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1 FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA DE GESTÃO DA QUALIDADE Os Principais Gurus da Qualidade e suas Contribuições ALEXANDRE NORBERTO BARBOSA – 9110147 SETEMBRO, 2020 FORTALEZA, CE 2 ALEXANDRE NORBERTO BARBOSA Os Principais Gurus da Qualidade e suas Contribuições Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação na Disciplina de Gestão da Qualidade à Professora Loana de Almeida Carrah. SETEMBRO, 2020 FORTALEZA, CE 3 SUMÁRIO 1. Introdução 04 2. Walter A. SHEWART 05 3. Armand V. FEIGENBAUM 05 4. Joseph M. JURAN 09 5. Philip CROSBY 12 6. Genichi TAGUCHI 15 7. Kaoru ISHIKAWA 18 8. Edwards DEMING 21 4 1. Introdução “Os meios acadêmicos tendem a definir a Qualidade como excelência. Eu prefiro defini-la como Integridade” (Philip B. Crosby) Vivemos, atualmente, em um mundo de economia globalizada, num mercado sem fronteiras e internacionalizado, que leva as empresas a buscarem uma maior competitividade de seus produtos e/ou serviços. Para que estas empresas (organizações humanas) sobrevivam de forma sustentável neste ambiente competitivo, é necessário que se tenha um excelente sistema de gestão e, que o mesmo, aborde uma filosofia global do negócio (visão holística). O sistema mais aceito dentro das empresas hoje é conhecido como “Gestão da Qualidade Total”, que busca maximizar os resultados das organizações por meio da satisfação simultânea de todas as partes interessadas, ou seja, os clientes, empregados, acionistas, meio ambiente, comunidade, sociedade e fornecedores. Para satisfazer as partes interessadas, é necessário: uma estrutura organizacional voltada para o mercado, atuando de forma sistematizada e científica, com uma compreensão e segmentação do conjunto de atividades e processos da organização que agreguem valor, tomando decisões e executando ações baseadas em medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além dos riscos identificados; um sistema de padronização bem definido para garantir a previsibilidade dos resultados esperados pelos clientes e para que se possam buscar melhorias (Competitividade) de forma consistente; um sistema de indicadores de desempenho, para avaliar os resultados; e um controle da qualidade, para mantê-los. A área de qualidade participa de todas as etapas de criação e venda dos produtos ou serviços de uma empresa, desde a aquisição da matéria-prima até o pós-venda. Dessa forma, a existência deste setor é extremamente importante porque são os Gestores da Qualidade que garantem que tudo está sendo feito da melhor forma possível e que os clientes ficarão satisfeitos com o que receberão. Toda esta análise e monitoramento de padrões são feitos por meio das chamadas ferramentas da qualidade, criadas por seis homens há mais de cem anos. Hoje em dia as empresas ainda usam muitos desses métodos criados pelos Gurus da Qualidade, mas sabem muito pouco sobre suas vidas e trajetórias. Neste trabalho, vamos contar um pouco mais sobre quem foram estes homens que tanto contribuíram e contribuem até hoje na busca pela eficiência e qualidade das empresas. Eles estão em ordem aleatória 5 2. Walter Andrew Shewhart Walter Andrew Shewhart nasceu no ano de 1891 em New Canton, Illinois, nos Estados Unidos. Durante sua vida, exerceu as profissões de físico, engenheiro e estatístico, entrando para os anais da “História da Qualidade” após começar a trabalhar para a “Bell Telephone Company”, uma tradicional empresa de telefonia americana, fundada em 1877 pelo sogro de Graham Bell, Gardiner G. Hubbard. Considerando um bom estudante em sua juventude, formou-se em Física pela Universidade de Illinois, estado em que nasceu e, mais tarde, em 1917, obteve seu Ph.D. pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. Shewhart inicialmente trabalhou por 6 anos na Western Electric Company, depois foi para uma filial da empresa, a Bell Telephone Company, onde permaneceu até sua aposentadoria. Ele também lecionou por alguns curtos períodos nas duas universidades em que estudou, a Universidade de Illinois e a Universidade da Califórnia. Enquanto engenheiro na empresa de G. Hubbard (sogro de Graham Bell), a Bell Telephone, desenvolveu a famosa Carta de Controle, que possibilitou a criação do método CEP, ou “Controle Estatístico de Processos” também conhecido como CEQ ou “Controle Estatístico de Qualidade”, muito utilizado até hoje por gestores da qualidade. Este método analisa e demonstra as possíveis variações que um produto ou serviço pode apresentar sem estar defeituoso, contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento de projetos otimizados e eficientes. Além disso, Shewhart também provou que o setor de qualidade deve acompanhar a fabricação como um todo, corrigindo possíveis problemas durante o processo para evitar que o defeito só seja identificado no fim. As ideias de Walter Shewhart foram muito importantes para que outros pesquisadores como Deming, por exemplo, pudessem criar as próprias ferramentas baseadas em suas descobertas. Shewhart também teve importante participação em diversos órgãos governamentais, destacando seu papel como consultor para o então Departamento de Guerra, hoje Departamento de Defesa (DoD) dos EUA, e pelas consultorias realizadas para a ONU e em especial para o governo da Índia. Por mais de 20 anos, Shewhart serviu como o primeiro editor da Mathematical Statistics Series. Além disso, foi colaborador de diversas instituições ligadas à estatística e/ou à matemática, entre elas podemos citar: • Instituto Internacional de Estatística; • Sociedade Estatística Real da Inglaterra; • Associação Estatística de Calcutá; • Instituto de Estatística Matemática; • Associação Americana para o Avanço da Ciência; • Associação Americana de Estatística; • Sociedade Econométrica; • Instituto Internacional de Estatística; • Academia de Ciências de Nova York; • Sociedade Americana da Qualidade (ASQ). 