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Vias de Administração de Medicamentos Profª Luciane Barreiro Lopez Vasques Vias de Administração das Drogas Escolha da Via de Administração Tipo de ação desejada (tópica ou sistêmica) Rapidez de ação Natureza do medicamento Observações Importantes sobre a Escolha da Via de Administração 1. Uma mesma via pode levar a efeitos diferenciados Ex: Inalação de medicamentos na asma brônquica → efeito local Inalação de anestésicos voláteis → efeito sistêmico Observações Importantes sobre a Escolha da Via de Administração 2. Um mesmo fármaco pode desencadear efeitos sistêmicos ou locais, dependendo da via escolhida para a administração Ex: - Naloxona → administrada por via intravenosa → antagonismo das ações da morfina no sistema nervoso central - Naloxona → administrada por via oral → tratamento de constipação em indivíduos que utilizam analgésicos opioides Observações Importantes sobre a Escolha da Via de Administração 3. A escolha da via oral pressupõe efeitos sistêmicos. No entanto, alguns medicamentos disponíveis para administração oral não são absorvidos no trato gastrintestinal e exercem efeitos apenas localmente. Ex: - Neomicina → útil para eliminar bactérias intestinais no preparo pré-operatório de cirurgias nessa área. Observações Importantes sobre a Escolha da Via de Administração 4. A aplicação tópica de medicamentos é escolhida preferencialmente para a obtenção de efeitos locais, mas isso não impede que haja absorção do medicamento e desencadeamento de efeitos sistêmicos (fármacos lipossolúveis) Observações Importantes sobre a Escolha da Via de Administração 5. A latência de efeito também é influenciada pela via de administração. Fármacos administrados por via intravenosa normalmente apresentam início de ação mais rápido do que aqueles administrados por via oral. Vias de Administração de Drogas Enterais A substância atinge o organismo através de qualquer segmento do trato digestivo Oral Bucal Sublingual Retal Via Oral ─ Fácil uso, baixo custo, conveniente e indolor; ─ Boa aceitação, exceto diante de sabor ou odor desagradável do fármaco; ─ Permite o alcance gradual da concentração plasmática terapêutica, o que minimiza a intensidade de reações adversas e oferece maior segurança; ─ A absorção dos fármacos pode ser afetada pela presença de alimentos e de outros medicamentos, que, por exemplo, afetem a taxa de esvaziamento gástrico ou o pH do meio; ─ Possibilidade de redução da biodisponibilidade pelo metabolismo de primeira passagem e de irritação do trato gastrintestinal; ─ Contraindicada em pacientes inconscientes, incapazes de engolir ou na presença de náuseas e vômitos. Via Sublingual ─ O elevado suprimento sanguíneo e a fina espessura da mucosa absortiva favorecem a absorção rápida de pequenas doses de alguns fármacos; ─ Propicia a rápida chegada dos fármacos à circulação sistêmica e o rápido início do efeito terapêutico; ─ Como a drenagem venosa da boca dirige-se à veia cava superior, fármacos administrados por essa via não sofrem metabolismo de primeira passagem; ─ Difícil utilização na população pediátrica; ─ Pode produzir irritação da mucosa. Via Bucal ─ Utilizada, principalmente, para a administração de fármacos de efeitos locais; ─ Adequada para formulações de liberação prolongada; ─ Inexistência de metabolismo de primeira passagem; ─ Absorção prejudicada pela ação diluidora da saliva; ─ Possibilidade de irritação da mucosa. Via Retal ─ Metabolismo de primeira passagem menos extenso, quando comparado à via oral; ─ Particularmente importante quando a via oral não é indicada (náuseas, vômitos, dificuldades de deglutição, pacientes geriátricos, pediátricos e não colaborativos); ─ Desconforto e incômodo durante a administração; ─ Possibilidade de irritação local, de absorção irregular e incompleta e de expulsão da forma farmacêutica. Vias de Administração de Drogas Parenterais A substância não atinge o organismo através do trato digestivo; Podem ser diretas (acesso por injeção) ou indiretas (acesso prescinde de injeção). Intravenosa Intramuscular Subcutânea Intradérmica Intra-arterial Vias de Administração de Drogas Intracardíaca Intraperitoneal Intrapleural Intratecal Peridural Intra-articular Parenterais Diretas Vias de Administração de Drogas Via Intravenosa ─ Níveis plasmáticos inteiramente previsíveis; ─ Útil em emergências pela precisão da dose e rapidez do início do efeito; ─ Adequada para a infusão de substâncias que são irritantes