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PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO - CCJ0262 Título Caso Concreto 11 Descrição XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO A sociedade empresária Ômega procura você, exibindo sentença prolatada em reclamação trabalhista movida por Fabiano que tramita perante a 100ª Vara do Trabalho de Maceió/AL. Nela, o magistrado, em síntese, rejeitou preliminar suscitada pela empresa e determinou o recolhimento do INSS relativo ao período trabalhado mês a mês, para fins de aposentadoria, já que restou comprovado que a empresa descontava a cota previdenciária, mas não a repassava ao INSS; rejeitou preliminar suscitada e desconsiderou que a empresa havia feito um acordo em outro processo movido pelo mesmo empregado, homologado em juízo, no qual pagou o prêmio de assiduidade, condenando-a novamente ao pagamento dessa parcela; rejeitou preliminar suscitada pela empresa e desconsiderou que em relação às diárias postuladas, o autor tinha, comprovadamente, outra ação em curso com o mesmo tema, que se encontrava em grau de recurso; extinguiu o feito sem resolução do mérito em relação a um pedido de devolução de desconto, porque não havia causa de pedir; não acolheu a prescrição parcial porque ela foi suscitada pelo advogado em razões finais, afirmando o magistrado que deveria sê-lo apenas na contestação, tendo ocorrido preclusão; deferiu a reintegração do ex-empregado, Fabiano, porque ele foi eleito presidente da Associação de Leitura dos empregados da empresa, entidade criada pelos próprios empregados, sendo que a dispensa ocorreu em dezembro de 2017, no decorrer do mandato do reclamante; indeferiu o pedido de vale-transporte, porque o reclamante se deslocava para o trabalho e dele retornava a pé; deferiu indenização por dano moral, porque, pelo confessado atraso no pagamento dos salários dos últimos 3 meses do contrato de trabalho, o empregado teve seu nome inscrito em cadastro restritivo de crédito, conforme certidão do Serasa juntada pelo reclamante demonstrando a inserção do nome do empregado no rol de maus pagadores em novembro de 2015; deferiu a entrega de uma carta de referência para facilitar o autor na obtenção de nova colocação, caso, no futuro, ele viesse a querer se empregar em outro lugar; indeferiu a integração da alimentação concedida ao empregado, porque a empresa aderira ao Programa de Alimentação do Trabalhador durante todo o contrato de trabalho; deferiu o pagamento da participação nos lucros prevista na convenção coletiva da categoria, nos anos de 2012 e 2013, pois confessadamente não havia sido paga; indeferiu o pedido de anuênio, porque não havia previsão legal nem no instrumento da categoria do autor; deferiu o pagamento da diferença de férias, porque o empregado não fruiu 30 dias úteis no ano de 2016, como garante a Lei. A sociedade empresária apresenta a ficha de registro de empregados do reclamante, na qual se verifica que ele havia trabalhado de 08/07/2007 a 20/10/2017, sendo que, nos anos de 2012 a 2014, permaneceu afastado em benefício previdenciário de auxílio-doença comum (código B-31); a ficha financeira mostra que o empregado ganhava 2 salários mínimos mensais e exercia a função de auxiliar de manutenção de equipamentos, fazendo eventuais viagens para verificação de equipamentos em filiais da empresa. Diante disso, como advogado(a) da ré, redija a peça prático-profissional pertinente ao caso para a defesa dos interesses do seu cliente em juízo, ciente de que a ação foi ajuizada em 30/10/2017 e que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprometesse sua integridade. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 100ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE MACEIÓ/AL Ref.: Processo nº ... A sociedade empresária Ômega, já qualificado nos autos da RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que move em face de Fabiano, processo em epígrafe, por intermédio de seus procuradores, vem mui respeitosamente perante a ínclita presença de Vossa Excelência, tempestivamente, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO o que faz com fulcro no artigo 895, inciso I, da CLT, em virtude dos argumentos fáticos e de direito expostos a seguir. O Recorrente, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência declare os efeitos com que recebe o presente recurso ordinário, interposto, após cumpridas as formalidades legais, seja ordenada a remessa desses autos, com as Razões do Recurso, ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região. Anexas as razões do recurso, comprovantes do recolhimento das custas e depósito recursal. Termos em que pede e espera deferimento. Local e Data Advogado OAB nº ... EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA ... REGIÃO RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO Origem: 100ª Vara do Trabalho da Comarca de Maceió/AL. Processo nº: ... Recorrente: Sociedade empresária Ômega Recorrido: Fabiano Colenda Turma, Nobres Julgadores, 1. DO CABIMENTO. A decisão proferida na Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância. Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, alínea "a" da CLT. Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto no actídio legal. Dessa forma, preenchido os pressupostos de admissibilidade requer o devido processamento do presente recurso. 2. DA TEMPESTIVIDADE. O art. 895, inciso I, da CLT, prevê que é tempestivo o Recurso Ordinário manejado dentro do prazo de 08 (oito) dias a contar da publicação da decisão objurgada. Sendo assim, é tempestivo o presente Recurso. 3. DO PREPARO. a) Depósito Recursal: devidamente recolhido no importe de R$ ..., conforme guia anexa; b) Custas: devidamente recolhidas de acordo com o art. 789, § 1º, da CLT, a razão de R$..., conforme guias anexas dentro do prazo recursal. 4. BREVE SÍNTESE DA DEMANDA. Foi prolatada sentença de reclamação trabalhista em face do ora recorrente. Nessa, a respeitável 100ª Vara do Trabalho de Maceió/AL, rejeitou preliminar suscitada pela empresa e determinou o recolhimento do INSS; rejeitou preliminar suscitada e desconsiderou que a empresa já havia feito um acordo em outro processo movido e já homologado, condenando-a novamente ao pagamento dessa parcela; rejeitou preliminar suscitada pela empresa e desconsiderou que o autor tinha outra ação em curso com o mesmo tema; deferiu reintegração do ex-empregado; deferiu indenização por dano moral; deferiu a entrega de carta de referência; deferiu o pagamento de partição nos lucros; deferiu o pagamento de diferença de férias. In casu, a referida decisão não merece prosperar, motivo pelo o qual a sentença deve ser reformada, conforme os fundamentos que a seguir serão expostos: 5. PRELIMINAR DE MÉRITO 5.1. Incompetência Absoluta: A sentença determinou o recolhimento do INSS relativo ao período trabalhado mês a mês, para fins de aposentadoria. Contudo, de acordo com a Súmula 368, inciso I do TST a Justiça do Trabalho será competente quanto à execução das contribuições previdenciárias somente quando for de sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição, isto é, a sentença do caso em tela não tem cunho condenatório e, portanto, a Justiça do Trabalho não é competente. Diante o exposto, requer que seja declarado a incompetência absoluta quanto ao recolhimento do INSS, conforme dispõe Súmula Vinculante 53 do STF, Súmula 368, inciso I, TST, art. 876, §único, CLT, e o art. 114, VIII, da CRFB/88. 5.2. Coisa julgada: A recorrente teve seu pedido rejeitado em preliminar, pois em síntese foi desconsiderado que a empresa havia feito um acordo em outro processo movido pelo mesmo empregado em juízo, na qual pagouo prêmio de assiduidade, condenando-a novamente ao pagamento dessa parcela. A sentença não merece ser mantida, pois foi feito um acordo, homologado em juízo, na qual foi pago à época o prêmio e conforme dispõe o art. 831, § único, CLT, o termo que for lavrado no caso de conciliação será irrecorrível. Diante o exposto, requer que seja acolhida a presente preliminar, para que declare a coisa julgada quanto ao pedido de pagamento de assiduidade, conforme disposto nos 337, VII e §§ 1º e 4º do CPC, art. 502 do CPC e art. 485, V, do CPC. 5.3. Litispendência: A sentença rejeitou a preliminar suscitada pelo recorrente e desconsiderou que em relação as diárias postuladas, o autor tinha, comprovadamente, outra ação em curso com o mesmo tema, e que se encontrava em grau de recurso. De acordo com os art. 337, VI, do CPC, opera-se a litispendência quando a mesma ação é proposta repetidamente. Portanto, estamos diante da repetição do pedido das diárias, pois o pedido está sendo apreciado pelo Judiciário em outro processo. Diante o exposto, requer que seja acolhida a presente preliminar, acarretando a extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que o pedido das diárias postuladas caracteriza litispendência, conforme art. 337, inciso VI, do CPC, 337, § 1º, do CPC e 337, § 3º do CPC e art. 485, V, do CPC. 6. PREJUDICIAL DE MÉRITO. 