ou outros proje-
tos que não foram citados, porém, fazem parte do seu plano de vida, é 
preciso que estes estejam, no mínimo, mapeados em uma linha do tempo 
para que você perceba qual projeto poderá ser realizado antes, simulta-
neamente ou depois de outros. 
Este exercício de mapeamento poderá trazer uma diretriz para o que você 
está planejando para a sua vida. Mas, como poderemos fazemos isso? 
Segue uma sugestão: 
Primeiramente, listamos os projetos de vida que pretendemos realizar ao 
longo de um determinado período de tempo. Projetos como cuidar da saú-
de, aprender música, construir uma casa, comprar um veículo, aprender 
idiomas, viajar, casar, ter filhos, etc. Depois, listamos os projetos para de-
senvolvimento da carreira profissional seguindo a mesma linha de tempo 
para identificar o que desejamos no mesmo período em que estamos rea-
lizando projetos de vida. Seguem outros exemplos: cursar uma faculdade, 
fazer pós-graduação, obter uma certificação, fazer intercâmbio para apren-
der idiomas, fazer outra graduação para adquirir outra profissão, etc. 
Este exercício propõe reflexões como: 
• Quais os tipos de investimentos (tempo, dinheiro e dedicação) serão 
37 
 
 
 
 
 
 
 
necessários para o meu plano? 
• Quais são as competências que possuo e as que terei que desenvol-
ver para seguir o meu planejamento de carreira? 
• Como cuidarei da minha saúde? 
• Terei tempo disponível para cuidar da minha família (filhos, 
pais, cônjuges)? 
Entre outros questionamentos que você mesmo pode tentar criar para re-
fletir. Vamos tentar fazer esse exercício? Veja uma sugestão a seguir, repre-
sentada graficamente, e depois tente fazer o seu próprio planejamento: 
Quadro 2 – Plano de vida e planejamento de carreira 
Plano de 
vida 
18 
anos 
19 
anos 
20 
anos 
25 
anos 
30 
anos 
35 
anos 
40 
anos 
50 
anos 
60 
anos 
Projetos 
de vida 
Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... 
Carreira 
profissional Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... Listar... 
Fonte: elaborado pela autora. 
Ao listarmos o que queremos para a nossa vida e ao mesmo tempo o que 
estamos projetando para a nossa carreira, ampliamos a percepção das 
condições que precisarão ser criadas para que os nossos projetos se rea-
lizem conforme o planejamento proposto. 
É certo que vivemos em um contexto que possui algumas forças externas 
que influenciam as nossas decisões, tais como: economia, política, tecno-
logia, cultura, mercados, e que podem afetar o nosso planejamento. E aí é 
que está o segredo de se fazer um exercício como este: quando desenvol-
vemos as condições para a nossa empregabilidade, mais facilmente con-
seguimos ajustar a nossa adaptação de acordo com os nossos projetos e 
plano de vida. 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não podemos esquecer a seguinte perspectiva: enquanto estamos proje-
tando e desenvolvendo uma carreira profissional, nossa vida está acon-
tecendo concomitantemente, então, precisamos sempre contextualizá-la 
de maneira sistêmica, isto é, como estaremos vivendo durante o esta-
belecimento da carreira em relação à nossa saúde física e mental, rela-
cionamentos familiares e conjugais, tempo disponível para o lazer e ati-
vidades culturais, espiritualidade ou atividades de crescimento pessoal, 
entre outras. 
Poderíamos concluir que algumas das condições necessárias para desen-
volvermos a nossa empregabilidade seriam: 
a) Alinhamento entre carreira e projetos de vida. 
b) Formação profissional e desenvolvimento de competências. 
c) Condições financeiras (de viabilizar projetos e construção de 
patrimônio). 
d) Condições de saúde, bem-estar e de relacionamento social (fami-
liar, íntimo, de amizades). 
e) Estabelecimento de redes profissionais. 
Especificamente sobre o estabelecimento de redes de contatos profissio-
nais ou network, apresentaremos neste momento o conceito de capital 
social. As redes de contato são poderosas aliadas para o estabelecimento 
de uma carreira profissional e reflete o quanto a nossa empregabilidade 
está em alta. 
Proponho um teste simples: pense que você precisaria indicar uma pes-
soa da sua rede de contatos para uma vaga em sua empresa e esta pes-
soa irá trabalhar diretamente com você, em seu departamento. É possível 
saber quem indicar? Há mais de uma opção? Quais as responsabilidades 
que você assumiria se indicasse esta pessoa? 
Agora vamos pensar em outra hipótese: Você saberia quem não indicaria? 
Consegue saber os motivos para não indicar? Será que nós também não se-
ríamos indicados por outras pessoas? Basicamente, assim funcionam nossas 
39 
 
 
 
redes de contatos que se formam a partir dos nossos relacionamentos fami-
liares, da escola, da faculdade, do primeiro emprego e dos subsequentes. 
Construímos, ao longo da nossa trajetória, uma marca pessoal que é com-
posta por nosso perfil comportamental, conhecimentos, postura, reputa-
ção, organização, entrega de resultados e como nos relacionamos com 
as pessoas. Todas essas características compõem uma espécie de capital 
para a nossa empregabilidade. 
O nosso conjunto de conhecimentos e habilidades (o que sabemos e o que 
sabemos fazer) pode ser compreendido como capital intelectual. A rede de 
contatos também pode ser considerada um tipo de capital, o capital social. 
ASSIMILE 
Capital social, no entendimento e de acordo com o dicioná-
rio da educação profissional da Fiocruz, o conceito “está ne-
cessariamente associado à noção de ‘estratégias’, já que são 
elas que constroem a rede de ligações como investimento – 
consciente ou não – orientado para a reprodução de relações 
sociais imediatamente utilizáveis”. Assim sendo, as relações 
profissionais acabam formando o nosso capital social que 
poderá nos acompanhar durante toda a vida, profissional e 
pessoal. Além do capital social, também é citado no mesmo 
texto o capital cultural, que é o conjunto da diversidade 
da aprendizagem cultural que adquirimos ao longo da nos-
sa vida e que precisamos também continuar desenvolvendo 
para que possamos ter mais riquezas em nosso raciocínio, 
comportamento e ideias. Podemos dizer que compreendem 
o capital cultural as artes, por exemplo, a música, a dança, 
o teatro, a pintura, a poesia, mas também o conhecimento 
de diferentes crenças, costumes, religiões de pessoas, cida-
des, regiões e países diferentes. Quanto mais aumentamos 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
nosso capital cultural, mais conhecimentos gerais adquiri-
mos, mais aprimoramos nossa empregabilidade.Disponível 
em: <http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/ 
capsoc.html>. Acesso em: 20 nov. 2018. 
3. As competências da empregabilidade: o futuro das 
competências 
As competências, ou o conjunto de conhecimentos, habilidades e valores, 
são construídas e desenvolvidas ao longo da nossa vida, desde o convívio 
com a família até a nossa interação com o mundo. Durante a formação 
escolar essas competências vão incorporando conhecimentos científicos 
e também comportamentais que aos poucos nos preparam para a convi-
vência na vida adulta – inclusive para o mercado de trabalho. 
Desenvolvemos competências também nos cursos profissionalizantes ou 
enquanto atuamos no mercado de trabalho. Assim, a classificação e o agru-
pamento destas competências variam conforme a necessidade de cada área 
ou segmento de atuação profissional. Existem, por exemplo, competências 
gerenciais, profissionais, humanas, socioemocionais, organizacionais. 
O Quadro 3 a seguir, apresenta a listagem de algumas competências clas-
sificadas nestes grupos. Vamos conhecê-las? 
Quadro 3 – Competências para o trabalho 
Competências 
Gerenciais 
Competências 
Profissionais 
Competências 
Humanas 
Competências 
Socioemocionais 
Competências 
Organizacionais 
Planejamento 
estratégico 
Tomadas 
decisórias 
Resolução de 
problemas 
complexos 
Negociação 
Gestão 
de conflitos 
Organização 
Relacionamento 
interpessoal 
Comunicação 
Inteligência 
emocional 
Autoconhecimento 
Empatia 
Criatividade 
Confiança 
Liderança 
Trabalho 
em equipe 
Foco no cliente 
Fonte: elaborado pela autora. 
41 
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/capsoc.html
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/capsoc.html
 
 
 
 
 
O Quadro 3 apresenta competências do presente, ou seja, algumas das 
competências que já são necessárias para a atuação profissional e, con-
sequentemente, o aprimoramento da empregabilidade. Agora, se pen-
sarmos em um momento futuro, ainda seriam as mesmas ou já existe 
a prospecção de novas competências ou habilidades que precisaremos 
desenvolver? 
A partir de agora apresentaremos alguns resultados de estudos prospec-
tivos e pesquisas realizadas sobre o futuro das competências e percebe-
remos que a aprendizagem é uma das principais. Por que será? Ora, para 
se desenvolver é necessário aprender. E quem tiver essa dificuldade terá 
problemas para melhorar a empregabilidade. 
Um estudo prospectivo realizado pela Pearson em parceria com a institui-
ção de Oxford Martin School culminou no relatório The future of skills: em-
ployment in 2030, em tradução livre, O futuro das competências: empregos 
em 2030. Nesse estudo, o relatório aponta que as habilidades interpesso-
ais, cognitivas (de raciocínio e aprendizagem) e habilidades sistêmicas es-
tarão em alta, e o ranking das principais competências prospectadas para 
os EUA e Europa são: aprender sobre estratégia, conhecimentos sobre 
psicologia, ensino-aprendizagem, percepção social, julgamentos e deci-
sões, fluência de ideias, educação e treinamento, resolução de problemas 
complexos, entre outras (PEARSON, 2018). 
Já mediante o relatório The future of Jobs 2018 do Fórum Econômico 
Mundial, é possível perceber que as projeções dos empregos para 2022 
está evidenciando o desemprego em muitas profissões ou tarefas e o sur-
gimento de novas atividades. O Gráfico 1 a seguir revela uma informação 
interessante sobre a relação de trabalho homem-máquina. Ao analisar-
mos essas informações é possível concluir que as atividades repetitivas 
serão aos poucos absorvidas pelas máquinas. 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
19% 28% 
19% 29% 
23% 31 % 
28% 44% 
31% 44% 
29% 46% 
34% 46% 
36% 55% 
47% 62% 
2018 2022 
Gráfico 1 – Relação de trabalho homem-máquina 
Humano Máquina Humano Máquina 
Raciocínio e tomada de decisão 
Coordenando, desenvolvendo, gerenciando e 
aconselhando 
Comunicação, interação 
Administração 
Trabalho físico e manual 
Identificando e avaliando informações 
para o trabalho 
Realizando tarefas complexas e técnicas 
Procurando e recebendo informações relacionadas 
ao trabalho 
Informação e processamento de dados 
Fonte: adaptado de World Economic Forum (2018, [s.p.]). 
Além destas informações, este relatório também demonstra as compe-
tências que estão em evidência hoje no mercado de trabalho, as tendên-
cias para 2022 e as competências que estão em declínio no mesmo perío-
do. Vamos conhecê-las? 
Quadro 4 – Competências atuais, tendências e em declínio 
Competências de 2018 Tendências para 2022 Em declínio em 2022 
Pensamento analítico 
e inovação 
Resolução de proble-
mas complexos 
Pensamento críti-
co e análise 
Aprendizagem ati-
va e estratégias de 
aprendizagem 
Criatividade, originalidade 
e iniciativa 
Pensamento analítico 
e inovação 
Aprendizagem ati-
va e estratégias de 
aprendizagem 
Criatividade, originalidade 
e iniciativa 
Design e programação de 
tecnologia 
Destreza manual, resistência 
e precisão 
Memória, habilidades verbais, 
auditivas e espaciais 
Gestão de recursos financeiros 
e materiais 
Instalação e manutenção de 
tecnologia 
Leitura, escrita, matemática e 
escuta ativa 
43 
 
 
 
 
 
 
 
Competências de 2018 Tendências para 2022 Em declínio em 2022 
Atenção aos detalhes, 
confiabilidade 
Inteligência emocional 
Raciocínio, resolução de 
problemas e ideação 
Liderança e influ-
ência social 
Coordenação e gerencia-
mento de tempo 
Pensamento críti-
co e análise 
Resolução de proble-
mas complexos 
Liderança e influ-
ência social 
Inteligencia emocional 
Raciocínio, resolução de 
problemas e ideação 
Análise e avaliação 
de sistemas 
Gestão de pessoal 
Controle de qualidade e cons-
cientização de segurança 
Coordenação e gerenciamen-
to de tempo 
Habilidades visuais, auditi-
vas e de fala 
Uso, monitoramento e controle 
de tecnologia 
Fonte: adaptado de World Economic Forum (2018, [s.p.]). 
A última pesquisa realizada recentemente pela consultoria Capgemini em 
parceria com o LinkedIn (a maior plataforma e rede social profissional do 
mundo) divulgou, em forma de relatório, informações sobre as lacunas dos 
“talentos digitais”, ou seja, o que falta para que os profissionais em nível mun-
dial possam desenvolver as competências para garantir sua empregabilidade. 
Esta pesquisa foi realizada em âmbito mundial e os resultados divulgados 
em relatório demonstram que os talentos digitais são compostos por três 
conjuntos de competências: 
a) Hard digital skills. 
b) Soft digital skills. 
c) Novas funções. 
As hard digital skills compreendem competências como análise de dados, 
internet das coisas (IoT), Big data, cibersegurança, robótica, entre ou-
tras. As soft digital skills compreendem competências comportamentais, 
sendo algumas dessas competências as conhecidas socioemocionais: 
mudanças gerenciais, colaboração, conforto em ambiente de incerteza 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(adaptabilidade), foco no cliente, mentalidade empreendedora, tomada 
de decisão baseada em dados e criatividade, destreza organizacional (fle-
xibilidade) e paixão por aprendizagem. 
Como novas funções, são citadas: engenheiros de automação, 
Cientistas sociais ou comportamentais, cientista de dados, gerente de 
projetos digitais, especialistas em financiamento coletivo, especialista 
em captação de recursos, arquiteto corporativo, designer de drones, 
entre outras. 
Para finalizar o assunto futuro das competências, ainda de acordo com o 
relatório Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial, algumas es-
tratégias previstas por empresas para adaptação dos colaboradores, de 
acordo com o cenário de novas competências, seriam: 
• Contratar novos funcionários permanentes com habilidades rele-
vantes para as novas tecnologias. 
• Visão para automatizar o trabalho. 
• Reciclar os funcionários existentes. 
• Esperar que os funcionários existentes adquiram habilidades 
no trabalho.• Terceirizar algumas funções de negócios para contrata-
dos externos. 
• Contratar novos funcionários temporários com habilidades relevan-
tes para novas tecnologias. 
• Contratar freelancers com habilidades relevantes para novas 
tecnologias. 
• Desligamentos estratégicos de funcionários que não possuem as 
habilidades para usar novas tecnologias. 
45 
 
 
 
 
 
 
TEORIA EM PRÁTICA 
Se você fosse convidado a ministrar uma palestra para um gru-
po de estudantes que estão finalizando os estudos em ensino 
médio, começando a decidir sobre qual o caminho poderia se-
guir para atuar no mundo do trabalho, como abordaria o tema 
empregabilidade com eles? 
Em que deveriam pensar, preliminarmente, antes de escolher a 
opção de carreira? 
Quais os conhecimentos necessários sobre empregabilidade 
precisariam ser discutidos com esses jovens? 
Quais as aspirações e desejos esses jovens teriam sobre o futu-
ro das suas escolhas? 
Prepare esta palestra, selecionando os temas que não pode-
riam faltar nesta oportunidade. 
E, então? Percebeu como é importante desenvolvermos a capacidade de 
aprender continuamente? Seja para trabalhar como empregado formal, 
profissional autônomo ou empreendedor, desenvolver as competências 
para lidar com as tecnologias de informação e comunicação e desenvol-
ver habilidades para aprender, são estratégias para o momento presen-
te e para o futuro do trabalho, primordiais para desenvolver e manter a 
empregabilidade. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. A empregabilidade pode ser compreendida como a capa-
cidade de estarmos sempre em _____________ de realizar 
um trabalho, seja este trabalho realizado _______________, 
informalmente ou também de maneira autônoma ou pres-
tação de serviço como pessoa jurídica. Além da relação da 
palavra empregabilidade com o emprego, que é uma das 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
maneiras de _____________ serviços, porém, no Brasil é pos-
sível que as relações de trabalho possam acontecer de ou-
tras maneiras. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Busca – individualmente – adquirir. 
b) Condições – formalmente – prestarmos. 
c) Disposição – em equipe – contratar. 
d) Condições – contratado – adquirir. 
e) Perspectiva – mutuamente – pagar. 
2. A carreira profissional é diferente da profissão porque: 
a) A profissão define todas as atividades que você irá 
realizar como a sua carreira. 
b) A profissão confere uma certificação e a apenas con-
tabiliza o tempo de trabalho. 
c) A profissão desenvolve competências profissionais e 
a carreira não tem esse papel. 
d) A profissão habilita e certifica uma pessoa, e a carrei-
ra pode utilizar as competências da profissão ou não. 
e) A carreira é um conjunto de experiências que uma 
pessoa adquire ao longo do trabalho e a profissão é 
apenas teoria. 
3. São consideradas novas competências de acordo com os 
estudos sobre o futuro das competências e dos empregos: 
I. Competências técnicas. 
II. Competências socioemocionais. 
III. Competências digitais. 
IV. Competências de liderança. 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) Nenhuma afirmativa está correta. 
d) Todas as afirmativas estão corretas. 
e) I, II e III. 
Referências Bibliográficas 
CAPGEMINI RESEARCH INSTITUTE. The digital Talent Gap. Are Companies Doing 
Enough? Disponível em: <https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/10/ 
Digital-Talent-Gap-Report_Digital.pdf>. Acesso em: 17 nov 2018. 
OLIVEIRA, Marco Antônio Garcia. E agora, José?: guia para quem quer buscar emprego, 
mudar de trabalho, montar um negócio ou repensar sua carreira. São Paulo: Senac, 2017. 
PANTALEONI, Cassio. A questão da empregabilidade diante da inteligência artificial. 
Portal HBRBR, 21 de setembro de 2018. Disponível em: <https://hbrbr.uol.com.br/ 
empregabilidade-inteligencia-artificial/>. Acesso em: 18 nov 2018. 
BAKHSHI, Hasan et al. The future of skills: employment in 2030. Disponível em: <ht-
tps://futureskills.pearson.com/research/assets/pdfs/technical-report.pdf>. Acesso 
em: 18 nov 2018. 
SILVA, Altair José (org). Desenvolvimento pessoal e empregabilidade. São Paulo: 
Pearson Education do Brasil, 2016. 
WORLD ECONOMIC FORUM. The future of Jobs report 2018. Disponível em: <https:// 
www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2018>. Acesso em: 17 nov. 2018. 
48 
https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/10/Digital-Talent-Gap-Report_Digital.pdf
https://www.capgemini.com/wp-content/uploads/2017/10/Digital-Talent-Gap-Report_Digital.pdf
https://hbrbr.uol.com.br/empregabilidade-inteligencia-artificial/
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https://futureskills.pearson.com/research/assets/pdfs/technical-report.pdf
https://futureskills.pearson.com/research/assets/pdfs/technical-report.pdf
https://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2018
https://www.weforum.org/reports/the-future-of-jobs-report-2018
 
Gabarito 
Questão 1 – alternativa B. 
A resposta correta é condições – formalmente – prestarmos. A em-
pregabilidade é a capacidade de estarmos sempre em condições de 
trabalhar, indedependentemente do vínculo profissional. 
Questão 2 – alternativa D. 
Porque a profissão habilita e certifica uma pessoa e a carreira pode 
utilizar as competências da profissão ou não. Nem sempre uma pes-
soa formada em uma profissão irá exercê-la como uma carreira. 
Questão 3 – alternativa E. 
I, II e III estão corretas. As competências são técnicas, socioemocio-
nais e digitais. O cenário do futuro dos empregos e das competên-
cias prevê competências de aprendizagem, trabalho colaborativo, 
conhecimentos técnicos e habilidades tecnológicas para lidar com a 
hiperconectividade e competitividade do mercado. 
49 
50 
 
 
 
PERSONALIDADE HUMANA E 
COMPETÊNCIAS 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
A proposta desse tema é conhecer as teorias que explicam 
os modelos de personalidade do ser humano e como essas 
teorias se relacionam com o desenvolvimento de compe-
tências socioemocionais. 
Como objetivos específicos temos: 
• Conhecer os tipos psicológicos propostos por Carl 
Gustav Jung. 
• Compreender as cinco dimensões da personalidade, 
conhecidas como Big Five. 
• Relacionar as aprendizagens sobre a personali-
dade com o desenvolvimento das competências 
socioemocionais. 
51 
 
 
 