6 Como Shewhart contribuiu para Qualidade? A maior contribuição de Shewhart para a Qualidade foi a introdução da ferramenta Estatística aos processos de garantia da qualidade. Antes dele, a Qualidade nas indústrias consistia basicamente em monitorar e inspecionar o produto, visando assegurar que não havia algum defeito ou problema. Com a introdução das Cartas de Controle propostas por Shewhart, foi possível aplicar métodos de prevenção para garantir que a qualidade do produto durante o processo de produção, não mais monitorando as saídas depois da produção, mas impedindo a produção de produtos defeituosos. PDCA ou “Ciclo de Shewhart” Shewhart também desenvolveu o PDCA, uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento da Melhoria Contínua. Sua utilização continuada e cíclica permite concretizar a padronização das ações e a resolução de problemas, gerando constantes melhorias na gestão. O Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em seguida tudo o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas ações implementadas. Com base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto, com uma evolução progressiva ao longo do desenvolvimento do projeto, reduzindo as possibilidades de falhas e erros ao longo da cadeia produtiva. C.E.P. – Controle Estatístico de Processos Shewhart desenvolveu um método amplamente utilizado até hoje: o C.E.P. – Controle Estatístico deProcessos. Considerado uma das 7 ferramentas da Qualidade, o CEP visa monitorar os processos envolvidos antes que uma saída se torne defeituosa. Tornando possível eliminar as causas raízes e reduzindo o número de reincidências nas não conformidades. A Carta de Controle, instrumento que tornou possível o CEP, foi apresentada por Shewhart a seus superiores em um memorando de apenas uma página. No memorando, ele descrevia os princípios da Carta e apresentava um exemplo do gráfico. Esse documento é mantido até hoje pela ASQ (American Society of Quality) e é considerado um documento histórico da qualidade. Shewhart foi fundamental para que se pudesse encarar a qualidade como um processo completo, que não ocorre apenas na hora de monitorar as saídas. Ele provou que era possível analisar a produção como um todo, visando corrigir os problemas durante os processos e não somente descartando produtos defeituosos ao final do clico. Mais que isso, Shewhart criou um método preciso para determinar as causas das não conformidades, utilizando fórmulas concretas para demonstrar isso por meio da estatística e dos números. Os trabalhos de Shewhart também contribuíram para pesquisas futuras de diversos outros estudiosos, como Deming, Jennet, Grant e Dudding, permitindo grandes avanços na produção em todo o mundo. 7 3. Armand Vallin Feigenbaum Enquanto aqui no Brasil a gente passava pela famosa Semana de Arte Moderna, Armand Vallin Feigenbaum nascia em Nova York, EUA. Feigenbaum nasceu em 1922 em Nova York, Estados Unidos. Após concluir seu doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, começou a trabalhar como gestor da qualidade na General Electric, onde permaneceu durante 31 anos. Feigenbaum trabalhou por 31 anos na gigante General Eletric, onde se tornou Gerente de Operações de Manufatura e Controle de Qualidade. Este cargo ele exerceu por cerca de 10 anos antes de sair e fundar em conjunto com seu irmão, Donald S. Feigenbaum, a General Systems Company. Ele também escreveu dois livros sobre qualidade que foram traduzidos para mais de vinte línguas. Feigenbaum entrou para a História da Qualidade após criar o conceito de Controle de Qualidade Total (CQT), em que responsabilizava toda a empresa pela qualidade dos produtos e/ou serviços, dizendo que é impossível entregar alta qualidade numa empresa em que as áreas não são completamente integradas. Grande defensor do Controle de Qualidade Total (CQT), Feigenbaum pregava que a Qualidade era responsabilidade de todos. Algo que nem sempre foi visto dessa maneira. Esse fator foi um dos que marcaram sua carreira, deixando grandes contribuições na mudança de mentalidade da Qualidade mundial. Além disso, atuou fortemente para debater custos e mostrar a importância deles para a organização. Ele chegou a desenvolver um conceito, a Planta Oculta, que mostrava o quanto certos desperdícios (custos desnecessários) podiam afetar o resultado da empresa. Além disso ele criou os 9M, ou as “Nove Etapas” que, se não forem seguidas corretamente, podem afetar a qualidade do processo: • Dinheiro • Gerência • Pessoas • Mercados • Motivação • Materiais • Máquinas, Métodos • Montagem do Produto. Tamanha sua importância para o setor da Qualidade e para o desenvolvimento norte-americano, Feigenbaum recebeu em 2008 uma das maiores honras passíveis de serem entregues a cidadãos americanos, a Medalha Nacional de Tecnologia e Inovação. A cerimônia ocorreu na Casa Branca e a medalha foi dada a Feigenbaum pelo próprio presidente americano, na época George Walker Bush. Feigenbaum também atuou em importantes órgãos ligados a Qualidade, tornando-se presidente da Academia Internacional de Qualidade (IAQ) e da Sociedade Americana de Qualidade (ASQ), da qual recebeu título de Membro Honorário, maior honraria da instituição. Seus principais livros Total Quality Control e The Power of Management Capital (em coautoria com seu irmão) foram traduzidos para mais de 20 línguas, dentre elas francês, alemão, japonês, chinês, espanhol, russo, português brasileiro e árabe. 