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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Livro Eletrônico
GUSTAVO DEITOS
Professor de Cursos Preparatórios pra Concur-
sos Públicos. Coach especialista em Concursos 
Públicos. Servidor do TRT da 12ª Região.
Convocações: Técnico Judiciário do TRT da 12ª 
Região e Analista Judiciário do TRF da 3ª Re-
gião. Outras aprovações: 8° lugar – TRT da 24ª 
Região – Analista Judiciário, 39° lugar – TST – 
Analista Judiciário e 48° lugar – TRT da 24ª Re-
gião – Técnico Judiciário.
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Direito Processual do Trabalho
Prof. Gustavo Deitos
Apresentação .............................................................................................4
Princípios, Fontes, Autonomia, Interpretação, Integração e Eficácia do Direito 
Processual do Trabalho ................................................................................6
1. O que é Direito Processual do Trabalho? .....................................................6
2. Autonomia do Direito Processual do Trabalho ..............................................7
3. Fontes do Direito Processual do Trabalho ....................................................8
3.1. Resumo ............................................................................................12
4. Interpretação .......................................................................................13
4.1. Métodos de Interpretação ...................................................................13
4.2. Efeitos da Interpretação ......................................................................18
4.3. Resumo: Métodos e Efeitos .................................................................19
5. Integração ...........................................................................................20
6. Eficácia ...............................................................................................23
6.1. Eficácia da Lei Processual Trabalhista no Tempo (Direito Processual 
Intertemporal) .........................................................................................23
6.2. Eficácia da Lei Processual Trabalhista no Espaço .....................................27
7. Princípios Aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho ...............................27
7.1. Princípios Comuns ao Processo Civil e ao Processo do Trabalho .................28
7.2. Princípios Específicos do Processo do Trabalho ........................................40
Questões de Concurso ...............................................................................52
Gabarito ..................................................................................................68
Gabarito Comentado .................................................................................69
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Direito Processual do Trabalho
Prof. Gustavo Deitos
Apresentação
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! 
Neste curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do 
trabalho, com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o subs-
trato de conteúdo necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você 
possa tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de 
estudo completo e capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros 
meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, indivi-
dualmente, avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios 
de estudo ideais. Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF 
e vídeos, ou somente com um ou outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio 
de contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta 
aula. De qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como 
fonte de estudos de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. 
Tudo depende, unicamente, da preferência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Proces-
sual do Trabalho:
• Princípios;
• Fontes;
• Autonomia;
• Interpretação, Integração e Eficácia do Direito Processual do Trabalho.
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Direito Processual do Trabalho
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A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abran-
ger todos os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda 
mais solidificado. O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâ-
metros: complexidade do conteúdo e número de questões de concursos existentes. 
Por resultado, o número de exercícios disponibilizados é determinado de modo que 
seu conhecimento sobre os temas seja efetivamente testado e fixado, mas sem que 
haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. 
Considero o resultado das avaliações extremamente importante para a continuida-
de da produção e edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informa-
ções quanto à qualidade do material.
Peço-lhe que, por favor, fique à vontade para avaliar as aulas do curso, de-
monstrando seu grau de satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é 
importantíssimo para nós. Se houver algum problema com a visualização de mapas 
mentais (fonte, cor etc.), o problema possivelmente terá surgido em alguma fase 
da edição, pelo que o professor não responde. Neste caso, você pode entrar em 
contato com a central de atendimento responsável.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para 
você e sua prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e considera-
ção ao seu esforço, que, para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim 
por meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápido 
possível. Será um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundi-
dade, e com o grande respeito que você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Direito Processual do Trabalho
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PRINCÍPIOS, FONTES, AUTONOMIA, INTERPRETAÇÃO, INTE-
GRAÇÃO E EFICÁCIA DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
1. O que é Direito Processual do Trabalho?
A doutrina brasileira de direito processual do trabalho não está nem perto de 
uniformizar um conceito para a disciplina, que a defina da forma mais realista pos-
sível. Essa diferença é devida ao fato de os doutrinadores tratarem de forma distin-
ta, entre si, o objeto do direito processual do trabalho.
Os conceitos podem variar em razão de concepções pessoais, ideológicas ou 
políticas de quem conceitua. Portanto, tratemos para você dois conceitos válidos 
pertinentes a nossa disciplina: um de Carlos Henrique Bezerra Leite e outro de Sér-
gio Pinto Martins.
• Bezerra Leite: ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de valo-
res, princípios, regras e instituições próprias, que tem por objetivo promover a 
concretização dos direitos sociais fundamentais individuais, coletivos e difusos 
dos trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos decorrentes direta ou in-
diretamente das relações de emprego e de trabalho, bem como regular o fun-
cionamento e a competência dos órgãos que compõem a Justiça do Trabalho.
 – Perceba que Bezerra Leite vê como objeto do processo do trabalho a pro-
teção a direitos sociais fundamentais dos trabalhadores aliada à busca pela 
justiça social. Esse conceito vai muito além do mero instrumentalismo.
• Sérgio P. Martins: conjunto de princípios, regras e instituições destinado a 
regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, indivi-
duais ou coletivos, sobre relação de trabalho.
 – O conceito de Martins é mais instrumental e formal, sem destaque a finali-
dades constitucionais e/ou sociais dos institutos que compõem o ramo.
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2. Autonomia do Direito Processual do Trabalho
É majoritária na doutrina e na jurisprudência a tese de que o direito proces-
sual do trabalho é um ramo autônomo do direito. Não obstante, é importante 
que você conheça as duas principais teorias que dividem a discussão.
• TEORIA MONISTA: o Direito Processual no Brasil é um só, visto que os prin-
cípios dos diferentes códigos processuais são aplicáveis em igualdade, com 
pequenas alterações. Essa teoria é antiga e encontra-se ultrapassada.
• TEORIA DUALISTA: o Direito Processual do Trabalho é autônomo e distinto 
do Direito Processual Civil, porque possui conjuntos normativos e princípios 
de sentidos próprios, distintos dos diferentes direitos processuais existentes.
Atualmente, entende-se que, para ser autônomo, o ramo deve conter legisla-
ções e princípios próprios (teoria dualista). O processo do trabalho possui uma 
legislação codificada e grande, constante, principalmente, na Consolidação das Leis 
do Trabalho (CLT) e em algumas leis esparsas, especialmente a Lei n. 5.584/1970.
Ademais, o processo do trabalho possui vários princípios que lhe são próprios e 
o diferenciam do direito processual civil, que estudaremos em seguida. Alguns prin-
cípios, por sua vez, são também previstos em outros ramos do direito processual, 
mas com significados consideravelmente distintos.
Desde já, faço destaque aos princípios da proteção, da finalidade social, da bus-
ca da verdade real, na normatização coletiva e da conciliação, enfatizados por Be-
zerra Leite. Alguns destes são, por nome, iguais a princípios de outros ramos, mas 
carregam semântica muito diferente no processo do trabalho, como, por exemplo, 
em relação ao princípio da conciliação.