Introdução 
Você já deve ter percebido que no ambiente de trabalho se juntam pes-
soas dos mais diversos tipos psicológicos, que tendem a se relacionar e 
agrupar por preferências individuais. Seria um grande transtorno, para 
uma empresa, caso as pessoas não conseguissem superar suas particu-
laridades e trabalhassem apenas com as pessoas de sua preferência, evi-
tando as demais. Isso não seria possível, pois um colaborador precisa se 
adequar ao clima organizacional e se relacionar com os demais funcioná-
rios para que possa desempenhar sua função. Em poucas palavras, o co-
laborador precisa desenvolver suas competências sociomeocionais para 
se relacionar com seus pares profissionais. 
Imagine uma pessoa que tenha características introvertidas, porém cria ex-
celentes projetos para a empresa. Em contrapartida, sua introversão pode 
levá-lo a não apresentar os mesmos projetos, já que se sente intimidado em 
ter que apresentá-lo a uma equipe grande. Nesse sentido, sua introversão 
também pode ser um limitador para receber a promoção que tanto almeja. 
Da mesma forma, uma pessoa com características extrovertidas também 
precisa desenvolver certas competências para que sua extroversão seja 
canalizada para bons propósitos, como, por exemplo, ampliação do foco 
e controle do pensamento. 
Nessa leitura, vamos conhecer mais sobre a personalidade humana e 
como se relaciona com o desenvolvimento das competências socioemo-
cionais, principalmente no ambiente organizacional. 
1. Os tipos psicológicos 
Carl Gustav Jung, psicólogo e psicanalista suíço, publicou o livro  Tipos 
Psicológicos, em 1920. Nesselivro, apresentou oito tipos de personalidades, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
contribuindo para a compreensão do ser humano em relação a si próprio 
e aos outros. Os tipos psicológicos partem de dois pressupostos: intro-
versão e extroversão. As possíveis combinações de disposições e funções 
psíquicas resultam nos oitos citados tipos psicológicos, que serão apre-
sentados a seguir. 
1.1 As disposições psíquicas 
Primeiramente, Jung (1976)1 explicou que todas as pessoas possuem uma 
energia psíquica que pode ser de dois tipos, ou seja, flui em dois sentidos: 
a extroversão e a introversão (conhecidas também como disposições psí-
quicas). A energia psíquica é um conceito fundamental em Psicologia, que 
significa a relação entre pensamento e emoção. Você já refletiu sobre suas 
escolhas? Por exemplo, o que fez uma pessoa comer aquele doce quando 
não devia? Há um conflito entre pensamento e emoção e um deles levou a 
melhor: provavelmente, nesse caso, a emoção venceu. A energia psíquica é o 
que faz o indivíduo tomar ou não atitudes e é fortemente influenciada pelos 
pensamentos e emoções. Essa energia psíquica pode ser de dois tipos: intro-
versão ou extroversão (conhecidas também como disposições psíquicas). 
O psicólogo afirma que todas as pessoas possuem tanto introversão quan-
to extroversão e essas forças existem de maneira contraditória, porém 
complementares. Embora as duas forças estejam presentes em todos 
os indivíduos, algumas pessoas são mais introvertidas; enquanto outras, 
mais extrovertidas. Para o autor, as ações de uma pessoa mais introver-
tida são orientadas por fatores internos (subjetivos e inconscientes) e as 
ações de uma pessoa mais extrovertida são orientadas por fatores exter-
nos (objetivos e conscientes). Para JUNG (1976, p. 47): “um encarrega-se 
da reflexão; o outro, da iniciativa e da ação prática.”. 
Vamos detalhar essas duas disposições psíquicas, na visão de Jung (1976). 
A disposição psíquica é o que conseguimos perceber de maneira geral 
e ampla na forma de agir de um indivíduo, caracterizando-se por seus 
1 JUNG, Carl. Tipos Psicológicos. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 
52 
 
 
 
interesses, suas referências pessoais e suas próprias habilidades (Jung, 
1976). Isso quer dizer que, ao se deparar com uma dada situação, o indiví-
duo vai agir de acordo com sua disposição psíquica. Você quer um exem-
plo para entender melhor? Imagine que uma pessoa está viajando, se per-
de nas ruas da cidade e não consegue voltar para sua hospedagem. Uma 
pessoa com maior disposição psíquica para a introversão, provavelmente, 
procurará se localizar por um mapa físico, um aplicativo de direcionamen-
to ou mesmo tentando voltar pelo mesmo caminho. Já uma pessoa com 
maior disposição psíquica para a extroversão, facilmente procurará inte-
ragir com um morador da região para que possa explicar oralmente como 
chegar em sua hospedagem. A disposição psíquica é como uma progra-
mação pessoal para a resolução de situações e problemas do cotidiano: 
algumas pessoas são orientadas para o exterior e outras para o interior. 
Reflita um pouco sobre si mesmo. Você se considera uma pessoa introver-
tida ou extrovertida? Isso já lhe trouxe algum problema ou alguma situação 
inesperada? E quanto aos seus conhecidos? Expressam-se de forma introver-
tida ou extrovertida? Se você trabalha, como são seus colegas de trabalho? 
Agora que você já entendeu um pouco sobre introversão e extroversão, 
vamos aprofundar a respeito desse assunto. Ninguém é só extrovertido 
ou só introvertido. Jung (1976) já havia esclarecido que todos temos as 
duas forças, que atuam de forma compensatória. Isso significa dizer que 
uma compensa a outra, trazendo o equilíbrio psíquico. Entretanto, uma 
dessas forças aparece como disposição principal, enquanto a outra apa-
rece como disposição secundária. Veja o quadro: 
Quadro 1 | Composição das disposições psíquicas 
Disposição principal: 
dominante 
Disposição secundária O indivíduo é: 
Extrovertido (nível 
consciente) 
Introvertido (nível 
inconsciente) 
Extrovertido 
53 
 
 
 
Disposição principal: 
dominante 
Disposição secundária O indivíduo é: 
Introvertido (nível 
consciente) 
Extrovertido (nível 
inconsciente) 
Introvertido 
Fonte: elaborado pela autora. 
Vale ressaltar que um indivíduo com dominância extrovertida, pode ter 
momentos de introversão; assim como um indivíduo de dominância in-
trovertida, pode ter momentos de extroversão. 
Jung (1976) aponta que é possível perceber a disposição de uma pessoa 
desde a infância, e que essa disposição obedece uma estrutura. Dessa 
forma, não se deve tentar alterar o tipo de disposição da criança, mas ob-
servar como se dá o equilíbrio entre sua disposição e as quatro funções 
psíquicas, que conheceremos a seguir. 
1.2 As funções psíquicas 
Além das disposições psíquicas, Jung (1976) aponta que o ser humano, 
para se adaptar ao mundo real, precisa desenvolver quatro funções psí-
quicas: sensação e intuição (associadas ao campo irracional); e pensamen-
to e sentimento (associadas ao campo racional). As quatro funções psíqui-
cas são utilizadas pelo ser humano para receber e tratar as informações 
internas e externas que recebe, ou seja, é preciso que as quatro funções 
se harmonizem para que o indivíduo possa viver bem consigo mesmo e 
com os outros. 
Vamos conhecer melhor essas quatro funções? 
• Sensação: trata-se da função psíquica que trabalha mais diretamen-
te com as informações colhidas pelos órgãos do sentido (tato; olfato; 
audição; visão e paladar, principalmente). São pessoas que estão 
mais atentas aos fatos, acreditam neles, têm um grande enfoque 
no real, no concreto, no aqui e agora, possuem uma boa memória 
54 
 
 
 
 
associada às sensações que perceberam. São pessoas práticas e 
realistas bastante focadas no momento presente, gostam que as 
coisas funcionem bem e se empenham para que tudo tenha bom 
andamento. Entretanto, seu enfoque não está em criar novos cami-
nhos ou pensar em alternativas. São boas executoras. 
• Intuição: pessoas desse tipo relatam que possuem pressentimen-
tos e inspirações para se referir a dadas situações, ou seja, são 
pessoas bastante associadas a vivências inconscientes e costumam 
ter um pensamento que engloba o todo e não as partes. Jung (1976) 
interessou-se pelos estudos dos sonhos premonitórios e comunica-
ções telepáticas, explicando que a intuição busca os significados e as 
possibilidades futuras que a informação recebida traz. As pessoas 
intuitivas não costumam dar atenção a detalhes, compreendendo 
mais facilmente o sentido amplo das experiências. 
• Pensamento: são pessoas capazes de estabelecer uma ligação 
lógica entre os fatos captados, conceituando-os e organizando-os. 
Conseguem fazer uma análise bastante lógica e racional, portanto, 
são capazes de julgar, classificar e separar as coisas, sem se pre-
ocupar muito com valores afetivos. Orientam-se por lógicas e leis 
racionais, normalmente são imparciais. 
• Sentimento: as pessoas desse tipo costumam julgar o valor intrínse-
co das coisas, valorizam o sentimento e não a razão, preocupam-se 
com a harmonia e apoiam movimentos sociais. Para tomar decisões, 
buscam os sentimentos tanto seus como dos outros. Nem sempre 
correspondem de forma lógica. As pessoas do tipo sentimento pos-
suem uma lógica particular, também chamada de lógica do coração. 
As funções psíquicas Sensação e Intuição são chamadas por Jung (1976) 
de funções irracionais, já que as informações internas ou provenientes do 
meio são apreendidas de forma direta, sem que haja qualquer julgamen-
to ou avaliação. 
55 
 
 
 
 
 
Já as funções Pensamento e Sentimento são chamadas racionais devido 
às informações internas ou provenientes do meio serem apreciadas e jul-
gadas, o que impacta na tomada de decisões. 
Assim como toda pessoa possui as duas disposições psíquicas, as quatro 
funções psíquicas também fazem parte da pessoa, porém com diferentes 
potencialidades. Vejamos: 
• Primeira função psíquica:é a principal função psíquica, a mais desen-
volvida porque é utilizada de forma mais consciente pelo indivíduo. 
Essa função está intimamente associada à disposição principal 
do sujeito. 
• Segunda função psíquica: serve para auxiliar a função principal. É 
importante e ainda atua em um plano semiconsciente, porém é 
mais associada à disposição secundária do sujeito. 
• Terceira função psíquica: age no plano inconsciente, de forma rudi-
mentar. O indivíduo não tem muita clareza de sua existência, mas 
a percebe de vez em quando. Está associada à disposição psíquica 
secundária do indivíduo. 
• Quarta função psíquica: é um plano quase exclusivamente incons-
ciente, o indivíduo não a nota; está associada à disposição secundária. 
O infográfico abaixo ajuda a compreender como as disposições e as fun-
ções psíquicas se organizam na mente de uma pessoa. Se pudéssemos 
desenhar a mente de uma pessoa, ela seria semelhante a um  iceberg. 
Só se tem conhecimento de uma parte da mente, aquela que é possível 
identificar, pois se manifesta na forma como nos expressamos e como 
fazemos nossas tarefas, que é a parte consciente, bastante pequena. Já a 
parte inconsciente é de um tamanho que não conseguimos medir, porém 
sabemos que é bem maior do que a parte consciente. 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Infográfico 1 | O modelo da mente 
CONSCIENTE 
Disposição 
principal 
Disposição 
secundária 
1ª. função psíquica: principal 
2ª. função psíquica: auxiliar 
3ª. função psíquica 
4ª. função psíquica 
Mente 
INCONSCIENTE 
Fonte: adaptado de RAMOS (2015). 
1.3 Os tipos psicológicos ou tipos de personalidade 
Jung (1976) propõe que a junção de uma disposição psíquica com uma 
função psíquica dá origem a um tipo psicológico. Portanto, para ele, exis-
tem oito tipos de personalidade. Observe as possíveis junções: 
Quadro 2 | As combinções entre disposições e funções psíquicas 
DISPOSIÇÕES 1ª. FUNÇÃO 2ª. e 3ª. FUNÇÕES 4ª. FUNÇÃO 
Pensamento Sensação ou Intuição Sentimento 
Sentimento Sensação ou Intuição Pensamento 
EXTROVERTIDA Sensação Pensamento ou Sentimento Intuição 
Intuição Pensamento ou Sentimento Sensação 
57 
 
 
 
DISPOSIÇÕES 1ª. FUNÇÃO 2ª. e 3ª. FUNÇÕES 4ª. FUNÇÃO 
Pensamento Sensação ou Intuição Sentimento 
Sentimento Sensação ou Intuição Pensamento 
Sensação Pensamento ou Sentimento Intuição 
INTROVERTIDA Intuição Pensamento ou Sentimento Sensação 
Fonte: elaborado pela autora. 
A função principal é sempre a mais amadurecida, é a que o indivíduo mais 
utiliza para se adaptar ao mundo, para aprender e para organizar seus 
pensamentos. Entretanto, as demais são muito importantes e funcionam 
dinamicamente. Assim, mesmo que o indivíduo tenha uma disposição in-
trovertida e uma função principal de pensamento, não quer dizer que 
seja incapaz de ter sentimentos, sensação e intuição, apenas utiliza uma 
dinâmica de psique que funciona melhor para si. 
É possível, portanto, fazer uma descrição dos oito tipos básicos de perso-
nalidade, de acordo com Jung (1976). Observe: 
Quadro 3 | Tipos de Personalidade 
TIPO CARACTERÍSTICA 
PENSATIVO 
EXTROVERTIDO 
Aparece mais no gênero masculino, age com lógica e objeti-
vidade, pode ser rígido e autoritário ao impor seu ponto de 
vista, não se associa a pensamentos abstratos; seu ponto fra-
co é o sentimento: é capaz de ter afeições profundas, mas 
é provável que não consiga expressá-la. É normal que esses 
indivíduos se demonstrem infantis e dependentes, chegando 
a ter explosões de afeto (como, por exemplo, ciúme doentio), 
já que a função Sentimento está bastante inconsciente e pode 
se manifestar de maneira repentina e abrupta. 
58 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPO CARACTERÍSTICA 
SENTIMENTAL 
EXTROVERTIDO 
Aparece mais no gênero feminino, que é capaz de seguir tran-
quilamente as regras de convivência socialmente construídas, 
permanece fiel aos seus valores sociais, demonstra-se uma pes-
soa acolhedora e afável, normalmente possui grande número 
de amigos. Sua ação é guiada pelo julgamento valorativo daquilo 
que lhe agrada, afastando-se do que não lhe agrada. Por oposi-
ção, seu ponto fraco é justamente o pensamento (esse aparece, 
caso venha à tona em algum momento, submetido a juizos in-
fundados, reflexões preconceituosas e teimosias). Quando não 
consegue controlar seus sentimentos, esse indivíduo costuma 
se autodesvalorizar e questiona sua capacidade intelectual. 
SENSITIVO 
EXTROVERTIDO 
Capaz de apreciar sensorialmente os elementos objetivos (se-
jam coisas ou pensamentos). De fácil adaptação às situações, 
esse indivíduo é bastante seguro, relacionando-se de forma 
concreta e prática com o mundo exterior. Procura por prazer 
e conforto, gosta de viver bem e seu ponto fraco é justamen-
te a intuição. Sendo assim, compreende mais facilmente as 
partes do que o todo, evitando qualquer tipo de teoria, mas 
atendo-se a descrições. Quando sua sensação falha, costuma 
apoiar-se em ideias místicas, fantásticas e supersticiosas (pro-
venientes da função intuitiva, que está em quarta posição), 
o que causa confusão em outras pessoas, que identificam 
o sensitivo-extrovertido como um grande realista. Pessoas 
que se voltam mais para a execução de tarefas do que para 
seu planejamento parecem estar mais associadas ao tipo 
sentivo-extrovertido. 
INTUITIVO 
EXTROVERTIDO 
Tem uma visão de futuro, embora não consiga ter um con-
torno ou definição no plano real. Aprecia situações instáveis, 
de forma que vive mudando constantemente de atividades. 
Seu ponto fraco é a própria sensação de seu corpo, de forma 
que, quando sua intuição falha, constuma ter manifestações 
físicas estranhas, como fobias e hipocondrias. 
59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TIPO CARACTERÍSTICA 
PENSATIVO 
INTROVERTIDO 
Esse tipo de personalidade aparece bastante no gênero mas-
culino, que traz um pensamento abstrato como marca forte e 
lógica subjetiva. Seu ponto fraco é o sentimento, já que os per-
cebe, mas não consegue expressar suas emoções. Expressa-se 
em polaridades: ou ama ou odeia. Se a lógica falhar, traz à tona 
seus sentimentos e juízos de valores particulares, perdendo-se. 
Pode sofrer crises de ansiedade, já que a dimensão extroverti-
da se situa no campo da inconsciência. 
SENTIMENTAL 
INTROVERTIDO 
Aparece mais no gênero feminino, aparentando calma, retra-
ção e silêncio. Normalmente não são fáceis de abordar e igual-
mente não são fáceis de entender, já que o fato de ser intro-
vertida favorece que suas intenções sejam ocultas. Tratam-se 
daquelas pessoas enigmáticas. Costumam ler muito e guardar 
várias informações, mas sua construção teórica é pobre. Seus 
pensamentos e sentimentos são secretos e não são expressos, 
o que pode trazer uma grande dor psíquica. Manifestações 
exuberantes de outras pessoas deixa o sentimental-introver-
tido irritado. Quem conhece uma pessoa com essa personali-
dade pode acha-la fria, porém, na verdade, esta pessoa oculta 
grandes paixões. Possui um pensamento diretivo que mistu-
ra preconceitos, juizos sem fundamento e teimosias, muitas 
vezes se manifestando de forma autoritária e impositiva. Seu 
ponto fraco é o pensamento. Quando não consegue controlar 
seus sentimentos, acaba gastando muito tempo se preocupan-
do com o que as pessoas pensam sobre ele e então tendem a 
atribuir aos outros comportamentos de rivalidade e criação de 
intrigas, devido ao plano inconsciente ser preenchido com a 
função pensativa e com a disposição extrovertida. 
60 
 
 
TIPO CARACTERÍSTICA 
SENSITIVO 
INTROVERTIDO 
São pessoas que analisam subjetivamente os objetos e fatos, 
sem focar diretamente a natureza do que observa. São gran-
des apreciadoras das sutilezas das formas, suas cores e per-
fumes. Seu ponto fraco é a intuição e quando sua sensação 
falha, passa a ter neuroses obsessivas, hipocondrias e neu-
rastenias, já que a função intuitiva e a disposição extrovertida 
atuam no plano inconsciente. 
INTUITIVOINTROVERTIDO 
São pessoas que vivem em um mundo tão subjetivo que não 
chegam a viver a realidade objetiva completamente. Aprecia 
o caminho das artes, as pessoas desta personalidade viajam 
em pensamento, são visionários e costumam adivinhar situ-
ações, sendo vistos como profetas. Seu ponto fraco é a sen-
sação da realidade objetiva e quando a intuição falha passa a 
ter neuroses obsessivas, hipocondrias e neurastenias, já que 
a função sensitiva e a disposição extrovertida atuam no plano 
inconsciente. 
Fonte: elaborado pela autora. 
Os modelos explicativos de personalidade, propostos por Jung (1976), au-
xiliam os indivíduos a se conhecerem melhor e também a entenderem 
melhor os outros, permitindo que as pessoas consigam estabelecer re-
lacionamentos mais harmônicos e possam empregar suas competências 
com mais assertividade. 
Jung (1976), após suas pesquisas e experiência profissional, descreveu 
oito tipos de personalidade que estudamos nessa seção. Entretanto, há 
um outro estudo relevante sobre a personalidade humana, conhecido 
como modelo Big Five, que veremos logo a seguir. 
61 
 
 
 
 
 
PARA SABER MAIS 
Para conhecer mais profundamente a teoria apresentada 
nessa seção, recomendamos a leitura do livro que trouxe pela 
primeira vez a explicação dos oito tipos de personalidade: 
JUNG, Carl. Tipos Psicológicos. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 
2. Cinco dimensões da personalidade humana: o 
modelo Big Five 
O termo personalidade diz respeito ao conjunto de característica, pecu-
liaridades, qualidades, defeitos e traços que definem uma pessoa e que a 
diferencia das outras. Esse tópico traz a tentativa de aproximar a perso-
nalidade humana das habilidades socioemocionais. 
Segundo Silva e Nakano (2011)2, os estudos que deram origem ao hoje 
conhecido modelo Big Five  tiveram início nos anos de 1930 e passaram 
por inúmeras reformulações. Atualmente, as cinco dimensões da perso-
nalidade humana são conhecidas como: extroversão, neuroticismo, ama-
bilidade, conscienciosidade e abertura  a novas experiências. Entretanto, 
essas nomenclaturas podem mudar conforme a época e a região do mun-
do. É importante ressaltar que: 
Os traços de personalidade podem ser usados para resumir, prever e expli-
car a conduta de um indivíduo, de forma a indicar que a explicação para o 
comportamento da pessoa será encontrada nela, e não na situação, suge-
rindo, assim, algum tipo de processo ou mecanismo interno que produza o 
comportamento. SILVA; NAKANO (2011, p. 52) 
2 SILVA, Izabella Brito; NAKANO, Tatiana de Cássia. Modelo dos cinco grandes fatores da personalidade: análise 
de pesquisas. Avaliação Psicológica, 2011, 10(1), pp. 51-62. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/ 
v10n1/v10n1a06.pdf. Acesso em: 30 nov. 2018. 
62 
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v10n1/v10n1a06.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v10n1/v10n1a06.pdf
 
