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25/01/2019 1 Curso de Atualização em Psicofarmacologia: Prof. Rafael Rodrigues Matias Médico pela Universidade Federal Fluminense UFF-RJ. Psiquiatria pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ-RJ. Título de Especialista pela ABP/AMB. Professor de Graduação em Medicina da Universidade Unigranrio –RJ. Professor da Residência Médica e Multiprofissional – Prefeitura do Rio de Janeiro. Prof. Rafael Rodrigues Matias Antidepressivos: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 2 Considerações Iniciais: De pr es sã o De pr es sã o SintomaSintoma TristezaTristeza síndromesíndrome PrimáriaPrimária SecundáriaSecundária Transtorno mentalTranstorno mental TDMTDM Prof. Rafael Rodrigues Matias Capítulos DSM 5: • Os Transtornos do Humor estão englobados em 2 capítulos diferentes do DSM 5: • 1) Transtornos Depressivos: • Transtornos de humor que só tem “1 pólo” – pólo negativo. • 2) Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados: • Transtornos de humor que tem “2 pólos”* – pólo positivo e negativo. Prof. Rafael Rodrigues Matias *na maior parte das vezes. 25/01/2019 3 Sintomas-chave do Transtorno Depressivo: Humor Deprimido Anedonia Prof. Rafael Rodrigues Matias Sintomas Secundários do Transtorno Depressivo: PESO / APETITE SONO PSICOMOTRICIDADE FADIGA OU FALTA DE ENERGIA INUTILIDADE / CULPA FALTA DE CONCENTRAÇÃO / INDECISÃO PENSAMENTOS DE MORTE E SUICÍDIO (IDEAÇÃO, PLANO, TENTATIVA) Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 4 Critérios Diagnósticos Transtorno Depressivo Maior - DSM 5: • A. 5 ou mais dos seguintes sintoma por pelos menos 2 semanas, sendo necessário a presença de pelo menos o sintomas (1) e/ou (2): • 1. Humor deprimido na maior parte dos dias, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas • 2. Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades, na maior parte dos dias, quase todos os dias. Prof. Rafael Rodrigues Matias Critérios Diagnósticos Transtorno Depressivo Maior - DSM 5: • 3. Perda/ ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta (p. ex alteração em mais de 5% do peso corporal em 1 mês) OU redução/aumento de apetite quase todos os dias. • 4. Insônia ou hipersonia quase todos os dias. • 5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por terceiros). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 5 Critérios Diagnósticos Transtorno Depressivo Maior - DSM 5: • 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias. • 7.Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva (pode ser delirante) ou inapropriada quase todos os dias (não meramente recriminação por estar doente). • 8. Capacidade diminuída de pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias (relato subjetivo ou observação de terceiros). • 9. Pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente, tentativa ou plano de cometer suicídio Prof. Rafael Rodrigues Matias Critérios Diagnósticos Transtorno Depressivo Maior - DSM 5: • B. Causa sofrimento e/ou prejuízo funcional. • C. Não ocorre devido a efeito de substâncias ou outra condição médica. • D. Não ocorre devido à outros transtornos psiquiátricos. • E. Nunca houve um episódio maníaco ou hipomaníaco. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 6 Caso Clínico • Uma jovem de 25 anos de idade procurou atendimento psicológico em seu consultório para queixa de exaustão emocional. Diz que se sente triste na maior parte do tempo, quase todos os dias. Também relata ter perdido prazer em suas tarefas diárias (deixou de praticar exercícios físicos e não se sente mais motivada em frequentar a suas aulas de tênis). Relata também estar tendo muita dificuldade para dormir há cerca de 2 meses e que tem tido pensamentos de morte, embora não apresente ideação suicida. Encontra-se também irritada e perdeu 10kg nas últimas semanas. Não consegue mais ir ao trabalho, tendo faltado frequentemente. Em relação ao quadro pergunta-se: • 1) Quais os sintomas depressivos encontrados nesse quadro? • 2) Qual o provável diagnóstico dessa paciente? Quais as causas do Transtorno Depressivo? • Existe causa única? • Não, o transtorno é multifatorial! • Existem diversas hipóteses que, isoladas, não conseguem explicar o transtorno depressivo. Prof. Rafael Rodrigues Matias AmbientaisAmbientais GenéticasGenéticas 25/01/2019 7 Hipóteses para Depressão: • Estresses transitórios e leves • Desenvolvimento de resiliência no futuro. • Saudável para o organismo • Estresses graves e precoces (p. ex. abuso infantil): • Sensibilização de circuitos; • Maior vulnerabilidade para estressores futuros; • Desenvolvimento de depressão. • Principais estressores ambientais: • Eventos estressantes: • Principalmente os primeiros episódios. • Perda de genitores: • Antes dos 11 anos de idade. • Desemprego: • Risco 3x maior. • Perda de cônjuge Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipóteses para Depressão: Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipótese Cognitiva: Crenças disfuncionais: • Si próprio: autodepreciação. • Mundo: mundo exigente e hostil. • Futuro: expectativa apreensiva – fracasso e sofrimento. Hipótese psicodinâmica: Depressão como consequência à conflitos inconscientes. 25/01/2019 8 Hipóteses para Depressão: • Atividade do Eixo Tireoidiano: • 5 a 10% das pessoas com depressão tem disfunção tireoidiana não detectada. • Fatores imunológicos: • Anormalidades imunológicas (aumento de interleucinas). • Fatores Genéticos: • Incidência maior em familiares e gêmeos monozigóticos. • Alterações funcionais: • Diminuição da atividade cerebral do CPF dorsolateral; • Aumento da atividade da amígdala e CPF ventromedial. • Hipótese neuroanatômica: • Diminuição do volume do hipocampo; • Diminuição áreas do córtex pré- frontal; • Diminuição do metabolismo cerebral anterior. Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipótese Monoaminérgica: • Depressão é causada por depleção /desregulação de monoaminas: Prof. Rafael Rodrigues Matias Noradrenalina Serotonina Dopamina 25/01/2019 9 Hipótese Monoaminérgica: • O que justifica a hipótese monoaminérgica? • Condições que diminuem dopamina aumentam depressão (p. ex. Parkinson); • Condições que aumentam dopamina melhoram a depressão (p. ex. anfetamina); • Impulsos suicidas estão relacionados à baixas concentrações de serotonina no LCE; • A depressão apresenta boa resposta a agentes serotoninérgicos, noradrenérgicos e dopaminérgicos (antidepressivos). Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipótese das Alterações Genéticas e Número de Receptores: • A depleção das monoaminas (hipótese monoaminérgica) leva a uma alteração genética neuronal e, consequentemente, suprarregulação dos receptores dessas monoaminas. Prof. Rafael Rodrigues Matias Depleção de monoaminas Alterações genéticas neuronais Suprarregulação de receptores 25/01/2019 10 Sinapse Neuronal Prof. Rafael Rodrigues Matias Treinamento: • Uma paciente de 30 anos de idade foi encaminhada à psicoterapia após iniciar tratamento com um psiquiatra. Seu diagnóstico médico é de transtorno depressivo maior. Foi prescrito um antidepressivo da classe dos ISRS. • Pergunta: • 1) Do ponto de vista biológico, quais neurotransmissores possivelmente estariam desregulados no caso acima? Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 11 Depressão, circuito e sintomas: • Cada sintoma depressivo é hipoteticamente causado por alterações em circuitos cerebrais em áreas específicas, envolvendo uma ou mais monoaminas. • Exemplos: • Córtex pré-frontal: Concentração, interesse, prazer. • Amígdala: culpa, tendência suicida. • Tronco encefálico: sono e apetite. Prof. Rafael Rodrigues Matias Correspondência entre monoaminas e sintomas: • DISFUNÇÃO DE DA E NA: DISFUNÇÃO DE NA E 5HT: Diminuição do afeto positivo Aumento do afeto negativo Prof. Rafael Rodrigues Matias Humor deprimido Perda da felicidade Anedonia Perda de energia Diminuição da vigilância Diminuiçãoda autoconfiança Humor deprimido Culpa/aversão Medo/ansiedade Hostilidade Irritabilidade Solidão HUMOR NORMAL 25/01/2019 12 Conceituando... • O que se espera do tratamento com antidepressivo? Prof. Rafael Rodrigues Matias Resposta Remissão Recuperação Melhora de pelo menos 50% dos sintomas (em qualquer tempo do tratamento). Melhora completa (quase completa) dos sintomas (6 primeiros meses). Melhora completa (quase completa) dos sintomas (por mais de 6 meses). Conceituando... • O que se espera evitar no tratamento com antidepressivos? Prof. Rafael Rodrigues Matias • Retorno da depressão durante a resposta ou remissão. Recidiva • Retorno da depressão durante a recuperação.Recorrência 25/01/2019 13 O problema de não se alcançar a remissão: • Quais os sintomas residuais mais comuns no tratamento com antidepressivos? Prof. Rafael Rodrigues Matias insônia Fadiga Dor Concentração Perda de interesse Sintomas residuais, ou seja, obter apenas resposta e não remissão, aumenta a chance de recidivas: 60% de recaída em 12 meses. Classificação dos Antidepressivos: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 14 Entendendo os neurônios monoaminérgicos: Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de ação clássico dos Antidepressivos: • Os antidepressivos, na sua grande maioria, são: • Inibidores de bomba de recaptação de uma ou mais monoaminas: • Inibidores de recaptação de serotonina (SERT); • Inibidores de recaptação de noradrenalina (NET); • Inibidores de recaptação de dopamina (DAT). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 15 Mecanismo de Ação Clássico dos Anidepressivos: • Na figura vemos, como exemplo, um ISRS, bloqueando a bomba de recaptação SERT. Prof. Rafael Rodrigues Matias Teoria monoaminérgica da depressão e mecanismo de ação clássico dos AD: • Qual a teoria clássica monoaminérgica para a depressão? • Diminuição das monoaminas na fenda sináptica (noradrenalina, serotonina e dopamina) • Qual o mecanismo de ação clássico dos antidepressivos? • Bloqueio de recaptação de monoaminas e, como consequência, aumento imediato das monoaminas na fenda sináptica. • Questão 1: • Se o aumento das monoaminas é instantâneo, porque os antidepressivos levam de 2 a 4 semanas para fazer efeito? • Questão 2: • Por que alguns tipos de efeitos colaterais aparecem instantaneamente e melhoram entre 2 a 4 semanas? Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 16 Questão 1: Por que os AD levam de 2 a 4 semanas para fazer efeito? • O aumento de monoaminas leva à infrarregulação e dessensibilização dos receptores pós sinápticos... • Esse downregulation ocorre tardiamente, levando cerca de 2 a 4 semanas.... • Então, os efeitos antidepressivos ocorrem TARDIAMENTE, ou seja, quando há diminuição(downregulation) do número de receptores nos neurônios pós sinápticos. Prof. Rafael Rodrigues Matias Efeito Imediato • Depois de 2 a 4 semanas... Prof. Rafael Rodrigues Matias Fonte: Stahl 25/01/2019 17 Questão 2: Por que os efeitos colaterais aparecem rápido e melhoram em 2 a 4 semanas? • Os efeitos colaterais mais precoces são causados pela ligação das monoaminas a receptores monoaminérgicos indesejáveis em locais indesejáveis ( o que ocorre INSTANTANEAMENTE). • Esses mesmos receptores irão se ajustar no período de tempo de 2 a 4 semanas, melhorando portanto os efeitos colaterais iniciais. Prof. Rafael Rodrigues Matias Então, integrando questão 1 + Questão 2 Prof. Rafael Rodrigues Matias Efeito terapêutico: Antidepressivo = ligação a receptores monoaminérgicos agudamente = nada melhora = adaptação lenta dos receptores (downregulation) mediada por alterações genéticas = efeitos terapêuticos em 2 a 4 semanas. Efeitos colaterais: Antidepressivo = ligação a receptores monoaminérgicos indesejáveis em locais indesejáveis = efeitos colaterais = adaptação lenta dos receptores por alterações genéticas = tolerância aos efeitos colaterais em 2 a 4 semanas. 25/01/2019 18 Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias A depressão é o mais comum dos distúrbios afetivos. Ela pode variar de alteração muito leve até depressão grave (psicótica), levando a alucinações e delírios. A respeito do tema depressão e antidepressivos, marque a afirmação correta: A) Os antidepressivos levam pelo menos duas semanas para produzir efeitos benéficos e bioquímicos. B) Os efeitos colaterais iniciais, como náuseas e vômitos, geralmente são imediatos e melhoram com o tempo. C)As monoaminas mais comumemente implicadas na depressão são: serotonina, dopamina e histamina. D) Os sintomas principais são: alteração de apetite e problemas de concentração. Treinamento: • Uma paciente de 28 anos foi ao psiquiatra com queixas de humor deprimido, anedonia, irritabilidade, alteração de concentração, ideias de morte, insônia e aumento do apetite. Após anamnese e exames físico e psíquico, o psiquiatra concluiu tratar-se de TDM e prescreveu um antidepressivo ISRS para tratamento. Já no primeiro dia de tratamento, ela foi a emergência porque estava sentindo náuseas, vômitos e muito ansiosa. • Pergunta-se: • 1) O que pode ter acontecido no caso acima? Por que a paciente sentiu esses sintomas? • 2) Em quanto tempo é esperado que a medicação comece a fazer efeito? Por quê? Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 19 Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina Prof. Rafael Rodrigues Matias Prof. Rafael Rodrigues Matias Quem são? ISRS Fluoxetina Sertralina Citalopram Escitalopram Paroxetina Fluvoxamina 25/01/2019 20 Mecanismo de Ação: Prof. Rafael Rodrigues Matias Inibidores da bomba de recaptação de Serotonina (SERT). Metabolização dos ISRS: • Todos eles são metabolizados pelo fígado. • Fluoxetina e Sertralina = possuem metabólitos ativos (meia vida mais longa): • Fluoxetina (34 horas) = norfluoxetina (1 a 2 semanas). • Sertralina (26 horas) = N-desmetil sertralina + hidroxicetona. (48 a 72 horas). • Paroxetina e fluvoxamina (<20 horas). • Citalopram (35 horas). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 21 Efeitos colaterais: Prof. Rafael Rodrigues Matias Trato Gastrointestinal (TGI) 0101 Sistema Nervoso Central (SNC) 0202 Esfera Sexual 0303 Efeitos colaterais TGI: Prof. Rafael Rodrigues Matias Queixas principais: Náuseas Diarreia Flatulência Perda de apetite (anorexia) Vômitos Em geral são autolimitados - melhoram nas primeiras semanas. OBS: Efeitos TGI podem ser a principal causa de descontinuidade do tratamento. 25/01/2019 22 Efeitos Colaterais TGI: • Alterações no Peso: • Diminuição: • Fluoxetina: mais anorexia inicial. • Perda de apetite e peso por ISRS atinge o pico em 20 semanas, depois volta ao padrão inicial. • Aumento: • Paroxetina: mais aumento de peso (mulheres jovens). • Ganho de peso (até1/3 dos pacientes) com ISRS e é mediado por mecanismo metabólico e aumento de apetite Prof. Rafael Rodrigues Matias Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Os efeitos colaterais dos antidepressivos costumam melhorar com o uso mais prolongado. Dentre os efeitos colaterais dos ISRS, o que mais desagrada pacientes do sexo feminino, inclusive por não melhorar com o decorrer do tempo, é: A) Náuseas B) Vômitos C) Sudorese D) Aumento de peso 25/01/2019 23 Efeitos Colaterais no Sono: Prof. Rafael Rodrigues Matias Insônia e sedação: •Forma geral, promovem a melhora do sono (com o tempo de tratamento). Fluoxetina: mais comum insônia. (preferência administrar pela manhã). Sertralina e Fluvoxamina: mesma probabilidade de causar insônia e sonolência. Citalopram e Paroxetina: mais comum sonolência. Outros: Pesadelos e sonhos vívidos; Descrição de sono movimentado; Bruxismo; Pernas inquietas; Sudorese. Efeitos Colaterais no SNC: • Cefaleia: • Cefaleia parece não ser mais comum que placebo. • Fluoxetina: mais comum . • A longo prazo....todos os ISRS são profilaxia contra enxaqueca e cefaleias tensionais em varias pessoas. • Ansiedade, agitação:• Fluoxetina: mais comum. • Escitalopram e paroxetina: menos comuns. • Pior no início e melhora com o tempo de tratamento. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 24 Efeitos colaterais no SNC: Prof. Rafael Rodrigues Matias Bocejo: Aumento de bocejos, decorrente de efeitos no hipotálamo. Não significa fadiga nem má qualidade do sono. Embotamento emocional: Uso crônico. Incapacidade de chorar, sensação de apatia ou indiferença, restrição na intensidade de experiências emocionais. Sintomas extrapiramidais: Raro. Acatisia, distonia, parkinsonismo, etc. Efeitos Colaterais Sexuais: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 25 Efeitos Colaterais Sexuais: • É o efeito adverso mais comum no tratamento à longo prazo. • Raramente se resolve nas primeiras semanas e tende a se manter com a continuidade do tratamento. Alguns casos podem resolver com o decorrer do tempo (meses ou até anos). • Incidência estimada em 50 a 80%. Prof. Rafael Rodrigues Matias Caso Clínico • Um jovem de 24 anos em uso de escitalopram para tratamento de ansiedade, passou a apresentar dificuldade para conseguir ejacular, demorando mais que o habitual. Por vezes não consegue sequer ejacular. Afirma também que não sente mais o desejo sexual de antigamente. • Sobre o caso acima: • 1) Quais os problemas sexuais descritos no caso? • 2) Por que o paciente está apresentando tais problemas? • 3) O que mais você investigaria nesse caso. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 26 Fluoxetina: Prof. Rafael Rodrigues Matias O que a Fluoxetina tem de singular? • Resposta: diminuição do afeto positivo! • Perfil favorável para usar fluoxetina: • Baixa energia, alteração de concentração, aumento de sono, fadiga, retardo psicomotor, apatia. • Qual melhor horário para se usar fluoxetina? • Manhã. • Perfil desfavorável da fluoxetina: • Pacientes ansiosos, agitação psicomotora, e insônia (principalmente no início do tratamento). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 27 O que a Fluoxetina tem de singular? • Meia vida longa: • Fluoxetina (2 a 3 dias) e norfluoxetina (2 a 3 semanas). Vantagens: Redução de sintomas de retirada, boa para pacientes com má aderência. Desvantagens: Tempo prolongado para depuração – influencia na troca por outro medicamento. Prof. Rafael Rodrigues Matias Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Na assistência psicológica a pessoa com depressão, o psicólogo pode se deparar com pacientes já em tratamento psiquiátrico, em uso de antidepressivos, como a fluoxetina. A respeito dessa droga, o paciente pode se queixar de: A) Aumento de libido B) Aumento de apetite C) Alteração no padrão de sono D) Ejaculação precoce 25/01/2019 28 Paroxetina: Prof. Rafael Rodrigues Matias O que a Paroxetina tem de singular? • Maior risco de síndrome de abstinência entre os ISRS; • Maior risco de aumento de peso entre os ISRS; • Risco de má-formação fetal; • Mais disfunção sexual entre os ISRS. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 29 Sertralina: Prof. Rafael Rodrigues Matias O que a Sertralina tem de singular? • Propriedades ativadoras (menores que a fluoxetina): • Bom para pacientes com inibição, retardo psicomotor. • Cuidado com ansiedade inicial. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 30 Citalopram e Escitalopram: Prof. Rafael Rodrigues Matias O que o citalopram e o escitalopram têm de singular? • São os ISRS mais puros que existem; • Maior tolerância entre os ISRS e menor taxa de interações farmacológicas. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 31 Fluvoxamina Prof. Rafael Rodrigues Matias O que a fluvoxamina tem de particular • Menor disfunção sexual dentre os ISRS; • Muito usada para tratamento d TOC. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 32 Indicações: • Depressão: • Indicação clássica. • Transtornos de Ansiedade: • TOC: Doses mais altas que depressão. Demoram mais tempo para responder (meses). • Pânico: Cuidado com piora da ansiedade inicial. Atenção com fluoxetina (doses ainda maia baixas no início ou associação com benzodiazepínicos). • Fobia social; • TEPT; • TAG. Prof. Rafael Rodrigues Matias Indicações: • Transtornos alimentares: • Bulimia: Fluoxetina doses altas. • Anorexia: Resposta mais pobre. Fluoxetina? • Obesidade: Fluoxetina – diminuição de peso no início, mas com retorno após. • TDPM: Administração contínua ou na fase lútea (período de duas semanas entre a ovulação e menstruação) são igualmente eficazes. • Outras: • Ejaculação precoce; • Parafilias; • Autismo: melhora comportamento agressivo, automutilação, comportamentos repetitivos. • Demência: agressividade? Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 33 Casos especiais: • Suicídio: • Melhora a longo prazo, pelo tratamento da depressão (adultos e jovens). • Aumento do risco suicida no início do tratamento? Aumento do risco em crianças? • “Antidepressivo aumentaria a energia mais rapidamente e isso poderia levar ao cometimento de suicídio pelas pessoas que já tinham ideias suicidas pelo quadro depressivo”. Prof. Rafael Rodrigues Matias Síndrome de descontinuação: • Podem ocorrer dentro de 2 a 7 dias após a retirada do fármaco. • Mais comum nos ISRS de meia vida menor, especialmente paroxetina. • Sintomas: • Síndrome gripal (náusea, cefaleia, mal-estar) • Tonturas, parestesias, agitação, ansiedade, sensação de cabeça oca. • Conduta: • Reintroduzir a medicação e retirar mais lentamente. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 34 Treinamento: • Uma mulher de 33 anos vai ao psiquiatra queixando-se de tristeza intensa. Está com aparência descuidada e chora durante a consulta, muitas vezes não conseguindo concluir seu raciocínio. O tom de voz é sempre baixo e ela mostra-se apática. Está insone, sem apetite e perdeu prazer por qualquer atividade. Dorme a maior parte do dia. nega delírios ou alucinações. Nega pensamentos de morte ou de machucar-se. Nega sintomas maníacos ou hipomaníacos no passado. Seu exame físico é normal. Trouxe exames laboratoriais, que não evidenciaram quaisquer anormalidades clínicas. Feito o diagnóstico de TDM, foi prescrito Fluoxetina. • Em reação ao caso: 1) Descreva a classe farmacológica da fluoxetina. 2) Descreva o mecanismo de ação da fluoxetina. 3) Cite outros exemplos de fármacos que compartilham o mesmo mecanismo de ação da fluoxetina. 4) Relate os efeitos colaterais mais comuns da fluoxetina Inibidores Duais (IRSN) Inibidores da receptação de serotonina e noradrenalina Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 35 Mecanismo de ação: Prof. Rafael Rodrigues Matias Inibem a recaptação de serotonina Inibem a recaptação de noradrenalina IRSN x ISRS: • Vantagens: • Agem melhor sobre sintomas dolorosos associados. • Desvantagens: • Efeitos colaterais noradrenérgicos somados aos serotoninérgicos. • Aumento de P.A. • Sudorese. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 36 Venlafaxina: • Mecanismo de ação: • Inibição de recaptação de serotonina e noradrenalina. • Doses baixas: Inibidor da recaptação de serotonina. • Doses mais altas: inibidor da recaptação de serotonina e noradrenalina. • Metabolismo: • VENLAFAXINA DESVENLAFAXINA Prof. Rafael Rodrigues Matias Venlafaxina: Prof. Rafael Rodrigues Matias Efeitos Colaterais: Inbição SERT: náusea, insônia, tremor, disfunção sexual. Inibição NET: hipertensão (doses mais altas),sudorese e boca seca. Descontinuação: É um dos AD mais relacionados à síndrome de descontinuação. 25/01/2019 37 Desvenlafaxina: Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de ação: Inibidor de recaptação de serotonina e noradrenalina Metabolismo: Já é o metabólito da venlafaxina, sem atuação significativa no metabolismo hepático. Duloxetina: Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de ação: • Inibição de SERT e NET DOR X DEPRESSÃO: • Antigamente: • Depressão: • Sintomas dolorosos seriam de fundo emocional (dor psíquica); • Dor somática não poderia ser causada por depressão. • Dorpsíquica = antidepressivo. Dor somática = outros fármacos. • Atualmente: • Depressão: • A dor é um sintoma somático e psíquico. • Duloxetina trata depressão, dor com depressão e dor crônica sem depressão. 25/01/2019 38 Indicações Gerais dos Duais: Prof. Rafael Rodrigues Matias Depressão (estudos sinalizando para depressão grave) Transtornos de ansiedade (TAG, fobia social) Sintomas vasomotores da menopausa (desvenlafaxina) Condições dolorosas Dor neuropática; Fibromialgia; Dor crônica; Neuropatia diabética (duloxetina); Dor musculoesquelética: Osteoartite de joelho, lombar (duloxetina). A melhora da dor parece ser independente da melhora da depressão (quando há associação) Efeitos colaterais: • Efeitos serotoninérgicos (semelhantes aos ISRS): • TGI (levemente superior aos ISRS?). • Efeitos colaterais sexuais (levemente inferior aos ISRS?): • Mecanismos noradrenérgicos diminuem a incidência? • Duloxetina parece causar menos (é a mais noradrenérgica entre as 3 drogas) Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 39 Efeitos colaterais: • Efeitos noradrenérgicos: • Aumento de pressão arterial: • Maior propensão com venlafaxina e desvenlafaxina (menor com a duloxetina) • Geralmente leve a moderado, e dose dependente. • Aumento da frequência cardíaca: • Aumentos de 1 a 4 bpm • Relacionados a doses mais altas. Prof. Rafael Rodrigues Matias Bupropiona: Inibidor de recaptação de dopamina e noradrenalina. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 40 Mecanismo de Ação Inibidor da recaptação de noradrenalina e dopamina (IRND) Prof. Rafael Rodrigues Matias Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias • Boa para depressão com retardo psicomotor, falta de energia, interesse e prazer.Depressão unipolar: • Antidepressivo com menor risco de virada maníaca?Depressão bipolar: • Associação com ISRS, IRSN, Mirtazapina.Potencialização de outros AD: • Em associação ou substituição.Combate a efeitos colaterais sexuais de outros AD: 25/01/2019 41 Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias • Usada para tratamento do tabagismo (antagonista de receptors nicotíicos). Cessação do tabagismo: • Opção no tratamento do TDAH.TDAH: • Efeito colateral de diminuição do apetite.Obesidade: Talvez a Bupropiona seja o único antidepressivo que não é eficaz para transtornos de ansiedade! Efeitos Colaterais: Inquietação e Ansiedade Taquicardia Tremores Insônia Perda de peso Convulsão Prof. Rafael Rodrigues Matias Dose dependente: 0,1% até 300mg/dia 0,4% até 450mg/dia 25/01/2019 42 Prof. Rafael Rodrigues Matias Vantagens da Bupropiona: Em relação aos demais antidepressivos: Não causa disfunção sexual Não causa aumento de peso Não causa sedação Início na dose terapêutica Raramente causam sintomas de retirada Ausência de efeitos na condução cardíaca (bom para idosos?) Treinamento Prof. Rafael Rodrigues Matias A bupropiona tem como vantagem: A) Tratamento dos transtornos de ansiedade B) Menor risco de convulsão C) Ausência de efeitos colaterais sexuais D) Aumento de peso 25/01/2019 43 Mirtazapina: Antagonista alfa 2 Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de Ação Prof. Rafael Rodrigues Matias Diferentemente dos antidepressivos estudados anteriormente, a mirtazapina não age sobre bomba de recaptação de monoaminas. Seu mecanismo de ação é baseado, principalmente, em ligação direta a outros receptores... 25/01/2019 44 Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de Ação: Antagonista alfa 2: •Aumenta a liberação de noradrenalina; •Aumenta a liberação de serotonina. Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias • Única indicação pelo FDA. Transtorno Depressivo maior: Transtorno Depressivo maior: • Facilmente combinável a outros AD (não tem ação em inibição de recaptação de monoaminas): • ISRS + Mirtazapina; • IRSN + Mirtazapina. Agente potencializador de outros AD: Agente potencializador de outros AD: • Transtorno de Pânico; • TAG; • Transtorno de ansiedade social. Transtornos de Ansiedade: Transtornos de Ansiedade: 25/01/2019 45 Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias Antagonizar efeitos colaterais sexuais induzidos por ISRS? Insônia: • Antagonismo H1. • Dose de 30mg é menos sedativa que a dose de 15mg. Sintomas negativos da esquizofrenia. Vômitos induzidos por quimioterápicos, pós anestesia: • Antagonismo 5HT3. • Depressão + quimioterapia. Efeitos Colaterais: • Em geral o perfil de efeitos colaterais é favorável. • Sedação e sonolência (até 50% pacientes) • Principalmente na primeira semana. • Aumento de apetite / peso (15 a 20% pacientes): • Boca seca. • Aumento de colesterol e triglicerídeos (15% pacientes) • Recomendação: Monitorar antes e durante tratamento. • Outros (ocasionais): • Hipotensão postural ou tontura leves; • Hipertensão; Prof. Rafael Rodrigues Matias Vantagem: Não causa efeitos colaterais sexuais 25/01/2019 46 Trazodona: Antagonista/inibidor da recaptação de serotonina (AIRS) Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de Ação: • Envolve bloqueio de bomba de recaptação + antagonismo de receptores: Prof. Rafael Rodrigues Matias É inibidor da bomba de recaptação de serotonina Antagonista receptor serotoninérgico 25/01/2019 47 Droga diferente em dosagens e formulações diferentes? • DOSES BAIXAS: • EFEITO HIPNÓTICO/SEDATIVO • DOSES ALTAS: • EFEITO ANTIDEPRESSIVO Prof. Rafael Rodrigues Matias Fórmula liberação imediata: 50mg e 100mg. Usada mais com intuito de sedação – indução do sono. Não é bem tolerada durante o dia devido à intensa sedação. Se necessário efeito antidepressivo dividir em 2-3 x dia. Fórmula de liberação Prolongada (retard): 150mg Usada com intuito antidepressivo: Iniciar com 150mg (ou pode partir comprimido, que é bissulcado, em até 3 partes) e aumentar, conforme necessidade, para 300mg/dia (máx. 400mg/dia) Indicações Clínicas: Prof. Rafael Rodrigues Matias Transtorno Depressivo Maior. Insônia: • Boa qualidade sedativa, efeitos favoráveis na arquitetura do sono. Outras: • Agitação grave em crianças com deficiência do desenvolvimento, idosos e demência; • Transtornos de ansiedade; • Insônia e pesadelos no TEPT. 25/01/2019 48 Efeitos colaterais: Prof. Rafael Rodrigues Matias Náuseas Boca seca Hipotensão ao levantar-se Tontura Sedação Cefaleia Efeitos colaterais: • Priapismo: • Ocorre em 1: 10.000 h; • Risco maior em: • Homens jovens com ereções prolongadas pela manhã, ao acordar ou que têm frequentes ereções ao longo de tempo curto (horas). • Em geral surge nas primeiras semanas, mas pode ocorrer em até 18 meses, em qualquer dosagem. • É uma emergência médica: • 1/3 dos casos necessita de intervenção cirúrgica; • Alguns casos de prejuízo permanente da função erétil ou impotência. • Recomendação: avisar pacientes para interromper a medicações caso tenham o sintoma e procurar atendimento médico. