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2018 - Simulado EXTRA 1 - Prova 1

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SIMULADO 1 - ENEM 2018 - PROVA I
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S
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção inglês)
QUESTÃO 01 
NASA: California has one year of water left 
Plagued by prolonged drought, California now has only 
enough water to get it through the next year, according to NASA. 
In an op-ed published Thursday by the Los Angeles Times, 
Jay Famiglietti, a senior water scientist at the NASA Jet 
Propulsion Laboratory in California, painted a dire picture of 
the state’s water crisis. California, he writes, has lost around 
12 million acre-feet of stored water every year since 2011. 
In the Sacramento and San Joaquin river basins, the combined 
water sources of snow, rivers, reservoirs, soil water and 
groundwater amounted to a volume that was 34 million 
acre-feet below normal levels in 2014. And there is no 
relief in sight. 
“As our ‘wet’ season draws to a close, it is clear that 
the paltry rain and snowfall have done almost nothing to 
alleviate epic drought conditions. January was the driest in 
California since record-keeping began in 1895. Groundwater 
and snowpack levels are at all-time lows” Famiglietti writes. 
“We’re not just up a creek without a paddle in California, 
we’re losing the creek too.” 
SCHLANGER, Z. Disponível em: <http://www.newsweek.com>. 
Acesso em: 04 out. 2017. [Fragmento]
O texto aborda a crise hídrica na Califórnia, que é um dos 
maiores desafios enfrentados na atualidade por esse estado. 
Um dos fatores mencionados no texto que contribuíram para 
que se chegasse a essa situação é
A. 	 o desperdício decorrente da degradação do sistema de 
distribuição. 
B. 	 a quantidade rarefeita de chuva nos meses de janeiro 
desde 1895.
C. 	 o nível baixo de precipitação em forma de neve na 
região do estado.
D. 	 a conclusão antecipada do período chuvoso nessa 
região dos EUA. 
E. 	 o consumo desregrado pela população e indústria 
californianas. 
Alternativa C
Resolução:
A) INCORRETA – O texto aponta que os reservatórios 
californianos perderam cerca de 12 milhões de 
acre-pés de água (14,8 bilhões de metros cúbicos, 
aproximadamente) todos os anos desde 2011. Contudo, 
essa perda não é atribuída à degradação dos sistemas de 
distribuição, visto que eles não são sequer mencionados. 
B) INCORRETA – O artigo aponta que, no ano de sua 
publicação, o mês de janeiro havia sido o mais seco 
desde que as precipitações no estado começaram a ser 
aferidas, em 1895. Conclui-se, portanto, que a afirmativa 
da letra B é uma deturpação do que se diz no texto.
IMOH
C) CORRETA – O pesquisador da NASA, James Famiglietti, 
atribui, entre outras coisas, à baixa precipitação em 
forma de chuva e de neve o estado de extrema seca 
em que se encontra a Califórnia.
D) INCORRETA – Não se menciona uma combinação dos 
reservatórios que abastecem a Califórnia como motivo 
da seca. O que se aponta no texto é que, nas bacias 
dos rios Sacramento e San Joaquin, toda a água da 
neve, de rios, de reservatórios, do solo e de lençóis 
freáticos combinada correspondeu a um total que estava 
34 milhões de acre-pés abaixo do nível normal de 2014.
E) INCORRETA – Embora o consumo desregrado possa 
ser inferido como um dos fatores da crise hídrica 
californiana, o texto não o menciona, motivo pelo qual 
essa alternativa não pode ser escolhida como resposta.
QUESTÃO 02 
The mighty Amazon might be sunk by the demand for 
instant gratification
Hegemony never lasts in technology. The day the first 
pundit calls a tech superpower a dangerous monopoly, start 
looking for whatever is coming to overthrow it. 
This seems to be where we are with mighty Amazon.com. 
Amazon is still growing like crazy, about 20 percent 
year-over-year. But it’s not growing the way it used to. 
The company this month missed earnings and said its 
fourth-quarter revenue will be lower than expected. Plus, 
it seems to be suffering occasional brain farts, like its overly 
hasty 60 Minutes drone reveal and the introduction of its Fire 
phone. The Fire was a colossal misreading of consumers, 
as if McDonald’s launched a haggis sandwich and was 
puzzled when nobody bought it. 
Disponível em: <http://www.newsweek.com/business>. 
Acesso em: 21 mar. 2017. [Fragmento]
A gigante de vendas Amazon.com destaca-se no comércio 
via Internet há muitos anos. Contudo, a empresa enfrentou 
questões problemáticas em 2014. Entre essas questões, o 
texto cita 
A. 	a consideração supervalorizada das demandas dos 
consumidores finais.
B. 	a crítica à sua hegemonia feita por especialistas da área 
de tecnologia.
C. 	a queda no faturamento da empresa no quarto trimestre 
do ano.
D. 	o surgimento de práticas de venda mais eficazes que 
as da Amazon. 
E. 	o crescimento nas vendas de apenas 20% nos quatro 
anos anteriores. 
ARUC
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 1BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: 
A) INCORRETA – O texto não fala de uma consideração 
supervalorizada das demandas dos consumidores, mas, 
sim, de uma leitura equivocada – misreading –, o que 
levou a empresa a lançar o smartphone Fire, fracasso 
de vendas.
B) INCORRETA – Essa alternativa distorce o que diz o 
primeiro parágrafo do texto. Nele, o autor afirma que 
um indicador de que uma grande empresa tecnológica 
vai começar a ruir é o fato de ela ser considerada 
um monopólio por especialistas. Isso não quer dizer, 
contudo, que foram as críticas que impediram o 
crescimento da Amazon em 2014.
C) CORRETA – Um quarto de ano corresponde a três 
meses, isto é, um trimestre. Portanto, fourth-quarter 
pode ser traduzido como “do quarto trimestre”. Assim, 
a alternativa está de acordo com a seguinte passagem 
do texto: The company this month missed earnings 
and said its fourth-quarter revenue will be lower than 
expected.
D) INCORRETA – O artigo não cita o surgimento de 
nenhuma prática de venda melhor que as da Amazon, 
logo a alternativa não se sustenta no texto.
E) INCORRETA – O texto afirma que a Amazon teve um 
crescimento de 20% ano após ano, o que é algo positivo, 
e não uma questão problemática (a expressão growing 
like crazy – crescendo feito doida – deixa isso claro). 
QUESTÃO 03 
Disponível em: <https://i.pinimg.com>. Acesso em: 09 out. 2017.
Nesse cartum, a quebra de expectativa leva a um efeito de 
humor. Essa quebra ocorre porque
A. 	 a entrevistada atribui aos congressistas as 
características citadas pelo entrevistador. 
B. 	 a entrevistada responde com impaciência às perguntas 
feitas pelo entrevistador.
C. 	 as personagens têm opiniões parecidas sobre o 
recebimento de ajudas financeiras.
D. 	 o entrevistador induz a entrevistada a criticar os 
membros do Poder Legislativo.
E. 	 o entrevistador emite um juízo de valor sobre os 
beneficiários de programas sociais.
2VØ7
Alternativa A
Resolução:
A) CORRETA – Ao questionar o que se deve fazer com 
“pessoas que recebem ajuda financeira do governo, mas 
são preguiçosas demais para trabalhar”, o entrevistador 
está se referindo aos beneficiários de programas sociais. 
Contudo, a mulher atribui essas características aos 
congressistas, dizendo que essas pessoas devem 
ser expulsas do Congresso. Isso gera uma quebra de 
expectativa, que, por sua vez, contribui para o efeito de 
humor irônico e crítico do cartum.
B) INCORRETA – A mulher entrevistada estácom os 
braços cruzados e dá uma resposta inesperada, o que, 
de fato, demonstra certa impaciência, mas isso em si 
não gera uma quebra de expectativa. 
C) INCORRETA – Nota-se que as personagens têm 
opiniões marcadamente divergentes sobre os benefícios 
financeiros distribuídos pelo governo, visto que o 
entrevistador os considera um problema quando são 
recebidos pela população, e a mulher os vê como 
problema quando recebidos por políticos. 
D) INCORRETA – Não existem elementos textuais 
suficientes para afirmar que o entrevistador tenha 
buscado induzir a entrevistada a criticar os membros 
do Poder Legislativo. Além disso, o elemento textual 
que gera a quebra de expectativa não é esse, mas, sim, 
a resposta da entrevistada. 
E) INCORRETA – Embora o entrevistador de fato emita 
um juízo de valor sobre os beneficiários de programas 
sociais, não é isso que causa a quebra de expectativa no 
cartum, levando ao efeito de humor, mas, sim, o fato de 
a mulher atribuir esse juízo de valor aos congressistas.
QUESTÃO 04 
PARKER, J. Disponível em: <http://www.cagle.com/>. Acesso em: 22 dez. 2014.
O cartum é um desenho humorístico de caráter crítico, 
retratando, de uma forma bastante sintetizada, algo que 
envolve o dia a dia de uma sociedade. O texto anterior 
provoca no leitor uma reflexão acerca da(o)
A. 	atitude irresponsável e preguiçosa da juventude.
B. 	desemprego de pessoas na faixa dos 30 anos.
C. 	custo alto da formação universitária. 
D. 	postura altamente repressora dos pais.
E. 	preferência dos jovens por viver na casa dos pais.
IAØN
LCT – PROVA I – PÁGINA 2 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: Como explica o enunciado da questão, os cartuns geralmente satirizam e / ou problematizam um aspecto de 
uma determinada sociedade. O cartum em questão, produzido por Jeff Parker, retrata um problema atual dos EUA, que é o 
endividamento dos jovens devido aos altos custos da formação superior e aos financiamentos estudantis. O texto também 
aborda o conflito de gerações que esse fato socioeconômico produz, pois os americanos mais velhos – que não tiveram, 
no passado, o mesmo problema com débitos estudantis que os jovens de 20 a 30 anos têm hoje – tacham as novas gerações 
de preguiçosas e irresponsáveis. 
Portanto, tendo em vista o que foi exposto anteriormente, pode-se afirmar que a alternativa A está incorreta, pois não descreve 
uma reflexão suscitada no leitor pelo texto, mas, sim, um preconceito geralmente nutrido pelos americanos mais velhos em 
relação aos mais jovens. 