 
 
 
 
Inicialmente, conhecida como Teoria dos Traços,  “McDougall sugeria ana-
lisar a personalidade a partir de cinco fatores independentes que, na épo-
ca, foram denominados intelecto, caráter, temperamento, disposição, e hu-
mor” (Hutz et. al, 1998). No mesmo período, “Klages também sugeria que 
uma análise da linguagem ajudaria a entender a personalidade” (Hutz et. 
al, 1998). E Baumgarten, outro estudioso da área, ao examinar as pala-
vras utilizadas para descrever traços de personalidade (em alemão): “O 
trabalho de Baumgarten teve uma influência fundamental sobre Allport 
que, em conjunto com Odbert, examinou cerca de 400.000 palavras do 
Webster’s New International Dictionaire, derivando 4.500 descritores de 
traços de personalidade” (Hutz et. al, 1998). De acordo com Silva e Nakano 
(2011), as propostas de McDougall inspiraram pesquisas sobre o modelo 
e vários estudos foram publicados. Aparentemente, Catell aprofundou os 
estudos e chegou a descrever dezesseis traços de personalidade (Silva e 
Nakano, 2011). Há estudiosos que indicam que podemos trabalhar com 
mais traços, dependendo da população pesquisada. Para essa leitura fun-
damental, vamos adotar as cinco dimensões propostas por Silva e Nakano 
(2011) e Hutz et al. (1998). 
O modelo Big Five refere-se ao estudo de cinco traços de personalidade, 
baseado em descritores linguísticos (adjetivos) que foram pesquisados 
em dicionários. Cerca de 400.000 palavras foram analisadas e 4.500 fo-
ram catalogadas para estabelecer traços de personalidade. 
Não obstante, atualmente, o modelo Big Five é bem aceito e conta com 
cinco grandes dimensões que são avaliadas para descrever a personali-
dade de uma pessoa: 
• Abertura a novas experiências: tendência que a pessoa tem de se 
abrir a novas experiências de ordem estética, cultural, emocional e 
intelectual. As pessoas com alto grau de abertura a novas experi-
ências, possuem amplos interesses, pouco convencionais, curiosos, 
excitáveis, artísticos, aventureiros e imaginativos, gostam de apren-
der. As pessoas com baixo grau de abertura, apresentam-se de 
63 
 
 
 
 
forma mais convencional e tradicional, preferem coisas simples e 
óbvias, evitando aspectos complexos e ambíguos. Normalmente, 
não apreciam a arte e a ciência. 
• Conscienciosidade: trata-se do grau de concentração e capacidade 
de controlar os próprios impulsos. Pessoas com alta consciencio-
sidade tendem a ser organizadas, autodisciplinadas, motivadas, 
comprometidas, enérgicas, esforçadas e bastante responsáveis, 
confiáveis, eficientes, autônomas, controladas e orientadas para 
atingir seus próprios objetivos (persistentes). Apresentam o com-
portamento planejado. Normalmente, se destacam em posições de 
liderança e em seus estudos. Já pessoas com baixa consciensiosida-
de são mais espontâneas, impetuosas, indisciplinadas, distraídas e 
procrastinadoras. 
• Extroversão: pessoas com alto grau de extroversão apresentam 
interesse em direção ao mundo exterior, a pessoas e a coisas, empe-
nhando grande energia nesse sentido. Normalmente, são bastante 
amigáveis, afáveis, sociáveis, falantes, gostam de companhia, auto-
confiantes, enérgicas, assertivas, aventureiras e entusiasmadas, 
têm grande capacidade de se impor e serem notadas. Essa é uma 
medida de bem estar, capaz de dimensionar a energia e a habilida-
de em manter relações interpessoais. Pessoas com baixo grau de 
extroversão costumam ser introvertidas, calmas, pensativas, reser-
vadas, ponderadas e submissas; não são necessariamente tímidas 
e muito menos depressivas, apenas apreciam o silêncio, gostam de 
ficar algum tempo sozinhas e são ativas e enérgicas, mas não em 
termos sociais. 
• Amabilidade: pessoas com essa personalidade agem sempre de 
modo cooperativo e não egoísta, são tolerantes, agradáveis, polidas, 
simpáticas, sensíveis, altruístas, prestativas, atenciosas, modes-
tas, comprometidas, respeitosas, objetivas quando se dirigem a 
outras pessoas. São compassivas, fazem de tudo para estabelecer a 
64 
 
 
 
harmonia social, sempre acreditam nas pessoas, enxergando nelas 
decência, honestidade e confiabilidade. Pessoas com baixo índice de 
amabilidade põe seus interesses pessoais acima das boas relações, 
normalmente não se preocupam muito com os outros (egocêntri-
cas) e observam as pessoas com ceticismo, criticismo, desconfiança, 
não são cooperativos. A amabilidade é uma medida de bom relacio-
namento com as pessoas. 
• Neuroticismo: essa é uma medida de instabilidade emocional, ou 
seja, avalia os traços mais negativos. Trata-se de um fator que avalia 
insegurança e falta de confiança, o que não pode ser confundido 
com maldade e incompetência. Pessoas com alto grau de neuroti-
cismo são ansiosas, pessimistas, inibidas, reagem mal a pequenas 
frustrações, compreendendo-as como enormes dificuldades. São 
melancólicas, impulsivas, possuem baixa autoestima, muito auto-
críticas, são vulneráveis ao estresse e reativas, tendem a interpretar 
situações normais como sendo ameaçadoras. As reações emocio-
nais negativas das pessoas com alto grau de neuroticismo tendem 
a persistir por longosperíodos, tornando-se um grande problema 
para a pessoa conseguir regular suas emoções, o que prejudica 
sua capacidade de pensar com clareza, tomar decisões assertivas e 
lidar apropriadamente com o estresse. As pessoas com baixo grau 
de neuroticismo são otimistas, calmas, de fácil trato, possuem boa 
autoestima, difíceis de serem perturbadas, emocionalmente está-
veis e são menos reativas emocionalmente, também não possuem 
sentimentos negativos permanentes (o que não significa que expe-
rimente sentimentos positivos com frequência). Essa medida avalia 
a estabilidade emocional e o temperamento geral da pessoa. 
A avaliação da personalidade Big Five é realizada apenas por psicólogos 
especializados. Entretanto, com a leitura realizada nesse tema é possível 
compreender que a personalidade das pessoas é composta por essas cin-
co dimensões básicas, com diferentes gradações. 
65 
 
 
 
Isto nos ajuda muito a compreender a nós mesmos e aos outros, além de 
perceber que as competências socioemocionais se baseiam fortemente 
nas características da personalidade. É muito difícil transformar uma per-
sonalidade ou forçar a pessoa a desenvolver certas habilidades que não 
são próprias de sua natureza. 
PARA SABER MAIS 
Se você gostou desse estudo, recomendamos a leitura do ar-
tigo de HUTZ, Claúdio S. et al. O desenvolvimento de marca-
dores para a avaliação da personalidade no modelo dos cin-
co grandes fatores. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 1998, vol.11, 
n.2, pp. 395–411. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/ 
S0102-79721998000200015>. Acesso em: 30 out. 2018. Você 
encontrará o desenvolvimento histórico da pesquisa acerca 
do Big Five, bem como uma descrição detalhada dos cinco 
traços de personalidade e uma pesquisa realizada com uni-
versitários no sul do Brasil. 
3. Concluindo: a relação da personalidade com o 
desenvolvimento das competências socioemocionais 
Como você já deve ter percebido, há diversas competências socioemo-
cionais: manter o equilíbrio das emoções diante de situações e pes-
soas desafiadoras; ser atento aos outros; ser cooperativo; ser afável; 
estabelecer limites; ser claro em suas colocações; gerenciar a si pró-
prio; dentre outras. Acredito que você já deve ter percebido o quanto 
a personalidade da pessoa interfere em suas competências socioemo-
cionais, correto? 
66 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721998000200015
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721998000200015
 
  
 
 
 
 
 
Imagine uma pessoa pensativa introvertida: obviamente terá mais faci-
lidade em viver em pequenos grupos, onde não se exige tanta proativi-
dade. Qualquer esforço na direção contrária à personalidade da pessoa, 
pode levá-la ao sofrimento psíquico. 
Agora, de acordo com o modelo Big Five, imagine uma pessoa com alto 
grau de extroversão. Trata-se de um líder, de uma pessoa que conse-
gue gerenciar seus subordinados e obter o melhor deles, é uma pes-
soa envolvida, automotivada, aceita desafios e chega a ficar feliz com 
eles. Imagine se essa pessoa precisar trabalhar atrás de um balcão, 
sob uma rotina pesada e repetitiva. Nesse caso, é possível que a pes-
soa venha a sofrer psiquicamente, por ter um trabalho contrastante 
com sua personalidade. 
Silva (2016) aponta que as empresas buscam, atualmente, líderes que se-
jam emocionalmente competentes, pois as empresas procuram por pro-
fissionais que possam ser  influenciadores e comunicativos. Além disso, 
devem saber lidar com as emoções de seus liderados, assim como com 
as próprias emoções. Líderes precisam ser contagiantes e inspiradores, 
pois a admiração de seus subordinados proporciona sintonia para o bom 
trabalho em equipe. Assim, um líder precisa de competências socioemo-
cionais bem desenvolvidas. 
E você, já foi orientado a agir de uma forma diferente de sua própria na-
tureza? Como se sentiu? Como resolveu a situação? Como pode ser resol-
vida a situação de uma pessoa que escolheu uma profissão que não está 
de acordo com sua personalidade? Reflita sobre isso! 
Vimos a respeito dos oito tipos de personsalidades, apresentados por 
Jung (1976). Também vimos sobre as cinco dimensões da personali-
dade humana, de acordo com o modelo Big Five, e a forma como es-
ses estudos se relacionam com o desenvolvimento das competências 
socioemocionais. 
67 
 
 
 
 
 
 
TEORIA EM PRÁTICA 
Imagine a seguinte situação: um de seus trabalhos acadêmi-
cos deve ser realizado em grupo. Trata-se de uma pesquisa, 
produção de trabalho escrito e apresentação oral, em forma-
to de painel. Como desafio, o professor explicou que todos 
devem participar com suas habilidades e competências em 
todas as etapas da confecção do trabalho (pesquisa, escrita 
e apresentação), caso contrário serão excluídos do grupo. Os 
demais integrantes do grupo correspondem às descrições 
abaixo. A partir disso, como você orientaria a produção des-
te trabalho? 
a) Sentimental extrovertido. 
b) Intuitivo introvertido. 
c) Pensativo extrovertido. 
d) Alto grau de abertura a novas experiências. 
e) Baixo grau de extroversão. 
ASSIMILE 
Conhecer a psique humana e os traços de personalidade nos 
ajudam em muitos aspectos, dentre eles: saber mais sobre 
nós mesmos e a maneira como nosso pensamento e tempe-
ramento funcionam, bem como compreender e respeitar as 
pessoas. Embora haja vasto material de pesquisa acerca dos 
traços de personalidade e da composição da psique huma-
na, apenas psicólogos podem desenvolver estudos e testes 
nessa área, pois já que são preparados para isso. 
68 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Jung (1976) afirma que a personalidade de um indivíduo é 
resultado da combinação de disposições e forças psíqui-
cas. Assinale a alternativa que traz a quantidade e o nome 
correto das disposições e forças psíquicas: 
a) São duas disposições (extroversão e introversão) e 
duas forças psíquicas (amabilidade e neuroticismo). 
b) São duas disposições (extroversão e introversão) 
e três forças psíquicas (pensamento, sentimento, 
sensação). 
c) São duas disposições (extroversão e introversão) e 
quatro forças psíquicas (pensamento, sentimento, 
sensação, intuição). 
d) São quatro disposições (pensamento, sentimento, 
sensação, intuição) e quatro forças psíquicas (amabi-
lidade, neuroticismo, extroversão e introversão). 
e) São quatro disposições (pensamento, sentimento, 
sensação, intuição) e duas forças psíquicas (extrover-
são e introversão). 
2. A teoria acerca das dimensões que compõe a personalida-
de de um indivíduo é chamada: 
a) Big Dimension. 
b) Big Five. 
c) Big Give. 
d) Five Dimensions. 
e) Five Big.
 3. Leia e analise o seguinte parágrafo: 
69 
 
 
 
 
 
 
 
 
Há vasto material de pesquisa acerca dos traços de perso-
nalidade e da composição da psique humana, porém ape-
nas psicólogos podem desenvolver estudos e testes nesta 
área PORQUE são habilitados e preparados para não come-
ter equívocos. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que: 
a) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda jus-
tifica a primeira. 
b) As duas afirmações são verdadeiras e a segunda não 
justifica a primeira. 
c) A primeira afirmação é verdadeira, a segunda é falsa. 
d) A primeira afirmação é falsa, a segunda é verdadeira. 
e) As duas afirmações são falsas. 
Referências Bibliográficas 
HUTZ, Claúdio S. et al. O desenvolvimento de marcadores para a avaliação da per-
sonalidade no modelo dos cinco grandes fatores. Psicol. Reflex. Crit. [online]. 1998, 
vol.11, n.2. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721998000200015>. 
Acesso em: 30 out. 2018. 
JUNG, Carl. Tipos Psicológicos. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 
RAMOS, L. M. A. (2005). Os tipos psicológicos na psicologia analítica de Carl Gustav 
Jung e o inventário de personalidade “Myers-Briggs Type Indicator (MBTI)”: contribui-
ções para a psicologia educacional, organizacional e clínica. ETD - Educação Temática 
Digital, 7(1), 137-180. Disponível em: <https://www.ssoar.info/ssoar/bitstream/han-
dle/document/10380/ssoar-etd-2005-1-ramos-os_tipos_psicologicos_na_psicologia.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 out. 2018. 
SILVA, Izabella Brito; NAKANO, Tatiana de Cássia. Modelo dos cinco grandes fato-
res da personalidade: análise de pesquisas. Avaliação Psicológica, 2011, 10(1), pp. 
70 
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721998000200015
https://www.ssoar.info/ssoar/bitstream/han
 
51-62.  Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v10n1/v10n1a06.pdf>. 
Acesso em: 30 nov. 2018 
Gabarito 
Questão 1 - alternativa correta: C. 
Jung (1976) propõe que a junção de uma disposição psíquica com 
uma  função  psíquica dá origem a um tipo de personalidade. São 
duas disposições psíquicas propostas pelo autor: extroversão e in-
troversão; ele também propôs quatro forças psíquicas: pensamento, 
sentimento, sensação, intuição. Quando associadas, é possível esta-
belecer oito tipos de personalidades. 
Questão 2 - alternativa correta: B. 
As cinco dimensões da personalidade humana são estudadas pelo 
modelo chamado Big Five, que contempla os seguintes fatores: aber-
tura a novas experiências, conscienciosidade, extroversão, neuroti-
cismo, amabilidade. 
Questão 3 - alternativa correta: A. 
Embora haja vasto material de pesquisa, acessível para a maior parte 
das pessoas, utilizamos tais materiais como fonte de autoconheci-
mento e para nos relacionar melhor com as pessoas. Apenas psicólo-
gos podem realizar testes e apresentar resultados mais conclusivos, 
devido à sua formação especializada. 
71 
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v10n1/v10n1a06.pdf
72 
 
 
 
A CONSTITUIÇÃO DA INTELIGÊNCIA 
E O DESENVOLVIMENTO HUMANO: 
ASPECTOS COMPLEMENTARES 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
Nessa leitura fundamental, você terá acesso a duas teo-
rias que explicam o desenvolvimento da inteligência do 
ser humano e o que as Nações Unidas compreendem 
como desenvolvimento humano. Os objetivos desse 
estudo são: 
• Conhecer a teoria construtivista do desenvolvimen-
to cognitivo. 
• Compreender a respeito das nove inteligências, 
que sustentam a variedade de habilidades cogniti-
vas humanas. 
• Conhecer o Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD). 
73 
1. Introdução 
Agora que os estudos sobre as competências socioemocionais avança-
ram, talvez surja a dúvida a respeito de como a inteligência se desenvolve 
para que o indivíduo possa expressar suas competências. Nessa leitura, 
conheceremos teorias que explicam como as pessoas aprendem. Essa ca-
pacidade de aprender é chamada de capacidade cognitiva. Essa teoria foi 
desenvolvida por Jean Piaget (1967) e, para ele, o desenvolvimento cogni-
tivo do ser humano é um processo necessário para que o mesmo possa 
se adaptar ao mundo real. 
Entretanto, cada indivíduo possui habilidades próprias e particularizadas. 
Buscamos, portanto, na Teoria das Inteligências Múltiplas, proposta por 
Howard Gardner (1994), nove possibilidades de pensamentos e preferên-
cias distintas. 
Por fim, as duas teorias supracitadas tratam de uma perspectiva mais in-
dividualizada de compreensão do ser humano e de suas competências, 
mas isso não basta para explicar a complexidade do ser humano. A raça 
humana, propriamente dita, já alcançou um alto grau de desenvolvimen-
to, porém não acessível a todos. Nesse sentido, a Organização das Nações 
Unidas (ONU) desenvolveu um protocolo (ou paradigma) de desenvol-
vimento humano. Conheceremos essa proposta, expressa por meio do 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 
Essa introdução despertou seu interesse? Então vamos explorar es-
ses assuntos! 
2. O construtivismo e o desenvolvimento cognitivo 
De acordo com TAVARES (2016, p. 91) “o maior representante do 
Cognitivismo é, sem dúvida, Jean Piaget, eminente pensador do século 
 
 
 
 
 
 
 
