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Resumo da disciplina CRÍTICA E TEORIA LITERÁRIA (Salvo Automaticamente)

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Resumo da disciplina FUNDAMENTOS DA TEORIA LITERÁRIA 
E-BOOK 
Unidade 1
O que é literatura?
· Nem todos os livros impressos podem ser considerados literatura e nem toda literatura é impressa ou sequer escrita. Obs.: a Odisseia e Iliada são as primeiras obras literárias do Ocidente
· Os livros impressos não são a principal fonte de literatura, mas pode ser um instrumento de acesso a ela, assim como os livros impressos podem servir para outros textos que não sejam literários. Por exemplo, histórias contadas via oral não tem uma autoria definida, mas podem ser contadas de modos diferentes
· Um texto é, ou não, literário pelo seu conteúdo, pelo tema abordado nele. Contudo, não se pode definir literatura apenas por um tema, pois a literatura é criada, inventada, imaginada. Não é necessariamente um fato verídico
DEFINIÇÃO 1: A LITERATURA ESTÁ LIGADA À IDEIA DE FICCIONALIDADE; UMA OBRA LITERÁRIA É UMA OBRA DE FICÇÃO (por exemplo, o REALISMO FANTÁSTICO, uma das correntes literárias surgida na América Latina, se tornou destaque por misturar elementos do mundo real com acontecimentos ditos fantásticos)
· Todo texto segue uma lógica, logo um texto literário não quer dizer que não tenha compromisso com o mundo real e material. Segue uma lógica interna e externa (lógica interna: coerência dentro do universo, lógica externa: fora do texto). Se a lógica interna for quebrada o texto será inverossímil
· Fantasia e realidade não se anulam em se tratando de ficção
· Veracidade versus verossimilhança (veracidade é algo que é verídico, que tem fidelidade ao real. Já a verossimilhança é qualidade do que parece ser verdadeiro, que é algo provável, plausível 
· A verossimilhança pode estar relacionada com a coerência interna de um texto. Afinal, a ficção é uma forma de conceituar a literatura 
· Outra forma de conceituar literatura é que a linguagem literária se difere de outras linguagens devido aos estudos de Jakobson 
As funções da linguagem de Jakobson
	Função da linguagem 
	Característica principal 
	Definição 
	Função emotiva 
	Emissor 
	Aquele que passa a mensagem. Como está centrada no eu, em geral ela denota emoção 
	Função conativa 
	Receptor 
	Aquele que recebe a mensagem, é uma espécie de comando para quem recebe a mensagem 
	Função metalinguística 
	Código 
	O signo usado para a mensagem, um significado que define algo 
	Função fática 
	Canal 
	O meio usado para a mensagem ser repassada, é um teste para avaliar se a situação comunicativa poderá ser passada adiante 
	Função referencial 
	Referente ou contexto
	A situação comunicativa em que estão inseridos emissor e receptor, é uma mensagem com a função de informar 
	Função poética 
	Mensagem 
	O que se quer passar, a mensagem é o foco, o foco está no texto em si mesmo. Esse tipo de função pode apresentar rimas, versos, ou não apresentar nenhum dos dois. Tem esse nome pois remete o gênero lírico, representa, então, a situação social onde se encontra a literatura. Ela é arte do texto ou a arte da palavra 
Observação: os gêneros do discurso são mais abrangentes que os gêneros literários, além disso, a função poética pode gerar dúvidas se de fato ela leva essa classificação, ou se leva a classificação de uma função fática. O leitor deve observar que o foco será sempre a mensagem na função poética, mesmo que o texto venha em prosa. O foco do texto na função poética está centrada na forma e nos motivos pelos quais o autor escreveu uma determinada cena. 
DEFINIÇÃO 2 DE LITERATURA: A LITERATURA EMPREGA A LINGUAGEM DE MANEIRA PECULIAR, A LITERATURA É A ARTE DA PALAVRA. É UM TEXTO FICCIONAL QUE EMPREGA UMA LINGUAGEM PECULIAR DIFERINDO-SE DE OUTRAS LINGUAGENS DO DIA A DIA. 