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A autonomia do processo do trabalho no Brasil fica ainda mais evidente em ra-
zão de duas matérias legislativas:
• O processo do trabalho possui título próprio na CLT e atribuiu ao direito pro-
cessual civil o caráter de subsidiariedade, com aplicação somente em caso de 
lacuna no referido título;
• O próprio Código de Processo Civil (CPC de 2015) tem artigo específico di-
zendo que suas normas só serão aplicáveis ao processo trabalhista diante da 
falta de norma específica do respectivo ramo (art. 15 do CPC).
Dessa forma, mesmo que existam algumas vozes na doutrina dizendo o contrá-
rio, é amplamente pacificado na jurisprudência que o direito processual do trabalho 
é um ramo do direito totalmente autônomo, distinto do processo civil, por ter con-
juntos normativos e princípios próprios.
DICA!
Recomendo que leve para a prova: o direito proces-
sual do trabalho é autônomo, distinto do processo civil, 
por ter normas jurídicas e princípios que lhe são 
próprios e o diferenciam dos demais direitos proces-
suais existentes no Brasil.
3. Fontes do Direito Processual do Trabalho
Se você já estudou direito do trabalho, sabe da clássica divisão entre as fontes 
formais e as fontes materiais. No processo do trabalho, esta divisão é seguida por 
alguns doutrinadores, em especial por Carlos Henrique Bezerra Leite. Outros dou-
trinadores, como Sérgio Pinto Martins e Mauro Schiavi, vão direto às fontes formais 
ao abordar as fontes do processo trabalhista.
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Considerando-se válido o âmbito das fontes materiais do processo do traba-
lho, devemos saber que, dentre essas fontes, incluem-se os fatos sociais, políti-
cos, econômicos, culturais, éticos e morais materializados em determina-
do momento da história, que incentivaram o legislador ou o Poder Judiciário a 
criar uma lei/interpretar uma lei em certo sentido.
Exemplo: a Lei n. 13.467/2017 acrescentou ao processo do trabalho a obrigatorie-
dade de o empregado arcar com o ônus dos honorários sucumbenciais (art. 791-A 
da CLT). A fonte material disso, como afirmado pela equipe de redação da Reforma 
Trabalhista, seria o excesso de ações trabalhistas “aventureiras”, nas quais o 
trabalhador, supostamente, pleitearia direitos mesmo sabendo que não os possui.
As fontes formais do processo do trabalho, por sua vez, são todos os conjun-
tos de regras objetivamente compreensíveis pelas pessoas. Podem ser desde 
a Constituição Federal até costumes locais, pois ambos são objetivamente compre-
ensíveis, sem margens para dúvidas.
Bezerra Leite, indo mais a fundo, criou divisão entre as fontes formais, classifi-
cando-as da seguinte maneira:
• Fontes formais diretas:
 – Constituição Federal;
 – Leis: destacam-se CLT, Lei n. 5.584/70, CPC, Lei n. 6.830/80, Lei n. 
7.701/88, Lei n. 7.347/85, dentre outras;
 – Atos normativos: destacam-se Regimentos Internos, Instruções Normati-
vas, Resoluções, Portarias e demais atos administrativos, internos ou ex-
ternos, de força normativa;
 – Súmula Vinculante do STF: embora seja umajurisprudência, adquiriu força 
vinculante sobre os órgãos do Poder Judiciário por determinação constitu-
cional, ultrapassando o caráter de orientação/substrato jurídico;
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 – Costumes: práticas reiteradas observadas por Varas do Trabalho e demais 
repartições da Justiça do Trabalho, desde que não ilegais;
• Fontes formais indiretas:
 – Doutrina: capaz de dar base teórica e guiar o aplicador da lei diante de ca-
sos concretos, quando se busca a melhor maneira de aplicar a fonte formal 
direta a casos individuais. Podem enquadrar-se como doutrina os Enuncia-
dos de Jornadas de Direito Material e Processual do Trabalho;
 – Jurisprudência: súmulas, orientações jurisprudenciais, precedentes, te-
ses firmadas em julgamentos de casos repetitivos e em sede de controle 
de constitucionalidade concentrado (ADI, ADC, ADO, ADPF), as quais car-
regam força orientativa para a aplicação da lei ao caso concreto;
Obs.: � tendo-se em vista que o CPC dá certo poder de vinculação aos preceden-
tes decorrentes de teses firmadas em julgamentos de casos repetitivos e 
em sede de controle de constitucionalidade concentrado (art. 988, III e IV, 
CPC), é discutível o enquadramento delas como fontes formais diretas, mas 
isso ainda não é pacífico a ponto de ser explorado em questão objetiva.
• Fontes formais de explicitação: são a analogia, a equidade, o direto com-
parado, os costumes e os princípios gerais do direito, que estudaremos no 
título da Integração.
É importantíssimo levarmos em conta que o Código de Processo Civil, de acordo 
com o art. 769 da CLT, é fonte subsidiária do processo do trabalho, sendo a ele apli-
cável sempre que não contrariar os princípios e as normas específicas. do direito 
processual trabalhista. Isso você já sabe, certo?
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Então, trarei para você uma observação tão importante quanto essa. O art. 15 
do Novo CPC deu ao direito processual civil, expressamente, a possibilidade de 
ser aplicado ao processo do trabalho de forma subsidiária e, também, supletiva 
(suplementar). Portanto, o CPC não será aplicado somente na lacuna da CLT, mas, 
também, quando as normas da CLT não forem suficientes para tratar os temas da 
melhor maneira.
O referido artigo diz o seguinte: “Na ausência de normas que regulem processos 
eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão 
aplicadas supletiva e subsidiariamente”.
Para que você saiba claramente a diferença entre aplicação subsidiária e aplica-
ção supletiva/suplementar, confira:
• APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA: ocorre diante de lacuna em outra lei; só é au-
torizada quando não contrariar princípios e elementos básicos do ramo que 
receberá a aplicação subsidiária;
Exemplo: deferimento da participação de amicus curiae (amigo da corte) no pro-
cesso do trabalho, já que o CPC prevê essa figura e a CLT nada fala sobre ela.
• APLICAÇÃO SUPLEMENTAR: ocorre mesmo que não exista lacuna em ou-
tra lei; é autorizada quando não contrariar princípios e elementos básicos do 
ramo que receberá a aplicação suplementar.
Exemplo: aplicação das hipóteses previstas no CPC para a impugnação ao cumpri-
mento de sentença no caso de oposição de embargos à execução no processo do 
trabalho, que possui norma própria (art. 884, § 1º, CLT), que é, no entanto, insu-
ficiente para a observância da legalidade.
