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Guia para o OSCE "Aprendendo com os erros". ALICE FRAZÃO COSTA LARISSA JARDIM VARGAS PAULO FERNANDO PIMENTA DE SOUZA 1ª EDIÇÃO Belém – PA/2020 Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. GUIA PARA O OSCE: “APRENDENDO COM OS ERROS”. Alice Frazão Costa Larissa Jardim Vargas Paulo Fernando Pimenta de Souza 1ª EDIÇÃO – BELÉM/PA 2020 Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Guia para o osce: “aprendendo com os erros”. Alice Frazão Costa Larissa Jardim Vargas Paulo Fernando Pimenta de Souza Editoração Eletrônica. Ficha Catalográfica Todos os direitos estão autorais e estão reservados e protegidos pela lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza Guia para o osce: “aprendendo com os erros” / Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza– Belém, 2020 ISBN: 978-65-00-02396-1. 1.Guia; 2. Tórax; 3. Semiologia; 4. Radiografia; 5. Cardiovascular. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. GUIA PARA O OSCE: “APRENDENDO COM OS ERROS” DESENVOLVIDO POR ALUNAS DA UNIFAMAZ (CENTRO UNIVERSITÁRIO METROPOLITANO DA AMAZÔNIA), SOB ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR DE HABILIDADES CLÍNICAS DR. PAULO FERNANDO PIMENTA DE SOUZA. 1ª Edição Belém – Pará 2020 Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. REPRODUÇÃO PROIBIDA Nenhuma parte desta obra, ou sua totalidade poderá ser reproduzida sem a permissão por escrito dos autores, quer por meio de fotocópias, fotografias, “scanner”, meios mecânicos e/ou eletrônicos ou quaisquer outros meios de reprodução ou gravação. Os infratores estarão sujeitos a punição pela lei 5.988, de dezembro de 1973, artigos 122-130 e pela lei do Direito Autoral, no 9.610/98. Direitos de cópias / Copyright 2020© por / by / Larissa Jardim Vargas/ Belém, Pará, Brasil Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. PREFÁCIO O guia que você utilizará agora foi desenvolvido a partir de um projeto de pesquisa científica submetido e aceito pela Plataforma Brasil, titulado: PROJETO DE PESQUISA UM GUIA PARA O OSCE: “APRENDENDO COM OS ERROS”. Neste guia abordaremos o passo-a-passo para realização do OSCE embasados nos assuntos administrados na matéria de Habilidades Clínicas do 2º período do Curso de Medicina da UNIFAMAZ e nos principais erros cometidos durante esta prova prática ao longo do ano de 2019. Desse modo, agradecemos ao professor Dr. Paulo Fernando Pimenta de Souza por nos apoiar e orientar na construção do projeto. O seu conhecimento e engajamento nos encorajaram a seguir em frente. Agradecemos também aos alunos que foram incansáveis na busca por conhecimento ao longo de nossas monitorias e despertaram em nós a vontade de desenvolver o guia. Bons estudos! Alice Frazão Costa e Larissa Jardim Vargas. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. CRÉDITOS AUTORES - ORGANIZADORES Larissa Jardim Vargas: Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ), Monitora de Habilidades Clínicas do segundo período do curso de medicina da UNIFAMAZ durante 2º semestre de 2019 e 1º semestre de 2020. Alice Frazão Costa: Acadêmica de Medicina do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ), Monitora de Habilidades Clínicas do segundo período do curso de medicina da UNIFAMAZ durante 1º e 2º semestres de 2019. Paulo Fernando Pimenta de Souza: Médico graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Cardiologia Clínica pelo Hospital do Coração, Titulado Especialista em Cardiologia Clínica pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Cardiologia e Docente do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ). Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. SUMÁRIO Capítulo 1 – Apresentação ao Paciente .................................................................... 10 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Capítulo 2 – Anamnese ....................................................................................... .11 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Capítulo 3 – Palpação dos Pulsos .......................................................................... 