A poética de Aristóteles
· O livro POÉTICA, de Aristóteles, é considerada a primeira obra de Teoria Literária da História. Aristóteles era discípulo de Platão, ainda que não concordasse com todas as suas ideias. Nessa obra há a ausência da palavra literatura 
· A teoria de Aristóteles está baseada na poesia épica cantada e no texto dramático encenado. Tudo o que se afasta da música ou do teatro seria, para ele, algo que não tinha nome 
· Nessa obra de Aristóteles, ele aborda dois temas: a tragédia e a comédia 
a) A tragédia seria: produção centralizada na ação 
b) Comédia seria: texto cujo foco está em um personagem cômico 
· Para Aristóteles, a arte poética é uma imitação da realidade. Logo, a arte é uma mistura de mímesis da realidade (essa palavra significa imitação). Essa imitação servia para todos os tipos de arte já que, para ele, todas as artes são produzidas com vista para elementos da realidade. A imitação é a que une todas as artes, distinguindo-se apenas pelos meios, pelos objetos e pelas maneiras para produzir essa imitação 
DEFINIÇÃO 3 DE LITERATURA: É A MÍMESIS, OU A REPRESENTAÇÃO/IMITAÇÃO DA REALIDADE 
· Além do conceito de mímesis, encontramos na obra POÉTICA, de Aristóteles, outros temas: o conceito de catarse (no campo das artes) – essa ideia está ligada aos sentimentos que a experiência estética pode causar no espectador. Catarse é a libertação do que é estranho à essência; é uma mistura de sentimentos humanos que vai além do corpo. O conceito de catarse, por fim, surge do destaque que Aristóteles teve do gênero tragédia 
Crítica e teoria literária
· Crítica versus teoria 
a) Crítica: arte de julgar uma obra intelectual, artística ou literária. É o juízo moral/intelectual
· A crítica é mais particular 
· É algo mais específico
· A crítica literária está voltada para a análise do conteúdo de uma obra
· A crítica seria o exercício de observar criticamente uma obra 
· Encontra-se em jornais impressos e em portais especializados
· No âmbito escolar a crítica recebe o nome de RESENHA, cujas intenções são semelhantes a de um crítico literário, não iguais a esse crítico 
· A crítica de jornal pode ser compreendida como parte do exercício jornalístico – é necessário ter ISENÇÃO 
· O discernimento crítico depende de um emprego adequado da análise e da reflexão, como diz DURÃO 
· Em geral, a crítica não tem necessidade de ser feita por um acadêmico, logo, não tem uma necessidade de um rigor mais científico
· A crítica e a teoria sempre terá algum ponto em genérico, pois o exercício da crítica foi mais popularizado durante um certo período 
· Poderemos encontrar a crítica em na fala de conhecedores do campo, em alguns livros e matérias de jornais 
· Caráter intrínseco
 
Observação: é importante destacar é sobre a ideia negativa da crítica; pois esse tema não tem como função criticar os pontos positivos e/ou negativos de uma obra, mas de apresentar o que a obra tem de melhor (qualidades) e de apresentar o que tem de melhor em comparação com os seus defeitos 
b) Teoria: sistema coerente conceitos, princípios e técnicas com base em determinado objeto de estudo. É uma hipótese não testada experimentalmente, como explicação de determinado fenômeno. 
· É algo menos particular 
· É algo mais amplo e mais genérico 
· É produzida dentro de um campo acadêmico, necessariamente 
· Há um rigor em produzi-la
· A teoria da Literatura estuda as manifestações literárias 
· Pertence à área das Ciências Humanas, pois interpreta e avalia o conjunto das obras em análise 
· A teoria se afasta do jornalismo e se aproxima da ciência 
· Encontramos teóricos na Universidade 
· A teoria se encontra em revistas acadêmicas especializadas, em livros ou conferências e comunicações orais dentro de eventos acadêmicos 
· Caráter extrínseco 
· Aborda qualquer tema que se relacione com o universo literário 
· A teoria não precisa se voltar apenas para uma única obra 
Unidade 2
A tríade clássica, a epopeia, a lírica e o drama 
	Lírica 
	Poesia. Tem características próprias quanto a sua forma. 
