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FISIO - Dinâmica da ventilação pulmonar, troca e transporte

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Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
1 FISIOLOGIA – BBPM III 
Dinâmica da Ventilação Pulmonar, Troca e Transporte 
OBJETIVOS DA AULA 
• Mostrar os músculos respiratórios 
• Conceituar ventilação 
• Volumes e Capacidades Pulmonares 
• Alterações nos volumes e capacidades 
pulmonares que podem ser observados em 
algumas patologias 
CAIXA TORÁXICA 
Nessa figura vemos o gradil 
costal, o esterno e também 
a coluna vertebral, 
mostrando os ossos que 
compõem a nossa caixa 
torácica. Lembrando que 
quando falamos de parede 
torácica, estamos nos 
referindo a todos o tecidos 
que participam da nossa 
ventilação. Ou seja, se 
pensarmos no abdome, ele 
também participa da 
ventilação. Então, os 
músculos abdominais 
fazem parte da parede 
torácica. Quaisquer que sejam as alterações que 
ocorram no parênquima pulmonar, pode-se ter 
alterações de ventilação pulmonar. Porém, se 
pensamos na caixa torácica, ou seja, toda essa 
estrutura que compõem os ossos da caixa torácica, 
quaisquer alterações que ocorram a nível ósseo, por 
exemplo uma escoliose, vai impedir a incursão 
normal do diafragma (movimentação para baixo do 
diafragma) ou dos outros músculos que participam da 
nossa ventilação. Qualquer que seja a alteração a 
nível torácico, mesmo que seja óssea, pode trazer 
alteração para a ventilação. 
 
MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS 
Quando nos referirmos a ventilação, nós fazemos 
referência a um ato motor. Então, de extrema 
importância são os músculos de controle somático. 
Esses músculos vão promover a inspiração e em 
alguns momentos, a expiração. 
O principal musculo da nossa ventilação é o 
diafragma, que é tido como musculo inspiratório. É 
um musculo na forma de cúpula e separa a cavidade 
torácica da cavidade abdominal. 
Diafragma quando contraído promove o 
rebaixamento da sua cúpula, fazendo com que o 
pulmão seja tracionado e dessa forma, enchido de ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na expiração, o diafragma se mantem 
com a cúpula elevada, como pode-se 
observar na imagem ao lado. 
Quando ocorre a inspiração, a cúpula 
rebaixa e traciona todo o parênquima 
pulmonar, fazendo com que o ar entre no 
interior do pulmão, ou seja, atinja os 
alvéolos. 
Lembrando que essa musculatura 
inspiratória pode ser denominada acessória (alguns 
livros chamam assim). Porém, alguns estudos de 
eletromiografia têm mostrado a atividade dessa 
musculatura mesmo na respiração calma e tranquila, 
utilizando o volume corrente. 
 
Além do diafragma, nós temos também de 
musculatura respiratória os escalenos: anterior, médio 
e posterior. Essa musculatura possui a função de elevar 
as primeiras 
costelas e 
juntamente com 
os músculos 
intercostais vão 
promover um 
movimento 
muito 
importante na 
caixa torácica 
 