A alternativa B também está incorreta, pois o tema do cartum não é o desemprego nos EUA, mas, sim, como dito anteriormente, 
os altos custos da educação superior naquele país e o consequente endividamento dos jovens na faixa etária dos 20 aos 
30 anos. 
A alternativa C, por sua vez, está correta, pois a reflexão suscitada pelo cartum é justamente sobre o alto custo da formação 
universitária nos EUA.
A alternativa D está incorreta, pois, embora os pais do jovem retratado no cartum o chamem de preguiçoso e irresponsável, 
a reflexão que o texto suscita não é exatamente sobre a postura repressora deles, mas, sim, sobre o conflito de gerações 
que, como explicamos anteriormente, decorre da atual conjuntura do ensino superior nos EUA.
Por fim, a alternativa E está incorreta, pois os jovens americanos não preferem morar com os pais; eles simplesmente não têm 
opção, visto que estão endividados.
QUESTÃO 05 
Disponível em: <https://kingsjester.wordpress.com>. Acesso em: 05 out. 2017.
Esse cartum aborda um aspecto sociopolítico dos Estados Unidos. Por meio dele, busca-se fazer uma crítica à falta de
A. 	 preocupação da população estadunidense com o aquecimento global. 
B. 	 critério para o estabelecimento de prioridades pelo governo dos EUA.
C. 	 funcionários públicos para atender à população carente estadunidense.
D. 	 acesso a um serviço de saúde barato e de qualidade nos Estados Unidos.
E. 	 comprometimento do governo estadunidense com os problemas da população.
Alternativa B
Resolução:
A) INCORRETA – O cartum não busca criticar a falta de preocupação da população dos EUA com o aquecimento global, mas, 
sim, apontar que, enquanto o governo se ocupa com esse problema, várias pessoas estão sem emprego e sem assistência.
B) CORRETA – No cartum, vê-se uma fila de pessoas aguardando atendimento à porta de um “unemployment office” 
(agência responsável por ajudar os cidadãos a encontrar emprego). Afixadas na porta dessa agência, há duas placas 
indicando que o lugar estará fechado até que se resolvam os problemas do aquecimento global e da saúde. Com isso, 
faz-se uma crítica implícita à incapacidade da administração pública estadunidense de estabelecer prioridades para 
conseguir resolver o problema do desemprego, que também é urgente. 
C) INCORRETA – A crítica feita no cartum não é à falta de funcionários públicos para atender à população carente, mas, sim, 
ao empenho do governo estadunidense em resolver problemas que podem não ser tão urgentes quanto o do desemprego. 
D) INCORRETA – O cartum, na verdade, critica o esforço do governo estadunidense em resolver o problema do acesso à saúde 
em detrimento da busca por resolver o problema do desemprego. Portanto, a crítica não é à falta de acesso à saúde em si. 
E) INCORRETA – O aquecimento global e a saúde podem ser considerados problemas da população, e, tendo em vista 
que o cartum sugere que o governo do país está empenhado em resolvê-los, não se pode dizer que haja falta de 
comprometimento. A crítica que se faz no cartum, na verdade, é à falta de capacidade desse governo de fazer isso sem 
deixar de lado outro problema tão ou mais urgente, que é o desemprego. 
R3HA
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 3BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questões de 01 a 45
Questões de 01 a 05 (opção espanhol)
QUESTÃO 01 
Disponível em: <http://i.blogs.es/b243a6/650_1000_captura-20de-20pantalla-202012-12-11-20a-20las-2014.34.53/1366_2000.jpg>. Acesso em: 30 ago. 2016.
A propaganda institucional divulga mensagens de cunho social, cultural ou cívico com a intenção de promover uma determinada 
ação em seu público-alvo. Essa propaganda institucional da Unicef tem por objetivo
A. 	 agradecer as doações realizadas às crianças em situação de desnutrição.
B. 	 noticiar as informações coletadas sobre a desnutrição infantil no mundo. 
C. 	 incentivar o aumento das doações para o combate à desnutrição infantil.
D. 	 chocar seus interlocutores com os dados divulgados sobre a desnutrição.
E. 	 destacar a baixa expectativa de vida das crianças que sofrem de desnutrição.
Alternativa C
Resolução: A alternativa correta é a C, pois a propaganda da Unicef tem por objetivo estimular o leitor a contribuir com a 
causa, aumentando, assim, o número de doações para o combate à fome no mundo. As demais alternativas estão incorretas 
porque elas referem-se aos recursos utilizados na campanha para atingir o objetivo de captar doações.
QUESTÃO 02 
Las barras bravas representan un cáncer para el fútbol profesional de Argentina, el deporte nacional por excelencia. 
Ya cargan sobre sus espaldas nada menos que 301 asesinatos en batallas campales en los estadios y emboscadas por 
ajustes de cuentas. 
Pese a ello la sociedad no reacciona como sería necesario ante esa enfermedad colectiva. Ya se han probado varios 
antídotos y ninguno ha surtido efecto, desde el veto personalizado de ingreso a las gradas o la suspensión del estadio, hasta 
proscribir del partido a toda una afición. 
El último intento por frenar a las barras bravas ha sido un proyecto que propuso modificar el código penal e incluir la 
tipificación de los delitos y el monto de los castigos para los violentos. 
En principio parecía que el proyecto iba a pasar sin sobresaltos por la comisión de legislación penal del congreso de los 
diputados y luego sería debatido en el hemiciclo. El gobierno de la provincia de Buenos Aires mandó a su secretariode Deportes, 
Alejandro Rodríguez, en señal de respaldo a la medida. 
Sin embargo, en la reunión de comisión la diputada oficialista Diana Conti, ha salido con una reacción inesperada y ha 
planteado objeciones que pusieron todo marcha atrás. 
“El Frente para la Victoria (de la Presidenta Cristina Fernández) no está de acuerdo con estos proyectos” pues producen 
“una estigmatización del barrabrava”, ha argumentado. Y ha opinado que “el derecho penal no es una solución mágica” y se 
debe “ser cuidadosos con los aumentos de pena o una tipificación de los barrabravas”. 
Disponível em: <http://www.elmundo.es/internacional/2015/03/11/5500bf0422601d0d4 98b4575.html>. Acesso em: 10 maio 2015. 
O argumento que sustenta as objeções a tornar mais severa a punição de membros de torcidas organizadas na Argentina 
se baseia na premissa de que
A. 	 a sociedade rejeita a existência dessa doença coletiva. 
B. 	 as medidas propostas para diminuir a violência se mostraram ineficazes.
C. 	 os membros de torcidas organizadas apresentam comportamentos diferenciados. 
D. 	 o direito penal oferece soluções que parecem mágicas de maneira cuidadosa. 
E. 	 a última tentativa para frear a violência nos estádios apontou novos caminhos para o êxito. 
7IGQ
ZMML
LCT – PROVA I – PÁGINA 4 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: Segundo o texto, a deputada Diana Conti 
apresentou objeções ao projeto de modificação ao 
código penal com o argumento de que ele produzirá uma 
estigmatização dos membros de torcidas organizadas, e 
que alterar o direito penal não será uma solução mágica 
para a situação, razão pela qual deve-se ter cuidado com 
o aumento das penas e a tipificação dos barrabravas. 
Com base na argumentação da deputada, percebe-se que a 
lógica subjacente à sua posição é a de que uma tipificação 
levaria ao estigma de que todo membro de torcida organizada 
pratica atos de violência, o que não necessariamente é 
verdade. Portanto, a alternativa correta é a C.
QUESTÃO 03 
El Diccionario de la Lengua Española ya no es de la 
RAE, es de las 22 academias
Al presentar la edición XXIII del Diccionario de la 
Lengua Española, Jaime Labastida señaló que hasta hace 
poco este libro era conocido popularmente como RAE 
(Real Academia Española), porque era en efecto el 
diccionario de esta institución. Hoy ya no lo es, pertenece 
a todas las academias y debemos llamarlo de otra manera, 
con otra sigla. Él lo llamó “DILE”.
La lengua española es universal y no tiene centro, es 
policéntrica, en la que no se reconoce como correcta solo 
una de las normas lingüísticas. Cada una de las naciones 
posee la forma del habla que le es propia, su léxico y giros 
distintos. Y esto revela la actual edición del diccionario, 
precisó Jaime Labastida. […]
Sin embargo, explicó que esta edición aún contiene 
algunos defectos como el no señalar los españolismos. 
Por ejemplo, dijo, la palabra “grifo”, en España describe a 
un animal y en México es la acepción de una persona que 
se intoxica con drogas, como la mariguana. Otro, añadió, 
es la palabra “bañador”, de que define a una persona que 
baña, pero el españolismo dice que es una prenda de una 
pieza usada para bañarse en playas. “En el diccionario 
estas dos palabras no tienen la marca de españolismo.”
Estos defectos podrán subsanarse en próximas 
ediciones, “porque este diccionario, pese a todo, es el 
diccionario canónico de nuestra lengua, más ahora por la 
amplia colaboración de las 22 academias”.
Disponível em: <http://www.cronica.com.mx/notas/2014/870345.html>. 
Acesso em: 10 dez. 2014 (Adaptação).
Jaime Labastida aponta uma falha na última edição do 
Dicionário da Língua Espanhola, elaborado pelas 22 
academias da língua. O erro fundamental a que se refere o 
membro da Academia Mexicana decorre da
A. 	 ausência da marca de espanholismos no dicionário.
B. 	 falta de participação das academias da língua.
C. 	 marcação de americanismos no dicionário.
D. 	 presença da sigla DILE no título do dicionário.
E. 	 prevalência do sentido ambíguo de algumas palavras.
RQTG
Alternativa A
Resolução: No texto, Labastida apresenta a nova edição 
do dicionário da RAE, feita em colaboração entre as 
22 academias de Língua Espanhola, porém, sinaliza que o 
dicionário possui defeitos, a saber, a falta de espanholismos 
– variações no uso e significado de algumas palavras entre 
os países hispanofalantes –, problema que pode ser corrigido 
nas próximas edições do dicionário colaborativo. Portanto, 
a alternativa correta é a A. 
