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PRÁTICA SIMULADA DO TRABALHO - CCJ0262 Título Caso Concreto 7 Descrição XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A. procura você, como advogado(a), afirmando que Joana da Silva, que foi empregada da Tecelagem de 10/05/2008 a 29/09/2018, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária, em 15/10/2018, com pedido certo, determinado e com indicação de seu valor. O processo tramita na 80ª Vara do Trabalho de Cuiabá, sob o número 1000/2018. Joana requereu da ex-empregadora o pagamento de indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. Disse, ainda, que a empresa fornecia plano odontológico gratuitamente, requerendo, então, a sua integração, para todos os fins, como salário utilidade. Afirma que, nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, pelo que requer o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico, caracterizando tempo à disposição do empregador, que deve ser remunerado como hora extra, o que requereu. Joana afirma que foi coagida moralmente a pedir demissão, pois, se não o fizesse, a sociedade empresária alegaria dispensa por justa causa, apesar de ela nada ter feito de errado. Assim, requer a anulação do pedido de demissão e o pagamento dos direitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Ela reclama que foi contratada como cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor. Esse procedimento caracterizaria acúmulo funcional com a atividade de garçom, pelo que ela requer o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor do seu salário. Por fim, formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não o fundamentou na causa de pedir. Joana juntou, com a petição inicial, os laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa, e a cópia do cartão do plano odontológico, que lhe foi entregue pela empresa na admissão. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior prorrogou-se automaticamente. Por fim, juntou a circular da empresa que informava a todos os empregados que eles poderiam participar de um culto na empresa, que ocorreria todos os dias ao fim do expediente. A ex-empregadora entregou a você o pedido de demissão escrito de próprio punho pela autora e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um pedido de demissão. Diante da situação, elabore a peça processual adequada à defesa dos interesses de seu cliente. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 80ª VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ Referente Processo nº 1000/2018 A sociedade empresária Tecelagem Fio de Ouro S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ n° ..., situado na Rua ..., n° ... Bairro ..., Estado ..., Cidade ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., vem, por seu advogado abaixo assinado, procuração em anexo, com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., CEP ..., endereço eletrônico ..., com base nos artigos 769 e 847 da CLT c/c artigo 336 ao 343 do CPC/15 apresentar CONTESTAÇÃO em face de Joana da Silva, já devidamente qualificado nos autos da ação de reclamação trabalhista, pelos fatos e direito que passa expor. 1. DA REALIDADE FÁTICA. Joana da Silva ajuizou Reclamação Trabalhista em face do ora recorrente na qual pleiteia pagamento de adicional de periculosidade; pagamento de indenização por dano moral; integração de plano odontológico ao seu salário; pagamento de cesta básica; reconhecimento de horário de disponibilidade para fins de hora extra; anulação do pedido de demissão e reconhecimento de acúmulo funcional. In casu, a referida Reclamação Trabalhista não deve prosperar conforme os fundamentos que a seguir serão expostos: 2. PRELIMINARES 2.1 Inépcia do Pedido O art. 330, § 1º, inciso I, do CPC, prevê que a petição será inepta quando faltar pedido ou causa de pedir. No caso em tela, a reclamante formulou um pedido de adicional de periculosidade, mas não apresentou fundamentos que sustentem o seu pedido, tornando a petição inepta por estar ausente a causa de pedir. Diante o exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito nos termos dos art. 330, inciso I e art. 485, inciso I, ambos do CPC. 3. PREJUDICIAL DE MÉRITO 3.1 Prescrição Parcial Nos termos do art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88 em consonância com o art. 11 da CLT e com base na Súmula 308, inciso I do TST, as verbas trabalhistas prescrevem em 5 anos, contados da data do ajuizamento da ação. Sendo assim, requer que seja reconhecida a prescrição das pretensões anteriores a cinco anos do ajuizamento da ação, isto é, considerando que a reclamação trabalhista foi ajuizada no dia 15/10/2018, devem ser declaradas prescritas as pretensões anteriores a 15/10/2013. 