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higiene_do_trabalho_riscos_quimicos_no_ambiente_de_trabalho

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Higiene do TrabalHo – riscos 
Químicos no ambienTe de TrabalHo
Elaboração
Celso Berilo Cidade Cavalcanti
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
BASE LEGAL ........................................................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA – COMO COMEÇOU .............................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
LEGISLAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL .................................................................................. 20
CAPÍTULO 3
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ............................................................................ 53
UNIDADE II
HIGIENE DO TRABALHO ....................................................................................................................... 58
CAPÍTULO 1
HIGIENE DO TRABALHO – RISCO QUÍMICO ............................................................................. 58
CAPÍTULO 2
ROTAS DE ENTRADA E EXPOSIÇÃO AO RISCO QUÍMICO ......................................................... 67
CAPÍTULO 3
PATOLOGIAS DO RISCO QUÍMICO .......................................................................................... 77
CAPÍTULO 4
OBTENDO INFORMAÇÕES SOBRE OS AGENTES QUÍMICOS ..................................................... 84
UNIDADE III
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................................................................... 99
CAPÍTULO 1
HIGIENE DO TRABALHO – RISCO QUÍMICO ............................................................................. 99
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS DE AMOSTRAGENS .............................................................................................. 122
GLOSSÁRIO ................................................................................................................................... 135
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 136
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da 
pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar 
conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, 
como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os 
desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de 
modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal 
quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização 
dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e 
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a 
aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo 
estudado.
7
Introdução
Seja bem-vindo(a) aos estudos da disciplina Higiene do Trabalho – Risco Químicos 
no Ambiente do Trabalho. Esta é considerada uma das disciplinas mais importantes 
do curso de formação do Profissional Prevencionista, porque é quando a teoria e a 
prática se fundirão. Nesta etapa, você aprenderá a avaliar qualitativamente o ambiente 
de trabalho, montar o plano de amostragem e quantificar os agentes de risco. 
Somente com essas valiosas informações, você poderá propor as ações de controle 
e monitoramento para manter um ambiente laboral saudável e sem patologias nos 
trabalhadores. 
O Caderno de Estudos é o seu guia com os conhecimentos básicos e as informações 
para o aprofundamento do conteúdo com materiais complementares que lhe ajudarão 
no discere magis (saber mais) desse tema, além das referências bibliográficas. Serão 
disponibilizados vários exercícios com soluções e links de vídeos e artigos científicos.
Higiene do Trabalho (HT), Higiene Industrial (HI) ou Higiene Ocupacional (HO) 
são termos utilizados no Brasil para definir a “ciência que se dedica ao estudo dos 
ambientes de trabalho e à prevenção das doenças causadas por eles” (FUNDACENTRO, 
2004). 
Em comum, nas três definições, encontramos a palavra higiene, derivada do nome da 
deusa grega da saúde conhecida como “Hígia” ou “Hygeia”. Ela era filha de “Asklepios”, 
deus da medicina, e irmã de “Panacea”, deusa dos medicamentos e ervas medicinais. 
Enquanto seu pai e sua irmã estavam ligados ao tratamento da doença existente, 
“Hygeia” era considerada preocupada com a preservação da boa saúde e a prevenção 
de doenças. Por isso, no idioma português, originou-se a palavra higiene, que significa 
limpeza, higiene e saneamento.
Os termos higiene industrial (em inglês, industrial hygiene) e higiene ocupacional 
(em inglês, occupacional hygiene) são utilizados há muitos anos nos países de língua 
inglesa e sempre geravam calorosas discursões sobre qual seria o mais adequado. 
Somente após a decisão da Conferência Internacional de Luxemburgo, realizada de 16 
a 21 de junho de 1986, onde estavam presentes as seguintes associações: Associação 
Internacional de Higienistas Ocupacionais (IOHA, 2000), Organização Mundial 
da Saúde (WHO, 1980), Comissão Internacional de Saúde Ocupacional (ICOH, 
2000) e Conferência Governamental Americana de Higienistas Industriais (ACGIH, 
1938) é que prevaleceu a expressão higiene ocupacional (HO). No Brasil, é comum 
8
encontrarmos a expressão higiene do trabalho (HT). Nesta disciplina, usaremos a 
terminologia brasileirahigiene do trabalho (HT) (grifo nosso).
A Norma Regulamentadora 5 define que os riscos dos processos de trabalho 
estão divididos em cinco grupos, a saber: riscos químicos, riscos físicos, riscos 
biológicos, riscos ergonômicos e riscos de acidente, estes também chamados 
de riscos mecânicos pela previdência social. 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) é apresentado na 
Norma Regulamentadora 9, cujo objetivo é a “preservação da saúde e da 
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes 
ou que venham a existir no ambiente de trabalho” (MTE, 2014). No PPRA, 
encontraremos definições dos agentes de riscos químicos, físicos e biológicos, 
as exigências do monitoramento, registros dos resultados e divulgação aos 
interessados. 
Este caderno de estudo apresentará os conhecimentos necessários para atuar na área 
da higiene do trabalho, um deles é a prevenção das doenças causadas pelos agentes de 
risco ambientais, especialmente geradas pelos riscos químicos. Abordaremos a história 
da HT no mundo e no Brasil, as nomenclaturas atuais, definições legais, limites de 
exposições ocupacionais, estratégias de amostragens, monitoramento e controle do 
ambiente de trabalho.
Os conteúdos foram organizados em unidades de estudo, subdivididas em capítulos. 
Os ícones servirão de recursos de aprendizagem. Especial atenção deve ser dada aos 
ícones “Provocação”, com textos para o aprofundamento do assunto, e “Para Refletir”, 
com questões ou exercícios inseridos no assunto para aumentar seu conhecimento 
e ajudar na elaboração das conclusões dos laudos ambientais com uma aplicação 
prática. Desejamos a você um trabalho proveitoso sobre os temas abordados!
Objetivos
Os objetivos gerais da higiene do trabalho (HT), definidos pela Associação Americana 
de Higienistas Industriais (AIHA, 2000), especificamente com foco no risco químico, 
são: “antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos originais nos locais 
de trabalho, que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, tendo em 
vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente”. 
9
Nesse sentido, alguns objetivos específicos deste conteúdo são:
 » Apresentar a conceituação, a abrangência e a importância da HT.
 » Classificar os agentes químicos causadores de risco à saúde.
 » Conhecer a base legal trabalhista e previdenciária para os agentes 
químicos.
 » Reconhecer os agentes químicos nos ambientes laborais.
 » Montar uma estratégia de amostragem.
 » Explicitar as melhores formas de coleta de agentes químicos.
 » Explicar o uso de aparelhagem.
 » Compreender técnicas de análise laboratoriais e suas adequadas 
interpretações.
 » Entender as exposições ocupacionais, eventuais, intermitentes e 
permanentes.
 » Calcular os graus de filtração dos respiradores.
 » Especificar tecnicamente os equipamentos de proteção individuais 
(EPIs) e de proteção coletiva (EPCs).
 » Interpretar o Decreto nº 3.048/1999 e suas atualizações; a IN INSS nº 
077, 21/1/2015; e os Anexos nºs 11, 12 e 13 da NR-15. 
10
11
UNIDADE IBASE LEGAL
Nesta unidade, você aprenderá a base legal, início dos estudos da legislação dos 
agentes químicos, limites em exposições ocupacionais e limitações técnicas.
CAPÍTULO 1
História – como começou
Neste início, precisamos de um sólido conhecimento da legislação atual para 
começarmos o estudo da higiene do trabalho com foco nos riscos químicos no 
ambiente de trabalho.
A Norma Regulamentadora 15 – Atividades e Operações Insalubres possui 
quatro anexos envolvendo os riscos químicos, a saber: Anexo 11 – Agentes 
Químicos (quantitativo), Anexo 12 – Poeiras Minerais (quantitativo), Anexo 13 – 
Agentes Químicos (qualitativo) e Anexo 13-A – Benzeno (quantitativo). 
Breve histórico – no mundo
A maioria das cronologias sobre a história do trabalho no mundo parte do Egito 
Antigo, iniciando-se nas escavações das pirâmides. Sempre foi dito que as pirâmides 
foram construídas por escravos capturados, mas essas informações estão mudando. 
Arqueólogos americanos e egípcios afirmam que os trabalhadores eram livres, bem 
alimentados e, em sua grande maioria, egípcios (NARLOCH, 2002). Durante as cheias 
do rio Nilo, não era possível a agricultura, dessa maneira as pessoas trabalhavam 
nas construções durante a entressafra em troca de alimentos, assistência médica e 
moradia.
O autor da reportagem, Leandro Narloch, entrevistou o diretor do Conselho Supremo 
de Antiguidades do Egito, que informou o seguinte: “há indícios de ossadas de 
12
UNIDADE I │ BASE LEGAL
trabalhadores enterrados próximos às construções das pirâmides que “apresentavam 
marcas de fraturas curadas, membros amputados e até cirurgias cerebrais, ou seja, os 
trabalhadores recebiam tratamento médico à custa do Faraó”. Nesse caso, podemos 
inferir que havia muitos acidentes de trabalho com os construtores das pirâmides, tais 
como: artificies, escultores, carregadores, transportadores, pedreiros e cozinheiros. 
O filósofo, professor e médico Hipócrates (460 – 380 a.C.) observou que as doenças 
ocorriam como resultado de alterações do corpo, ele baseava-se na observação de 
sintomas e propunha diagnóstico e tratamento (RODRIGUES, 2012). Foi Hipófises 
que descreveu as doenças dos artífices do mármore expostos à poeira. Nesse cenário, 
também podemos inferir que havia muitos acidentes de trabalho com os construtores 
dos templos e palácios gregos, artificies, carregadores e pedreiros, por exemplo.
Na Itália, o médico Bernardino Ramazzini, nascido em Carpi, em 4/10/1633, e 
falecido em Pádua, em 5/11/1714, escreveu e publicou em 1700 um tratado com 
360 páginas sobre doenças dos trabalhadores intitulado “De morbis artificum 
diatriba” (RAMAZZINI, 2016)77% women. The average age of 17.7 years. Study 
group: 24 patients; 19 with exotropia (79%. Ele relacionava as doenças laborais com 
as profissões, citou que mineiros, químicos, ferreiros, cloaqueiros e coveiros, por 
exemplo, contraíam doenças como o hidrargirismo, ou hidragirose, intoxicação pelo 
mercúrio relatada nos trabalhadores “douradores”, quando douravam os metais com 
prata ou bronze, na atualidade estamos falando dos cromadores. Com esse trabalho, 
Ramazzini é considerado o pai da medicina do trabalho.
