Buscar

APX1 Metodologia do Ensino de História 2020.1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal Do Estado Do Rio De Janeiro
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Licenciatura em História - EAD
Unirio/CEDERJ
Primeira Avaliação Presencial 2020.1
Disciplina: Metodologia do Ensino de História
Coordenação: Ynaê Lopes dos Santos
Nome: Deocleciano da Silva Moreira Neto
Matrícula: 18216090052
Polo: Cantagalo
Questão 1
“A construção do currículo é um processo de seleção de conteúdos, metodologias,
abordagens e valores, que estão intimamente ligados às intenções e às tensões
coletivas que envolvem sua elaboração.”1 A partir dessa citação podemos pensar
como se estrutura o currículo comum no Brasil. 
A proposição de um currículo comum no Brasil se ampara na Constituição Federal
de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9.314/1996 e no
Plano Nacional de Educação, vigente desde o ano de 2014. Tem como objetivo uma
padronização do ensino. No ano de 2017 o MEC, disponibiliza a primeira versão da
Base Nacional Comum Curricular, o BNCC. 
No primeiro BNCC o enfoque maior foi a disciplina História, pois segundo Perreira e
Rodrigues: 
O currículo de história é um produto de escolhas que estabelece um modo
de recortar e contar o passado, de criar referências ao presente e
estabelecer o que deve se tornar uma memória, compondo,
consequentemente, uma base para a identidade de todos os brasileiros.2 
A história como disciplina científica deve ser pensada como um jogo de aparições e
silenciamentos de narrativas, como construções que apresentam escolhas feitas
1 p.46. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 4 - Os PCN e o ensino de
História I
2 PERREIRA; RODRIGUES, p.3, 2018.
pelos seus autores, e por isso não pode ser considerada neutra. E por isso, o
conteúdo do seu currículo sempre causa disputas, seja política, teórica ou
metodológicas.
O primeiro grupo que pensou a primeira versão do BNCC – História confrontou a
tradição factual da história, que considera a história como um “um simples processo
de transmissão de conteúdos factuais e verbalistas” 3.No entanto, o Ministério da
Educação, resolveu dissolver essa comissão, e consequentemente, não utilizar essa
primeira proposta, constituindo uma nova comissão. Mesmo assim, a primeira
versão do BNCC é considerada a mais equilibrada das propostas de currículo
comum apresentadas pelo MEC. Nela a História deixa de ter um enfoque
eurocêntrico, com ênfase na Historia das Civilizações europeias ocidentais e passa
a ter um enfoque brasilcentrista, com a inclusão de conteúdos relativos a história da
África e das culturas afro-brasileira, História Indígena e das Américas.
A segunda versão do BNCC apresenta um retrocesso à primeira, tem seu enfoque
nas listas de conteúdos tradicionais, de dominação da história europeia, apresenta
uma despolitização dos recortes e da seleção dos conteúdos e retomada da divisão
quadripartite da História. Esse retrocesso se deu pelos ataques à educação
democrática e à liberdade de ensinar, provocado pelo movimento Escola Sem
Partido.
A terceira versão retoma o conceito de lista de conteúdos para o currículo, como na
segunda versão, e recupera o currículo por círculos de competências e habilidades,
ativamente criticado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação – Anped. “Esta ‘volta’ das competências ignora todo o movimento das
Diretrizes Curriculares Nacionais construídas nos últimos anos e a crítica às formas
esquemáticas e não processuais de compreender os currículos (Anped, 2017).”4
Esse retorno ao currículo por competências e habilidades é um retrocesso na forma
de compreender o modo de ensino-aprendizagem da história.
Portanto as propostas dos BNCC seguem uma lógica tradicional de representar os
fatos históricos, sendo guiados pela lógica eurocêntrica, e com função de perpetuar
a dominação das classes através do ensino.
3 PERREIRA; RODRIGUES, p. 4, 2018.
4 PERREIRA; RODRIGUES, p. 12, 2018.
Questão 2
O ensino de História foi implantado em 1838, no Brasil, no Colégio D. Pedro II,
instituição estruturada sob influência do pensamento liberal francês. Nesse primeiro
momento o ensino de história centrou-se nas traduções de compêndios franceses,
que visava a formação cidadã do homem cívico, que se identificasse com a pátria e
com a nação.
O estudo da História da Europa ocidental era “apresentada como a verdadeira
história da civilização”5. Esse ensino estava apoiado no tripé: História da Europa,
periodização política e ênfase explicativa centrada no personagem, ou seja, um
ensino tradicional de história.
A partir do ano de 1860 há a inclusão de Historia do Brasil nos programas das
escolas primárias e secundarias, no entanto, no entanto, seu ensino foi em forna de
apêndice, com papel secundário. Ensinava-se biografias de homens ilustres, datas e
batalhas.