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 49 Agomelatina: Prof. Rafael Rodrigues Matias Depressão e Ciclo Circadiano: • O que é ciclo circadiano? • São eventos biológicos do organismo que ocorrem no ciclo de 24 horas. • Ele é determinado pelos “genes circadianos”, que operam de acordo com os ritmos de luminosidade-escuridão. • Seria a depressão uma doença circadiana?? • Qual a relação em ciclo biológico e depressão? • Diversos processos biológicos estão alterados no indivíduo deprimido: pico de cortisol elevado, temperatura corporal com menor flutuação e ausência do pico de melatonina à noite. • Como está o ciclo sono-vigília na depressão? • Mais comum: “atraso de fase”- dorme mais tarde e acorda mais tarde. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 50 Fisiologia do Ritmo Circadiano: Luz retina NSQ (hipotálamo) Glândula pineal Suspensão da produção de melatonina Ausência de luz Não estimula a retina NSQGlândula Pineal Produzir melatonina Prof. Rafael Rodrigues Matias Reajustar ritmo circadiano O que acontece na depressão? • O atraso de fase podeser consequência a não produção de melatonina na escuridão. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 51 Mecanismo de ação: • Agonistas de Melatonina: • Liga-se aos receptores no NSQ regulando os ritmos circadianos mesmo na ausência de serotonina. • Antagonista serotoninérgico Prof. Rafael Rodrigues Matias Reajuste do ciclo sono-vigília Aumento de BDNF Regulação genes circadianos Ação antidepressiva Farmacologia: Prof. Rafael Rodrigues Matias Indicação: Transtorno depressivo maior. Efeitos Colaterais: Náuseas, cefaleia e tonteira. 25/01/2019 52 Antidepressivos Tricíclicos: Prof. Rafael Rodrigues Matias Características e mecanismos de ação: • Os antidepressivos tricíclicos possuem estrutura química semelhante (3 anéis). São classificados em: • Inibidores da recaptação de serotonina (geralmente menos potentes); • Inibidores da recaptação de noradrenalina (geralmente mais potentes); • Antagonistas serotoninérgicos. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 53 Quem são: Prof. Rafael Rodrigues Matias Aminas Terciárias : • Agem principalmente na recaptação de Serotonina. • Amitriptilina (maior efeito sedativo). • Imipramina • Clomipramina (mais serotoninérgico). Aminas Secundárias • Agem principalmente na recaptação de Noradrenalina. • Nortriptilina (menor efeito de hipotensão ortostática). • Desipramina (menor efeito anticolinérgico e mais noradrenérgico). Indicações: • Os antidepressivos tricíclicos são tão eficazes que os novos compostos, mas suas indicações deixaram de ser primeira linha pelo seu perfil de efeitos colaterais desfavoráveis em comparação aos novos antidepressivos. • Alguns autores ainda o consideram primeira linha para casos específicos, embora a literatura apresente contradição: • P. ex: Depressão grave, melancólica e depressão grave em pacientes internados. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 54 Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias Depressão: • Principalmente em pacientes que não toleram ISRS. • Geralmente não indicados na depressão bipolar – aumentam risco de virada maníaca • Melhor que os ISRS para depressão grave em pacientes internados? Transtornos de ansiedade: • Transtorno de pânico (imipramina); • TAG; • TOC (clomipramina em doses altas). Indicações: Prof. Rafael Rodrigues Matias Transtornos dolorosos: • Dor neuropática crônica; • Profilaxia da enxaqueca (amitriptilina); • Exigem menores doses que as doses antidepressivas. Outras indicações: • Enurese na infância (imipramina - coadjuvante); • Insônia; • Narcolepsia; • Transtorno do pesadelo, sonambulismo, terror noturno; • TDAH; • Ejaculação precoce. 25/01/2019 55 Efeitos colaterais dos Tricíclicos Prof. Rafael Rodrigues Matias Bloqueio H1 - Anti-histamínico Sedação Aumento de peso Prof. Rafael Rodrigues Matias Em relação aos ISRS, são menos propensos a causar: Alteração peso; Alteração sono. 25/01/2019 56 Bloqueio M1 – Anticolinérgico: SN Periférico: • Elevação da pressão intra-ocular e visão turva; • Boca seca; • Aumento da frequência cardíaca; • Constipação; • Retenção urinária; • Disfunção sexual: • Parece ser menor que com ISRS. SNC: • Confusão • Delirium (casos graves, geralmente intoxicação). Prof. Rafael Rodrigues Matias Bloqueio alfa1: Hipotensão ortostática Tontura Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 57 Bloqueio canais de Na sensíveis à voltagem: Cérebro: •Coma •Convulsões Coração: •Arritmias •Parada cardíaca •Morte Prof. Rafael Rodrigues MatiasEsses efeitos geralmente ocorrem quando há superdosagem Outros efeitos colaterais: Prof. Rafael Rodrigues Matias Cardíacos: Taquicardia; Achatamento de onda T; Alargamento do intervalo QT; Depressão ST. Autonômicos: Palpitação, aumento da PA. Neurológicos: Tremor sutil, espasmos, tremores de língua e extremidades superiores. Efeito no limiar convulsivo 25/01/2019 58 Estratégias de Associação e Potencialização dos Antidepressivos: Prof. Rafael Rodrigues Matias Quando é necessária a potencialização/associação de antidepressivos? • Essas estratégias são utilizadas quando não há resposta ou há apenas melhora parcial dos sintomas depressivos. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 59 Opções de Potencialização de Antidepressivos Prof. Rafael Rodrigues Matias Hormônios tireoidianos; Lítio • Aripiprazol, olanzapina. Antipsicóticos Atípicos: Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Julgue os itens subsequentes, relativos a transtornos de humor e seu tratamento. Em casos de episódios depressivos maiores que não respondam ao tratamento com antidepressivos é recomendada a associação de lítio, hormônio tireoidiano ou de um antipsicótico de segunda geração. A) Certo B) Errado 25/01/2019 60 Opções de associação de antidepressivos: • Associar AD que possuem mecanismos de ação diferentes e sinérgicos. • ISRS + Bupropiona; • ISRS + Mirtazapina; • ISRS + trazodona; • IRSN + Bupropiona; • IRSN + Mirtazapina. Prof. Rafael Rodrigues Matias Outras opções: Estimulação Cerebral: • Eletroconvulsoterapia (ECT): • Consiste em aplicação de uma corrente elétrica, ocasionando crise convulsiva no paciente. • Feito em CTI, sob anestesia e cuidados gerais; • Mecanismo altamente efetivo para tratamento da depressão; • Indicações: depressão refratária e depressão grave (psicótica, com ideias de suicídio, pós parto); • Início de ação rápido. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 61 Estimulação Cerebral: • Estimulação Magnética Transcraniana (EMT): • Corrente rapidamente alternada passa por uma pequena bobina colocada no couro cabeludo, gerando um campo magnético, que induz corrente elétrica no córtex pré-frontal dorsolateral, CPFDL. Este, por sua vez, ativa outros neurônios cerebrais, regulando as monoaminas. • Indicado para pacientes refratários às medicações. • Sessões de 40 minutos 1x semana, por 4 a 6 semanas • Processo indolor. Indivíduo acordado. Prof. Rafael Rodrigues Matias Psicoterapia como potencializadora de AD: • A psicoterapia pode induzir a alterações epigenéticas no cérebro, alterando circuitos neuronais e combatendo sintomas da depressão. • Tanto experiência traumáticas quando boas induzem a alterações cerebrais significativas • Seria a psicoterapia um fármaco epigenético? • Mais estudadas: • Terapia cognitivo comportamental; • Terapia interpessoal; • Terapia cognitivo processual. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 62 Considerações para tratamento da depressão: Prof. Rafael Rodrigues Matias Tratamento Farmacológico: • Regras Gerais: • 1) Início do tratamento deve ser gradual: • Geralmente metade da dose do limite inferior do intervalo terapêutico. • 2) Resposta antidepressiva leva de 2 a 4 semanas para aparecer: • Paciente deve ser avisado desta informação. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 63 Tratamento Farmacológico: • 3) Alguns efeitos colaterais são transitórios e melhoram no início do tratamento: • Paciente deve ser avisado desta informação. • 4) A medicação deve ser titulada e, se necessário, aumentada até a dose máxima tolerada pelo paciente antes de mudá-la: • Erro comum: tratar por dose inadequada. • 5) Tempo de tratamento não deve ser inferior a 6 meses: • Retiradas precoces da medicação estão associadas a maior risco de recaídas. • Erro comum: tratar paciente por tempo inadequada Prof. Rafael Rodrigues Matias Tratamento Farmacológico: • 6) Uma vez obtida a remissão, a dose deve ser mantida até final do tratamento: • Diminuir a dose aumenta o risco de recaída. • 7) Ao final do tratamento a retirada deve ser gradual. • Evitar sintomas de abstinência. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 64 Tratamento Farmacológico: • Como escolher o antidepressivo ideal? Prof. Rafael Rodrigues MatiasAn tid ep re ss iv os Mesma eficácia global Mesmo tempo de início para ação Mesma eficácia de longo prazo Tto Farmacológico – Critérios de escola de AD: 1. Resposta prévia à medicação: • Melhor preditor de resposta. 