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Conclusão: a grande diferença entre a aplicação subsidiária e a aplicação com-
plementar é que a subsidiária ocorre diante de lacuna na lei, e a suplementar 
ocorre mesmo que não existe lacuna, com a finalidade de acrescentar/aumentar a 
normatividade dos institutos jurídicos.
Cuidado: não confunda aplicação suplementar com “complementar”. A apli-
cação complementar pode ser assim considerada tanto em caso de aplicação sub-
sidiária como em caso de aplicação suplementar, pois, em ambos os casos, está 
ocorrendo um “complemento” da legislação. Portanto, é errado usar o adjetivo 
“complementar” como sinônimo de “suplementar”, pois isso causaria uma confusão 
com a aplicação subsidiária, uma vez que a aplicação subsidiária também produz 
um complemento.
3.1. Resumo
Confira, ilustrativamente, o resumo das fontes do processo do trabalho em for-
ma de mapa mental:
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4. Interpretação
Interpretar a lei é uma atitude necessária para sua aplicação. Diante de um dis-
positivo normativo (Constituição, Lei, ato normativo etc.), é necessário mensurar 
o conteúdo, o sentido e o alcance desse dispositivo. Essa mensuração é o que 
devemos chamar de interpretação.
4.1. Métodos de Interpretação
A interpretação, para ser concretizada, deve usar determinados métodos de 
interpretação, que podem ser aplicados de maneira isolada ou conjunta. Veja, 
abaixo, a definição de cada método:
• MÉTODO GRAMATICAL/LITERAL: descoberta do sentido literal das pala-
vras e das frases escritas no dispositivo. O resultado da interpretação (con-
teúdo, sentido e alcance do dispositivo) será conforme o significado das 
palavras e das construções frasais do dispositivo.
Exemplo: art. 896-A, § 1º, da CLT.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I – econômica, o elevado valor da causa
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal 
Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III – social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucional-
mente assegurado;
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação 
trabalhista.
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Perceba dois pontos principais. Primeiro, cada inciso conceitua, expressamen-
te, o que é cada espécie de transcendência. O sentido que o intérprete deve dar à 
expressão “transcendência econômica”, por exemplo, é “elevado valor da causa”. 
Segundo, o § 1ºcontém a expressão “entre outros”, que, literalmente, indica ao 
intérprete que ele poderá considerar outros elementos, mesmo que não escritos 
nos incisos, para verificar a ocorrência de transcendência.
• MÉTODO LÓGICO: o resultado da interpretação decorre de raciocínios 
lógicos, que consistem na análise da compatibilidade entre diferentes 
dispositivos;
Exemplo: por mais que uma parte tenha o direito de interpor recurso, ela não 
poderá fazê-lo quando, por qualquer comportamento, manifestar inteira concor-
dância com a decisão do juiz (pagando a condenação integral imposta pela senten-
ça, por exemplo). Portanto, o alcance dado ao direito de interpor recurso limite-se 
à manifestação de inconformismo da parte que recorre.
• MÉTODO HISTÓRICO: o resultado da interpretação depende da análise das 
causas que determinaram a criação do dispositivo. É a análise de tudo o que, 
historicamente, ocorreu para que o dispositivo existisse. Trata-se de consi-
derar quais foram as fontes materiais determinantes da criação da norma.
Exemplo: art. 850, parágrafo único, da CLT:
O Presidente da Junta, após propor a solução do dissídio, tomará os votos dos 
vogais e, havendo divergência entre estes, poderá desempatar ou proferir decisão 
que melhor atenda ao cumprimento da lei e ao justo equilíbrio entre os votos diver-
gentes e ao interesse social.
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O artigo acima fala dos “votos dos vogais”. Antes da Emenda Constitucional n. 
24 de 1999, as Varas do Trabalho (na época, chamadas de Juntas de Conciliação e 
Julgamento) eram compostas por um Juiz Presidente e por dois vogais, um repre-
sentante dos empregados e outro dos empregadores.
Após a referida emenda, as Varas do Trabalho (que assim passaram a ser cha-
madas) passaram a ser compostas, no processo, apenas por um juiz togado. Por-
tanto, tendo em vista as causas históricas que determinaram a existência do 
art. 850, parágrafo único, podemos afirmar que ele foi tacitamente revogado 
pela Emenda Constitucional n. 24 de 1999, que extinguiu a instituição da Junta, 
composta por um Juiz Presidente e por dois vogais.
• MÉTODO SISTEMÁTICO: a interpretação da norma deve levar em conta 
que o dispositivo interpretado integra um conjunto normativo muito maior do 
que ele, devendo compatibilizar-se com esse conjunto a fim de que se 
evitem antinomias que comprometam o Direito.
O método sistemático de interpretação utiliza três critérios, que são:
• 1) Especialidade. A norma especial prevalece sobre a norma geral;
Exemplo: a CLT (norma especial do processo do trabalho) tem regra própria dis-
pondo que, no procedimento ordinário, o limite máximo de testemunhas é de três 
por parte (art. 821), e no sumaríssimo é de duas por parte (art. 852-H, § 2º). Por-
tanto, não é possível utilizarmos a norma geral do processo civil, segundo a qual 
seria possível o arrolamento de até 10 testemunhas por parte, sendo 3 para cada 
fato (art. 357, § 6º).
• 2) Hierarquia. A norma hierarquicamente superior prevalece sobre a infe-
rior. No processo do trabalho, o critério da hierarquia deve ser observado com 
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mais cautela, pois a pirâmide normativa é, em regra, flexível, priorizando-se 
a norma mais favorável ao trabalhado, salvo quando se tratar de norma 
proibitiva estatal;
Obs.: � norma proibitiva estatal é toda norma que proíbe as partes de fixa-
rem contratualmente alguma coisa. Exemplos clássicos são o prazo 
prescricional para o direito de ação quanto aos créditos trabalhistas (art. 7º, 
XXIX, CF) e as normas de proteção ao trabalho da mulher, como a proibição 
de exigência de exame de gravidez (art. 373-A, IV, CLT).
 � Nos casos em que houver norma proibitiva estatal, a observância da hierar-
quia no processo do trabalho será inevitável, como no exemplo abaixo.
Exemplo: o art. 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal fixa o prazo prescricional 
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após 
a extinção do contrato de trabalho. Portanto, sendo esta uma norma proibitiva 
estatal, não pode a lei ordinária fixar prazo prescricional diverso para o direito de 
ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho.
• 3) Cronologia. As normas de igual ou superior espécie que sejam mais re-
centes revogam, tacitamente, no todo ou em parte, as normas ante-
riores que com elas forem incompatíveis (art. 2º, § 1º, Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro).
Exemplo: o art. 15 da Lei n. 5.584/70 dispõe:
Para auxiliar no patrocínio das causas, observados os arts. 50 e 72 da Lei n. 
4.215, de 27 de abril de 1963, poderão ser designados pelas Diretorias dos 
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Sindicatos Acadêmicos de Direito, a partir da 4º Série, comprovadamente, 
matriculados em estabelecimento de ensino oficial ou sob fiscalização do Governo 
Federal.
