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5 1 HISTÓRIA Introduzido no Brasil por imigrantes dinamarqueses, por volta da década de 30, na região sul do Estado de Minas Gerais, o queijo prato é supostamente originado do queijo tybo, dinamarquês. Sua origem ainda pode estar associada aos queijos Danbo dinamarquês e Gouda Holandês (FERREIRA, 2005). No Brasil sua tecnologia foi adaptada às condições locais, o que explica as diferenças de sabor e textura que observadas no Prato em relação aos queijos que lhe deram origem (VALCESH, 2001). A fatiabilidade deve ser uma de suas características principais, o rendimento da fabricação se situa por volta 9,0 – 9,5 pra 1kg. Os queijos Lanche, Estepe, Bola e Cobocó são considerados variedades do queijo Prato (VALCESH, 2001). O queijo Prato é o único queijo tipicamente brasileiro e representa aproximadamente 40% da produção total de queijo no país, apresenta uma produção anual de 133.000 toneladas. É obtido de leite pasteurizado, com massa semicozida, prensado e maturado no mínimo de 25 a 60 dias. Todas as variedades encontradas no mercado são preparadas da mesma maneira, somente variando sua apresentação (LONDOÑO; ABREU). É de grande popularidade no Brasil, sendo fabricado em todas as regiões do país. Atualmente, o seu consumo ocupa o segundo lugar, ficando atrás somente da mussarela (FERREIRA, 2005). O queijo Prato é consumido tanto de forma direta como indireta. Atualmente, devido à sua utilização no preparo de pizzas, sanduíches quentes e outros alimentos preparados, o bom derretimento tornou-se uma propriedade importante na determinação da qualidade do queijo Prato (NEPOMUCENO, 2012). 6 2 TIPO DE LEITE Na fabricação de queijos, a qualidade do produto é diretamente proporcional à qualidade da matéria prima, no caso, o leite. Portanto é importante observar algumas propriedades do leite cru para o processamento do queijo, como : a composição do leite, mudanças do leite após sua produção (rancificação, oxidação, produção de ácido, desenvolvimento de off-flavor), leite anormal (mamite), contaminações, presença de resíduos (antibióticos, desinfetantes, metais), para que se tenha um produto final de qualidade O leite é uma secreção da glândula mamária de mamíferos e, por apresentar composição nutricional bastante rica, é indispensável à alimentação infantil humana ou a das crias dos animais. Contém componentes importantes para uma dieta saudável, como proteínas e cálcio. Apresenta, porém, alta perecibilidade, tanto química, pelos efeitos da oxidação, quanto biológica, pela atuação de microrganismos, que podem causar doenças, o leite que é utilizado para fabricação é o leite bovino, apresentando os componentes necessários para fabricação do queijo Prato (SILVA, 2005). Entre os derivados do leite, o queijo é um dos principais produtos, tendo, ademais, alta demanda para consumo. É um concentrado proteico-gorduroso, cuja obtenção é feita mediante a coagulação do leite e a posterior retirada do soro (SILVA, 2005). A gordura participa de múltiplas funções nos queijos, sendo um importante ingrediente para os aspectos sensoriais e fisiológicos dos alimentos, contribuindo para o sabor, cremosidade, aparência, aroma, odor, sensação de saciedade após as refeições, além de outros atributos sensoriais como maciez, suculência, sendo determinante na textura dos alimentos (GARCIA; PENNA, 2010). 