8 Como Feigenbaum contribuiu para Qualidade? Feigenbaum trouxe à tona o conceito de que a Qualidade nada mais é a soma dos esforços de toda a organização para satisfazer o cliente, nas suas próprias palavras, “A qualidade é o que o usuário, o cliente, diz que é”. Dessa forma, todos os setores da empresa são responsáveis por tornar o produto/serviço o melhor que ele puder ser. Isso abriu novas perspectivas sobre a qualidade no mundo inteiro e deu origem ao maior legado de Feigenbaum, a Qualidade Total. Controle de Qualidade Total (CQT) O termo Controle de Qualidade Total (CQT) (em inglês Total Quality Control – TQC) foi definido pelo próprio Feigenbaum como: “Um sistema eficaz para integrar os esforços de desenvolvimento, manutenção e de melhoria da qualidade dos vários grupos em uma organização, de modo a permitir produtos e serviços com níveis mais econômicos que permitam a plena satisfação do cliente”. Isso quer dizer que a Qualidade não é responsabilidade apenas daqueles que põe a mão na massa, do chão de fábrica, mas de todos. Feigenbaum propôs uma integração perfeita entre todos os setores da empresa, com o objetivo de entregar valor ao ciente. Disso, resultaram alguns conceitos que influenciaram muito os rumos da Qualidade mundial e ajudam a compreender a Qualidade: • Qualidade é um processo organizacional; • Qualidade e custo são sinônimos; • Qualidade requer esforço individual e trabalho em equipe; • Qualidade é uma forma de gerenciamento; • Qualidade e inovação são mutuamente dependentes; • Qualidade é ética; • Qualidade requer melhoria contínua; • Qualidade é um sistema total ligado aos clientes e aos fornecedores.; • Custo da Qualidade. Feigenbaum também provocou grandes mudanças ao demostrar por meio de números e da linguagem financeira que a falta de Qualidade nas empresas custava caro. O autor aprofundou o conceito de Custo Econômico, desenvolvido por Shewhart em 1931, que só levava em consideração os custos com retrabalho e desperdício de materiais. Feigenbaum propôs então o Custo da Qualidade, acrescentando aos estudos de Shewhart todos os gastos diretos e indiretos causados pela insatisfação dos clientes no processo de compra. Essa nova visão também incluía custos associados à definição/planejamento, criação e controle da qualidade, à avaliação e realimentação da conformidade com exigência em requisitos de desempenho, confiabilidade, segurança e custos associados às consequências provenientes de falhas. Planta Oculta Outra importante contribuição de Feigenbaum foi o que ele denominou de “Fábrica Oculta”. Segundo ele, a não utilização de métodos que evitassem o retrabalho e o desperdício de materiais reduzia drasticamente o potencial de produção. Seus estudos apontaram que algumas fábricas chegavam a perder 40% do potencial de produção, como se houvesse uma verdadeira “fábrica oculta” dentro das organizações destinada apenas a perder dinheiro. Esse conceito persiste até hoje e serve de base para analisar a perda de capacidade produtiva, a aplicação de métodos Lean e de esforços para reduzir o desperdício. Armand Vallin Feigenbaum faleceu em 2014 e deixou um legado inestimável para a Qualidade. Seus ensinamentos contribuíram para que a Qualidade deixasse de ser um fator específico de um único setor, tornando-se um verdadeiro estilo de gestão (e até mesmo de vida), sempre direcionado ao cliente. 9 4. Joseph Moses Juran Juran destacou-se pela sua grande habilidade em matemática, um ótimo jogador de xadrez, além de ter sido o grande precursor dos sistemas de gestão da Qualidade. Nascido na Romênia, em 24 de dezembro de 1904, na cidade de Braila, Juran ainda novo, migrou para os Estados Unidos junto com sua família, onde em 1924 se formou em engenharia elétrica pela Universidade de Minnesota. Em 1935, JosephJuran obteve um mestrado em Direito (LL.M.), mas nunca exerceu advocacia em sua carreira. Iniciou sua carreira de gestor da Qualidade na Western Electrical Company e, em 1926 foi convidado para ingressar no Departamento de Inspeção Estatística da empresa, e ficou responsável por implantar novas técnicas de controle da Qualidade, assim tendo uma ascensão rápida na empresa. Antes do final da Segunda Guerra Mundial, Joseph Juran iniciou uma nova carreira como consultor freelancer e combinou esse trabalho com seu cargo de professor assistente na Universidade de Nova York. Essa combinação o levou a ministrar cursos de gestão de qualidade e ministrou seminários de mesa redonda com executivos e dirigiu todo tipo de projetos em grandes clientes, como Gillette, Hamilton Watch Company e Borg-Warner. Após a II Guerra Mundial, Juran deixa a empresa e começa sua carreira como consultor, além de nunca abandonar os estudos em Gestão da Qualidade. Depois de lançar sua obra mais clássica (Quality Control Handbook), foi convidado juntamente de Deming, para trabalhar como consultor independente no Japão, no período após a II Guerra, onde também fez diversos cursos sobre controle da Qualidade. Juran é conhecido como responsável pelo incrível desenvolvimento das indústrias japonesas após a II Guerra. Em 1979 fundou o Juran Institute, a maior instituição da Qualidade que se desenvolveu em todo o mundo, assim, recebendo 40 prêmios internacionais de 12 países diferentes. Como Juran contribuiu para Qualidade? Através de diversas técnicas e medidas de gestão, Juran desenvolveu estudos que até hoje servem de base para grandes empresas e entusiastas da Qualidade. Para Juran, a Qualidade também se define dessas três maneiras: Qualidade do Projeto: • Pesquisa de mercado • Concepção do produto • Especificações do projeto Qualidade de conformidade: • Tecnologia • Potencial humano • Gerenciamento Serviço de campo: • Pontualidade • Competência • Integridade 10 Trilogia Juran Uma de suas maiores contribuições, foi o desenvolvimento da trilogia Juran para gerenciar a qualidade, que também ficou conhecido como Juran Management System (JMS), ou Sistema de Gerenciamento Juran, em português. A Trilogia Juran é composta por: Planejamento: Considerar a qualidade desejada e projetar meios para alcançá-la Controle: Diagnosticar erros ou acertos no processo Aperfeiçoamento: Propor patamares de qualidade cada vez mais altos Juran também estabeleceu 7 princípios para serem aderidos pelos gestores e líderes: • Estar disposto a entender as necessidades dos clientes e satisfazê-las; • Proporcionar alta qualidade de produtos e serviços, enquanto reduz custos; • Estar envolvido para identificar as necessidades dos clientes • Treinar e envolver a todos nos processos de gerenciamento para qualidade; • Agregar metas de qualidade ao planejamento de negócios; • Fornecer participações à força de trabalho; • Altos gerentes devem ter a iniciativa de realizar a gestão de qualidade. Melhoria contínua Em seu livro chamado “Gerenciamento de ruptura”, Juran propõe a famosa ideia da melhoria contínua, que está relacionada a capacidade da organização e, tem como objetivo resolver os problemas por meio de um ciclo de mudança, que é causado pela alternância entre ruptura e controle do desempenho. Ruptura: Mudança nos padrões de desempenho para níveis melhores; Controle: Aderência aos novos padrões; Estas duas ações são complementares entre si, formam a base da melhoria contínua e são vitais para organizações que pretendem implementar essas mudanças ao longo do tempo. Segundo Juran a “Qualidade deve ser planejada, mas é atingida pela adequação ao uso” – base do princípio de melhoria contínua dos métodos ágeis, qualidade total não é fruto da teoria aplicada, este é apenas o início da caminhada, atingida através do aperfeiçoamento da prática diária, que deve ser planejada, controlada e melhorada a cada ciclo. Princípio de Pareto O conceito de que 80% dos problemas são consequência de 20% das causas foi fruto de um estudo de Vilfredo Pareto sobre distribuição de rendimentos. Ele descobriu que 80% da riqueza estava concentrada em cerca de 20% da população. Entretanto, o termo “Gráfico Pareto” e o conceito como a gente conhece hoje dentro das organizações foi expandido por Joseph Juran em meados da década de 90. Juran disseminou esse princípio “colocando” o Pareto dentro da esfera organizacional. O que o ajudou muito foi uma de suas principais frases sobre padronização: “Não existe controle sem padronização”. 11 Joseph foi mais uma figura importantíssima neste cenário, contribuindo não apenas onde trabalhou, mas também para muitas empresas que aderiram suas técnicas e padrões de organização. Principais Obras • Managerial Breaktrough (McGraw-Hill, 1964); • Quality Planning and Analysis (McGraw-Hill, 1980) com Frank Gryna; • Juran on Quality Improvement Workbook (Juran Enterprises, 1981); • Quality Control Handbook (McGraw-Hill, 1988); • Juran on Planning for Quality (Free Press, 1988); • Managerial Breakthrough (McGraw-Hill, 1995); • A History of Managing Quality (ASQC Quality Press, 1995). As obras de Juran que foram publicadas no Brasil são: • Juran Planejando para a Qualidade (Pioneira, 1990); • Juran na Liderança pela Qualidade (Pioneira, 1990); • Controle da Qualidade Handbook (Tirelli, 1991); • A Qualidade desde o Projeto (Pioneira, 1997); • Fundamentos da Qualidade para Líderes (Bookman, 2015); Joseph Juran atuou como consultor até os anos 90, para várias organizações americanas, japonesas e ocidentais europeias, como Philips, Xerox, Volkswagen, Toyota e muitas outras. Foi fundador do Instituto Juran e da Fundação Juran e morreu em 2008, nos Estados Unidos, aos 103 anos de idade. Porém, mesmo depois da sua morte, seu instituto continua a mostrar o caminho da Qualidade para pessoas que a buscam, dando seguindo a importante herança cultural e cientifica de seu ilustre fundador. 12 5. Philip Bayard Crosby Philip Crosby está diretamente relacionado ao conceito de “Zero Defeito” ou à premissa de “Fazer certo na primeira vez”. Para ele, qualidade significa conformidade com os Requisitos ou Especificações, que, por sua vez, variam de acordo com as necessidades do Cliente. A meta é produzir, atendendo às especificações, o que encoraja as pessoas a melhorarem continuamente. Ele defendeu que o Zero Defeito não é apenas um slogan, mas um padrão de desempenho a ser atingido. Philip Bayard Crosby nasceu em 18 de junho de 1926, na cidade de Wheeling, que fica localizada no estado norte-americano da Virgínia Ocidental, Estados Unidos. Graduou-se em medicina pelo Ohio College of Podiatric Medicine e obteve seu diploma de direito pelo Wheeling College e pelo Rollins College. Além disso, foi médico honorário da Corporate Management da Universidade de Findlay. Em 1952, logo após ter servido na Segunda Guerra mundial e na Guerra da Coreia, Crosby iniciou sua vida profissional como técnico de testes na Crosley Corporation, empresa onde permaneceria até 1955. Depois passaria mais alguns nos na Bendix Corporation em Mishawaka (1955 a 1957) e na Martin-Marietta (1957 a 1965) até se tornar vice-presidente corporativo de Qualidade na ITT Corporation, cargo que ocupou entre 1965 e 1979. Crosby fundou sua própria empresa de consultoria em 1972, a Philip Crosby Associates, Inc. (PCA), chegando a ter cerca de 300 funcionários ao redor do mundo e gerando mais de US$ 100 milhões de receita. Em 1991, Crosby se retirou da PCA para fundar igualmente bem-sucedida Career IV Inc. uma empresa voltada a formação e desenvolvimento de executivos. Utilizando de uma linguagem clara e fácil de compreender, Crosby escreveu 13 livros e foi traduzido para 17 idiomas, vendendo milhões de cópias ao redor do mundo. A Bibliografia de Philip Crosby é bem extensa, destacando-se os seguintestítulos: • Cortando o custo da qualidade, 1967 • A estratégia de gestão da situação, 1969 • A qualidade é investimento, 1979 • Qualidade sem lágrimas, 1984 • Correndo coisas: a arte de fazer as coisas acontecerem, 1986 • A Organização Eternamente Sucedida, 1988 • Vamos falar de qualidade, 1989 • Liderando, a arte de se tornar um executivo, 1990 • Completude: qualidade para o século XXI, 1994 • Reflexões de Philip Crosby sobre qualidade, 1995 • A qualidade ainda é gratuita: tornando a qualidade certa em tempos incertos, 1996 • Os Absolutos de Liderança, 1997 • Qualidade