De importante também nós temos os músculos 
intercostais externos que junto com os escalenos, 
participam de um movimento importante da caixa 
torácica na inspiração. Esse movimento é chamado de 
alça de balde. Então, a elevação do gradil costal feita 
pelos intercostais externo e a elevação das primeiras 
costelas feita pelos escalenos são conhecidas como 
movimento de alça de balde. Esse movimento aumenta 
o diâmetro anteroposterior da nossa caixa torácica, 
aumentando dessa forma a nossa capacidade 
ventilatória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fibras são oblíquas 
inferior e anteriormente. 
Sua ação: formam uma 
lâmina muscular que 
solidariza as costelas 
entre si, fazendo da caixa 
torácica um conjunto 
coeso. 
MARGARIDA: Durante a respiração basal, a inspiração 
depende, principalmente, da contração do diafragma. 
Quando o diafragma é paralisado, ele se move para cima, 
em vez de abaixar. Isso é denominado movimento 
paradoxal e decorre da queda da pressão intratorácica. 
O diafragma é inervado pelos nervos frênicos direito e 
esquerdo, oriundos de C3 a C5. A secção do nervo frênico 
unilateral acarreta pequena redução da capacidade 
ventilatória e a bilateral compromete significativamente 
a ventilação 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
2 FISIOLOGIA – BBPM III 
 MÚSCULOS INSPIRATÓRIOS ACESSÓRIOS 
Existe ainda a musculatura inspiratória acessória e 
essa sim é considerada acessória. 
O primeiro musculo é o esternocleidomastoide. 
Esses músculos tem a função principal de atuar no 
esterno, promovendo a elevação do esterno que atua 
em conjunto com a elevação do gradil costal, ou seja, 
no movimento de alça de balde. 
Esse movimento do esternocleidomastoide em elevar 
o externo é conhecido como braço de bomba. 
 
 
Além do esternocleidomastoide, 
temos o serrátil anterior 
promovendo abertura das 
escápulas, fazendo com que o 
gradil costal possa se movimentar 
e aumentando o diâmetro 
anteroposterior da caixa torácica. 
 
 
Temos também o trapézio, 
peitoral maior e o latíssimo do dorso atuando na nossa 
ventilação. Lembrando que são musculaturas 
acessórias inspiratórias, ou seja, na nossa respiração 
calma e tranquila essa respiração não vai estar ativa. 
Essa musculatura está ativa principalmente nos 
momentos de esforço ventilatório, seja ele um esforço 
devido a uma patologia ou então um esforço durante 
uma atividade física. Essa musculatura acessória vai 
promover um aumento da ventilação. 
 
MÚSCULOS EXPIRATÓRIOS 
Além da musculatura inspiratória, temos também a 
musculatura que participa do ato expiratório. É 
conhecido que nossa expiração é um processo passivo. 
Enquanto a inspiração é um processo ativo de 
contração muscular, a expiração é um processo passivo 
de relaxamento dessa musculatura inspiratória. 
Porém, estudos de eletromiografia tem demostrado a 
atuação de alguma musculatura durante o momento 
expiratório, principalmente os músculos abdominais. 
Mas ainda vamos encontrar em bastante livros que a 
expiração é um ato passivo dado pelo relaxamento da 
musculatura inspiratória. Então, os principais músculos 
expiratórios que fazem parte da parede torácica são os 
músculos abdominais: reto abdominal e obliquo do 
abdome. 
 
Essa musculatura quando 
contraída, empurra o 
conteúdo abdominal, 
fazendo com que esse 
conteúdo comprima o 
diafragma e eleve a sua 
cúpula, fazendo o 
movimento expiratório. 
 
 
Além dos músculos abdominais, nos temos de 
musculatura expiratória os intercostais internos. 
Porém ao contrario dos intercostais externos que 
promovem o movimento de alça de balde, ou seja, de 
elevação do gradil costal, os intercostais internos 
participam da expiração, promovendo a diminuição da 
elevação do gradil costal, ou seja, fecham o gradil 
costal, fecham a caixa torácica, diminuindo então o 
diâmetro anteroposterior da caixa torácica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esses músculos ocupam o 
espaço compreendido 
entre duas costelas. As 
fibras são obliquas 
inferior e posteriormente 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
3 FISIOLOGIA – BBPM III 
VENTILAÇÃO 
As ações em conjunto da musculatura inspiratória e da 
musculatura expiratória damos o nome de ventilação. 
Então, a entrada e saída do ar dos nossos pulmões é o 
ato de ventilar. Não é respirar como geralmente 
utilizamos. 
Ventilação é a troca gasosa entre os alvéolos e o 
ambiente externo, ou seja, é o processo pelo qual o 
oxigênio da atmosfera é levado ao interior dos pulmões 
e o dióxido de carbono é expelido do organismo. 
 