A revolução industrial 
A revolução industrial, iniciada na Inglaterra em 1800 com o advento das máquinas 
a vapor (e os teares mecânicos movidos por essas máquinas), aperfeiçoadas pelo 
matemático e engenheiro James Watt (1736-1819), permitiu o uso de máquinas e 
recursos modernos. Antes da revolução industrial, o trabalho era: 
1. manual; 
2. familiar;
3. generalista.
As primeiras fábricas de tecido foram improvisadas em galpões, onde os trabalhadores 
praticamente viviam, dormiam e se alimentavam, permanecendo ao lado das 
13
BASE LEGAL │ UNIDADE I
máquinas. Após a revolução industrial, com a introdução de máquinas a vapor e teares 
mecânicos, o trabalho sofreu uma ruptura total e passou a ser: 
1. mecanizado; 
2. cooperativista ou organizacional;
3. especializado. 
Imagine como era o ambiente laboral nesse período. A carga horária era elevada, de 12 
a 16 horas por dia. Não havia período de descanso nem folga, por isso os trabalhadores 
nem voltavam para suas casas. Nesse período, trabalhavam juntos homens, mulheres e 
crianças. Nesse cenário, havia um ambiente de trabalho sujo, quente, escuro, ruidoso, 
perigoso, insalubre, com a ocorrência de diversos acidentes de trabalho. 
Em 1900, na Inglaterra, foi realizado o primeiro acordo, em que nenhum trabalhador 
poderia exceder 12 horas trabalhadas. Nesse período, iniciam-se os movimentos dos 
trabalhadores exigindo melhores condições de trabalho. Nos EUA, os Sindicatos 
(Unions) se organizam para exigências e greves. A partir de uma manifestação de 1º de 
maio de 1886, em Chicago, para reivindicação da redução da jornada de trabalho de 13 
horas para8 horas diárias, foi que se escolher a data alusiva ao Dia do Trabalho.
Criação da OIT
A 1ª Guerra Mundial durou quatro anos e se encerrou com a assinatura do armistício 
de Compiègne na França entre os Aliados e a Alemanha em 11 de novembro de 
1918. Suas consequências foram terríveis para a humanidade, especialmente com o 
uso de vários produtos químicos tóxicos, tais como fósforo branco e gás cloro. Este 
último, quando empregado como arma química, deixou milhares de mortos, feridos e 
mutilados pelas terríveis queimaduras na pele, nos olhos, pulmões e mucosas.
Em 11 de abril de 1919, foi apresentado na Plenária da Conferência de Paz o rascunho 
da criação do que conhecemos como Organização Internacional do Trabalho (ILO, 
1919) com o objetivo de promover a justiça social. A criação da OIT foi uma das 
exigências do Tratado de Versalhes assinado em 10 de janeiro de 1920. 
A OIT é responsável pela formulação e aplicação das normas internacionais do trabalho 
(Convenções e Recomendações). O Brasil está entre seus membros fundadores e 
participa das conferências desde a sua primeira reunião.
14
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Limite de exposição ocupacional – origem
De acordo com o professor Du Plessis (DU PLESSIS, 2010), foi na Alemanha, em 1883, 
que se apresentou o primeiro Limites de Exposição Ocupacional – LEO (Occupational 
Exposure Limits – OEL) para o monóxido de carbono (CO), gás presente no gás de 
hulha ou gás de carvão, muito usado na iluminação pública do século XIX e na 
metalurgia para a conversão do minério de ferro (Fe2O3) em ferro metálico. 
O primeiro registro da toxidade do monóxido de carbono (CO), com estudos em 
cachorros, foi realizado em 1857 pelo médico Francês Claude Bernard (1813-1878) 
(BERNARD, 1857), em seu estudo “Lições sobre os efeitos de substâncias tóxicas e 
medicamentosas” (Leçons sur les effets des substances toxiques et médicamenteuses), 
em Paris, 1857.
A primeira lista contendo 20 limites de exposição ocupacional foi publicada pelo 
farmacêutico alemão Rudolf Kobert (1854-1918) no trabalho “Compêndio de 
Toxicologia Prática para Uso de Médicos e Estudantes” (Compendium Der Praktichen 
Toxikologie zum Gebrauche für praktische Ärtze und Studierende) em 1894, quando 
era professor na Universidade de Rostock, Alemanha. O artigo foi traduzido e 
publicado no idioma inglês somente em 1912, muitos autores informam esse ano como 
o de publicação da lista com os LEOs, mas na Alemanha já eram de conhecimento 
público desde 1894.
Segundo a pesquisadora Susan Ripple (RIPPLE, 2010), higienista industrial da 
empresa Dow Chemical Company, foi em 1916/1917 que o governo da África do Sul 
definiu o limite de exposição ocupacional (LEO) para a poeira mineral contendo 
quartzo nas minerações de ouro. Lembrando que a África do Sul é um dos maiores 
exportadores de ouro e diamantes do mundo e suas minas chegam a quilômetros de 
profundidade. O LEO foi de 8,5 mppcf – milhões de partículas por pés cúbicos (million 
particles per cubic foot).
Os autores Du Plessis e Ripple, separadamente, confirmam que o Departamento 
Americano de Minas (U.S. Bureau of Mines) também publicou o seu LEO de 10 mppcf 
para poeira mineral contendo quartzo. Em 1921, o U.S. Bureau of Mines publica uma 
lista com 33 limites de exposição ocupacional. Provavelmente, isso foi uma reação à 
morte de mais de 400 trabalhadores em 1920 por silicose, quando uma empresa da 
West Virginia construiu um túnel realizando uma escavação em uma montanha e 
expôs dois mil trabalhadores à poeira de sílica com 98% de concentração de quartzo. 
Na cidade de Washington D. C., em 27 de junho de 1938, vários representantes 
independentes de estados americanos, cidades, uma universidade, serviço de saúde e 
15
BASE LEGAL │ UNIDADE I
departamento de minas se reuniram para discutir os avanços da saúde ocupacional 
e meio ambiente na Conferência Nacional Governamental de Higienistas Industriais 
(National Conference of Governmental Industrial Hygienists – NCGIH). A NCGIH 
limitava a apenas dois representantes de cada agência governamental.
Na década de 1940, em plena 2ª Guerra Mundial, no ano de 1942, a NCGIH, 
precursora da ACGIH, reuniu-se e relacionou 63 substâncias químicas e seus limites 
de exposição ocupacional, na época chamados de concentração máxima permitida de 
substâncias tóxicas (maximum allowable concentrations of toxic substances – MAC) 
(LETAVET, 2008). Em 1946, ocorreu a mudança da NCGIH para a atual ACGIH e 
foi lançada nova lista com 148 MAC. Atualmente, a ACGIH permite profissionais 
higienistas americanos, mas provenientes de todo os outros países.
Os termos MAC e LEO diferem, pois, segundo o professor Tsuchiya (TSUCHIYA; 
HARASHIMA, 1965), MAC é a exposição máxima a um agente físico ou químico 
biologicamente ativo permitido durante um período de 8 horas (equivalente a uma 
jornada de trabalho) em uma população de trabalhadores, ou durante um período de 
24 horas na população em geral, que não parece causar danos apreciáveis, imediata 
ou atrasada, por qualquer período, na população-alvo. Portanto, o MAC era um limite 
superior para a exposição dos trabalhadores.
ACGIH e a TLV®
Encontramos no site da ACGIH interessante leitura sobre a história de como apareceu 
um dos mais acessados manuais de limites de exposições ocupacionais, anualmente 
reeditado com novos limites, substâncias em estudo e até retiradas. Isso tudo se 
iniciou em 1941, com a criação do Comitê de Limites de Exposição Ocupacional de 
Substâncias Químicas para investigar, recomendar e revisar anualmente os LEOs. Em 
1944, esse comitê se tornou permanente e, em 1946, editou sua primeira listagem de 
LEOs de produtos químicos. 
Apenas em 1956 foi introduzido pela ACGIH o termo TLVs® (ACGIH, 2017), Threshold 
Limit Values (Limites de Exposição Ocupacional). Em 1962, foi publicada a primeira 
edição do manual de limites de exposição ocupacional – TLVs®. O termo TLV®-TWA 
– Threshold Limit Values – Time Weighted Average – significa Limite de Exposição 
Ocupacional – Média Ponderada no Tempo (LEO – MPT), valor médio ponderado no 
tempo para oito horas/dia de trabalho (jornada diária de trabalho) e quarenta horas 
semanais de trabalho (jornada semanal), que se acredita que os trabalhadores podem 
ser expostos dia a dia, por toda a vida laboral, sem os efeitos adversos da exposição. 
16
UNIDADE I │ BASE LEGAL
A ACGIH acrescenta que os TLVs® não são linhas divisórias entre condições seguras 
e perigosas e adverte que os trabalhadores podem ainda estar sujeitos à exposição 
dérmica, a agentes químicos anestésicos, irritantes, sensibilizantes, corrosivos e 
carcinogênicos que não estão previstos nas TLVs®. Essa lista foi a conclusão do 
trabalho desenvolvido nos últimos setenta anos. Atualmente no mundo, inclusive no 
Brasil, são aceitos os valores de TLVs® da ACGIH, eles são revisados e publicados 
anualmente desde 1947. 
A ACGIH definiu que o termo TLV®-C – Threshold Limit Values – Ceiling, o qual 
significa Limite de Exposição Ocupacional – Valor Teto (LEO – VT), é o valor máximo 
que não deve ser excedido em momento algum da jornada de trabalho, mesmo que 
instantaneamente. Além disso, definiu o termo TLV®-STEL – Threshold Limit Values 
– Short-Term Exposure Limit – que significa Limite de Exposição Ocupacional – 
Limite de Exposição de Curta Duração, valor máximo que não deve ser excedido por 
mais de 15 minutos, com um período de intervalo de 60 minutos, e que não se pode 
repetir por mais de quatro vezes no dia. 