O artigo supracitado foi revogado tacitamente pelas normas que, após, vieram a 
fixar a exigência do Exame da OAB para que a pessoa seja habilitada a patroci-
nar causas como advogado(a), além de ser, necessariamente, bacharel em Direito, 
sem prejuízo dos demais requisitos (inscrição na OAB etc.).
MÉTODO TELEOLÓGICO/SOCIOLÓGICO: O resultado da interpretação de-
pende da observância da finalidade que o legislador visou no momento da 
criação da norma. Num Estado Social, como o Brasil, essa finalidade sempre tem 
algum caráter social, o que torna possível nomear o método teleológico, também, 
como método sociológico.
Exemplo: confira a redação do art. 852-H, § 1º, aplicável ao procedimento suma-
ríssimo: “Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-
-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta 
impossibilidade, a critério do juiz”.
No exemplo acima, mesmo que o juiz reconheça a absoluta impossibilidade de 
manifestação completa sobre os documentos em audiência, a parte, se quiser, 
pode se manifestar sobre eles ali mesmo, pois a finalidade do legislador é evi-
tar prejuízo à manifestação da parte autora, a qual, se entender que é capaz de se 
manifestar coerentemente mesmo diante de uma reconhecida absoluta impossibi-
lidade, ela poderá se manifestar. Portanto, a parte autora não deve ser “proibida” 
de se manifestar. Este é o sentido e o alcance depreendidos da referida norma, por 
meio do método teleológico.
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4.2. Efeitos da Interpretação
Os efeitos da interpretação têm direta relação com seus resultados. Os efeitos, 
portanto, podem ser extensivos/ampliativos, restritivos ou estáticos.
• EXTENSIVOS/AMPLIATIVOS: o sentido e o alcance da norma são maiores 
do que o significado dos termos e das expressões de seu texto;
Exemplo: art. 849 da CLT, que dispõe: “A audiência de julgamento será contí-
nua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo 
dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedi-
da, independentemente de nova notificação.”. Se o intérprete (com método lógico 
ou teleológico) entender que motivos de caso fortuito também podem permitir a 
remarcação da audiência, por causarem o mesmo prejuízo às partes, o efeito será 
extensivo/ampliativo.
• RESTRITIVOS: o sentido e o alcance da norma são menores do que o sig-
nificado dos termos e das expressões de seu texto;
Exemplo: art. 884, § 1º, da CLT, que dispõe: “A matéria de defesa será restrita 
às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da 
dívida”. Se o intérprete resolver, com método sistemático, aplicar aos embargos à 
execução as matérias de defesa previstas no CPC para a impugnação ao cumpri-
mento de sentença (art. 525, § 1º), o artigo supracitado terá seu sentido restrin-
gido, pois a expressão “será restrita” não terá mais o poder de impedir a aplicação 
de outras matérias de defesa nos embargos à execução.
• ESTÁTICOS: o sentido e o alcance da norma são idênticos aos dos termos 
e expressões constantes da norma.
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Exemplo: art. 895, § 2º, da CLT: “Os Tribunais Regionais, divididos em Turmas, 
poderão designar Turma para o julgamento dos recursos ordinários interpostos 
das sentenças prolatadas nas demandas sujeitas ao procedimento sumaríssimo”. 
O sentido e o alcance desse dispositivo não se diferenciam em nada das expressões 
nele contidas, pois o único efeito já é depreensível da literalidade: o TST tem 
a faculdade de designar uma Turma somente para julgar recursos ordinários em 
causas de procedimento sumaríssimo, e ponto final.
4.3. Resumo: Métodos e Efeitos
Para proporcionar uma fixação rápida da estrutura do que estudamos, apresen-
to o seguinte mapa mental:
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5. Integração
A integração consiste na ideia de completar algum instituto jurídico que, para 
funcionar de acordo com o Direito, precisa de um aditivo.
A necessidade de integração é devida ao fato de o Poder Judiciário ser proibido 
de deixar de julgar uma demanda sob o argumento de que o Direito não tem solu-
ção para a situação (non liquet). É o que diz o art. 140 do CPC: “O juiz não se exime 
de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico”.
Às vezes, a solução jurídica de determinado caso não encontra amparo direta-
mente na lei, na Constituição ou em atos normativos. Nesses casos, é necessária a 
integração das fontes do direito.
As ferramentas de integração das fontes do direito processual do trabalho são 
expressamente previstas no art. 8º da CLT e no art. 4º da Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro, que, respectivamente, dispõem:
As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais 
ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por 
equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direi-
to do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, 
mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre 
o interesse público.
Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes 
e os princípios gerais de direito.
Apesar de o art. 8º da CLT integrar título de direito material do trabalho (não 
processual), não haveria nenhuma ilegalidade a aplicação dos meios integrativos 
ali previstos ao processo do trabalho, pois a integração sempre surge para dar 
funcionamento ao Direito, e não para prejudicar alguém. Por esta razão, o direito 
comparado, por exemplo, poderia ser utilizado para a integração do processo do 
trabalho mesmo que ele não estivesse previsto no art. 8º.
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Portanto, o processo do trabalho pode, diante de lacunas em seus regramentos, 
ser integrado pelos seguintes elementos integrativos:
• Analogia
• Usos e Costumes
• Princípios Gerais de Direito
• Jurisprudência
• Equidade
• Direito Comparado (citação de normas estrangeiras para fundamentar pro-
posta de integração de lacuna, considerando a compatibilidade entre a reali-
dade do estrangeiro e a realidade do caso concreto)
Afinal de contas, quais são as lacunas que atraem a necessidade de integra-
ção, professor?
Basicamente, a doutrina trabalha com lacunas normativas, lacunas ontológicas 
e lacunas axiológicas.
LACUNAS NORMATIVAS: não existe norma para o caso concreto. Portanto, 
o aplicador da lei deverá encontrar meio integrativo para sanar a omissão (aplica-
ção analógica de norma semelhante, princípios gerais de direito, costumes etc.).
LACUNAS ONTOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa 
norma sofreu um drástico envelhecimento diante do direito moderno, sendo histo-
ricamente incompatível com o caso concreto.
Exemplo: novamente, o art. 884, § 1º, da CLT, que dispõe: “A matéria de defesa 
será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou 
prescrição da dívida”. Esta norma é incompatível com o contexto atual de ampla 
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defesa, razão pela qual, embora exista essa norma, a Justiça do Trabalho conside-
rará, complementarmente, as matérias de defesa previstas no CPC para a impug-
nação ao cumprimento de sentença (art. 525, § 1º), para que elas possam ser 
invocadas, também, nos embargos à execução (há relação de analogia entre os 
embargos à execução, do processo do trabalho, e a impugnação ao cum-
primento de sentença, do processo civil).
LACUNAS AXIOLÓGICAS: existe uma norma para o caso concreto, mas essa 
norma tornou-se injusta, e sua aplicação ao caso formará situação clara de injus-
tiça.