7 3 CLASSIFICAÇÃO Conforme o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Queijo Prato, este produto deve apresentar consistência semidura, elástica, textura compacta, lisa, fechada, com alguns olhos pequenos arredondados e/ou algumas olhaduras mecânicas, cor amarelado ou amarelo-palha, sabor e odor característicos. Não apresenta crosta, ou crosta fina, lisa, sem trincas (NEPOMUCENO, 2012). O queijo com textura fechada é mais indicado para consumo indireto em sanduíches, pois para isso o queijo deve apresentar uma boa fatiabilidade que é difícil de ser obtida quando este apresenta-se com olhaduras (CAVALCANTI, 2004). Seu tempo de maturação é de 25 a 60 dias (LONDOÑO; ABREU). A composição média desse queijo curado é de umidade 42 – 44%; gordura 26 – 29%; pH 5,2 – 5,4; sal 1,6 – 1,9% (VALCESH, 2001). O cozimento da massa deve ser menor que 45ºC (NEPOMUCENO, 2012). Ele pode ser fabricado em diversos formatos, mas o formato mais comum é o paralelepípedo, com esse peso variando de 0,5 a 3,0 kg, crosta lisa, fina, textura fechada ou preferencialmente aberta com pequenas olhaduras regulares lisas, brilhantes e bem formadas. Seu rendimento se situa por volta de 9,0 a 9,5 litros por kg. (FERREIRA, 2005). Possui variedades, como queijo Prato de 2 a 3 kg (Lanchão), de 1 kg (Lanche), de 0,5 kg (Lanchinho); além do Prato Bola, Cobocó e Estepe (FERREIRA, 2005). 3.1 Variedades do queijo Prato Lanchão: possui forma retangular e peso varia de 2,0 a 3,0 kg. Lanche: possui forma retangular e tem peso variando de 05 a 1,0 kg. Lanchinho: possui forma retangular e tem peso de até 0,5 kg. Cobocó: possui forma cilíndrica e peso médio de 1,0 kg. Bola: possui forma, como o próprio nome já diz, de bola, e tem peso em torno de 1,8 kg. Estepe: forma quadrada pesando aproximadamente 4,0 a 5,0 kg (FERREIRA,2005). 8 4 FLUXOGRAMA DE PROCESSAMENTO Padronização Pasteurização Preparo do leite para coagulação Tratamento da massa Agitação e Cozimento da massa Enformagem Prensagem Salga Embalagem Cura Armazenamento 4.1 Padronização O leite utilizado para a produção do queijo Prato deve ser padronizado para 3,4% de gordura (CAVALCANTI, 2004). 9 4.2 Pasteurização O leite é um alimento nutritivo, mas susceptível a contaminação por microrganismos, que podem ocasionar defeitos no queijo e, principalmente, causar doenças. Por esse motivo, antes de iniciar a fabricação dos queijos, é necessário que seja realizada a pasteurização (SILVA, 2005). A pasteurização deve ser feita de forma a garantir que o leite fique isento dos microrganismos contaminantes prejudiciais à saúde. Como, durante a pasteurização, também, ocorre a destruição de microrganismos favoráveis à produção de queijo, é necessário repor essa perda pela adição de fermento (SILVA, 2005). A realização da pasteurização, exige muitos cuidados higiênicos para evitar a recontaminação do leite (SILVA, 2005). A pasteurização pode ser feita por dois processos: lento e rápido (SILVA, 2005). A pasteurização lenta é feita aquecendo-se o leite até 65ºC, mantendo-o nessa temperatura por 30 minutos, resfriando-o em seguida, até 34ºC, temperatura necessária para a fabricação do queijo (SILVA, 2005). É recomendável a aquisição de um pasteurizador de placas, no qual o leite deve ser aquecido a temperatura de 72°C a 75°C, durante 12 a 15 segundos, sendo imediatamente resfriado a 34°C. Esse é o chamado processo rápido (SILVA, 2005). 4.3 Preparo do leite para coagulação Nessa etapa, são feitos os procedimentos necessários para coagular a caseína (proteína do leite), dando origem à massa do queijo (coalhada) (SILVA, 2005). Para ocorrer à coagulação do queijo, é preciso adicionar ao leite os ingredientes descritos a seguir (SILVA, 2005). 4.3.1 Fermento Fermento é uma cultura lática selecionada, que deve ser adicionada ao leite para a fabricação de queijos. O fermento possui as seguintes finalidades: Produzir ácido lático e, consequentemente, reduzir o crescimento de microrganismos indesejáveis, o que pode ocorrer pela diminuição do pH. 10 Desenvolver pequena acidez, que aumentará o poder de coagulação do coalho. Melhorar a consistência do coágulo e auxiliar na etapa de retirada do soro. Desenvolver o sabor do queijo durante a cura (SILVA, 2005). Para a fabricação de queijo prato, é utilizado fermento composto pelasbactérias (microrganismos) Lactococcus subsp lactis e Lactococcus lactis subsp cremoris. Esses microrganismos são classificados como mesófilos, ou seja, crescem bem na faixa de temperatura compreendida entre 30°C e 37°C (SILVA, 2005). A quantidade a ser adicionada é de 1% a 1,5% em relação ao volume de leite utilizado na fabricação de queijos (SILVA, 2005). 