XX. A repercussão de seus estudos se deu no campo do raciocínio lógico 
e matemático. [...] Piaget foi um profícuo autor: lançou mais de 50 livros 
(alguns em parceria)”. 
Desde muito jovem, Piaget interessou-se por aspectos da natureza, o que 
o levou a estudar Biologia. Estudando sobre a evolução humana, perce-
beu que os animais precisam criar estratégias para sobreviver, ou seja, 
precisavam usar a inteligência e criar esquemas favoráveis à sobrevivên-
cia. A partir daí, dedicou sua vida a descobrir como o ser humano desen-
volve a inteligência e aprende. Para tanto, aprofundou-se em Psicologia 
(Tavares, 2016). 
Jean Piaget (1967) é o maior representante do Cognitivismo e desenvolveu 
sua própria teoria, chamada Epistemologia Genética. Para ele, o processo 
de desenvolvimento da inteligência do ser humano é a melhor forma de 
se adaptar ao mundo. A inteligência é construída passo a passo, de acor-
do com o interesse do indivíduo, os desafios que se apresentam a ele e as 
ferramentas a que tem acesso. 
Um exemplo é a aquisição da linguagem. Você já teve contato com be-
bês? Há todo um processo que os pequenos realizam para falar. Antes 
mesmo dos seis meses de vida, a criança já está atenta à linguagem e 
é capaz de emitir sons, na tentativa de responder quando lhe dirigem a 
palavra. Ela já percebeu que a linguagem é muito importante, embora 
não consiga se expressar ainda na língua materna. Ela também percebe 
que determinados sons que emite chamam mais a atenção dos adultos 
do que outros. 
O bebê se esforça muito para falar. Por volta dos dez meses de idade já 
é capaz de pronunciar vogais e algumas sílabas, tais como aua para água 
e tete para mamadeira. Com um ano de idade já fala papá (para papai) e 
mamã (para mamãe). Entretanto, como o bebê escolhe essas palavras? 
Ele escuta e é estimulado a falar. As palavras mamãe e papai são as mais 
74 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
pronunciadas pelos adultos e acabam sendo, portanto, as ferramentas 
que o bebê tem acesso para começar a se expressar. 
Aos poucos, a criança percebe que todas as coisas têm nome e começa 
a tentar pronunciar corretamente as palavras que representam as coi-
sas. Aos poucos, aprende o nome das pessoas, das frutas, das partes do 
corpo. Vai construindo seu vocabulário com base naquilo que escuta e, 
principalmente, com base naquilo que lhe desafia. Precisa aprender a pe-
dir pela bola e pela boneca para brincar, caso contrário, os adultos não 
compreenderão o que precisa. Assim, para satisfazer suas necessidades, 
precisa se adaptar ao meio (ou seja, aprender a linguagem que é utilizada 
por sua família). 
Com o exemplo acima, você consegue compreender o processo de 
adaptação ao qual Piaget (1967) se refere? A tudo nos adaptamos: aos 
horários, aos alimentos que nos são oferecidos, aos hábitos e rotinas de 
nossas famílias. Posteriormente, nos adaptamos à rotina de estudos, de 
trabalho, tudo isso para que possamos sobreviver no mundo moderno. 
Piaget (1967) ainda explica que tudo aquilo que é novidade, causa um 
desequilíbrio em termos de conhecimento do indivíduo (desequilíbrio 
cognitivo). O desequilíbrio vai causar uma busca pelo equilíbrio, fazen-
do com que o indivíduo utilize ferramentas e sua inteligência para atin-
gir novo estado de, como o próprio autor chama, equilibração. 
Para atingir tal equilibração, o cérebro realiza dois movimentos. O primeiro 
é de assimilação, ou seja, cada vez que o indivíduo se depara com algo que 
não conhece (entra em desequilíbrio) as informações que observa são leva-
das para o cérebro por meio dos órgãos do sentido. Então, o cérebro pro-
cessa essas informações e tenta acomodá-la nas estruturas que já conhece. 
Vejamos um exemplo para esclarecer. Imagine uma criança que se alimen-
ta de maçã regularmente. Ela conhece a fruta, seu formato, cor, sabor, tex-
tura e cheiro. A criança tem um esquema (um conjunto de conhecimentos) 
para a maçã. Agora, imagine que esa criança experimentará uma cereja. 
75 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por fora, a cereja se parece com a maçã, porém é bem menor. Inicialmente, 
ao olhar a cereja, é provável que o cérebro da criança associe a cereja ao 
esquema da maçã, devido à semelhança. Entretanto, ao manusear a cereja 
e perceber sua textura,ao experimentar e perceber seu sabor e cheiro, a 
criança capta novas informações que são enviadas ao cérebro, que assimila 
tais informações e, ao compará-las com o esquema da maçã, percebe que 
se trata de uma nova fruta. Dessa forma, é necessário acomodar todas es-
sas informações e criar um novo esquema para cereja. 
PARA SABER MAIS 
Se você tem interesse nesse assunto, recomendamos a leitu-
ra de PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: 
Forense, 1967. Nesse livro, Piaget traz explicações sobre o 
processo de adaptação, desequilíbrio cognitivo, assimilação, 
acomodação e equilibração, além de explicar os estágios 
de desenvolvimento da criança desde seu nascimento até a 
vida adulta. 
Para Piaget (2005), os conhecimentos são construídos por meio desses 
movimentos: desequilíbrio cognitivo, assimilação, acomodação, equilibra-
ção. Quando o indivíduo está associado afetivamente àquilo que apren-
de, o processo é realizado de forma mais fácil para o cérebro. Em contra-
partida, quando não há relação afetiva com aquilo que se pretende apren-
der, a aprendizagem é mais difícil. 
Vejamos agora um exemplo da vida adulta. Ao obter o primeiro emprego 
ou mudar de emprego, a pessoa entra em estado de desequilíbrio cogniti-
vo, pois novos processos precisam ser aprendidos. Ainda que a pessoa já 
tenha experiência com alguns processos, precisará se adequar às novas 
propostas e exigências, criando novos esquemas. Nesse caso, a afetividade 
está em ter obtido o primeiro emprego ou ter mudado para um emprego 
melhor, em ambos os casos a pessoa está mais atenta, dedicada e feliz. 
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ASSIMILE 
Piaget (1967) chamou sua teoria de Epistemologia Genética, 
porém constumava explicar que o processo de aprendiza-
gem é construído por meio da ação do sujeito sobre o objeto 
de conhecimento. Por esse motivo, suas descobertas foram 
conhecidas como Construtivismo. 
Esperamos que você tenha aproveitado a leitura até aqui. Talvez você te-
nha percebido que as pessoas podem se afeiçoar mais ou menos a deter-
minadas situações, tarefas e aprendizagens. O que explica isso? Veja a se-
guir a Teoria das Inteligências Múltiplas e será possível entenderá o motivo. 
3. A Teoria das Inteligências Múltiplas 
Um dos grandes dilemas da área da Psicologia é justamente determinar 
o que é inteligência e como ela opera. Há várias teorias e uma das mais 
antigas diz que a inteligência é um fator único, capaz de ser medido em 
um teste de quociente de inteligência (Teste de QI). Entretanto, nos anos 
de 1980, um pesquisador norte-americano chamado Howard Gardner, 
propôs que a inteligência é multifatorial, correspondendo a uma multipli-
cidade de habilidades (Gardner, 1994). 
Gardner estava intrigado a respeito de todas as capacidades que o ser 
humano é capaz de desenvolver, porém os testes limitavam a inteligên-
cia apenas a aspectos da linguagem e do raciocínio lógico-matemático. 
Então, elaborou um projeto que qualificaria as habilidades cognitivas, 
permitindo classificá-las. Ao final de suas pesquisas, chegou à conclusão 
que existem nove tipos distintos e, por isso, chama sua descoberta de 
Teoria das Inteligências Múltiplas (Gardner, 1994). 
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Para Gardner (1994), os seres humanos possuem todas as nove inte-
ligências (uma ainda está em estudo), mas em graus diferenciados. 
As inteligências são independentes umas das outras, mas se combi-
nam para que o indivíduo possa resolver problemas do seu dia a dia. 
Normalmente, temos duas inteligências predominantes, mas somos 
capazes de acionar aquelas mais necessárias em cada situação. Por 
exemplo, um esportista precisa de inteligência espacial para saber se 
localizar no espaço, e da cinestésica para controlar precisamente os 
movimentos do corpo. 
Não obstante, componentes genéticos podem ser responsáveis por algu-
mas inteligências mais visíveis, mas que dependem também do ambiente 
para serem afloradas. Inteligências que não são naturalmente afloradas 
no indivíduo podem ser despertas a partir das experiências de vida às 
quais ele seja exposto. 
Veja abaixo os tipos de inteligência propostos por Gardner (1994): 
Quadro 01 | Lista das inteligências descritas pelo Dr. Howard Gardner 
Tipo Descrição 
Inteligência 
linguística 
Trata-se da capacidade elevada de dominar a linguagem e 
se comunicar bem de forma oral, escrita, gestual etc. A pes-
soa que tem predominância dessa inteligência possui alta 
sensibilidade para sons, ritmos e significados de palavras, 
bem como a capacidade de analisar e interpretar ideias, tex-
tos, músicas, informações diversas. Escreve bem e fala bem, 
costumam ser ótimos oradores e comunicadores, utilizam 
a linguagem para transmitir ideias, estimular e/ ou agradar 
os ouvintes e até mesmo para convencê-los. Seu estilo de 
aprendizagem está relacionado às palavras e à linguagem, 
isso quer dizer que gosta de aprender por meio de leituras, 
palestras, aulas oralizadas, conversas. Escritores, advoga-
dos, oradores, jornalistas, redatores, relações públicas são 
profissões que remetem à inteligência linguística. 
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Tipo Descrição 
Inteligência 
lógica-
-matemática 
Trata-se de ampla capacidade em se relacionar com dados 
numéricos, cálculos, fórmulas, razão, lógica. Pessoas com 
predominância dessa inteligência costumam explorar pa-
drões, categorias e relações por meio da manipulação de 
objetos ou símbolos, fazem experiências de forma contro-
lada e também cálculos de cabeça. Possuem grande ha-
bilidade em raciocinar, reconhecer e resolver problemas, 
também confrontam abstrações e possuem facilidade em 
fazer deduções. Seu estilo de aprendizagem está mais re-
lacionado a números e lógicas. É uma inteligência asso-
ciada a matemáticos, estatísticos, cientistas, engenheiros, 
contadores, analistas. 
Inteligência 
musical 
Trata-se da habilidade em compor ou reproduzir uma uni-
dade musical. Também relacionada à capacidade de apre-
ciar música. Pessoas com predominância dessa inteligência 
são altamente capazes de discenir sons, perceber músicas, 
ritmos, timbres, tons, criar e/ ou reproduzir músicas, tocar 
instrumentos musicais. Seu estilo de aprendizagem está 
relacionado a músicas, ritmos e tons. É uma inteligência as-
sociada a maestros, compositores, músicos, críticos musi-
cais, cantores, pessoas que tocam instrumentos musicais. 
Inteligência 
espacial 
Trata-se da alta capacidade de compreender o mundo vi-
sual e espacial, observar e manipular objetos em diferentes 
perspectivas. Pessoas com predominância dessa inteligên-
cia são capazes de criar imagens, desenhar, identificar de-
talhes, habilidade estética, compreendem com facilidade as 
informações gráficas (mapas). Seu estilo de aprendizagem 
está relacionado a imagens, gravuras, formas, desenhos. É 
uma inteligência associada a arquitetos, publicitários, de-
signers, fotógrafos, pintores, jogadores de xadrez, navega-
dores, geógrafos, cartógrafos, escultores, artistas plásticos, 
engenheiros, profissões que exijam criatividade. 
79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo Descrição 
Inteligência 
corporal-
-cinestésica 
Trata-se da elevada capacidade em utilizar o corpo e con-
trolar seus movimentos, utilizando o próprio corpo para 
expressar emoções, resolver problemas ou criar produ-
tos por meio dele, como espetáculos de dança. Pessoas 
com predominância dessa inteligência utilizam a coorde-
nação motora com especialidade, possuem grande equi-
líbrio, coordenação e são capazes de se expressar por 
meio do próprio corpo. Seu estilo de aprendizagem está 
relacionado a vicências físicas, ao movimento, à sensa-
ção e ao toque. Esse tipo de inteligência está associado 
a motoristas, bombeiros, mergulhadores, esportistas, 
atores, dançarinos, cirurgiões, artistas plásticos, ginas-
tas, mímicos. 
Inteligência 
intrapessoal 
Trata-se da ampla capacidade em se autoconhecer, au-
torespeitar, identificar os próprios sentimentos, motiva-
ções e desejos e tomaras atitudes adequadas para me-
lhorar a própria vida. Pessoas com essa inteligência pre-
dominante são capazes de ter autocontrole, compreen-
der suas próprias crenças, limites, controlar o estresse, 
acessar e refletir sobre os próprios sentimentos, sonhos, 
metas, desejos, inteligência e utilizar todas estas capa-
cidades para resolver os problemas pessoais. Seu estilo 
de aprendizagem está relacionado à autorreflexão. Está 
associada a qualquer tipo de profissão, pois refere-se a 
si próprio. 
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Tipo Descrição 
Inteligência 
interpessoal 
Trata-se da alta capacidade em reconhecer e entender as 
intenções, os desejos, as motivações e os sentimentos de 
outras pessoas. Pessoas com essa inteligência aflorada 
são capazes de se relacionar bem com os outros, enten-
der e responder aos outros e suas demandas, tem alto 
grau de empatia. Seu estilo de aprendizagem está rela-
cionado aos outros, ao contato humano, ao trabalho em 
equipe e à comunicação. Essa inteligência está associada 
a políticos, profissionais de recursos humanos, médicos, 
psicólogos, professores, terapeutas, vendedores, advoga-
dos, religiosos, líderes. 
Inteligência 
naturalista 
Trata-se da ampla capacidade em compreender os fenô-
menos da natureza, sejam eles físicos, climáticos, astro-
nômicos ou químicos, toda a variedade de fauna e flora, 
o meio ambiente e seus componentes. Pessoas com pre-
dominância dessa inteligência são capazes de diferenciar 
e categorizar os fenômenos naturais, geográficos, relacio-
nados ao clima, animais e vegetais, habilidades essenciais 
para a sobrevivência do ser humano e sua existência no 
futuro. Seu estilo de aprendizagem está relacionado ao 
contato com a natureza e o meio ambiente. Essa inteli-
gência está associada a meteorologistas, jardineiros, ge-
ólogos, biólogos. A inteligência naturalista foi incorpora-
da à Teoria das Inteligências Múltiplas, por Gardner, ape-
nas em 1995. 
81 
 
Tipo Descrição 
Inteligência 
existencial 
Trata-se de alta capacidade em aspectos afetivos e emo-
cionais relacionados às questões fundamentais da exis-
tência, à conexão com as crenças e explicações sobre a 
origem e o sentido da vida humana. Pessoas com essa 
inteligência aflorada sentem prazer em ajudar os outros, 
são amantes da paz e pregam a não violência, fomentam 
o respeito a todas as raças e etnias, são extremamente 
solidários, solícitos e compreensivos, expressam grande 
amor ao próximo. Líderes espirituais e filósofos parecem 
estar associados a essa inteligência. Essa inteligência ain-
da não está claramente definida, Gardner ainda não a in-
corporou à Teoria das Inteligências Múltiplas. 
Fonte: adaptado de Gardner (1994, s/p). 
Para citar mais alguns exemplos, um farmacêutico, provavelmente, tem 
predominância na inteligência lógica-matemática e interpessoal, um ve-
terinário deve possuir as inteligências naturalista e corporal-cinestésicas 
mais afloradas. 
Observando o quadro, fica mais fácil compreender que as pessoas aca-
bam escolhendo suas profissões em função das inteligências que pos-
suem mais afloradas. Escolhas que ferem as inteligências pessoais po-
dem causar sofrimento psíquico, portanto, deve-se perceber e respeitar 
as próprias opiniões, percepções e sentimentos. 
Achou interessante? Agora os aspectos da inteligência começam a ficar 
mais claros, não? Já chegou a refletir sobre quais são as suas próprias in-
teligências mais afloradas? 
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PARA SABER MAIS 
Gardner (1994) explica os motivos que o levaram a criar a 
Teoria das Inteligências Múltiplas e entra em detalhes sobre 
cada uma das inteligências em seu livro: GARDNER, Howard. 
Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. Por esses motivos, reco-
mendamos essa leitura! 
4. Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD) e o paradigma do 
desenvolvimento humano 
Nessa leitura, em especial, vimos duas teorias: a Epistemologia Genética, 
de Jean Piaget, que explica como o ser humano desenvolve sua inteligên-
cia; e a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, que explica 
que todos os seres humanos possuem nove inteligências (uma ainda está 
em estudo), sendo algumas mais afloradas que outras. 
Entretanto, será que as pessoas conseguem ser o que desejariam ser real-
mente? Será que as pessoas possuem condições garantidas para que pos-
sam escolher e vivenciar uma profissão? Será que a necessidade de gerar 
renda e sobreviver permite que o indivíduo faça as melhores escolhas para 
si, atendendo suas motivações pessoais? De acordo com esses questiona-
mentos, fica óbvio que fatores sociais podem impedir um indivíduo de se 
tornar quem ele deseja, pois em nome do crescimento econômico uma so-
ciedade pode afetar o bem-estar de seus cidadãos. 
A Organização das Nações Unidas (ONU) criou um programa especial para 
promover o desenvolvimento humano, o Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD), em diversos países. Parte-se do princípio que ape-
nas o crescimento econômico não é suficiente para medir o desenvolvimento 
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de uma nação, mas é preciso olhar para as pessoas, suas capacidades e as 
oportunidades. 
Esse é o próprio paradigma do desenvolvimento humano: deixar de obser-
var o crescimento de uma nação pelo seu desenvolvimento econômico e ob-
servar o desenvolvimento das pessoas. Utiliza-se o termo paradigma por-
que essa palavra representa uma mudança conceitual muito grande, uma 
verdadeira transformação nos critérios de medida. O paradigma do desen-
volvimento humano proposto pelo PNUD refere-se a uma nova maneira de 
considerar os critérios de desenvolvimento de uma nação. 
O PNUD foi criado em 1965 e é responsável pela elaboração de um relatório 
intitulado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em mais de 166 países. 
Hoje, o PNUD é o órgão mais representativo da ONU e possui grande rele-
vância na descoberta de soluções para os diversos desafios dos países em 
desenvolvimento. 
Tanto o PNUD quanto a própria ONU compreendem que não basta o cres-
cimento industrial para que o país possa se desenvolver; sem a qualificação 
das pessoas, é impossível atingir o desenvolvimento econômico. Alguns paí-
ses até conseguem se desenvolver, porém nem sempre se observa melhoria 
na condição de vida da maioria das pessoas, ocasionando uma desigualdade 
maior que culmina em violência e insegurança. 
Assim, é fundamental considerar os quatro aspectos essenciais do PNUD: 
• Equidade: possibilidade de que qualquer pessoa tenha acesso equi-
tativo às oportunidades, de preferência que também tenha igualdade 
em termos de resultados. 
• Sustentabilidade: significa a capacidade da nação em oferecer as 
mesmas oportunidades, que as pessoas possuem agora, às gerações 
futuras; não se trata apenas da renovação dos recursos naturais, mas 
também de oportunidades sociais e de trabalho. 
• Produtividade: capacidade da nação em realizar investimentos, nas 
84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
pessoas e na economia, que permitam aos cidadãos alcançarem seu 
potencial máximo. 
• Empoderamento: capacidade de assegurar e estimular os cidadãos a 
terem participação ativa e real nos processos que determinarão suas 
vidas, ao contrário de serem passivas e beneficiárias de programas 
para obtenção de renda. 
O IDH é um índice de medida utilizado, atualmente, como referência mun-
dial para compreensão do desenvolvimento dos países. Os scores mais al-
tos indicam os melhores países para sobreviver, enquanto os mais baixos 
são aqueles em que as condições de vida ainda precisam de atenção e 
melhorias. O último Relatório de Desenvolvimento Humano foi realizado 
em 2018 (United Nations Development Programme, 2018) e coloca o Brasil 
em 79º lugar, considerando que foram avaliados um total de 189 países. 
No infográfico abaixo, você conhecerá as cinco áreas em que o PNUD atua: 
Infográfico 1 | Frentes de trabalho do PNUD. 
Governança 
democrática 
Reduçãoda 
pobreza 
Prevenção e 
recuperação 
de crises 
Energia e 
meio 
ambiente 
HIV/Aids 
Fonte: adaptado de PNUD (2018, s/p). 
85 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda na linha do paradigma do desenvolvimento humano, o PNUD parte 
do princípio de que a violência poderia ser diminuída se as desigualdades 
sociais e as privações econômicas fossem reduzidas. Dessa forma, compre-
ende-se que paz e segurança estão associadas ao bem-estar econômico e 
social para todos os cidadãos e não apenas para uma parcela da população. 
O PNUD parte do princípio de que se deve deslocar o olhar sobre as ri-
quezas que um país é capaz de apresentar e enfocar as necessidades hu-
manas básicas, gerando empregos produtivos e reduzindo a pobreza, a 
fim de que, efetivamente, todas as pessoas possam fazer suas escolhas e 
viver melhor. Mais do que isso: “o desenvolvimento humano considera o 
desenvolvimento como um processo de aumentar a gama de escolha das 
pessoas, não só da geração atual, mas também das futuras” (MACHADO; 
PAMPLONA, 2008, p. 66). 
O PNUD aponta que o desenvolvimento humano precisa considerar dois 
aspectos: a formação de capacidades humanas, tais como a melhoria nos 
níveis de saúde, de conhecimento e de habilidades de cada pessoa; e tam-
bém o uso que as pessoas fazem de suas próprias capacidades, principal-
mente, as adquiridas e desenvolvidas em função das condições melhora-
das do próprio país, considerando-as tanto para o lazer quanto para as 
manifestações mais ativas em termos sociais. 
5. Considerações finais dessa leitura 
• Esperamos que você tenha aproveitado essa leitura e que tenha tra-
zido novos conhecimentos e ampliado suas reflexões. Percebemos 
que, para que seja possível respeitar a forma de ser de cada indiví-
duo e potencializar suas competências, precisamos conhecer como 
funciona seu processamento cognitivo (capacidade de aprender e 
86 
 
 
 
 
 