e eu: lições de uma vida em evolução, 1999 13 Como Crosby contribuiu para Qualidade? Grande parte das contribuições de Crosby foram resultado dos mais de 40 anos de experiência trabalhando com Qualidade. Suas teorias exerceram grande influência e ultrapassaram as fronteiras de seu país. Para Crosby, as ações voltadas à Qualidade têm de vir da alta direção. É ela quem tem de encabeçar os movimentos dos SGQ, organizá-lo, ensinar e engajar pelo exemplo. Para ele, um sistema de gestão eficiente é aquele que proporciona a todos que trabalhem com Qualidade e, mais que isso, que deixe claro aos seus integrantes que o objetivo da Qualidade é alcançar zero defeitos. Conceito de Qualidade Crosby foi um dos primeiros profissionais a associar Qualidade a requisitos pré-estabelecidos. Antes dele, havia um conceito muito vago sobre o assunto, como se ela fosse apenas algo bom ou nobre. Além disso, a qualidade geralmente se dedicava contabilizar os erros e defeitos apenas depois que eles aconteciam. Crosby estabelecia que a Qualidade seria alcançada quando a produção conseguisse entregar produtos que atendessem aos padrões estipulados pela administração. Os padrões, por sua vez, deveriam ser definidos de acordo com as necessidades do cliente e procurando aumentar satisfação dele. Conceito de Zero Defeito: Pode até parecer, mas ele não pregava que o produto precisa ser perfeito. Significa na verdade que devemos buscar de todos os indivíduos na organização o comprometimento em satisfazer os requisitos na primeira vez, na primeira tentativa. A alta Direção deve demonstrar seu comprometimento inicialmente, dando o exemplo aos seus colaboradores diretos e indiretos. Deve sempre reafirmar o seu compromisso com a qualidade. “Se os erros não são tolerados na gestão financeira por que não se faz o mesmo na área industrial?” – era a frase que justificava seu conceito ambicioso cuja intenção na verdade era demonstrar que dá para melhorar sempre, há sempre um patamar mais alto para a excelência. Em 1964, o Departamento de Exército Americano (Depto of US Army) concedeu a Crosby a Distinguished Civilian Service Medal, ou Medalha Distinta de Serviço Civil, uma das maiores honrarias das forças armadas americanas que tem como objetivo homenagear trabalhos e operadores civis que tiveram grande impacto no desenvolvimento do país. O prêmio se deu pela formulação de um dos conceitos mais difundidos de Philip Crosby, o Defeito Zero. Para ele, a ausência de defeitos deveria ser o padrão de desempenho dos sistemas de gestão e que o segredo para alcançar essa ambiciosa meta estava na prevenção. Fortemente influenciado pela medicina, Crosby defendia que os defeitos deveriam ser antecipados e evitados, e não contabilizados. Segundo ele, admitir uma margem de erro antecipadamente criava uma profecia autorrealizável, que por si só faria com que os defeitos acontecessem. Fazer certo na primeira vez Outro conceito importante difundido por Crosby consistia em eliminar o retrabalho. Para ele, se houvesse um esforço conjunto dentro da fábrica, todas as pessoas envolvidas nos processos poderiam executar corretamente as tarefas, tendo como saída um produto que não precisaria de correções. Esse conceito também está fortemente ligado ao “Defeito Zero”. Para Crosby, Qualidade era executar corretamente os processos! Evitando que as tarefas precisassem ser realizadas novamente, evitando desperdício de recursos e, assim, eliminando gastos desnecessários. 14 Custo da não qualidade Crosby defendia fortemente que a Qualidade é gratuita, sendo este, inclusive, o tema principal de dois de seus livros. Para ele, os custos envolvidos quando a qualidade não é atingida são muito maiores que os custos gerados pelo SGQ, fazendo com que não investir em qualidade seja muito mais caro do que implantá-la. Crosby defendia que isso ocorre porque sem uma gestão eficiente os níveis de retrabalho e desperdício, por exemplo, são muito mais altos. Ele também acreditava que, sem Qualidade, os processos tornavam-se mais confusos, dificultando a melhoria contínua e reduzindo a produtividade. Os 4 Absolutos de Crosby A prevenção deve ser a principal linha de conduta de todos na empresa. Os custos da qualidade são uma ferramenta para avaliar e atribuir recursos. O padrão “zero defeitos” deve ser a filosofia do trabalho. A conformidade com as especificações deve ser a linguagem comum em relação ao nível de qualidade que se pretende conseguir. Todos os aspectos citados até agora são geralmente resumidos no que ficou conhecido como os 4 Absolutos. Uma síntese das ideias de Crosby que define a visão dele de Gestão da Qualidade. Esses 4 absolutos de Crosby são: • Qualidade significa conformidade com as exigências do cliente; • Desempenho padrão é igual a zero defeitos; • Os resultados da Qualidade vêm da prevenção; • A Qualidade é medida pelo custo da não qualidade. Os seis C’s: Compreensão ou a importância de perceber o que significa Qualidade; Compromisso da alta Direção, começando por definir a política da Qualidade da organização; Competência, que seria o resultado de um plano de formação e um ponto crítico para a implantação do movimento de melhoria da qualidade de forma metódica; Comunicação, para que todos na organização adquiram uma cultura corporativa da qualidade; Correção, baseada na prevenção e no desempenho dos processos e dos indivíduos. Continuação, que enfatiza o processo de melhoria da qualidade como uma “forma de estar” da organização. A definição de Qualidade defendida por Crosby era a de que qualidade significa conformidade com os requisitos. A qualidade deve ser definida em termos quantitativos, numéricos, para auxiliar a organização a agir com base em metas tangíveis. A qualidade deve ser medida regularmente através do custo provocado pelos erros, o Custo da Não-Qualidade. Para ajudar os gestores na avaliação dos custos dos erros desenvolveu