4.3.2 Preparo do fermento No mercado, existem fermentos que podem ser adicionados diretamente ao tanque de fabricação dos queijos, os quais são conhecidos como “cultura DVS” (Direct Vat Set, ou seja, direto ao leite) - Fermento DVS R 704 é o utilizado para esse tipo de queijo. Para grandes produções, esse tipo de fermento é bastante útil graças à sua facilidade de uso. Entretanto, para pequenas produções, pode representar um aumento elevado no custo de produção (SILVA, 2005). É um processo simples e eficiente, mas requer todo o cuidado com a higiene para evitar defeitos no queijo, como a presença de 17 coliformes fecais, que causam olhaduras (buracos no queijo) e alteração de sabor (SILVA, 2005). 4.3.3 Cloreto de cálcio A adição de cloreto de cálcio é necessária para aumentar o teor de cálcio solúvel no leite, pois o existente naturalmente fica indisponível quando o leite é pasteurizado. Se o cloreto de cálcio não for adicionado, a coagulação será demorada e incompleta. Além disso, o cloreto de cálcio confere elasticidade à massa do queijo (SILVA, 2005). A quantidade a ser acrescentada varia de 0,02% a 0,03% (20 a 30 g/100 L de leite) em relação ao volume inicial de leite. Deve-se ter o cuidado de diluí-lo totalmente em água antes de adicioná-lo ao leite (SILVA, 2005). 11 Recomenda-se não ultrapassar a quantidade indicada, pois quantidades elevadas resultam numa massa dura e ressecada, com gosto amargo (SILVA, 2005). 4.3.4 Adição opcional do nitrato de sódio Quando se utiliza leite pasteurizado de boa qualidade, pode-se dispensar o uso de nitrato de sódio (FERREIRA, 2005). Os queijos em sua maioria apresentam como defeito o estufamento, seja o precoce ou o tardio que será apresentado posteriormente. Para prevenção do estufamento dos queijos, várias medidas vêm sendo adotadas, dentre elas, o uso de nitrato de sódio ou nitrato de potássio (FERREIRA, 2005). Adicionado ao leite, grande parte do nitrato sai no soro e o que fica na coalhada é reduzido enzimaticamente a nitrito. O nitrito formado impede que os esporos de Clostridium sp. germinem, evitando com isto o estufamento tardio do produto (FERREIRA, 2005). A quantidade de nitrato de sódio a ser adicionada ao leite é de 10 a 20g para cada 100 L de leite (FERREIRA, 2005). 4.3.5 Adição do corante O queijo prato tem uma cor amarelada característica desse tipo de queijo, que é obtida pela adição de corante, sendo geralmente utilizado o corante natural extraído da semente de urucum (Bixa orellana), na forma de extrato alcoólico alcalino, que é encontrado no comércio (SILVA, 2005). O corante vegetal é em quantidade variável, de acordo com a coloração desejada, sendo recomendado para um bom resultado a quantidade de 5 a 10 ml para cada 100 L de leite (FERREIRA, 2005). 4.3.6 Adição do coalho Coalho é o agente que vai promover a coagulação do leite, formando a massa do queijo. Esse método é denominado “coagulação enzimática”, pois o coagulante é 12 formado por uma enzima, que é uma proteína com propriedades específicas (SILVA, 2005). A quantidade de coalho a ser adicionada é fornecida pelo fabricante. Antes de acrescentá-lo ao leite, deve-se fazer a diluição em água limpa (fervida ou filtrada) (SILVA, 2005). Os seguintes cuidados devem ser tomados durante a adição do coalho: A temperatura do leite deve estar entre 32°C e 34ºC, que é a faixa de temperatura ótima para a atuação do coalho. Deve ser adicionado aos poucos e sempre sob agitação, devendo essa operação levar no máximo 3 minutos. Não deve ser acrescentado em quantidade superior à recomendada, para não desenvolver sabor amargo. É sempre o último ingrediente a ser adicionado. O leite deve ficar em absoluto repouso até o momento do corte (SILVA, 2005). Numa coagulação bem feita, o soro será amarelo-esverdeado; numa coagulação incompleta ele será leitoso (FERREIRA, 2005). 