QUESTÃO 04 
Reloj biológico y horario de verano 
Todos tenemos un reloj interno llamado reloj biológico, 
biorritmo o reloj circadiano, que regula entre otros aspectos 
de nuestra vida el sueño y el hambre. 
El biorritmo está basado en las influencias del ritmo 
circadiano. Es decir que el ser humano y al parecer la mayoría 
de los seres vivos, están regulados por “un reloj biológico” 
que interactúa con la naturaleza y sus ciclos, como el día 
y noche y las estaciones, y repercute en los ciclos de sueño 
e insomnio, de apetito, de actividad hormonal, entre otros. 
Fisiológicamente lo más adecuado para la salud y el 
rendimiento del ser humano es acoplar de la mejor forma 
posible sus actividades más importantes al ciclo natural luz / 
obscuridad. El regulador de este reloj es la luz ya que cuando 
la retina capta el primer rayo de sol, manda la información al 
cerebro y éste envía docenas de órdenes al cuerpo. 
Para activarnos en el día el sistema endocrino segrega, 
entre otras, la hormona del estrés cortisol y por la noche, la 
melatonina para dormir. Por eso, cuando en verano amanece 
más temprano, lo lógico es recorrer el horario una hora antes, 
porque el cuerpo de forma natural se activará por la luz. 
Disponível em: <http://www.cronica.com.mx/notas/2015/892063.html>. 
Acesso em: 10 mar. 2016. [Fragmento] 
O texto informativo, veiculado no jornal Crónica, apresenta ao 
leitor explicações sobre o relógio biológico, além de orientá-lo 
a como proceder diante do efeito do horário de verão nesse 
mecanismo. A partir da leitura do texto, depreende-se o 
“relógio biológico” como:
A. 	 Informação de luz captada pela retina e enviada ao 
cérebro, que ativará o organismo.
B. 	 Sistema biológico exclusivo dos seres humanos, capaz 
de regular as atividades diárias. 
C. 	 Mecanismo orgânico capaz de gerar uma ordem 
temporal nas atividades do indivíduo. 
D. 	 Reconhecimento orgânico automático do melhor 
horário para realizar as atividades diárias. 
E. 	 Adaptação humana das atividades mais importantes 
do dia ao ciclo natural de luz e escuridão. 
66SW
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 5BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa C
Resolução: De acordo com o texto, o ser humano e a maioria dos seres vivos possuem um relógio biológico interatuante 
com a natureza e seus ciclos. Esse mecanismo é regulado pela luz, que manda a informação ao cérebro, o qual, por sua 
vez, envia dezenas de ordens ao corpo, fazendo com que os indivíduos tenham uma ordem temporal em suas atividades 
obedecendo aos ciclos de luz e escuridão. Portanto, a alternativa correta é a C. A alternativa A é incorreta porque a luz é o 
regulador do relógio biológico, não o próprio relógio. A alternativa B é incorreta porque quase todos os seres vivos possuem 
relógio biológico. A alternativa D é incorreta porque o relógio biológico regula o sono e a fome, entre outros mecanismos, 
e não atua como um sistema de reconhecimento automático do melhor horário para realizar as atividades diárias. 
Por fim, a alternativa E é incorreta porque o relógio biológico não é uma adaptação humana para a realização de atividades 
importantes de acordo com os ciclos de luz e escuridão, e sim um mecanismo fisiológico inerente a quase todos os seres 
vivos que regula alguns processos no organismo.
QUESTÃO 05 
Un mercado de colores 
Poco más hay que decir del mercado de artesanías de Otavalo que se pone cada sábado por toda la ciudad,TIENES QUE VERLO. Es uno de los mercados de artesanías al aire libre más grandes de Latinoamérica. 
El colorido y originalidad de las piezas que se pueden encontrar es único, claro está que ahora abundan también los 
puestos con marroquinería china por doquier, pero teniendo en cuenta que Otavalo sigue siendo referente de fabricación de 
artesanía indígena para todo el mundo, aquí puedes encontrar casi de todo. Si llegas otro día que no sea el sábado, siempre 
encontraras en la plaza de los ponchos una exposición fija de los comerciantes locales. 
Si tienes algo que comprar de recuerdo, no dejes de pasear por este mercado, seguro que algo picas. Ojo con los niños 
el sábado es fácil de perderse por la cantidad ingente de personas que se mueven ese día, y por supuesto bolsas y mochilas 
de mano bien cerradas y en la parte delantera pues los carteristas hacen su agosto durante los sábados. 
Disponível em: <http://www.minube.com/rincon/mercado-de-otavalo-a1602#modal-78602>. Acesso em: 15 mar. 2016. 
O texto apresentado descreve um típico mercado artesanal indígena na cidade de Otavalo, no Equador. Além de elogiar o 
artesanato, o autor faz algumas recomendações e alertas aos leitores que pretendam visitar o mercado. O fragmento “[...] los 
carteristas hacen su agosto durante los sábados” sugere que, no mercado, os visitantes
A. 	 encontram uma exposição de carteiras. 
B. 	 devem ficar atentos ao grande perigo de furtos.
C. 	 podem facilmente perder as crianças na multidão. 
D. 	 encontram opções de lembranças para comprar.
E. 	 preferem comprar aos sábados do mês de agosto.
Alternativa B
Resolução: A expressão “hacen su agosto” significa lucrar aproveitando-se de uma situação, e “carteristas” refere-se a ladrões de 
carteiras. A última frase do texto alerta os leitores que pretendem visitar o mercado sobre o grande perigo de furtos aos sábados 
e orienta-os a deixarem suas bolsas e mochilas bem fechadas e posicionadas na dianteira do corpo, a fim de evitar furtos, 
de modo que a alternativa correta é a B. A alternativa A é incorreta porque o texto não diz que há exposições de carteiras no 
mercado. A palavra “carteirista” é usada para referir-se aos ladrões. A alternativa C é incorreta porque o fragmento indicado 
no enunciado está relacionado à frase “y por supuesto bolsas y mochilas de mano bien cerradas y en la parte delantera […] ”, 
e não à facilidade das crianças de se perderem, o que é indicado pela conjunção “pues”, que conecta a orientação à sua 
explicação. A alternativa D é incorreta porque faz referência a uma informação presente no texto, mas não tem nenhuma 
relação com o fragmento apresentado. A alternativa E é incorreta porque, como exposto anteriormente, o trecho destacado 
diz que os ladrões cometem muitos furtos aos sábados.
GZ9J
LCT – PROVA I – PÁGINA 6 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 06 
TEXTO I
PORTINARI, C. Retrato de Carlos Drummond de Andrade. 1936. 
Óleo sobre tela. 72 × 58 cm.
TEXTO II
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira. 
Principalmente nasci em Itabira. 
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. 
Noventa por cento de ferro nas calçadas. 
Oitenta por cento de ferro nas almas. 
E esse alheamento do que na vida é porosidade e 
[ comunicação.
 
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, 
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e 
[ sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança
[ itabirana.
 
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: 
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, 
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; 
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; 
este orgulho, esta cabeça baixa... 
 
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 
Hoje sou funcionário público. 
Itabira é apenas uma fotografia na parede. 
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Confidência do Itabirano. In: Sentimento do mundo. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
83FE Os dois textos representam o mesmo objeto: o primeiro é 
um retrato de Carlos Drummond de Andrade pintado por 
Candido Portinari, e o segundo é um texto poético em que o 
próprio poeta define a si mesmo. A respeito da abordagem, 
a diferença entre ambos, respectivamente, é que
A. 	 um esclarece quem é o retratado, e o outro busca 
mistificá-lo.
B. 	 um privilegia a objetividade, e o outro privilegia a 
expressividade.
C. 	 um expressa opiniões, e o outro distorce a realidade 
pelas palavras.
D. 	 um expõe uma visão social, e o outro traz uma 
justificativa à sociedade.
E. 	 um é composto por simbologias, e o outro é marcado 
por fatos históricos.
Alternativa B
Resolução: Ambos os textos retratam a mesma pessoa, 
 o poeta Carlos Drummond de Andrade. A principal diferença 
entre ambos, à parte a linguagem artística empregada – 
pintura e literatura –, é que a obra de Candido Portinari 
apresenta uma abordagem que privilegia uma representação 
objetiva, próxima da realidade, enquanto em seu poema 
Drummond define a si mesmo de maneira subjetiva, com 
o foco em suas atitudes e características psicológicas. 
Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A está 
incorreta porque o eu lírico de Drummond não busca mistificar 
sua figura, no sentido de envolvê-la em aspectos ocultos e 
espirituosos; além disso, em ambos os textos, está claro 
quem é o ser retratado. A alternativa C está incorreta porque, 
ainda que o quadro de Portinari possa ser encarado como 
sua interpretação do poeta, o poema de Drummond não 
distorce a realidade, mas expressa o ponto de vista da voz 
poética. A alternativa D está incorreta porque a representação 
de Drummond no quadro não tem engajamento social de 
qualquer tipo, nem o poema funciona como uma justificativa 
do poeta para agir de uma maneira ou de outra. Por fim, 
a alternativa E está incorreta porque, ainda que possam ser 
encontradas simbologias no quadro de Portinari, o texto de 
Drummond não se baseia em eventos da História, mas em 
acontecimentos da vida do poeta, sobre os quais ele reflete.
QUESTÃO 07 
[...] Presumi que estavam muito contentes de ganhar o 
repouso de horas, pois tinham navegado na sela a noite toda. 
Um falou mais alto, aquilo era bonito e sem tino: – “Siruiz, 
cadê a moça virgem?”. Largamos a estrada, no capim 
molhado meus pés se lavavam. Algum, aquele Siruiz, cantou, 
palavras diversas, para mim a toada toda estranha:
Urubu é vila alta, 
mais idosa do sertão: 
padroeira, minha vida – 
vim de lá, volto mais não... 
 Vim de lá, volto mais não?...
NIFU
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 7BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Corro os dias nesses verdes, 
meu boi mocho baetão: 
buriti – água azulada, 
carnaúba – sal do chão...
Remanso de rio largo, 
viola da solidão: 
quando vou pr’a dar batalha, 
convido meu coração...
