Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil

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 SUMÁRIO
Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil I .................... 3
Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil II ................... 11
Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil III .................. 16
Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil IV .................. 20
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PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Princípios Fundamentais:
• Princípio Republicano (Artigo 1º, Caput);
• Princípio do Estado Democrático de Direito (Artigo 1º, Caput);
• Princípio Federativo (Artigo 1º, Caput);
• Fundamentos da República (Artigo 1º, I a V);
• Princípio Democrático (Artigo 1º, parágrafo único);
• Princípio de Separação dos Poderes (artigo 2º);
• Objetivo Fundamentais da República Federativa do Brasil (Artigo 3º);
• Princípios das Relações Internacionais (Artigo 4).
Os princípios da Constituição Federal Brasileira são encontrados entre o artigo 
1º e o artigo 4º. 
No artigo 1º, você encontrará os fundamentos da República Federativa do 
Brasil. No artigo 2º, encontraremos a tripartição, separação, dos poderes. No artigo 
3º, encontraremos os Objetivos Fundamentais da República. E, por fim, no artigo 4º, 
teremos os Princípios ligados às relações internacionais.
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Professor Cristiano Lopes
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Os princípios são normas, visto que toda norma se trata de uma orientação. 
Tais normas são divididas em dois grupos chamados pela doutrina de normas genéricas, 
ou normas gerais, ou normas-regras, e de normas-princípios.
• Normas: Estão divididas em dois grupos, segundo a doutrina – “normas-regras” 
e “normas-princípios”.
• Normas-regras: são específicas e impõem uma conduta determinada.
Exemplo: O Artigo 37 da Constituição Federal de 1988 é a norma-
regra, a norma legal, no sentido específico, quando diz que: “A 
administração pública deve se guiar pelo princípio da impessoalidade, 
da legalidade, da moralidade e da eficiência”.
• Normas-princípios: são genéricas e impõem diretrizes, regras gerais de 
comando.
Exemplo: O princípio da impessoalidade determina a regra que, 
nas propagandas governamentais, não pode haver a divulgação 
da imagem do agente político.
Sendo assim, neste contexto, temos a norma escrita e a norma no sentido de 
regra.
Até mesmo o princípio que não esteja expressamente positivado é uma norma que 
deve ser seguida.
Exemplo: o artigo 37 da Constituição Federal de 1988 traz normas-regras e normas-
princípios em seu texto, tais como o princípio da impessoalidade e a regra de que 
nas propagandas governamentais não pode haver a divulgação da imagem de agentes 
políticos.
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FORMAS DE GOVERNO
Forma de governo é o modo de escolha dos governantes.
Classificação das Formas de Governo
Há duas teorias a respeito das formas de governo, a de Maquiavel e a de 
Aristóteles.
Segundo Maquiavel (Mais Aceita Atualmente)
As formas de governo seguem uma classificação dualista, classificando-se em 
REPÚBLICA e MONARQUIA.
• Monarquia: é baseada em dois princípios fundamentais:
• Hereditariedade: quando o rei morria, o reinado passava a seus herdeiros; e
• Vitaliciedade: o governante ficava no poder até a sua morte.
• República: é baseada em dois princípios fundamentais:
• Eletividade (representatividade): o povo participa da escolha do 
representante; e
• Temporariedade: no caso do Brasil, há eleições presidenciais a cada quatro 
anos e é permitida a reeleição uma única vez.
REPÚBLICA MONARQUIA
Eletividade Hereditariedade
Temporariedade Vitaliciedade
Representatividade popular (o povo 
escolhe o seu representante
Ausência de representatividade 
popular
Possibilidade de responsabilização dos 
governantes
Inexistência de responsabilidade dos 
governantes
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Segundo Aristóteles
As formas de governos podem ser classificadas em puras e impuras quanto à 
finalidade buscada pelos governantes.
• Puras: o governante busca o bem comum. Podem ser exercidas:
• Por uma só pessoa (MONARQUIA);
• Por algumas pessoas (ARISTOCRACIA, governo dos mais virtuosos, dos 
mais capacitados, um governo de vários); ou 
• Por todas as pessoas (DEMOCRACIA).
• Impuras: o governante busca o seu próprio bem particular. Podem ser exercidas:
• Por uma só pessoa (TIRANIA);
• Por algumas pessoas (OLIGARQUIA); ou
• Por todas as pessoas (DEMAGOGIA);
SISTEMAS DE GOVERNO
Sistema de governo é o modo de relacionamento entre os poderes 
(notadamente entre os poderes executivo e legislativo).