	Gênero lírico
	Drama 
	Texto escrito para ser encenado no teatro. Pode ser facilmente identificado devido às rubricas, que são entre parênteses no texto escrito 
	Gênero dramático
	Epopeia 
	Narrativa antiga que não sobreviveu com o apontamentos sobre determinadas ações, vêm tempo 
	Gênero épico (gêneromorto, atualmente)
	Tipo 
	Característica 
	Gênero 
· São os gêneros principais da Antiguidade Clássica 
· A Grécia Antiga foi a principal referência dos primórdios desses gêneros
· Essa tríade surgiu no período do Romantismo Alemão, e não na Grécia Antiga – esse movimento se caracterizou por: movimento que englobou as artes e as ciências e que tinha a intenção de se voltar contra o iluminismo; esse movimento deu contribuição para a teoria literária e para a literatura 
· Esses gêneros não precisaram de livros para existirem 
· Seguindo o pensamento de Friedrich, tem a seguinte diferenciação: 
	Lírica ou gênero lírico 
	É subjetivo 
	Drama ou gênero dramático 
	É objetivo 
	Epopeia ou gênero épico 
	Subjetivo-objetivo 
· Já para Anatol Rosenfal, o gênero lírico e o gênero dramático é visto pelo seguinte: do ponto de vista substantivo (dá nome às coisas do mundo) e do ponto de vista adjetivo (qualifica as coisas do mundo)
· CARÁTER SUBSTANTIVO: AS COISAS EM SI, COMO SÃO NO MUNDO, O TEXTO EM SI
· CARÁTER ADJETIVO: UM TRAÇO ESTILÍSTICO
AS OBRAS LITERÁRIAS IRÃO CONTER TRAÇOS ESTILÍSTICOS ADEQUADOS AO GÊNERO EM QUESTÃO, BEM COMO TRAÇOS ESTILÍSTICOS TÍPICOS DE OUTROS GÊNEROS, SEGUNDO O MESMO AUTOR ROSENFAL; ESSAS DUAS FORMAS SE COMPLEMENTAM 
O gênero lírico, o poema e suas características
	Ponto de vista substantivo 
	Lírica; poema em si 
	Ponto de vista adjetivo 
	Traços estilísticos líricos 
· A expressão de sentimentalismo é o que caracteriza o lirismo 
· Está mais próximo da subjetividade 
· É a manifestação verbal, emotiva ou sentimental, de um sentimento 
· Manifestação do eu-lírico: este se trata de que a voz que expressa a subjetividade do poema ou do personagem a partir de sua vivência e experiência 
· A expressão do sentimento do autor pode se diferir da expressão do sentimento de quem está falando no poema. Em geral pode ser distinguido pelo narrador e pelo autor, ou seja, o eu-lírico sempre estará em primeira pessoa ainda que uma terceira pessoa [nós, ele(a)(s)] esteja no poema 
Elementos:
	Verso 
	· Ligado à forma do texto lírico 
· É uma espécie de organização frasal 
· Nos versos estão a métrica, medida interna de um verso, ou seja, a contagem de sílabas nesse verso) e o ritmo 
· Contagem de sílabas em separação silábica é diferente do processo de separação em métrica dos versos 
	Imagem 
	· Arte mimética, representa a realidade, através de figuras 
· Quando lemos um poema, se forma imagens em nossa mente 
· Essas imagens são produzidas devido a figuras de linguagem como metonímia etc. 