Exemplo: o art. 769 daCLT, norma especial de processo do trabalho, dá ao pro-
cesso civil apenas aplicabilidade subsidiária ao nosso ramo. Todavia, é mais justo 
aplicar-se o CPC, também, de forma suplementar/supletiva, como diz o art. 15 do 
CPC (norma geral), porque se a aplicação do CPC fosse somente subsidiária muitos 
procedimentos da Justiça do Trabalho seriam morosos e atécnicos.
DICA!
Aconselho a levar para a prova: as ferramentas de 
integração do processo do trabalho (analogia, costu-
mes, princípios gerais, direito comparado, equidade, ju-
risprudência etc.) serão aplicadas para suprir lacuna 
normativa, ontológica ou axiológica existente no 
conjunto de normas de direito processual do trabalho.
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6. Eficácia
A eficácia do direito processual do trabalho pode ser estudada com relação ao 
tempo e com relação ao espaço.
6.1. Eficácia da Lei Processual Trabalhista no Tempo (Direito 
Processual Intertemporal)
A CLT, assim como o CPC, adota a teoria do isolamento dos atos proces-
suais. Isso significa que todos os atos no processo do trabalho devem observar a 
legislação em vigor no momento de sua prática.
Indícios de adoção dessa teoria, na própria CLT, estão nos artigos 912 e 915, 
que dispõem, respectivamente:
Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação imediata às relações iniciadas, 
mas não consumadas, antes da vigência desta Consolidação.
Não serão prejudicados os recursos interpostos com apoio em dispositivos alterados ou 
cujo prazo para interposição esteja em curso à data da vigência desta Consolidação.
Com base nisto, o Tribunal Superior do Trabalho, no dever de explicar a eficácia 
temporal da Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017), editou a Instrução Norma-
tiva n. 41, que, em seu art. 1º, preceitua:
A aplicação das normas processuais previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, 
alteradas pela Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, com eficácia a partir de 11 de no-
vembro de 2017, é imediata, sem atingir, no entanto, situações pretéritas iniciadas ou 
consolidadas sob a égide da lei revogada.
Exemplo: o advogado Pedro interpõe recurso de revista antes da entrada em vigor 
da Reforma Trabalhista, que deu balizas ao critério da Transcendência, que consiste 
em novo pressuposto de admissibilidade do recurso de revista. Como a interposição 
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ocorreu antes da entrada em vigor do requisito, o julgamento do recurso, mesmo 
que ocorra posteriormente à entrada em vigor desse requisito, deverá desconside-
rá-lo e apreciar o recurso levando em conta somente os pressupostos de admissi-
bilidade já existentes ao tempo da interposição.
Se, todavia, Pedro interpusesse o recurso de revista após a entrada em vigor da 
Reforma Trabalhista, o requisito da Transcendência deveria ser devidamente pre-
enchido, sob pena de inadmissibilidade do recurso.
O direito processual intertemporal consiste nas regras de aplicação do direito 
processual diante das alterações legislativas sobre as normas processuais. De for-
ma simples, trata-se do estudo da norma que deve ser aplicada a cada processo, 
diante da ocorrência de modificação da norma que deveria ter aplicação.
O grande e relevantíssimo exemplo que podemos ter é a revogação do CPC de 
1973 diante da entrada em vigor, em 2016, do CPC de 2015. Afinal de con-
tas, qual dos códigos deve vigorar diante de processos ajuizados antes da entrada 
em vigor do Novo CPC? É nisto que consiste o direito processual intertemporal.
A regra basilar acerca desse tema é a do art. 14 do CPC, que dispõe:
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos pro-
cessos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas 
consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Como regra, todas as disposições do Novo CPC aplicaram-se imediatamente a 
todos os processos em tramitação. Isto engloba os processos ajuizados antes de 
sua entrada em vigor, bem como os processos ajuizados após sua entrada em vigor.
Portanto, as espécies de atos processuais, os recursos, as formas de comunica-
ção dos atos processuais e os meios de execução e cumprimento de sentença são 
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aqueles previstos na nova lei processual (Novo CPC), com aplicação sobre 
todos os processos em curso.
O limite dessa aplicação imediata é descrito no segundo período do enuncia-
do normativo do art. 14 do CPC: “respeitados os atos processuais praticados e as 
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada”. Este artigo 
institui no direito processual civil brasileiro a Teoria do Isolamento dos Atos 
Processuais, que decorre do antigo princípio do tempus regit actum (o tempo 
rege o ato).
Esta teoria – aliada ao referido princípio – determina que cada ato processual 
deve observar a regra que se aplica a ele naquele exato momento em que ele foi 
praticado, de forma isolada de todas as outras questões. Explico.
Todos os atos processuais que já houverem sido praticados sob a vigência da 
norma revogada deverão permanecer como estiverem. O mesmo raciocínio 
vale para as decisões judiciais (inclusive as de mérito, como sentenças e acórdãos), 
que devem ser integralmente mantidas como estão.
A teoria do isolamento dos atos processuais tem balizamento, fundamentalmen-
te, no art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal, que alicerça importantíssimas 
garantias fundamentais:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada;
• DIREITO ADQUIRIDO: não há uma definição expressa de direito adquirido. 
Segundo Celso Bastos, seguido por Alexandre de Moraes, o direito adquirido 
é um instituto que permite ao sujeito sentir-se seguro em sua vida, uma vez 
que as novas legislações e interpretações não poderão retroagir para tirar 
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dele um direito legitimamente concedido. Basicamente, devem ser honrados 
os compromissos assumidos com o cidadão que batalhou por um direito “se-
guindo as regras do jogo”;
Exemplo: um caso práticoque muito bem ilustra o direito adquirido é o direito do 
candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no 
edital, ser nomeado pelo órgão promotor do certame.
• ATO JURÍDICO PERFEITO: é o ato que reuniu todos os elementos necessá-
rios à sua formação diante da lei antiga, e cujo processo de desenvolvimento 
e conclusão já se esgotou;
Exemplo: decisão judicial que concede um prazo permitido pela lei revogada, mas 
que a lei nova proíbe.
• COISA JULGADA: é a preclusão máxima. O juízo de conhecimento do Poder 
Judiciário já se esgotou, e a conclusão adotada pelo julgador tem força de lei.
Exemplo: o conceito clássico de coisa julgada diz respeito à coisa julgada mate-
rial: decisão de mérito não mais sujeita a recurso, imutável e indiscutível (art. 502 
do CPC).
É cabível registrar que o caput do art. 1.046 do CPC estabelece a mesma regra 
de direito intertemporal do art. 14, nos seguintes termos:
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão desde logo 
aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973.