Existem algumas formas de governo, como o parlamentarismo e o 
presidencialismo.
O Ato de Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, em seu artigo 3º, estabelece 
que, no quinto ano pós-constituinte, haveria um plebiscito no qual o povo iria 
escolher monarquia ou república, e também iria escolher entre parlamentarismo 
ou presidencialismo. Sendo o assim, o povo brasileiro optou pela República e pelo 
presidencialismo.
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Parlamentarismo:
• Há uma superioridade do parlamento (do poder executivo);
• O chefe do executivo é o 1º ministro;
• As funções de chefia de Estado (atuação no plano internacional) e de chefia 
de Governo (atuação no plano interno, doméstico) são exercidas por pessoas 
diferentes;
Exemplo: A Inglaterra éuma monarquia que adota o 
parlamentarismo, o chefe de estado é a Rainha e o chefe de governo 
é o Primeiro Ministro, sendo assim é uma espécie executivo dual, 
porque há duas pessoas chefiando um Estado.
Presidencialismo:
• Existe maior equilíbrio entre os poderes;
• O chefe do poder executivo é o Presidente;
• A chefia de Estado e de Governo são exercidas pela mesma pessoa – o Presidente;
Exemplo: No Brasil, o presidencialismo é um executivo 
monocrático, porque a chefia de Estado e a de governo são 
exercidas pela mesma pessoa.
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PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO
Independência entre os Poderes nas 
funções governamentais.
Regime de colaboração; 
corresponsabilidade entre Legislativo e 
Executivo.
Governantes (executivo e legislativo) 
com mandato por prazo certo.
O Primeiro-Ministro só permanece na 
chefia de governo enquanto possuir 
maioria parlamentar. O mandato dos 
parlamentares pode ser abreviado por 
uma dissolução do parlamento.
Só há um chefe do executivo, que 
acumula as funções de chefe de 
Estado e de Governo.
Chefia do Executivo é dual, já que 
exercida pelo Primeiro Ministro (chefe 
de governo), juntamente ao Presidente 
ou Monarca (chefes de Estado).
Pode haver um Presidente em um país parlamentarista? Sim, isso aconteceria da 
seguinte forma, o Presidente seria Chefe de Estado e o Primeiro Ministro seria Chefe 
de Governo.
FORMA DE ESTADO
É o modo de repartição territorial do poder. Existem basicamente duas 
formas de Estado: Unitário e Federado. Mas a doutrina também traz outras formas 
de Estado.
Estado Unitário
• O poder é territorialmente centralizado.
Exemplo: Portugal – Há um único centro produtor de normas que 
são aplicadas em todo o território do país.
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• No Estado Unitário, existe um único centro de poder político no país. Esse 
poder central pode optar por exercer suas atribuições de maneira centralizada 
(Estado unitário puro), ou descentralizada (Estado unitário descentralizado 
administrativamente).
Estado Federado
• O poder é territorialmente descentralizado.
Exemplo: Brasil – Há um centro produtor de normas que tem 
aplicação em todo território nacional (Congresso Nacional), todavia 
existem outros diversos entes produtores de normas com aplicações 
restritas a espaços territoriais específicos (Assembleia Legislativa 
de São Paulo, Câmara Municipal de Santos).
Em um Estado Federado, existe uma pluralidade de ordenamentos jurídicos 
vigentes em um mesmo território, como ocorre em municípios brasileiros, que se 
submetem às normas municipais, estaduais e federais simultaneamente.
Em um Estado Federado, há uma descentralização do poder, no entanto a descentralização 
não significa que há uma hierarquia. Cada ente federativo tem o poder de legislar para 
si (auto legislação), no entanto não se pode contrariar a norma geral, que é a Federal. 
Então, a norma Federal serve como guia para as normas Estaduais e Municipais, mas 
somente para uma harmonia jurídica.
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Estado Confederado
• A confederação tem por característica principal ser formada pela união dissolúvel 
(possibilidade de separação – secessão) de Estados soberanos.
A República Federativa do Brasil é formada pela união Indissolúvel dos Estados.
• Essas nações se vinculam, normalmente, por meio de tratados internacionais. A 
diferença marcante entre federação e confederação é que aquela é formada 
pela união indissolúvel de entes autônomos, ao passo que essa é estabelecida 
pela união dissolúvel de Estados soberanos.