a seguinte fórmula: Custo da Qualidade = Preço da Conformidade (POC) + Preço da não conformidade (PONC), onde: POC – refere-se ao custo natural, quando fazemos as coisas certas na primeira vez e PONC – é o custo adicional gerado por cada falha ocorrida, e fornece informações aos gestores sobre os custos perdidos. Também é uma indicação do progresso, pois sua redução evidencia a melhoria de desempenho da organização. Philip Bayard Crosby foi uma das mais importantes personalidades da qualidade. Diferente de muitos outros Gurus da Qualidade, Crosby não era um estudioso da Qualidade, mas um gestor em busca de resultados. E, assim como Frederick Taylor, amparou suas teorias e descobertas na prática e na rotina diária, por meio da observação e da análise de fatos e dados. Crosby faleceu em 2001, deixando um enorme legado para a Qualidade mundial. Ele foi, certamente, uma das figuras que mais colaborou para os níveis de excelência atualmente alcançados pelas organizações. 15 6. Genichi Taguchi Genichi Taguchi foi um engenheiro e estatístico japonês que desenvolveu uma metodologia baseada em estatísticas que permitia melhorar a qualidade dos produtos fabricados para a época. Suas idéias são consideradas revolucionárias na indústria e nos negócios. Taguchi nasceu no Japão em 1924 e morreu em 2012, com 88 anos de idade. Ele desenvolveu seus estudos e carreira noJapão, tornando-se um personagem renomado no mundo dos negócios. Seus métodos são conhecidos em todo o mundo; no entanto, eles não são aplicados na mesma escala. As propostas de Genichi Taguchi encontraram muita relutância em seus primeiros anos no Ocidente. Com o tempo, algumas indústrias se adaptaram à metodologia japonesa, enquanto outras continuam trabalhando sob métodos tradicionais. A influência de seus conceitos no projeto experimental e robusto, bem como a redução de variações e alguns de seus postulados, transcenderam apenas as concepções industriais e de produção para serem aplicadas em áreas estritamente comerciais. Ele foi autor de vários artigos e livros e recebeu muitos prêmios dentro e fora de seu país. Ele era membro das organizações japonesas mais importantes em gerenciamento de qualidade: a Associação Japonesa de Controle de Qualidade e a Associação Japonesa de Normas. Taguchi nasceu em Tokamachi, uma cidade têxtil pertencente à prefeitura de Niigata. É neste local onde o futuro engenheiro cresce durante sua infância. Devido às condições da cidade, a família de Taguchi estava envolvida na fabricação e comercialização de quimonos. Anos mais tarde, essa prática levaria Taguchi a estudar engenharia têxtil na Universidade de Kiryu. Outras fontes afirmam que Genichi Taguchi se formou nesta instituição como engenheiro mecânico. Ao contrário de seus desejos, Taguchi não pôde entrar nos negócios locais de sua família por causa do surgimento da Segunda Guerra Mundial, que levou o jovem engenheiro às fileiras e salas do departamento astronômico pertencente ao Instituto Imperial de Navegação da Marinha Japonesa. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o então engenheiro Taguchi ocupou seu primeiro cargo público: ingressou no Ministério da Riqueza e Saúde Pública liderado por Matosaburo Masuyama, considerado uma eminência estatística. Masuyama incentivou Genichi Taguchi a experimentar estatísticas em certos ambientes industriais. Os trabalhos experimentais de Taguchi durante esses anos avançaram paralelamente à sua colaboração no Instituto de Matemática Estatística. A partir da década de 1950, Taguchi começou a trabalhar em uma das maiores empresas de telecomunicações em seu país, designada para o laboratório de comunicações elétricas. Durante esses anos, as empresas começaram a implementar métodos estatísticos para controle de qualidade; portanto, o engenheiro estudou de perto o potencial desse recurso. Genichi Taguchi passou mais de uma década trabalhando para esta empresa, desenvolvendo métodos que melhorariam a qualidade e a confiabilidade de diferentes produtos. Enquanto isso acontecia, sua empresa enfrentou uma clara rivalidade com a empresa American Bell Labs, uma vez que ambos estavam em uma corrida tecnológica visando desenvolver as melhores tecnologias para controle de qualidade. 16 Durante essa década, Taguchi trabalhou em conjunto com empresas e instituições asiáticas, bem como com indivíduos de origem norte-americana e europeia. Obteve seu doutorado em ciências estatísticas e matemáticas em 1962. Taguchi deixou seu trabalho no laboratório e dedicou-se a viajar, visitando universidades como Princeton e trabalhando como consultor para empresas em crescimento vertiginoso, como Xerox, Boeing, Ford Motors, entre outras. Na América do Norte, Taguchi colaborou com pessoas cujas empresas eram anteriormente rivais; isso permitiu fortalecer os laços culturais e de conhecimento. Genichi Taguchi fundou sua própria agência de consultoria privada, dirigida desde 1982. Ele também se dedicou ao ensino, sendo professor nas universidades japonesas. Contribuições mais relevantes de Genichi Taguchi As principais contribuições de Taguchi giraram em torno das estatísticas aplicadas aos processos industriais de controle e gestão da qualidade, além de medidas que influenciaram os mecanismos administrativos das empresas japonesas e ocidentais. O compêndio de contribuições desenvolvidas e implementadas por Genichi Taguchi é conhecido como os “Métodos de Taguchi”. 