13 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Capítulo 4 – Exame Físico do Precórdio ............................................................... 17 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Capítulo 5 – Eletrocardiograma ........................................................................... 22 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Capítulo 6 – Radiografia do Tórax ....................................................................... 25 Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Referências ........................................................................................................... 29 Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 1 – Apresentação ao Paciente Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. . 1ª passo) Cumprimentar o paciente. 2ª passo) Se identificar falando nome em voz alta. 3ª passo) Relatar o que será feito nessa estação. 4ª passo) Lavar as mãos. ATENÇÃO! SEMPRE lembrar que antes de realizar qualquer procedimento na vida real as mãos devem ser lavadas, portanto em uma simulação não será diferente. Com os 4 passos já pré-determinados em sua cabeça, não existirão erros a serem descontados no checklist pré-estabelecido. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 2 – Anamnese Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. ATENÇÃO! O ALUNO DEVE SE CERTIFICAR DE QUE TODOS OS TÓPICOS ESTEJAM PRESENTES NA ANAMNESE. Ao disponibilizarem anamnese na estação é importante se certificar que todos os tópicos foram abordados. Os mais importantes são: 1. Sequência de uma anamnese geral: Identificação, Queixa Principal, História da doença atual, Interrogatório sintomatológico dos demais aparelhos, Antecedentes pessoais, Antecedentes familiares e Condições sócio econômica. 2. Agora o que cada um quer dizer? Identificação- Nome (perguntar como prefere ser chamado), Idade, Data de nascimento, Sexo/gênero, Cor (Branco/Negro/Pardo), Estado Civil, Ocupação (Profissão/ Local de trabalho), Naturalidade, Residência (Qual cidade reside), Procedência (Fez alguma viagem nos 3 últimos meses?/ Morou em alguma outra cidade nos últimos meses?), Endereço: rua, bairro, número, Nome da mãe, Nome do responsável/cuidador, Religião, E-mail para contato e Plano de saúde. Queixa Principal- é o motivo da consulta. Deve ser anotado com as palavras do paciente, caso seja uma expressão errada ou vulgar, colocar em parêntese. Perguntar ao paciente: “O que lhe trouxe aqui?” HDA- Permita que o paciente fale da sua doença. Determine o sintoma-guia. Descreva o sintoma com suas características e analise-o minuciosamente. Use o sintoma guia, como um guia para conectar com outras queixas e relacioná-las.A história deve ter um cronograma lógico; começo, meio e fim. Não induza respostas. Roteiro da HDA: 1. Início (surgimento) - “Quando você começou a sentir isso?” - “Como iniciou, rápido ou devagar? Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. 2. Características Localização (onde dói? irradia?) Duração (quanto tempo dura?) Frequência (qual é a frequência que aparece?) Tipo (como é a dor?) Intensidade 3. Fatores de Melhora ou Piora Ex. posições, medicamentos, ambientes ... - Questionar se o paciente tomou algum medicamento! “Algo melhora isso?” “Tomou medicamentos?” 4. Sintomas Relacionados - Questionar possíveis sintomas acompanhados. “ Sente algum outro sintoma? ” “Algum outro incomodo acompanhado? ” 5. Evolução - Registrar o comportamento do sintoma ao longo do tempo, relatando modificações das características e influência de tratamentos efetuados. “Esse sintoma se modificou nos X dias?” 6. Situação Atual - Relatar como está o paciente no momento atual da consulta. “Como está agora?” Interrogatório Sintomatológico dos Demais Aparelhos (ISDA)- Serve para complementar a HDA com sintomas gerais como, por exemplo, febre, edema, astenia e entre outros. Sintomas cardiovascular, cabeça e pescoço, torácico, abdominais, osteomuscular, psiquiátrico e geniturinário. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Antecedentes Pessoais- gestação e nascimento, desenvolvimento neuropsicomotor, imunizações, puberdade, menarca, características do ciclo menstrual, sexualidade e vida reprodutiva, climatério, doenças sofridas pelo paciente (doença da infância e apresentadas na vida adulta), alergia, cirurgias, traumatismos, hospitalizações, hemotransfusões e medicações. Antecedentes Familiares- estado de saúde dos ascendentes e descendentes e de pessoas que coabitam, histórico familiar de doenças. Hábitos de vida/ Condições Sócio Econômica- tabagismo, etilismo, uso de drogas elícitas e atividade física. Habitação, contato com animais domésticos, ocupações anteriores e ocupação atual, padrão de sono, condições socioeconômicas, condições culturais, religiões, vida conjugal e ajustamento familiar e condições econômicas. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 3 – Palpação dos Pulsos Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. A palpação é realizada com as polpas digitais e a face ventral do indicador e médio. O paciente se posiciona em decúbito dorsal ou sentado e o examinador deve ficar em pé e a direita do paciente. Para a avaliação dos pulsos é importante analisar o estado da parede arterial (liso, endurecido, etc.), frequência (número de batimentos por minuto, que fica entre 50 a 100 bpm), ritmo (regularidade), similitude (igualdade) e amplitude. Pulso Carotídeo: Paciente sentado ou em decúbito dorsal com a cabeça levemente fletida, deve-se palpar a artéria carótida. Palpar profundamente à borda anterior do músculo esternocleidomastoideo, faz-se a palpação com as polpas dos dedos indicador e médio. Não pode palpar os dois pulsos ao mesmo tempo. Figura 1. Pulso Carotídeo Fonte: autores. Pulso Radial: Paciente sentado com a mão repousada na mesa de exame em completa supinação. Palpar a artéria radial entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores. O examinador palpa com a mão em pinça, com o polegar fixado sutilmente no dorso do punho do paciente. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 2. Pulso Radial Fonte: autores. Pulso Braquial: Paciente sentado ou em decúbito dorsal. Palpar a artéria braquial no sulco bicipital. Deve-se com a mão homolateral, segurar o antebraço do paciente, concomitante faz uma leve flexão do braço, enquanto os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral sentem as pulsações da artéria no sulco bicipital, abarcando o braço do paciente e deve ser usado o polegar como ponto de fixação na face lateral do braço. Figura 3. Pulso Braquial Fonte: autores. Pulso Aorta Abdominal: Paciente em decúbito dorsal, fazendo leve flexão das coxas sobre a bacia para relaxar os músculos abdominais. Palpar a aorta entre o apêndice xifoide e cicatriz umbilical. Palpar profundamente com a mão direita em baixo e a esquerda em cima, na região epigástrica. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Pulso Femoral: Paciente em decúbito dorsal. Palpar na região inguinocrural, abaixo do ligamento inguinal, em sua porção média. O examinador com os dedos indicador, médio e anular, procura sentir as pulsações da artéria femoral comum superficial no triangulo Scarpa. Pulso Poplíteo: Paciente em decúbito dorsal com a perna semifletida. Palpar a artéria poplítea na região média do oco poplíteo ou côncavo do joelho. O examinador segura o joelho do paciente com as duas mãos, fixando os polegares na rótula e aprofundando os dedos indicadores, médios e anulares na face posterior do joelho. Figura 4. Pulso Poplíteo Fonte: autores. Pulso Tibial Anterior: Paciente em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. Palpar a artéria tibial anterior no terço distal da perna, entre os músculos extensor do hálux e extensor longo dos dedos, com os dedos indicador, médio e anular da mão, procura sentir as pulsações da artéria; o examinador coloca-se do lado do membro em exame, firmando o pé do paciente, em dorsiflexão com a mão contralateral. Pulso Tibial Posterior: Paciente em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. Palpar a artéria tibial posterior na região retromaleolar interna. O examinador sustenta o calcanhar do paciente com a mão homóloga; com os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral, procura sentir as pulsações da artéria na região retromaleolar. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 5. Pulso Tibial Posterior Fonte: autores. Pulso Pedioso: Paciente em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. Palpar a artéria pediosa entre o primeiro e o segundo metatarsianos, com os dedos indicador, médio e anular de uma das mãos; com a outra, fixa o pé do paciente em dorsiflexão. Figura 6. Pulso Pedioso Fonte: autores. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 4 – Exame Físico do Precórdio Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. Ao longo do exame físico do precórdio é importante ter em mente a sequência do exame físico: inspeção, palpação, percussão e ausculta e seus pontos principais. ICTUS CORDIS: LOCALIZAÇÃO, CARACTERÍSTICAS E PALPAÇÃO. O ictus cordis é considerado a “ponta do coração”, a extremidade do ventrículo esquerdo. Onde está localizado? O normal é que esteja localizado no 4º ou 5º espaço intercostal, de 6 a 10 cm à esquerda da linha média. Como realizar a palpação? 1. Paciente em decúbito dorsal com a cabeceira do leito posicionada a 30°, tórax exposto e membros não cruzados repousados ao leito. 2. Com a mão espalmada procura-se o ponto de máximo impulso. Após sua detecção utiliza- se a ponta dos dois dedos a fim de aumentar a sensibilidade tátil. 3. Caso a delimitação seja imprecisa, solicita-se que o paciente se posicione em decúbito lateral esquerdo, já que assim a ponta do coração (ictus) se aproxima da caixa torácica. Figura 7. Palpação do ICTUS CORDIS em decúbito dorsal. Fonte: autores. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 8. Palpação do ICTUS CORDIS em decúbito lateral. Fonte: autores. Quais características devo analisar na palpação? Além da correta localização, devem ser avaliadas extensão, amplitude, presença de bulhas cardíacas extras, mobilidade. - Extensão: seu tamanho normal varia 2-3 cm, não podendo ultrapassar desde valor. Seu tamanho pode ser descrito tendo como parâmetro as polpas digitais. Aumentos em sua extensão sãoindicativos de dilatação do ventrículo esquerdo. - Bulhas cardíacas extras: existem bulhas que ao exame físico são mais palpáveis que audíveis, como exemplo a B3. Patologias que aumentam a velocidade de enchimento ventricular durante o início da diástole pode produzir um impulso palpável ocorrendo depois do impulso ventricular esquerdo principal. - Amplitude: chama-se de ictus propulsivo aquele capaz de exercer grande pressão sob os dedos do examinador a ponto de levantá-los. Esse achado de exame reforça a hipótese de hipertrofia do ventrículo esquerdo. - Mobilidade: ao pedir que o paciente mude de decúbito dorsal para decúbito lateral esquerdo nota- se uma lateralização do ictus em aproximadamente 3 cm. Redução nesta mobilidade pode indicar pericardite constritiva. AUSCULTA CARDÍACA: - Foco aórtico: localizado no segundo espaço intercostal direito, borda esternal direita. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 9. Ausculta Cardíaca Foco Aórtico Fonte: autores. - Foco pulmonar: localizado no segundo espaço intercostal esquerdo, borda esternal esquerda. É neste foco em que se analisa os desdobramentos da 2ª bulha pulmonar. Figura 10. Ausculta Cardíaca Foco Pulmonar Fonte: autores. - Foco tricúspide: localizado na base no apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda, ou seja, borda esternal esquerda inferior. Na ausculta do coração durante inspiração profunda, obtém-se a intensificação do sopro de origem tricúspide. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 11. Ausculta Cardíaca Foco Tricúspide Fonte: autores. - Foco mitral: situa-se no quinto espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração. Nos pacientes com cardiomegalia acentuada, este foco desloca- se lateralmente na direção da linha axilar anterior. Por isso, antes de começar a ausculta do coração, é indispensável localizar o ictus cordis. Figura 12. Ausculta Cardíaca Foco Mitral Fonte: autores. -Foco acessório: localizado no terceiro espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal esquerda. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. ALTERAÇÃO NA AUSCULTA CARDÍACA - NORMAL/PATOLÓGICA Primeiramente, deve-se avaliar apenas a 1ª e 2ª bulha, pois é importante para a ausculta o reconhecimento desses ruídos. A 1ª bulha coincide com o pulso carotídeo e do ictus cordis. Seu timbre é mais grave e dura mais do que a 2ª bulha. É representada pela expressão TUM. A 2ª bulha acontece após um pequeno silêncio, possui timbre mais agudo e duração menor que a 1ª. É representada pela expressão TÁ. 3ª Bulha - é a fase de enchimento rápido ventricular. Som protodiastólico (ela se encontra após a segunda bulha no terço inicial da diástole). Relacionada com sobrecarga de volume. ex: Insuficiência do VE e insuficiência Mitral. Melhor audível com campanula no foco mitral. 4ª Bulha - é a fase de contração atrial. Som telediastólico ou Pré-sistólico (ocorre antes da sístole). Relacionada com sobrecarga de pressão. Ex: coronariopatia, miocardiopatia, HAS e estenose aórtica. Som grave e de baixa intensidade. Ocorre milissegundos antes da primeira bulha, pode ser confundido com desdobramento de B1 (fusão da 4ª e 1ª bulha). Realize a ausculta cardíaca considerando: 1. Ritmo- regular ou irregular e em 2 tempos (B1 e B2) 2. Frequência cardíaca- em 1 minuto 60 a 100 bpm 3. Intensidade das bulhas B1 e B2- normofonéticas ou hipofonéticas ou hiperfonéticas. 4. Presença de Sopros 5. Presença de Atritos Tabela 1. Representação Sonora dos sons cardíacos B1 B2 B1 B2 tum ta tum ta B1 B2 B3 B1 B2 B3 tum ta tu tum ta tu B4 B1 B2 B4 B1 B2 tu tum ta tu tum ta Fonte: autores. Feedback Normal- “Bulhas normofonéticas em 2 tempos (B1 e B2), ritmo regular, sem sopro e sem desdobramento.” Feedback Galope de 3- “Bulhas normofonéticas em 3 tempos, ritmo regular, sem sopro e sem desdobramentos.” Feedback Sopro- “Bulhas normofonéticas em 2 tempos (B1 e B2), ritmo regular, com sopro e sem desdobramento.” Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Sístole ventricular: -Pulmonar aberta -Tricúspide fechada -Aórtica aberta -Mitral fechada Diástole ventricular: -Pulmonar fechada -Tricúspide aberta -Aórtica fechada -Mitral aberta. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 5 – Eletrocardiograma Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. O eletrocardiograma é a representação gráfica da corrente elétrica produzida pelo coração. O tração do ECG ocorre na forma de ondas com características próprias como duração, amplitude e configuração. Na velocidade de deslocamento do eletro um quadrado pequeno corresponde a 0,04s e um quadrado grande corresponde a 0,2s, sendo assim possível determinar a duração do evento registrado. - Onda P: representa a despolarização do átrio. Duração: 0,06s – 0,09s em crianças e 0,08s – 0,11s em adultos. Morfologia: arredondada, monofásica. Amplitude: varia entre 0,25 mV e 0,30 mV. Polaridade: normalmente positiva nas derivações DI, DII e DIII. Sempre negativa em AVR. As demais derivações variam de um individuo para outro. - Intervalo P-R: corresponde ao atraso fisiológico da condução que se iniciou no nó sinusal. Este atraso é necessário para que os átrios sejam esvaziados antes da contração ventricular. O intervalo PR normal varia de 0,12 a 0,20s. - Complexo QRS: representa a despolarização dos ventrículos. Duração: 0,05s – 0,11s. Assim como a onda P, o complexo QRS tende a ser maior quanto maior a idade. Graficamente não deve exceder 2,5 quadrados menores do papel do ECG. Morfologia: não há um padrão. Amplitude: varia de acordo com as condições cardíacas e extracardíacas do paciente. Polaridade: predominantemente positivo em regiões anteroesquerdas e posteroesquerdas do tórax e, predominantemente negativo à direita do precórdio e em regiões próximas ao ombro direito. - Segmento ST: observado ao fim do complexo QRS e início da onda T, geralmente tem caráter isoelétrico, tolerando um desnivelamento de 1mm. - Onda T: corresponde a repolarização dos ventrículos. A onda T normal é positiva e paralela ao complexo QRS na maioria das derivações do eletrocardiograma. Em V1 e V2, o QRS normal é negativo e a onda T normal pode ser negativa ou positiva. Como interpretar o eletrocardiograma? 