	Prosódia 
	· Está ligado à sonoridade, à musicalidade, ao som
· Forma como são pronunciadas as palavras, de acordo com o seu acento e com sua entonação 
· A organização desses sons causa o ritmo e musicalidade 
· Produz efeito no espectador 
	Intransitividade 
	· Dialoga com a função poética da linguagem 
· Aquele que tem maior incidência da função poética da linguagem 
· Produz efeito no espectador 
O drama – as características e os principais representantes
	· Do ponto de vista do adjetivo, o drama é aquilo que tem sofrimento 
· Do ponto de vista do substantivo, o drama é um texto que pode ser encenado 
· Está ligado ao teatro 
· Está ligado a uma ação 
· O escritor se preocupa mesmo em escrever ações 
· O poeta pensa em imagens estáticas 
· O drama é objetivo 
· O drama contempla um número maior de vozes 
· Quando o personagem expõe seu ponto de vista, o texto se afasta da subjetividade individual e se aproxima da objetividade coletiva 
	· Na literatura, o drama nem sempre é dramático 
· A presença do diálogo é uma das características 
· Entrechoque de vontades 
· O diálogo no teatro é a contraposição de ideias de sujeitos distintos 
· Os personagens não concordam entre si
· Tudo que está entre parênteses se refere a indicações do autor para os atores que farão a encenação 
· As rubricas teatrais servem para que o dramaturgo explique melhor o que acontece numa determinada cena 
· DIÁLOGO>CONFLITO>AÇÃO>DRAMA 
· Aristóteles considerava a tragédia a mais alta representação da expressão literária 
AS TRÊS UNIDADES DO TEATRO GREGO 
	Unidade do tempo 
	· A história deve ocorrer em um espaço de tempo de até 24 horas 
· A história era um recorte temporal 
	Unidade de lugar 
	· A história deve estar ligada a apenas um único lugar 
	Unidade de ação 
	· Peça com um trama central 
· Essa peça deve ter início, meio e fim 
· Deveria haver causa e efeito, claramente 
Observação: William Skakespeare mesclou elementos da tragédia e da comédia no drama. 
A epopeia, origem e principais obras
· Dependendo do elemento da epopeia que analisarmos, encontraremos proximidades ora com o gênero lírico, ora com o gênero dramático 
· Ilíada e Odisseia pertencem a esse gênero 
· A epopeia se diferencia do lírico pela ausência do eu lírico 
A epopeia se diferencia do drama pela sua forma de apresentação 
· Uma epopeia é escrita para contar uma história grandiosa a outra pessoa 
· São histórias longuíssimas, baseadas em escrita com versos 
· Não podiam ser resumidas à fala coloquial 
· A epopeia e a lírica pois usavam a música para se aproximar do público – a forma como era transmitida e como era escrita assemelhavam esses dois gêneros 
· Pode ser escrito em métrica, pode conter rimas e versos 
· A epopeia foi o primeiro gênero literário da história dos gêneros literários 
· O romance e o conto são herdeiros do gênero épico 
· A narrativa na epopeia é uma ação apenas de forma contada, diferindo-se do drama, que tem uma ação encenada ao vivo 
· Duas unidades que norteavam o gênero do drama grego não se aplicam à epopeia: unidade de tempo e unidade de lugar 
a) A unidade de lugar na epopeia pode se transformar em frequência, ou seja, pode sofrer deslocamento de cenário onde se passa a história, diferente do teatro, que era uma unidade invariável 
b) A unidade de tempo era mais longa, durava mais que 24 horas (duração da unidade de tempo no drama) 
c) A unidade de ação é a única parecida entre o teatro (gênero dramático) e gênero épico (epopeia) – em ambos há uma organização de início, meio e fim, assim como um ordenamento lógico e progressivo da ação 
Podemos encontrar nos textos épicos mitos e lendas da época, além disso, a epopeia só contempla a vida de heróis. A epopeia é considerada um gênero do passado, por não conseguir sobreviver com o passar do tempo, mas suas referências estão escritas em novas formas de escrita 
Os gêneros modernos, o romance, o conto e a crônica
	Romance 
	· Após a invenção da imprensa, surgiram os romances de cavalaria, inventados na Idade Média 
· Os romances de cavalaria apresentavam cavaleiros que viajavam pelo mundo, lutando pelas injustiças e conquistando donzelas. AMADIS DE GAULA é a mais conhecida, pois foi uma sátira do escritor MIGUEL DE SERVANTES 
· É nesse período dos romances de cavalaria que se pode pensar em uma figura de “leitor”
· O romance de Dom Quixote foi publicado pela primeira vez na Espanha 
· O romance de Quixote narra as aventuras de um homem, que depois de ler muitos romances de cavalaria, autoproclama-se cavaleiro 
· O romance é uma narrativa ficcional 
