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Pandemia e Atividade Física

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ
EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO
Mônica Moraes dos Santos
PORTFÓLIO – PANDEMIA E ATIVIDADE FÍSICA
1. INTRODUÇÃO
 	
No mês de dezembro de 2019, na cidade da Wuhan situada na China, foi verificado o primeiro caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave Coronavírus (SARSCoV-2), denominado também como COVID-19. Segundo a OMS, aproximadamente 80% dos casos de COVID-19 pode ser assintomático, os outros 20% apresentam dificuldade respiratória precisando de atendimento hospitalar, dos quais 5% necessitam de suporte ventilatório para tratar a insuficiência respiratória.
Brasil (2020) cita que o COVID-19 pode apresentar sintomas variados, como os parecidos com um resfriado até de uma pneumonia severa. No dia 11 de março de 2020, a OMS declarou o coronavírus como uma pandemia. A partir dessa data foram empregadas medidas de prevenção para controle e contenção de riscos e agravos na saúde pública como o uso de máscaras, higienização das mãos frequentemente com sabão ou álcool em gel e o distanciamento social. 
Atualmente, não existe vacina ou tratamento medicamentoso para o novo coronavírus levando assim ao distanciamento social como estratégia mais eficiente para evitar contágio. Apesar de que indiscutivelmente ficar em casa seja a maneira mais segura para evitar o contágio com o COVID-19, essas medidas implicam em mudanças de relevantes no estilo de vida da população (GARCIA, DUARTE (2020)). 
Para Leitão et. Al. (2020) os efeitos do distanciamento social são inúmeros, de ansiedade até transtornos psicológicos e aumentar o comportamento sedentário e a inatividade física. Contudo, a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício alerta sobre os benefícios que a prática de atividade/exercício física (o) para a melhora do sistema imunológico e defesas do organismo diante de agentes infecciosos como o coronavírus. 
A literatura mostra que a prática regular de atividade física trazem benefícios para ter saúde mental e física equilibrada. Desta forma, a continuidade da prática de atividade física mesmo durante a quarentena é de extrema importância, tornando um fator condicionante para a diminuição de comportamentos sedentários que levam a outros tipos de doenças. Entretanto, em tempos de pandemia torna-se arriscado a população acessar locais como academias ou atividades oferecidas nos centros de saúde. Diversas organizações de saúde recomendam que indivíduos pratiquem atividade física em casa, diminuindo assim os efeitos negativos da quarentena (ROCHA et. Al., 2020).
2. IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA 
A atividade física pode ser definida como qualquer tipo de movimento corporal em que são exigidos da musculatura esquelética requerendo gasto calórico, no âmbito de diversas práticas como lutas, ginásticas, exercícios físicos, jogos, capoeira, danças, atividades rítmicas, lazer, recreação, relaxamento corporal, ioga, atividade laboral, do cotidiano, entre outras práticas corporais, podendo ser executada em qualquer idade utilizada como meio de manutenção, prevenção e recuperação de saúde. Os benefícios da prática regular de atividades físicas em diversos sistemas do corpo humano são amplamente divulgados na literatura
Quando adotamos um estilo de vida ativo através da prática regular de atividade física, reduzimos os riscos de desenvolver doenças crônico-degenerativas. Faz-se um comparativo ainda de que a atividade física regular seja uma tentativa de controle das doenças crônico-degenerativas, assim como a imunização representa a tentativa de controle das doenças infecto-contagiosas (ZAMAI, 2009).
Já inatividade física é um fator condicionante para doenças, sendo o exercício físico a principal ferramenta para a promoção de saúde. A imagem de pessoas saudáveis e os benefícios em todos os aspectos do organismo estão diretamente ligados à prática regular de atividade física, fazendo com que o número de pessoas que aderem à vida saudável cresça.
2.1Atividade física e pandemia do COVID-19
A prática de atividade física de forma sistemática, regular e sempre com a orientação de um profissional de Educação Física, é interpretada como determinante e condicionante de saúde. Nessa perspectiva, a Lei nº 8.080 de 1990, dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação de saúde, compreende que atividade física com base em consenso científico mundial do seu caráter de promover Saúde. Já a falta de atividade física é um fator condicionante para doenças (CONFEF, 2020).
Mesmo sabendo dos benefícios diversos da prática de atividade física, em muitos países onde o COVID-19 atingiu números elevados da população, a constância da prática de exercícios físicos, mesmo dentro de casa, não foi posta em pauta. Pesquisadores brasileiros destacam a necessidade da continuidade da prática de atividade física e diminuição do sedentarismo, recomendando que a atividade física seja essencial, podendo ser praticada em ambientes abertos durante o período de isolamento social (PITANGA et. al., 2020).
Para evitar a disseminação da COVID-19 e preservar a saúde da população, o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) caracteriza a centralidade da atividade física na prevenção de doenças e promovendo saúde, relevando a importância de “estimular e orientar o beneficiário a permanecer fisicamente ativo, por meio de atividades de intensidade moderada, inclusive na residência, respeitando eventuais contraindicações específicas e evitando, por prudência, atividades de alta intensidade/extenuantes” (CONFEF, 2015). 
Acompanhando sempre as decisões de todas as secretarias estaduais/municipais de saúde e também do Ministério da Saúde quanto às restrições e acesso as academias, clubes, clínicas e diversos espaços destinado à prática de atividade física/ exercício físico. Com o fechamento desses espaços, a prática deve continuar em ambientes abertos, sempre evitando contato com outras pessoas, aglomerações. Se mesmo assim houver restrições à atividade deve ser feita em casa, com ajuda da tecnologia obtendo orientações on-line por profissionais de Educação Física ou com ajuda de vídeos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. 
