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Estrangeirismo, léxico e influência Professor – tutor: Wanderlei Gonçalves Toda dominação tem seus efeitos, e o primeiro e talvez mais observado por estudiosos, seja o choque de culturas. Esse choque cultural que em épocas remotas causou transformações gigantescas no modo de se comunicar e de socializar, hoje parece algo distante e por vezes incompreensível, visto que vivemos num momento da história humana, onde se faz necessário e aceita-se com naturalidade essa inserção ao desconhecido. Isso pode ser observado na relação linguística dos povos, mas especificamente no que se refere a influência do estrangeirismo na língua falada de cada região, e na forma natural como novas “palavras” se associam ao cotidiano do ser humano, fato este, que também ocorre na língua portuguesa, e portanto, no Brasil. Infante (2001, pg.193) observa que na língua portuguesa, mas especificamente no Brasil “a maior fonte de empréstimos é o inglês norte-americano”, Para que se possa iniciar uma discussão sobre o estrangeirismo, seu emprego e consequências lógicas e as transformações que ele causa no léxico português, há a necessidade de se compreender primeiramente, o que é o estrangeirismo. Da mesma forma, antes ainda da compreensão e debates acerca do estrangeirismo, percebe-se necessário e indispensável, o entendimento do que é léxico, e mais claramente do que é léxico português. Segundo Pacheco Mariana (2018), léxico “é o conjunto de palavras de uma língua”. Estrangeirismo é emprego, na língua de uma comunidade, de elementos oriundos de outras línguas. No caso brasileiro, posto simplesmente, seria o uso de palavras e expressões estrangeiras no português. Trata-se de um fenômeno constante no contato entre comunidades linguísticas, também chamado de empréstimo (FARACO, 2002, p. 15) Segundo Azeredo (2000) no início do século XIII, a língua portuguesa já exemplificava o que chamamos hoje de “estrangeirismo”, visto que a mesma contava com 80% de palavras de origem latina, outros cerca de 20% de palavras pré-romanas, germânicas e árabes, ou seja, um acervo herdado, que forneceu a esse léxico, padrão fonético e morfológico. Na imagem acima, podemos perceber o uso quase que “gritante’ do estrangeirismo, e é desta forma, alicerçada muitas vezes pela mídia e outras pelo “modismo” que novas palavras passam a fazer parte do cotidiano, das conversas e do léxico linguístico de uma região ou país. Não é difícil sair as ruas, e deparar-se com placas diversas, em especial as oriundas do sistema comerciário, com dizeres e nomes em Inglês, como por exemplo: fast-food, self service, delivery, big sale, big e tantas outras, sem contar a própria denominação que algumas empresas usam, como na imagem anterior, onde o próprio nome da empresa se confunde com o que chamamos de estrangeirismo. Pode-se afirmar que se faz necessário tanto o conhecimento prático como científico, do que é estrangeirismo, suas origens, de sua razão e utilização, assim como de seus efeitos no léxico português, Quando não se tem conhecimento do que acontece ao seu redor, no caso específico do seu idioma, torna-se clara a penalização léxica diante de vocábulos inexistentes no vocabulário nativo. No nosso país isto aconteceu quando os índios foram “domesticados” pelos portugueses, e continua acontecendo hoje, quando nos tornamos presas fáceis da tecnologia, mas especificamente da internet. Parece natural nos dias de hoje, e talvez o seja, introduzirmos em nossos diálogos cotidianos, palavras estrangeiras, que naquele momento, já não parecem assim tão estrangeiras ou sem sentido. Prova disto, é que as encontramos facilmente, ou soa a alguém estranheza falar em hot-dog, self-service, shopping? O problema é que toda dominação, seja ela física, territorial, psicológica ou idiomática, causa danos, muitas vezes irreparáveis. Referências AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. FARACO, Carlos Alberto (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. São Paulo: Parábola, 2002. INFANTE, Ulisses. Curso prático de gramática aplicada aos textos. São Paulo: Scipione, 2001. PACHECO, Mariana. O que é léxico?. Escola Kids. Portal UOL. Disponível em: :<http://www.redalyc.org/html/1170/117021206009/ > Consultado em 23 de Setembro de 2018 https://pt.wikipedia.org/wiki/UOL
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