· O romance desenvolve melhor a história devido ao tamanho 
	Conto 
	· Distingue-se do romance devido a sua extensão 
· O conto é uma narrativa ficcional 
· O conto é um recorte específico de uma ação 
· É uma espécie de amostragem da realidade 
· Possui os mesmos elementos de uma narrativa 
· Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Clarice Lispector 
· Recorte de um fato imaginado 
	Crônica 
	· Gênero híbrido 
· Mistura literatura com jornalismo e se destaca mais em jornais, na imprensa e revistas impressos 
· Representação irônica e poética das manifestações cotidianas 
· Parte da observação da realidade e desemboca a opinião do autor sobre determinado fato 
· Tarefa do cronista: observar as coisas curiosas que nos rodeiam e chamar a atenção para eles 
· É polimórfica, de personalidades reais e ficcionais 
· Recorte que parte de um tempo real 
· Não tem pretensão de ser atemporal· Epopeia>narrativa<prosa = evolução 
· Prosa: texto que não é versificado Gutenberg inventou a imprensa, que trouxe a reprodução mecânica e serial de textos. Logo depois, surgiram o livro e a mídia jornalística 
· O primeiro texto traduzido pela máquina de impressão de Gutenberg foi a tradução da Bíblia para o alemão 
· Romance, conto e crônica são gêneros modernos 
a) Estão ligados à leitura e à escrita 
b) São gêneros que não são declamados com melodia 
c) Não há versos e nem rubricas de ação 
Unidade 3
Autor versus narrador
· O autor produz um texto 
· O narrador relata um texto. O narrador é uma entidade inventada, não precisando ser necessariamente uma pessoa. Se o narrador é inventado e se há verossimilhança dentro da narrativa, ele pode ser qualquer indivíduo que o autor queira e que a lógica da narrativa permita. O narrador em primeira pessoa pode confundir o leitor na diferenciação narrador e autor, mas o detalhe está no foco narrativo, que é o ponto de vista do qual uma história é narrada. É o narrador personagem que é usado em primeira pessoa. Já o narrador observador, ou narrador de terceira pessoa, ele é onisciente, pois sabe de tudo, sabe de todas as informações dos personagens, o que fazem e o que falam. Na maior parte do tempo, o narrador de primeira pessoa foi o foco dos romances e dos contos, sendo que o uso da primeira pessoa ganhou destaque a partir do movimento do REALISMO. 
 O par do autor é o leitor, e o par do narrador é o narratário, pois o narratário é como se fosse o destinatário que recebe a narração do narrador. O autor produz a obra para ser consumida pelo leitor; o narratário é uma espécie de leitor imaginado, que não existe empiricamente, cumprindo algumas exigências que o narrador faz. 
Nos estudos de UMBERTO ECO, criou o autor -empírico e o automodelo. O autor empírico seria o autor que de fato existe, enquanto que o autor-modelo seria aquilo que se espera do autor-empírico, é uma espécie de voz do texto, algo que denominasse o estilo da escrita
Já o leitor-modelo (é aquele que deve aceitar as regras do jogo que estão sendo propostas no texto), de acordo com UMBERTO, é o narratário, o sujeito ao qual o narrador está direcionando a história. Esse tipo de leitor é diferente do leitor-empírico, logo, o leitor-modelo nem sempre coincide com o leitor-empírico 
https://www.youtube.com/watch?v=FE11UyGPyPU (esse vídeo explica melhor a dicotomia autor/leitor modelo/empírico) 
O personagem da ficção
O personagem é uma figura fictícia, tem um caráter ficcional, que assim como o narrador, é algo inventado. No entanto, há exceções, como quando o autor decide colocar personagens históricos como personagens ou quando o autor decide basear os personagens de acordo com o que se observa na vida real. O personagem é o único elemento em comum entre os mais variados tipos de romances, contos, teatros, cinemas, filmes etc. 
Para FOSTER, existem dois tipos de personagens básicos: os planos e os redondos 
a) Os personagens planos são aqueles com características superficiais 
b) Os personagens redondos são aqueles com características principais, são complexos e múltiplos 
Observação: para se construir um personagem, o autor pode usar recursos linguísticos. O primeiro é a descrição pura, o outro é a narração de um personagem que o vão moldando ao longo do texto. A descrição pura traz características físicas ou psicológicas do personagem. No jornalismo literário há o perfil, que é um tipo de texto. O perfil é o que procura traçar de maneira jornalística, mas com o uso da linguagem literária, mais sendo estilística, o perfil de uma figura sob outro aspecto.