ROSA, G. Grande sertão: veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2001.
A presença de versos dentro do texto em prosa consiste 
numa característica da escrita de Guimarães Rosa, que, por 
meio dessa estratégia, no fragmento anterior, representa a 
mescla de
A. 	 oralidade da canção com narrativa escrita.
B. 	 informalidade da toada com língua padrão.
C. 	 descrição nos versos com narração em prosa.
D. 	 abordagem em primeira e em terceira pessoas. 
E. 	 subjetividade da canção com objetividade da prosa.
Alternativa A
Resolução: Por meio da estratégia de representar os versos 
da canção dentro do texto, o autor apresenta uma mescla 
entre a cultura oral, percebida no ritmo da canção e nas 
construções típicas da oralidade, como “pra” e “volto mais 
não”, e a narrativa escrita. A alternativa correta é, portanto, a A. 
A alternativa B está incorreta porque tanto a narrativa quanto 
os versos apresentam elementos de linguagem informal; 
ainda assim, qualquer contraposição entre língua formal e 
informal não se dá pela mescla de gêneros literários, mas 
pelas escolhas linguísticas do autor. A descrição sugerida 
na alternativa C não está presente nos versos, pois eles 
são carregadosde lirismo. A mescla, portanto, não é de tipo 
descritivo e narrativo, e sim de lírico e épico. A alternativa D 
está incorreta porque também não é possível contrapor 
abordagem em primeira e em terceira pessoa, pois tanto a 
narrativa em prosa como os versos empregam essas pessoas 
do discurso, não sendo a mescla dos gêneros literários a 
ferramenta usada para tal. Por fim, a alternativa E também 
está incorreta porque sugere que haja objetividade na prosa, 
mas tanto os versos como a prosa são subjetivos.
QUESTÃO 08 
TEXTO I
Nos sertões americanos, 
anda um povo desgrenhado: 
gritam pássaros em fuga 
sobre fugitivos riachos; 
desenrolam-se os novelos 
das cobras, sarapintados; 
espreitam, de olhos luzentes, 
os satíricos macacos. 
Súbito, brilha um chão de ouro: 
corre-se – é luz sobre um charco.
XCWH
A zoeira dos insetos 
cresce, nos valos fechados, 
com o perfume das resinas 
e desse mel delicado 
que se acumula nas flores 
em grãos de veludo e orvalho.
MEIRELES, C. Romance I ou Da revelação do ouro. In: Romanceiro 
da Inconfidência. Porto Alegre: L&PM, 2011.
TEXTO II
O século XVII mal havia terminado, as finanças de 
Portugal estavam comprometidas com o elevado custo 
da administração do Império, e a agroindústria canavieira 
começava a sentir o peso da concorrência da cana plantada 
nas Antilhas e levada pelos holandeses expulsos do Brasil, 
a qual atingia duramente os engenhos de açúcar do Nordeste. 
Mas, em Salvador, o governador-geral do país, João de 
Lencastro, ainda se perguntava se a descoberta de lavras de 
ouro no sertão dos “Cataguás” era de fato um bom negócio 
para Coroa portuguesa.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. [Fragmento]
A descoberta do ouro na América portuguesa é o tema dos 
textos anteriores, os quais variam em forma e conteúdo, pois
A. 	 demonstram objetivos comunicativos diferentes.
B. 	 exigem a mobilização de diferentes conhecimentos.
C. 	 registram duas interpretações sobre um fato histórico.
D. 	 representam posicionamentos contrários sobre o evento.
E. 	 expõem, respectivamente, uma alegoria e um registro 
do fato.
Alternativa A
Resolução: Ainda que a temática dos textos seja a mesma, 
a descoberta do ouro na América Portuguesa, eles foram 
compostos com diferentes objetivos, o que fica claro na 
escolha, por parte dos autores, do gênero textual. O texto I, 
de Cecília Meireles, é um fragmento de um romance 
integrante de um romanceiro, coleção de obras narrativas em 
prosa ou em verso, muito populares na Península Ibérica por 
volta do século XV. Já o texto II é um fragmento de um texto 
acadêmico da disciplina História. Assim, percebe-se que a 
intenção de cada um dos textos é única, já que o primeiro 
tem o foco na forma da mensagem, ou seja, a língua é usada 
com criatividade pela autora, que se preocupa mais em como 
dizer do que com o que dizer, o que justifica a linguagem 
figurada predominante; e o segundo privilegia o relato 
fidedigno da realidade, com linguagem denotativa. Dessa 
forma, bem como são diferentes os objetivos comunicativos, 
são diferentes o público-alvo e a função social desses textos. 
Está correta, então, a alternativa A. As alternativas B, C e D 
estão incorretas porque os diferentes conhecimentos 
mobilizados pelos leitores e os posicionamentos dos autores 
não pressupõem distinção em forma ou conteúdo, já que 
poderiam ser coincidentes mesmo em gêneros diferentes. 
Por sua vez, a alternativa E está incorreta porque o texto de 
Cecília Meireles não é uma alegoria da descoberta do ouro, 
mas uma versão poética do fato.
LCT – PROVA I – PÁGINA 8 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 09 
TODO MUNDO TEM UM CONHECIDO QUE FALA 
ASSIM. Seja o tio com pouca experiência online ou a vovó 
que acha que as letras grandes facilitam a leitura, em algum 
momento alguém vai tentar explicar para eles que, no mundo 
da Internet, o Caps Lock virou sinônimo de gritaria.
Foi mais ou menos contra o uso indiscriminado do 
Caps Lock que um usuário do Twitter chamado Derek Arnold 
lançou o Dia Internacional do Caps Lock. Mais ou menos porque, 
como outras pseudocausas do Twitter, o objetivo era menos 
militante e mais para dar umas risadas. A regra era que 
todos passassem o dia todo escrevendo só em Caps Lock, 
independente da situação.
Com o aumento das discussões acaloradas e do discurso 
de ódio na Internet, muitas caixas de comentários começaram 
a bloquear os que eram digitados todos em caixa alta. 
Nos jogos virtuais, quem escreve em maiúscula pode 
ser punido. Outras soluções tentaram ser mais criativas, 
como um projeto de plug-in que transforma frases raivosas 
digitadas em Caps em outras estranhas e aleatórias como 
“Eu gosto de pinguins roxos”.
Se parece tudo besteira, saiba que o ódio ao Caps Lock 
não é apenas parte do folclore zueiro da Internet. Existem pelo 
menos duas campanhas oficiais, criadas por engenheiros de 
software, para fazer lobby pela extinção dele nos teclados, 
a CAPSoff e a antiCAPSLOCK, que consideram que 
o Caps Lock representa um saudosismo inútil e é uma falha 
fundamental na experiência do usuário.
LEONARDI, A. C. Disponível em: <https://super.abril.com.br>. 
Acesso em: 24 out. 2017. [Fragmento adaptado]
Ao discorrer sobre o uso do Caps Lock, o texto tem como 
objetivo
A. 	 divulgar o Dia Internacional do Caps Lock para provocar 
humor em usuários do Twitter.
B. 	 explicar por que essa ferramenta pode ser um indício 
de falta de educação virtual.
C. 	 discutir estratégias para cessar o uso desse recurso 
em jogos, fóruns e softwares.
D. 	 partir de uma premissa local até chegar a uma 
discussão de mobilização global.
E. 	 servir de suporte para difundir os resultados das 
campanhas oficiais online.
Alternativa B
Resolução: O texto tem como introdução uma breve 
contextualização sobre o que é usar caixa alta no 
ambiente virtual, em que se afirma que essa prática se 
tornou “sinônimo de gritaria”, portanto, um comportamento 
mal-educado. Ao longo do texto, a autora explica que 
a caixa alta incomoda tantos usuários que campanhas 
descontraídas, ou mesmo oficiais, foram criadas para bani-la, 
já que na linguagem virtual denota raiva ou exaltação, 
sentimentos manifestos, normalmente, em discussões. 
CRWX Assim, está correta a alternativa B. A alternativa A está 
incorreta porque o texto menciona a existência do Dia 
Internacional do Caps Lock, data criada ironicamente 
para combater a caixa alta, com o objetivo de provar que 
essa ferramenta incomoda muitos usuários; portanto, 
divulgar a data não é seu objetivo. A alternativa C está 
incorreta porque o texto não promove um debate acerca 
de como se evitar a caixa alta em jogos, fóruns online e 
softwares, mas mostra que o incômodo gerado é tanto 
que os próprios usuários têm recorrido a estratégias; 
portanto, o texto apenas as expõe. A alternativa D 
está incorreta porque partir de uma premissa local (uso de 
caixa alta por familiares) para uma global (uso de caixa 
alta por internautas em todos os ambientes virtuais) não é 
o objetivo do texto, mas uma estratégia argumentativa que 
cativa e contextualiza os leitores. Finalmente, a alternativa E 
está incorreta porque o texto não é um informe dos resultados 
obtidos pelas campanhas, as quais são mencionadas 
somente para corroborar o ponto de vista defendido: 
o incômodo causado pelo uso exacerbado da caixa alta em 
ambientes virtuais.
QUESTÃO 10 
Tentarei recrear meu espírito e recriar teu vício.
Desatarei o laço da saudade que de lasso adoeceu.
BANTIM, E. Disponível em: <http://www.gostodeler.com.br>. 
Acesso em: 26 out. 2017.
Sobre as relações entre forma e significado nos vocábulos, 
considerando o texto anterior, identifica-se que
A. 	 “recrear” e “recriar” são diferentes em sentido e iguais 
em pronúncia.
B. 	 “recrear” e “recriar” são iguais na pronúncia e diferentes 
na grafia.
C. 	 “recrear” e “recriar” são diferentes em grafia e iguais 
em sentido.
D. 	 “laço” e “lasso”são iguais na pronúncia e diferentes 
na grafia.
E. 	 “laço” e “lasso” são iguais em sentido e em pronúncia.
Alternativa D
Resolução: As palavras “laço” e “lasso” são homófonas 
heterográficas, portanto, são iguais na pronúncia e diferentes 
na escrita, apresentando, ainda, sentidos diferentes: de acordo 
com o dicionário Michaelis online, “laço” é “um nó que se 
desata com facilidade, com uma ou mais alças”; e “lasso” é 
“aquele que está fatigado ou cansado”, que está acometido 
por lassidão. Portanto, está correta a alternativa D.