4.3.7 Coagulação do leite A coagulação do leite tem início após a adição do coalho. Em geral, essa etapa dura cerca de 45 minutos (SILVA, 2005). O ideal é que a coagulação seja feita em tanque de aço inoxidável, por causa da facilidade de limpeza e por ser um material inerte (SILVA, 2005). 4.4 Tratamento da massa A partir do momento em que é identificado o final da coagulação, inicia-se o tratamento da massa (SILVA, 2005). 4.4.1 Ponto do corte O final da coagulação é determinado pela identificação do ponto de corte da 13 coalhada. Nesse momento, a massa sofrerá fragmentação, com o objetivo de promover a retirada do soro (SILVA, 2005). É importante determinar esse ponto corretamente, pois se a massa for cortada antes do tempo, haverá perda de caseína e gordura, o que pode ser observado quando o soro fica leitoso. Se for cortada depois, a massa ficará dura, prejudicando a retirada do soro. Quando o corte é feito no momento certo, o soro apresenta-se com um aspecto verde-amarelado (SILVA, 2005). Com o auxílio de uma espátula ou mesmo de uma faca, fazer um corte na massa, e introduzi-la na massa e forçar para cima na região do corte. Se ocorrer a formação de uma fenda retilínea sem fragmentação, a massa estará pronta para o corte (SILVA, 2005). Uma vez determinado o ponto de corte, iniciam-se as operações de corte, agitação e aquecimento da massa, com o objetivo de promover a retirada do soro (SILVA, 2005). 4.4.2 Corte O corte é feito com a lira, que é um utensílio formado por lâminas ou fios cortantes dispostos paralelamente e igualmente distantes entre si (SILVA, 2005). Para efetuar o corte, são utilizadas uma lira vertical e uma horizontal (SILVA, 2005). O corte é feito da seguinte forma: Passar a lira horizontal, deixando a massa dividida em lâminas superposta. Passar a lira vertical no mesmo sentido da lira horizontal, cortando a massa em tiras. Passar a lira vertical na posição transversal em relação aos dois primeiros cortes, dando origem à formação de cubos ou grãos (SILVA, 2005). É importante que os cubos tenham tamanho bem aproximado, para que a retirada do soro seja homogênea, caso contrário, há risco de perda de qualidade do produto (SILVA, 2005). A fragmentação irregular da massa reduz o rendimento e pode ocasionar defeitos nos queijos, pois enquanto os grãos pequenos estão em ponto de enformagem, os grãos maiores ainda estão no processo de retirada do soro. Para 14 fabricar o queijo prato, cortar os grãos com tamanho aproximado de um grão de milho (cerca de 1 cm de aresta) (SILVA, 2005). 4.5 Agitação e cozimento da massa A agitação é feita para evitar que os cubos venham a se precipitar ou fundir entre si, o que dificultaria a retirada do soro. Deve-se tomar cuidado para que, no início da agitação, sejam feitos movimentos lentos, evitando, dessa maneira, o rompimento dos cubos, que ainda estão frágeis, evitando a perda de massa. Quando os grãos ficarem mais firmes, a agitação pode ser intensificada (SILVA, 2005). O cozimento é feito com objetivo de complementar a retirada do soro iniciada pelo corte e pela agitação. Em média, essa etapa tem início 20 minutos após a agitação (SILVA, 2005). O procedimento consiste em aumentar a temperatura em 1ºC a cada 2 minutos, até atingir a temperatura de 42ºC (massa semicozida). Deve-se ter o cuidado de não ultrapassar esse limite para que não ocorra a destruição do fermento. Manter nessa temperatura até atingir o ponto de massa (SILVA, 2005). Normalmente, para o processamento dequeijos, são utilizados tanques de parede dupla, que permitem a circulação de água quente ou vapor para realizar o aquecimento. Entretanto, existe outra forma simples e eficiente, que consiste em retirar 20% a 30% de soro, colocando, em seu lugar, água quente (SILVA, 2005). O final do cozimento, denominado ponto de massa, pode ser determinado de forma bem prática: com a mão, pegue um pouco de massa e comprima-a até formar um aglomerado. A massa estará no ponto quando ela se quebrar sob a pressão dos dedos, formando pequenos grãos que se desagregam com facilidade (SILVA, 2005). 