Desde 1961, a ACGIH e a AIHA realizam anual e conjuntamente, entre os meses 
de maio e junho, sempre em uma cidade americana, a Conferência e Exposição 
Americana de Higiene Industrial (AIHce). Essa reunião internacional atrai mais de 
cinco mil profissionais de segurança, saúde ocupacional e meio ambiente. 2020 será 
em Atlanta/Geórgia e 2021 em Dallas/Texas, a conferir. 
OSHA e a PELs
Atualmente, a Occupational Safety and Health Administration (OSHA) ou, em 
português, Administração de Segurança e Saúde Ocupacional(OSHA, 1971) tem a 
Permissible Exposure Limits (PELs), que significa Limites de Exposição Permissíveis, 
para quase quinhentos produtos químicos perigosos relacionados na Z-Table (OSHA, 
1990). 
A OSHA, fundada em 1971, está subordinada ao U.S. Department of Labor (DOL, 
1913), ou Ministério do Trabalho Americano. Os PELs são baseados em pesquisas 
realizadas, principalmente na década de 1950 e início dos anos 1960. Desde então, 
muitas informações novas se tornaram disponíveis, indicando que, na maioria 
dos casos, esses limites iniciais de exposição estão desatualizados e não protegem 
adequadamente os trabalhadores. 
17
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Breve histórico – no Brasil
Na 2ª Guerra Mundial (1938-1944), no governo de Getúlio Vargas (1882-1954), 
durante o período do Estado Novo, foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT) pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Um detalhe histórico foi a 
assinatura da CLT no Estádio de São Januário, Clube de Regatas do Vasco da Gama, 
que estava lotado para comemorar o feito (TRT, 2012).
Recomendada pela OIT em 1921, a criação da Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA) originou-se de determinação legal no Brasil em 10 de novembro de 
1944, por meio do Decreto-Lei nº 7.036, artigo 82. Esse decreto-lei reforma a Lei de 
Acidentes do Trabalho com o Decreto nº 24.637, de 10 de julho de 1934, que veio antes 
da CLT. 
Como foi a nossa evolução cronológica do trabalho no Brasil? Tivemos grandes 
marcos, podemos citar:
 » Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, que institui as normas reguladoras 
do Trabalho Rural (base legal da NR-31).
 » Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que regulamenta o Capítulo V 
da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT (Decreto-Lei nº 5.452, de 
1/5/1942). Essa é considerada a Lei Mãe da SST.
 » Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho e 
Emprego, que cria e edita as Normas Regulamentadoras.
Lei Mãe da Segurança e Saúde do Trabalhador – SST
No Brasil, até o ano de 1978, não havia LEO ou “Limites de Tolerância” para as 
substâncias químicas. Havia a Portaria nº 491, de 16 de setembro de 1965, com 
trabalhos considerados insalubres, baseando-se somente no aspecto qualitativo do 
agente químico; com a criação da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, a Portaria 
nº 491 se tornou o Anexo 13 – Agentes Químicos (qualitativos).
De acordo com Soto et al. (2010), da Revista da Associação Brasileira de Higienistas 
Ocupacionais (ABHO, 1994), à página 16 encontramos um relato muito importante 
sobre a criação da Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978:
O Anexo 13 relaciona as atividades e operações envolvendo agentes 
químicos que são considerados insalubres em decorrência de inspeção 
realizada no local de trabalho.
18
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Anterior à portaria nº 3214/1978, o dispositivo normativo que regulava 
as atividades com exposição a agentes químicos nos locais de trabalho 
era a Portaria nº 491/1965. Essa Portaria apresentava uma relação de 
atividades e operações consideradas insalubres devido a uma avaliação 
qualitativa, desde que não constatadas a aplicação de medidas de 
proteção coletiva ou individual.
O Anexo 11, por causa das dificuldades de avaliação quantitativa 
existentes na época, não cobriu todas as atividades e operações já 
previstas na citada Portaria de 1965.
Assim, para que não se cometesse alguma injustiça, retirando o 
adicional de insalubridade de trabalhadores que já o recebiam sem ter 
um dispositivo para exigir a adoção obrigatória de medidas de controle 
adequadas para sua eliminação ou neutralização, optou-se por manter 
no Anexo 13 a relação existente na 491/1965.
Mas se fez uma ressalva: deveriam ser excluídos da relação prevista 
nesse Anexo todas as atividades ou operações com os agentes químicos 
constantes dos Anexos 11 e 12.
Esse relato traz a situação da criação da Portaria nº 3.217, de 8 de junho de 1978, e 
de como foi contornado o problema da Portaria nº 491, de 16 de setembro de 1965. 
Nesse momento, pergunta-se: se, desde 1971, já tinham sido relacionados na OSHA e 
ACGIH mais de 500 agentes químicos com limites de exposição ocupacional, por que 
na montagem do Anexo 11 – Agentes Químicos com “Limites de Tolerância” não foram 
aproveitados vários agentes químicos existentes na relação da Portaria nº 491/1965, 
os quais seriam transportados para o Anexo 11 com seus respectivos LEOs?
Essa resposta é obtida no mesmo artigo técnico da Revista ABHO de setembro de 2010 
à página 14:
Assim, mantiveram-se no Anexo 11 todos os agentes químicos que 
pudessem ser avaliados por meio de tubos colorimétricos, uma vez que, 
na época, no Brasil, não se dispunha em larga escala de laboratórios 
com metodologia desenvolvida para análise de amostras ao nível de 
ppm. As empresas que efetuavam amostragem para posterior análise 
laboratorial utilizavam-se, na maioria das vezes, de laboratórios do 
exterior.
[...]
19
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Devido às dificuldades analíticas existentes naquele período, foi feita 
uma análise de todos os limites fixados na ACGIH®. Selecionando-se 
apenas os agentes químicos que pudessem ser avaliados por meio de 
tubos colorimétricos das marcas disponíveis para importação no Brasil 
- Dräger e M.S.A. Algumas substâncias podiam ser avaliadas por tubos 
de qualquer uma dessas duas marcas, e outros apenas por uma delas. 
Isso resultou na adoção de limites para menos de cento e cinquenta 
substâncias, embora a ACGIH® então já estabelecesse limites para 
mais de 500 agentes químicos.
Com esse relato, ficou claro que, em 1978, tinha-se grande deficiência de laboratórios 
químicos brasileiros preparados para executarem as marchas analíticas adequadas 
nas amostras dos agentes químicos coletados, por exemplo, por coletores ativos ou 
passivos. Além disso, os números de tubos colorimétricos disponíveis no mercado 
para aquisição eram muito aquém das grandes quantidades de agentes químicos no 
mercado para serem avaliados no ambiente laboral. Um exemplo disso é que, até o 
momento, não há tubos colorimétricos para os defensivos agrícolas.
20
CAPÍTULO 2
Legislação no mundo e no Brasil
Limite de Exposição Ocupacional (LEO)
Há vários fatores que podem impactar na interpretação de resultados quando 
comparamos o nível de exposição do trabalhador com o “limite de tolerância”. 
Conforme Alli (2008), o LEO é baseado em uma padronização para um trabalhador 
americano do sexo masculino com setenta quilos, com idade aproximada de quarenta 
anos. Esse peso, por exemplo, é superior ao da trabalhadora americana e de muitos 
trabalhadores homens asiáticos. Dessa maneira, pergunta-se: é possível reduzir o LEO 
para mulheres ou pessoas mais leves que 70 kg ou utiliza-se o mesmo para todos?
Com efeito, os estudos dos LEO são baseados em substâncias simples ou isoladas e 
resta a seguinte dúvida: e quando existirem misturas de substâncias? O caso mais 
clássico é dos combustíveis, em que temos uma mistura de solventes orgânicos 
alifáticos e aromáticos. Cada agente químico tem limites de exposição ocupacional 
próprios, mas como ficaria o LEO, se ocorrer uma interação química entre eles. Os 
impactos à saúde do trabalhador serão potencializados?
Conhecendo os agentes químicos
Os agentes químicos, além da absorção respiratória, principal porta de entrada 
no organismo, também têm absorção cutânea, digestiva e ocular. A própria NR 15 
no Anexo 11 – Agentes químicos, cuja insalubridade é caracterizada por “limite de 
tolerância” e inspeção no local de trabalho, informa que “Todos os valores fixados no 
Quadro n. 1 – Tabela de Limites de Tolerância são válidos para absorção apenas por 
via respiratória”.
Há agentes químicos presentes nos ambientes laborais e com LEOs que também 
geram efeitos adversos de curto e longo prazos no trabalhador, tais como: sedação, dor 
de cabeça, efeito narcótico, irritação de vias aéreas e olhos, produtos carcinogênicos, 
oncogênicos, teratogênicos e sensibilizantes.Temos também o fator ambiental: velocidade do ar, umidade e temperatura. Como 
ficaria o LEO para solventes altamente voláteis quando comparamos o clima frio do 
Sul do Brasil, com temperaturas próximas de zero, e a região Norte que, mesmo no 
inverno, está acima de 30 ºC e, no verão, pode passar de 40 ºC? O LEO pode sofrer 
21
BASE LEGAL │ UNIDADE I
influência da elevada umidade de Belém/PA com suas chuvas constantes, quase 
diárias, quando comparamos com Brasília/DF, que, nos meses de maio a agosto, tem a 
umidade relativa do ar alcançando valores de 20%, próximo do clima desértico.
Outras limitações dos LEOs são a não aplicabilidade a grupos mais suscetíveis, tais 
como: mulheres grávidas, crianças e idosos. Pessoas com patologias imunodeficientes, 
como o HIV e a tuberculose ocupacional. O LEO não protegerá grupos de trabalhadores 
que tenham suscetibilidade pessoal ao agente químico presente, tais como pessoas 
alérgicas a poeiras ou fumantes cujo sistema respiratório é sobrecarregado pelo uso do 
tabaco. 
Lembre-se de que a legislação brasileira criou os “LTs” e empregou-os em vários anexos 
da NR 15, mas que os nossos “Limites de Tolerância” foram tomados emprestados dos 
TLVs® da ACGIH® do ano de 1976, válidos para 40 horas/semanais e corrigidos para 
48 horas/semanais. Isso foi possível empregando-se um fator de conversão usado em 
um modelo matemático chamado de Brief & Scala (HARRIS; CRAWLEY; CRAWLEY, 
1998), que aprenderemos mais adiante. 