HK87
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 9BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 11 
Solitário
Como um fantasma que se refugia 
Na solidão da natureza morta, 
Por trás dos ermos túmulos, um dia, 
Eu fui refugiar-me à tua porta! 
 
Fazia frio e o frio que fazia 
Não era esse que a carne nos conforta... 
Cortava assim como em carniçaria 
O aço das facas incisivas corta! 
 
Mas tu não vieste ver minha Desgraça! 
E eu saí, como quem tudo repele, 
– Velho caixão a carregar destroços – 
 
Levando apenas na tumbal carcaça 
O pergaminho singular da pele 
E o chocalho fatídico dos ossos!
ANJOS, A. Eu e outras poesias. 3. ed. São Paulo: Livraria Martins 
Fontes Editora, 2011.
O soneto de Augusto dos Anjos pertence ao gênero lírico 
porque a voz poética
A. 	 canta a tristeza dos poetas que morreram por amor.
B. 	 verbaliza figurativamente o amor e a rejeição sentida.
C. 	 homenageia a amada com atitudes de devoção doentia.
D. 	 invoca uma figura fantasmagórica para relatar a própria 
tragédia.
E. 	 simboliza com uma alegoria a abstração de amar e ser 
amado.
Alternativa B
Resolução: O gênero lírico é caracterizado por suas 
temáticas intimistas, em que a voz poética expõe seus 
sentimentos num texto permeado, normalmente, de 
linguagem conotativa, isto é, figurada. No soneto de 
Augusto dos Anjos, o eu lírico emprega comparações e 
metáforas para expor à sua amada seus sentimentos, 
revelando um amor desesperado, que não é retribuído e o 
faz se sentir como um corpo sem vida que perambula pela 
cidade nas noites frias. Está correta, portanto, a alternativa B. 
As outras alternativas estão incorretas porque não apontam 
características do gênero lírico ou porque interpretam 
incorretamente o texto. A alternativa A está incorreta porque 
a tristeza retratada é somente a do eu lírico, não a de outros 
poetas que também sofrem por um amor não correspondido. 
A alternativa C está incorreta porque o eu lírico não 
apresenta atitudes que homenageiam sua amada, mas que 
representam o desespero por encontrá-la ou chamar sua 
atenção. A alternativa D está incorreta porque a figura do 
fantasma não é invocada como numa epopeia, mas usada 
como comparação para representar os sentimentos do eu 
lírico. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque o 
amor do eu lírico não é correspondido.
RDPU QUESTÃO 12 
Cadê teu suin-?
Cadê teu repi- 
Quem é teu padri- 
Onde é que tu to- 
Cadê teu suin- 
Guitarra não po- 
Desista mole- 
Quem é que te indi- 
Cadê teu suin-
CAMELO, M. Cadê teu suin-?. In: Bloco do eu sozinho. Los Hermanos. 
CD. Abril Music, 2001. [Fragmento]
Para estruturar o texto da canção, o autor considerou, em 
todos os versos,
A. 	 a sílaba tônica da última palavra.
B. 	 o ditongo crescente na última palavra.
C. 	 o hiato na primeira e na última palavra.
D. 	 a posição da sílaba tônica em cada palavra.
E. 	 a ocorrência de semivogais na última palavra.
Alternativa A
Resolução: A última palavra de cada verso tem sua última 
sílaba suprimida, no entanto, a primeira palavra do verso 
seguinte inicia-se com a sílaba que completa a palavra 
anterior. A sonoridade do texto não é afetada porque a 
última palavra dos versos é paroxítona, acomodando a 
sílaba da palavra que inicia os versos, já que as primeiras 
palavras não têm sua primeira sílaba pronunciada de forma 
enfática. Assim, está correta a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque não há ditongo nas últimas palavras. 
A alternativa C está incorreta porque não há hiato em todas 
as palavras que terminam os versos, somente em “suingue”. 
A alternativa D está incorreta porque somente a sílaba 
tônica das palavras que iniciam e terminam os versos são 
levadas em consideração, já que os versos não apresentam 
mesmo número de sílabas gramaticais nem poéticas. 
Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há 
semivogais nas últimas palavras; em “suingue”, na sílaba 
“gue” há, na verdade, um dígrafo, já que “gu” denota um 
fonema somente.
QUESTÃO 13 
Segundo quadro
(Uma sala da prefeitura. O ambiente é modesto. Durante 
a mutação, ouve-se um dobrado e vivas a Odorico, “viva o 
prefeito” etc. Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, 
Vigário e Odorico. Este último, à janela, discursa.)
ODORICO
Povo sucupirano! Agoramente já investido no cargo de 
prefeito, aqui estou para receber a confirmação, ratificação, 
a autenticação e por que não dizer a sagração do povo que 
me elegeu.
(Aplausos vêm de fora.)
6SPA
YXV5
LCT – PROVA I – PÁGINA 10 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
ODORICO
Eu prometi que o meu primeiro ato como prefeito seria 
ordenar a construção do cemitério.
(Aplausos, aos quais se incorporam as personagens em cena.)
GOMES, D. O bem-amado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014.
Rubricas, ou didascálias, são instruções cênicas que orientam a 
interpretação do texto dramático e situam a leitura. No fragmento 
de Dias Gomes, as rubricas são empregadas para
A. 	 justificar as ações de cada uma das personagens.
B. 	 descrever o ambiente e as ações de personagens.
C. 	 interromper a leitura para esclarecimentos do autor.
D. 	 narrar os acontecimentos paralelos à cena retratada.
E. 	 preencher lacunas discursivas deixadas pelo narrador.
Alternativa B
Resolução: As rubricas no texto de Dias Gomes vêm entre 
parênteses e são usadas para situar o lugar em que as 
cenas acontecem: “Uma sala da prefeitura. O ambiente é 
modesto.” Além disso, também mostram aos leitores quais 
personagens aparecem e o que estão fazendo em cena: 
“Estão em cena Dorotéa, Juju, Dirceu, Dulcinéa, Vigário 
e Odorico. Este último, à janela, discursa.” Portanto, está 
correta a alternativa B. A alternativa A está incorreta porque 
as rubricas não explicam o porquê de cada personagem 
desempenhar uma ou outra ação, já que a motivação de 
cada uma delas é explicada pelo próprio universo narrativo 
do texto. A alternativa C está incorreta porque, ainda que 
as rubricas possam ser entendidas como interrupções do 
autor do texto dramático, elas não apresentam qualquer 
tipo de esclarecimento, já que não há interlocução entre 
autor e leitores. A alternativa D está incorreta porque as 
rubricas devem ser consideradas como se estivessem fora 
do universo da trama; ainda, no texto de O bem-amado, 
elas não narram acontecimentos paralelos, mas se limitam 
a descrever o que acontece fora do ambiente em que a cena 
ocorre, sempre do ponto de vista dos personagens: “ouve-se 
um dobrado e vivas a Odorico”, “Aplausos vêm de fora”. 
Por fim, a alternativa E está incorreta porque não há narrador 
em textos dramáticos; assim, qualquer lacuna da narrativa 
não será preenchida pelas rubricas, cujo objetivo é descrever 
ou situar o ambiente e indicar a ação das personagens, uma 
vez que o texto principal consiste apenas em falas.
QUESTÃO 14 
Tenho uma tendência à prolixidade, uso mais palavras e 
frases do que o necessário e acabo me tornando enfadonho. 
Não existe nada pior do que ler um texto fastidioso. Por isso 
tentarei ser o mais conciso possível ao narrar esta história.
FONSECA, R. Segredo e mentiras. In: Amálgama. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2013.
Q11Ø
No fragmento de Rubem Fonseca, os adjetivos “enfadonho” 
e “fastidioso” colaboram para
A. 	 marcar a atitude do narrador com relação à história, 
que é anunciada como desinteressante.
B. 	 quebrar a expectativa dos leitores, que iniciam a leitura 
esperando não apreciá-la.
C. 	 alertar os leitores sobre o conto,que carece de 
elementos literários rebuscados.
D. 	 demonstrar a falta de empatia do narrador pelo relato, 
que é feito por obrigação.
E. 	 comprovar a prolixidade do narrador, que anuncia e 
estende o início do relato.
Alternativa E
Resolução: Os adjetivos “enfadonho” e “fastidioso” 
caracterizam, nessa ordem, o narrador e seus textos. 
Assim, ao mesmo tempo que usa palavras de valoração 
negativa para definir a si mesmo e a seus escritos, 
ele repete o comportamento que critica, alongando 
desnecessariamente seu relato e atravancando a leitura. 
Portanto, esses vocábulos comprovam o que o narrador 
diz no fragmento. Da mesma forma, eles também têm sua 
aplicação comprovada pelo contexto em que se inserem. 
Está correta, então, a alternativa E. A alternativa A está 
incorreta porque a atitude demonstrada pelo narrador é de 
se estender muito em seus relatos, e não de os considerar 
desinteressantes. A alternativa B está incorreta porque, ao 
anunciar seu relato como prolixo, o narrador, na verdade, 
seduz seus leitores a continuarem a leitura e chegarem ao 
ponto em que se inicia a história, portanto não há quebra 
de expectativa. A alternativa C está incorreta porque nada 
no trecho comprova que o conto em análise dispensa 
elementos literários rebuscados; a própria técnica de 
alongar o início da história, aliás, pode ser considerada um 
aspecto trabalhado com o objetivo de descolar o texto de 
narrativas tradicionais. A alternativa D, por sua vez, está 
incorreta porque o narrador não é apático em relação a seu 
relato, o qual também não é feito por obrigação; o narrador 
expõe um julgamento negativo, na verdade, sobre a maneira 
como relata suas histórias. 
QUESTÃO 15 
A trabalhadora doméstica Maria Sales passa a maior parte 
da semana morando na casa onde trabalha. Se precisasse 
sair de casa todos dias para ir ao trabalho, teria que percorrer 
diariamente cerca de 34 quilômetros para se deslocar.