2.Perfil de efeitoscolaterais da medicação: • De curto e longo prazo. 3. Interações medicamentosas 4. Facilidade de ajuste da dose 5. Preferência do paciente 6. Preço da medicação 7. História familiar de resposta ao tto 8. Condições clínicas gerais 9. Condições psiquiátricas 10. Gravidade dos sintomas 11. Grupos de risco de pacientes Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 65 Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Concurso Público Psicólogo: O transtorno depressivo afeta de 3 a 11% da população ao ano e ocorre mais frequentemente entre mulheres. A escolha de antidepressivos deve basear-se em fatores como: a) a resposta anterior do paciente, a tolerabilidade, os sintomas depressivos observados e níveis de monoamina oxidase. b) a necessidade de estudos clínicos adicionais, os sintomas depressivos observados, o financiamento institucional e a política de estoque farmacológico hospitalar. c) o perfil dos efeitos colaterais, o histórico acadêmico do paciente, o financiamento institucional e a resposta anterior do paciente. d) a necessidade de estudos clínicos adicionais, os sintomas psicóticos identificados, a política de estoque farmacológico hospitalar. e) o perfil dos efeitos colaterais e tolerabilidade, a preferência do paciente, o custo do medicamento e a resposta anterior do paciente. Ansiolíticos e Hipnóticos: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 66 Características Gerais: Prof. Rafael Rodrigues Matias São os agentes mais prescritos em todo o mundo Maior parte das prescrições são realizadas por não psiquiatras Somente 20% são feitas pelo psiquiatra. São prescritos para causas que extrapolam a ansiedade Ansiedade: • “ Sensação difusa, desagradável e vaga de apreensão, muitas vezes acompanhada de sentimentos autonômicos”. • Taquicardia, sudorese, taquipnéia... • É vivência comum à todas as pessoas. • Pode ser entendida a partir de uma caracaterística evolutiva: • “Reação de luta x fuga x paralisia”. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 67 Ansiedade Normal: • Leva ao aumento da produção; • Leva ao aumento da motivação; • Não paralisa o indivíduo. • Prepara o indivíduo para lidar com as adversidades. • Pode apresenta sintomas somáticos e cognitivos (geralmente leves), • Geralmente autolimitada. Prof. Rafael Rodrigues Matias Existe uma sensibilidade individual à sintomas e ansiedade Ansiedade Patológica: • Desproporcional ao estímulo; • Desadaptativa; • Sofrimento; • Prejuízo funcional. Prof. Rafael Rodrigues Matias Intensidade Frequência Duração 25/01/2019 68 Características dos transtornos de ansiedade: Ansiedade/ medo Preocupações Prof. Rafael Rodrigues Matias SINTOMAS SECUNDÁRIOS: De acordo com o transtorno de ansiedade Específico: SINTOMAS CENTRAIS: Ataques de Pânico Irritabilidade Insônia Existem transtornos diferentes de ansiedade? • Transtorno de Ansiedade de Separação • Mutismo Seletivo • Fobia Específica • Transtorno de Ansiedade Social • Transtorno de Pânico • Agorafobia • Transtorno de Ansiedade Generalizada • Transtorno de Ansiedade induzido por substância/medicamento • Transtorno de Ansiedade devido a outra condição médica Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 69 Ansiedade x Depressão - O que têm de semelhante? • Ansiedade e depressão compartilham os mesmos circuitos e neurotransmissores. • Podem ser comórbidos entre si (transtorno de ansiedade + transtorno depressivo). • P.ex.: TAG + TDM • Podem compartilhar sintomas comuns: • Alterações no sono; • Alteração de concentração • Fadiga • Alteração de psicomotricidade Prof. Rafael Rodrigues Matias Ansiedade x Depressão – O que têm de diferente? • Sintomas principais: • Ansiedade: • Medo e preocupação • Depressão: • Humor deprimido e falta de prazer. • Alguns sintomas secundários: • Ansiedade: • Tensão muscular • Depressão: • Sentimentos de culpa • Ideias de suicídio Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 70 Circuitos da ansiedade / medo: • Decorrente das conexões entre amígdala e diversas regiões cerebrais Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipotálamo Tronco cerebral Córtex orbital pré-frontal e cingulado anterior hipocampo Amígdala Circuitos da ansiedade / medo: Conexões da amígdala Prof. Rafael Rodrigues Matias • Sentimento de medo. Córtex Pré frontal: • Resposta ao medo (congelamento, luta ou fuga). Área cinzenta periaquedutal: • Alterações respiratórias (taquipnéia, dispneia). Núcleo parabraquial: 25/01/2019 71 Circuitos da ansiedade / medo: Conexões da amígdala • Resposta endócrina ao medo: • Ativação do eixo hipotálamo hipófise adrenal • Consequências: aumento do cortisol, DC, DM, AVE. Hipotálamo: • Taquicardia; • Aumento da PA; • Consequências: aumento do risco de IAM, isquemia, aterosclerose. Locus coruleous: • Revivências. Hipocampo: Prof. Rafael Rodrigues Matias Circuitos da preocupação: Córtex EstriadoTálamo Prof. Rafael Rodrigues Matias Hiperatividade do Circuito Córtex-estriado-tálamo-cortical: 25/01/2019 72 Neurotransmissores da ansiedade: • Quais neurotransmissores estão envolvidos nos circuitos do medo/ansiedade, preocupações e sintomas secundários? Prof. Rafael Rodrigues Matias GABA Serotonina Glutamato Dopamina Noradrenalina Canais iônicos sensíveis à voltagem Serotonina e ansiedade: • A serotonina está presente: • Nos circuitos da amígdala e na alça CETC (regula tanto medo/ansiedade quanto preocupação). • Melhoram a ansiedade e preocupação: • Fármacos que atuam na serotonina: • Antidepressivos ISRS, IRSN. • Fármacos que atuam em receptores serotoninérgicos: • Outros antidepressivos (AIRS, Mirtazapina); • Buspirona. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 73 Noradrenalina e ansiedade: • Noradrenalina está envolvida: • Amígdala e seus circuitos e na alça CETC. • HIPERATIVIDADE NORADRENÉRGICA: • Manifestações periféricas (autonômicas) + ansiedade/medo (pesadelos, hiperexcitação, flashbacks, ataques de pânico). – através de receptores alfa e beta- adrenérgicos. • Reduz eficiência de processamento no circuito CETC = preocupações. • Melhoram a ansiedade e preocupação: • Fármacos inibidores de recaptação de noradrenalina (IRSN); • Bloqueadores alfa adrenérgicos. Prof. Rafael Rodrigues Matias GABA e ansiedade: Prof. Rafael Rodrigues Matias O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do SNC Está presente nos circuitos da amígdala, alça CETC e no córtex pré-frontal Melhoram a ansiedade: Benzodiazepínicos. 25/01/2019 74 Benzodiazepínicos: Prof. Rafael Rodrigues Matias Mecanismo de ação: • Se ligam aos receptores GABA-A, aumentando a afinidade do receptor pelo neurotransmissor GABA, promovendo aumento da frequência de abertura dos canais de Cloro (carga negativa): Prof. Rafael Rodrigues Matias + outros efeitos: Dependendo da localização do receptor no SNC. 25/01/2019 75 Indicações: Ansiedade Tensão muscular Insônia Epilepsia / convulsão Anestesia pré- operatória abstinência do álcool Catatonia Agitação Psicomotora Acatisia Prof. Rafael Rodrigues Matias Cuidado com as indicações! São indicados, mas não necessariamente usados como primeira linha. O que muda de uma indicação para outra? Para diversos transtornos (p. ex subtipos de ansiedade) os benzodiazepínicos parecem ser igualmente eficazes, embora a FDA aprove um ou outro mais especificamente (à semelhança do que ocorre com os AD para depressão). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 76 Metabolização: Prof. Rafael Rodrigues Matias 1) Oxidação • Maioria por CYP 3A4 e CYP 2C19, gerando metabólitos ativos (geralmente meia vida longa) 2) Conjugação • Gerando metabólitos inativos que são excretados na urina. Metabolização: • Exceção à regra: • Lorazepam e temazepam – sofrem apenas conjugação. • Ponto positivo: bom para idosos e hepatopatas. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 77 Classificação quanto à meia vida: • A meia vida é classificada de forma diferente de acordo com a literatura:• Alguns autores classificam em: • Meia vida ultracurta, curta, intermediária; • Curta, intermediária e longa. • Em relação aos metabólitos ativos: • Alguns autores consideram para calcular a meia vida; • Outros autores não consideram no cálculo. Prof. Rafael Rodrigues Matias Classificação quanto à meia-vida (incluindo metabólitos ativos): • Midazolam (dormonid) Meia vida curta (1-12hs) • Alprazolam (frontal) • Lorazepam (lorax) • Bromazepam (lexotan) • Cloxazolam (olcadil) Meia vida intermediária (12-40hs) • Diazepam (valium) • Clordiazepóxido (psicosedin, librium) • Clonazepam (rivotril) • Flurazepam (dalmadorm); • Clobazam (frisium) Meia vida longa (40-250hs) Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 78 Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Banca: CESGRANRIO Órgão: UNIRIO Prova: CESGRANRIO - UNIRIO - Psicólogo – Clínica Existem alguns remédios usados na clínica médica que podem contribuir para o surgimento de quadros depressivos, devido às substâncias que os compõem. As substâncias indicadas para tratar de ansiedade e insônia, que favorecem o surgimento de quadros depressivos são: A) Cimetidina e Ranitidina B) Hidralasina e Prazosina C) Isoniazida e Ácido Nalidixico D) Vimblastina e Vincristina E) Lorazepam e Clonazepam Classificação quanto à indicação: Ansiolíticos: Alprazolam (frontal, apraz) Bromazpeam (lexotan) Clonazepam (rivotril) Lorazepam (lorax) Clordiazepóxido (psicosedin) Diazepam (valium) Prof. Rafael Rodrigues Matias Hipnóticos Triazolam (halcion) Estazolam (noctal) Flurazepam (dalmadorm) Nitrazepam (nitrapam) Nitroflurazepam Midazolam (dormonid) 25/01/2019 79 Treinamento: • Os benzodiazepínicos atuam seletivamente nos receptores GABA, que medeiam a transmissão sináptica inibitória em todo o sistema nervoso central. Em referência aos benzodiazepínicos, analise as afirmativas a seguir. • I. Benzodiazepínicos utilizados para tratar ansiedade apresentam uma meia-vida biológica curta. • II. Benzodiazepínicos de ação curta são utilizados para o tratamento de insônia, já que apresentam pouco efeito de “ressaca”. • III. Os benzodiazepínicos intensificam a resposta ao GABA, facilitando a abertura de canais de cloreto ativados pelo GABA. Está correto: a) I, II e II b) I, apenas c) I e II, apenas d) I e III, apenas e) II e III apenas Prof. Rafael Rodrigues Matias Efeitos colaterais: Prof. Rafael Rodrigues Matias Sonolência: Efeito colateral mais comum (10% das pessoas). Sedação diurna residual (ocorre quando há sonolência durante o dia após uso de benzodiazepínicos à noite para dormir). Ataxia e tontura: Ataxia (menos de 2%). Tontura (menos de 1%). Aumenta risco de queda e fraturas – cuidado com idosos (pp bzd de ação prolongada). Amnésia anterógrada: Mais comum em BZD de alta potência. Redução do desempenho motor: Profissões de risco. 