 
 ESPIRÔMETRO 
Esse espirômetro da imagem é um bem antigo. Hoje já 
temos sistema informatizado, promovendo o auxilio 
para a detecção de determinadas patologias. 
 
O que nos vemos aqui é uma cânula ligada a boca do 
individuo que tem um clip nasal, e a campanula é 
preenchida com água no seu interior e é ligada a um 
sistema de registro. Toda vez que o indivíduo ventila na 
cânula, a campanula sobe ou desce. Se ele inspira, a 
campanula desce porque ele remove uma parte do ar 
que estava no seu interior. Se o individuo expira, a 
campanula sobe. Então, se a campanula sobe, o 
movimento da pena é para baixo. Se a campanuladesce, o movimento da pena é para cima. E dessa 
forma foram feitos diversos registros e descobertos 
alguns volumes e algumas capacidades pulmonares de 
grande importância para a detecção de patologias. 
 
VOLUME E CAPACIDADES PULMONARES 
Os volumes são as quantidades de ar que estão 
envolvidas no processo de inspiração ou expiração. 
E quando falamos nas capacidades são as quantidades 
de ar que compreendem 2 ou mais volumes. 
Nessa imagem seria justamente o registro da 
espirometria feita pelo espirômetro antigo. 
 Conseguimos observar uma escala de volume e 
enxergar os registros de inspirações e expirações. Essas 
primeiras ondinhas menores é o que chamamos de 
volume corrente. Numa ventilação calma e tranquila 
nos ventilamos o volume corrente ou também 
conhecido como volume tidal. É a quantidade de ar 
inspirada ou expirada espontaneamente a cada ciclo 
respiratório. Esse volume corrente possui 
aproximadamente 500 ml. Esses números podem 
variar muito dependendo das condições do indivíduo: 
tabagistas, restrições pulmonares ou ate mesmo 
podem variar de acordo com o sexo (homem ou mulher 
podem ter volumes e capacidades diferentes). 
Quando executamos uma inspiração a partir da nossa 
inspiração máxima, nos temos o volume de reserva 
inspiratória, que é o volume de ar que ainda 
conseguimos inspirar a partir do final de uma 
inspiração corrente, ou seja, após uma inspiração 
calma e tranquila. 
Além disso, nos temos o volume de reserva expiratória 
que é volume de ar que ainda conseguimos expirar 
após uma expiração calma e tranquila. 
Temos também o volume residual que é o volume de 
ar que permanece no interior dos pulmões mesmo 
após uma expiração forçada. Isso é dado pela tração da 
pleura, impedindo que os alvéolos se colabem, dando 
estabilidade. Isso é muito importante para que não 
ocorra colapso pulmonar/colabamento alveolar. 
A primeira capacidade que aparece é a capacidade 
inspiradora. Como falamos que capacidade é a soma 
dos volumes, a capacidade inspiratória é a soma do 
volume corrente + volume de reserva inspiratória. 
Então, é o volume de ar que conseguimos colocar no 
interior dos pulmões após uma expiração calma e 
tranquila, ou seja, após a expiração corrente. 
A segunda capacidade que aparece é a capacidade 
vital que é o volume de ar que consigo expulsar do 
interior dos pulmões após uma inspiração máxima. 
Após uma inspiração máxima, eu consigo remover todo 
o ar no interior dos pulmões quando faço isso, utilizo 
toda a capacidade vital. Ou seja, é a soma do volume 
de reserva expiratória + volume corrente + volume de 
reserva inspiratória. 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
4 FISIOLOGIA – BBPM III 
Temos também a capacidade residual funcional que é 
a soma do volume de reserva expiratória + volume 
residual. É a quantidade de gás contida nos pulmões 
no final de uma expiração espontânea. 
E por último, somando todos os volumes, temos a 
capacidade pulmonar total. É a quantidade de gás 
contida nos pulmões ao final de uma expiração 
espontânea. É a soma: volume de reserva inspiratória 
+ volume corrente + volume de reserva expiratória + 
volume residual. E pode ser entorno de até 6L. 
 