A baixa oferta de transporte público, o alto custo das 
passagens, a falta de infraestrutura – como sinalização e 
calçadas inexistentes – e a insegurança são fatores que 
tornam o sistema de mobilidade urbana ineficiente. Isso tudo 
resulta em problemas como maior tempo de deslocamento 
nos centros urbanos, excesso de veículos nas vias e 
consequentemente maior número de mortes no trânsito e 
mais poluição.
SINIMBÚ, F. Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
ØUIN
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 11BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A argumentação presente no texto permite a identificação da 
tese defendida pela autora, que corresponde à
A. 	 exploração das trabalhadoras domésticas que moram 
no trabalho.
B. 	 insegurança vivenciada pelos trabalhadores nos 
grandes centros.
C. 	 ausência de fiscalização do trabalho informal pela 
Justiça.
D. 	 precariedade das condições de vida urbana na 
atualidade.
E. 	 ineficiência do sistema de mobilidade urbana nas 
cidades.
Alternativa E
Resolução: A argumentação enumera diversos problemas 
como fatores que tornam o sistema de mobilidade urbana 
ineficiente – como baixa oferta de transporte público, 
o alto custo das passagens, a falta de infraestrutura e a 
insegurança – e exemplifica com o caso do deslocamento 
de uma trabalhadora doméstica. A tese do texto é, portanto, 
acerca da ineficiência do sistema de mobilidade urbana 
nas cidades, conforme aponta a alternativa E. A exploração 
sobre os trabalhadores e a falta de fiscalização do trabalho 
informal são questões sociais que não se aplicam ao texto, 
pois o caso da trabalhadora doméstica é citado apenas 
como exemplo das dificuldades enfrentadas para se chegar 
até o trabalho. Ficam invalidadas, assim, as alternativas A 
e C. A insegurança nos grandes centros urbanos, sugerida 
na B, é abordada no texto como um dos fatores que tornam 
precária a mobilidade urbana, e não como a tese do texto, 
o que invalida a alternativa. Por sua vez, a precariedade 
das condições de vida nos grandes centros, sugerida na 
D, não se aplica ao texto porque este trata de uma questão 
muito específica, a qual contribui para a precariedade das 
condições de vida, mas não é tão ampla. 
QUESTÃO 16 
Oração ao tempo
És um senhor tão bonito 
Quanto a cara do meu filho 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
Vou te fazer um pedido 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
 
Compositor de destinos 
Tambor de todos os ritmos 
Tempo, tempo, tempo, tempo 
Entro num acordo contigo 
Tempo, tempo, tempo, tempo
VELOSO, C. Oração ao tempo. In: Cinema transcendental. Caetano 
Veloso. LP. Verve, 1979. [Fragmento]
A construção dos versos da canção se baseia na utilização 
da figura de linguagem que cumpre o papel de
A. 	 comparar as belezas para exaltar a figura do filho.
B. 	 representar um ser divino sem mencionar o seu nome.
C. 	 atenuar o sentido do pedido para torná-lo mais aceitável.
D. 	 exagerar as características do ser invocado para agradá-lo.
E. 	 personificar o elemento inanimado para simular uma 
proximidade.
MD6P
Alternativa E
Resolução: Os versos da canção apresentam uma 
prece feita pelo eu lírico à figura do tempo, à qual ele 
se dirige com elogios e anuncia que fará um pedido. 
A figura de linguagem utilizada pelo eu lírico na construção 
de seus versos pode ser identificada, portanto, como a 
personificação do ser inanimado “tempo”, para que seja 
feito o pedido e criada certa intimidade. A alternativa correta 
é, portanto, a E. A comparação, proposta em A, é uma 
figura de linguagem que não se associa às características 
da personificação, o que a invalida. A omissão do nome 
proposta em B se refere à figura elipse, o que a torna 
incorreta. A atenuação de sentido proposta em C, por sua 
vez, se refere ao eufemismo, o que também a torna incorreta. 
Por fim, o exagero proposto na alternativa D não se refere à 
personificação, e sim à hipérbole, o que também a invalida.
QUESTÃO 17 
Aula inaugural
É verdade que na Ilíada não havia tantos heróis como na 
[ guerra do Paraguai... 
Mas eram bem falantes 
E todos os seus gestos eram ritmados como num balé 
Pela cadência dos metros homéricos. 
Fora do ritmo, só há danação. 
Fora da poesia não há salvação. 
A poesia é dança e a dança é alegria. 
Dança, pois, teu desespero, dança 
Tua miséria, teus arrebatamentos, 
Teus júbilos 
E, 
Mesmo que temas imensamente a Deus, 
Dança como David diante da Arca da Aliança; 
Mesmo que temas imensamente a morte 
Dança diante da tua cova. 
QUINTANA, M. Apontamentos de história sobrenatural. São Paulo: 
Globo Editora, 2005. [Fragmento]
O título do poema de Mario Quintana sugere a apresentação de 
um conjunto de instruções a serem seguidas. A apresentação 
dessas instruções se caracteriza por
A. 	 ritmo e subjetividade.
B. 	 dramaticidade e encenação.
C. 	 grandiosidade e saudosismo.
D. 	 objetividade e menção a heróis.
E. 	 historicidade e referências mitológicas.
Alternativa A
Resolução: A divisão do texto em versos constrói um ritmo 
de leitura, uma musicalidade cuja importância é reiterada 
pelo conteúdo do verso “Fora do ritmo, só há danação”. 
Há também emotividade nos versos, que apresentam as 
instruções de maneira subjetiva, presumindo misérias e 
temores e sugerindo ao ministrante da aula que dance. 
EHCK
LCT – PROVA I – PÁGINA 12 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
A alternativa correta é, portanto, a A. A encenação sugerida 
na alternativa B é característica do gênero dramático, o que 
a invalida. No mesmo sentido, grandiosidade, conforme 
sugerido em C, referência objetiva a heróis, como proposto 
em D, e referências mitológicas, como presente em E são 
características do gênero épico, e não do lírico.
QUESTÃO 18 
Em maio de 2012, uma das quatro versões do quadro 
O grito, de Edvard Munch, foi leiloada em Nova York por 
120 milhões de dólares. O recorde de preço de uma obra 
de arte, no entanto, não foi esse. Em fevereiro do mesmo 
ano, um Cézanne foi adquirido pela família real do Catar 
por 250 milhões de dólares. O quadro – Os jogadores decarta – tornou-se assim, até aquele momento, a mais cara 
obra de arte do mundo.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br>. Acesso em: 25 fev. 2014.
No fragmento da notícia anterior, para se referir a uma obra 
de arte de Cézanne, usou-se a figura de linguagem chamada
 A metáfora.
 B hipérbole.
 C metonímia. 
 D personificação 
 E sinédoque.
Alternativa C
Resolução: Numa prática recorrente em textos sobre 
obras de arte, o autor decide por chamar a tela do pintor 
Paul Cézanne por apenas “um Cézanne”. A figura de 
linguagem que possibilita esse recurso é a metonímia, 
que consiste na utilização de um termo por outro, em que 
o sentido do termo original é estendido ao novo termo. 
Portanto, está correta a alternativa C. A alternativa A está 
incorreta porque não há uma comparação implícita entre 
“quadro de Paul Cézanne” e “um Cézanne”. A alternativa 
B está incorreta porque não há exagero intencional em 
“um Cézanne”. A alternativa D está incorreta porque também 
não há a atribuição de características ou ações humanas ao 
quadro de Paul Cézanne. Finalmente, a alternativa E está 
incorreta porque a sinédoque, embora possa ser considerada 
um tipo de metonímia, toma o todo pela parte ou a parte 
pelo todo. Já a metonímia designa uma realidade por meio 
de outra realidade que tenha relação com a primeira, o que 
é observado no texto em análise.
QUESTÃO 19 
Atitude sustentável
Se você e sua família mudarem pequenas atitudes, e as 
tiverem como hábito, o mundo pode ser bem melhor.
• Economize água e energia elétrica.
• Recicle embalagens.
• Separe o lixo e o deixe na coleta seletiva.
• Plante árvores.
• Recicle o papel e o utilize como rascunho.
UWCØ
MØIV
• Não queime o lixo.
• Quando for fazer compras, leve a sacola sustentável 
para o supermercado. Assim você evita de trazer 
inúmeras sacolas plásticas para casa.
Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017.
O texto anterior pode ser caracterizado como exemplar da 
tipologia injuntiva porque
A. 	 descreve o conceito de sustentabilidade e as ações 
relacionadas.
B. 	 informa as pessoas sobre a possibilidade de um mundo 
melhor.
C. 	 explica as causas e consequências das atitudes 
sustentáveis.
D. 	 convence o leitor das vantagens de mudar atitudes e 
hábitos.
E. 	 apresenta um método para concretizar ações 
sustentáveis.
Alternativa E
Resolução: Textos injuntivos se caracterizam por 
apresentarem uma metodologia para a concretização de 
uma ação, no caso, para realizar atitudes sustentáveis. 
Assim, torna-se correta a alternativa E. A descrição proposta 
em A está incorreta por se adequar ao tipo descritivo. 
A informação sobre a possibilidade de um mundo melhor, 
proposta em B, e a explicação sugerida em C também não 
se aplicam por serem características do tipo expositivo. 
Por fim, o convencimento proposto em D é característica do 
tipo argumentativo, e não injuntivo.
QUESTÃO 20 
A humanidade demorou milhões de anos para inventar 
a linguagem escrita e vêm agora as portas das toaletes 
e a desinventam. Por que não escrever “homens” e “mulheres”, 
reunião de letras que proporciona a segurança da clareza 
e do entendimento imediato? Não. Algumas portas exibem 
silhuetas de calças e saias. Outras, desenhos de cartolas, 
luvas, bolsas, gravatas, cachimbos e outros adereços de 
uso supostamente exclusivos de um sexo ou outro. Milhões 
de anos de progresso da humanidade, até a invenção da 
comunicação escrita, são jogados fora, à porta das toaletes.
E no entanto a palavra, a palavra escrita especialmente, 
continua sendo um estupendo meio de comunicação. 