4. DO MÉRITO 4.1 Indenização por dano moral A reclamante solicita indenização por dano moral, alegando ser vítima de doença profissional, já que o mobiliário da empresa, segundo diz, não respeitava as normas de ergonomia. A mesma, juntou aos autos laudos de ressonância magnética da coluna vertebral, com o diagnóstico de doença degenerativa. Contudo, a doença degenerativa não é considerada doença profissional nem doença do trabalho, na forma do art. 20, § 1º, alínea a, da Lei nº 8.213/91. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de indenização por dano moral. 4.2 Integração do plano odontológico A reclamante requer que o plano odontológico fornecido gratuitamente seja integrado, para todos os fins, como salário utilidade. Contudo, o plano odontológico não caracteriza salário utilidade por expressa vedação legal, na forma do art. 458, § 2º, inciso IV e §5º, da CLT. Infere-se, portanto, que não poderá ser integrado ao salário. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de integração do plano odontológico. 4.3 Cesta básica A reclamante afirma que direito nos últimos dois anos, a sociedade empresária fornecia, a todos os empregados, uma cesta básica mensal, suprimida a partir de 1º de agosto de 2018, violando direito adquirido, requerendo o seu pagamento nos meses de agosto e setembro de 2018. Juntou, ainda, a cópia da convenção coletiva, que vigorou de julho de 2016 a julho de 2018, na qual consta a obrigação de os empregadores fornecerem uma cesta básica aos seus colaboradores a cada mês, e, como não foi entabulada nova convenção desde então, advoga que a anterior se prorrogou automaticamente. Contudo, não assiste razão o pedido pois a norma coletiva juntada findou em julho de 2018 e não possui ultratividade, na forma do art. 614, § 3º, da CLT. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento de cesta básica. 4.4 Hora extra A reclamante requer horas extras, pois relata que, no ano de 2018, permanecia, duas vezes na semana, por mais uma hora na sede da sociedade empresária para participar de um culto ecumênico. Contudo, a participação voluntária do empregado em práticas religiosas dentro da empresa não caracteriza tempo à disposição, conforme o disposto no art. 4º, § 2º, inciso I, da CLT. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento de hora extra. 4.5 Anulação do pedido de demissão A reclamante requereu a anulação do pedido de demissão e o pagamento dosdireitos como sendo uma dispensa sem justa causa. Porém a ex-empregadora está em posse do pedido de demissão escrito de próprio punho pela autora e o documento com a quitação dos direitos da ruptura considerando um pedido de demissão. Em primeiro plano, a reclamada nega ter provocado qualquer ato ilícito capaz de provocar danos. Em segundo plano, o ônus de provar o alegado vício de consentimento pertence à autora, na forma do art. 818, inciso I, da CLT e do art. 373, inciso I, do CPC/15, o que não comprovado. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de anulação de demissão. 4.6 Acúmulo Funcional A reclamante requer o pagamento de um plus salarial de 30% sobre o valor de seu salário, pois, de acordo com ela, a sua contratação foi para ser cozinheira, mas que era obrigada, desde o início do contrato, após preparar os alimentos, a colocá-los em uma bandeja e levar a refeição para os 5 empregados do setor e esse procedimento, ao seu ver, caracteriza acúmulo funcional. Contudo, não assiste razão o pedido porque a atividade desempenhada pela autora era compatível com a sua condição pessoal e profissional, na forma do art. 456, parágrafo único, da CLT. Diante o exposto, requer a improcedência do pedido de acúmulo de função. 5. DOS PEDIDOS Diante o exposto, requer: a) Que seja declarada a inépcia da inicial e, consequentemente seja extinto o processo sem resolução do mérito, nos termos dos art. 330, inciso I e art. 485, inciso I, ambos do CPC; Caso não entenda que a petição inicial é inepta, que seja: b) Acolhida a prejudicial de prescrição parcial nos termos do art. 7º, inciso XXIX, da CRFB/88 em consonância com o art. 11 da CLT e com base na Súmula 308, inciso I do TST; c) Declarada a improcedência total dos pedidos arguidos pela reclamante, pelos motivos expostos; ou d) A dedução e eventual compensação das verbas já pagas, caso Vossa Excelência condene o réu em algum pedido. Potesta, pois, provar o alegado por todos os meios admitidos no Direito. Nestes termos, Pede deferimento Local ..., Data ... ADVOGADO OAB nº ...