 
 
 
se desenvolver) e as tendências individuais visíveis na manifestação 
mais clara de algumas inteligências. 
• É importante ressaltar, nessa conclusão, que os aspectos individuais 
não são suficientes para que o indivíduo manifeste suas preferências, 
possa fazer as escolhas mais acertadas para o seu futuro e possa de-
senvolver suas competências. Fatores externos, como a estrutura social 
e os modelos econômico e educacional do país, bem como a estrutura 
organizacional da empresa onde a pessoa trabalha, são condições que 
interferem no pleno desenvolvimento humano. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Considere a seguinte situação: a empresa onde você trabalha 
acaba de lançar uma campanha em que todos os colaborado-
res podem participar. A proposta é que seja criado um projeto 
de desenvolvimento humano, dentro da empresa, e o colabora-
dor que elaborar o melhor projeto ganhará, como prêmio, uma 
viagem ao exterior, com acompanhante e despesas pagas. É 
claro que você tem muito interesse em ganhar essa campanha! 
Utilize os conhecimentos, que adquiriu nessa leitura, para 
elaborar seu projeto. Inicie explicando como a inteligência se 
constitui e como cada indivíduo manifesta suas inteligências. 
Apresente também a proposta do PNUD para o desenvolvi-
mento humano. Em seguida, crie um programa de desen-
volvimento pessoal dentro da organização, apresentando as 
sugestões e passos a serem implementados. 
Tenha um ótimo trabalho! 
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. De acordo com a Epistemologia Genética, também conhe-
cida como Construtivismo, qual a sequência correta utili-
zada pelo cérebro para aprender e se desenvolver? 
b) Equilíbrio, desequilíbrio, novo equilíbrio e novo 
desequilíbrio. 
c) Desafio, pesquisa, aprendizagem. 
d) Equilibração, assimilação, acomodação, desequilí-
brio cognitivo. 
e) Desequilíbrio cognitivo, assimilação, acomodação, 
equilibação. 
f) Desequilíbrio cognitivo, equilibação, assimilação, 
acomodação. 
2. Howard Gardner apresentou a ideia de que os seres hu-
manos possuem nove inteligências (uma ainda em estu-
do) e não apenas uma, sendo que todas as inteligências 
operam de forma organizada e associada. Em cada indi-
víduo há uma ou duas inteligências mais proeminentes, 
mas as demais inteligências podem ser acessadas quando 
necessário. O nome que Gardner deu a essa teoria é: 
a) Teoria das Inteligências Mutifatoriais. 
b) Teoria das Inteligências Diferentes. 
c) Teoria das Inteligências Múltiplas. 
d) Teoria das Inteligências Cognitivas. 
e) Teoria das Inteligências Comportamentais. 
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3. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD) visa mudar a concepção de desenvolvimento de 
uma nação, deixando de compreender seu desenvolvi-
mento econômico como o maior e melhor critério de ava-
liação e considerando o desenvolvimento _________ como 
esse critério. Assinale a alternativa que traz a palavra cor-
reta para a lacuna: 
a) Cognitivo. 
b) Humano. 
c) Das inteligências múltiplas. 
d) De jovens. 
e) Epistemológico. 
Referências Bibliográficas 
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1994. 
MACHADO, J. G. R.; PAMPLONA, J. B. A ONU e o desenvolvimento econômico: uma 
interpretação das bases teóricas da atuação do PNUD. Economia e Sociedade, 
Campinas, v. 17, n. 1 (32). abr. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ 
ecos/v17n1/a03v17n1.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. 
PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense, 1967. 
_____. Inteligência e afetividade. Buenos Aires: Aique, 2005. 
TAVARES, N. R. B. Aquisição e desenvolvimento da linguagem. Londrina: Editora 
e Distribuidora Educacional S. A., 2016. 
UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME. Human development indices and in-
dicators 2018 statistical update. Washington DC: Communications Development 
Incorporated, 2018. Disponível em: <http://hdr.undp.org/sites/default/files/2018_hu-
man_development_statistical_update.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. 
89 
http://www.scielo.br/pdf/ecos/v17n1/a03v17n1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ecos/v17n1/a03v17n1.pdf
http://hdr.undp.org/sites/default/files/2018_human_development_statistical_update.pdf
http://hdr.undp.org/sites/default/files/2018_human_development_statistical_update.pdf
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
Questão 1 - alternativa correta: D. 
Para Piaget (2005), o criador da teoria chamada Epistemologia Genética, 
os conhecimentos são construídos por meio desses movimentos rea-
lizados no cérebro: desequilíbrio cognitivo, assimilação, acomodação, 
equilibação. 
Questão 2 - alternativa correta: C. 
Para Gardner (1994), os seres humanos possuem todas as nove inte-
ligências (uma ainda está em estudo), porém em graus diferenciados. 
As inteligências são independentes umas das outras, mas se combi-
nam para que o indivíduo possa resolver problemas do seu dia a dia. 
Essa teoria é chamada Teoria das Inteligências Múltiplas. 
Questão 3 - alternativa correta: B. 
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) visa 
mudar a concepção de desenvolvimento de uma nação, deixando de 
compreender seu desenvolvimento econômico como o maior e me-
lhor critério de avaliação e considerando o desenvolvimento humano 
como esse critério. 
90 
91 
 
 
 
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS 
E DESENVOLVIMENTO COGNITIVO: O 
PAPEL DA EDUCAÇÃO EMOCIONAL 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
Esta leitura fundamental discutirá o tema da educação 
emocional e, para tanto, apresenta os seguintes objetivos: 
• Relacionar o desenvolvimento das competências 
socioemocionais com o desenvolvimento cognitivo, 
ressaltando os aspectos positivos. 
• Compreender a função da educação no desenvolvi-
mento afetivo-emocional do indivíduo. 
• Conhecer os quatro pilares da educação para o século 
XXI e seus impactos no desenvolvimento das compe-
tências socioemocionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
Seja muito bem-vindo e muito bem-vinda a mais esta leitura. 
Você já chegou a refletir que quando estáestudando acerca das com-
petências socioemocionais está aprimorando as suas próprias com-
petências socioemocionais? Ao ler, pesquisar, resolver as questões e, 
principalmente, ao associar a teoria com a prática, você entra em con-
tato cada vez mais profundo com as suas emoções, com a maneira de 
gerenciá-las e empregá-las nos momentos certos, mostrando-se cada 
vez mais competente nessa prática. 
Como isso é possível? É simples! Conforme você aprende mais, se torna 
mais capaz, isso é resultado de um processo cognitivo realizado pelo 
cérebro, que associa aprendizagens a emoções. Nesta leitura, vamos 
compreender um pouco mais como funciona a aprendizagem emocio-
nal dos indivíduos e qual o papel da educação neste processo. 
Além disso, não poderíamos deixar de apresentar uma nova perspec-
tiva para o processo de educação no século XXI, conhecida como Os 
quatro pilares da educação do futuro. Trata-se de um relatório prepara-
do para a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, 
a Ciência e a Cultura) com o propósito de apresentar princípios para 
uma vida digna, princípios que devem ser implantados nas escolas e 
também em qualquer espaço onde se desenvolva a aprendizagem, 
portanto devemos incluir aí as empresas. 
Esperamos que você aproveite muito esta leitura e torne-se cada vez 
mais competente! Aproveite! 
92 
 
2. Competências socioemocionais e desenvolvimento 
cognitivo 
Você deve estar curioso ou curiosa para entender como as emoções se 
associam à aprendizagem. Para compreender isso, vamos recorrer à 
Psicologia e à Neurociência. 
Jean Piaget talvez tenha sido um dos primeiros psicólogos a buscar a rela-
ção entre a emoção e a aprendizagem, descrevendo-a no livro Inteligência 
e afetividade (2005). De acordo com o autor, a cognição desenvolve-se me-
lhor a partir de ações do próprio sujeito, ou seja: aprende-se melhor a 
partir de experiências pessoais quando o próprio aprendente tem a pos-
sibilidade de manipular (mentalmente ou fisicamente) aquilo que está 
aprendendo. 
Se vai aprender sobre clima, é importante que vivencie as estações do ano 
e as variações de temperatura do próprio dia. Como se faz isso? Por meio 
de ambientes controlados com ar condicionado, por exemplo, e medindo 
a temperatura de hora em hora: estas são manipulações físicas. Se vai 
aprender um conceito teórico, por exemplo o que é ética, o que é religião, 
o que é política, é importante que pesquise e estude várias perspectivas 
sobre o mesmo conceito e obtenha suas próprias conclusões: estas são 
manipulações mentais. 
Mais simples ainda: se vai aprender sobre frutas, nada melhor do que pe-
gá-las nas mãos, cheirá-las e experimentá-las. Se vai aprender uma pala-
vra nova, nada melhor do que procurar seu significado em um dicionário 
e utilizá-la em uma frase para compreender seu contexto. 
A todas essas aprendizagens estão associadas a uma motivação, a vonta-
de de aprender ou descobrir, o desejo de superar um desafio e sair vence-
dor, associada a uma ou mais emoções. Faça uma breve reflexão: quando 
foi que aprendeu alguma coisa que queria muito? Pode ser uma recei-
ta culinária, um produto de artesanato, uma manobra de bicicleta, usar 
93 
 
um aplicativo específico no celular ou usar uma furadeira. Você consegue 
lembrar as emoções que estavam associadas? Alegria, prazer, satisfação? 
Piaget (2005) foi mais longe e estudou o julgamento moral – “Isso é impor-
tante? Tem serventia e valor? Aprendo isso com qual objetivo? Vai ser útil 
na minha vida ou não?” –, as reações rebeldes – “Não quero aprender isso! 
Isso é bobagem! Não me serve para nada! Ao invés de estudar isso, quero 
estudar aquilo e pronto!” –, a obediência – “Não me serve agora, mas pode 
ser importante no futuro. Se o professor/chefe mandou, tem que estudar. 
Tudo bem, vou encarar isso.” –, os sentimentos de carinho, satisfação e 
alegria – “Que legal! Estou adorando! Muito bom” – e os sentimentos de 
temor – “Se eu não aprender eu vou mal na prova. Tenho medo do chefe, 
então é melhor fazer como ele manda. Não concordo, mas se não fizer 
deste jeito vou ser demitido/demitida”. 
Para além dos sentimentos apontados acima, Piaget (2005) adentrou mais 
na questão e explicou que afetividade ultrapassa as emoções e sentimen-
tos uma vez que engloba também as tendências e vontades da pessoa. 
Reflita agora sobre o ditado popular: “Quem quer, faz!”. E não é exatamen-
te isso? As tendências e as vontades do sujeito são capazes de superar os 
obstáculos e as dificuldades. 
Porém, quando não há tendência, vontade ou interesse, a aprendizagem 
fica mais difícil. Você concorda? Consegue pensar em algo que não gosta, 
mas teve que aprender? 
Pois bem, é possível mudar essa dificuldade afetiva relacionada a algu-
mas aprendizagens e vamos ver como se faz isso no tópico seguinte. Mas 
antes, vamos entender, do ponto de vista da Neurociência, como a apren-
dizagem está recheada de emoções e sentimentos. 
Amodt e Wang (2009) explicam que o cérebro tem diversas maneiras de 
assimilar informações, mas, via de regra, as aprendizagens são realizadas 
a partir das informações captadas pelos órgãos do sentido que são leva-
das ao cérebro. Chegando lá, o cérebro se encarrega, em um processo 
94 
 
autônomo, de classificar e categorizar cada uma das informações, criando 
novas sinapses quando esta informação é nova ou fortalecendo as sinap-
ses existentes quando essa informação é repetida. 
Acontece que todo esse processo é recheado de emoções: medo, raiva, 
tristeza, alegria, satisfação. Quanto mais vezes a informação percorre o ca-
minho sináptico, mais consistentes ficam os neurônios e mais rapidamen-
te as informações são transmitidas. Em linhas gerais, quanto mais vezes 
você faz o caminho de casa até a escola ou até o trabalho, mais experien-
te você fica, mais informações foram levadas ao cérebro, de forma que 
você sabe exatamente o que esperar a cada passo que dá – ou seja, você 
aprendeu o caminho, todos os obstáculos e, quando algo está diferen-
te do esperado, você realiza uma nova aprendizagem. Da mesma forma, 
quanto mais você se esforça para empregar uma nova palavra ou para ter 
um novo comportamento, mais fácil vai ficando com o passar do tempo. 
Cosenza e Guerra (2011) nos lembram que as emoções, tais como medo, 
alegria, raiva, tristeza, são fenômenos neurológicos que assinalam que 
coisas importantes estão acontecendo. “Elas [as emoções] se manifestam 
por meio de alterações na sua fisiologia e nos seus processos mentais e 
mobilizam recursos cognitivos existentes, com a atenção e a percepção” 
(COSENZA; GUERRA, 2011, p. 75). Isso quer dizer que as emoções prepa-
ram o cérebro para aprender. E quanto mais você se desenvolve cogniti-
vamente, mais capaz é de gerenciar suas emoções e sentimentos. É um 
ciclo que se autoalimenta. 
Você já deve ter passado por uma situação parecida como essa aqui: “Seu 
professor entra em sala de aula com uma pilha enorme de papeis e avisa 
que hoje haverá prova surpresa”. Quais sentimentos surgiram para você 
neste exato momento? Medo? Raiva? Agora, lembre-se de alguma apren-
dizagem positiva, quando alguém ensinou você a andar de bicicleta ou 
quando você aprendeu aquele passo de dança ou quando aprendeu a fa-
zer aquele prato de comida que tanto gosta. Quais sentimentos surgiram 
para você neste exato momento? Alegria? Satisfação? Você percebe que 
95 
 
 
 
 
 
em situações críticas ou positivas há sempre emoções associadas? Pois 
bem, essas emoções podem facilitar ou dificultar uma aprendizagem, ob-
viamente se você pudesse escolher, escolheria sempre as emoções posi-
tivas, não é mesmo? 
Quanto mais você souber sobre as emoções e os sentimentos, quando 
ocorrem, como você reage e como gerenciar tudo isso, mais compe-
tência socioemocional você terá. Os sentimentos, as emoções e o ge-
renciamento de tudo isso é conhecido como autoconhecimento emo-
cional ou inteligência emocional e é uma habilidade que pode ser 
aprendida e aperfeiçoada. 
PARA SABER MAIS 
Sequiser saber mais sobre o funcionamento do cérebro e 
como as emoções se relacionam com a aprendizagem, suge-
rimos a leitura do livro: 
COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: 
como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
Você vai apreciar, com certeza! 
3. A importância da educação emocional 
Embora muitos autores tangenciem o tema da educação emocional, tais 
como Jean Piaget e Henri Wallon, entre outros, foi Daniel Goleman, psicó-
logo e jornalista especializado em comportamento humano, que produziu 
um grande estudo sobre a educação das emoções, intitulado Inteligência 
Emocional (1996). 
Neste livro, Goleman aponta que apenas 20% do sucesso na vida de uma 
pessoa se deve ao seu quociente de inteligência (QI) e os outros 80% se 
deve ao quociente emocional (QE), que trata tanto do controle das emoções 
96 
 
 
 
 
 
 
 
 
quanto do emprego mais adequado delas. O QI é medido em testes e o 
resultado obtido pelo sujeito é expresso em um número que determina a 
classificação de sua inteligência. O QE não pode ser medido por testes, 
mas é observável a partir das reações do sujeito e do controle sobre 
suas emoções. O controle das emoções é capaz de contribuir com o 
desenvolvimento da inteligência e falta de habilidade em lidar com as 
próprias emoções pode dificultar bastante a vida do sujeito. 
Goleman (1996) aponta que apenas controlar as emoções, ter paciên-
cia, simpatia e serenidade, não são suficientes para o equilíbrio emo-
cional, é preciso educar as emoções, tornando-se cada vez mais com-
petente acerca do conhecimento de si mesmo. 
O autor aponta que um alto quociente emocional precisa contemplar os 
cinco níveis de educação emocional relacionados abaixo: 
• Consciência de si mesmo 
Trata da ideia de conhecer bem a si mesmo, saber nomear as 
emoções e os sentimentos, saber percebê-los e identificá-los, acei-
tando-os, porém, não permitindo que as emoções e os sentimentos 
tomem proporções incontroláveis. 
• Automotivação 
Significa buscar a motivação para alcançar os objetivos, saber moti-
var-se para superar os desafios que a vida traz e os momentos mais 
tediosos, que exigem perseverança. 
• Gestão de si e autocontrole emocional 
Após perceber as emoções, nomeá-las e aceitá-las, é o momento de 
iniciar o treino das emoções, não permitindo mais que as emoções 
entorpeçam as próprias capacidades, pelo contrário, utilizando-as 
para favorecer o pensamento, o planejamento, o alcance de metas, 
para resolução de problemas e conflitos. A gestão de si e o auto-
controle emocional são capacidades de o indivíduo adaptar-se e 
97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
conseguir suportar as tempestades emocionais que ocorrem sem-
pre que se enfrenta alguma situação desafiante. Veja bem, não se 
trata apenas de conter as emoções, mantendo-as sob controle, mas 
de sentir as situações de maneira apropriada, ou seja, não apagando 
as emoções nem permitindo o seu livre fluxo. As emoções apaga-
das trazem tédio e distanciamento, as emoções descontroladas são 
extremas e persistentes, podendo se tornar patológicas, tais como 
a depressão imobilizante e a ansiedade. 
• Empatia (consciência social) 
Um nível mais elevado da educação emocional é a capacidade 
de interpretar canais não verbais de expressão das outras pesso-
as. Estamos falando aqui do tom de voz, a expressão facial e até 
mesmo os gestos que uma pessoa emprega quando está se comu-
nicando. Interpretando as informações não verbais, você consegue 
perceber mais claramente aquilo que a pessoa está tentando trans-
mitir. A capacidade de perceber os sinais não verbais é chamada 
empatia. Com a empatia, podemos entender os sentimentos das 
outras pessoas; ao desenvolvê-la, podemos nos conectar com as 
demais pessoas e elas conosco, criando mais aproximação, respeito 
e compreensão. 
• Gestão de relacionamentos 
Por relacionamentos entende-se todo tipo de associação entre 
pessoas. Neste sentido, temos os relacionamentos de ordem 
familiar (aqueles que compartilham laços sanguíneos e matrimô-
nios), os relacionamentos profissionais (aqueles que acontecem 
no ambiente de trabalho), os relacionamentos amigáveis (os de 
amizade), os relacionamentos de vizinhança (entre moradores 
do mesmo condomínio, rua, bairro e cidade), os relacionamen-
tos afetivos (com seu par ou companheiro/companheira), os 
relacionamentos fraternos (aqueles entre pessoas que ajudam 
e que são ajudadas), entre outros tipos. O contato social é muito 
98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
importante para a sobrevivência e manutenção da vida, trata-se 
de uma troca que as pessoas realizam para que possam se aju-
dar mutuamente. Nestes contatos sociais, transmitimos nosso 
estado de ânimo a outras pessoas, assim como recebemos essas 
informações delas. Relacionamentos tóxicos produzem resulta-
dos emocionais ruins, já relacionamentos saudáveis produzem 
nutrição emocional. Este nível de evolução emocional demonstra-
-se na influência que realizamos sobre o outro, na administração 
saudável de conflitos que somos capazes de realizar, no trabalho 
em equipe de forma cooperativa e colaborativa e na liderança 
inspiradora. 
Goleman (1996) nos lembra que ao nascermos recebemos uma heran-
ça genética relacionada às emoções. Não podemos negar que nosso 
passado exigiu que fôssemos mais agressivos para superar os desafios 
relacionados à sobrevivência. Além disso, nosso temperamento tam-
bém é definido geneticamente (BEE; BOYD, 2011). Em contrapartida, os 
autores são categóricos ao afirmar que somos capazes de, educando-
-nos, controlar nossas emoções e suas manifestações. 
Para que o indivíduo possa educar-se emocionalmente, ele deverá 
exercitar os cinco níveis apresentados anteriormente, a saber: 
1. Consciência de si mesmo. 
2. Automotivação. 
3. Gestão de si e autocontrole emocional. 
4. Empatia (consciência social). 
5. Gestão de relacionamentos. 
Estudar sobre as emoções, conhecer as próprias emoções e as dos ou-
tros e aprender a relacionar-se melhor são as bases para o desenvolvi-
mento das competências socioemocionais. 
99 
 
 
 