4.6 Enformagem A enformagem tem a função de conferir ao queijo sua forma característica. No caso do queijo prato, o formato tradicional é o de um paralelepípedo (SILVA, 2005). Para esse procedimento, as formas de plástico são ideais, por permitirem fácil manuseio e limpeza. Um retirador de soro deve ser colocado na forma, para evitar que a massa do queijo venha a se prender na parede e, também, para facilitar a saída do soro durante a prensagem (SILVA, 2005). 15 A retirada da massa do tanque em que foi feita a coagulação deve ser rápida para a massa não esfriar. Caso contrário, ficará difícil formar um bloco na prensagem. Esse defeito é comum aos queijos de massa cozida e semicozida (SILVA, 2005). 4.7 Prensagem Essa etapa é importante para a formação da textura, da casca e também para a retirada do soro (SILVA, 2005). Os cuidados durante a operação de prensagem são os seguintes: No início, a prensagem não deve ser feita com muita força, para evitar uma intensa perda de soro na crosta externa do queijo, o que criaria uma barreira para a saída do soro da parte interna. Iniciar com peso de aproximadamente dez vezes o peso do queijo. Fazer viragens do queijo, ou seja, tirá-lo da fôrma e recolocá-lo em posição invertida dentro da forma. A cada viragem, dar acabamento ao queijo, retirando, com uma faca, as saliências das quinas. Fazer, no total, de duas a três viragens, devendo a primeira ocorrer 30 minutos após a prensagem do queijo. A partir da segunda viragem, aumentar o peso em 20 vezes o peso do queijo (SILVA, 2005). A prensagem pode durar até 16 horas e atingir uma pressão de até 20 vezes o peso do queijo. Para que o produto apresente sempre as mesmas características, é muito importante que as condições de processo sejam as mesmas (SILVA, 2005). 4.7.1 Determinação de pH O pH ótimo para que os queijos possam ser levados ao processo de salga é de 5,5 a 5,7, o que normalmente ocorre por volta de 6 a 8 horas após a adição do fermento ao leite (FERREIRA, 2005). 4.8 Salga O sal garante o desenvolvimento do sabor, o controle da umidade, a cura e a conservação do produto (SILVA, 2005). 16 A salga é feita em salmoura, à temperatura de 10ºC a 15ºC. Embora temperaturas superiores diminuam o tempo de salga do queijo, elas favorecem o crescimento de microrganismos contaminantes, como bactérias e fungos. A concentração da salmoura deve ficar entre 18% e 20% de sal (SILVA, 2005). Acima de 20%, podem ocorrer rachaduras no queijo, decorrentes do excesso de desidratação, por sua vez, concentração abaixo de 18% oferece condições para o crescimento de microrganismos contaminantes (SILVA, 2005). Para evitar que o queijo flutue, deve ser colocada uma tela ou outro utensílio sobre ele para mantê-lo submerso. Outro cuidado indispensável é fazer periodicamente a agitação da salmoura para equilibrar a concentração de sal ao redor do queijo (SILVA, 2005). Tabela 1. Peso do queijo Prato e sua relação com o tempo de salmoura. Peso do queijo prato Tempo (horas) 0,5 kg 8 1 kg 18 2 a 3 kg 24 Fonte: (FERREIRA, 2005). 4.8.1 Secagem Após a salga, os queijos são conduzidos a uma câmara a 10 – 12ºC com URA (Umidade Relativa do Ar) de aproximadamente 70% durante 24 – 28 horas (FERREIRA, 2005). 