Em 1978, foi definida na CLT uma jornada de 48 horas por semana, 8h 48 m por dia, 
enquanto os americanos trabalhavam uma jornada de 40 horas por semana, 8 horas 
por dia. Imagine os grupos de trabalhadores que realizam habitualmente horas extras 
ou trabalhadores em escala que fiquem em turnos de 12h x 36h, ou seja, naquele 
período de trabalho sempre excedem o limite de tempo de exposição previsto nas 
premissas do LEO.
Ficou fácil de entender que o LEO das substâncias não consegue prever tantas 
variáveis que certamente interferem na sua correlação, pois com frequência ele é 
obtido em condições especiais em laboratório ou em ambiente controlado. No entanto, 
esses desafios sempre estarão presentes em nossos trabalhos como profissionais 
prevencionistas.
Condição IPVS
Necessitamos conhecer algumas definições para continuarmos no nosso processo de 
aprendizagem. Além do “limite de tolerância” que já foi definido, precisamos conhecer 
o “valor máximo” – VM. 
O valor máximo são concentrações dos agentes químicos que não podem ser 
ultrapassados durante a jornada, pois acima do valor máximo – VM a exposição 
é considerada uma situação de risco grave e iminente. Essa condição é chamada 
de Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde (IPVS), corresponde, em inglês, a 
22
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Immediately Dangerous to Life or Health (IDLH). É o parâmetro para toxicidade 
aguda mais importante em saúde ocupacional. Em meados da década de 1970, a OSHA 
e o NIOSH estabeleceram o valor IPVS ou IDLH para muitas substâncias químicas.
É a concentração da substância química no ar ambiente, ou ar atmosférico, a partir da 
qual há risco evidente de morte, ou de causar efeito(s) permanente(s) à saúde, ou de 
impedir um trabalhador de abandonar uma área contaminada.
A definição da situação de risco grave e iminente é encontrada na NR 3 – Embargo 
ou Interdição, que define o seguinte: “Considera-se grave e iminente risco toda 
condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao 
trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador”. Quando apenas uma 
concentração de algum agente de risco químico exceder o valor máximo, o local de 
trabalho poderá ser interditado com a paralisação total ou parcial do estabelecimento, 
setor de serviço ou equipamento.
Além disso, segundo o Programa de Proteção Respiratória – PPR da Fundacentro 
(TORLONI, 2016), o local é considerado IPVS quando: 
a. o contaminante presente ou a sua concentração é desconhecida; ou
b. a concentração do contaminante é maior que a concentração IPVS; ou
c. é um espaço confinado com teor de oxigênio menor que o normal 
(20,9% em volume ao nível do mar ou PPO2 = 159 mmHg), a menos que 
a causa da redução do teor de oxigênio seja devidamente monitorada e 
controlada; ou
d. é um espaço confinado não avaliado; ou
e. o teor de oxigênio é menor que 12,5% ao nível do mar (PPO2 menor que 
95 mmHg); ou
f. para um indivíduo aclimatado ao nível do mar, a pressão atmosférica 
do local é menor que 450 mmHg (equivalente a 4.240 m de altitude) 
ou qualquer combinação de redução na porcentagem de oxigênio ou 
redução na pressão que leve a uma pressão parcial de oxigênio menor 
que 95 mmHg.
23
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Unidade de medidas
Os riscos químicos identificados qualitativamente e quantificados ou mensurados na 
higiene do trabalho são apresentados nas unidades que relacionam o soluto sobre o 
solvente. 
O soluto é o agente químico na forma sólida, liquida ou gasosa, diluído no ar 
atmosférico, que é o solvente. A concentração de um sólido, líquido, gás ou vapor 
pode ser expressa em peso/volume (mg/m3), volume/volume (ppm) e relação peso/
peso (%). Em que ppm significa partes por milhão. A grande maioria das unidades dos 
agentes químicos é expressa em mg/m3 e ppm. O gás oxigênio é relacionado em %.
Relação peso/volume
Peso/volume (mg/m3): essa unidade de medida representa a massa do pó, 
poeira, gás ou vapor em miligrama (10-3 grama) de um agente de risco por um metro 
cúbico (1 m3) do volume total do ar atmosférico. Boa unidade para ser utilizada em 
aerodispersoide sólidos como pó ou poeira.
A unidade da massa é a miligrama, que representa a milésima parte da grama (10-3), 
em que 1 g = 1.000 mg ou 1 mg = 0,001 g; A unidade de volume é o metro cúbico que 
equivale a mil litros, em que 1 m3 = 1.000 litros:
Relação volume/volume
Volume/volume (ppm): essa unidade de medida representa o volume do 
aerodispersoide presente: gás ou vapor por um determinado volume total de ar 
atmosférico. Boa unidade para ser utilizada em aerodispersoides líquidos ou gasosos 
como vapor, névoa, neblina ou gás.
Relação =
Volume do Agente de Risco
Volume do Ar Atmosférico
��
�
�
�
�
� �
�
�
�
�
�
� �
�
�
�
�
�
� � �
1
1
1
1 000 000
1
1 000 000
1
3
3
3
3
cm
m
cm
cm
p
. . . .
ppm
(1)
Relação peso/peso
Peso/peso (% porcentagem): essa unidade de medida representa a massa ou o 
volume do contaminante por massa ou volume total do ar contaminado. Boa unidade 
para ser utilizada em aerodispersoide gasoso no ambiente, como oxigênio e asfixiantes 
simples (CORRÊA; SALIBA, 2000).
24
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Transformação de unidades
É perfeitamente possível converter as unidade de ppm para %, ppm para mg/m3 e 
vice-versa. Isso aconteceu comigo várias vezes, quando o resultado do levantamento 
ambiental veio em uma unidade e o LEO disponível estava em outra unidade. Temos 
de lembrar que a base dos parâmetros sempre será uma pressão atmosférica de 760 
mmHg e a temperatura ambiente em 25 ºC.
Profissional Prevencionista, não utilize a palavra “graus centígrados”, pois ela 
foi substituída em 1948 na Conferência Geral de Pesos e Medidas. Use sempre 
“Graus Celsius” oC. 
Converter ppm para mg/m3:
mg/m3 �
� � � �Valor em ppm x massa molar da substância em gramas
224 45,
�
�
�
�
�
�
 (2)
Massa Molar a 25 ºC = 24,45.
Caso a temperatura ambiente seja 20 ºC, o valor da Massa Molar muda 
também para = 24,03, e a fórmula ficará:
 
mg/m3 =
Valor em ppm x massa molar da substância em gramas� � � �
224,03
�
�
�
�
�
�
(3)
Converter mg/m3 para ppm:
ppm=
Valor em mg/m x 24,45
massa molar da substância em gr
3� �
aamas
�
�
�
�
�
�
�
� (4)
Converter % para ppm:
Relação 1% = 10.000 ppm ou 1 ppm = 0,0001%
Aprenda a converter as seguintes concentrações:
Tabela 1. Propriedades de Agentes Químicos.
Agente Químico Massa Molar (g) ppm mg/m3 %
Ácido Sulfúrico (H
2
SO
4
) 98,08 0,1
Amônia (NH
3
) 17,03 20
Oxigênio (O
2
) 31,99 20,9
Fonte:Do autor, 2019.
25
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Ácido Sulfúrico 0,1mg/m3 para ppm? 
ppm = [(0,1mg/m3 x 24,45)/98,08)] = 0,03ppm
Amônia 20ppm para mg/m3 ? 
mg/m3 = [(20ppm x 17,03)/24,45)] = 13,93mg/m3
Oxigênio 20,9% para ppm ? 
1,0% = 10.000ppm Resultado 209.000ppm de Oxigênio 
20,9% = Xppm
Conhecendo o “limite de tolerância” Brasileiro
Desde o início deste estudo, estamos usando a terminologia Limite de Exposição 
Ocupacional. Contudo, no artigo científico de Soto (2010), aparece a terminologia: 
“Limite de Tolerância”. 
As terminologias foram aprimoradas, mas a nossa legislação ficou congelada 
desde 1978, usando o ano de 2019 como referência, tem-se 41 anos de defasagem, 
por exemplo, em relação aos americanos da ACGIH, que se reúnem, discutem, 
acrescentam, retiram e alteram os LEOs anualmente no mês de maio. Toda vez que 
empregarmos o termo “limite de tolerância”, usaremos aspas para lembrar que deveria 
estar na legislação brasileira o limite de exposição ocupacional.
Segundo a NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, o “Limite de Tolerância” é 
definido no item 15.1.5:
Entende-se por “Limite de Tolerância”, para fins desta Norma, a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a 
natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à 
saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
Observe que o “Limite de Tolerância” definido pela norma brasileira não é um limite 
de segurança, pois ele informa que não “causará dano à saúde do trabalhador”, ou 
seja, não estamos 100% garantidos. Não existe simplesmente uma fronteira reta, clara, 
perfeita, que defina o dano à saúde do trabalhador.
Outro detalhe importante da definição do LT é a definição “intensidade”, usada para 
os riscos físicos, por exemplo: ruído, vibração, entre outros. O termo “concentração” é 
26
UNIDADE I │ BASE LEGAL
empregado para os riscos químicos: gases, vapores, poeira, fumos, névoas e neblinas. 
Oportunamente, faremos as definições dos riscos químicos e de seus agentes de risco.
Anexo 11 – agentes químicos
No Anexo nº 11 – Agentes Químicos, a insalubridade é caracterizada por limite de 
tolerância e inspeção no local de trabalho.
1. Nas atividades ou operações em que os trabalhadores ficam expostos a 
agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando 
forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro nº 1 
deste Anexo.
2. Todos os valores fixados no Quadro nº 1 - Tabela de Limites de 
Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória.
Atenção!!!! Todos os valores fixados no Quadro nº 1 - Tabela de Limites de 
Tolerância são válidos para absorção apenas por via respiratória. 
Tabela 2. Tabela de Limites de Tolerância.
Agentes Químicos V.T.
Absorção 
pela Pele
Até 48hs/semana
Grau Insalubridade
ppm mg/m3
Amônia 20 14 Médio
Chumbo - 0,1 Máximo
Dióxido de carbono 3.900 7.020 Mínimo
Monóxido de carbono 39 43 Máximo
Tricloroetileno 78 420 Máximo
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (1978).
A tabela 2 é muito grande, com mais de uma centena de agentes químicos, no 
resumo anterior, apresentamos um agente químico sólido (chumbo), um solvente 
orgânico (tricloroetileno), dois gases (dióxido e monóxido de carbono) e um gás tóxico 
(amônia).