 VOLUME CORRENTE (VC) 
É a quantidade de ar que entra e sai do pulmão numa 
respiração normal, ou seja, numa respiração 
corrente/respiração calma e tranquila. E tem em torno 
de 500 ml. 
 
 VOLUME DE RESERVA INSPIRATÓRIO (VRI) 
É o volume máximo que pode ser inspirado 
voluntariamente a partir do final de uma inspiração 
espontânea, ou seja, a partir do final de uma inspiração 
corrente. É a quantidade máxima de ar que pode ser 
inspirada além de uma inspiração normal. Tem 
aproximadamente em torno de 2L. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VOLUME DE RESERVA EXPIRATÓRIO (VRE) 
É o volume máximo que pode ser expirado 
voluntariamente após o final de uma expiração 
espontânea. Então se observamos a figura, no final da 
expiração espontânea, que estaria relacionada ao 
volume corrente, temos o volume de reserva 
expiratório. Tem aproximadamente 1100 ml. 
 
 VOLUME RESIDUAL (VR) 
É o volume de gás que vai permanecer no interior dos 
pulmões após uma expiração máxima, ou seja, é a 
quantidade de ar que permanece no interior dos 
pulmões após uma expiração forçada. Por mais que 
continue expirando, vai continuar ficando um volume 
pequeno no interior dos pulmões. É o volume que é 
extremamente importante para que não ocorra 
colapso pulmonar, ou seja, colabamento alveolar. Tem 
aproximadamente 1200 ml. 
 
 CAPACIDADE INSPIRATÓRIA (CI) 
É o volume máximo inspirado a partir do final de uma 
expiração espontânea/espiração corrente. 
Corresponde a soma do volume corrente + volume de 
reserva inspiratória → VC + VRI 
Tem aproximadamente 2500 ml. 
 
 CAPACIDADE RESIDUAL FUNCIONAL (CRF) 
É a quantidade de gás que está contida nos pulmões ao 
final de uma expiração espontânea, ou seja, a 
quantidade de ar que permanece nos pulmões após 
uma expiração normal. E ela corresponde também a 
soma de dos volumes de reserva expiratório + volume 
residual → VRE + VR 
Tem aproximadamente 2400 ml. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
5 FISIOLOGIA – BBPM III 
 CAPACIDADE VITAL (CV) 
É a quantidade de gás que conseguimos mobilizar entre 
uma inspiração e uma expiração máxima, ou seja, é a 
quantidade de ar que pode ser inspirada após uma 
expiração máxima. Então, é a soma do volume corrente 
+ volume de reserva inspiratório + volume de reserva 
expiratório → VC + VRI + VRE 
Tem aproximadamente 4800 ml. 
 
 
 CAPACIDADE PULMONAR TOTAL (CPT) 
É a quantidade de ar contida no interior do pulmão 
após uma inspiração máxima. É a soma dos 4 volumes: 
volume de reserva inspiratória + volume corrente + 
volume de reserva expiratória + volume residual → 
VRI + VC + VRE + VR 
Tem aproximadamente 6L. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 RESUMINDO 
Primeiro, temos o volume corrente em torno de 
500ml. Temos o volume de reserva inspiratória, em 
torno de 2000 ml, que é o volume de ar que posso 
inspirar após uma inspiração corrente. O volume de 
reserva expiratória que é o volume de ar que posso 
expirar após uma expiração corrente. E temos pós 
último, o volume residual que é o volume de gás que 
permanece nos pulmões mesmo após uma expiração 
forçada. 
Dentro das capacidades, temos a capacidade 
inspiratória que é a capacidade que tenho para 
promover minha inspiração, então é a soma do volume 
corrente + volume de reserva inspiratória. Ou seja, é a 
capacidade que tenho de trazer o ar para o interior dos 
pulmões após uma expiração corrente. 
Temos a capacidade residual funcional que é a soma 
do volume de reserva expiratória + volume residual. 
Temos a capacidade vital que é a soma do volume de 
reserva inspiratória + volume corrente + volume de 
reserva expiratória. É a capacidade utilizada para fazer 
o exame de espirometria: pedimos para o indivíduo 
inspirar ao máximo (forçada) e depois sopra com 
velocidade, é justamente a eliminação de todo o ar dos 
pulmões que chamamos de capacidade vital. Claro que 
ainda assim permanece o volume residual 
E por último, a capacidade pulmonar total que é a 
soma dos volumes de reserva inspiratória + corrente + 
reserva expiratória + volume residual. 
 