Após a Proclamação da República houve um aprofundamento do processo de
identificação com a História da Europa, a preocupação com o reforço da
nacionalidade e da ideia de pertencimento de uma nação. Adota-se uma educação
cívica e moral com fins patrióticos, estudava-se biografias de brasileiros célebres,
notícias históricas do Brasil Colonia e do período imperial e a História da
Proclamação da República. O ano de 1895, o Estado de São Paulo adota a História
como disciplina escolar obrigatória, uma integração de História Universal e do Brasil,
está com carga horária mínima.
Saltando para as primeiras décadas do século XX, no ano de 1934, são tomadas
medidas concretas para a inovação do ensino geral e de História. São instalados os
primeiros cursos universitários para formação de professores secundários, com a
criação da Universidade de São Paulo e a Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.
“Com a ditadura de Vargas (1937-45), o projeto de centralização do ensino e de
uniformização nacional ganhou relevância e nunca mais foi suprimido.”6
A história torna-se uma explicação cronológica dos acontecimentos políticos, que
abrangia das descobertas marítimas portuguesas no século XV até a ideia de
República, a ideia de nação como resultante da colaboração de europeus, africanos
5 p. 19. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 2 – Caminhos da História
ensinada 1.
6 p. 22. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 2 – Caminhos da História
ensinada 1.
e indígenas, da negação da condição de colonizados e também as diferenças nas
condições de trabalho e de posição em face a colonização das diversas etnias.
A História da América só aparece nos currículos do antigo ginásio a partir do ano de
1950.
Entro os anos de 1950 e 1960 uma renovação atinge a escola secundária que passa
a ser direcionada ao aprimoramento dos fundamentos científicos e do papel
formador e crítico da disciplina História, por sua contribuição na formação do
indivíduo, mas o discurso continua totalizador e eurocêntrico.
A partir dos anos 1960 surgem tensões entre uma escola secundária mais popular e
uma proposta de ensino elitista e propedêutica.
Durante a ditadura, os governos militares atuaram de várias formas sobre a
Educação, estabeleceram controles sobre os conteúdos ensinados pela História,
relacionando-os a ideologia implantada, utilizaram o ensino a serviço do regime
ditatorial para formarem cidadãos dóceis, obedientes e ordeiros.
“A Lei 5.692/71 oficializou o ensino de Estudos Sociais nas escolas
brasileiras.”7Onde a História destinou-se apenas aos alunos do 2º grau. Aqueles que
não conseguissem chegar ao 2º grau não estudaria História, isso é uma forma de
sonegar informações históricas para que não haja indivíduos com consciência
crítica. Havia nesse período a preocupação em formar indivíduos para uma
sociedade em industrialização. “O método erabaseado no ensino por atividades,
dando-se ênfase à pesquisa e ao trabalho em grupo. Já a avaliação era baseada em
objetivos previamente propostos, considerando-se o processo e não o conteúdo.”8
Na década de 1980 com a abertura política e com a redemocratização, surgiram
novas propostas curriculares, que se preocuparam em realocar o professor e o aluno
como sujeitos da História e da produção do conhecimento histórico, houve também
um combate ao ensino positivista, factual, de memorização e descontextualizado, e
há a retomada do ensino crítico da História. A década de 1990, acontece uma
readequação do currículo aos temas contemporâneos, passasse a estudar a História
como a história de todos os homens, e não só dos heróis. Surgem novas
contribuições historiográficas, da história econômica, cultural e social, e a
incorporação de novos temas, a história das mulheres, das crianças, dos
7 p. 30. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 3 – Caminhos da História
ensinada 2.
8 p. 31. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 3 – Caminhos da História
ensinada 2.
movimentos sociais etc. Há uma diversidade tanto na abordagem quanto no
conteúdo, o conteúdo e o método passam a ser entendidos em conjunto, valoriza-se
o ensinar a pensar e o fim da dicotomia ensino e pesquisa, “(...)o professor deve
fazer de sua sala de aula um lugar de pesquisa, de produção de conhecimento, de
investigação.”9
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 2 – Caminhos da
História ensinada 1.
Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 3 – Caminhos da
História ensinada 2.
Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 4 – Os PCN e o
ensino de História I
PEREIRA, N. M., & RODRIGUES, M. C. M. (2018). BNCC e o passado prático:
Temporalidades e produção de identidades no ensino de história. Arquivos
Analíticos de Políticas Educativas, 26(107). http://dx.doi.org/10.14507/epaa.26.3494 
9 p. 35. Caderno Didático de Metodologia do Ensino de História. Aula 2 – Caminhos da História
ensinada 2.
http://dx.doi.org/10.14507/epaa.26.3494

Continue navegando