Deixa-se um bilhete para um colega de trabalho dizendo 
“Fui para casa”, e vazado nesses termos, com o uso 
dessas três singelas palavrinhas, será sem dúvida de 
entendimento mais fácil e unívoco do que se desenhar 
uma casinha de um lado, um hominho de outro, e uma 
flecha indicando o movimento de um para a outra. 
Vivemos um tempo de culto da imagem. Esquece-se 
o valor inestimável da palavra.
VTZI
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 13BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Lorde Thomson of Monifieth, um inglês que já 
presidiu a Independent Broadcasting Authority, órgão de 
supervisão do sistema de rádio e televisão na Grã-Bretanha, 
disse certa vez numa conferência que lamenta não ter 
surgido na história da humanidade primeiro a televisão, 
e depois os tipos móveis de Gutenberg. “Penso que imprimir 
e ler representam formas mais avançadas de comunicação 
civilizada do que a transmissão de TV”, afirmou. Esse lúcido 
inglês confessou que, em seus momentos sombrios, se sente 
incomodado com o pensamento de que a humanidade caminhou 
milhões de anos para voltar ao ponto de partida. Começou 
magnetizada pelos desenhos nas paredes das cavernas 
e terminou magnetizada diante da figura de alta definição nas 
paredes onde se embutem os aparelhos de televisão.
TOLEDO, R. P. Disponível em: <https://oepilogo.wordpress.com>. 
Acesso em: 30 maio 2017. 
Partindo de uma afirmação genérica, o autor constrói uma 
linha de raciocínio que 
A. 	 menciona Lorde Thomson of Monifieth de modo a 
expor e criticar atitudes conservadoras.
B. 	 pondera a crítica aos meios de comunicação modernos 
devido à importância que adquiriram.
C. 	 demonstra contrariedade e conformação com as 
mudanças na comunicação humana.
D. 	 questiona a representação de homens e mulheres por 
adereços e vestimentas ditos exclusivos.
E. 	 relaciona a preferência pelos recursos audiovisuais e 
pictográficos ao retrocesso da humanidade.
Alternativa E
Resolução: O autor, logo na primeira frase, afirma que 
a linguagem escrita vem sendo preterida em detrimento 
da visual, mesmo após milhões de anos para atingir a 
complexidade que apresenta hoje. Ele cita ainda portas 
de banheiros em estabelecimentos que usam imagens em 
vez de palavras para indicar o gênero dos usuários. Mais 
adiante, cita o exemplo de um bilhete, que é mais facilmente 
compreendido quando se privilegia o texto escrito, e não o 
imagético. Por fim, menciona Lorde Thomson of Monifieth, 
elogiando seu posicionamento sobre preferir a linguagem 
escrita à audiovisual. O objetivo do autor, assim, é mostrar 
que, ao se optar por imagens, a comunicação passa por 
um processo retroativo, já que, segundo ele, a linguagem 
verbal é mais sofisticada, conforme aponta a alternativa E. 
A alternativa A está incorreta porque o autor recorre a 
Lorde Thomson of Monifieth como discurso de autoridade. 
A alternativa B está incorreta porque o autor não condena 
os meios de comunicação modernos, mas, na verdade, 
mostra-se contrário ao fato de se sobreporem à comunicação 
por linguagem escrita. A alternativa C está incorreta porque 
o autor demonstra somente contrariedade às mudanças 
na comunicação humana, não se conformando com elas, 
portanto. Por sua vez, a alternativa D está incorreta porque, 
quando o autor cita a representação de homens e mulheres 
por ícones supostamente exclusivos dos gêneros, ele está 
apenas exemplificando uma das situações que o fazem 
refletir sobre o que, na sua opinião, é um retrocesso da 
comunicação humana; seu raciocínio, portanto, vai muito 
além desse questionamento.
QUESTÃO 21 
Disponível em: <http://sustentabilidadevida.blogspot.com.br>. 
Acesso em: 04 set. 2017.
No texto publicitário anterior, são utilizados recursos verbais 
e não verbais para a construção de sentido, cujo tom é de
A. 	ameaça, para o leitor sentir medo e abandonar hábitos 
egoístas.
B. 	advertência, para mostrar ao leitor a vantagem de se 
mudar de atitude.
C. 	desesperança, para conscientizar o leitor das 
consequências de seus atos.
D. 	melancolia, para atingir a emoção do leitor e comovê-lo 
para a mudança.
E. 	euforia, para incitar o leitor a adotar instantaneamente 
ações efetivas.
Alternativa B
Resolução: Os recursos verbais e não verbais presentes 
no texto consistem em imagens de árvores que mimetizam 
a forma dos pulmões humanos, associando natureza e 
respiração para a construção de seu sentido.O conteúdo 
verbal que acompanha a imagem reitera essa associação 
ao sugerir “Comece a preservar”, estabelecendo uma 
relação de causa e consequência entre a preservação da 
natureza e a continuidade da vida humana. A publicidade 
mostra, portanto, que existe uma vantagem em se mudar 
de atitude ao fazer uma advertência ao seu público-alvo, 
o que torna correta a alternativa B. Ao contrário do 
que propõe a alternativa A, o texto publicitário não visa 
acuar os leitores por meio de uma ameaça, pois não 
pretende causar medo nem afirma que seus hábitos são 
egoístas. A alternativa C também está incorreta porque 
não existe um tom de desesperança, já que a proposta 
de mudança de atitude mostra que há esperança de 
se reverter uma situação prejudicial à humanidade. 
No mesmo sentido, a alternativa D está incorreta por 
não haver indícios de melancolia no texto, pois essa 
publicidade não se dirige à emoção, e sim à razão dos 
leitores, promovendo a reflexão. Tampouco há euforia no 
texto, como sugerido na alternativa E, pois o tom utilizado 
é direto e objetivo.
B8ZY
LCT – PROVA I – PÁGINA 14 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
QUESTÃO 22 
O dinossauro
Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá.
MONTERROSO, A. O dinossauro. In: A orelha negra e outras fábulas. 
São Paulo: Cosac Naify, 2017.
A objetividade do gênero conto é percebida em “O dinossauro”, 
do autor guatemalteco Augusto Monterroso, por meio do(a)
A. 	ausência de finalização no clímax, decorrente do 
enfraquecimento de uma combinação de elementos.
B. 	brevidade na abordagem dos tempos, pois, embora 
seja uma narrativa curta, há passado, presente e futuro. 
C. 	densidade no estudo psicológico da personagem, que 
aparece condensada para se adequar à extensão do texto.
D. 	encadeamento de episódios autônomos, que condensa 
diversas ações individuais e as relaciona para compor 
o enredo.
E. 	unidade de ação, pois a narrativa contém apenas uma 
célula dramática com um conflito que converge para um 
só ponto.
Alternativa E
Resolução: Analisando as afirmações feitas em cada uma 
das alternativas, vê-se que, em A, é sugerido que a finalização 
do conto não acontece no clímax, o que está incorreto e 
consiste em uma característica do romance. A alternativa B 
está incorreta porque afirma ser a brevidade na abordagem 
de passado, presente e futuro, o que não procede, visto 
que no conto há apenas uma cena no tempo presente. 
A alternativa C está incorreta porque o texto não se aprofunda 
na análise psicológica da personagem que acorda, e muito 
menos na do dinossauro. A alternativa D, por sua vez, sugere 
o encadeamento de episódios autônomos para compor o 
enredo como manifestação da objetividade do gênero, o que 
está incorreto, pois essa característica também se associa 
à complexidade do romance. Por fim, a alternativa E afirma 
corretamente que a objetividade se manifesta na unidade de 
ação, pois a narrativa contém apenas uma célula dramática 
com um conflito que converge para um só ponto, no caso, 
a personagem acordando e constatando que o dinossauro 
ainda estava no mesmo local de antes.
QUESTÃO 23 
[...] Meneses trazia amores com uma senhora, separada 
do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. 
Conceição padecera, a princípio, com a existência da 
comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e 
acabou achando que era muito direito.
Boa Conceição! Chamavam-lhe “a santa”, e fazia jus ao 
título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. 
Em verdade, era um temperamento moderado, sem 
extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. 
No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria 
um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a 
julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto 
era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma 
pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. 
Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.
ASSIS, M. A missa do galo. In: Contos consagrados. Rio de Janeiro: 
Ediouro, 1998. [Fragmento]
3D5T
VHBO
No trecho do conto de Machado de Assis, predomina uma 
tipologia no primeiro parágrafo e outra no segundo, já que 
estes trazem, respectivamente,
A. 	 explicação de fatos e instrução sobre o temperamento 
de uma santa.
B. 	 recapitulação do enredo e explicação para as atitudes 
de Conceição.
C. 	 exposição da situação e argumentação para justificar 
o título “santa”.
D. 	 informação a respeito do enredo e elucidação da 
história da personagem.
E. 	 progressão de acontecimentos e caracterização da 
personagem.
Alternativa E
Resolução: O primeiro parágrafo consiste no encadeamento 
de acontecimentos que oferece um panorama da situação 
vivenciada pela personagem Conceição; já o segundo 
parágrafo apresenta uma descrição da personagem, 
elencando suas características. Assim, as tipologias 
predominantes são a narração e a descrição. A alternativa 
correta é, nesse sentido, a E. A explicação e a instrução 
sugeridas em A são características das tipologias expositiva 
e injuntiva, o que a invalida. A recapitulação e a explicação 
são características que não definem as tipologias em 
questão, o que torna a alternativa B incorreta. A exposição e a 
argumentação propostas em C são adequadas às tipologias 
expositiva e argumentativa, o que a torna incorreta. Por fim, a 
informação e a elucidação presentes em D se referem ambas 
ao tipo expositivo, o que também a invalida. 
QUESTÃO 24 
Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava 
de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu 
a mínima.
– Você está achando que vou ficar com medo de você só 
porque você pensa que é rei? – disse ele altivo, e em seguida 
voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.
Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a 
única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias 
garras. O mosquito continuou picando o leão, que começou 
a urrar como um louco. No fim, exausto, enfurecido e coberto 
de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, 
o leão se rendeu. O mosquito foi embora zumbindo para 
contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou 
direto numa teia de aranha. Ali o vencedor do rei dos animais 
encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula.
ESOPO. Fábulas. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
A fábula é uma narrativa curta, geralmente com animais 
personificados, que carrega um ensinamento moral. 