1. Identificação do ritmo. Os tipos de ritmo são: a. Ritmo sinusal: caracteriza-se por onda P precedendo o QRS, positiva em DI, DII e AVF, frequência cardíaca entre 60-100 bpm. Este ritmo é caracterizado normal, logo os que diferem do mesmo são chamados de arritmias. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. b. Arritmias: são ritmos irregulares que podem cursar ou não com alteração da frequência cardíaca. 2. Determinação da frequência cardíaca. A frequência cardíaca normal varia entre 60-100 batimentos por minuto. Todos os ritmos acima de 100bpm são chamados taquicardias e os abaixo de 60bpm são denominados bradicardias. Como determinar a frequência cardíaca a partir do ECG? A forma como calcular a frequência depende do ritmo, se ele for regular ou não. Nos casos de ritmo regular pode-se calcular de duas formas: a. Pode-se dividir 1500 pelo número de milímetros (“quadradinhos”) do intervalo RR, ou seja, entre dois complexos QRS. b. Pode-se dividir 300 pelo número de “quadradões” do intervalo RR, ou seja, entre dois complexos QRS. Figura 13. Contagem da frequência cardíaca de um ritmo regular com base no eletrocardiograma. Fonte: https://cardiopapers.com.br/curso-basico-de-eletrocardiograma-parte-07-frequencia- cardiaca/Nos casos de ritmo irregular pode-se calcular a frequência cardíaca da seguinte forma: contar a quantidade de complexos QRS na derivação D2 longo e multiplicar por 6. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 14. Contagem da frequência cardíaca de um ritmo irregular com base no eletrocardiograma. Fonte: https://cardiopapers.com.br/curso-basico-de-eletrocardiograma-parte-07-frequencia- cardiaca/ Alterações: - Taquicardia sinusal: onda P precedendo o QRS, positiva em DI, DII e AVF, frequência cardíaca > 100 bpm. Figura 15. Taquicardia sinusal representada no eletrocardiograma. Fonte: http://www.cardioscience.com.mx/nota.php?id=263 - Bradicardia sinusal: onda P precedendo o QRS, positiva em DI, DII e AVF, frequência cardíaca < 60 bpm. Figura 16. Bradicardia sinusal representada no eletrocardiograma. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bradicardia 3. Características das ondas (duração, morfologia, amplitude, polaridade). Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Capítulo 6 – Radiografia do tórax Alice Frazão Costa, Larissa Jardim Vargas, Paulo Fernando Pimenta de Souza. A radiografia de tórax pode ser obtida em várias incidências. A mais utilizada é a póstero- anterior (PA), quase sempre complementada pela incidência em perfil. Neste guia focaremos na interpretação do raio-x de tórax na incidência PA. Como interpretar? 1. Avaliação da incidência: observar se o filme é em PA ou AP. Figura 17. Radiografias de tórax em PA (imagem à esquerda) e PERFIL (imagem à direita). Fonte: https://bit.ly/38oMWMs. 2. Orientação: verificar as marcações direita e esquerda, mesmo que estas já tenham sido sugeridas pelo técnico, uma vez que erros podem acontecer e irão influenciar diretamente na sua análise. 3. Rotação: identifique as extremidades mediais das clavículas e selecione um dos processos espinhosos vertebrais que se posicione entre elas. As extremidades mediais claviculares devem estar equidistantes do processo espinhoso escolhido para que se considere uma rotação adequada. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 18. Radiografia de tórax em PA mostrando a equidistância entre as clavículas e o processo espinhosos da coluna vertebral. Fonte: https://bit.ly/2SmagoD 4. Penetração: para avaliar a penetração, observe a parte mais inferior da imagem cardíaca. Os corpos vertebrais devem ser visíveis apenas através da imagem cardíaca neste ponto. Se estiverem claramente visíveis significa uma penetração em excesso, o que prejudicará na avaliação de lesões de baixa densidade. E caso não seja possível a visualização dos corpos vertebrais, significa que o filme está com baixa penetração e os campos pulmonares serão falsamente brancos. Figura 19. Radiografias de tórax em PA mostrando (A) pouca penetração e (B) muita penetração. Fonte: https://bit.ly/38oMWMs. 