Valor máximo
O valor máximo é encontrado no Quadro nº 2 do Anexo 11 da NR 15. Ele é calculado 
multiplicando-se o “limite de tolerância” por um fator de desvio – FD. Devemos usar a 
seguinte fórmula: 
Valor Máximo = LT x FD (5)
27
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Tabela 3. Quadro nº 2 do Anexo 11 da NR 15.
LIMITE DE TOLERÂNCIA 
(Anexo 11 da NR-15)
FATOR DE DESVIO
0 < LT < 1 ppm ou mg/m3 FD = 3x
1 < LT < 10 ppm ou mg/m3 FD = 2x
10 < LT < 100 ppm ou mg/m3 FD = 1,5x
100 < LT < 1000 ppm ou mg/m3 FD = 1,25x
1.000 < LT ppm ou mg/m3 FD = 1,1x
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (1978).
Vamos usar um exemplo. O “limite de tolerância” definido no Anexo 11 da NR 15 para 
o gás amônia (NH3) é de 20 ppm. Observando na tabela, estamos na faixa entre 10 e 
100 ppm ou mg/m3 (círculo vermelho). O fator de desvio será 1,5x (seta azul). Vamos 
fazer o memorial de cálculo.
Valor Máximo = LT x FD (6)
Valor Máximo NH3 = 20 ppm x 1,5 (7)
Valor Máximo NH3 = 30 ppm (8)
Portanto, como o “limite de tolerância” do gás amônia é de 20 ppm, o seu respectivo 
valor máximo será de 30 ppm. 
Vamos fazer o memorial de cálculo.
Valor Máximo = LT x FD (9)
Valor Máximo H3CCOOH = 780 ppm x 1,25 (10)
Valor Máximo H3CCOOH = 975 ppm (11)
Portanto, como o “limite de tolerância” do álcool etílico de 780 ppm, seu respectivo 
valor máximo será de 975 ppm.
Fator de Desvio – FD
Como podemos entender esse Fator de Desvio - FD? O fator de desvio é uma faixa de 
erro que foi colocada no Anexo 11 da NR 15 para compensar o desvio das medições 
ambientais. Lembre-se do ano de 1978, a única técnica prevista à época na nossa 
legislação era a coleta por tubos colorimétricos. Olhando as especificações técnicas dos 
fabricantes de tubos colorimétricos, observamos erro de até 25% por medição.
28
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Imagine esse erro nos custos da obra de um prédio e no cálculo de uma viga. Dessa 
maneira, o legislador, sabendo desse erro nas medições, colocou um elevado fator de 
desvio nas concentrações mais baixa e foi reduzindo-o ao passo que a concentração 
cresce. Na prática, ficou assim:
Tabela 4. Tabela de LT x FD.
LIMITE DE TOLERÂNCIA
(Anexo 11 da NR 15)
FATOR DE DESVIO Erro em %
0 < LT < 1 ppm ou mg/m3 FD = 3x 300%
1 < LT < 10 ppm ou mg/m3 FD = 2x 200%
10 < LT < 100 ppm ou mg/m3 FD = 1,5x 50%
100 < LT < 1000 ppm ou mg/m3 FD = 1,25x 25%
1.000 < LT ppm ou mg/m3 FD = 1,1x 10%
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (adaptado).
Asfixiantes simples
Todos os valores fixados na Tabela 5 como “Asfixiantes Simples” determinam que, 
nos ambientes de trabalho, em presença dessas substâncias, a concentração mínima 
de oxigênio deverá ser 18% em volume. As situações nas quais a concentração de 
oxigênio estiver abaixo desse valor serão consideradas de risco grave e iminente, NR 
3 – Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde (IPVS). 
Tabela 5. Asfixiantes Simples.
Agentes 
Químicos
V.T.
Absorção pela 
Pele
Até 48hs/semana Grau 
Insalubridadeppm mg/m3
Acetileno
Argônio 
Etano 
Etileno
Hélio
Hidrogênio
Neônio
n-propano
Propileno
Asfixiante Simples
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (adaptada).
Lembre-se de que o teor de oxigênio na atmosfera é de 20,9%. O oxigênio é o único 
LEO com concentração mínima de 18%, ou seja, para baixo do nível de exposição. 
O nível de exposição do trabalhador em ambiente sem contaminantes é de 20,9% 
29
BASE LEGAL │ UNIDADE I
e, quando o oxigênio é consumido ou entra no ambiente um asfixiante simples, a 
concentração do oxigênio cai, se passar abaixo de 18% será uma condição IPVS e o 
ambiente de trabalho será interditado (NR 3).
Além disso, os asfixiantes simples não possuem limite de exposição ocupacional – 
LEO. O monitoramento deles ocorre de uma forma indireta, pois avaliaremos sempre 
a concentração do oxigênio, e, quando aumentar a presença do asfixiante simples 
no ambiente laboral, diminuirá a do oxigênio. Apesar de o gás carbônico (CO2) ser 
um asfixiante simples, ele tem um LEO específico definido no Anexo 11 da NR 15 de 
3.900 ppm.
O que é um asfixiante simples? Asfixiantes simples são gases não reativos 
em condições normais de temperatura e pressão – CNTP que não participam 
da reação química. Basicamente, eles não fazem nada, mas, em grande 
concentração em um ambiente, especialmente confinado, deslocam-se e 
empurram para fora do ambiente o gás oxigênio (O2) necessário à manutenção 
da vida. 
Os asfixiantes simples em grandes concentrações deslocam o gás oxigênio, reduzindo 
sua concentração no ambiente laboral e gerando, inicialmente, uma hipóxia (Hipo 
= baixa + Oxia = Oxigênio) e maior gravidade uma anóxia (An = negação + Oxia = 
oxigênio). Segundo Torloni (2003), temos a seguinte tabela sobre os efeitos da 
deficiência do oxigênio:
Tabela 6. % Oxigênio x Sintomas de Exposição.% Volume O
2
Sintomas da exposição 
23,5% ou mais Oxigênio enriquecido, risco excessivo de incêndio.
23,0% Oxigênio enriquecido.
20,9% Concentração considerada normal na atmosfera.
19,5% Nível de segurança (NR 33 - OSHA – NIOSH).
12 a 16% Alteração da respiração e do estado emocional, fadiga anormal em qualquer atividade.
14% Extinção da chama.
10 a 11% Aumento da respiração e da pulsação; Coordenação motora prejudicada; euforia e possível dor de cabeça.
6 a 10% Náuseas e vômito; Incapacidade de realizar movimentos; possível inconsciência; possível colapso enquanto 
consciente, mas sem socorro.
 < 6% Respiração ofegante; parada respiratória seguidas de parada cardíaca; Morte em minutos.
Fonte: Do autor, 2019 (adaptada).
A redução da concentração do oxigênio no ambiente laboral é muito perigosa e pode 
gerar uma morte silenciosa para o trabalhador. A respiração no nosso organismo é o 
processo de entrada e saída de ar nos pulmões, e o controle da respiração espontânea, 
em que você nem se dá conta que está respirando, é executado por centros neurais 
30
UNIDADE I │ BASE LEGAL
localizados no bulbo. O aumento da concentração do gás carbônico no sangue eleva 
sua acidez e dispara ou regula o movimento da respiração, mas o organismo não 
identifica redução ou ausência do oxigênio, assim vamos a óbito muito rápido. 
Por isso, o legislador brasileiro no anexo 11 da NR 15 destacou alguns gases que 
ficaram classificados como “Asfixiantes Simples”. Dessa família, destacamos todos os 
gases nobres (círculo vermelho) da nossa tabela periódica. 
Figura 1. Tabela Periódica Clássica.
 
Fonte: CURADO, 2019.
 » Hélio (He).
 » Neônio (Ne).
 » Argônio (Ar).
 » Criptônio (Kr).
 » Xenônio (Xe).
 » Radônio (Rn).
Observe-se, ainda, na Tabela 5, que os gases inflamáveis estão presentes, tais como: 
acetileno e hidrogênio. Por que eles estariam nessa classificação? Simples, se o gás 
inflamável vazar no ambiente laboral e não entrar em combustão, consequentemente 
ele deslocará o oxigênio e poderá provocar a morte do trabalhador por anóxia.
31
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Valor teto
Na coluna “VALOR TETO”, estão assinalados os agentes químicos cujos limites de 
tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jornada de trabalho.
Tabela 7. Agentes Químicos com Valor Teto (VT).
Agentes Químicos V.T.
Absorção 
pela Pele
Até 48hs/semana
Grau Insalubridade
ppm mg/m3
Ácido Clorídrico + 4 5,5 Máximo
Cloreto de Vinila + 156 398 Máximo
Dióxido de Nitrogênio + 4 7 Máximo
Formaldeído + 1,6 2,3 Máximo
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (1978).
Nessa classificação, temos agentes químicos com elevada toxidade, o “limite de 
tolerância” é o máximo permitido para exposição do trabalhador. Nesse caso, não é 
permitido aplicar o cálculo do fator de desvio (FD) para achar o valor máximo (VM). 
Qualquer nível de exposição do trabalhador acima do “LT”, ao longo da jornada, ou se 
a média exceder esse limite, o ambiente de trabalho será insalubre e IPVS.
Absorção cutânea
Na Tabela 8, estão assinalados os agentes químicos que podem ser absorvidos por 
via cutânea, exigindo na sua manipulação o uso de roupas impermeáveis e luvas 
adequadas, além do EPI necessário à proteção de outras partes do corpo.
Tabela 8. Agentes Químicos com Absorção Cutânea.
Agentes Químicos V.T.
Absorção 
pela Pele
Até 48hs/semana
Grau Insalubridade
ppm mg/m3
Anilina + 4 15 Máximo
Benzeno + 8 24 Máximo
Fenol + 4 15 Máximo
Tolueno + 78 290 Máximo
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (1978).
Cuidado, pois o Benzeno (círculo verde) não está mais no Anexo 11 da NR 15, desde 20 
de dezembro de 1995. Ele está no Anexo 13-A da NR 15. O benzeno, em função da sua 
elevada toxicidade e da possibilidade de gerar a anemia aplásica nos trabalhadores, 
perdeu o LEO e recebeu o valor de referência tecnológico – média ponderada no tempo 
(VRT-MPT). Recomendamos a leitura do Anexo 13-A da NR 15. 
