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Capitulo I - Direito Fiscal

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FISCALIDADE II
Direito Fiscal
Elaborado por, Titos Buanaheri
Âmbito e Natureza do Direito Fiscal
Os impostos e a actividade financeira do Estado
O Estado desenvolve uma actividade financeira caracterizada pela realização das despesas derivadas da satisfação das necessidades colectivas e pela arrecadação das receitas para a cobertura dessas despesas.
Essas necessidades colectivas têm variado ao longo do tempo, ou melhor, a escolha das necessidades a satisfazer pelo Estado, dado que está dependente de uma decisão política, tem variado de época para época, de certo modo ao saber da visão que se vai tendo sobre as funções do Estado e bem assim das correntes políticas dominantes. Acresce que muitas delas correspondem a necessidades de satisfação passiva, na medida em que a mesma não depende da procura e, por isso, não pode ser exigido um preço ao consumidor em contrapartida dessa satisfação. Poe-se, desse modo, o problema de saber como financiar as correspondentes despesas, que integram em grande medida o núcleo essencial das funções tradicionais do Estado, designadamente a defesa e a segurança. Com o alargamento do Estado providencia, entende-se que mesmo em relação a certas necessidades de satisfação activa não deve vigorar o princípio da exclusão em relação à satisfação das mesmas, ou seja não podem ser afectados dessa satisfação os que não podem pagar, no todo ou em parte, o respectivo preço. E dai que também em relação a estas se ponha o problema de como cobrir essas despesas.
De que receitas pode o Estado lançar mão para cobrir as suas necessidades financeiras? Desde logo, das receitas que resultam da administração dos bens do património do Estado ou da produção de bens ou da prestação de serviços em que possa cobrar um preço superior ao seu custo e donde, por isso, consiga retirar rendimentos líquidos para a cobertura das despesas com a satisfação de necessidades colectivas. Só que, ao contrário do que aconteceu noutras épocas, em que o património do Estado era vasto e proporcionava a maior parte das receitas de que esse carecia, hoje essas receitas têm de ser obtidas coactivamente junto dos agentes económicos privados, ou seja através de tributos, nos quais ocupa o principal lugar, e de muito longe, o imposto. Por isso, se diz que se passou, historicamente de um Estado patrimonial para um Estado fiscal. Mas, muitas vezes, estas receitas são ainda insuficientes para a cobertura de todas as despesas, pelo que se torna necessário cobrir o défice. Para isso, o Estado recorre ao credito, contraindo empréstimos. Trata-se, porém, de um meio de financiamento não definido, pois, mais tarde ou mais cedo, esses empréstimos terão de ser reembolsados, pelo que o recurso ao crédito não pode ser sistemático ou feito sem qualquer limite. Está, alias, aqui em causa o principio da equidade intergeracional na distribuição de benefícios e custos entre gerações (cf. artº 10º da Lei nº 01/2001, de 20 de Agosto relativa ao Enquadramento do Orçamento do Estado)
Temos, portanto, uma possível classificação das receitas do Estado conforme segue:
Receitas patrimoniais, que correspondem aos preços contratualmente estabelecidos, que o Estado recebe pela venda de bens do seu património ou pela prestação de alguns serviços ou bens semipúblicos;
Taxa, que, como se viu já, correspondem a preços autoritariamente fixados, que o Estado recebe em contrapartida da prestação de serviços, ou pela utilização de bens do domínio publico ou pela remoção de um limite jurídico aa actividade dos particulares;
Impostos, que, como também já se viu, são receitas coactivas que o Estado cobra de forma unilateral, não dando nada de especificamente em troca e que cobra a titulo definitivo;
Empréstimos, que são receitas que o Estado obtém através do credito, ou seja receitas não definitivas já que têm de ser reembolsadas posteriormente.
Temos, assim, caracterizada, grosso modo, a actividade financeira do Estado que consiste basicamente na obtenção e gestão de receitas e na realização de despesas. O mesmo se diga, com as necessidades adaptações, em relação a actividade financeira de outros entes públicos.
