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ADO - CASO 9

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no congresso nacional, inscrito no CNPJ..., com sede na..., nº..., bairro, cidade/UF, CEP:...,na pessoa de seu Presidente do Diretório Nacional, por sua advogada que esta subscreve, com endereço profissional na..., nº..., bairro, município/UF, endereço eletrônico..., para fins do artigo 77, V do CPC, com fundamento nos artigos 102, I, a e 103, VIII da CRFB c/c artigo 12-A da Lei 9868/99, vem ajuizar:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
(Com pedido de liminar)
Pelo rito especial da lei 9868/99, em face de ato omissivo do GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA, cuja sede do governo se encontra na..., nº..., bairro, cidade/SC, CEP... diante da mora legislativa relativa ao artigo 37, X da CRFB,, pelos motivos de fato e de direito que passo a expor.
I – DOS FATOS
	A presente ação versa sobre o descumprimento e falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado de Santa Catarina.
É clara a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regulamente a revisão geral anual, na mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos daquela unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal.
A última revisão remuneratória ocorrida no Estado-membro se deu com a edição da Lei xxx, de 10/10/2003 e os servidores acumulam, desde então, sucessivas perdas
salariais geradas pela inflação. 
Mesmo após decorrido todo esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame ora destacado. 
Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determinadas carreiras estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias dos últimos anos, de dotações visando restituir as perdas salariais dos servidores, propõe-se a presente ação para ver declarada a omissão, tendo em vista a inexistência de norma regulamentadora do art. 37, X, da Carta Magna, bem como o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei específico, destinado a fixar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos vencimentos
III – DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF.
	Na forma do artigo 102, I, a de nossa CRFB/88, é de competência originária do STF o processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual, o mesmo se aplica para a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, como prevê o artigo 12-E da Lei 9868/99. Tendo em vista que se pretende impugnar neste ato Lei Estadual, é competente o STF para seu julgamento. 
III – DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA E DA PERTINÊNCIA TEMÁTICA DA MATÉRIA.
	O artigo 103, da CRFB/88, determina o rol taxativo dos legitimados para propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade, determinando no inciso VIII que é legitimo o partido político com representação no Congresso Nacional. Como legitimado universal, se presume de forma absoluta a pertinência temática para este legitimado. O artigo 12-A da Lei 9868/99, determina que os mesmos legitimados descritos pelo artigo constitucional supracitado se aplicam à propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. Nesse sentido é legitimo o Partido Progressista para figurar no polo ativo desta demanda. 
Por outro lado, destaca-se que a ausência de edição de norma regulamentadora determinada pela CRFB/88 se deu em razão de ato omissivo do Governador do Estado de Santa Catarina, tornando este legítimo para figurar no polo passivo do processo. 
IV – DOS FUNDAMENTOS
	O artigo 37 de nossa CRFB/88 é claro ao informar que a Administração Pública deve obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, determinando em seu inciso X que a remuneração dos servidores públicos somente poderá ser fixada ou alterada através da edição de Lei específica. 
	Tal normativa trata-se de norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, é necessária a edição de norma regulamentadora para que este dispositivo tenha sua aplicabilidade plena. 
	Nas palavras de José Afonso da Silva, “todas as normas constitucionais possuem eficácia jurídica. Todavia, certas normas não apresentam o grau de aplicabilidade pretendido pelo constituinte, no momento de sua elaboração. Essas normas constitucionais necessitam de regulamentação posterior” (SILVA, 1998). 
	O célebre julgamento dos MIs 670, 708 e 712 do STF a respeito do direito de greve, consolidou entendimento de omissão legislativa quanto ao dever constitucional em editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público. Caso similar se observa na presente demanda, agora em relação à inércia do Governador Catarinense em editar norma essencial para revisão anual da remuneração dos servidores públicos do Estado. 
	A mora legislativa trouxe inúmeros prejuízos aos servidores, violando o princípio da irredutibilidade dos vencimentos, razão pela qual deve ser sanada o quanto antes. 
V – DA LIMINAR
	É mister salientar a urgência de análise da presente demanda, tendo vista que a inércia do poder executivo tem trazido prejuízos sucessivos aos servidores estaduais. 
	O Art. 10º da Lei nº 9.868/99, aplicado aqui por força do artigo 12-E do mesmo diploma, prevê que o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar em ADO, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias.
	Deste modo estando latentes o periculum in mora e fumus boni juris, é mister a apreciação e deferimento da tutela antecipada para declarar de plano a mora legislativa do poder Executivo estadual. 
VII – DOS PEDIDOS
Diante de todo exposto requer-se:
a) Que seja deferida medida liminar para declarar de plano a mora legislativa do poder executivo estadual, nos moldes do art. 10º da Lei nº 9.868/99, aplicado aqui por força do artigo 12-E do mesmo diploma.
b) Que sejam notificados o Governador na forma do artigo 12-E, §1º da Lei 9868/99. 
c) Que seja notificado do Advogado Geral da União e do Procurador Geral da República para manifestação de acordo com o art. 12-E, §2º e §3º da Lei 9868/99.
d) Que seja julgada procedente a presente Ação para declarar a mora legislativa o Governador de Santa Catarina em relação a determinação constante no artigo 37, X da CRFB/88, com a fixação de prazo para seja sanada tal mora.
VII – DAS PROVAS
	Para provar o alegado instrui-se a demanda com todos os documentos necessários para comprovar a alegação de omissão, na forma do artigo 12-B, parágrafo único da lei 9868/99. 
VIII – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos meramente procedimentais, o valor de R$1045,00
Termos em que pede deferimento.
Local/Data
Nome do Advogado
OAB/UF

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