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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ LICENCIATURA EM PEDAGOGIA MAYANE RIAGUSOFF DOS SANTOS MATRÍCULA: 202001180206 NEUROCIÊNCIA COGNITIVA OBSERVAR, PESQUISAR E CONSTRUIR O CONHECIMENTO MAGÉ – RJ 2020 MAYANE RIAGUSOFF DOS SANTOS NEUROCIÊNCIA COGNITIVA OBSERVAR, PESQUISAR E CONSTRUIR O CONHECIMENTO Trabalho de prática como componente curricular na disciplina Neurociência Cognitiva do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estácio de Sá. Orientador: Professora Roseli Cantagalo Couto MAGÉ – RJ 2020 OBJETIVO: Assistir e analisar o vídeo Teste do Marshmallow, estabelecendo uma relação teórica entre o vídeo e as funções executivas do cérebro. INTRODUÇÃO: O teste do marshmallow foi criado por Walter Mischel, na Universidade de Stanford. Mischel inicialmente observou o comportamento de suas filhas, três meninas que tinham entre 2 e 5 anos de idade. Uma delas tinha o costume de fazer um escândalo ao querer algo no mercado, não sabia esperar, queria o objeto na hora solicitada. Ao completar 4 anos de idade, houve uma mudança repentina em seu comportamento, ela adquiriu a capacidade de retardar a gratificação imediata. Ela passou a compreender que se soubesse esperar a hora de chegar em casa, poderia receber algo melhor através da negociação. Esse tipo de autocontrole aconteceu com todas as filhas de Mischel. Baseado nesta observação, o psicólogo criou o famoso “Teste do Marshmallow” no ano de 1972. Neste teste, cada criança receberia um prato com um delicioso Marshmallow com a seguinte explicação: “Você pode comer o doce a hora que quiser, mas se conseguir resistir por 15 minutos e não comê-lo, ganhará dois doces”. O pesquisador se retirava da sala e através de uma câmera, observava o comportamento de cada criança. A maioria das crianças conseguiu resistir à tentação, apenas um terço não conseguiu obter o êxito no experimento. Ele observou que as crianças apresentaram uma estratégia de atenção. Umas fecharam os olhos, outras se esconderam embaixo da mesa, teve algumas que até escolheram uma canção para cantar, tirando assim, o foco da tentação que era comer o doce. O que podemos concluir através deste estudo é que algumas crianças apresentaram melhores estratégias e eram mais eficazes em controlar seus impulsos imediatos para uma recompensa à longo prazo. O teste não findou por aí, Mischel acompanhou o crescimento delas e percebeu que as crianças com maior autocontrole, mostraram-se adolescentes com melhor desempenho escolar, foram mais competentes tanto na parte cognitiva quanto na social e mostraram lidar melhor com a frustração e o estresse. Psicólogos consideram a capacidade de autocontrole e recompensa adiada como parte importante do que é chamada de função executiva, a função do lobo frontal, que é o controle do comportamento, onde estratégias de decisões de longo prazo demonstram controle sobre o comportamento de manter e atingir metas. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) apontam para um déficit na função executiva. Portanto, não é surpreendente que as crianças com TDAH apresentem pior desempenho no teste do marshmallow. De fato, os resultados que Mischel para aqueles que não conseguiram adiar a recompensa, futuramente mostraram-se pessoas com TDAH – onde apresentaram dificuldades acadêmicas, na carreira, no casamento, enfim, na vida. DESENVOLVIMENTO: No vídeo “Teste do Marshmallow”, cada criança apresentou um comportamento e uma estratégia diferente para controlar suas emoções. O cérebro está a todo momento desempenhando funções cognitivas e executivas. Durante 24 horas por dia, ele fica atento ao planejamento de ações e à elaboração de objetivos a serem alcançados no nosso dia-a- dia. O centro das funções executivas do nosso cérebro é o lobo