 
ASSIMILE 
Independentemente da genética e da personalidade que her-
damos ao nascer, podemos desenvolver a inteligência emo-
cional exercitando cinco habilidades propostas por Goleman 
(1996): consciência de si mesmo, automotivação, gestão de si 
e autocontrole emocional, empatia (consciência social), ges-
tão de relacionamentos. 
Pois bem, há mais informações sobre o processo de educação emocional. 
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e 
a Cultura) também tem algumas recomendações sobre o desenvolvimen-
to mental, emocional e social dos indivíduos, propondo uma nova estru-
turação acadêmica sustentada por quatro pilares. É o que veremos a seguir. 
PARA SABER MAIS 
Se quiser saber mais sobre o quociente emocional e como ele 
é responsável pelo sucesso ou insucesso do indivíduo, bem 
como para aprofundar as estratégias para educar-se emo-
cionalmente, sugerimos a leitura do livro de Daniel Goleman: 
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. SP: Objetiva, 1996. 
4. Os quatro pilares da educação do século XXI e os 
impactos sobre o desenvolvimento das competências 
socioemocionais 
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura) é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(ONU) e foi fundada em 1946, com o objetivo de contribuir para a paz e 
segurança mundiais, envolvendo as dimensões educacionais, científicas, 
sociais, humanas, comunicacionais e informacionais. Desenvolve ativida-
des culturais para proteger o patrimônio cultural da humanidade, bem 
como para estimular a criação e a criatividade dos povos, valorizando 
seus grupos culturais e suas tradições orais. Também promove os livros e 
a leitura, a livre circulação de ideias, a liberdade de imprensa e a indepen-
dência socio-econômica, valoriza o pluralismo e a diversidade dos meios 
de informação. Atuaem cinco grandes programas: educação, ciências na-
turais, ciências sociais/humanas, cultura e comunicação/informação e sua 
principal meta é combater o analfabetismo. 
Em 1993 a UNESCO encomendou uma pesquisa acerca do futuro da 
educação. Esta pesquisa envolveu a participação de signatários de al-
guns países e consistiu em compreender as propostas, as orientações 
e os conselhos de cada nação envolvida, para a educação. A pesqui-
sa foi encerrada em 1996 com a produção de um relatório intitula-
do Educação: um tesouro a descobrir – Relatório para a UNESCO da 
Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, tendo como 
relator o presidente da União Europeia, Jaques Delors (2000). 
Embora todas as expectativas apontassem para uma proposta conteu-
dista, estabelecendo novas propostas para o ensino da matemática 
e da língua materna, o relatório de Delors (2000) foi surpreendente 
quando propôs quatro pilares fundamentais para redirecionar o enca-
minhamento da educação. São eles: 
• Aprender a aprender: desenvolver-se cognitivamente, compre-
endendo como a aprendizagem ocorre internamente. 
• Aprender a fazer: para poder interagir sobre o meio que o cerca, 
respeitando os limites da natureza e da sociedade. 
101 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Aprender a viver junto:em harmonia social, respeitando as diferenças. 
• Aprender a ser: desenvolvendo-se como pessoa autônoma, feliz, 
com autorespeito. 
Em linhas gerais, o relatório (DELORS, 2000) explica que os quatro pilares 
devem ser trabalhados de forma transversal em todo e qualquer tipo de 
educação e método acadêmico que cada país decida implementar. Os 
quatro pilares estão acima da ideologia educacional de cada nação. Essa 
foi a mensagem transmitida pelo grupo que idealizou o relatório. 
O material produzido foi tão difundido e aceito por todas as nações graças 
a sua delicadeza, seriedade, otimismo e profundidade que superou o âm-
bito educacional, passando a ser empregado em outros segmentos, tais 
como o organizacional, o social, o político, etc. Assim, vamos aprofundar o 
assunto para poder compreender como os quatro pilares da educação se 
associam ao desenvolvimento das competências socioemocionais. 
I. Aprender a aprender 
Trata da aquisição de conhecimentos e uso de instrumentos que pos-
sam favorecer a aprendizagem. Por instrumentos, deve-se entender 
tanto as ferramentas cognitivas (atenção, planejamento, raciocínio, ló-
gica, etc.) quanto às ferramentas físicas (computador, livro, vídeos, au-
las, etc.). O aprender a aprender é a finalidade da vida humana, já que 
deve prever que a aprendizagem ocorre enquanto durar a vida. Neste 
pilar, fica claro que cada indivíduo aprenda a compreender o mundo 
que o cerca para viver com dignidade. Fundamenta-se no prazer de 
aprender, descobrir, conhecer e compreender, estimulando que todas 
as atividades de aprendizagem sejam acompanhadas do verdadeiro 
desejo de aprender, de saber mais e melhor. Para despertar este de-
sejo, o uso de metodologias adequadas, novas tecnologias, animações, 
experimentos reais e simulações é o mais indicado. O conhecimento é 
múltiplo e evolui constantemente, é tão importante investir em cultura 
102 
 
 
 
geral quanto em especializações. Outras linguagens e outras formas de 
expressar o conhecimento associam-se a cultura geral. Neste pilar se 
propõe também o desenvolvimento do pensamento crítico como for-
ma de construir as próprias opiniões, além de ampliar e introduzir a 
pesquisa científica como rotina na vida do sujeito, de forma que tenha 
autonomia para pesquisar e obter suas próprias conclusões. 
II. Aprender a aprender 
Aprender a fazer é um conceito amplo que ultrapassa a realização de 
uma simples tarefa ou a manipulação de uma máquina. Trata-se da 
competência em envolver-se, empregar equipamentos, técnicas e fer-
ramentas cognitivas para resolver problemas e para estimular a dimen-
são criativa. Hoje as tarefas físicas foram substituídas por produções 
mais intelectuais ou mentais, portanto a capacidade de se comunicar, 
de trabalhar em equipe, de gerenciar e resolver conflitos e problemas 
são cada vez mais importantes. O aprender a fazer é um pilar estrutu-
rante do indivíduo no sentido de promover sua independência, autono-
mia, proatividade, criatividade e comunicação. Envolve também as ca-
pacidades de selecionar adequadamente as informações necessárias 
para a situação, analisá-las e de empregar o conhecimento adquirido 
para resolver a situação que hora se apresenta. 
III. Aprender a viver junto 
Este pilar está associado ao campo das atitudes e dos valores, já que visa 
enfrentar conflitos, preconceitos e rivalidades entre pessoas, visando, 
ao contrário, a paz, a tolerância e a compreensão do ser humano. Os 
indivíduos devem ser estimulados a descobrir “o outro” no sentido de 
reduzir a distância e a diferença entre ambos. Em seguida, é ideal que 
os indivíduos participem de projetos comuns que tenham como obje-
tivo a redução de atritos entre pessoas, grupos e povos, valorizando a 
diversidade e evitando as divergências. Este pilar visa adotar a perspec-
tiva do outro, compreendendo os grupos étnicos, religiosos, políticos 
e suas propostas e tender para construção de objetivos comuns, com 
103 
 
 
 
 
 
 
valores e atitudes voltadas ao grupo social. Compreender a percepção 
de interdependência. 
IV. Aprender a ser 
Este pilar está associado aos outros três, uma vez que o princípio aqui é 
o desenvolvimento total e integral do indivíduo, considerando suas di-
mensões física, espiritual, estética, ética, responsável e sensível. Trata-
se da educação de valores e atitudes direcionados à vida pessoal e par-
ticularizada, conduzindo para a formação de indivíduos independen-
tes, autônomos, intelectualmente ativos, capazes de estabelecer boas 
relações com outras pessoas, de se comunicarem e evoluírem perma-
nentemente e plenamente (DELORS, 2000). 
Fascinante! É possível compreender como os quatro pilares se associam 
entre si e como cada um fortalece o pilar seguinte. Faça essa reflexão, 
aplicando os pilares em situações cotidianas, enxergando o valor de cada 
um deles para o desenvolvimento humano. 
PARA SABER MAIS 
Indicamos a leitura completa do relatório produzido a partir de 
pesquisa da UNIESCO, para conhecer a história completa da 
mesma, os países participantes e a contribuição de cada nação 
para, em consenso, chegar aos quatro pilares que devem estru-
turar os processos educacionais do século XXI. 
DELORS, J. (Coord.). Educação: um tesouro a descobrir. São 
Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2000. 
Você deve estar curioso/curiosa para saber como todos esses conheci-
mentos se interligam e associam. Veja a figura a seguir para detalhar a 
relação entre todas as temáticas estudadas nesta leitura: 
104 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Competências socioemocionais e desenvolvimento cognitivo: 
o papel da educação emocional 
Aprender a 
aprender 
Aprender a 
fazer 
Aprender a 
viver junto 
Aprender a 
ser 
Compreender, 
construir 
conhecimento, 
curiosidade, 
autonomia, aprender 
a pensar. 
Inteligência 
emocional: 
consciência de si 
mesmo. 
Capacidade de 
enfrentar novas 
situações, 
empregando 
ferramentas mentais 
e físicas, técnicas e 
trabalho cooperativo. 
Inteligência 
emocional: 
automotivação. 
Aprender a viver com 
os outros, respeito à 
diversidade, 
compreender a 
interdependência 
grupal, administrar 
conflitos. 
Inteligência 
emocional: empatia e 
gestão de 
relacionamentos. 
Desenvolvimento 
integral da pessoa: 
física, espiritual, 
social, ética, estética, 
profissional, 
autonomia, 
independência, 
crítica. 
Inteligência 
emocional: gestão de 
si e autocontrole 
emocional 
Fonte: adaptada de Delors (2000, [s.p.]). 
Como se vê, exercitando os quatro pilares da educação associados ao de-
senvolvimento da inteligência emocional, você consegue potencializar as 
próprias competênciassocioemocionais. Trata-se de um hábito de auto-
gerenciamento e reflexão, com empenho e dedicação é possível aprimo-
rar-se continuadamente. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Agora é hora de refletir sobre o assunto estudado e transfor-
mar isso em ações práticas. 
Você vai desenvolver duas atividades neste Teoria em Prática. 
Para a primeira atividade: analise um grupo social ao qual 
você pertença. Pode ser seus colegas de classe, seus familia-
res, seus vizinhos, seu grupo religioso, seus colegas de espor-
te ou até mesmo seus colegas do trabalho. Analise e escolha 
quatro pessoas sendo: uma pessoa que pode se desenvolver 
105 
 
em termos de aprendizagem pessoal (aprender a aprender), 
uma pessoa que pode se desenvolver em termos de ações 
e atividades que desempenha (aprender a aprender), uma 
pessoa que pode se desenvolver em termos de relaciona-
mentos interpessoais (aprender a viver junto) e uma pessoa 
que pode se desenvolver em termos pessoais (aprender a 
ser). Explique que você está fazendo um trabalho escolar e 
pergunte se essas pessoas gostariam de receber uma orien-
tação para seu autodesenvolvimento. Caso alguém não con-
corde, você deve trocar este perfil por outro, de forma a con-
templar os quatro pilares da educação. Depois de tudo acer-
tado, crie um documento para cada pessoa, contendo: uma 
explicação sobre o que ela pode desenvolver (aprender a 
aprender, aprender a fazer, aprender a viver junto, aprender 
a ser) e dê dicas e orientações de como ela pode fazer isso 
(leituras, cursos, vídeos, técnicas de Educação Emocional). 
Depois, pergunte o que acharam. 
Para a segunda atividade: é hora de pensar em si. O que você 
pode desenvolver em termos de aprender a aprender, apren-
der a fazer, aprender a viver junto, aprender a ser? Crie um 
roteiro de autodesenvolvimento e busque leituras, filmes, 
estudos, livros, cursos, projetos para participar. 
Por fim, reflita sobre como foi realizar a primeira e a segunda 
atividade, registrando em poucas palavras o que aprendeu e 
como isso se relaciona com o desenvolvimento de suas com-
petências socioemocionais. 
À título de conclusão, iniciamos esta leitura fundamental compreendendo 
neurologicamente como as emoções se associam à aprendizagem. Em 
seguida, estudamos a necessidade e as possibilidades de desenvolver a 
106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
educação emocional e, por fim, conhecemos os quatro pilares da educação 
empregados para desenvolvimento das competências socioemocionais. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. De acordo com a Neurociência, quando uma emoção se 
manifesta, isso indica que: 
a) Você é uma pessoa muito emotiva. 
b) Você não tem controle sobre as emoções. 
c) Nada de importante está acontecendo, está tudo 
normal. 
d) Algo importante está acontecendo. 
e) Não se deve dar atenção a esta emoção e continuar 
trabalhando ou estudando. 
2. Goleman (1996) atribuiu o nome de _______________________ 
_________ ao controle e uso adequado das emoções 
a) Quociente de inteligência. 
b) Automotivação. 
c) Inteligência emocional. 
d) Empatia. 
e) Quatro pilares da educação. 
3. Os quatro pilares da educação foram estruturados a partir 
de um estudo realizado a pedido da UNESCO durante os 
anos de 1993 a 1996, e convertido em um relatório que 
orienta as nações de todo o mundo a organizarem proces-
sos educacionais que promovam os melhores valores e as 
melhores atitudes entre os cidadãos. Os quatro pilares da 
107 
 
 
 
 
 
 
 
educação são: 
a) Aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a 
viver junto, aprender a ser. 
b) Quociente de Inteligência, Quociente Emocional, 
Competências socioemocionais, Neurociência. 
c) Aprender a viver, aprender a trabalhar, aprender a 
agradecer, aprender a descansar. 
d) Consciência de si mesmo, automotivação, gestão 
de si e autocontrole emocional, empatia, gestão de 
relacionamentos. 
e) Medo, alegria, raiva, tristeza. 
Referências Bibliográficas 
AAMODT, S.; WANG, S. Bem-vindo ao seu cérebro. São Paulo: Cultrix, 2009. 
BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: como o cérebro apren-
de. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
DELORS, J. (Coord.). Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, 
DF: MEC: UNESCO, 2000. 
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. São Paulo: Objetiva, 1996. 
PIAGET, Jean. Inteligência e afetividade. Buenos Aires: Aique, 2005. 
Gabarito 
Questão 1 – Alternativa correta: D. 
As emoções, tais como medo, alegria, raiva, tristeza, são fenômenos 
108 
 
 
 
 
 
neurológicos que assinalam coisas importantes estão acontecendo. 
As emoções se manifestam por meio de alterações na fisiologia do 
cérebro e do corpo, influenciando processos mentais e mobilizam re-
cursos cognitivos existentes, com a atenção e a percepção (COSENZA; 
GUERRA, 2011). Isso quer dizer que as emoções preparam o cérebro 
para aprender. 
Questão 2 – Alternativa correta: D. 
A inteligência emocional, na visão de Goleman (1996), é a capacidade 
de controlar as emoções e empregá-las adequadamente. O controle 
das emoções é capaz de contribuir com o desenvolvimento da inte-
ligência e, por outro lado, a falta de habilidade em lidar com as pró-
prias emoções pode dificultar bastante a vida do sujeito. 
Questão 3 – Alternativa correta: A. 
O relatório elaborado para a UNESCO (DELORS, 2000) foi surpreen-
dente quando propôs quatro pilares fundamentais para redirecionar 
o encaminhamento da educação. São eles: 
• Aprender a aprender: desenvolver-se cognitivamente, compreen-
dendo como a aprendizagem ocorre internamente. 
• Aprender a fazer: para poder interagir sobre o meio que o cerca, 
respeitando os limites da natureza e da sociedade. 
• Aprender a viver junto: em harmonia social, respeitando as 
diferenças. 
• Aprender a ser: desenvolvendo-se como pessoa autônoma, feliz, 
com autorespeito. 
109 
110 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS E AS 
COMPETÊNCIAS SOCIOEMOCIONAIS 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
Bem-vindo à leitura sobre Políticas Públicas. Nesse tema, 
teremos como objetivos conhecer e compreender os se-
guintes assuntos: 
• O que são políticas públicas e suas características 
fundamentais. 
• Legislação e políticas públicas educacionais no Brasil. 
• Políticas públicas para competências socioemocionais. 
São temas que contribuirão para a compreensão sobre as 
bases dos planos e planejamentos em Educação e como 
estão acontecendo os diálogos sobre a inserção das com-
petências socioemocionais nesses planos. 
Vamos aos estudos? 
111 
 
 
 
 
 
Introdução 
Você já ouviu falar sobre políticas públicas? 
Seria comum fazer uma confusão entre política partidária e política públi-
ca. Se isso aconteceu com você, assim que leu sobre o tema, acalme-se. 
Vamos aprender um pouco mais sobre isso. 
A política como conhecemos, defendida por ideologias ou propostas de 
partidos interessados em governar Municípios, Estados ou a Federação 
do Brasil, não se relaciona ao conceito de políticas públicas. 
Somos seres políticos e, à título de introdução, podemos compreender 
essa afirmação a partir de algumas definições da palavra política, que 
buscamos no dicionário Michaelis on-line (2018, s/p1): 
a) Arte ou ciência de governar. 
b) Prática ou profissão de conduzir negócios políticos. 
c) Conjunto de princípios ou opiniões políticas. 
d) Habilidade especial ao relacionar-se com outras pessoas, com o 
intuito de obter certos resultados anteriormente planejados. 
Já as políticas públicas se referem aos conjuntos de ações para a execução 
de programas e planejamentos governamentais, visando oferecer servi-
ços e bem-estar à população. 
Embora sejam conceitos diferentes, possuem entre si relações quando da ar-
ticulação entre grupos de interesses e necessidades a serem supridas em áre-
as como Saúde, Segurança Pública e, em nosso caso, no tema da Educação. 
Aproveite os conteúdos para ampliara visão de como se formulam e im-
plementam políticas públicas em nosso país e, por fim, compreender em 
que momento estamos da inserção de competências socioemocionais no 
sistema educacional brasileiro. 
Vamos adiante? 
1 Disponível em: https://michaelis.uol.com.br/. Acesso em: 11 dez. 2018. 
https://michaelis.uol.com.br/
 
 
 
1. As políticas públicas e suas características 
fundamentais 
As políticas públicas podem ser compreendidas como conjuntos de ações 
estratégicas que podem ser formuladas e implementadas pelo Estado ou 
Governo, e que podem ter caráter econômico ou social (Souza, 2006).2 
Essas políticas são características dos regimes democráticos, pois embora 
seja uma das funções do Estado e do Governo participar ativamente da 
formulação e da implementação das políticas públicas, a participação de 
outros agentes democráticos também é uma de suas caraterísticas. 
É, propriamente, a área que estuda as ações do Estado ou dos Governos 
para soluções de problemas econômicos ou sociais (Souza, 2006). Ainda 
segundo a autora, é considerada multidisciplinar, pois é um campo de 
interesse de muitas esferas como “economia, ciência política, sociologia, 
antropologia, geografia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas 
[que] – partilham um interesse comum na área e têm contribuído para 
avanços teóricos e empíricos” (SOUZA, 2006, p. 25). 
De acordo com Giovanni (2009)3, as políticas públicas têm uma nova fun-
ção que o autor define como “uma forma contemporânea de exercício 
do poder nas sociedades democráticas”, ressaltando a participação e a 
interação entre Estado e Sociedade cada vez mais presentes na vida das 
modernas democracias. 
Ao promover a participação de interessados das políticas públicas como 
ferramenta de uma gestão pública compartilhada e participativa, seria 
possível otimizar as ações governamentais tanto quanto o comprometi-
mento dos agentes envolvidos em sua implementação, monitoramento e 
controle. Além disso, essa prática se tornaria um importante mecanismo 
2 SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 
8, nº 16. 
3 GIOVANNI, Geraldo Di. As estruturas elementares das políticas públicas. Campinas: 
NEPP, 2009. (Caderno de Pesquisa No 82). 
112 
 
 
de aprendizagem e construção coletiva aos agentes envolvidos na prática 
da cidadania. 
Outra característica importante das políticas públicas, a ser evidenciada, é 
que existem diferenças entre políticas públicas de Estado e políticas públi-
cas de Governo. As políticas públicas de Estado têm como consequências 
ações estratégicas de longo prazo, independentemente da estrutura polí-
tica de um governo (por exemplo, a influência de plataformas de partidos 
políticos). As políticas públicas de Estado podem ser programas de cará-
ter contínuo, como programas de erradicação da pobreza, Bolsa Família, 
programas de saúde pública, por exemplo. 
As políticas públicas de Governo estão relacionadas aos governos execu-
tivos, vinculadas às plataformas políticas, portanto, podem ser projetos 
ou ações de médio ou curto prazo e que podem sofrer interrupções em 
casos de eleições de novos governantes com propostas diferentes. 
Se o governo é um dos agentes responsáveis pela formulação e imple-
mentação de políticas públicas, quem são os demais participantes des-
se processo? 
Nesse campo, são denominados agentes todos os envolvidos na instru-
mentalização das políticas, podendo ser: o Estado, os Governos e seus mi-
nistérios e secretarias (e servidores), órgãos ou representantes da socie-
dade civil (fundações, institutos, conselhos, associações) etc. Todos podem 
ser considerados stakeholders ou partes interessadas no processo, pois os 
resultados esperados afetam também a atuação no cenário vigente. 
Até agora você aprendeu sobre o conceito de políticas públicas, suas ca-
racterísticas fundamentais e seus agentes. Entretanto, na prática, como 
surgem e são aplicadas as políticas públicas? Para isso, como última ca-
racterística das políticas públicas, vamos conhecer o chamado ciclo das 
políticas públicas. De acordo com Souza (2006, p. 29)4 “o ciclo da política 
SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 
8, nº 16. 
4 
113 
 
 
 
\ j 
pública é constituído dos seguintes estágios: definição de agenda, identi-
ficação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, imple-
mentação e avaliação. 
Infográfico 1 | Ciclo das políticas públicas 
Agenda 
Identificação 
de 
alternativas 
Avaliação 
das opções Implementação 
Avaliação 
Fonte: Adaptado de Souza (2006, s/p). 
O momento de formulação das políticas públicas é composto pelas eta-
pas de agenda, identificação de alternativas e avaliação das opções para 
a resolução dos problemas identificados. 
A execução é conhecida como a fase da implementação dos planejamen-
tos elaborados da fase da formulação. Durante a implementação haverá 
a destinação de recursos (financeiros, humanos e tecnológicos) para se 
colocar em prática as ações previstas. 
114 
 
 
 