A organização espacial e temporal 
	Narração 
	· A narração trabalha com a narração e com a descrição 
· Narra as particularidades de um fato 
· Articula o tempo 
· Constrói as cenas, narrando-as 
· Quanto menos informações, mais imaginação 
· É um texto em prosa 
· Com a narração, o autor articula seu texto do ponto de vista temporal 
· A narração é como algo móvel 
· Acontece ações, movimentos
· Pode ser em romance ou em conto
· Conta como as ações acontecem 
· Relata algo 
· Expõe o fato oralmente ou por escrito 
· Ocorrem acontecimentos 
	Descrição 
	· O conto trabalha com a narração e com a descrição 
· Pode ser em romance ou em conto 
· Faz a descrição de algo 
· É um texto em prosa 
· O autor faz o leitor imaginar determinada cena 
· A descrição é como algo imóvel, estático 
· Nem toda descrição é fidedigna 
· Por vezes, o narrador não pode se preocupar em descrever o ambiente, mas isso não muda a qualidade da obra 
· Quanto mais informações, menos imaginação 
· Por vezes, pode faltar algum detalhe na descrição. Assim, isso fica à opção do leitor 
· A descrição serve para que o autor articule o texto do ponto de vista espacial 
 
Observação: existe o tempo interno e o tempo externo. Exemplo abaixo: 
...Ainda sobre a narração...
· O tempo externo é cronológico, de acordo com a leitura das páginas, na narração 
· O tempo interno é subjetivo, na narração, pois o leitor pode sentir que em determinado momento o tempo é mais acelerado, em outro momento, não
· O tempo interno de uma narração pode ser trabalhado até que se encontre o efeito desejado 
· As formas em que o tempo são trabalhadas no interior de uma narração estão ligadas à ordem e à duração 
Do ponto de vista da narração, encontramos analepses (flas-back, sendo o mais usado) e prolepses (relacionados ao futuro da enunciação, sendo menos comuns. Pelo fato de ser impossível fazer uma projeção do futuro com clareza e coerência, esse recurso é pouco usado. Se for usado na literatura, deve ter estreita relação com a proposta geral do enredo, a fim de que se mantenha a coerência interna da narrativa)
Do ponto de vista da duração, encontramos a isocronia (iguala a temporalidade interna à externa da narrativa ou virse-versa) e a anisocrinia (o tempo interno da narrativa não acompanha o tempo externo). Na ANISOCRINIA fazem parte: 
a) Pausa: a história para/continua o tempo no discurso (comentário ou reflexão do autor)
b) Sumário: o tempo interno da história é maior que o tempo externo 
c) Elipse: são anulados blocos de tempos, ocorrendo saltos nos acontecimentos da narrativa 
Observação: Foi Gerárd Genette que fez as classificações citadas anteriormente
Teorias narrativas: a narratologia e a teoria do romance
NARRATALOGIA
· Surgiu na escola formalista russa 
· Surgiu com a intenção de estudar as narrativas de ficção e de não ficção, procurando elementos e estruturas em comum; buscou apenas histórias do folclore de apenas uma única região 
· Um dos primeiros destaques foi VLADIMIR PROPP. Ele formulou estudos sobre o folclore russo, identificando situações que estavam presentes em todas as histórias – a chamada MORFOLOGIA DO CONTO 
· A MORFOLOGIA DO CONTO fazia parte de tudo o que era contado oralmente 
· São etapas da MORFOLOGIA DO CONTO: 
a) 
b) Afastamento 
c) Proibição 
d) Transgressão 
e) Interrogatório 
f) Informação 
g) Armadilha 
h) Cumplicidade 
i) Dano/carência 
j) Mediação 
k) Início da reação 
l) Partida 
m) Submissão/aprovação 
n) Reação do herói 
o) Deslocamento 
p) Combate 
q) Marca ou estigma 
r) Vitória 
s) Reparação de dano ou carência 
t) Regresso
u) Perseguição 
v) Salvamento ou resgate 
w) Chegada 
x) Pretensões infundadas 
y) Tarefa difícil 
z) Realização 
aa) Reconhecimento 
ab) Descaramento 
ac) Transfiguração 
ad) Castigo ou punição 
ae) Casamento 
· 
· JOSEPH CAMPBELL é outro pesquisador da narratologia 
· Cristopher Vogler é outra referência na narratalogia 
· Os estudos de VOGLER são chamados de A jornada do escritor. Nesse modelo, estavam presentes todas as etapas de Campbell, só que o foco era a temporalidade do filme, o momento da crise etc. 