4.9 Embalagens Alguns queijos, como o parmesão, que têm casca muito dura, dispensam o uso de embalagem. Mas, para queijos de casca macia, como o queijo prato, é recomendável que seja utilizada uma embalagem protetora. Antes de embalar, verificar se a superfície do queijo está seca (SILVA, 2005). Normalmente, o queijo prato recebe uma embalagem de plástico a vácuo (cryovac), que impede o aparecimento de fungos. Não sendo possível a aquisição de um equipamento a vácuo, pode-se embalar o queijo em sacos de plástico. Não é aconselhável deixar o queijo prato sem a proteção de uma embalagem (SILVA, 2005). 17 4.10 Cura É a fase em que o queijo sofre a maturação, visando à obtenção do sabor, à sua conservação e à identificação da característica final do produto. Para o queijo prato, a cura varia de 25 a 60 dias (SILVA, 2005). Na etapa de cura, devem ser tomados os seguintes cuidados: Após a salga, deixar o queijo secar por 1 a 2 dias, em câmara fria. Manter a temperatura na faixa de 10ºC a 15ºC, com 85% de umidade relativa. Abaixo dessa temperatura, a cura é muito lenta; e acima, prejudica a qualidade do queijo. Caso não seja possível a aquisição de uma câmara, colocar os queijos em lugar fresco. Realizar vistorias para detectar a presença de insetos e roedores. São poucos os estabelecimentos que deixam os queijos passarem por um processo de cura completo. Em geral é feita a comercialização poucos dias após a fabricação (SILVA, 2005). 4.11 Armazenamento O queijo prato deve ser armazenado em ambiente refrigerado, a fim de aumentar seu tempo de validade, pois a baixa temperatura inibe o crescimento de microrganismos contaminantes, além de proteger contra a poeira e o ataque de insetos e roedores. Para pequenas produções, pode-se utilizar a geladeira doméstica. Para as grandes, devem ser utilizadas câmaras de armazenamento refrigeradas (SILVA, 2005). 18 5 PREÇO O preço do queijo Prato pode variar de acordo com seu tipo que tem diferentes pesos, o mais tradicional e mais consumido é caracterizado pelo mercado consumidor por queijo Prato Lanche. Tabela 2. Preço do queij0o Prato e suas variedades. Tipo do queijo Preço por unidade(R$) Lanchão 30,00 Lanche 29,45 Lanchinho 20,00 Cobocó 35,00 Bola 40,00 Estepe 43,90 Fonte: Queijos especiais de minas. 19 6 COMPOSIÇÃO O queijo Prato possui uma quantidade considerável de sódio, cerca de 50 gramas contam com 14,5% das necessidades diárias da substância, a mesma quantidade do alimento também possui 30% do valor diário recomendado de gorduras saturadas (GARCIA; PENNA, 2010). Tabela 3. Composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível: Centesimal, minerais, vitaminas e colesterol. Umidade (%) 42,4 Energia (kcal) 360 (KJ) 1506 Proteínas (g) 22,7 Lipídeos (g) 29,1 Colesterol (mg) 91 Carboidrato (g) 1,9 Fibra Alimentar (g) NA Cinzas (g) 3,9 Cálcio (mg) 940 Magnésio (mg) 28 Fonte: Tabela TACO – 4 edição. Tabela 4. Valor nutricional de 50 gramas ingeridas. Tabela Nutricional (%) VD* Calorias (valor energético) 180 kcal 9% Carboidratos 0,95 g 0,32 % Proteínas 11,35 g 15,13 % Gorduras totais 14,55 g 26,45 % Gorduras saturadas 8,15 g 37,05 % Fibra alimentar 0 g 0 % Sódio 290 mg 12,08 % Fonte: DIETA E SAÚDE. 20 7 CURIOSIDADES Devido à preocupação com a saúde, os consumidores de queijos têm procurado produtos em suas versões com menor teor de gordura. Contudo, a gordura confere as características sensoriais desejáveis, como sabor, cremosidade, maciez e textura aos queijos. Alterações têm sido introduzidas no processo tecnológico de fabricação dos queijos com teor reduzido de gordura, com o intuito de efetuar melhoria nesses produtos; e o uso de enzimas proteolíticas é uma importante estratégia a ser considerada. Analisando as características físicas e sensoriais de queijo Prato com teor reduzido de gordura adicionadoda enzima proteolítica fastuosaína, extraída do fruto verde do gravatá. A adição da fastuosaína não interferiu na capacidade de derretimento, tampouco promoveu o desenvolvimento de