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6.2. Eficácia da Lei Processual Trabalhista no Espaço
A CLT é clara ao determinar que a legislação de processo do trabalho será aplica-
da em todo o território nacional. Essa determinação consta do art. 763, que dispõe:
O processo da Justiça do Trabalho, no que concerne aos dissídios individuais e coletivos 
e à aplicação de penalidades, reger-se-á, em todo o território nacional, pelas normas 
estabelecidas neste Título.
A norma não poderia dispor em sentido contrário, uma vez que a competência 
constitucional para legislar sobre direito processual é privativa da União (art. 22, 
inciso I, Constituição Federal).
7. Princípios Aplicáveis ao Direito Processual do Trabalho
Por ser a matéria mais longa de nossa aula, deixei os princípios para serem tra-
tados por último.
No processo do trabalho, existem princípios que são comuns entre ele e o pro-
cesso civil, e existem princípios peculiares (específicos) do próprio processo do 
trabalho. Estudaremos todos eles, em seguida.
Antes de estudá-los, é necessário compreendermos que os princípios possuem 
três funcionalidades: interpretativa, integrativa e normativa.
Função Interpretativa: o princípio ajuda o operador do Direito a escolher 
a interpretação mais adequada de determinada norma. Por exemplo, quando 
qualquer artigo da CLT com sentido dúbio é interpretado em favor do trabalhador 
reclamante, à luz do princípio da proteção processual (que abordaremos adiante).
Função Integrativa: o princípio pode ser utilizado para suprir lacuna de nor-
ma da CLT. Anteriormente, estudamos que os princípios gerais de direito são uma 
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ferramenta integrativa. Ademais, vimos que no art. 8º há menção acerca de se 
preferir os princípios relacionados à área trabalhista. Portanto, os princípios têm o 
papel de auxiliar o aplicador da lei a suprir uma lacuna no texto da lei, seja a lacuna 
normativa, ontológica ou axiológica.
Função Normativa: o princípio, em razão de traduzir preceito que deve ser 
observado na seara processual, tem força de norma. Geralmente, o conteúdo 
dos princípios acaba sendo abordado com algum artigo de lei, como, por exemplo, 
o caso do art. 141 do CPC, que diz: “O juiz decidirá o mérito nos limites propostos 
pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo res-
peito a lei exige iniciativa da parte”. Esse artigo cria regra que corresponde a nada 
mais que os princípios da adstrição ou congruência e da inércia/dispositivo, de que 
também trataremos adiante.
Abordaremos, a seguir, os princípios em espécie. Alerto, contudo, que não se-
rão abordados os princípios constitucionais do direito processual (como 
contraditório, ampla defesa e devido processo legal) em razão de não serem objeto 
de cobrança nas questões de Direito Processual do Trabalho.
7.1. Princípios Comuns ao Processo Civil e ao Processo do 
Trabalho
Citarei os princípios mais repetidos pela doutrina de direito processual do traba-
lho, e mais cobrados em provas.
PRINCÍPIO DISPOSITIVO OU DA DEMANDA/PRINCÍPIO DA INÉRCIA: 
O juiz não pode, de ofício, conhecer de questões não suscitadas pelas partes. São 
estas que levam ao juiz a matéria para ser julgada. O juiz somente poderá se pro-
nunciar de ofício quando a lei permitir, geralmente em casos de matéria de ordem 
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pública (como necessidade de intimação do Ministério Público do Trabalho, declara-
ção de impedimento etc.).
Este princípio tem seu conteúdo fixado no art. art. 141 do CPC e na partícula 
inicial do art. 2º, também do CPC, que preceituam:
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado 
conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso 
oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Como regra geral, todo processo é iniciado por parte daquele que alega ser titu-
lar do direito pleiteado na ação. O juiz somente atuará após esta iniciativa. O juiz é 
perfeitamente inerte, isto é, não tutela o direito das pessoas por iniciativa própria. 
É necessária a demanda, por parte das pessoas, para que o juiz se valha dos ins-
trumentos jurídicos legalmente assegurados para a tutela jurisdicional.
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL: após as partes apre-
sentarem o processo e suas alegações, o juiz deverá, de ofício, dar o impulso ade-
quado ao processo, intimando as partes para apresentarem oportunas manifesta-
ções, designando audiências, determinando diligências imprescindíveis etc.
O juiz só poderá deixar de impulsionar o processo se a lei, expressa-
mente, exigir o pedido da parte, como no caso da execução trabalhista, que, 
após a entrada em vigor da Reforma Trabalhista, só pode ser promovida por inicia-
tiva da parte (art. 878 da CLT), salvo se desassistida por advogado (nesta última 
hipótese, o juiz poderá executar a parte contrária de ofício).
Este princípio encontra expressão no art. 765 da CLT: “Os Juízos e Tribunais do 
Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento 
rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclare-
cimento delas”.
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PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE (ou INSTRUMENTALIDADE DAS 
FORMAS): A forma dos atos processuais, caso não seja observada de forma rigo-
rosa, não causará a nulidade do ato se a sua finalidade for atingida. A forma dos 
atos processuais, caso não seja observada de maneira rigorosa, não causará a nu-
lidade do ato se a sua finalidade for atingida. Este princípio é consubstanciado no 
art. 277 do CPC, que dispõe:
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato 
se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.
Exemplo clássico é o do art. 239, § 1º, do CPC, que dispõe: “O comparecimento 
espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo 
a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à 
execução”.
Exemplo: não há diferença de validade entre a parte ser citada por Correio ou por 
oficial de justiça, contanto que a finalidade do ato (dar ciência à parte) seja aten-
dida. Só haverá nulidade se o resultado do ato não corresponder à sua finalida-
de, como, por exemplo, no caso de intimação de parte desassistida de advogado 
mediante Diário Eletrônico, pois é evidente a quase absoluta impossibilidade de a 
parte ter ciência do teor da intimação.
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA: a reclamada deverá se ma-
nifestar, em sua peça de defesa (ou oralmente em audiência), sobre toda a ma-
téria que deva arguir em sua defesa, presumindo-se verdadeiro tudo o que não 
for impugnado.
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Este princípio encontra expressão no art. 341 do CPC, que também estabelece 
exceções a ele:
Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato cons-
tantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato;
III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial.
PRINCÍPIO DA EVENTUALIDADE: no momento (evento) previsto em lei, 
a parte deverá alegar toda matéria de defesa de sua pretensão.
Este princípio encontra expressão no art. 336 do CPC: “Incumbe ao réu ale-
gar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de 
direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pre-
tende produzir”.
Após o referido momento processual, a parte não poderá apresentar sua defe-
sa nas mesmas condições em que poderia apresentar no momento oportuno.
Muitos confundem, no início, os sentidos dos princípios da impugnação especi-
ficada e da eventualidade. Abaixo, apresento a basilar diferenciação entre eles, de 
modo que você não os confunda:
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PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: economia processual diz respeito 
à prestação da máxima atividade jurisdicional com o mínimo de atos proces-
suais. Sempre que for possível, sem prejuízo a alguém, aproveitar um momento 
processual para resolver diversas questões de uma só vez, para evitar traba-
lho excessivo ou retrabalho das partes e do juiz, estes deverão providenciar a fim 
de que sejam apresentadas/sustentadas todas as alegações desejadas (parte) e 
impostas todas as determinações devidas no momento (juiz).