Nessa próxima figura, conseguimos observar algumas 
alterações dos volumes e das capacidades. Por 
exemplo indivíduos que tem doenças obstrutivas como 
DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)e 
também indivíduos que tem patologias que acometem 
o pulmão e deixa esse pulmão restritivo, ou seja, o 
pulmão tem acometimento da elastância do 
parênquima pulmonar, esse pulmão não tem uma 
complacência como o normal. 
E aí, podemos observar que o doente restritivo as 
capacidades (vital, residual funcional, inspiratória e 
total) estão diminuídas devido a diminuição de volume 
de reserva inspiratório, diminuição de volume de 
reserva expiratório e de volume residual. O volume 
corrente ele permanece praticamente o mesmo do 
normal porém tem diminuição dos outros volumes 
porque esse pulmão perdeu sua complacência, perdeu 
sua capacidade elástica normal. Consequentemente, 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
6 FISIOLOGIA – BBPM III 
como as capacidades são somas dos volumes, acaba 
alterando também as capacidades. 
Em relação aos doentes obstrutivos, nós temos o 
aumento das capacidades, ao contrario do paciente 
restritivo. O volume de reserva expiratória pode ser um 
poquinho menor do que dos indivíduos (isso não está 
muito bom na figura). Esses volumes aumentados 
ocorrem porque o paciente obstrutivo tem dificuldade 
na expiração, e com isso, o volume residual fica quase 
o dobro, o indivíduo é considerado hiperinsuflado. Um 
raio-x de DPOC vamos ver a retificação da cúpula 
diafragmática, isso acontece porque o indivíduo 
aprisiona o ar dentro dos pulmões, ele não consegue 
exala todo o ar dos pulmões, então ele sempre 
mantem um volume dentro dos pulmões. Como ele 
ventila já com um volume no seu interior , toda vez que 
ventilar vai ter seu volume aumentado. E por isso 
aparece esses volumes e capacidades aumentados, 
principalmente uma alteração muito grande no volume 
residual. 
 
 MANOBRA EXPIRATÓRIA FORÇADA 
Essa manobra utiliza a capacidade vital, só que a 
capacidade vital aqui é conhecida como CVF 
(Capacidade Vital Forçada): utilizo a capacidade vital 
numa expiração máxima de forma forçada, para 
eliminar todo o gás dentro dos pulmões. Dentro dessa 
manobra expiratória forçada é possível observar o que 
chamamos de VEF1 que é o volume expiratório forçado 
no primeiro segundo. 
Então, peço para o indivíduo fazer uma inspiração 
máxima e depois exalar o ar com toda força e rapidez 
que ele conseguir. Depois que ele fizer essa manobra, 
é possível fazer a razão do volume expiratório forçado 
no primeiro segundo pela capacidade vital forçada. 
Essa razão precisa ser maior que 80% para considerar 
normal. Então, o ar exalado no primeiro segundo 
precisa ser de 80 % a mais da capacidade vital forçada. 
Em pacientes obstrutivos, o ar está sendo exalado com 
maior lentidão e isso vai acarretar que o volume 
expiratório forçado e também a razão vão ficar 
reduzidos. O paciente obstrutivo tem tendência de 
aprisionar o ar dentro dos pulmões assim, ele demora 
mais para eliminar todo o ar do interior dos pulmões, 
consequentemente, no primeiro segundo vai ter 
liberado menos gás que um indivíduo normal. Então, 
sua razão VEF1 por CVF vai ser menor que 80%. Através 
da espirometria que detecta que o individuo é 
obstrutivo, por exemplo, indivíduos DPOC ou 
asmáticos tem esse padrão de curva vermelho, o VEF1 
deles é menor do que de indivíduos normais. 
Já o paciente restritivo, seu padrão de curva é o mesmo 
do paciente normal. Mas esses indivíduos restritivos 
tem os volumes e a capacidade vital menores do que o 
normal então, consequentemente, podemos 
encontrar uma razão VEF1 por CVF maior. Nesse 
exemplo, tem 90 %. Enquanto indivíduos normais tem 
CVF em torno de 5, os restritivos têm CVF em torno de 
3,1. 
 