32
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Atenção! Somente para benzeno a legislação brasileira estabelece um limite específico 
denominado Valor de Referência Tecnológico (VRT), estabelecido pelo Anexo nº 13-A, 
incluído na NR-15 pela Portaria SSST nº 14, em 1995. O VRT é o valor possível de se 
atingir para determinado processo do ponto de vista da tecnologia vigente. Não exclui 
risco à saúde, sendo diferente do Limite de Tolerância.
Além disso, recomendamos a leitura da Portaria MTb. 1.109, de 21 de setembro 
de 2016, que trata do Anexo 2 - Exposição Ocupacional ao Benzeno em 
Postos Revendedores de Combustíveis - PRC - da Norma Regulamentadora 9 - 
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA. 
Substâncias tóxicas
São substâncias de efeito extremamente rápido e que podem ser absorvidas por via 
cutânea. Na coluna “absorção pela pele”, estão assinalados os agentes químicos e 
marcado o valor teto.
Tabela 9. Agentes Químicos com Absorção Cutânea e Pele.
Agentes Químicos V.T.
Absorção 
pela Pele
Até 48hs/semana
Grau Insalubridade
ppm mg/m3
Álcool n-butílico + + 40 115 Máximo
n-Butamina + + 4 12 Máximo
Monometil hidrazina + + 0,16 0,27 Máximo
Sulfato de dimetila + + 0,08 0,4 Máximo
Fonte: Anexo 11 da NR 15 (1978).
Essas substâncias possuem um LEO muito baixo, pois, além de possuírem valor teto, 
têm absorção cutânea.
Anexo 12 – poeira mineral
Asbestos
1. O limite de tolerância é de quatro fibras maiores que 5 µm com 
centímetro cúbico.
2. A avaliação será feita pelo método de filtro de membrana com aumento 
de 400-450x (objetiva 4 mm) e iluminação de contraste de fase.
33
BASE LEGAL │ UNIDADE I
O asbesto (origem do grego), ou amianto (origem do latim), é um mineral 
natural, utilizado há séculos pelo homem (BERNSTEIN, 2005) e possui inúmeras 
propriedades, tais como: resistência ao fogo, isolante térmico, resistência mecânica, 
resistência a produtos químicos e micro-organismos, não sofre decomposição 
química. 
O amianto é um agente químico muito estável de estrutura fibrosa, forma sedosa, o 
fibrocimento é o mais importante produto da base de amianto utilizado no planeta, foi 
criado pelo austríaco Ludwig Hatschek em 1895 (OLIVEIRA, 2010).
O amianto foi largamente utilizado na fabricação de telhas onduladas, chapas de 
revestimento, caixas d’água, freios e embreagem automobilísticas, mas seu 
consumo entrou em declínio devido às terríveis consequências da exposição dos 
trabalhadores à inalação das poeiras na forma de fibras. 
O amianto é dividido em dois grandes grupos: 1. Grupo dos Anfibólios; e 2. Grupo 
das Serpentinas (IARC, 2012). O amianto crisotila ou amianto branco possui 
fórmula química Mg3Si2O5(OH)4 e pertence ao grupo das serpentinas, representando 
98,5% do amianto consumido no mundo (BERNSTEIN, 2005). 
A morfologia das fibras do amianto é do tipo agulha ou “needle structure”. Essa 
estrutura muito fina penetra no trato respiratório profundo e se deposita na região 
alveolar do trabalhador, produzindo a asbestose, ou na região da pleura, membrana 
que envolve o pulmão, gerando o raro câncer chamado mesotelioma (BRASIL, 2009). 
A exposição laboral prolongada das fibras do amianto entre os trabalhadores por 
períodos superiores a 10 anos pode gerar a asbestose e, acima de 20 anos, pode iniciar 
o mesotelioma (EPA, 1960). Dessa maneira, o Grupo do Anfibólio foi proibido em todo 
o mundo e o amianto crisotila é proibido em alguns países, mas ainda comercializado 
em outras regiões, como o Brasil. 
O amianto é comercializado na forma de mantas ou rolos e sua manipulação gera 
aerodispersoide na forma de fibras no ambiente laboral. Exatamente o comprimento 
das fibras encontradas no ambiente laboral aliado ao tempo de exposição que 
determinam as patologias, por isso a legislação brasileira determinou a contagem de 
fibras e seu tamanho. 
A biopersistência por inalação é o tempo que uma partícula permanece no pulmão 
antes de ser eliminada por qualquer dos diversos mecanismos de defesa do 
organismo, fibras com tamanho superior a 20 µm apresentam uma média de 
1,3 dias (BERNSTEIN, 2005). O amianto, em todas as suas formas,foi classificado 
34
UNIDADE I │ BASE LEGAL
como carcinogênico confirmado em humanos desde 2012 pela International Agency 
for Research on Cancer ou, em português, Agência Internacional para Pesquisa do 
Câncer, localizada na França.
Manganês e seus compostos
1. O limite de tolerância é de 5 mg/m3 para poeira.
2. O limite de tolerância é de 1 mg/m3 para fumos.
O manganês com fórmula química (Mn) é encontrado na natureza na forma de óxidos 
ou hidróxidos, onde sua mineração é realizada dos minerais pirolusita (MnO2), 
hausmannita (Mn3O4) e manganita (Mn2O3H2O). A manipulação dos minérios tem 
um “limite de tolerância”, e a metalurgia do manganês, especialmente na industrial 
metalúrgica e siderúrgica, possui outro “LT” ainda mais restritivo.
Sílica livre cristalizada
1. O limite de tolerância para poeira respirável, expresso em mg/m3, é 
dado pela seguinte fórmula:
L.T.=
8
% quartzo + 2
mg/m3
 (12)
2. Tanto a concentração quanto a percentagem do quartzo, para a aplicação 
desse limite, devem ser determinadas a partir da porção que passa por 
um seletor com as características do Quadro nº 1. 
Tabela 10. Quadro Nº 1 da NR 12.
Diâmetro Aerodinâmico (um)
(esfera de densidade unitária)
% de passagem pelo seletor
menor ou igual a 2
2,5
3,5
5,0
10,0
90
75
50
25
0 (zero)
Fonte: Anexo 12 da NR 15 (1978).
35
BASE LEGAL │ UNIDADE I
SÍLICA LIVRE CRISTALIZADA
4. O limite de tolerância para poeira total (respirável e não respirável), expresso em 
mg/m3, é dado pela seguinte fórmula:
L.T.=
24
% quartzo + 3
mg/m3
 (13)
Obs.: 
1. Sempre será entendido que “quartzo” significa sílica livre cristalizada.
2. Os limites de tolerância fixados no item 5 são válidos para jornadas de 
trabalho de até 48 horas por semana, inclusive.
3. Para jornadas de trabalho que excedem a 48 horas semanais, os limites 
deverão ser deduzidos, sendo estes valores fixados pela autoridade 
competente.
Variedades alotrópicas da sílica
Figura 2. Tetraedro da Sílica.
Fonte: GOMES; FURTADO; SOUZA, 2018.
Variedades Alotrópicas da Sílica 
A sílica possui fórmula química (SiO2) com um arranjo cristalino na seguinte posição:
O silício (Si) em vermelho está ligado ao oxigênio (O) em azul produzindo um arranjo 
tridimensional (SiO4)4-, em que outro silício se liga ao oxigênio, gerando uma malha 
tridimensional. 
Em função da temperatura, a sílica terá variedades alotrópicas – Quartzo, Tridimita e 
Cristobalita (CAVALCANTI, 1994). O quartzo se divide em alfa-quartzo e beta-quartzo, 
conforme reação química de transformação, a seguir:
� �-Quartzo -Quartzo Tridimita Cr573 C 867 C 1.470 C
o o o
� ��� � ��� � ��� iistobalita
(14)
36
UNIDADE I │ BASE LEGAL
O arranjo da estrutura cristalina (FRONDEL, 1962) variará da estrutura amorfa 
(Amorphous SiO2), parcialmente cristalizada e cristalina (cristalline SiO2). A estrutura 
amorfa (na = ausência + Morfa = forma), ou seja, sem arranjo cristalino definido, não 
possui “LT” na legislação brasileira, mas na ACGIH possui um TLV-TWA de 10 mg/m3 
quando o total de poeira possuir menos de 1% de quartzo (ACGIH, 2017). 
Na estrutura cristalina da sílica, há uma organização tridimensional em cristais, 
conferindo inúmeras propriedades. Uma propriedade muito importante da sílica 
é sua elevada estabilidade química, isto é, ela não reage facilmente com outros 
elementos, necessitando muita temperatura ou reagentes extremamente corrosivos. 
Essa estabilidade é o problema da inalação pelos trabalhadores, pois, após anos de 
exposição ao agente químico e seu depósito nos pulmões, gerará a famosa silicose.
A variedade alotrópica considerada perigosa para a saúde dos trabalhadores na 
legislação brasileira e estrangeira é o quartzo, também chamado de “sílica livre 
cristalizada”. Dessa maneira, além de coletar a poeira de sílica no ambiente laboral, a 
amostra obtida será encaminhada a um laboratório químico para determinar o teor de 
sílica livre cristalizada ou quartzo presente na amostra. Quanto maior o teor de sílica, 
maior será a probabilidade do início do processo da patologia gerada pela inalação 
desse aerodispersoide.
Manual de métodos analíticos da NIOSH
Para saber qual o teor de sílica livre cristalizada na amostra, são realizadas análises 
químicas, baseando-se nos procedimentos do Manual de Métodos Analíticos da 
NIOSH (2000), a fim de determinar a porcentagem da sílica na forma de quartzo:
 » Método 7500 – Silica Crystalline by XRD (filter redeposition).
 » Método 7501 – Silica Amorphous by IR.
 » Método 7601 – Silica Crystalline by VIS.
 » Método 7602 – Silica Crystalline by IR (KBr pellet).
 » Método 7603 – Quartz in Coal Mine Dust by IR (redeposition).
O elemento químico sílica analisado é o mesmo nos cinco métodos, mas com três 
análises instrumentais distintas, a saber: difração de raios-X, espectroscopia do 
UV-Visível e infravermelho, a diferença está na técnica da instrumentação analítica 
(SKOOG, 2009) e características próprias da metodologia. Vamos primeiro entender 
os significados:
37
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Método 7500 (NIOSH, 2003) – utiliza um equipamento chamado difratômetro de 
raios-X. Esse método analítico consegue identificar as três variedades alotrópicas ou 
polimorfismo da sílica: quartzo, tridimita e cristobalita, e pode eliminar os agentes 
químicos que interferem na análise, tais como: mica, feldsparto e aluminosilicatos, 
entre outros, mas é possível reduzir essa interferência tratando a amostra com ácido 
fosfórico (H3PO4). 