amargor, que é característica comum não apreciada em queijos com teor reduzido de gordura (GARCIA; PENNA, 2010). Alguns queijos são boas maneiras de pessoas com intolerância à lactose leve consumirem os nutrientes do leite. Os queijos maturados não possuem lactose, pois ela foi transformada no processo de maturação. Recomenda-se inicialmente pequenas porções e depois o aumento gradativo. Por exemplo, pode-se começar por um queijo bem maturado, como o parmesão e depois ir introduzindo outros queijos como o reino, o provolone, o gouda e, por fim, o prato (PORTAL DE PAULÍNIA, 2014). 21 8 CONCLUSÃO O queijo Prato é bastante nutritivo mesmo apresentando teores significativos de gorduras saturadas e sódio, porém pode-se afirmar que não é a gordura que identifica sua cor amarelada e sim o uso de urucum que dá uma característica essencial desse tipo de queijo e também sua forma retangular é predominante no Brasil utilizado para lanches. Além de possuir suas variedades que mudam em relação ao formato e peso, porém sua fabricação é destinada às indústrias e sua forma caseira não é recomendada, isso ocorre pela necessidade de equipamentos que ajudarão a proporcionar as características e a padronização, principalmente a padronização. 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEZERRA, J. R. M.V. Tecnologia de Fabricação de Derivados do Leite. 2008. Disponível em: <http://www2.unicentro.br/wp- content/blogs.dir/15/files/2012/11/leite.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017. DIETA E SAÚDE. Queijo Tipo Prato. 2017. Disponível em: <http://www.dietaesaude.com.br/dietas/alimentos/760-queijo-tipo-prato?q=queijo>. Acesso em: 13 set. 2017. FERREIRA, C. L. L. Produção de queijo: Minas padrão, prato e provolone. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa – UFV, 2005. 31-52 p. GARCIA, G. A. C; PENNA, A. L. B. Queijo Prato com teor reduzido de gordura adicionado de enzima proteolítica: características físicas e sensoriais. 2010. Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/rial/v69n3/v69n3a11.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. LONDOÑO, M. M. D; ABREU, L. R. Fabricação de queijo Prato. Disponível em: <www.editora.ufla.br/index.php/component/.../category/56-boletins-de-extensao>. Acesso em: 14 ago. 2015. OLIVEIRA, A. Lista de Preços. Disponível em: <http://queijosespeciaisdeminas.blogspot.com.br/p/lista-de-preco_27.html>. Acesso em: 05 set. 2017. SILVA, F. T. Queijo Prato. 2005. Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/11887/2/00076230.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2017. TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS – TACO. 4. Ed. Campinas, SP: Editora: Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 2011. 56 p. PORTAL DE PAULÍNIA. Veja os benefícios e problemas nutricionais dos queijos. 2014. Disponível em: <http://www.portaldepaulinia.com.br/saude/bem-estar/24645- veja-os-beneficios-e-problemas-nutricionais-dos-queijos-.html>. Acesso em: 11 set. 2017. CAVALCANTE, F. M. Produção de queijos Gouda, Gruyére, Mussarela e Prato.2004.Disponívelem:<goias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/8930/ material/TCCFernandaMorais%20%20PRODUÇÃO%20DE%20QUEIJOS%20GOUD A,%20GRUYÉRE,%20MUSSARELA%20E%20PRATO.pdf>. Acesso em: 18 set. 2017. http://www.portaldepaulinia.com.br/saude/bem-estar/24645-veja-os-beneficios-e-problemas-nutricionais-dos-queijos-.html 23 VALCESHI, O. A. O leite e seus derivados. 2001. Disponível em: <http://www.cca.ufscar.br/~vico/O%20LEITE%20E%20SEUS%20DERIVADOS.pdf>. Acesso em: 18 set. 2017. NEPOMUCENO, R. S. C. Efeito do uso de Culturas Produtoras de Exopolissacarídeos (Eps) na Fabricação do queijo Prato. 2012. Disponível em: <http://www.ufjf.br/mestradoleite/files/2013/01/Disserta%C3%A7%C3%A3ofinal19.pd f>. Acesso em: 18 set. 2017.
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