 
ESPAÇO MORTO 
Existem alguns espaços denominados espaço morto 
fisiológico e espaço morto anatômico. O espaço morto 
fisiológico pode-se somar ao espaço morto anatômico. 
Espaço morto fisiológico são regiões pulmonares que 
poderiam fazer troca gasosa 
mas não estão fazendo por 
algum motivo. Então, pode 
existir no parênquima 
pulmonar regiões ventiladas, 
ou seja, alvéolo que recebe ar 
mas ele não tem a passagem 
do sangue, isso pode ocorrer 
em patologias mas em 
situações fisiológicas também pode acontecer. Poderia 
ocorrer troca gasosa mas não está acontecendo: o 
alvéolo é ventilado mas não é perfundido. Poderia 
ocorrer o contrario também, ele ser perfundido e por 
alguma obstrução de via aérea, o alvéolo não ser 
ventilado. 
Espaço morto anatômico nada mais é do que a via de 
condução para que ocorra troca gasosa. O epitélio não 
é especializado em troca, apenas conduz o gás até 
chegar nas regiões de trocas gasosas, as vias de 
transição e alvéolos. Tem aproximadamente 150ml. 
 Se observamos a figura, temos uma guia de condução 
que equivale ao espaço morto anatômico, ou seja, 
boca, nariz, traqueia, brônquios e bronquíolos. E a 
parte maior seriam os alvéolos e a parte inferior seria 
o capilar pulmonar que oferece perfusão ao tecido e 
dessa forma, possa ser trocado O2 e CO2. 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
7 FISIOLOGIA – BBPM III 
Se recordamos do volume corrente em torno de 500 ml 
e pensarmos numa frequência ventilatória de 
aproximadamente 15 irpm, vamos ter de ventilação 
total 7500 ml sendo ventilados a cada minuto (500 ml 
x 15 irpm). Só que se prestamos atenção, vamos 
observar a ventilação alveolar que tem em torno de 
5250 ml e isso acontece por conta do espaço morto 
anatômico que tem cerca de 150 ml, então se 
multiplicarmos 150 ml x 15 irpm = 2250, temos a 
diferença entre a ventilação total e a ventilação 
alveolar. Essa diferença é o ar que permanece no 
espaço morto anatômico. Então, dos 7500 ml que são 
ventilados, 5250 ml chegam na ventilação alveolar e 
2250 ml ficam no espaço morto anatômico. 
Temos aproximadamente 3000 ml chegando nos 
alvéolos e são mais do que suficientes para oxigenar os 
70 ml que passam de sangue pelo capilar pulmonar. 
É importante lembrar que parte do gás não é trocado 
no espaço morto anatômico. Então, se aumentarmos o 
espaço morto anatômico do indivíduo com cânula 
orotraqueal, vamos precisar oferecer mais gás para o 
indivíduo. 
Se somarmos as áreas de espaço morto fisiológico e 
espaço morto anatômico também aumento a área de 
espaço morto e seriam regiões que não estariam 
oferecendo troca a nível pulmonar. 
 