· Personagens arquétipos tanto no modelo de VOGLER quanto o de CAMPBELL 
A teoria do romance
· MIKHAIL BAKTHIN foi um dos teóricos que escreveu sobre o romance, que é uma narração. 
· Principais características do romance, segundo BAKTHIN: 
a) A contínua transformação de coordenadastemporais: na epopeia os personagens não se transformavam, tinham um tempo estável. Ao contrário, o romance procura retratar o homem moderno que está em contínua transformação 
b) O caráter inacabado de sua trama: o romance ainda está a se formar, enquanto que a epopeia nasceu de uma forma determinada e nunca se transformou, tiveram sempre as mesmas características; os primeiros romancistas não conseguiram identificar com êxito todas as características plásticas do romance. O caráter inacabado do romance está ligado com o presente que costuma ser retratado, ainda que relate acontecimentos históricos. (A epopeia narra fatos do passado, enquanto que o romance tem um olhar presente)
c) O plurilinguismo: multiplicidade de vozes em que o romance é capaz de apresentar, pois se aproxima mais do cotidiano que da poesia. Logo, o romance é um gênero não puro, um gênero literário que pode conter traços de outros gêneros 
· Para ele, o romance é herdeiro direto do gênero épico da antiguidade grega 
· Características que nasceram da epopeia e que transformou-se a partir da modernidade 
· Um romancista pode incluir ideias e opiniões divergentes nos personagens 
· O ROMANCE DE FORMAÇÃO é um subgênero, que narra a história pormenorizada o desenvolvimento físico, moral e psicológico de um personagem 
Unidade 4
As correntes teóricas do século XX- o formalismo 
· É no século XX que nasce a teoria literária 
· O estruturalismo e o formalismo foram as primeiras escolas consideradas fundadoras da Teoria Literária, inspiradas no trabalho de Saussure 
· A teoria das funções da linguagem é considerada expressão dos formalistas 
· Com a teoria das funções da linguagem, Jakobson estabeleceu uma ponte entre os estudos linguísticos de Saussure e a literatura, pois ele isolava a função poética das demais, pois a função poética tinha características próprias 
· O método formalista consistia estudar a forma do texto literário 
· Dos estudos de Jakobson, se criou o termo literariedade, ou seja, é a literariedade que define a função poética da linguagem, em outras palavras, o que faz com que a literatura seja reconhecida como literatura e não como uma forma de expressão/comunicação 
· Em geral, os formalistas se focavam nas poesia e não na prosa. Exceto: Vladimir Propp, um formalista que estudou os textos em prosa 
O estruturalismo
· O estruturalismo tem como objetivo observar as partes estruturais em que se organizam 
· O formalismo é russo e o estruturalismo é francês
· O estruturalismo abre caminho a pontos extrínsecos do texto 
· Cada palavra ou estrutura carrega consigo uma história construída, para o estruturalismo
· No campo da Antropologia, o estruturalismo ficou conhecido por afirmar que existe algo em comum entre todas as tribos indígenas. E o estruturalismo literário segue a mesma lógica, de que há uma estrutura em comum entre os textos literários 
· O estruturalismo busca a base comum para estudar as camadas mais distintivas 
O new criticismo
· Surgiu nos Estados Unidos 
· Para os neocríticos, os elementos extrínsecos à uma obra literária não deveriam ser analisados numa obra literária 
· Era o próprio texto, em especial o poema, que deveria conter todas as ferramentas para que fosse analisado 
· O poema não poderia ser parafraseado, segundo EGLETON, 2006
· PRINCIPAIS REPRESENTANTES CONTRA A IDEIA DE INTENCIONALIDADE DO AUTOR 
· A biografia, o pensamento pessoal do autor eram elementos isolados do texto
· Os românticos alemães eram opostos ao neocríticos; os românticos viam no escritor uma chave para desvendar o texto, para os neocríticos pouco importava o que o escritor tinha ou não vivido, pois o elemento principal era o texto 
· Os integrantes desse movimento chamavam de FALÁCIA a ideia de que é preciso saber a intenção do autor para analisar uma obra literária. Eram de 3 tipos: 