5. Inspiração: sua avaliação se dá através da contagem dos arcos costais acima do diagrama. Para ser considerado um exame bem inspirado deve haver 9-10 arcos costais posteriores acima do diafragma. Caso mais costelas estejam visíveis, o paciente está hiperinsuflado. Caso estejam menos visíveis significa que o paciente não conseguiu uma inspiração total, seja por dor, cansaço ou outro motivo de relevância. Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. Figura 19. Radiografia de tórax em PA com inspiração correta sinalizada através da contagem dos arcos costais. Fonte: https://bit.ly/38oMWMs. 6. “ABC do Raio-x de Tórax”. A (AIRWAY): nesta etapa vamos avaliar a traqueia, brônquios, pulmões e pleura, verificando a localização, tamanho, forma e a presença ou não de sombras. Os campos pulmonares devem ser avaliados comparativamente, sendo em alguns casos possível a observação de consolidações, atelectasias, nódulos, massas, cavidades ou alterações difusas. Figura 19. Radiografia de tórax em PA com inspiração correta sinalizada através da contagem dos arcos costais. Fonte: https://bit.ly/2KLgpGc Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. B (BONE): nesta etapa iremos avaliar o arcabouço ósseo (costelas, clavículas e coluna). A avaliação deve ser sempre comparativa entre o hemitórax direito e esquerdo, para que nenhuma alteração passe despercebida como fraturas, alterações da densidade óssea e deformidades. C (CIRCULATION): nesta etapa deve-se avaliar as margens do mediastino, que podem sugerir aumento das dimensões das câmaras cardíacas, por exemplo. E ainda a avalição do índice cardiotorácico e dos hilos pulmonares. D (DIAPHRAGM): nesta etapa avaliamos as hemicúpulas diafragmáticas que, em condições normais, se apresentam de forma convexa, sendo a hemicúpula direita discretamente mais elevada que a esquerda. Neste momento avalia-se também os seis costofrênicos que devem, em condições normais, se apresentar como ângulos agudos bem definidos. E (EXTERIOR): buscar por qualquer aumento ou anormalidade de partes moles. COMO CALCULAR O ÍNDICE CARDIOTORÁCICO? Maior largura da silhueta cardíaca (A + B) dividida pelo diâmetro da caixa torácica (C) com paciente em inspiração profunda. O resultado deve ser igual ou inferior a 0,5cm. Figura 20. Radiografia de tórax em PA demostrando os parâmetros utilizados no cálculo do índice cardiotorácico. Fonte: https://bityli.com/hwBiV Guia para o osce: ”aprendendo com os erros”. REFERÊNCIAS 1) Semiologia Médica - José Rodolfo Rocco. 1º Edição. 2010. Editora Elsevier. Capítulo 6: exame do aparelho cardiovascular. 2) Tratado de Semiologia Médica: história e exame clínico. – Mark H. Swartz. Tradução da 7º edição. Editora Elsevier. Capítulo 11: Coração. 3) Eletrocardiograma em 7 aulas: temas avançados e outros métodos. – Antônio Américo Friedmann. 2011. Editora Manole. Módulo 1: ECG básico. 4) ECG: Manual Prático de Eletrocardiograma. Editores Helder José Lima Reis et al. São Paulo; Editora Atheneu, 2013. 5) FIGUINHA, Fernando. Como calcular a frequência cardíaca pelo eletrocardiograma (ECG)? 2013. Disponível em: <https://cardiopapers.com.br/curso-basico- deeletrocardiograma-parte-07-frequencia-cardiaca/>. Acesso em: 30 set. 2019. 6) VISTA, Jorge Hakim. ECG 7.2 Ritmo sinusal, arritmias del nodo sinusal. 2017. Disponível em: <http://www.cardioscience.com.mx/nota.php?id=263>. Acesso em: 30 set. 2019. 7) PORTO, CELMO CELENO. Semiologia médica. 5ª edição. Parte 7, 396-440; 2005. 8) Tratado de Semiologia Médica, Capítulo 11: Coração| Mark H. Swartz, MD, FACP. https://www.evolution.com.br/epubreader/9788535283044. 9) DUONG M, et al. ABC’s of Chest X-Rays. TSMJ Volume 2 2001: Clinical M Medicine. 10) Tórax – Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem – Nestor L Muller e C. Isabela Silva Muller. 2º edição. 2016. Editora Elsevier. 11) Manual de Raios X de Tórax – Jonathan Corne e Maruti Kumaran. 4º edição. 2016. Editora Elsevier.
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