Tanto na CLT como no CPC, não existe um artigo que, de forma específica, ins-
titua o princípio da economia processual (ou da economicidade). Sua existência 
é depreendida de várias regras processuais que prezam pela solução de diversas 
questões num só momento, de modo que se crie um “encurtamento de cami-
nhos” no processo. Um claro exemplo consta das regras do art. 1.013, §§ 3º e 
4º, do CPC:
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve 
decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485* [*extinção do processo sem resolução 
do mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pe-
dido ou da causa de pedir* [*sentença ultra petita, extra petita ou citra petita];
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá 
julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, 
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retor-
no do processo ao juízo de primeiro grau.
Os parágrafos supracitados legitimam a ocorrência do efeito expansivo sobre 
os recursos de natureza ordinária, como o recurso ordinário. Este efeito teve ori-
gem na Teoria da Causa Madura.
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Tal teoria preconiza que o órgão competente para julgar o recurso poderia, des-
de logo, apreciar o mérito das questões do processo quando o juízo recorrido nem 
mesmo tenha entrado nesse mérito. Essa atitude só poderia ser tomada pelo órgão 
recursal (que julga o recurso interposto) se a matéria a ser decidida de imediato 
fosse unicamente de direito ou, se fosse de fato, já houvesse ampla e suficiente 
dilação probatória sobre o fato.
Em palavras técnicas, o juízo recursal só poderia fazer isso se o processo já es-
tivesse em condições de imediato julgamento.
Para sintetizar:
PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE/IMEDIAÇÃO: o juiz da causa deve ter 
contato pessoal e direto com as partes e com a produção da prova, apreciando-
-a diretamente e, quando possível, acompanhando sua coleta (como no caso da 
prova testemunhal).
Exemplo claro desse princípio no processo do trabalho é a inquirição de testemu-
nhas diretamente pelo juiz, segundo o art. 820 da CLT: “As partes e testemunhas 
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serão inquiridas pelo juiz ou presidente, podendo ser reinquiridas, por seu inter-
médio, a requerimento dos vogais, das partes, seus representantes ou advogados”.
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO: a extinção do proces-
so sem resolução do mérito é medida a ser aplicada somente quando for impossível 
a correção de vícios e irregularidades. Dessa forma, sendo o vício sanável enão 
sendo caso de vício urgente, o juiz deverá dar à parte prazo para corrigi-lo, 
exceto se a lei expressamente determinar a extinção imediata do processo sem 
resolução do mérito.
Este princípio encontra expressão em alguns artigos do CPC, em especial os 
artigos 317 e 488, que, respectivamente, dispõem:
Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte opor-
tunidade para, se possível, corrigir o vício.
Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte 
a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485 [extinção sem 
resolução do mérito].
Merece ponderação, desde já, a regra do art. 488. Acompanhe o seguinte 
exemplo prático.
Exemplo: João ajuíza reclamação trabalhista contra a empresa JP Eventos. O juiz, 
de plano, verifica que a petição inicial de João é inepta, e concede-lhe o prazo de 
15 dias para corrigir o vício. João permaneceu inerte, e o juiz resolve extinguir o 
processo sem resolução do mérito, em razão da inépcia da petição inicial (art. 485, 
inciso I).
Antes de o juiz publicar a sentença de extinção sem resolução do mérito, a recla-
mada, empresa JP Eventos, apresenta provas cabais de que a dívida cobrada por 
João estaria prescrita. João, intimado para se manifestar sobre tais provas, nada 
alega. Neste caso, o juiz – convencido da ocorrência da prescrição – deverá resolver 
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o mérito da ação, reconhecendo a ocorrência da prescrição. Afinal de contas, 
a prescrição da dívida refere-se ao mérito da ação, pois o instituto da prescrição 
pertence ao direito material (incide sobre as relações jurídicas materiais, e não 
sobre os pressupostos processuais).
Professor, qual é a razão de haver uma preferência pela resolução do mérito, 
quando for possível?
Caro(a) aluno(a), se o processo for extinto com resolução do mérito, será for-
mada a coisa julgada material. Este fenômeno tornará imutável e indiscutível a 
questão suscitada na ação (no exemplo acima, trata-se da exigibilidade de dívida 
trabalhista). Se o processo fosse extinto sem resolução do mérito, por inépcia da 
petição inicial, o réu permaneceria com receio de que nova ação fosse ajuizada 
posteriormente. Sendo o mérito resolvido, o réu poderá ficar tranquilo: não será 
processado novamente pelo mesmo motivo.
Embora o réu fosse beneficiado pela extinção do processo sem resolução do mé-
rito (que forma apenas a coisa julgada formal), é melhor, para ele, que o processo 
seja extinto com resolução do mérito, pois dessa forma constrói-se a coisa jul-
gada material, que impede a rediscussão da matéria.
Entende-se por coisa julgada material a força impositiva que torna imutável 
e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Já a coisa julgada 
formal restringe-se à impossibilidade de manifestação, sobre a causa, no mesmo 
processo, em razão de este ter sido extinto. No caso da coisa julgada formal, o mé-
rito da ação (alegações do autor e do réu) não é apreciado.
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A coisa julgada formal não impede o ajuizamento de nova ação acerca da 
mesma causa.
A coisa julgada material IMPEDE o ajuizamento de nova ação sobre a mesma 
causa.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO/COLABORAÇÃO: as partes, mesmo tendo in-
teresses distintos, devem cooperar entre si em busca de decisão judicial efetiva, 
justa e célere. Portanto, as partes têm, especialmente, os deveres de denunciar 
eventuais irregularidades e vícios processuais e respeitar as faculdades processuais 
da parte contrária.
Este princípio passou a ter expressão legal a partir da entrada em vigor do Novo 
CPC, especificamente no art. 6º: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar 
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
O princípio que abordaremos abaixo tem detalhes que devo destacar, para evitar 
equívocos comuns acerca de sua interpretação no processo do trabalho.
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: consiste na necessidade de 
o julgamento (sentença/acórdão) ser feito pelo mesmo juiz que presidiu as audi-
ências do processo.
No Novo CPC, este princípio perdeu sua expressão, razão pela qual ficou reco-
nhecida, a princípio, sua extinção.
No entanto, verifica-se que o Princípio da Identidade Física do Juiz tem expres-
são dentro das normas sobre os processos nos tribunais. Veja o que diz o § 3º, 
inciso I, do art. 1.012 do CPC:
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O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado 
por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribui-
ção, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
Veja, portanto, que, se a parte postular a concessão de efeito suspensivo ao re-
curso ao interpô-lo à segunda instância, o relator designado para apreciar o pedido 
de efeito suspensivo ficará prevento (isto é, fixado) para julgar o recurso final.