No caso de atividades ao ar livre, sugerem-se atividades aeróbicas, praticadas individualmente. 
“Eu gosto de praticar atividades ao ar livre, mas com o COVID ficou mais difícil, além do uso da máscara temos que evitar aglomerações” (Kely).
“Sempre pratiquei atividades em locais abertos, gostei dos efeitos que a pandemia trouxe para as práticas esportivas” (Eliane).
E se a atividade for realizada em casa os exercícios podem ser de fortalecimento muscular (flexões, agachamentos, abdominais...), subir e descer escadas, alongamentos, sempre de leve a moderado, também dando importância ao aumento de atividade física doméstica, como lavar roupa, lavar louça entre outras. 
“Comecei fazer exercícios em casa, mas depois de certo tempo a gente fica com preguiça, não tem vontade de se exercitar. Ainda bem que voltaram os atendimentos nas academias” (Karla). 
 “Nos primeiros dias estava empolgada em fazer atividades em casa, mas ai com o tempo me acomodei e não continuei” (Bruna). 
A maior dificuldade em tempos de pandemia é a continuidade da prática, pois a população indaga a falta de estrutura para as práticas corporais, levando as pessoas a suspenderem a sua rotina de exercícios físicos (Liz & Andrade, 2016). Entretanto, depois de muito tempo com academias e similares fechados, o Governo Federal publicou o Decreto Nº 10.344, de 11 de maio de 2020, incluindo as academias de esporte de todas as modalidades no rol de atividades essenciais. 
Após a reabertura de academias, os cuidados continuaram os mesmos, tendo que usar máscaras, distanciamento social e a higienização das mãos frequentemente. 
“Nós precisávamos de uma resposta do Governo sobre a reabertura, estava passando os treinos on-line, mas para mim não é a mesma coisa, na realização, nos movimentos que poderiam precisar de uma orientação” (Bruna).
“A consultoria on-line vai muito de aluno praaluno, existem os que já praticam há anos e aqueles que nunca praticaram atividades físicas, ai a dificuldade em transcrever treinos on-line” (Bruno). 
“Todos os alunos reclamam de usar máscara, pois afirmam que não conseguem respirar com ela. Temos que saber que o uso dela é necessário para evitar mais contaminados com COVID” (Karla).
O CONFEF (2020) citou as práticas adotadas após o retorno gradativo das atividades nos espaços fitness, sempre manter os clientes e profissionais que trabalham no local informado referente à higienização sanitária e prevenção da contaminação do COVID-19 ou estabelecer comunicação por meios digitais destacando os novos padrões de higiene e as novas medidas adotadas por órgãos responsáveis pelo controle da pandemia locais e pelo estabelecimento. 
	CONCLUSÃO
A pandemia do coronavírus modificou os hábitos da grande maioria das pessoas com a necessidade do isolamento social fazendo com que o COVID-19 não se espalha-se. Porém, essa medida acarreta prejuízos à saúde física e mental das pessoas durante esse período. Assim, a prática regular de exercícios físicos surge como possibilidade de minimizar os efeitos colaterais do distanciamento social na saúde de todos os indivíduos. 
	As recomendações do Ministério da Saúde e de todos os órgãos responsáveis por evitar a propagação da pandemia devem ser cumpridas a risca, para que o Profissional de Educação Física consiga assim desempenhar suas atividades ajudando na proteção, prevenção e recuperação da saúde de toda a população. 
	Portanto, a prática de atividade física deve ser uma política de saúde pública, mesmo que sendo praticada em casa, se adequando ao novo cenário do mundo, fortalecendo o autocuidado, levando sempre em consideração que o período de isolamento social normalmente não são a longo prazo, porém suas consequências podem ser vivenciados ao longo da vida. Por isso, tornam-se emergenciais recomendações de métodos que ajudem as pessoas a se manterem ativas.
REFERENCIAS
Brasil.Ministério da Saúde do Brasil. O que você precisa saber o Corona Vírus. [Citado em 01/11/2020] Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/ [ Links ]
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA (CONFEF) – Resolução CONFEF 307/2015. Código de Ética dos Profissionais de Educação Física registrados no Sistema CONFEF/CREFs.
CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA (CONFEF)-Listas CONFEF 2020. 
Garcia LP, Duarte E. Intervenções não farmacológicas para o enfrentamento à epidemia da COVID-19 no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde 2020; 
Leitão MB, Lazzoli JK, Torres FC, Laraya M H. Informe da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) sobre exercício físico e o coronavírus (COVID-19). 2020. [Citado 2020 em nov. 03. Disponível em: http://www. medicinadoesporte.org.br/wpcontent/uploads/2020/03/ sbmee_covid19_final.pdf.
Liz, C. M. & Andrade, A. (2016). Análise qualitativa dos motivos de adesão e desistência da musculação em academias. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 38(3), 267-274. doi.org/10.1016/j.rbce.2015.11.005. 
PITANGA FJG, BECK, CC, PITANGA CPS. Atividade física e redução do comportamento sedentário durante a pandemia do Coronavírus. Arq. Bras Cardiol. published online ahead of Print, 2020. doi: https://doi. org/10.36660/abc.2020023.
Rocha SV, Dias CRC, Silva MC, Lourenço CLM, Santos CA. A pandemia de COVID-19 e a saúde mental de idosos: possibilidades de atividade física por meio dos Exergames. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2020;25:e0142. DOI: 10.12820/rbafs.25e0142
ZAMAI, C.A. Impacto das atividades físicas nos indicadores de saúde de sujeitos adultos: Programa Mexa-se. Tese de doutorado. Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, 2009.

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