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CARACTERÍSTICAS DE UMA FEDERAÇÃO
Toda Federação deve atender a oito características fundamentais. Veja abaixo 
quais são:
• Autonomia Política dos Estados-membros – diz respeito do Poder Executivo 
em cada ente federativo, como União, Estados, Distrito Federal e Municípios – 
todos eles possuem autoadministração própria;
• Indissolubilidade do vínculo federativo – o pacto federativo é a principal 
característica de um Estado Federado. Está previsto no Artigo 1º da Constituição 
Federal de 1988, que diz: “A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito”;
• Intervenção federal – a intervenção federal não é a regra, é uma exceção. A 
regra é que a União não venha a intervir nos Estados nem no Distrito Federal, 
como também é vetada a intervenção Estadual nos Municípios. Isso porque os 
entes federativos possuem a autonomia para se autogovernar, autoadministrar 
e autolegislar. Intervenção Federal nos entes federativos é uma possibilidade. 
A intervenção federal não pode ser diretamente nos Municípios, somente se o 
Município for território federal. Os Estados não podem intervir nos Municípios, 
mas somente se para manter os Princípios Sensíveis, que estão previstos no 
Artigo 34, VII, da Constituição Federal de 1988; 
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Ler o art. 34 da Constituição Federal.
• Organização Legislativa dos Estados-membros – diz respeito ao Poder 
Legislativo de cada ente federativo, principalmente na organização legislativa 
na possibilidade, com base no poder constituinte decorrente, que cada ente 
federativo pode ter sua própria constituição. No entanto, conforme no Artigo 25 
da Constituição Federal de 1988, cada Constituição Estadual deve ser norteada 
pelos Princípios e Normas de regência da Constituição Federal de 1988, adotando 
assim o princípio dasimetria;
• Constituição Federal – No caso do Brasil, temos uma Constituição Federal 
rígida, que pode até ser modificada mas possui um processo de alteração muito 
mais rigoroso;
• Tribunal Federativo – Previsto no Artigo 102 da Constituição Federal de 1988, 
que diz o seguinte: “Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição”;
• Vedações federativas – previstos no Artigo 19 da Constituição Federal de 
1988, o qual artigo nos traz uma série de vedações aos entes federativos;
Ler o artigo 19 da Constituição Federal de 1988.
• Forma federativa como cláusula pétrea – não é algo imutável.
Ler o artigo 60, parágrafo 4º, da Constituição Federal de 1988.
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DEMOCRACIA
É o poder originário do povo, exercido pelo povo e para o povo. Pode ser exercido 
por seus representantes ou diretamente pelo povo. Há dois aspectos da democracia, 
a Democracia Direta (Participativa) e a Democracia Indireta.
Modelos de Democracia
Democracia Direta (Participativa)
• É o modelo ateniense de democracia, segundo o qual cada uma das leis era 
votada em praça pública por todos os populares.
Democracia Indireta (Representativa)
• É o modelo francês de democracia, segundo o qual representantes são eleitos 
periodicamente pelo povo para votarem as leis em nome de toda a população.
Democracia Semidireta (Mista)
• Combina as características das anteriores, ou seja, representantes são eleitos 
para votarem em nome da população, todavia existem institutos que garantem 
participação popular direta nas decisões estatais (exemplos: plebiscito, referendo, 
iniciativa popular para a proposição de projetos de lei, ação popular, orçamento 
participativo, gestão democrática do SUS e da Educação e etc.).
Exemplo: no Artigo 1º, parágrafo único, nós temos muito bem 
estabelecido que todo poder emana do povo e que pode ser exercido 
diretamente ou por seus representantes, dando a entender que no 
Brasil nós dotamos uma democracia mista (semidireta).
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FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como FUNDAMENTOS:
I – A soberania;
II – A cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – O pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Um Estado de Direito é aquele que produz suas próprias normas. No Brasil temos 
um Estado Democrático de Direito, temos uma participação popular na elaboração 
das normas.
Para lembrar dos fundamentos da República: 
SO.CI.DI.VA.PLU
Soberania
Cidadania
Dignidade da pessoa humana 
Valores sociais do trabalho 
Pluralismo Político
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• Soberania: só têm soberania os países.
Exemplo: Brasil, Inglaterra, China, Estados Unidos, todos têm 
soberania.