A última fase é conhecida como controle, que depende de instrumentos 
para medidas de desempenho e acompanhamento das políticas que es-
tão em execução. 
Em linhas gerais, as políticas públicas têm a missão e a função de garantir 
os direitos constitucionais aos cidadãos do país como o direito à Saúde, 
Segurança, Habitação e Educação. Nesse sentido, veremos adiante como 
as políticas públicas de Educação estão sendo desenvolvidas no Brasil e 
como está acontecendo o diálogo entre políticas públicas e o papel das 
competências socioemocionais nesse cenário. 
2. Legislação e Políticas públicas educacionais no Brasil 
Você sabia que, no Brasil, o direito à Educação é constitucional? Sim, é di-
reito de todos e também é um dever garantir que todos possam ter uma 
formação. De acordo com a redação da legislação brasileira, a educação é 
compreendida como uma responsabilidade das famílias e do Estado. 
A legislação que regula e dá diretrizes para as decisões sobre os direitos e 
deveres, além das bases para as formulações de políticas públicas educa-
cionais, é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)5, de 20 
de dezembro de 1996. 
Vamos conhecer alguns artigos da LDB? 
O artigo 1º traz a seguinte redação: 
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e 
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas 
manifestações culturais (BRASIL, 2018a). 
5 BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, 20 dez. 1996. Disponível em: <http:// 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 28 nov. 2018. 
115 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre os princípios e fins da educação nacional, encontramos nos artigos 
2º e 3º da LDB: 
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios 
de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade 
o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 2018a). 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios 
(BRASIL, 2018a): 
I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pen-
samento, a arte e o saber; 
III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII. valorização do profissional da educação escolar; 
VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legisla-
ção dos sistemas de ensino; 
IX. garantia de padrão de qualidade;X. valorização da experiência extraescolar; 
XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
XII. consideração com a diversidade étnico-racial. 
XIII. garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 
Além de regulamentar os direitos e deveres da Educação, a LDB também 
apresenta os níveis e modalidades da educação nacional, que são: 
a) Educação Básica (educação infantil, fundamental e ensino médio). 
b) Educação Profissional, técnica e de nível médio. 
116 
 
 
 
 
 
c) Educação de Jovens e Adultos. 
d) Educação Profissional e Tecnológica. 
e) Educação Superior. 
f) Educação Especial. 
O documento que norteia os componentes curriculares e planos pedagó-
gicos das instituições de ensino, nas modalidades previstas pela LDB, é 
chamada Base Nacional Curricular Comum (BNCC). “A Base estabelece co-
nhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os es-
tudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica” (BRASIL, 2018b). 
Quadro 01| Políticas públicas educacionais vigentes no Brasil 
PROGRAMA DESCRIÇÃO 
Programa Brasil 
Alfabetizado 
É um programa que existe nos estados para fa-
zer a alfabetização de jovens, adutos e idosos. 
Educação para Jovens e 
Adultos (EJA) 
Programa dedicado à educação de adultos que 
não terminaram os estudos na idade indicada. 
O EJA atende do ensino fundamental ao médio. 
Programa Nacional 
de Acesso ao Ensino 
Técnico e Emprego 
(PRONATEC) 
O PRONATEC surgiu para aumentar a oferta de 
cursos de educação tecnológica e profissionali-
zante. O programa atende estudantes da rede 
pública, trabalhadores e beneficiários de ou-
tros programas sociais do governo. 
Programa Universidade 
Para Todos (PROUNI) 
O PROUNI  foi criado para oferecer  bolsas de 
estudo em instituições privadas de ensino su-
perior. As bolsas são destinadas aos estudan-
tes de baixa renda que ainda não têm ensino 
universitário. 
MEDIOTEC É um programa que oferece cursos de ensino téc-
nico, dedicado aos estudantes que estão cursan-
do ensino médio nas escolas públicas estaduais. 
117 
 
 
Programa 
Escola Acessível 
O programa foi criado para aumentar a aces-
sibilidade no ambiente escolar da rede pública 
de ensino. Oferece informação e recursos de 
ensino para melhorar o aprendizado de estu-
dantes com necessidades especiais. 
Apoio à Formação Programa criado para dar apoio financeiro aos 
Superior e Licenciaturas cursos  de licenciaturas indígenas ou intercul-
Interculturais turais que formam os professores de escolas 
Indígenas (PROLIND) indígenas. 
Programa 
Caminho da Escola 
Programa criado para melhorar e aumentar a 
frota de veículos que faz o transporte escolar 
nas redes de ensino estaduais e municipais. 
Fundo de Manutenção 
e Desenvolvimento 
da Educação 
Básica (FUNDEB) 
É um fundo dedicado ao aumento de investi-
mento financeiro do governo federal em pro-
jetos de educação nos estados. 
Educação em Prisões 
É um programa educativo de apoio financeiro 
e técnico para dar  ensino a jovens e adultos 
que cumprem pena no sistema prisional. 
Programa Brasil 
Profissionalizado 
Programa de educação profissionalizante diri-
gido aos jovens matriculados no ensino médio 
da rede pública de ensino. 
Fonte: Portal Toda Política (2018), disponível em: <https://www.todapolitica.com/politicas-publicas/>. Acesso 
em: 10 dez. 2018. 
A partir dos instrumentos legais que regem a educação nacional, no Brasil, 
é que as políticas públicas são formuladas e desenvolvidas. Para parti-
cipar ou seguir as tendências ou diálogos mundiais sobre o futuro das 
competências ou futuro do trabalho, por exemplo, existe no Brasil uma 
necessidade de articulação entre os agentes que formulam e implemen-
tam políticas públicas. 
118 
https://www.todapolitica.com/politicas-publicas/
 
 
 
 
 
 
Vamos conhecer algumas políticas públicas educacionais vigentes 
no Brasil? 
PARA SABER MAIS 
Conheça as dez competências gerais que norteiam as políti-
cas públicas educacionais no Brasil, prevista na BNCC. Nesse 
vídeo é possível compreender o conceito de competências 
e quais os princípios e valores são diretrizes para a forma-
ção dos indivíduos e cidadãos em nosso país. Disponível em: 
<https://youtu.be/pq0ieMDrHr8> Acesso em: 27 nov. 2018. 
A BNCC já preconiza o desenvonvimento de competências socioemocio-
nais desde a educação infantil até o ensino médio. 
A base orienta que a aprendizagem deve fomentar as relações sociais; 
a postura colaborativa e ativa durante a aprendizagem; o diálogo e 
a expressão de princípios e valores; assim como competências da di-
mensão social e da natureza, como manifestações artísticas e cultu-
rais, tecnologias digitais de comunicação e informação, as relações do 
mundo do trabalho, o consumo responsável e o cuidado de si, dos 
outros e do planeta. 
3. Políticas públicas para competências 
socioemocionais 
Muito embora os estudos sobre a inserção das competências socioemo-
cionais desde a educação básica não sejam novos, as políticas públicas 
que fomentam essa intenção ainda são. 
119 
https://youtu.be/pq0ieMDrHr8
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[ 
[ 
[ 
[ 
[ 
Existem importantes desafios no Brasil para que isso aconteça. Um deles 
é a intersecção da BNCC aos currículos escolares que exige a avaliação 
dos currículos escolares e planos pedagógicos, a reestrutura e adaptação 
física das escolas e a formação e a valorização dos professores para que 
possam se desenvolver e aplicar em sua prática profissional as diretrizes 
preconizadas pela base. 
Além da BNCC, os maiores movimentos no sentido de inserir o desenvol-
vimento das competências socioemocionais têm acontecido entre agen-
tes não governamentais, como é o caso, por exemplo, do Instituto Ayrton 
Senna. Trata-se de uma instituição que há mais de vinte anos apoia, cria 
parcerias e também participa da formulação de políticas públicas volta-
das à inclusão das competências socioemocionais para uma Educação 
Integral, segundo sua plataforma de trabalho. O resultado de uma pes-
quisa apresentada pelo instituto, em 2015, que ouviu 200 educadores da 
rede pública estadual do Espírito Santo, revelou o seguinte resultado: 
Figura 01 | A importância do socioemocional no contexto educacional 
97% concordam que todos os atores da escola deveriam 
entender o que são competências socioemocionais. 
91% concordam que a escola deveria desenvolver as 
competências socioemocionais do aluno. 
85% concordam que uma capacitação é essencial para que 
o professor possa desenvolver as competências 
socioemocionais do aluno. 
82% concordam que o desenvolvimento de competências
socioemocionais, quando acontece na escola, deve ser 
incorporado em todas as disciplinas. 
87% concordam que a avaliação das competências 
socioemocionais dos alunos ajuda o professor a 
desenvolver tais competências. 
Fonte: adaptado de Instituto Ayrton Senna (2018, s/p). 
120 
 
ASSIMILE 
As competências socioemocionais surgiram a partir do 
modelo Big Five, que considera cinco macrocompetências 
emocionais: Abertura a novas experiências  (tendência a 
ser aberto a novas experiências estéticas, culturais e inte-
lectuais);  Consciência  (inclinação a ser organizado, esfor-
çado e responsável);  Extroversão  (orientação de interesses 
e energia em direção ao mundo externo, pessoas e coi-
sas); Amabilidade  (tendência a agir de modo cooperativo e 
não egoísta); Estabilidade Emocional  (previsibilidade e con-
sistência de reações emocionais, sem mudanças bruscas de 
humor). Disponível em: <http://porvir.org/especiais/socioe-
mocionais/>. Acesso em: 05 dez. 2018. 
Existem algumas discussões e entendimentos diferentes sobre como as 
competências socioemocionais deveriam ser inseridas no currículo. Alguns 
defendem que devem ser trabalhadas e desenvolvidas de maneira trans-
versal, ou seja, por meio das disciplinas já existentes, como, por exemplo: 
em uma aula de matemática, os alunos discutem em grupo sobre o inves-
timentonecessário para a fabricação e a venda de um produto. Durante 
a discussão e a realização da atividade, o próprio docente, devidamente 
capacitado, orienta a aprendizagem dos alunos, observando as compe-
tências necessárias a serem desenvolvidas na situação. Em contrapartida, 
outras ideias defendem que deveriam existir disciplinas ou projetos espe-
cíficos para desenvolver as competências a partir de suas características e 
campos de estudo. 
A questão é que para se tornarem políticas públicas haverá a necessida-
de de diálogos e consensos sobre o que a Educação Nacional preconiza 
para o ensino-aprendizagem no país. Isso deve passar pela compreensão 
121 
http://porvir.org/especiais/socioemocionais/
http://porvir.org/especiais/socioemocionais/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
acerca das políticas públicas de Estado e também do governo, que estará 
empossado e no executivo do país em cada momento. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Em uma sala de aula universitária, na disciplina de Gestão de 
Projetos, os alunos foram convidados, pelo professor, a de-
senvolver um projeto de desenvolvimento de pessoas foca-
do na resolução de uma situação que estava acontecendo em 
uma empresa. Veja o caso: 
“Essa empresa estava com elevado índice de faltas e atrasos de 
funcionários administrativos e o principal motivo desse crescen-
te indicador foi identificado, pelo setor de Saúde e Segurança do 
Trabalho, como ansiedade. Na visão da empresa, se contratasse 
uma série de palestras sobre temas relacionados à inteligência 
emocional, poderia melhorar a condição de preocupação e saúde 
dos colaboradores”. 
Para cada grupo de trabalho da turma foi solicitado um pro-
jeto que pudesse prever qual a temática deveria ser aborda-
da, nesse conjunto de palestras, e quais temas não poderiam 
faltar para que as pessoas pudessem receber os conteúdos 
relevantes sobre o momento que estavam vivenciando. 
Agora é com você! Se seu grupo tivesse que propor esse pro-
jeto, o que apresentariam? 
Conclusão 
• Para concluir a aprendizagem sobre o tema Políticas Públicas 
Educacionais e a inserção das competências socioemocionais, no 
contexto brasileiro, compreendemos que há a necessidade de arti-
culação entre diferentes agentes que formulam e implementam 
políticas públicas em nosso país. 
• Aprendemos também que existe um sistema educacional instuído, 
constitucionalmente, em nosso país e que aponta que a Educação é 
122 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
de responsabilidade das famílias e do Estado. A partir desse paradig-
ma é que se direciona para as legislações específicas em Educação, 
quais as estruturas, níveis educacionais, princípios e valores deve-
rão guiar esse sistema no Brasil. 
• É recente a discussão sobre a inserção das competências socioe-
mocionais em nosso sistema de ensino, porém, de certa maneira, 
o Brasil está acompanhando esse movimento que é mundial, em 
preconizar a aprendizagem baseada em autogestão, relacionamen-
to social, inteligência emocional e criatividade, que são exemplos 
desses grupos de competências. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Política pública é a área que estuda as ____________ do Estado 
ou dos Governos para soluções de problemas econômicos ou 
sociais (Souza, 2006). Essa área é considerada multidisciplinar, 
pois é um campo de ______________de muitas disciplinas como 
“economia, ciência política, sociologia, antropologia, geogra-
fia, planejamento, gestão e ciências sociais aplicadas [que] 
– partilham um interesse comum na área e têm contribuído 
para ____________ teóricos e empíricos” (SOUZA, 2006, p. 25) 
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-
nas acima: 
a) Legislações; estudos; formação. 
b) Articulações; análise; sistemas. 
c) Ações; interesse; avanços. 
d) Normas e regras; discussão; estudos. 
e) Ações; regras; sistemas. 
123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. A legislação que regula e dá diretrizes para as decisões so-
bre os direitos e deveres, além das bases para as formula-
ções de políticas públicas educacionais, é conhecida como: 
a) Lei de Educação Nacional. 
b) Lei de Diretrizes e Bases. 
c) Base Nacional Curricular Comum. 
d) Constituição Federal. 
e) Lei de Educação Básica. 
3. As políticas públicas educacionais preveem as medi-
das e ações que o Estado e os Governos devem tomar 
a partir do contexto atual do país, em comparação aos 
cenários mundiais. Assim, sempre que uma tendên-
cia mundial é adotada, como, por exemplo, a de inse-
rir as competências socioemocionais em seu sistema 
educacional, o país tem livre escolha de aplicar altera-
ções sem que haja a necessidade de articulação política. 
Esta afirmação é: 
a) Verdadeira, pois a inserção de tendências não pode 
esperar diálogos que possam inviabilizar a agilidade 
de seguir as tendências mundiais. 
b) Falsa, pois as discussões entre os agentes responsá-
veis pelas políticas públicas precisam acontecer para 
que as possíveis alterações sejam realizadas de acor-
do com a realidade nacional. 
c) Verdadeira, pois no Brasil é possível fazer as altera-
ções diretamente pelo Governo, que é o principal 
responsável pelas políticas púbicas. 
d) Verdadeira, porque as políticas públicas mundiais 
são referências para as políticas públicas nacionais e 
precisam estar alinhadas. 
124 
 
 
 
 e) Falsa, porque cada Governo poderá alinhar as políti-
cas públicas do país de acordo com seus interesses e 
plataformas eleitos pelo povo. 
Referências Bibliográficas 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, 20 dez. 1996. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm>. Acesso em: 
28 nov. 2018. 
_______. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: <http://basena-
cionalcomum.mec.gov.br/> Acesso em: 28 nov. 2018. 
GIOVANNI, Geraldo Di. As estruturas elementares das políticas públicas. Campinas: 
NEPP, 2009. (Caderno de Pesquisa No 82). 
INSTITUTO AYRTON SENNA. Descubra como as competências socioemocionais po-
dem melhorar a Educação brasileira. Disponível em: <http://institutoayrtonsenna. 
org.br/pt-br/meu-educador-meu-idolo/materialdeeducacao/descubra-como-compe-
tencias-socioemocionais-podem-melhorar-a-educacao-brasileira.html> Acesso em: 
29 nov. 2018. 
PORTAL TODA POLÍTICA. Políticas públicas na educação: quais são e quem faz? 
Disponível em: <https://www.todapolitica.com/politicas-publicas-na-educacao/> 
Acesso em: 28 nov. 2018. 
SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto 
Alegre, ano 8, nº 16. 
Gabarito 
Questão 1 – Alternativa correta: C 
Ações; interesse; avanços. As ações são o interesse principal de polí-
ticas públicas. A formulação e implementação das políticas públicas 
125 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/meu-educador-meu-idolo/materialdeeducacao/descubra-como-competencias-socioemocionais-podem-melhorar-a-educacao-brasileira.html
http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/meu-educador-meu-idolo/materialdeeducacao/descubra-como-competencias-socioemocionais-podem-melhorar-a-educacao-brasileira.html
http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/meu-educador-meu-idolo/materialdeeducacao/descubra-como-competencias-socioemocionais-podem-melhorar-a-educacao-brasileira.html
https://www.todapolitica.com/politicas-publicas-na-educacao/
 
estão sempre em uma constante de crescimento ou desenvolvimento 
em um país, portanto, focalizam em avanços científicos e empíricos. 
Questão 2 – Alternativa correta: B 
Lei de Diretrizes e Bases. A LDB, como é conhecida, é a legislação 
que orienta as diretrizes para o desenvolvimento dos programas e 
planos pedagógicos no Brasil. 
Questão 3 – Alternativa correta: B 
Falsa, pois as discussões entre os agentes responsáveis pelas políticas 
públicas precisam acontecer para que as possíveis alterações sejam 
realizadas de acordo com a realidade nacional. A área da Educação é 
estratégica para umpaís e as diretrizes e definições dessa área pre-
cisam do diálogo e da articulação de diferentes agentes que, além de 
interesses, também representam diferentes realidades e necessida-
des educacionais do país. 
126 
127 
 
 
 
SER E CONVIVER: AS HABILIDADES 
SOCIOEMOCIONAIS 
Autora: Janaina Priscila Rodrigues Firmino 
Objetivos 
• Conhecer o conceito de identidade e self. 
• Entender a influência de grupos sociais no comporta-
mento social. 
• Refletir sobre o conceito de alteridade e sua importância 
na construção de habilidades sociais e, também, para o 
bom convívio social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá! Seja bem-vindo à leitura sobre o tema Ser e Conviver. 
Você, provavelmente, já deve ter se questionado como nem sempre 
é fácil lidar com pessoas, não é mesmo? Nem sempre as situações da 
vida são harmoniosas e nossa convivência em diversos grupos, como, 
por exemplo, os da família e do trabalho, pode enfrentar adversidades. 
Para aprendermos a lidar com situações e pessoas envolvidas, é im-
prescindível que possamos aprender mais sobre nós mesmos e tam-
bém sobre os outros. 
Esse tema tem como objetivo apresentar fundamentos da Psicologia 
Social para entendermos o que compõe a nossa identidade e como nos 
comportamos individualmente e em grupo. 
Será possível percebermos que para lidar com os outros precisamos, 
primeiramente, aprender a nos conhecer. 
De acordo com alguns estudos que teremos contato, veremos que nos-
so comportamento se altera na presença de diferentes pessoas e dife-
rentes ambientes. Além disso, a influência dos grupos em nossa vida 
tem início desde a nossa gestação até o momento de vida atual, seja 
qual for, pois com os grupos nós convivemos, aprendemos, influencia-
mos e somos influenciados. 
A partir desses estudos, espero que você possa desenvolver ainda mais 
seus conhecimentos e suas competências socioemocionais. Dessa vez, 
com o enfoque nas habilidades sociais. 
Vamos aos estudos? 
128 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Identidade e o conceito de self 
Por acaso, você já se perguntou quem é você? Refletindo sobre essa per-
gunta, nesse momento, você teria a resposta de maneira objetiva e clara? 
Seria possível falarmos sobre nós mesmos sem pensarmos em papéis 
que desempenhamos, em comparações com outras pessoas ou sobre 
nossa própria trajetória de vida? 
Quando conseguimos falar sobre nós mesmos, nos definindo e de-
finindo nosso papel no mundo, estamos nos referindo ao nosso 
autoconceito. 
De acordo com Myers (2014)1, quando falamos sobre nós mesmos esta-
mos falando sobre o nosso self. Em seus estudos, o autor relata que é pos-
sível termos mais de um self. Um deles, reconhecidamente mais estudado 
pela Psicologia Social, é conhecido como o self social. 
As influências do self social, segundo Myers (2014), são: 
• Papéis que desempenhamos. 
• Identidades sociais que formamos. 
• Comparações que fazemos com os outros. 
• Nossos êxitos e fracassos. 
• Como outras pessoas nos julgam. 
• Cultura circundante. 
É preciso compreender que nós, seres humanos, somos seres sociais que 
convivem e se relacionam, com os outros e com o meio em que vivemos, 
para construirmos nossa identidade. Em outras palavras, partimos do 
nosso contexto e do nosso autoconceito para nos caracterizarmos. 
À título de assimilação, a figura 01 representa o self na visão de Myers. 
1 MYERS, David G. Psicologia social. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 
129 
 