Essa regra nos faz concluir que o Princípio da Identidade Física do Juiz per-
manece existindo na segunda instância e, também, nas instâncias superio-
res (TST e STF, no nosso caso), pois existe regra idêntica para o caso de pedido de 
efeito suspensivo a recursos de revista e extraordinários.
DICA!
O Princípio da Identidade Física do Juiz não existe mais 
em primeiro grau (Vara do Trabalho), mas conti-
nua existindo no TRT, no TST e no STF. A mesma 
conclusão é afirmada por Carlos Henrique Bezerra Leite 
e por Sergio Pinto Martins.
É claro que, na doutrina brasileira, você encontrará vários outros princípios, 
com diversos nomes. Entretanto, estes aqui tratados são os mais relevantes em se 
tratando de cobrança em prova, por serem os mais repetidos.
PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMEN-
TO MOTIVADO: o juiz tem liberdade para apreciar as provas apresentadas e/ou 
produzidas no processo, desde que indique, em suas decisões, os fundamentos 
(motivos) em que se amparou ao tomar a decisão naquele caso concreto. Trata-se 
da exposição dos fundamentos fáticos e jurídicos, relacionados às provas dos au-
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tos, que levaram o juiz a tomar a decisão.
Em termos mais simples, o juiz é livre para formar seu convencimento acerca 
dos fatose das provas apresentadas, devendo, em contrapartida, expor os motivos 
que o levaram a formar seu convencimento num ou noutro sentido.
O princípio acima é imbuído no conteúdo do art. 371 do CPC: “O juiz apreciará 
a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, 
e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento”.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ: o princípio da boa-fé, no sentido processual, diz res-
peito ao comportamento das partes no curso do processo: todos devem buscar 
suas pretensões com as ferramentas objetivamente disponíveis, sem tutelá-las 
com artifícios lesivos aos direitos de qualquer sujeito, seja por ação ou omissão.
A expressão do princípio da boa-fé consta do art. 5º do CPC: “Aquele que de 
qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”.
Professor, já ouvi falar da expressão “litigância de má-fé”, e sei que o conceito 
de boa-fé não é dos mais concretos. Afinal, de que formas o princípio da boa-fé 
poderia ser objetivamente tido como violado?
Caro(a) aluno(a), as hipóteses de litigância de má-fé (violação direta e objetiva 
ao princípio da boa-fé) são expressas no art. 793-B da CLT:
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
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Perceba que as condutas enumeradas acima representam, claramente, riscos 
ou prejuízos aos direitos de outras pessoas, seja de forma direta (como a alteração 
da verdade dos fatos), seja de forma indireta (como o retardamento indevido do 
andamento do processo).
Ademais, o CPC exalta o papel interpretativo do princípio da boa-fé. Os arts. 322, 
§ 2º, e 489, § 3º, colocam, respectivamente, que os pedidos e as decisões devem 
ser interpretados de forma contextual e sistemática, à luz do princípio da boa-fé. 
Isso existe para que segmentos isolados das peças ou das decisões judiciais não 
deem munição para que atos não pretendidos e/ou desnecessários sejam praticados 
no processo. Confira o que dispõem os parágrafos supramencionados:
Art. 322. § 2º. A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e ob-
servará o princípio da boa-fé.
Art. 489. § 3º. A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos 
os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
É claro que, na doutrina processual brasileira, você encontrará vários outros 
princípios, com diversos nomes. Entretanto, estes aqui tratados são os mais re-
levantes em se tratando de cobrança em prova, por serem os mais repetidos, de 
forma ampla e destacada. Posso garantir a você que os princípios acima elencados 
cobrem, seguramente, 99% das questões de concursos que versem diretamente 
sobre princípios processuais civis.
Existem princípios muito específicos de partes do direito processual civil, como 
no direito probatório (relativo às provas) – caso do princípio da comunhão da prova 
– e no tema pertinente às audiências – caso do princípio da concentração. Em ra-
zão da particularidade desses princípios e da necessária correlação deles com 
certos temas (provas e audiências, por exemplo), eles serão tratados juntamente 
com seus conteúdos basilares, isto é, nas aulas específicas.
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7.2. Princípios Específicos do Processo do Trabalho
Nem todos os princípios a seguir são, nominalmente, exclusivos do processo do 
trabalho. Todavia, podemos dizer que eles são específicos do processo do trabalho 
por carregarem um significado diferente daquele que levam em outros ramos do 
direito processual.
PRINCÍPIO DA ORALIDADE: consiste na valorização do diálogo e do contato 
presencial entre as partes para determinar-se a consequência dos atos processu-
ais, inclusive exigindo-se que alguns atos processuais sejam tecnicamente prati-
cados de forma oral, como as razões finais e a defesa em audiência, por exemplo.
A rigor, o Princípio da Oralidade existe, também, em outros ramos do direito 
processual, como nos Juizados Especiais. Todavia, no processo do trabalho, a ora-
lidade ganha significado especial por ser parte integrante de quase todo o 
processo, inclusive no momento da coleta das provas, que, na Justiça do Tra-
balho, são predominantemente testemunhais, em razão da natureza das relações 
contratuais de emprego.
O princípio da oralidade é muitas vezes mitigado no dia a dia, quando o ma-
gistrado defere o oferecimento de razões finais por escrito, e, principalmente, em 
razão de ter se tornado costumeira a cisão da audiência trabalhista em três: Audi-
ência Inicial, Audiência de Instrução e Audiência de Julgamento/Encerramento.
PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS: pela letra da 
CLT, todos os atos processuais diretamente ligados ao mérito deveriam ser pratica-
dos numa só audiência (audiência una), concentrados nesse momento.
Este princípio sofreu drástica mitigação em decorrência do costume de fracio-
narem-se as audiências do procedimento ordinário em três. Por outro lado, este 
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princípio permanece bem consistente em processos de procedimento sumaríssimo, 
no qual se costuma seguir a regra da CLT, com única audiência. A expressão desse 
princípio consta, respectivamente, nos artigos 849 (procedimento ordinário) e 
852-C (procedimento sumaríssimo) da CLT:
A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força 
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a 
primeira desimpedida, independentemente de nova notificação.
As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência úni-
ca, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar 
simultaneamente com o titular.
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO PROCESSUAL: trata-se da versão processual 
do princípio da proteção do direito do trabalho. Consiste na compensação da de-
sigualdade existente na realidade socioeconômica com uma desigualdade jurídica 
em sentido oposto.
Em outras palavras, este princípio consiste na destinação, ao trabalhador recla-
mante, de meios processuais que o coloquem em posição de privilégio perante o 
empregador para produzir provas e alegar razões.
Mauro Schiavi nomeia esse princípio como “Princípio do Protecionismo Tem-
perado ao Trabalhador”, sustentando que pode,

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