Os entes federativos (Estados e o Distrito Federal) não possuem soberania, possuem 
autonomia, que é a capacidade de se autogovernar, autolegislar, e autoadministrar. 
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Artigo 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 
Direito e tem como Fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da Pessoa Humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Dentre este artigo vamos destacar alguns itens que merecem uma atenção 
maior:
Soberania 
A soberania é um dos principais fundamentos da República Federativa do Brasil, 
e se trata de uma característica somente de países. Os entes federativos, como 
a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, não possuem soberania, mas, 
sim, Autonomia Administrativa.
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Cidadania 
É um vínculo político com o Estado, que não deve ser confundido com a 
nacionalidade, que é um vínculo civil. Uma pessoa pode ter nacionalidade e não 
gozar de cidadania, para efeitos de questões de prova. Para o âmbito do Direito 
Constitucional, nós vamos entender que a cidadania é comprovação de um vínculo 
político com o Estado, que pode feita pelo título de eleitor.
Exemplo: Uma criança de 10 anos, brasileiro nato, não goza 
ainda de cidadania porque não tem vínculo político com o Estado. 
(Para efeito de questões de prova.) 
A Lei nº 4.717/1965 (Lei da Ação Popular), no artigo 1º, § 3º, diz que a 
comprovação da cidadania é feita pelo título de eleitor ou por documento 
equiparado.
Quando aparecer o termo cidadania, sempre relacione a um viés político ou eleitoral.
A Dignidade da Pessoa Humana
É um princípio norteador da Constituição Federal de 1988, não é um direito, 
mas, sim, um princípio. Não há hierarquia dentro da Constituição Federal, a 
hierarquia se dá entre o que está dentro e fora da Constituição Federal.
 Exemplo: em caso de conflito entre normas infraconstitucionais 
e a Constituição Federal, prevalecerá a Constituição Federal, pois 
esta tem hierarquia superior àquelas.
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Dentro da Constituição Federal Brasileira não há hierarquia, mas e se houver um conflito 
entre dois direitos constitucionais, dois direitos que estão dentro da Constituição? 
Nesta situação, caberá o que melhor se assimilar ao princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana, que basicamente é um princípio de resolução de conflito.
A proteção aos Direitos Humanos é a defesa dos direitos mínimos existenciais, 
por exemplo, saúde, educação e moradia. 
• Entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF – acerca da dignidade da 
Pessoa Humana: trata-se de um “meta princípio”, supraprincípio ou princípio 
matriz do nosso ordenamento jurídico, ou seja, é um princípio que orienta os 
demais. O STF entende, inclusive, que a dignidade da Pessoa Humana guarda 
íntima relação com a busca da felicidade (STF, RE 477.544).
• Deriva da ideia de Immanuel Kant de que o ser humano não tem preço, mas, 
sim, dignidade, ou seja, existem direitos fundamentais que não podem ser 
negociados ou mitigados.
Pluralismo Político 
Trata-se da pluralidade de pensamentos, ideias, ideologias, doutrinas 
e diversidade cultural. O Pluralismo Político não deve ser confundido com a 
pluralidade dos partidos Políticos (muitos partidos políticos), apesar de que a 
pluralidade dos partidos políticos pode ser uma espécie de pluralismo político, pois 
se trata da pluralidade de muitos partidos políticos (como o: PT, PSDB, MDB, PSOL 
entre outros).
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Não confundir Pluralidade Política (muitos partidos) com Pluralismo político.
O Respeito a diversidade tem uma relação muito próxima com o Pluralismo 
Político.
Alguns temas estão sendo muito abordados em provas ligados ao Pluralismo Político, 
como: a intolerância religiosa, as questões raciais e as questões de gêneros.
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Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil IV
Professor Cristiano Lopes
DA SEPARAÇÃO DOS PODERES (TRIPARTIÇÃO DOS PODERES)
Artigo 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
O artigo 2º trata da tripartição dos poderes em Executivo, Legislativo e 
Judiciário. O artigo 2º é uma cláusula pétrea prevista no artigo 60, § 4º. 
Lembrete:
O Brasil já teve quatro poderes: o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder 
Judiciário e o Poder Moderador.
Os poderes são independentes e harmônicos entre si. A independência serve 
para demonstrar que cada um dos poderes tem uma função específica, preponderante, 
tratada como uma função típica. A função típica de um poder diz respeito à função 
exercida por aquele poder.