 ESPAÇO MORTO E GÁS ALVEOLAR 
Nessa imagem temos a zona respiratória representada 
pelo balãozinho e o espaço morto anatômico 
representado pelo tubo. Vamos pensar que a cada ciclo 
respiratório, o indivíduo fosse inspirar em torno de 
450ml. Na realidade o que acontece é que os primeiros 
150ml (retângulo cinza) que vão atingir a zona 
respiratória correspondem aos 150ml deixados no 
espaço morto anatômico pela expiração precedente 
porque é a quantidade de gás que permanece nesse 
espaço. E nessa região, essa quantidade de ar tem a 
composição muito próxima a composição do gás 
alveolar. Os outros 300 ml vão apresentar a 
composição do ar atmosférico, ou seja, do ar 
umedecido que inspiramos. 
Ao final da nossa inspiração, já vai ter acontecido a 
mistura de gás completa e transformação da mistura 
inicial em gás alveolar: quando o ar atmosférico entra 
junto com o ar do espaço morto anatômico que já tinha 
composição alveolar, ocorre a mistura depois de um 
tempo e eles ficam com a composição do gás alveolar. 
Quando esses 450 ml entram na zona respiratória, 150 
ml ficam no espaço morto anatômico. Então, durante a 
expiração subsequente, os primeiros 150 ml que vão 
sair dos pulmões tem a composição do espaço morto 
anatômico e os outros 300 ml vão ser de composição 
alveolar. Ao final da expiração, uma parte fica no 
espaço morto anatômico, em torno de 150 ml. 
 
VOLUMES PULMONARES x VENTILAÇÃO PULMONAR 
Nessa imagem, nós conseguimos observar alterações 
na ventilação alveolar em relação a ventilação 
pulmonar. 
Lembrando que o espaço morto anatômico pode 
aumentar mas aqui estamos alterando apenas a 
ventilação. E lembrando que ventilação é o volume 
corrente x frequência respiratória.Temos três exemplos e nos três temos volume de 
espaço morto anatômico de 150 ml. Os 8.000 ml/min 
são atingidos nos três casos. 
 
A: Temos volume corrente baixo de 250 ml mas uma 
frequência de 32 irpm para atingir o volume de 8000 
ml/min de ventilação. O volume corrente é baixo 
porém a frequência ventilatória é alta. Se multiplicar o 
espaço morto anatômico de 150 ml pelas incursões 
respiratórias de 32 irpm, vamos ter 4800 ml de espaço 
morto (muito grande). Desses 8000 ml apenas 3200 ml 
atingem a ventilação alveolar, está sendo uma 
ventilação baixa porque o resto está sendo perdido no 
espaço morto anatômico. 
 
B: Temos um volume corrente maior de 500 ml e uma 
frequência normal de 16 irpm, dando uma ventilação 
de 8000 ml/min. Considerando que o espaço morto 
anatômico tem 150 ml e temos a frequência de 16 
irpm, vamos ter perdido nesse espaço apenas 2400 ml. 
Dos 8000 ml ventilados, 2400 ml são perdidos no 
espaço morto anatômico e 5600 ml chegam na 
ventilação alveolar. 
Volume Corrente x Frequência Respiratória = Ventilação 
 
Isabela Matos – T5 – UFMS CPTL 
8 FISIOLOGIA – BBPM III 
 
 
 
C: Temos um volume corrente muito grande de cerca 
de 1L, tem metade das incursões, cerca de 8 irpm. 
Como essa frequência respiratória diminuiu, se 
multiplicarmos essa frequência pelo espaço morto 
anatômico de 150 ml, temos volume de espaço morto 
anatômico de 1200 ml. Então, dos 8000 ml, temos 
1200 ml de volume de espaço morto e 6800 ml de 
ventilação alveolar. 
 
 
Dessa forma percebemos que alteração da frequência 
respiratória ou do volume corrente podem alterar o 
volume do espaço morto anatômico, prejudicando 
assim a respiração alveolar. 
 
MARGARIDA: Considerando-se que em B está 
representada a condição normal, se o padrão 
respiratório fosse o de A haveria uma hipoventilação 
alveolar, ao passo que C corresponderia a uma 
hiperventilação alveolar.

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