6.1. Prescrição Parcial: A sociedade empresária Ômega postulou por meio de seu advogado em razões finais a prescrição parcial, entretanto o Douto Magistrado não acolheu sob o argumento de que a descrita prescrição deveria ter sido arguida em contestação e concluiu com a preclusão do feito. A sentença não deve ser mantida, pois nos termos da súmula 153 do TST, a prescrição poderá ser arguida em instância ordinária, desta forma não há que se falar em preclusão do feito. Em face do exposto, requer a reforma da sentença a fim de que considere a prescrição parcial nos moldes do art. 11, caput, da CLT; art. 7º, XXIV, da CF e súmula 308 do TST, e por consequência, que considere prescritos todos os pleitos formulados anteriores à 30/10/2012. 7. DO MÉRITO 7.1 Reintegração: A sentença deferiu a reintegração do recorrido, pois ele foi eleito presidente da Associação de Leitura dos empregados da empresa, entidade criada pelos próprios empregados e que a dispensa ocorreu no decorrer do mandato do reclamante. A sentença não merece ser mantida, porque o autor não foi eleito dirigente de sindicato, mas de associação interna da empresa, o que não lhe assegura estabilidade, conforme o Art. 543, § 3º, da CLT e Art. 8º, VIII, da CF/88. Diante o exposto, requer a reforma da sentença para que não considere o recorrido com estabilidade e por consequência que mantenha a demissão. 7.2 Dano Moral: A sentença deferiu o pedido de dano moral do recorrido, porque houve atraso no pagamento do salário dos últimos 3 (três) meses do contrato de trabalho e com isso o recorrido apresentou certidão do Serasa demonstrando a inserção do nome do recorrido no rol dos maus pagadores em novembro de 2015. A sentença não merece ser mantida, pois o atraso se deu somente nos últimos 3 (três) meses do contrato de trabalho, ou seja, no ano de 2017, entretanto o documento apresentado para comprovar o dano foi do ano de 2015 (documento de certidão do Serasa, novembro de 2015). Assim, conclui-se que o documento apresentado não poderá ser usado para configuração do dano haja vista a divergência dos períodos e a não comprovação do prejuízo. Diante o exposto, requer a reforma da sentença para que se retire a condenação do Dano Moral do recorrido, sob à luz dos art. 186 e do Art. 927, ambos do Código Civil. 7.3 Carta de Referência: A sentença deferiu a entrega de uma carta de referência para facilitar ao recorrido a obtenção de nova colocação no mercado de trabalho. Entretanto, a sentença é indevida porque a entrega de carta de recomendação não está prevista em Lei. Por fim, conforme o art. 5º, II, CRFB/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei. Diante o exposto, requer a reforma da sentença para que seja julgado improcedente o pedido de entrega de carta de referência. 7.4 Participação nos lucros: A sentença deferiu o pagamento da participação nos lucros prevista na convenção coletiva da categoria nos anos de 2012 e 2013, pois confessadamente não havia sido paga. Em relação a esse ponto, a sentença não merece ser mantida, pois o contrato do recorrido estava suspenso no período de referência em razão de doença (código B-31), assim a participação nos lucros é indevida porque ele não colaborou para lucratividade por estar afastado conforme estabelece o art. 476, da CLT, art. 1º Lei 10.101/00, e a Súmula 451 TST. Diante o exposto, requer a reforma da sentença para que julgue improcedente o pedido de participação dos lucros conforme explanado acima. 7.5 Férias: A sentença deferiu ao recorrido o pagamento de férias sob a justificativa de que o empregado não fruiu 30 dias úteis no ano de 2016, como garante a Lei. Contudo, não merece prosperar, pois o conforme o art. 130, I da CLT as férias não são fruídas em dias úteis e sim em dias corridos. Diante o exposto, requer a reforma da sentença para que julgue improcedente o pedido de pagamento de férias em dias úteis. 8. DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) O conhecimento e o provimento do presente Recurso, posto que preenchidos os pressupostos de admissibilidade, para fins de reformar a decisão recorrida e determinar o acolhimento das preliminares e no mérito seu provimento com a total reforma do julgado. b) A notificação do Recorrido, para, querendo, se manifestar; c) A condenação do recorrido ao pagamento dos honorários advocatícios a razão de 15%, conforme estabelece o art. 791-A, da CLT. Nestes termos, Pede deferimento. Local e Data Advogado (a) OAB nº ...