frontal, que compreende o córtex pré-frontal, o maior responsável pela nossos atos cognitivos, nosso comportamento e nossas atividades emocionais. É ele que comanda nossas funções executivas, para que tenhamos uma saúde mental de qualidade e, consequentemente, uma vida funcional. De modo geral, as funções executivas são preditoras do sucesso em todos os âmbitos: profissional, pessoal e social. Existem três categorias de funções executivas: 1. O autocontrole, ou seja, a capacidade de resistência em relação a algo tentador. Ele ajuda as crianças a permanecer atentas, a agir de forma menos impulsiva e a ficar concentrada em seu trabalho. 2. A memória de trabalho, ou seja, a capacidade de conservar as informações na mente, o que permite utilizá-las para fazer o vínculo entre as ideias, calcular mentalmente e estabelecer prioridades. 3. A flexibilidade cognitiva, ou seja, a capacidade de pensar de forma criativa e de se adaptar às demandas inconstantes. Ela permite utilizar a imaginação e a criatividade para resolver problemas. Já a função cognitiva, nada mais é que a nossa capacidade de planejar algo e executar tal ação. Solucionar problemas, tomar decisões, ter raciocínio lógico, estratégia, entre outros. As funções executivas e cognitivas interagem entre si. Elas são muito importantes no processo de aprendizagem, pois colaboram com o aluno quando necessitam encontrar soluções, conduzir e elaborar estratégias comportamentais nas mais diversas circunstâncias. Vale ressaltar, que há áreas do cérebro que começam a se desenvolver ainda na infância, mas que não completam sua formação até a chegada da adolescência. CONCLUSÃO: Podemos concluir que as funções executivas são habilidades cognitivas que nos permite controlar e regular nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações diante dos conflitos ou das distrações. O autocontrole, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, como as funções executivas, desempenham um papel essencial no desenvolvimento das crianças, desta forma, é importante encontrar maneiras de favorecer sua evolução desde a primeira infância até a vida adulta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: FERNANDO LOUZADA. Revista Educação, 2019. Educação infantil: o teste do marshmallow revisitado. Disponível em: < https://revistaeducacao.com.br/2019/02/19/teste-do- marshmallow/#:~:text=Em%20uma%20das%20constru%C3%A7%C3%B5es% 20te%C3%B3ricas,trabalho%20e%20a%20flexibilidade%20cognitiva.&text=Por %20esse%20motivo%2C%20o%20teste,frontal%20e%20das%20fun%C3%A7 %C3%B5es%20executivas.> Acesso em: 20 de out. de 2020. ENCICLOPÉDIA DA CRIANÇA. EBC, 2014. Como ajudar seu filho a desenvolver as funções executivas? Disponível em: < https://memoria.ebc.com.br/infantil/para-pais/2014/12/como-ajudar-seu-filho-a- desenvolver-as-funcoes-executivas> Acesso em: 20 de out. de 2020. ISABELLA PASCHUINI. Neon, 2019. Teste do marshmallow: como o autocontrole te ajuda a ter sucesso. Disponível em: < https://focanodinheiro.neon.com.br/produtividade/teste-do-marshmallow-como- o-autocontrole-te-ajuda-a-ter-sucesso> Acesso em: 22 de out. de 2020. NEURO SABER. Instituto Neuro Saber, 2018. Funções executivas: o que são e para que servem? Disponível em: <https://institutoneurosaber.com.br/funcoes- executivas-o-que-sao-e-para-que-servem/ > Acesso em: 23 de out. de 2020. TATIANA OLIVETTO. Método Supera, 2018. Você sabe o que são as funções executivas do cérebro? Disponível em: <https://metodosupera.com.br/voce- sabe-o-que-sao-funcoes-executivas-cerebro/> Acesso em: 23 de out. de 2020. COLUNISTA PORTAL SAÚDE. Portal saúde, 2013. Neuropsicologia: funções cognitivas.Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/neuropsicologi a-funcoes-cognitivas/52407> Acesso em: 24 de out. de 2020.
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