Essa actividade, modernamente, num Estado de direito, desenvolve-se no respeito estrito de normas jurídicas que a disciplinam. Pode não ter sido assim noutras épocas, mas é impensável que hoje em dia não seja assim. É precisamente o conjunto de normas jurídicas que disciplinam a actividade financeira do Estado e de outras entidades publicas que se costuma designar por direito financeiro.
O direito financeiro abrange deste modo uma realidade complexa e heterogénea: todo o sector das receitas públicas, ele próprio muito diversificado, todo o sector das despesas públicas e ainda a actividade de administração ou gestão de umas e outras, incluindo o respectivo controlo interno e externo. Reflexivamente, o direito financeiro comporta um direito das receitas, um direito das despesas e um direito da administração financeira. E cada um destes ramos do Direito Financeiro admite ainda divisões, com particular saliência no domínio das receitas para o Direito Fiscal enquanto direito dos impostos, ou seja das receitas publicas mais importantes.
Mais especificamente, fruto de um longo processo evolutivo, podemos encontrar no direito das receitas as divisões seguintes, todas elas com a sua especificidade própria:
 O direito patrimonial, que trata das receitas patrimonias dos entes públicos;
 O direito tributário, incidindo sobre todas as receitas coactivas do Estado e outras entes públicos, em que se autonomiza o direito fiscal, relativo às receitas coativas que se caracterizam pelo seu caracter unilateral, ou seja os impostos;
 O direito do crédito público, que respeita ao recurso ao credito por parte dos entes públicos e a gestão da divida publica.
Noção e âmbito do Direito Fiscal
O Direito Fiscal é, assim, o ramo do direito que disciplina os impostos, tendo por objecto as normas que regulam o “nascimento, o desenvolvimento e a extinção das relações jurídicas suscitadas pela percepção do imposto. 
Esta noção afasta desde logo uma limitação do Direito Fiscal à disciplina da obrigação fiscal, ou seja à relação que se estabelece entre publico credor do imposto e a pessoa ou entidade obrigada à correspondente prestação pecuniária, que sendo seu núcleo essencial não esgota as relações jurídicas suscitadas pelo imposto. É que importa aplicar os mesmos princípios básicos que disciplinam a obrigação fiscal a outras relações, que se estendem do direito procedimental e processual fiscal ao direito sancionatório fiscal, passando por muitos outros domínios como o direito fiscal internacional e o direito fiscal comunitário.
Assim, o Direito Fiscal abrange uma grande multiplicidade de normas jurídicas, a saber:
Normas de soberania fiscal, que ao regularem os principais fundamentais do sistema fiscal, incluindo a formulação da lei fiscal, fazem apelo ao direito constitucional, formando o que se costuma designar por direito constitucional fiscal; 
Normas relativas ao nascimento, desenvolvimento e extinção da obrigação fiscal, quer as que se referem à incidência do imposto quer as que têm um caracter procedimental, ao disciplinarem o lançamento, a liquidação e a cobrança de imposto, incluindo igualmente normas atinentes à fiscalização dos obrigados fiscais e normas relativas às garantias administrativas dos contribuintes;
Normas relativas a obrigações acessórias impostas ao contribuinte ou a terceiros, designadamente de natureza declarativa ou contabilístico, destinadas a possibilitar ou a controlar a percepção dos impostos;
Normas de sanção fiscal, que estabelecem as sanções, quer de natureza penal quer de natureza contra-ordenacional, a aplicar a quem infringe os comandos jurídico-fiscais e regulam o respectivo processo;
Normas relativas ao processo fiscal, que estabelecem as garantias contenciosas dos contribuintes (processo de impugnação judicial) e regulam a cobrança coerciva dos impostos (processo de execução fiscal)
Dada a heterogeneidade de normasque o integram, alguns autores, na esteira da doutrina alemã, distinguem no âmbito do Direito Fiscal o chamado Direito Fiscal material e o Direito fiscal formal. O primeiro diria respeito às normas relativas à obrigação fiscal, ou seja as relativas ao pressuposto do imposto e consequentes obrigações da sua ocorrência derivadas. O segundo agregaria todas as demais normas, desde as que disciplinam a actividade administrativa de aplicação das leis de imposto ate às que tutelam as garantias jurisdicionais quer dos contribuintes quer do Estado em matéria fiscal.