1. A função de perda Taguchi costumava abordar os processos de produção e o nível de qualidade de um produto através de suas etapas, a fim de ter uma melhor percepção do produto e seus efeitos no consumidor. Os japoneses desenvolveram um esquema descritivo principalmente gráfico, através do qual atribuiu à perda um valor influente para o restante das etapas de produção. Com isso, Taguchi conseguiu tornar visível um fenômeno capaz de afetar a qualidade dos produtos, que responde a certas condições que podem ser superadas por empresas e trabalhadores. Taguchi conseguiu determinar a qualidade de um produto com base nas perdas que geraria para a sociedade ao longo de sua vida útil. Para um melhor entendimento, Taguchi valorizou esse grau de perda nos valores numéricos e monetários, o que deu à empresa uma melhor idéia de seus níveis de produção e nível de qualidade. O valor da perda implementado por Taguchi nunca é apresentado como um fenômeno repentino que afetará definitivamente a qualidade final de um produto. Sua expressão está em valores adequados para os diferentes níveis hierárquicos de uma cadeia de produção, o que permite que gerentes e trabalhadores conheçam o valor da perda de produtos conhecidos. Através da função de perda, Taguchi defende a variabilidade da produção. Deixa de lado o cumprimento mecânico de certas especificações e se concentra no valor objetivo do produto final. 2. Controle de Qualidade Off-line Sob esse nome, Taguchi desenvolveu uma série de técnicas que protegiam o processo de produção e, assim, minimizavam as variações que poderiam resultar em uma diminuição na qualidade do produto final. Para todos esses processos, Taguchi desenvolveu e aplicou tabelas estatísticas. O estatístico concebeu que a garantia de um produto acabado de qualidade está nos estágios de design e fabricação do próprio produto. Ele então desenvolveu uma série de componentes que gerariam melhor desempenho produtivo: projeto do sistema, identificação de parâmetros e determinação de tolerância. 17 – Projeto do Sistema O design do sistema consiste simplesmente na concepção de um produto com a capacidade de atender às necessidades do usuário; funcional, estável e com o maior valor possível pelo preço esperado de mercado. Nesta etapa, são aplicados métodos que determinam as necessidades do consumidor, que são transformados em valores técnicos para sua aplicação sistemática. – Identificação de parâmetros O componente de identificação de parâmetros é responsável por abordar todas as variáveis envolvidas no processo, capazes de influenciar o produto final, e são estabelecidos os níveis ou parâmetros que permitirão controlar a manifestação dessas variáveis. Para isso, Taguchi usou desenhos estatísticos experimentais, com os quais ele já havia trabalhado grande parte de sua vida. – Determinação da Tolerância A determinação da tolerância é, como o nome indica, a avaliação dos fatores capazes de afetar as variações do produto e os níveis de tolerância que ele terá nas condições estabelecidas para sua produção. Nem todas as variáveis são trabalhadas, mas apenas aquelas que fornecerão maior eficiência em termos de nível de qualidade do produto sob certas condições. Taguchi conseguiu isolar com sucesso as variáveis mais importantes durante cada estágio, trabalhando apenas com as mais importantes. 3. Inovação em Desenho Experimental Taguchi, que sempre trabalha com estatística e funções experimentais, passou a desenvolver certos postulados para a aplicação de experimentos industriais nas áreas de produção, estabelecendo algumas razões para justificar seu uso e maximizar seus efeitos. Alguns desses postulados estão relacionados à determinação de parâmetros de design para reduzir ao mínimo a interrupção do desempenho, reduzir o custo sem afetar a qualidade, identificar a influência dodesempenho no valor e determinar as características do produto e a identificação de seus níveis de desempenho. tolerância Conceito de qualidade de Genichi Taguchi Genichi Taguchi lidou com uma filosofia de qualidade em torno de certos princípios que cobriam, como mencionado anteriormente, todo o processo de produção até a chegada do produto nas mãos do consumidor final. Além do que foi gerado através da função de perda, Taguchi advogou a melhoria contínua da qualidade de um produto, reduzindo os custos de produção. Os japoneses consideraram que era a única maneira pela qual uma empresa poderia sobreviver em um ambiente econômico competitivo. Taguchi sempre abordou suas percepções e processos quantitativos como um todo; Portanto, a qualidade e o custo de um produto são sempre acompanhados por todos os processos anteriores aos quais foi submetido durante sua produção, juntamente com o desempenho que tem quando está nas mãos do consumidor. A melhoria contínua da qualidade na fabricação de um produto deve ser, para Taguchi, uma filosofia interna de grande importância no campo comercial. A negligência de uma única marcha é suficiente para diminuir a qualidade de um produto. 18 7. Kaoru Ishiwawa O japonês Kaoru Ishikawa é conhecido principalmente pela criação do Diagrama de Causa e Efeito e pelo famoso esquema “Espinha de Peixe”, muito usado por todos que trabalham não somente com Qualidade, mas em diversos outros ambientes, inclusive médico-hospitalar. Ishikawa nasceu em Tóquio, Japão, no ano de 1915 em uma família de oito filhos. Seu pai era um industrial importante, de quem herdou seu amor pelas organizações. Desde tenra idade, Ishikawa teve contato com a indústria, graças ao trabalho realizado por seu pai, e tornou-se químico, engenheiro e administrador de empresas, obtendo um doutorado nessa última área. Em 1939, aos 24 anos, obteve o diploma de engenheiro na Universidade Imperial de Tóquio e, posteriormente, trabalhou em uma empresa naval e em uma grande empresa petrolífera japonesa, onde obteve uma prática importante no conhecimento das relações de trabalho e nas motivações de trabalhadores. Ele estudou administração de empresas e oito anos depois se tornou professor titular da mesma universidade. Em seu desejo de investigar métodos estatísticos, ele recebeu um convite para participar de um grupo de estudos sobre qualidade nas organizações. Esse convite marcou o resto de sua vida, pois a partir dessa experiência, ele se tornou um especialista e trouxe à humanidade um