por outras vias, ou em grandes volumes; ─ Inadequada para soluções oleosas ou suspensões pelo risco de obstrução vascular; ─ Risco de extravasamento e infiltração; ─ Necessidade de esterilização do material a ser utilizado e de emprego de técnica asséptica por profissional especializado; ─ Maior custo das preparações disponíveis. Injeção Intramuscular Injeção Intramuscular Injeção Intramuscular Via Intramuscular ─ Via parenteral direta, considerada mais segura do que a intravenosa, e preferível à subcutânea, quando há necessidade de administração de grandes volumes do medicamento; ─ Comporta a administração de soluções aquosas e oleosas, emulsões e suspensões; além de formulações de absorção sustentada; ─ A velocidade da absorção depende do diluente escolhido e é mais rápida se o diluente for miscível com a água ou com os líquidos teciduais; ou seja, soluções aquosas se distribuem rapidamente e as oleosas são absorvidas de forma mais lenta; Via Intramuscular ─ O alcance do efeito é relativamente rápido e pode ser obtido efeito sustentado quando utilizada como via de depósito; ─ A velocidade de absorção pode ser aumentada pelo uso de calor e aplicação de massagem, e reduzida pelo uso de gelo; ─ Requer assepsia local e aplicação por profissional especializado; ─ Desconforto e dor associados à administração, possibilidade de lesão local por soluções irritantes, ocorrência de abscessos e impossibilidade de uso de grandes volumes das soluções prescritas; Via Intramuscular ─ Contraindicada em pacientes com alterações de mecanismos da coagulação, doença vascular periférica oclusiva, edema e choque (redução da absorção periférica do medicamento); ─ Pode interferir com a interpretação de alguns exames diagnósticos; ─ Não deve ser utilizada em locais inflamados, edemaciados, irritados, com cicatrizes ou lesões. Injeção Subcutânea ─ Absorção mais lenta e gradual do que a via intramuscular e com menor risco de traumatismo de tecidos, nervos e vasos sanguíneos de grande calibre; ─ Comporta o uso de soluções aquosas e suspensões não irritantes, contidas em pequeno volume de líquido (até ~2 mL); ─ Os medicamentos podem ser preparados em suspensões ou em complexos relativamente insolúveis, de modo que sua absorção se prolongue por horas, dias ou mesmo por mais tempo (preparações de depósito), não precisando ser administrados com tanta frequência; ─ Possibilidade de retardo da absorção pela adição de um agente vasoconstritor à solução a ser injetada; ─ Contraindicada em locais inflamados, edemaciados, com cicatrizes; e em pacientes com alterações dos mecanismos de coagulação; ─ Possibilidade de dor local e necrose com substâncias irritantes. Via Intrapleural • Consiste na administração de substâncias na cavidade pleural; • Útil, por exemplo, para a administração de quimioterápicos (minimiza os efeitos sistêmicos e aumenta os efeitos sobre o tumor). G u yt o n , A .C . & H al l, J. E. T ra ta d o d e F is io lo gi a M é d ic a. 1 0 ed . R io d e Ja n ei ro : G u an ab ar a K o o ga n , 2 0 0 2 . Via Intratecal (ou Subaracnóidea) ─ Envolve a administração do fármaco no espaço subaracnoide ou nos ventrículos cerebrais; ─ Útil para a administração de fármacos que não atravessam a barreira hematoencefálica ou que se destinam à ação na medula espinhal e raízesnervosas (anestésicos locais – raquianestesia); ─ Requer técnica especializada e não é isenta de riscos. Via Peridural ─ Envolve a administração de fármacos no espaço entre a dura-máter e o tecido ósseo que constitui a coluna vertebral, local onde são encontradas as raízes nervosas que atravessam os forames intervertebrais; ─ Útil para a administração de anestésicos locais, e analgésicos como, por exemplo, morfina. Parenterais Indiretas Cutânea Respiratória Conjuntival Auricular Vaginal,... Vias de Administração de Drogas Via Respiratória ─ Envolve a administração de medicamentos no sistema respiratório visando à obtenção de efeitos locais ou sistêmicos; ─ Graus variados de absorção; ─ Efeito rápido com uso de pequenas doses e, consequentemente, minimização de efeitos adversos sistêmicos; ─ Possibilidade de irritação da mucosa e comprometimento do efeito por perda em função de deposição de partículas nas vias aéreas superiores ou impedimento de sua progressão pelo trato respiratório por tosse ou acúmulo de secreções. Progressão Temporal da Concentração Plasmática de um Fármaco Administrado por Diferentes Vias
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