Natureza do Direito Fiscal
Questão muito debatida na doutrina é a da natureza do direito fiscal, que acarreta necessariamente o problema da sua autonomia.
Os autores são praticamente unanimes em considerar que o Direito Fiscal se integra plenamente no Direito Público, não só tendo em vista as finalidades prosseguidas pelo imposto como também por sujeito activo ter de ser necessariamente um ente público. Mas, ainda tem alguns defensores a corrente que o pretende aproximar do Direito Privado, dado que alguns aspectos da disciplina relativa aos impostos seriam apenas uma exceção aos princípios deste, o que, portanto, não chegaria para consagrar a sua autonomia. 
Integrado o Direito Fiscal no Direito Público, sabido que este comporta vários ramos importa ver onde ele se insere. Para uns, o Direito Fiscal integra-se no Direito Financeiro. Para outros, o Direito Fiscal insere-se no Direito Administrativo. Para outros ainda, o Direito Fiscal tem autonomia científica e, portanto, mau grado as suas relações com esses ramos do direito, tem de ser considerado um ramo autónomo do Direito Público.
Perante esta diversidade de posições, a solução há-de buscar-se, sem esquecer, perante a unidade do sistema jurídico, a relactividade da autonomia de um qualquer ramo do direito, na consideração do que afinal caracteriza essa autonomia.
A esse respeito, parece que o critério fundamental terá de situar-se num plano teleológico e institucional. E na medida em que o Direito Fiscal corresponde a um conjunto de normas ordenadas com vista a um fim comum – a regulamentação das normas suscitadas pelo imposto – é um direito autónomo.
Tarefa de casa
De forma extensiva, aponte as relações do Direito Fiscal com outros ramos do direito, de acordo com os artigos das normas de Direito Fiscal inscritas.
Faça um breve resumo do conhecimento adquiro nesta palestra com vista a aprimorar a mente e o saber.
Relações do Direito Fiscal com outros ramos do direito
Direito Fiscal e Direito Constitucional;
Direito Fiscal e Direito Administrativo;
Direito Fiscal e Direito Privado;
Direito Fiscal e Direito Penal.
Direito Fiscal e Direito Constitucional
Em relação ao Direito Constitucional as ligações são tao estreitas que é inteiramente justificado falar do Direito Constitucional Fiscal, integrado por aquelas normas respeitantes à disciplina jurídica dos impostos que, por estarem associadas aos limites dos poderes tributários, à definição das finalidades do sistema fiscal e à sua estrutura básica e às garantias dos cidadãos em matéria fiscal, estão inseridas na Constituição da Republica – fala-se a propósito da existência de uma Constituição Fiscal – e constituem a base de todo o sistema normativo tributário e guia interpretativo do mesmo. Dessas normas deriva, alias, uma das actividades por excelência do Tribunal Constitucional, no controlo da constitucionalidade das leis fiscais.
São normas de Direito Fiscal inscritas na Constituição, em especial, as contidas nos artºs 13º, nº 2, 66º, nº2, alínea h), 67º, nº 2, alínea f), 81º, alínea b), 103º, 104º, 165º, nº 1, alínea i) e j), 232º, nº 1, 238º, nº4 e 268º. O significado e alcance de algumas delas – relacionadas com os limites formais e materiais da tributação.
Direito Fiscal e Direito Privado
São muito intensas as relações entre direito fiscal e direito privado, nas suas várias componentes, em especial o direito civil, o direito comercial e o direito da contabilidade.
Isso não é de estranhar se for tido em conta que o direito civil constitui, de algum modo, em resultado da própria evolução histórica, a matriz – o também chamado direito comum – que da unidade ao sistema jurídico, constituindo o repositório de princípios e conceitos de caracter geral a que se deve recorrer sempre que necessário. E, tal como para os restantes ramos de direito, essa matriz também é válida para o direito fiscal, sem perda da autonomia deste.
Referência bibliográfica 
Nabais, C.(2000). Direito Fiscal. Almedina.
Obrigado pela atenção Dispensada
Até a próxima aula.