Essa técnica de espectrometria de fluorescência de raios-X consiste em incidir sobre 
a amostra sólida contendo sílica um feixe de energia no comprimento de ondas dos 
raios-X. 
O feixe incide (1/2/3) em um ângulo teta (θ) de 0o a180º por meio do goniômetro e 
esse feixe (1’/2’/3’) é difratado em um ângulo específico, é recebido em um detector 
oposto ao feixe incidente, seguindo a Lei de Bragg. A equação de Bragg é λ= 2d senθ, 
em que λ é o comprimento de onda incidente. Cada tipo de plano cristalino absorve 
uma parte do feixe incidente e refrata esse feixe em um ângulo específico, gerando 
uma impressão digital da estrutura cristalina do elemento químico analisado. 
A coleta do material precisa de um volume de ar mínimo de 400 L e máximo de 1.000 
L usando-se cassete com membrana de PVC 5 µm com separadores de partículas 
(ciclones) de nylon com vazão de 1,7 L/min, Higgins-Dewell (HD) com vazão de 2,2 L/
min e alumínio com vazão de 2,5 L/min. 
Essa técnica de medição tem uma precisão de 9% para uma faixa de 25 a 2.500 µg/
m3 com um volume de 800 L e uma quantificação de 50 a 200 µg. Observe-se que 
tal técnica possui uma precisão elevada, na ordem de micrograma (µg), enquanto os 
resultados são elaborados em miligrama (mg), ou seja, uma sensibilidade de mil vezes. 
Lembre-se de que essa técnica junto com a dos infravermelhos é recomendada para a 
pesquisa (HARPER; SARKISIAN; ANDREW, 2016). 
Método 7602 (NIOSH, 2003) – utiliza um equipamento chamado espectrômetro 
de infravermelho (IV). Esse método analítico consegue identificar duas variedades 
alotrópicas da sílica: quartzo e cristobalita, mas a presença de tridimita é raramente 
informada nos trabalhos (OJIMA, 2003). O quartzo e a cristobalita têm a maior banda 
de absorção em 800 cm-1 (ALLI et al., 2005), (círculo vermelho) e há vários agentes 
químicos próximos à mesma banda que interferem na análise, tais como: sílica amorfa, 
talco, vermiculita, entre outros, mas se pode reduzir esse problema tratando a amostra 
com ácido fosfórico (H3PO4). 
38
UNIDADE I │ BASE LEGAL
Essa técnica de análise consiste em incidir sobre a amostra contendo sílica na forma 
sólida um feixe de luz no comprimento de onda do infravermelho em um jogo de 
espelho que passa a luz pela amostra e passa o feixe por uma referência. 
O feixe que passa pela amostra é absorvido em um comprimento de onda específico 
em cm-1 e cada substância química tem uma assinatura digital em um comprimento de 
onda (ƛ) específico em função da sua absorção. Dessa maneira,é possível determinar 
a concentração da sílica. A sílica possui uma faixa de 1.200 a 400 cm-1, que informa 
algumas características da ligação Si-O-Si, tais como: estiramento assimétrico (1.106 
cm-1), estiramento simétrico (1.057 cm-1) e deformação (693 cm-1). 
A coleta do material precisa de um volume de ar mínimo de 400 L e máximo de 
1.000 L, em que a quantidade de poeira seja inferior a 4 mg usando-se cassete com 
membrana de PVC 5 µm com separadores de partículas (ciclones) de nylon com vazão 
de 1,7 L/min, Higgins-Dewell (HD) com vazão de 2,2 L/min e alumínio com vazão de 
2,5 L/min. 
Essa técnica de medição tem uma precisão de 18% e uma quantificação de 5 a 160 µg. 
Observe-se que essa técnica possui uma precisão elevada, na ordem de micrograma 
(µg), enquanto os resultados são elaborados em miligrama (mg), ou seja, uma 
sensibilidade de mil vezes. Lembre-se de que tal técnica junto com a de difração de 
raios-X é recomendada para a pesquisa (HARPER; SARKISIAN; ANDREW, 2016). 
Método 7601 (NIOSH, 2003) – utiliza um equipamento chamado espectrômetro 
de UV-Vis (Ultravioleta – Visível). Essa técnica de análise consiste em incidir sobre a 
amostra líquida contendo sílica na forma de solução um feixe de luz com comprimento 
de onda conhecido, um espelho que passa a luz pela amostra e desvia o feixe sem 
passar por ela. 
A solução de complexo sílica-molibdato usa 420 nm, enquanto o molibdênio azul usa 
820 nm. O feixe que passa pela amostra é absorvido (I), e o feixe que passa direto sem 
passar pela amostra não é alterado (Io). 
A razão I/Io é chamada de Transmissão (T) e segue a lei de Lambert-Beer. Cada 
substância química tem uma assinatura digital em um comprimento de onda 
(ƛ) específico em função da sua absorção, dessa maneira é possível determinar a 
concentração da sílica. 
Esse método analítico não consegue distinguir as três variedades alotrópicas ou 
polimorfismo da sílica: quartzo, tridimita e cristobalita. Qualquer composto contendo 
sílica que seja solúvel em solução de ácido fluorídrico (HF) e não seja lavado pela 
39
BASE LEGAL │ UNIDADE I
solução de ácido fosfórico (H3PO4) vai interferir na análise, tal como o silicato de sódio, 
também chamado de vidro solúvel. 
A sílica amorfa não é completamente removida pelo ácido fosfórico e produzirá um 
falso-positivo. Presença de fosfato (PO4
-) e ferro (Fe) na amostra coletada também 
pode gerar interferência na análise, por isso o profissional prevencionista que executa 
a coleta tem de averiguar qual a característica do aerodispersoide coletado.
A coleta do material precisa de um volume de ar mínimo de 400 L e máximo de 800 
L usando-se cassete com membrana de PVC 5 µm ou MCE 0,8 µm com separadores 
de partículas (ciclones) de nylon com vazão de1,7 L/min e Higgins-Dewell (HD) 
com vazão de 2,2 L/min. Essa técnica de medição tem uma precisão de 9% e uma 
quantificação estimada de 10 µg e pode detectar uma quantidade mínima de 0,02 
mg de sílica. Observe-se que tal técnica possui uma precisão muito menor quando 
comparamos com infravermelho e difração de raios-X.
Qual a melhor técnica de análise da sílica, se as três são aprovadas pela NIOSH? 
Cada técnica tem sua precisão específica! Cada técnica tem seu limite de 
detecção e suas especificidades. 
A técnica do UV-Vis detecta tudo que está na amostra na forma de ligação de Silício 
– Oxigênio (Si – O) e não separa o quartzo da tridimita e da cristobalita. Fica tudo 
junto no resultado. O limite de detecção é baixo e o erro do método não é elevado. 
Os equipamentos empregados não são caros comparados ao espectrômetro de 
raios-X, por isso é o método mais empregado e o mais barato. Além disso, a presença 
de silicatos (SiO4
-) na amostra, como, por exemplo, em uma fábrica de sabão em pó 
que usa silicato de sódio (NaSiO4), também chamado de vidro solúvel, que não é 
sílica (SiO2) livre cristalizada, gerará um falso-positivo para sílica, aumentando ou 
“bombando” o resultado. Na preparação da amostra para leitura no aparelho, usa-se 
ácido para digerir a amostra e todo o silicato (SiO4
-) será convertido em sílica (SiO2) 
gerando-se, assim, um falso-positivo. Atenção nesse ponto.
A técnica do IV detecta o quartzo e a cristobalita, mas tem dificuldade em identificar e 
quantificar a tridimita. O limite de detecção é baixo e o erro do método não é elevado. 
Os equipamentos empregados são caros comparados ao espectrômetro de raios-X, 
por isso não é o método mais empregado. A amostra na forma de ligação de Silício – 
Oxigênio (Si – O) consegue separar o que é sílica (SiO2) de silicatos (SiO4) na amostra 
sem dificuldade. O problema está na cristalinidade da amostra, pois a técnica de IV 
não consegue com precisão determinar o que é sílica livre cristalina (quartzo) de 
sílica amorfa. A diferença não está na ligação química, mas no arranjo cristalino da 
40
UNIDADE I │ BASE LEGAL
estrutura, nossa legislação determina no cálculo do limite de tolerância apenas com a 
sílica livre cristalina. Atenção nesse ponto.
A técnica do XRD – Difração de Raios-X detecta na amostra a ligação de Silício – 
Oxigênio (Si – O) e consegue identificar a sílica livre cristalinizada com precisão. O 
problema está no custo de aquisição do aparelho, apenas uma empresa em Minas 
Gerais possui esse equipamento para fins comerciais. 
Pergunta-se: onde vamos encontrar a sílica nas atividades laborais? Ela está presente 
na areia do cimento, no lixamento de parede, na perfuração de rocha, na escavação 
de túneis, na movimentação de terra, entre outros. Portanto, conhecer o teor de sílica 
nas atividades é obrigatório para calcular o limite de tolerância, que é variável, e saber 
como está a exposição do trabalhador a esse agente de risco.
Anexo 13 – agentes químicos
1. Relação das atividades e operações envolvendo agentes químicos, 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local 
de trabalho. Excluam-se dessa relação as atividades ou operações com 
os agentes químicos constantes dos Anexos 11 e 12.
HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO
Insalubridade de grau máximo (40% SM)
[...]
Manipulação de alcatrão, breu, betume, antraceno, óleos minerais, 
óleo queimado, parafina ou outras substâncias cancerígenas afins.
[...]
Pintura a pistola com esmaltes, tintas, vernizes e solventes contendo 
hidrocarbonetos aromáticos.
Insalubridade de grau médio (20% SM)
[...]
Emprego de produtos contendo hidrocarbonetos aromáticos como 
solventes ou em limpeza de peças.
[...]
Pintura a pincel com esmaltes, tintas e vernizes em solvente contendo 
hidrocarbonetos aromáticos.