 
Figura 01 | O self 
O self 
Autoestima Autoconceito 
Meu senso de Quem sou eu? 
valor próprio 
Self social 
Autoconhecimento Meus papéis como 
Como posso explicar e estudante,membro da 
prever a mim mesmo? família e amigo, minha 
identidade de grupo 
Fonte: adaptado de Myers (2014, p. 54). 
O conceito de identidade individual, segundo Ferreira (2014)2, é com-
preendido a partir da reflexão de que o próprio indivíduo tem sua per-
sonalidade (características e traços) e consegue se perceber, inserido em 
um contexto, ou seja, em um mundo, uma realidade. Não obstante, o 
indivíduo precisa dos outros ou do meio como parâmetros para compre-
ender sua própria identidade. 
Destarte, a identidade social, segundo Ferreira (2014) é caracterizada 
pelo pertencimento e aceitação de sua relação com grupos de pessoas. 
Existem duas identidades que ilustram essa explicação: a identidade cul-
tural e a identidade profissional. A identidade cultural é o conjunto de 
características de um povo e sua maneira de se relacionar uns com os 
outros (FERREIRA, 2014). Já a identidade profissional se relaciona com o 
grupo do qual você participa (profissão, departamentos, empresa) e como 
você se relaciona e é aceito nesse grupo. 
2 FERREIRA, Rita Campos. Psicologia social e comunitária: fundamentos, intervenções e transformações. São 
Paulo: Érica, 2014. 
130 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Os grupos sociais e o comportamento social 
Você já conseguiu perceber que a característica para sermos conside-
rados seres sociais é justamente porque precisamos nos relacionar 
com outras pessoas? Nem sempre nos relacionamos com os outros 
por espontânea vontade ou simples prazer em socializar, mas também 
por necessidades ou interesses. 
Nosso comportamento individual nem sempre permanece o mesmo 
quando precisamos nos relacionar e conviver e isso acontece por cau-
sa da influência dos grupos em nosso cotidiano. 
Vamos entender um pouco mais sobre os grupos sociais? 
São considerados grupos os conjuntos de pessoas que se formam 
por motivos diversos. Vejamos alguns exemplos citados por Ferreira 
(2014, p. 46): 
• Grupo da família. 
• Grupo da vizinhança. 
• Grupo da escola. 
• Grupo da igreja. 
• Grupo de lazer. 
• Grupo profissional. 
• Grupo político; e assim por diante. 
É interessante perceber que os grupos também possuem identidades 
diferentes. Além disso, para nossa entrada ou aceitação, por parte dos 
integrantes de um determinado grupo, dependemos de características 
comuns (como personalidade, interesses etc.) que possam existir entre 
as pessoas. Em um grupo de família, por exemplo, o grau de parentesco 
identifica o grupo, porém, desse grande grupo poderão surgir subgrupos, 
131 
 
 
 
 
 
 
 
formados pela aproximação e aceitação; e a exclusão de pessoas por afi-
nidades, ainda que sejam da mesma família. 
Em geral, as funções de um grupo podem estar relacionadas ao interesse 
das pessoas em participar de cada um deles (seja por ajuda mútua, defe-
sa de ideias, ou qualquer outro ponto de motivação). 
ASSIMILE 
Segundo Ferreria (2014, p. 48)3, “desde os tempos mais re-
motos até nossos dias, a vida em sociedade faz parte da na-
tureza do indivíduo, sendo impossível compreender o com-
portamento do Ser sem considerar o papel que os grupos 
têm na vida de cada indivíduo, e que todos nós precisamos 
pertencer a grupos. Portanto, os indivíduos vivem, traba-
lham e divertem-se em grupos. E passam a compreender 
os fatos e os acontecimentos, e a maneira que entendem a si 
mesmos, e que também são influenciados pela relação com 
a sociedade”. 
No campo da Psicologia Social é enfatizada a influência dos grupos em 
nossa aprendizagem. Compreendemos que é possível aprender muitas 
coisas sozinhos, porém, muito antes de aprendermos a aprender sozi-
nho, o ser humano aprende com os outros. 
A construção do nosso comportamento é resultado da aprendizagem social, 
dos valores e princípios éticos que recebemos desde o berço, no seio familiar, 
até os primeiros momentos em que começamos a conviver em comunidade. 
Nesse sentido, é possível perceber como a aprendizagem social é relevante. 
Além da aprendizagem, nosso comportamento também é influen-
ciado pelos grupos. Os estudos do psicólogo Kurt Lewin (1965)4 
3 FERREIRA, Rita Campos. Psicologia social e comunitária: fundamentos, intervenções e transformações. São 
Paulo: Érica, 2014. 
4 LEWIN, Kurt. Teoria de campo em Ciência Social. São Paulo: Editora Pioneira, 1965. 
132nos ensinam que o comportamento humano possui condicionantes em 
função das pessoas e do ambiente em que o indivíduo está inserido. 
Veja se já passou por uma situação como essa: 
Você e uma amigo estão conversando sobre um determinado assunto 
quando, repentinamente, chega mais um amigo e se aproxima de vo-
cês. A conversa tenderia a continuar na maioria das vezes? E se vocês 
duas estivessem conversando e caminhando até entrar em uma loja? A 
conversa continuaria a mesma ou o ambiente em que entraram pode-
ria afetar o comportamento de ambos? 
A partir do contato com os estudos sobre o comportamento e a influ-
ência dos grupos, é possível compreender também porque tomamos 
algumas decisões que, se estivéssemos sozinhos, por exemplo, não to-
maríamos. Então, podemos concluir que a influência dos grupos não 
atua somente sobre como agimos ou reagimos às situações, mas tam-
bém em nosso pensamento e também em nossas escolhas. 
E quando diferimos do grupo em alguma situação? Como lidar com 
situações conflituosas em que há divergências de entendimentos ou 
opiniões, por exemplo? Como tornar a convivência com os outros algo 
que não seja tão estressante ou, até mesmo, impossível? 
Lidar de forma saudável, com a outra pessoa, requer inteligência. É 
por isso que alguns pesquisadores e cientistas comportamentais se 
dedicam a estudar a inteligência interpessoal, ou seja, a capacidade e 
habilidade de lidar com outras pessoas, aspecto focado no relaciona-
mento. A força que tem as relações pode ser um dos principais meios 
para conseguirmos desenvolver nossas habilidades sociais para convi-
vermos em grupo. 
É denomidada inteligência interpessoal a capacidade de aprendermos a li-
dar com os outros. Para o psicólogo Howard Gardner (1994)5, a inteligência 
5 GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 
133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
interpessoal é a capacidade de perceber as diferenças e oscilações de humor, 
bem como intenções ou motivações que guiam o comportamento alheio 
para, individualmente, ajustarmos nossa própria conduta. 
Utilizamos nossa inteligência interpessoal quando conseguimos perceber o 
outro, ou seja, perceber como as pessoas estão sentindo ou o que estão pen-
sando. Quando não é possível perceber, podemos, então, aprender a per-
guntar. Nem sempre estamos propensos a dizer ao outro como estamos nos 
sentindo em relação a uma situação. Por exemplo, uma pessoa foi rude com 
você. No mesmo momento, ao invés de agir negativamente, tomar um posi-
cionamento hostil ou partir para a briga, podemos dizer: “estou me sentindo 
muito triste com a maneira como acabou de me tratar” ou “isso que você 
acabou de fazer me deixou com muita raiva”. 
Também faz parte dessa inteligência aprender a reconhecer no outro o que 
ele pode estar sentindo ou, ainda, questioná-lo para então resolver a situ-
ação. Nesse contexto, apresento o conceito de comunicação não violen-
ta (CNV). Esse conceito foi desenvolvido por Marshall Rosenberg (2006)6
 e preconiza que podemos, de maneira assertiva, alinhar nossas atitudes quan-
do nos comunicamos uns com os outros. Os preceitos desse conceito são ba-
seados em uma cultura de paz, empatia, não julgamento e valores humanos. 
Os princípios da Comunicação não violenta são: 
• Observação dos fatos (observe o contexto da situação que está 
acontecendo). 
• Identificação dos sentimentos (reconheça ou pergunte sobre os 
sentimentos de todos no momento). 
• Reconhecimento das necessidades (reconhecer o que a outra pes-
soa efetivamente precisa). 
• Elaboração de pedidos (usar clareza e linguagem positiva para soli-
citar algo). 
6 ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e 
profissionais. São Paulo: Ágora, 2006. 
134 
 
Compreendendo a empatia como a capacidade de conseguir reconhecer 
os sentimentos e necessidades do outro em suas expressões verbais e 
não verbais, como a linguagem corporal, por exemplo, precisamos tam-
bém conhecer e diferenciar empatia de alteridade. 
3. Alteridade 
A alteridade é condição para que um sujeito consiga distinguir o eu do 
outro. A partir do momento em que nos reconhecemos como indivíduos, 
temos que aprender a perceber a presença do outro no mundo. Então, 
para que possamos conviver, é preciso reconhecer os outros como pes-
soas que, assim como nós, possuem necessidades, interesses, projetos 
de vida, emoções etc. 
Mais do que se colocar no lugar do outro, a alteridade focaliza a preocu-
pação que podemos desenvolver com o bem-estar e oportunidade que o 
outro também precisa ter. 
PARA SABER MAIS 
Uma das dificuldades que possuímos, como humanos, é con-
seguir ter a consciência de si (o ego, o eu) e do outro. Essa difi-
culdade é apontada e estudada pela História e pela Filosofia. 
Para compreendermos como a preocupação com o individu-
alismo e a tensão de atuarmos com o outro, sugiro esse vídeo 
da Casa do Saber, em que o Professsor Franklin Leopoldo 
e Silva nos explica conceitos e reflexões que culminam no 
assunto alteridade. Disponível em: <https://www.youtube. 
com/watch?v=uxWBzOVQ6-o>. Acesso em: 04 nov. 2018. 
135 
https://www.youtube.com/watch?v=uxWBzOVQ6-o
https://www.youtube.com/watch?v=uxWBzOVQ6-o
 
Nesse sentido, é necessário ampliar a consciência acerca da importância 
de ser e conviver. Para criarmos essa perspectiva em que o ser humano 
não é o centro do mundo, mas que participa de um ecossistema que in-
terage com os outros e com o ambiente, é preciso que possamos refletir 
sobre temas, como valores humanos, sustentabilidade, consumo e a sua 
relação com a riqueza e, também, a comparação social. 
De outro modo, para que possamos, por exemplo, pensar de maneira in-
dividualizada em nosso futuro, precisamos considerar o contexto em que 
estamos inseridos e nossa necessidade de realização pessoal com base 
na comparação social, ou seja, na sensação de pertencimento do que en-
tendemos por felicidade. 
Muitas vezes podemos traçar rotas para nossos projetos de vida, conside-
rando um padrão de consumo ou de formação de patrimônio por mera 
comparação com as pessoas dos nossos grupos ou, ainda, por influência 
de um meio social ao qual pertencemos. 
Precisamos refletir sobre as bases de nossas escolhas a partir de nossa pró-
pria personalidade e identidade, além de considerar quais influências que re-
cebemos e projetamos sobre o próximo. Isso tudo de maneira contínua e re-
siliente perante as adversidades. Nesse sentido, o item a seguir trata das ha-
bilidades sociais como construtos que fomentam o tom das relações sociais. 
4. Habilidades Sociais 
Se até aqui surgiram questionamentos e reflexões acerca de seu cotidia-
no, que bom! Certamente isso faz parte dos objetivos dessa leitura. A par-
tir de agora, abordaremos a temática das habilidades sociais para que 
possamos pensar em aplicar, dentro da nossa prática cotidiana, os conhe-
cimentos propostos em nosso estudo. 
Você se recorda o que significa o acrônimo CHA? Podemos dizer que é 
sinônimo do conceito de competência, sendo o conjunto de: 
136 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C= Conhecimentos (o que sabemos, o que aprendemos). 
H= Habilidades (o que sabemos fazer, a prática). 
A= Atitudes (como agimos, o comportamento). 
Considerando, então, a habilidade como prática, como podería-
mos compreender o que são as habilidades sociais? Del Prette (2017)7 
propõe um esquema, representado pela figura a seguir, acerca do rela-
cionamento entre os comportamentos sociais desejáveis e não desejá-
veis, evidenciando algumas habilidades sociais. 
Figura 02 | Relação entre Habilidades e Competência social 
ATIVOS <---> PASSIVOS 
HABILIDADES SOCIAIS 
PROBLEMAS E TRANSTORNOS 
PSICOLÓGICOS 
COMPETÊNCIA SOCIAL 
COMPORTAMENTOS 
SOCIAIS DESEJÁVEIS 
Manifestar respeito e 
empatia; expressar 
opiniões, discordância e 
sentimentos positivos e 
negativos; fazer; aceitar e 
rejeitar críticas;falar em 
público; fazer amizades; 
abordar autoridades etc. 
COMPORTAMENTOS SOCIAIS 
INDESEJÁVEIS 
Agredir; 
coagir; 
Isolar-se; 
manipular; 
desrespeitar; 
autodepreciar-
enganar etc. etc. 
omitir-se; 
se; submeter-se 
Fonte: adaptado de Del Prette (2017, p. 22). 
O autor esclarece que nosso comportamento pode ser classificado como 
desejável quando é aceito socialmente e, por outro lado, indesejável quan-
do não é aceito. Os critérios de aceitação, entretanto, podem variar porque 
dependem de regras dos grupos ou da cultura de um determinado lugar, 
por exemplo. 
À título de definição, para o autor Del Prette (2017, p. 24), o conceito de 
habilidades sociais é um construto que: 
7 DEL PRETTE, Almir. Competência social e Habilidades Sociais. Petrópolis/RJ: Vozes, 2017. 
137 
 
 
 
 
 
 
 
Passivo Assertivo Ãgl'IBIIYD 
r-------■ ■■■■1 ■■ ,■ ■--,•••'• -----•••••'• ■-1'■~-■■■--,•••• '----, 
• Considera os comportamentos sociais baseados em determi-
nada cultura. 
• Trazem altos resultados favoráveis ao indivíduo. 
• Contribui para o desempenho em relações interpessoais. 
Outro critério de aceitação, que o autor evidencia, são os padrões com-
portamentais. O infográfico a seguir representa a importância do com-
portamento assertivo como um critério de aceitação social. Os padrões 
comportamentais passivo, agressivo e assertivo, podem garantir um bom 
relacionamento social ou destruí-lo. 
Infográfico 01 | Padrões comportamentais 
Fonte: adaptado de Del Prette (2017, p. 23)8. 
A passividade pode ser um comportamento desejável em algumas situa-
ções e indesejável em outras. Imagine um vendedor que precisa ser per-
suasivo para conseguir fechar um bom negócio e usar um padrão passivo? 
Isso também acontece com o comportamento agressivo, que pode ser per-
cebido na fala, na postura corporal, na argumentação, e que pode trazer 
efeitos lesivos e indesejáveis a um grupo, mas, em outras situações, pode ser 
um comportamento aceito. Podemos pensar em um padrão agressivo acei-
to em um atleta de Judô, que disputa uma medalha olímpica, por exemplo. 
Por sua vez, o padrão assertivo busca uma tentativa de equilibrar ou mes-
clar características dos dois padrões, como uma estratégia de ser social-
mente aceito na maior parte das vezes. Uma pessoa que desenvolve as-
sertividade em seu comportamento, tem grandes chances de ser conside-
rada boa influência para o grupo. 
Segundo Del Prette (2017), um bom repertório de habilidades sociais deve 
conter desenvolvimentos acerca dos seguintes aspectos: 
8 DEL PRETTE, Almir. Competência social e Habilidades Sociais. Petrópolis/RJ: Vozes, 2017. 
138 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Comunicação. 
• Civilidade. 
• Capacidade fazer amizades. 
• Empatia. 
• Solidariedade. 
• Mediação de conflitos. 
• Expressão de afeto. 
• Coordenação de grupos. 
• Desenvoltura ao falar em púlico. 
• Assertividade. 
Para finalizar nosso tema, algumas condições podem nos ajudar a desen-
volver as habilidades sociais e Del Prette (2017) sugere que essas condi-
ções podem se relacionar a aspectos ambientais e de relacionamentos, 
conforme representado na figura a seguir: 
Figura 02 | Correlatos de um repertório elaborado de Habilidades Sociais 
REPERTÓRIO 
ELABORADO DE 
HABILIDADES 
SOCIAIS 
Sucesso e 
realização 
profissional 
Autoconfiança, 
otimismo, 
resiliênica 
Bom 
relacionamento 
afetivo e 
conjugal 
Rede de 
apoio e 
amigos 
Resolução 
de 
problemas 
interpessoais 
Relacionamentos 
saudáveis na 
família 
Menor 
vulnerabilidade 
a transtornos 
Qualidade 
de vida 
Fonte: adaptado de Del Prette (2017, p. 78).9 
9 DEL PRETTE, Almir. Competência social e Habilidades Sociais. Petrópolis/RJ: Vozes, 2017. 
139 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo o autor, para desenvolver habilidades sociais, precisamos rela-
cionar esses indicadores positivos de bem-estar (apresentados na figura 
03), que considera fatores individuais, de relacionamentos, mas também 
condições econômicas e sociais das quais o indivíduo compartilha, em 
sua vivência e convivência. 
Em condições adversas a essas, provavelmente, o desenvolvimento de tais 
habilidades pode ficar prejudicado e os esforços deverão ser muito maiores 
para que as condições sejam favoráveis e o individuo reverta o ambiente 
para uma condição positiva para si mesmo. 
Conclusão 
• Caro estudante, encerramos os estudos sobre o tema ser e conviver. 
Espero que os tópicos apresentados possam ter apresentado as refle-
xões e aprendizagens necessárias para seu próprio desenvolvimento. 
• É possível concluir, mediante as ideias sobre indentidade, grupos e 
contextos sociais, que para desenvolvermos o ser, precisamos do con-
viver. De outro modo, a identidade é constituída a partir do contexto 
em que vivemos e das pessoas com quem nos relacionamos. 
• Pudemos conhecer um pouco mais sobre as formações de grupos 
e sua influência em nossa aprendizagem e comportamentos e, para 
que possamos nos desenvolver em diversos contextos sociais, como o 
âmbito familiar ou profissional, é importantíssimo que possamos esta-
belecer um portfólio de habilidades sociais. 
TEORIA EM PRÁTICA 
Sua turma de faculdade está em conflito para alinhar junto 
ao professor quais os critérios, prazos e datas para a elabo-
ração de um trabalho. Cada grupo busca entender seus in-
teresses e, a cada tentativa de conversa, o clima conflituoso 
aquece e ninguém se entende. 
140 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O professor está ficando irritado com a situação e, antes que 
uma decisão unilateral seja tomada, você decide assumir o 
papel de mediador de conflitos. Que habilidades sociais pre-
cisarão ser utilizadas para resolver essa questão? Como se 
preparar para conduzir essa situação? 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. ________________________ é compreendida a partir da reflexão 
de que o próprio indivíduo tem sua personalidade (carac-
terísticas e traços) e consegue se perceber inserido em um 
contexto, ou seja, em um mundo. Na prática, você precisa 
dos outros ou do meio como parâmetros para compreen-
der sua própria identidade. Esse conceito se refere a: 
a) Identidade social. 
b) Personalidade. 
c) Identidade cultural. 
d) Identidade individual. 
e) Autoconceito. 
2. A aprendizagem social é resultado da: 
a) Influência social e da convivência. 
b) Relação do indivíduo e sua família. 
c) Cultura de um determinado país. 
d) Capacidade de aprender sozinho. 
e) Formação de grupos. 
3. Analise as afirmações abaixo: 
141 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. Para desenvolver as habilidades sociais, devem ser 
considerados os comportamentos sociais baseados 
em determinada cultura. 
II. O repertório de habilidades sociais deve considerar 
as características individuais da pessoa e se limitar a 
ela. 
III. As relações sociais, familiares ou profissionais, 
dependem do desenvolvimento das habilidades 
sociais. 
Assinale a alternativa correta: 
a) Somente I é verdadeira. 
b) I e II são verdaderias. 
c) Apenas III é verdadeira. 
d) II e III são verdadeiras. 
e) I e III são verdadeiras. 
Referências Bibliográficas 
DEL PRETTE, Almir. Competência social e Habilidades Sociais. Petrópolis/RJ: 
Vozes, 2017. 
FERREIRA, Rita Campos. Psicologia social e comunitária: fundamentos, interven-
ções e transformações. São Paulo: Érica, 2014. 
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a Teoria das Múltiplas Inteligências. Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1994. 
LEWIN, Kurt. Teoria de campo em Ciência Social. São Paulo: Editora Pioneira, 1965. 
MYERS, David G. Psicologia social. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. 
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar rela-
cionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006. 
142 
 
 
Gabarito 
Questão 1 – alternativa correta: D. 
Identitidade individual é o resultado da reflexão sobre si e também 
da comparação que fazemos com os outros. 
Questão 2 – alternativa correta: A. 
Influência sociale da convivência. A influência de pessoas e dos gru-
pos são as primeiras referências para a nossa aprendizagem. 
Questão 3 – alternativa correta: E. 
I e III são verdadeiras. As habilidades sociais se baseiam na perso-
nalidade e identidade de cada pessoa, porém não podem apenas se 
limitar a elas, pois também dependem das condições do meio em 
que vivemos, da cultura e das condições de bem-estar. 
143 
144 
Bons estudos! 
	Apresentação da disciplina
	O mundo das competências
	Empregabilidade
	Personalidade Humana e Competências
	A constituição da inteligência e o desenvolvimento humano: aspectos complementares 
	Competências socioemocionais e desenvolvimento cognitivo: o papel da educação emocional
	Políticas Públicas e as competências socioemocionais
	Ser e Conviver: as habilidades socioemocionais

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