25/01/2019 80 Efeitos colaterais: Prof. Rafael Rodrigues Matias •Consiste de excitação, agressividade e desinibição, ocorre mais freqüentemente em crianças, idosos e em deficientes mentais. Reação paradoxal: •Zumbidos ; •Anestesia emocional; •Fala atrapalhada; •Visão borrada; •Euforia; •Desinibição. Outros: Consequências da utilização dos benzodiazepínicos: Abstinência Tolerância Dependência Outros efeitos no longo prazo Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 81 Abstinência: • Quais os sintomas mais comuns?• Náuseas, sudorese, nervosismo, ansiedade, palpitação, pele úmida e pegajosa, sensibilidade à luz e som e confusão mental. • Mais grave: convulsões (raras). • Em quanto tempo aparecem os sintomas? • Depende da meia-vida (24 horas a 3 semanas) • Meia vida curta: geralmente dentro de 2 a 3 dias • Diazepam: 1 semana. • O que fazer em caso de abstinência? • Avaliação do quadro; • Reintrodução da medicação; • Retirada vagarosa posteriormente. • O que é ansiedade de rebote? • Paciente revive os sintomas de ansiedade do transtorno original de forma ainda mais grave. Geralmente dura 48-72 horas. Prof. Rafael Rodrigues Matias Tolerância: Dependência: • Busca de doses cada vez mais altas para que se tenha o mesmo efeito (mais comum para efeito hipnótico) ou • Efeito reduzido após consumo de dose habitual. • O risco é maior em pacientes tratados por períodos superiores a 12 semanas, principalmente em usuários de drogas. • São agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos indicando uso contínuo apesar de problemas significativos devido à substância. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 82 Treinamento Prof. Rafael Rodrigues Matias Sobre os transtornos relacionados ao uso de benzodiazepínicos, assinale a alternativa INCORRETA. A) Os benzodiazepínicos possuem cinco propriedades farmacológicas: são sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. B) Os principais efeitos colaterais incluem sonolência excessiva, piora da coordenação motora fina e da memória, tonteira, zumbidos, quedas e fraturas e risco de dependência D) Os sinais e sintomas da síndrome de abstinência podem ser divididos em físicos e psíquicos, podendo ocorrer tremores, sudorese, palpitações, náuseas, cefaleias, insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, prejuízos de memória, entre outros. E) Os benzodiazepínicos são fármacos utilizados para tratamento dos transtornos de ansiedade. São fármacos seguros e eficazes e que demoram cerca de 2 a 4 semanas para fazer efeito. Outros efeitos no longo prazo: • Quais os efeitos do uso de BZD no longo prazo? • As evidências são contraditórias: • Estudos apontam para anormalidades em TC (seria como consequência a utilização de BZD ou indivíduos ansiosos já tem tais alterações previamente?) • Alguns estudos demonstram alterações cognitivas significativas (déficit cognitivo residual mesmo após a suspensão da droga) outros não conseguiram evidenciar tais alterações • Recomendação: evitar uso prolongado de BZD, principalmente em idosos Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 83 Descontinuação: • Para TODO paciente que usa benzodiazepínico por longos períodos, deve-se tentar fazer a descontinuação do fármaco. • A descontinuação pode ser tentada em: • Diminuição de 25% da dose por semana (evitar sintomas de abstinência). • Entretanto, existem muitos pacientes não irão tolerar essa velocidade, necessitando de mais tempo para a retirada. • A retirada deve ser individualizada através de uma boa aliança médico- paciente. Prof. Rafael Rodrigues Matias Os primeiros 50% dão mais fáceis de retirar. Pode-se fazer uma redução mais rápida no começo e seguir mais lentamente. Descontinuação: • O que torna a retirada mais difícil? Prof. Rafael Rodrigues Matias Em relação ao fármaco: Quanto maior a potência menor a meia vida maior dose diária mais tempo de medicação mais rápida a redução Em relação ao ao paciente: Transtorno de Pânico Nível de ansiedade e depressão grandes Transtornos de personalidade Uso de abuso de substâncias 25/01/2019 84 Como promover uma retirada adequada? Prof. Rafael Rodrigues Matias FASE 1 Orientação Melhora da cognição e do desempenho Custos não precisar ir ao posto de saúde menor risco de queda Como promover uma retirada adequada? Fase 2 Retirada em si: Estratégia de retirada gradual Outras estretégias Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 85 Como promover uma retirada adequada? Fase 3 Manutenção Atividade física Alimentação saudável Não tomar estimulantes Reconhecer recaídas e procurar médico Prof. Rafael Rodrigues Matias Buspirona Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 86 Características Prof. Rafael Rodrigues Matias É um ansiolítico não benzodiazepínico; Age como agonista parcial de receptores 5HT1A; É tão eficaz quanto o Diazepam Indicação: TAG Utilizada como potencializador de AD? Disfunção sexual induzida por AD? Prof. Rafael Rodrigues Matias Vantagens: Buspirona Nãocausam dependência, abstinência nem tolerância. Não causam sedação. Parece ser mais eficaz para sintomas de raiva e hostilidade e igual eficácia aos cognitivos em relação aos BZD Boa para quem nunca usou BZD ou tem intolerância a ISRS. Não causa disfunção sexual nem aumento de peso em comparação aos ISRS. 25/01/2019 87 Desvantagens: Prof. Rafael Rodrigues Matias Demora para o início da ação (?): 2 a 4 semanas (semelhante aos ISRS) Não é tão eficaz para aqueles que já usaram BZD antes (?) Questionamento (alguns pacientes gostam do efeito sedativo dos BZS, outros não) Posologia Deve ser administrada 3 x ao dia. • Início: 5mg 3x dia (dose média de 30mg/dia e máxima 60mg/dia). Antidepressivos como ansiolíticos: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 88 Utilização: • Os antidepressivos são largamente utilizados para tratamento dos transtornos de ansiedade. • É a principal classe para tratamento a longo prazo. • As principais classes de utilização são os ISRS e IRSN • A grande diferença no tratamento principalmente baseia-se nos efeitos colaterais particulares de cada droga e não de diferenças na eficácia das drogas em si. • Talvez o único AD não indicado para tratar ansiedade seja a bupropiona. Prof. Rafael Rodrigues Matias Anticonvulsivantes como ansiolíticos: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 89 Características: Prof. Rafael Rodrigues Matias Tempo para ação entre benzodiazepínicos e antidepressivos. Principais fármacos: pregabalina e gabapentina Características: • Podem ser bom medicamentos para pacientes que não toleram ISRS, que apresentam disfunção sexual por ISRS. E são alternativa a BZD (não causam dependência nem abstinência). • Baixo risco de interação ou efeitos colaterais: • Principais efeitos colaterais: tontura e sonolência • Possuem menor risco de dependência e abstinência em relação aos BZD e não possui efeitos colaterais sexuais dos ISRS Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 90 Antipsicóticos como ansiolíticos: Prof. Rafael Rodrigues Matias Características: • Os AP atípicos já são utilizados para tratamento de ansiedade em pacientes com síndromes psicóticas. • Nos demais casos, são utilizados na prática clínica apenas como potencializadores, quando outros medicamentos não fizeram efeito. • P ex: TOC = associação de risperidona ao AD. • Também podem ser utilizados em monoterapia para pacientes que não responderam às drogas tradicionais (menor nível de evidência). Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 91 Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Nos transtornos de ansiedade: A) O uso de antidepressivos pode ser a principal escolha B) Benzodiazepínicos devem ser usados por longo prazo C) Antipsicóticos são comumente usados em monoterapia D) Anticonvulsivantes nunca são usados Fármacos da Classe Z Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 92 Fármacos z: • São estruturalmente diferentes dos BZD, não possuindo o anel. • Foram criados no intuito de minimizar os efeitos colaterais dos BZD no tratamento farmacológico de curto prazo na insônia. • Hipnóticos não BZD: • Não são Relaxantes musculares; • Não tem Efeitos anticonvulsivantes; • Menor potencial aditivo? Menor risco de tolerância? Prof. Rafael Rodrigues Matias Zolpidem: • Formulação imediata: • Indicado para insônia inicial (poucos efeitos para manutenção). • Liberação prolongada (zolpidem CR): • Indicado para insônia inicial e intermediária. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 93 Exemplos de Tratamento para Ansiedade: TAG • ISRS; • IRSN; • BZD; • Pregabalina e Gabapentina; • Buspirona. Pânico • ISRS; • IRSN; • BZD. TOC • ISRS; • Clomipramina; • IRSN; • Associação de ISRS + Antipsicóticos atípicos; • Associação de ISRS + Clomipramina; • BZD. Prof. Rafael Rodrigues Matias Antipsicóticos Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 94 Psicose: Psicose: • A psicose é entendida como uma desregulação / fragmentação / desarticulação entre os fatores que compõe a personalidade. 