41
BASE LEGAL │ UNIDADE I
Vamos analisar um parâmetro que gera muito conflito nos levantamentos ambientais 
e, inclusive, nas perícias judiciais – hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos são 
compostos de carbono e hidrogênio, destacamos o solvente thinner, que contém 
hidrocarbonetos aromáticos, os “primos” benzeno, tolueno e xileno (BTX). Pelo Anexo 
13, o simples fato de se pintar com tinta à base de esmalte sintético já seria classificado 
como atividade insalubre, apenas importando se o trabalhador utilizasse o pincel e/ou 
a pistola. 
Observe que o Anexo 13 nos remete ao Anexo 11 para usarmos os LEOs do tolueno 
e xileno previstos em norma. Vamos nos aprofundar nesse assunto ao entrarmos em 
interpretação dos resultados.
Nível de ação – NR 9
Necessitamos conhecer mais uma definição para continuarmos nosso processo de 
aprendizagem. Saímos da NR 15 e vamos para a NR 9 PPRA. O nível de ação está 
definido no item 9.3.6.1 da NR 9 PPRA e auxilia o profissional prevencionista a 
monitorar melhor a exposição do trabalhador. 
Vamos à definição: “considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser 
iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições 
a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição”. As ações devem incluir:
a. monitoramento periódico da exposição; 
b. informação aos trabalhadores;
c. controle médico.
Observe que a NR 9 usaa expressão “limite de exposição”, pois houve algumas 
atualizações, ao contrário dos Anexos 11, 12 e 13, que estão inalterados. Além disso, 
no item 9.3.6.2, encontramos o seguinte: “Deverão ser objeto de controle sistemático 
as situações que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação, 
conforme indicado nas alíneas que seguem:
a. para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional 
(LEO);
Vamos analisar dois pontos importantes da legislação: 
1. monitoramento periódico da exposição;
2. nível de ação para agentes químicos.
42
UNIDADE I │ BASE LEGAL
O Nível de Ação (NA) é uma zona de transição entre ele e o Limite de Exposição 
Ocupacional (LEO) para cada agente de risco químico que está em estudo. Quando o 
Nível de Exposição (NE) do trabalhador está acima do Nível de Ação, somos obrigados 
a tomar três ações obrigatórias, a saber: 
a. monitoramento periódico da exposição; 
b. informação aos trabalhadores;
c. controle médico.
O monitoramento periódico significa que, periodicamente, novas avaliações 
ambientais devem ser refeitas para avaliar o nível de exposição do trabalhador, mas 
a legislação não informa qual período. O único limitador é que, pelos menos uma 
vez por ano, deverão ser refeitas as avaliações e o laudo conclusivo (ver NR 9 e IN 
INSS 077/2015). Existe apenas uma Instrução Normativa que define periodicidades 
menores que um ano, a estudaremos quando abordarmos o solvente benzeno.
Aprofundando no limite de exposição ocupacional 
– ACGIH
A ACGIH (1938) define que os TLVs® são “as concentrações de substâncias químicas 
no ar, às quais, acredita-se, a maioria (grifo nosso) dos trabalhadores possam estar 
exposta, repetidamente, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho sem sofrer 
efeitos adversos à saúde”. 
A ACGIH afirma que os valores não são linhas divisórias entre condições seguras e 
perigosas e adverte que os trabalhadores podem ainda estar sujeitos a exposições 
dérmicas.
Há três tipos de LEOs na ACGIH:
1. Time-weighted Average (TWA) ou Média Ponderada no Tempo (MPT). O 
correspondente no Brasil é o LT; 
TLV®-TWA (threshold limit value - time weighted average) significa Limite de 
Exposição Ocupacional – Média Ponderada no Tempo (LEO – MPT), é um 
nome registrado pela ACGIH. Acredita-se que a maioria dos trabalhadores, 
adultos saudáveis, a ela possa estar exposta, repetidamente, dia após dia, 
por 40 horas de trabalho semanais e por toda vida profissional sem sofrer 
efeitos adversos à sua saúde. Existem valores de TLVs (ACGIH, 2017) para 
cerca de 700 substâncias químicas.
43
BASE LEGAL │ UNIDADE I
2. Short-Term Exposure Limit (STEL) ou limites de exposição para curto-prazo – 
sem correspondente no Brasil; 
TLV®-STEL (Threshold Limit Values – Short Expository Limit) significa Limite 
de Exposição Ocupacional – Exposição de Curta Duração. É o limite de 
exposição média ponderada em 15 minutos, que não deve ser ultrapassado 
em qualquer momento da jornada, mesmo que a média ponderada 
(TWA) esteja dentro do limite. Deve existir um limite de 60 minutos entre 
exposições sucessivas e não devem ocorrer mais que quatro vezes ao dia 
(não é definido no Anexo 11 da NR 15);
Gasolina: TLV® - TWA = 300 ppm; LTV®-STEL = 500 ppm;
Metil Etil Cetona TLV® - TWA = 200 ppm; LTV®-STEL = 300 ppm
3. TLV®-C (Threshold Limit Values – Ceiling) significa Limite de Exposição 
Ocupacional – valor-teto (LEO-VT). O correspondente no Brasil é o VT; 
TLV-C – Limite de Exposição – valor teto (Threshold Limit Values – Ceiling). É 
a concentração que não deve ser excedida durante nenhum momento da 
exposição do trabalhador (definido no Anexo 11 da NR 15 e ACGIH). 
Tabela 11. Correlação LEO NR 15 x TLV ACGIH.
Definição NR – 15 ACGIH
Média Ponderada no Tempo
(TWA ou MPT)
Anexo 11 da NR 15
“Limite de Tolerância”
TLV®-TWA
Valor máximo permitido
(C ou VT)
Anexo 11 da NR 15
“Valor Teto”
TLV®-C
Limite por 15 minutos
(STEL)
Não há TLV®-STEL
Fonte: Do autor, 2019.
Os TLV®s para diferentes substâncias são claramente estabelecidos por diferentes 
razões. A natureza e a quantidade de informações toxicológicas existentes também 
variam de substância para substância. 
O TLV® não pode ser usado como um índice relativo de toxicidade. Por exemplo, o 
ozônio com um TLV® de 0,1 ppm não pode ser considerado 50 vezes mais tóxico que o 
fenol com TLV® de 5 ppm. 
A razão para isso é simples: o TLV® do ozônio de 0,1 ppm foi estabelecido para evitar 
irritação dos olhos e do trato respiratório, enquanto o TLV® do fenol foi estabelecido, 
44
UNIDADE I │ BASE LEGAL
principalmente, para evitar danos ao sistema nervoso central. Sendo esses efeitos 
claramente diferentes, é impossível comparar a toxicidade dos dois materiais.
Mistura de vários agentes
Há situações em que encontramos vários vapores orgânicos juntos e precisamos 
avaliar essa mistura e como ficaria o nível de exposição do ambiente laboral. Para 
vários solventes juntos, como encontramos no Thinner, por exemplo, em uma mistura 
líquida, é necessário utilizar a fórmula de efeito aditivo para misturas, definida pela 
ACGIH:
C1/T1 + C2/T2 + .... + Cn/Tn (15)
Em que:
C = Nível de Exposição do Trabalhador (levantamento ambiental).
T = Limite de Exposição Ocupacional – LEO correspondente.
Para exemplificar essa situação, usaremos os três solventes presentes na 
gasolina BTX – Benzeno, Tolueno e Xileno. Em um levantamento ambiental em 
um posto de gasolina, um profissional prevencionista encontrou os seguintes 
resultados:
Tabela 12. Correlação LEO NR 15 x TLV ACGIH.
Agente 
Químico
Código 
eSocial
(ESOCIAL, 2018)
Nível de 
Exposição (ppm)
Limite de Exposição 
Ocupacional – LEO 
(ppm)
Referência
Benzeno 02.01.114 0,05 1 Anexo 13-A
Tolueno 02.01.742 2,0 78 Anexo 11
Xileno 02.01.780 5,0 78 Anexo 11
Fonte: Do autor, 2019.
Calcule o efeito da mistura no ambiente laboral:
C/T(Benzeno) + C/T(Tolueno) + C/T(Xileno) ≤ 1 (16)
Aplicando a fórmula (2) com os valores dos solventes e sendo o valor encontrado 
menos que um, considera-se que o limite de tolerância da mistura para a jornada 
integral não foi excedido, teremos, então:
45
BASE LEGAL │ UNIDADE I
0,05ppm
1ppm
+
2ppm
78ppm
+
5ppm
78ppm
1
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(17)
0,05 + 0,02 + 0,06 ≤ 1 (18)
0,13 ≤ 1 (19)
Portanto, o resultado de 0,13 indica que o limite de tolerância da mistura BTX não 
foi excedido para a jornada integral do trabalhador. Os limites de tolerância dos 
solventes orgânicos a que o trabalhador está exposto não foram excedidos durante 
o período amostrado e, da mesma forma, a mistura também não foi excedida. 
Material particulado
Nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH (2017), publicadas anualmente, os 
materiais particulados apresentam limites de tolerância individuais especificados para 
a condição em que são considerados prejudiciais, cuja classificação é a seguinte:
 » E – particulado que não contenha asbesto e com menos de 1% de sílica 
livre cristalizada.
 » I – particulado inalável.
 » T – particulado torácico.
 » R – particulado respirável.
O significado dessas denominações é o seguinte:
E – massa de particulado total existente no ar amostrado, que não contenha asbesto e 
que tenha menos de 1% de sílica livre cristalizada.
Quando, nas tabelas de limites de tolerância da ACGIH, não aparece o complemento 
ao lado do valor TWA para substâncias que se apresentam na forma “particulada”, 
deve ser entendido que se refere a “particulado total” (E).
46
UNIDADE I │ BASE LEGAL
A ACGIH informou em 2018 o limite de tolerância do estanho (Sb) introduzido 
em (***): 
Tabela 13. Tabela TLV ACGIH Estanho.
Valores Adotados
Substância [No CAS] TWA STEL Notações Peso Mol. Base TLV®
Estanho [7440-31-5]
Compostos orgânicos
0,1 mg/m3 0,2 mg/m3 Pele; A4 Vários
Irr Olhos e TRS; Dor de cabeça; 
Náuseas; efe SNC e imunológico
Legenda:
(A1) – Carcinogênico humano confirmado;
(A2) – Carcinogênico humano suspeito;
(A3) – Carcinogênico

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