Exemplos: O Poder Legislativo é responsável por legislar as leis. 
O Poder Judiciário tem o poder de julgar. 
O Poder Executivo tem a função típica de administrar.
A função típica de um poder não é exclusiva, os poderes trabalham de forma 
harmônica entre si, mas podem exercer, mesmo que de forma secundária, a função 
do outro.
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Exemplo 1: De forma atípica, o Poder Legislativo pode julgar um processo de 
impeachment ou de crime de responsabilidade, os quais podem ser cometidos por 
um presidente da república. Quem julgará esses crimes será o Senado Federal (Poder 
Legislativo).
Exemplo 2: É possível que o presidente da república, em uma situação de relevância ou 
urgência, edite uma Medida Provisória. Neste caso, ele exerce uma função legislativa, 
que é uma função atípica do Poder Executivo.
Exemplo 3: Quando o Judiciário concede férias para os servidores, realiza um concurso 
público, nomeia ou exonera um servidor, estará exercendo uma função atípica, já 
que essa função de administrar e de executar é uma função típica do Poder Executivo.
Isso acontece porque no Brasil adotamos o sistema de Freios e Contrapesos 
(Checks and balances), em que os poderes exercem uma limitação recíproca entre si, 
são independentes e harmônicos, mas não são absolutos e não há hierarquia entre 
eles.
OBJETIVOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Artigo 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I – Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – Garantir o desenvolvimento nacional;
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais;
IV – Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
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Os objetivos, diferentemente dos fundamentos, tratam da finalidade, aquilo 
que a República Federativa do Brasil deseja alcançar. Os objetivos são normas 
programáticas.
No artigo 3º, temos quatro incisos, nos quais conseguimos identificar cinco 
objetivos.
No inciso III, do artigo 3º, há dois objetivos:
III – Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais;
Mnemônico:
CONGAPROERRE
Construir uma sociedade livre justa e 
solidária
Garantir o desenvolvimento Nacional
Promover o bem de todos
Erradicar a pobreza e a marginalização
Reduzir as desigualdades sociais e 
regionais
A priori, todos objetivos estão com o verbo no infinitivo: construir, garantir, erradicar, 
reduzir, promover.
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Em destaque, o inciso 4º traz um rol meramente exemplificativo:
• IV – Promover o bem de todos, sempreconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
A parte em destaque serve para entendermos que o rol exemplificativo deve 
ser complementado com quaisquer outras formas de discriminação, além das citadas 
no texto.
PRINCÍPIOS ADOTADOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Artigo 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios:
I – Independência nacional;
II – Prevalência dos direitos humanos;
III – Autodeterminação dos povos;
IV – Não intervenção;
V – Igualdade entre os Estados;
VI – Defesa da paz;
VII – Solução pacífica dos conflitos;
VIII – Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – Concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma 
comunidade latino-americana de nações.
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Nas Relações Internacionais prevalecem os Direitos Humanos.
Não confunda Direitos Fundamentais com Direitos Humanos, apesar de serem 
basicamente a mesma coisa, são nomenclaturas utilizadas em situações diferentes. 
No âmbito das relações internas, nacionais, é utilizado o termo Direitos Fundamentais, 
tanto é assim que no Título II, da Constituição Federal de 1988, são abordados os 
Direitos e Garantias Fundamentais. No entanto, no âmbito internacional, é utilizado 
a nomenclatura “Direitos Humanos”.
Exemplo: não se encontra um tratado internacional de Direito 
Fundamental, ou uma Convenção Internacional de Direitos 
Fundamentais, mas, sim, Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos e Convenções Internacionais de Direitos Humanos.
O inciso VIII traz, em seu conteúdo, o repúdio ao terrorismo e ao racismo.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal – STF – enquadrou a homofobia como 
crime de racismo. O racismo não é somente um crime no qual há preconceito, 
ódio, a uma determinada raça, mas também a etnia, origem, orientação sexual, 
critérios religiosos (religiões de origem africana, por exemplo). O racismo é um crime 
inafiançável, imprescritível e com pena de reclusão, como estabelece a Constituição 
Federal de 1988.
O inciso X destaca que o Brasil concede asilo político a estrangeiros, sendo 
assim, nenhum estrangeiro poderá ser extraditado por um crime político ou de opinião. 
 CUIDADO!
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	Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil I
	Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil II
	Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil III
	Aula: Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil IV