25/01/2019 95 Como identificar psicose? • É a perda da distinção entre a realidade interna e a realidade externa. Realidade interna (pensamentos, sentimentos e emoções) Realidade externa (compartilhado com todos) P S I C O S E Como a psicose se manifesta? PSICOSEPSICOSE DelíriosDelírios AlucinaçõesAlucinações Desorganização do Pensamento Desorganização do Pensamento Desorganização do Comportamento Desorganização do Comportamento Sintomas Negativos Sintomas Negativos 25/01/2019 96 Transtornos psicóticos DSM 5 Esquizofrenia Transtorno Delirante Transtorno Psicótico Breve Transtorno Esquizofreniforme Transtorno Esquizoafetivo Transtorno psicótico induzido por substância ou medicamento Transtorno psicótico devido à outra condição médica Catatonia Transtorno Esquizotípico (de personalidade) Circuitos relacionados à sintomas: • Sintomas da Esquizofrenia: • Sintomas Positivos: • Sintomas decorrentes de HIPERATIVIDADE DOPAMINÉRGICA em determinados circuitos cerebrais: • Delírios; • Alucinações; • Agitação psicomotora. • Sintomas Negativos: • Sintomas decorrentes de HIPOATIVIDADE DOPAMINÉRGICA em determinados circuitos cerebrais. • Abulia; • Anedonia; • Embotamento afetivo. 25/01/2019 97 Dopamina e vias dopaminérgicas: Dopamina – Produção: Tirosina L-Dopa Dopamina 25/01/2019 98 Dopamina: Ações: Receptores dopaminérgicos de D1 a D5 (D2 mais estudado). Término da ação: DAT: • Bomba de recaptação de dopamina no neurônio pré-sináptico. VMAT2: • Captação de dopamina em vesículas sinápticas dentro do neurônio COMT, MAO A e MAO B: • Degradação. Para entender vias dopaminérgicas: • Todas as drogas antipsicóticas bloqueiam, em maior ou menor grau, os receptores dopaminérgicos pós sinápticos subtipo D2. Antipsicóticos Bloqueio D2 Diminui: ação da DOPAMINA 25/01/2019 99 VIAS DOPAMINÉRGICAS: Quais são? Mesolímibica Mesocortical Nigroestriatal Túbero-infundibular VIA MESOLÍMBICA: • Conexão entre Área tegumentar Ventral (ATV) e Sistema Límbico. • Fisiológico: • Regula motivação. • Regula emoções. • Sistema de recompensa. 25/01/2019 100 VIA MESOLÍMBICA: Esquizofrenia: • HIPERATIVAÇÃO • Sintomas Positivos: • Delírios. • Alucinações. • Comportamento desorganizado. Tratamento da Esquizofrenia (antipsicóticos bloqueando receptores dopaminérgicos): • Melhora dos sintomas positivos. VIA MESOCORTICAL: • Conexão entre ATV e Córtex pré- frontal: • Fisiológico: • Cognição. • Função Executiva e e planejamento de comportamento. • Emoções. • Afeto. 25/01/2019 101 VIA MESOCORTICAL: Esquizofrenia: • HIPOATIVAÇÃO • Sintomas Negativos e Cognitivos: • Embotamento afetivo. • Falta de interesse. • Isolamento social. • Escassez de pensamento. Tratamento da Esquizofrenia (antipsicóticos bloqueando receptores dopaminérgicos) : • Inalterado ou piora dos sintomas negativos. VIA NIGROESTRIATAL: • Conexão entre Substância Negra e N. Estriado • Fisiológico: • Controla funções motoras e movimento. • Esquizofrenia: • Sem alterações. • Tratamento da Esquizofrenia: • Antipsicóticos: • Distúrbios do movimento – Sintomas extrapiramidais (SEP). Dopamina Acetil Colina 25/01/2019 102 Sintomas extrapiramidais: • Parkinsonismo: • Ocorre de dias à semanas depois do início ou aumento da dose do antipsicótico. • Sintomas: • Rigidez em roda dentada; • Bradicinesia (diminuição da expressão facial, voz monótona, diminuição de movimentos corporais; inabilidade de iniciar movimentos); • Tremor de repouso; • Salivação. Sintomas extrapiramidais: • Acatisia: • Ocorre em horas a semanas após início ou aumento de dose. • Sintomas: • Sensação subjetiva de inquietude, com desejo forte ou compulsão para movimentar-se: • Mudança do peso do corpo de um pé para outro; • Cruzar e descruzar as pernas; • Levantar-se e abaixar-se constantemente. • Aumento do risco de suicídio. 25/01/2019 103 Sintomas extrapiramidais: • DistoniaAguda (impregnação: • Ocorre dentro de horas ou minutos tano VO ou IM. • Apresentações clínicas: • Espasmos musculares em diversas áreas do corpo (principalmente boca, face e língua); • Crise oculógira (desvio dos olhos para cima); • Torcicolo (cabeça e pescoço para o lado); • Opistótono (cabeça, pescoço e coluna vertebral de um indivíduo formam uma posição em arco côncavo para trás); • Abertura forçada da boca; • Protusão da língua; • Disartria; • Trismo com deslocamento da mandíbula; • Distonia laríngea (grave); • Sintomas podem ser dolorosos e aterrorizantes. Prof. Rafael Rodrigues Matias Sintomas extrapiramidais: • Discenesia Tardia: • Decorrente do uso mais crônico de AP. • Sintomas: • Distúrbio de movimento hipercinético: • Movimentos faciais e da língua. • Mastigação constante; • Protusão da língua; • Caretas; • Movimentação dos membros • Rápidos, espasmódicos ou coreiformes. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 104 Treinamento: Questão: Sobre os efeitos colaterais do uso de antipsicóticos, analise: I. Ocorre devido ao bloqueio da transmissão dopaminérgica nas vias nigroestriatais. II. Contração sustentada e dolorosa de um ou mais grupos musculares. III. Sensação subjetiva de desconforto, manifestada por tensão e inquietação, que inicia-se após alguns dias do início ou aumento da dose do antipsicótico. IV. Movimento córeo-atetóico que pode manifestar-se em qualquer parte do corpo, mais frequentemente oro-lingual. Geralmente ocorre após anos de uso de antipsicóticos. A associação correta dos itens I a IV ocorre em: • a) (I) distonia aguda; (II) discenesia tardia; (III) Parkisonismo; (IV) acatisia • b) (I) discenesia tardia; (II) distonia aguda; (III) acatisia; (IV) parkisonismo • c) (I) discenesia tardia; (II) acatisia; (III) distonia aguda; (IV) parkisonismo • d) (I) parkisonismo; (II) distonia aguda; (III) acatisia; (IV) discenesia tardia • e) (I) parkisonismo; (II) acatisia; (III) distonia aguda; (IV) discenesia tardia VIA TÚBERO-INFUNDIBULAR: • Conexão entre hipotálamo e região infundibular. • Fisiológico: • Dopamina inibe a liberação de prolactina. • Esquizofrenia: • Sem alterações. • Tratamento da Esquizofrenia: Aumento de prolactina: • Amenorreia; • Galactorreia; • Disfunção sexual. Prolactina Dopamina 25/01/2019 105 Hiperprolactinemia: • Sintomas: • Disfunção sexual (não é a única forma de disfunção causada por AP); • Osteoporose; • Distúrbios menstruais (amenorreia); • Aumento de mamas e galactorréia; VIAS DOPAMINÉRGICAS: VIA DOPAMINÉRGICA SITUAÇÃO NA ESQUIZOFRENIA QUADRO CLÍNICO ESQUIZOFRENIA SITUAÇÃO COM ANTIPSICÓTICO (BLOQUEIO D2) MESOLÍMBICA Hiperativa Sintomas Positivos Delírios Alucinações Comportamento desorganizado Melhora MESOCORTICAL Hipoativa Sintomas Negativos Embotamento Isolamento Falta de interesse Inalterado ou piora NIGROESTRIATAL Normal - SEP TÚBERO- INFUNDIBULAR Normal - Hiperprolactinemia 25/01/2019 106 Caso Clínico • Paciente sexo masculino, 20 anos de idade, com abertura de quadro psicótico há cerca de 3 meses vem fazendo uso de medicação bloqueadora dopaminérgica. Não quer mais fazer uso da medicação porque “cortou seu tesão”. Também relata estar muito preocupado porque tem “saído leite se seu peito”. Diz que já marcou um clínico geral pra saber qual doença ele tem. • O que pode estar acontecendo no caso acima? Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Os antipsicóticos possuem papel fundamental no controle de diversas doenças psiquiátricas. Porém, os efeitos colaterais, especialmente dos antipsicóticos típicos, podem limitar o seu uso. A galactorreia pode ocorrer devido a uma ocupação excessiva dos receptores dopaminérgicos da via: A nigroestriatal. B tuberuinfundibular. C mesocortical. D mesolímbica. 25/01/2019 107 Os antipsicóticos: Características Gerais: Indicações Gerais: Psicoses do espectro da esquizofrenia Transtorno bipolar: Depressão com sintomas psicóticos Agitação psicomotora Quadros demenciais 25/01/2019 108 Indicações Gerais: Transtorno de personalidade Transtornos mentais orgânicos Síndrome de Tourette Delirium Psicose induzida por substância Psicose devido à outra condição médica. Características Gerais dos antipsicóticos IM: • São divididos em: • Ação imediata: • Absorção rápida (início do efeito em 15 a 20 min), não sofrem metabolização hepática de primeira passagem. • Utilizados na emergência, efeito rápido. • Ação prolongada: • Demoram mais tempo para serem absorvidos; • Meia-vida de semanas; • Utilizado em doses quinzenais ou mensais. • Utilizados para psicóticos crônicos, baixa aderência à medicação. 