a) A falácia afetiva: rechaça a ideia de que os impactos emocionais podem ser analisados em um texto literário 
b) A falácia do mimetismo: repudia a transposição do sentimento do autor para o texto literário, mescla entre eu-lírico e sujeito empírico 
c) A falácia da comunicação: discordava de que um texto literário conseguia transmitir informações de doutrinas ou de correntes científicas 
A Morte do Autor e a Obra Aberta
· ROLAND BARTHES não fez parte apenas de um único movimento teórico do século XX, assim como JAKOBSON 
· Barthes pode ser associado ao estruturalismo e ao pós-estruturalismo 
· A obra de BARTHERS seguia algumas ideias dos neocríticos, e se chama a MORTE DO AUTOR. Para ele, a intenção de quem escreveu o texto não teve ter importância, pois um texto não precisa ser compreendido; o texto, segundo ele, pode ser lido de diversas maneiras. A MORTE DO AUTOR era uma crítica aos românticos alemães 
· Foi Barthes que fez despontar o conceito de leitor, pois é no leitor em que está o destino do texto. Para ele, o leitor devia ser o foco principal, pois a responsabilidade da interpretação do texto cabe ao leitor. Era nesse ponto que ele divergia dos neocríticos, pois os neocríticos desconsideravam tudo o que era extrínseco ao texto. 
· A MORTE DO AUTOR é considerado uma obra da fase do pós-estruturalismo de Barthes 
· A MORTE DO AUTOR trabalha com a ideia de que há uma polifonia, tornando impossível uma única unidade de ensino 
· HUMBERTO ECO criou a obra chamada OBRA ABERTA 
· A obra de HUMBERTO chamava a atenção para que cada leitor fizesse a interpretação pessoal própria 
· As possibilidades de interpretação, na OBRA ABERTA eram infinitas, segundo ECO 
· Cada pessoa, em cada lugar e em cada época, seria capaz de olhar para uma obra de modos diferentes 
Os estudos culturais
· Foi a partir dos estudos culturais que a teoria literária abriu o campo de observação para refletir sobre problemas sociais em textos literários 
· A concepção de multiculturalismo (variadas culturas têm a sua importância) foi que fez parte dos Estudos Culturais 
· Os estudos culturais nasceram para ampliar as teorias das Ciências Humanas 
· A cultura popular passou a ser valorizada assim como a cultura erudita era, nos estudos culturais 
Conceitos que surgiram dos estudos culturais foram: a pós-modernidade e a questão identitária 
a) As novas formas de relações humanas eram ditadas por transformações das tecnologias e da comunicação (pós-modernidade) 
b) A ideia de cultura superior caiu, pois as novas identidades culturais começaram a surgir, segundo Hall (questão identitária) – aconteceu a chamada CRISE DE IDENTIDADE – NASCIMENTO DO MULTICULTURALISMO 
· LITERATURA, POLÍTICA E CULTURA ESTÃO INTER-RELACIONADAS 
Da crítica feminista ao pós-colonialismo
· O feminismo surgiu no século XX, na década de 1990, influenciando movimentos sociais, sendo que esse período representa A TERCEIRA ONDA DO FEMINISMO, liderado por SCOTT 
· O pós-colonialismo tem como principal representante EDWARD SAID 
· A concepção de pós-colonialismo está relacionada à ideia de que em muitos casos os colonizadores contribuíram para influenciar, distorcer ou destruir a cultura dos países colonizados. A ideia desse autor está relacionada à dominação da Europa no Ocidente 
O estado atual da teoria literária
· A teoria literária teve influência da Antropologia, da Sociologia
· Teoria das literaturas pós-autônomas: de Josefina Ludmer, argentina 
a) Teoria elaborada no século XXI 
b) Ela defende que a autonomia da teoria literária pertence ao passado; que não há possibilidade de delimitar a teoria literária num universo fechado 
c) Temas sociais que pedem diálogo com outras campos de conhecimento 
d) As literaturas pós-autônomas são práticas literárias do cotidiano 
e) Essas literaturas são postuladas em dois temas atuais: todo econômico é cultural e todo cultural é econômico; a realidade é ficção e a ficção é a realidade – ideia de interdisciplinaridade 
f) A ideia de Ludmer abre espaço para os estudos culturais

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