Sobre o texto anterior, infere-se que a moral defende que o
A. 	 oponente maior e mais forte pode ser vencido pelo 
cansaço.
B. 	 ato de persistência leva à vitória, mas deve ser mantida 
no futuro.
C. 	 vencedor deve ser humilde e guardar segredo de suas 
conquistas.
D. 	 sentimento da raiva leva à derrota, ainda que o inimigo 
seja menor. 
E. 	 adversário de aparente menor importância pode ser o 
mais temido.
4ASB
ENEM – VOL. 1 – 2018 LCT – PROVA I – PÁGINA 15BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
Alternativa E
Resolução: Na fábula, o mosquito enfrenta o leão e o 
pica até que este se renda, exausto e dolorido, pois não 
consegue acertá-lo com uma patada, ferindo a si mesmo. 
O mosquito, então, vai embora para contar a todos sua vitória 
sobre o grande animal, mas cai em uma teia e é comido por 
uma pequena aranha. Apresenta-se, portanto, o pequeno 
mosquito como vencedor do grande leão e, depois, a pequena 
aranha como vencedora do mosquito, transmitindo-se 
o ensinamento de que o inimigo supostamente menos 
importante pode ser o mais perigoso, o que torna correta 
a alternativa E. Vencer o oponente pelo cansaço não se 
aplica ao caso do mosquito, que foi vencido de surpresa, 
o que torna incorreta a alternativa A. No mesmo sentido, 
a atitude persistente sugerida em B também está incorreta, 
porque a aranha não precisou insistir para vencer o mosquito, 
mas apenas ser paciente e esperar por ele. A sugestão de 
humildade para o vencedor, presente em C, está incorreta 
porque não foi o fato de o mosquito querer falar de sua 
vitória queo levou à derrota, e sim a pouca atenção dada 
às pequenas ameaças. Por fim, o sentimento de raiva que 
leva à derrota não se aplica, pois os animais derrotados não 
sentiram raiva, mas orgulho, o que invalida a alternativa D. 
QUESTÃO 25 
Terça-feira, 29 de agosto
Por que todo o mundo gosta de reprovar as coisas 
más que a gente faz e não elogia as boas? Eu e minha 
irmã nem parecemos filhas dos mesmos pais. Eu sou 
impaciente, rebelde, respondona, passeadeira, incapaz 
de obedecer e tudo o que quiserem que eu seja. Luisinha 
é um anjo de bondade. Não sei como se pode ser como 
ela, tão sossegada. Nunca sai de casa sem ir empencada 
no braço de mamãe. Não reclama nada. Se eu disser que 
já a vi reclamando um vestido novo, minto. E se ganha um 
vestido e eu quiser lhe tomar, ela não se importa. Pois todos 
me chamam de menina rebelde e ninguém elogia Luisinha.
Vou escrever aqui o que eu fiz com ela e não tenho 
vergonha, porque é só o papel que vai saber.
MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Companhia das 
Letras, 2016.
Entre as características do texto que permitem identificá-lo 
como pertencente ao gênero diário, está o fato de ter sido 
escrito para ser
A. 	 esquecido pela própria autora.
B. 	 publicado em tempos posteriores.
C. 	 mantido como um registro privado.
D. 	 exposto a interlocutores específicos.
E. 	 descartado para preservar segredos.
Alternativa C
Resolução: Ao relatar que não tem vergonha de escrever o 
que fez “porque é só o papel que vai saber”, a autora mostra 
que escreveu o diário para ser lido apenas por si mesma, ou 
seja, para mantê-lo privado, distante das outras pessoas.
XEY6
Está correta, portanto, a alternativa C. As alternativas A e E 
estão incorretas porque textos desse gênero são escritos 
justamente para que a autora possa se lembrar dos fatos 
relatados; ainda, diários costumam ser guardados em 
segredo, para garantir sua confidencialidade. Também estão 
invalidadas as alternativas B e D, já que textos do gênero 
diário não são escritos com o intuito de serem publicados 
ou expostos a outros leitores. 
QUESTÃO 26 
Direciono este texto não aos meus pares – aqueles 
apaixonados por livros, que devoram as páginas para 
mergulhar em um novo mundo –, mas, sim, àqueles que 
não gostam de ler; que acham chato, monótono ou perda 
de tempo.
Antes de tudo, é importante dizer que eu o entendo. 
Mais do que isso, até meus 13 anos, eu era como você: 
havia lido apenas alguns livros obrigatórios do colégio e não 
extraía qualquer prazer daqueles clássicos. Mas, apenas 
para retomar o conceito, acredito que os principais erros 
estão no momento e na abordagem das leituras escolares.
A meu ver, o correto é que aquele que não gosta de 
ler comece por um texto mais simples, mais divertido, e, 
aos poucos, chegue a autores mais complexos e ricos na 
linguagem e no tema.
MONTES, R. Disponível em: <https://oglobo.globo.com>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento adaptado]
Considerando a intenção argumentativa do texto, percebe-se 
que seu autor se dirige aos leitores que não gostam de ler 
com o objetivo de
A. 	 compará-los às pessoas que gostam de ler e, por isso, 
adquirem mais conhecimento.
B. 	 persuadi-los da importância da leitura dos autores 
clássicos para sua formação.
C. 	 acolhê-los por meio da identificação consigo mesmo e 
com seu desgosto pela leitura.
D. 	 convencê-los de que sua resistência à leitura decorre 
de erros na abordagem escolar.
E. 	 aconselhá-los a realizar ao menos as leituras 
obrigatórias para as disciplinas do colégio.
Alternativa D
Resolução: Na argumentação construída, o autor identifica 
o leitor consigo mesmo, descrevendo seu ponto de vista 
sobre a leitura na época em que estava na escola e também 
não gostava ler. Assim, ele apresenta sua visão de que os 
principais erros estão no momento e na abordagem das 
leituras escolares, o que resulta em pessoas que creem 
não gostar de ler, já que, ainda muito jovens, são expostas 
a obras literárias muitas vezes densas e difíceis de ler, 
o que torna correta a alternativa D. Não há no texto uma 
comparação entre as pessoas que não gostam de ler e 
aquelas que gostam, e sim uma aproximação entre o leitor e 
o autor em sua adolescência, o que invalida a alternativa A. 
68FT
LCT – PROVA I – PÁGINA 16 ENEM – VOL. 1 – 2018 BERNOULLI S ISTEMA DE ENSINO
O autor também não busca persuadir sobre a importância 
da leitura dos autores clássicos, mas os cita para explicitar 
que, em sua adolescência, não extraía prazer algum dessas 
leituras, tornando incorreta a alternativa B. A intenção de 
acolher os leitores por meio da identificação consigo mesmo, 
como sugere a alternativa C, também está incorreta, pois 
essa identificação não tem o objetivo de acolher, mas de ser 
uma estratégia argumentativa para mostrar que é comum 
o desgosto pela leitura na época da escola devido a um 
equívoco na abordagem da disciplina Literatura. Por fim, 
não há no texto um aconselhamento para que os alunos 
realizem ao menos as leituras obrigatórias para as disciplinas 
do colégio, o que invalida a alternativa E.
QUESTÃO 27 
Um foguete, uma varinha mágica, um trem ou qualquer 
tipo de animal estão entre as muitas formas que um 
simples graveto pode tomar pela criatividade e imaginação 
(principalmente) das crianças. O exercício é importante 
para o desenvolvimento e para a construção autoral dos 
pequenos, e ter esta consciência ajuda os adultos a garantir 
que haja momentos livres de brinquedos prontos.
“É preciso não planejar tantas atividades e não deixar tantas 
opções de brinquedos com uma função específica disponível”, 
afirma Tatiana Weberman, responsável pelo SlowKids, 
movimento que propõe a desaceleração para a infância. 
“Deixar menos opções, muitas vezes, é abrir uma porta para 
a criatividade e uma vastidão de possibilidades.”
RODRIGUES, C. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br>. 
Acesso em: 21 out. 2017. [Fragmento]
De acordo com a argumentação desenvolvida no texto, 
o ponto de vista defendido diz respeito ao
A. 	 planejamento de atividades monitoradas e objetivas 
que desenvolvem a criatividade.
B. 	 sistema educativo que propõe às crianças brincarem 
com brinquedos específicos.
C. 	 método que atende à demanda dinâmica e acelerada 
das crianças em brincadeiras.
D. 	 movimento que solicita aos pais suprimirem brinquedos 
como modo de educar as crianças.
E. 	 exercício que incentiva crianças a brincarem sem 
brinquedos com usos predeterminados.
Alternativa E
Resolução: A argumentação apresenta a declaração da 
responsável por um movimento que propõe a desaceleração 
da infância, segundo a qual “É preciso não planejar tantas 
atividades e não deixar tantas opções de brinquedos com 
uma função específica disponível”. Nesse sentido, o ponto de 
vista defendido no texto diz respeito ao incentivo às crianças 
a brincarem sem brinquedos com funções predeterminadas, 
como visto no primeiro parágrafo, em que às autora afirma 
ser importante as crianças exercitarem sua criatividade. 
YCLO
Está correta, dessa forma, a alternativa E. Não há referências 
no texto ao planejamento de atividades monitoradas, como 
sugerido em A, o que a invalida. O texto não propõe a 
construção de brinquedos pelas crianças, conforme sugerido 
em B, e sim que brinquem com qualquer objeto. Como a 
autora sugere a desaceleração da infância, fica invalidada 
também a alternativa C, que propõe uma metodologia 
acelerada como a infância atual. Tampouco é solicitado 
aos pais que suprimam os brinquedos das crianças, como 
sugerido em D, e sim que apresentem brinquedos e objetos 
sem função predefinida, para estimular a criatividade. 
QUESTÃO 28 
Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério
Melhor negócio que Judas 
fazes tu, Joaquim Silvério: 
que ele traiu Jesus Cristo, 
tu trais um simples Alferes. 
Recebeu trinta dinheiros... 
– e tu muitas coisas pedes: 
pensão para toda a vida, 
perdão para quanto deves, 
comenda para o pescoço, 
honras, glórias, privilégios. 
E andas tão bem na cobrança

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