25/01/2019 109 Classificação dos Antipsicóticos: Bloqueio do receptor dopaminérgico D2 (alta afinidade). Típicos ou convencionais ou neurolépticos ou clássicos ou de primeira geração: Bloqueio do receptor dopaminérgico D2 (baixa afinidade); Bloqueio de receptor serotoninérgico ; Alguns são agonistas parciais de receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos D2 (terceira geração?). Atípicos ou segunda geração: Antipsicóticos típicos ou neurolépticos ou de primeira geração: 25/01/2019 110 Classificação quanto à estrutura química: • Ex: Clorpromazina, levomepromazina. Fenotiazinas: • Haloperidol.Butirofenonas: • Ex: Pimozida. Difenilbutilpiperidinas: Classificação quanto à potência: • São classificados em: • 1) Alta Potência: • Alta afinidade por D2: • Alto risco de efeitos colaterais do tipo SEP. • Afinidade menor por outros receptores (H1, M1, Alfa1): • Menos efeitos colaterais não-SEP. • Quem são: • Haloperidol • Flufenazina • Trifluoperazina • Periciazina • Pimozida 25/01/2019 111 Classificação quanto à potência: • 2) Baixa Potência: • Alta afinidade por receptor D2: • Com menor risco de SEP (pelos efeitos anticolinérgicos - a seguir). • Alta afinidade por receptores diversos: • Anti H1: Sedação e aumento de peso. • Anti alfa1: Hipotenção postural e sedação. • Anti M1: Efeitos anticolinérgicos: • Boca seca, constipação, aumento FC, aumento pressão intraocular etc. • Diminui risco de SEP • Quem são? • Clorpromazina • Levomepromazina • Tioridazina AP alta potência x baixa potência: • Risco de SEP (parkisonismo, acatisia, distonia): • Maior com os de alta potência. • Risco de efeitos não-SEP (hipotensão, sedação, efeitos anticolinérigicos): • Maior com os de baixa potência 25/01/2019 112 Antipsicóticos atípicos ou de segunda geração. Antipsicóticos Atípicos: • Indicações mais precisas para antipsicóticos atípicos (além das psicoses primárias) • 1) Ação antidepressiva na depressão unipolar e bipolar: • Geralmente em doses mais baixas que as antipsicóticas; • 2) Ação antimaníaca: • Todos os AP são efetivos em algum grau para mania psicótica e não psicótica. • 3) Ação ansiolítica: • Utilizados como tratamento e potencializador de AD; • Propriedade antihistamínicas. • Mais usado: quetiapina. • 4) Ação sedativo-hipnótica: • Propriedade utilizada como adjuvante no tratamento (agitação, agressividade etc) • Propriedade anti-histamínicas 25/01/2019 113 Antipsicóticos Atípicos: • (1) Possuem menor afinidade de ligação pelos receptores D2 (se dissociam mais rápido) sem perder efeito antipsicótico: • Vantagens: • Causam menos efeitos extrapiramidais. • Melhor para sintomas negativos (hipoteticamente). • (2) Possuem afinidade por bloqueio serotoninérgico (5HT2A); • (1) + (2) = Antagonistas dopamina-serotonina • (3)Alguns possuem agonismo parcial por receptores 5HT1A e D2. Antipsicóticos Atípicos: • Desvantagens: • Alto risco de síndrome metabólica. • Obesidade • Hipertensão arterial • Dislipidemia • Alteração de glicemia • Alteração de colesterol Risco metabólico alto: Clozapina e Olanzapina Risco metabólico intermediário: Risperidona, quetiapina, paliperidona Risco metabólico baixo: Ziprasidona, aripripazol. 25/01/2019 114 Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Um indivíduo de 40 anos, diabético, hipertenso e dislipidêmico,tem esquizofrenia diagnosticada recentemente e iniciou tratamento para a enfermidade. 1) Qual classe de antipsicóticos pode levar a uma piora de sua condição clínica? 2) Todos os antipsicóticos dessa classe possuem a mesma probabilidade de piorar o quadro clínico? Quais oferecem maior risco? Risperidona • Propriedades atípicas em doses mais baixas, mas com aumento da dose, ganha características típicas. • Aumento de prolactina se mantém, mesmo em doses baixas. 25/01/2019 115 Olanzapina: • Alto risco de síndrome metabólica • Utilizada com frequência em: • Esquizofrenia. • Transtorno bipolar: • Fase maníaca (monoterapia ou associada) , manutenção (monoterapia ou associada) e depressiva associada a ISRS • Depressão resistente ao tratamento associada a antidepressivo: • Fluoxetina + Olanzapina. Quetiapina • Doses mais baixas: • Efeito sedativo-hipnótico. • Doses intermediárias: • Efeito antidepressivo, ansiolítico. • Doses altas: • Efeito antipsicótico. 25/01/2019 116 Aripiprazol: • Antipsicótico considerado de terceira geração: • É um “modulador dopaminérgico”: • Agonista/antagonista de dopamina D2. • Em áreas com excesso de dopamina (p.ex via mesolímbica): • Funciona como antagonista D2. • Em áreas com falta de dopamina (p. ex via mesocortical): • Funciona como agonista D2 Dopamina Dopamina Clozapina • Indicado para casos refratários; • Único AP que reduz risco de suicídio na esquizofrenia; • Risco de agranulocitose; • Muito sedativa; • Alto risco de síndrome metabólica. Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 117 Treinamento Entre os antipsicóticos a seguir, assinale a alternativa que apresenta aquele que está MENOS relacionado a ganho de peso. A) Clozapina. B) Quetiapina. C) Olanzapina. D) Aripiprazol. E) Clorpromazina. Estabilizadores do Humor: 25/01/2019 118 Apresentações Clínicas Sindrômicas no TAB: Episódio Maníaco Episódio Hipomaníaco Episódio Depressivo Episódio Misto Episódio Maníaco • A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável E aumento anormal e persistente da atividade ou da energia, com duração mínima de 1 semana e presente na maior parte do dias, quase todos os dias (ou qualquer duração se hospitalização for necessária). • B. Durante o episódio de aumento de humor e energia ou atividade, 3 ou mais (4, se o humor for apenas irritável) estão presentes em grau significativo e apresentam mudança notável do comportamento habitual: Prof. Rafael Rodrigues Matias 25/01/2019 119 Episódio Maníaco • 1. Autoestima inflada e grandiosidade. • 2. Redução da necessidade de sono. • 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando. • 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva que os pensamentos estão acelerados. • 5. Distraibilidade • 6. Aumento da atividade dirigida a objetos ou agitação psicomotora. • 7. Envolvimento excessivo em atividade com alto potencial para consequências dolorosas. Prof. Rafael Rodrigues Matias Grave o suficiente para gerar prejuízo significativo ou hospitalização ou características psicóticas. Excluir substâncias e condições médicas. NOTA: 1 único episódio maníaco na vida é necessário para o diagnóstico de TAB tipo 1 Episódio Hipomaníaco Prof. Rafael Rodrigues Matias • Sintomas semelhantes ao episódio maníaco, mas: • Menos intensos; • Não causam prejuízo funcional significativo; • Não tem sintomas psicóticos; • Não necessita de hospitalização; • Duração a partir de 4 dias. 25/01/2019 120 Episódio Depressivo Maior: • Mesmos critérios diagnósticos de quadro depressivo maior (unipolar). Prof. Rafael Rodrigues Matias Treinamento: Prof. Rafael Rodrigues Matias Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TRE-AP Prova: FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário – Psicologia O transtorno afetivo bipolar é caracterizado por episódios repetidos nos quais o humor e os níveis de atividade do paciente estão significativamente perturbados. Esta alteração consiste, em algumas ocasiões, de uma A diminuição do humor e da energia psíquica e, em outros momentos, do aumento do humor e da energia sexual. B elevação da energia psíquica e do humor lábil e, em outras, um aumento do humor, da energia e da atividade emocional. C elevação da energia psíquica e do humor lábil e, em outras, um aumento do humor e da energia psíquica e sexual. D elevação do humor e aumento de energia e ativida- de e, em outras, de um rebaixamento do humor e diminuição de energia e atividade. E euforia histérica e diminuição do humor lábil e, em outras, um aumento do humor e da energia sexual. 25/01/2019 121 Como tratar adequadamente o TAB: • Saber fazer diagnóstico adequado de transtorno afetivo bipolar; • Saber em que fase do transtorno a pessoa se encontra; • Saber as medicações e efeitos colaterais adequadamente; • Conhecer as comorbidades e tratá-las de igual forma. Tratamento TAB: • Dentre as medicações que podem ser usadas: • Estabilizadores de humor (EH) - (principal classe); • Antipsicóticos - (associados a EH ou monoterapia); • Benzodiazepínicos - (curto período de tempo, geralmente fase maníaca como adjuvante). • Antidepressivos - (se for usado, deve ser por curto período de tempo, apenas para fase depressiva e nunca em monoterapia) 25/01/2019 122 Gráfico das estratégias gerais de tto tab: Estabilizador Humor Antipsicóticos Benzodiazepínicos Estabilizador de Humor Antidepressivos Antispsicóticos Tratamento das comorbidades clínicas e psiquiátricas Psicoterapia Assistência social Psicoeducação > 2 anos Estabilizadores do Humor Como seria o estabilizador do humor ideal? • Droga que deve ser eficaz em todo o espectro do transtorno do humor bipolar: - Tratamento da depressão bipolar; - Tratamento da fase maníaca; - Fase de manutenção: evitar novos episódios maníacos ou depressivos. • Droga que não induzam a virada da doença para o polo oposto. 25/01/2019 123 Lítio Quem é o lítio? 1) É o metal mais leve e menos denso existente. 2) Historicamente a primeira droga de tratamento do TAB, sendo consagrado como o “verdadeiro estabilizador do humor”. Foi aprovado para uso no TAB em 1970. 3) Parece haver efeitos neuroprotetores e diminuição do risco de suicídio. 3) Problema: causa risco de intoxicação – cuidados específicos para seu uso. 25/01/2019 124 Treinamento: . Acerca da psicofarmacologia, julgue o item seguinte: Com o desenvolvimento de novas drogas para o tratamento do transtorno bipolar do humor, o uso do lítio tornou-se ultrapassado, devido aos riscos de intoxicação causada por essa substância. A) Certo B) Errado Utilização na prática: • Transtorno afetivo bipolar: • Fase de Mania aguda: • Início de ação lento: • 3 a 6 semanas (nos casos graves, associar com AP, outro EH ou BZD). • Fase de Manutenção: • Profilaxia de episódios maníacos, depressivos ou mistos no transtorno bipolar: • A profilaxia dos episódios maníacos é mais evidente. • Até 8 semanas para início da ação • Fase Depressiva: • É menos evidente, sendo as vezes necessário associação com outras drogas. 25/01/2019 125 Utilização na prática: • Outras indicações: • Transtorno Depressivo Maior: • Utilizado principalmente como potencializador de antidepressivos, no caso de falha dos primeiros. • Transtorno de personalidade borderline: • Casos que cursam com muita labilidade emocional. • Outras: • Outros transtornos de personalidade, agressividade, automutilação, transtornos cognitivos, risco de suicídio no TAB. Características farmacológicas : Pode ser administrado 1x ao dia (tanto a forma de liberação controlada, quanto a de liberação normal); preferível 2x ao dia. Meia vida de 18-24 horas Não tem metabolização hepática. Eliminação basicamente renal. Alternativa par pacientes com alteração hepática; Perigoso na insuficiência renal. 25/01/2019 126 Efeitos Adversos: • Mais de 80% dos pacientes experimentam efeitos colaterais: • Maior parte transitórios e tolerados. •
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