grande conhecimento sobre o sucesso nas empresas No ano de 1941, ele iniciou sua carreira no setor de Qualidade na Companhia de Combustível Líquido Nissan, onde permaneceu durante a guerra. Em 1960, ele fazia parte da Organização Internacional de Normalização (ISO), responsável pela emissão de regulamentos sobre produtos e processos nas empresas. Sete anos depois, ele foi nomeado presidente da delegação da ISO no Japão, posição em que continuou com o trabalho de resgatar e fortalecer as empresas afetadas após a Segunda Guerra Mundial. Em 1978, Ishikawa tornou-se presidente do Instituto de Tecnologia de Musashi. Era membro da União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE) e foi um dos principais expoentes da Qualidade no Japão. Tamanha sua importância, em 1993 a ASQ (American Society for Quality), maior autoridade mundial em Qualidade, criou em sua homenagem a Medalha de Ishikawa. O prêmio é concedido anualmente para uma pessoa ou equipe que tenha desempenhado uma liderança excepcional na melhoria dos aspectos humanos da qualidade. Ishikawa também era membro honorário da ASQ e é considerado por muitos um dos três nomes mais importantes da Qualidade Mundial, junto com Deming e Juran. No campo das organizações, Ishikawa é reconhecido principalmente pela invenção do modelo de causa-efeito ou espinha de peixe, que busca solucionar os problemas detectados. Como Ishikawa contribuiu para Qualidade? Seria impossível listar todas as contribuições dele para com a indústria e a Qualidade. Entretanto, podemos reunir aqui os aspectos mais importantes da carreira do Mestre Ishikawa. 19 Círculos de Qualidade Umas das primeiras contribuições de Kaoru Ishikawa para a Qualidade foi disseminação do Círculo de Qualidade, conceito criado por ele em conjunto com outros membros da JUSE. Os Círculos de Qualidade consistiam basicamente na reunião de um grupo de colaboradores de um mesmo setor para discutirem maneiras de melhorar a Qualidade ou de resolver problemas do SGQ. Mais tarde, o conceito adquiriria o nome de Círculo de Controle de Qualidade (CCQ). Diagrama de Causa e Efeito Uma das sete ferramentas da Qualidade mais utilizadas e, igualmente, uma das mais famosas, o Diagrama de causa e efeito (também chamado de Diagrama de Ishikawa, Diagrama Espinha de peixe ou Diagrama dos 6M é a contribuição mais conhecida de Ishikawa para a Qualidade. Uma vez identificadas e com a ajuda de um grupo de membros da organização, as causas e seus possíveis efeitos são identificados, com base em um esquema conhecido como espinha de peixe, pela forma do gráfico proposto. Sua repercussão se deve, principalmente, ao fato de que a ferramenta foi desenvolvida de forma que qualquer um pudesse utilizá-la, dispensando assim a obrigatoriedade de um especialista. Isso fez com que colaboradores comuns, do chão de fábrica, pudessem atuar melhor na Qualidade das empresas. Outro fator importante é que o diagrama é bastante versátil, podendo ser utilizado para promover a melhoria dos processos, para resolver problemas, encontrar as causas raízes e, de certa forma, até mesmo para analisar os processos. Organização e Divulgação das Ferramentas da Qualidade Embora já fossem conhecidas e até mesmo utilizadas anteriormente, Ishikawa reuniu as ferramentas que mais se adequavam a realidade das empresas, criando um conjunto que, segundo ele, poderia resolver até 95% dos problemas existentes. Seguindo o mesmo princípio utilizado na criação do seu Diagrama de Causa e Efeito, Ishikawa se preocupou em indicar ferramentas que pudessem ser utilizadas por qualquer trabalhador, preocupando-se com a aplicação real dos métodos e com os resultados da Qualidade. Com isso, ele propiciou o aperfeiçoamento do Controle de Qualidade nas empresas. Esse conjunto de técnicas por ele reunidas, ficou conhecido como As 7 ferramentas da Qualidade e são amplamente utilizadas até hoje. Revolução do Pensamento Apesar de comumente se voltar à prática e trabalhar para que as ações fossem o foco das atenções, a maior contribuição de Kaoru Ishikawa se deve a disseminação da Filosofia da Qualidade. Acredito que, hoje, atribuímos à essa filosofia o nome de Cultura da Qualidade. Ele mesmo procurou difundir o que chamava de “Revolução do Pensamento”, um conjunto de ideais que, se implantadas, revitalizariam a indústria. Antes de Ishikawa, a Qualidade japonesa se resumia a aplicar técnicas americanas, o que por si só já era um grande avanço devido as condições do país no pós-guerra. Entretanto, com a nova Cultura da Qualidade, o Japão alcançou patamares de Qualidade até mesmo superiores aos dos americanos, disputando de igual para igual no mercado internacional. 20 Como presidente do comitê japonês da Conferência Nacional de Controle de Qualidade, Ishikawa lutou para conscientizar as pessoas e organizações quanto a importância da Qualidade para o desenvolvimento da economia. Diversos teóricos apontam que a maior contribuição de Ishikawa foi seu papel fundamental no desenvolvimento da Qualidade no Japão. A Filosofia de Ishikawa sobre Qualidade Ishikawa era um crítico do modelo ocidental: considerava que o trabalhador era tratado sem dignidade humana. Em vez disso, ele era a favor de alcançar o compromisso dos trabalhadores de tratá-los como pessoas, segundo ele, um trabalhador cujos direitos são reconhecidos e sua capacidade de trabalhotem maior interesse em melhorar a qualidade e a produção. Ele chamou a atenção para a necessidade de entender a qualidade em uma organização como um compromisso constante com a educação. Para Ishikawa, a qualidade começa e termina na educação. Ele também chamou a atenção para o reconhecimento de pessoas interessadas nos produtos ou serviços oferecidos por uma organização; Ele enfatizou a importância de reconhecê-los como sujeitos com necessidades. Para Ishikawa, ficou clara a importância da participação de todos os membros de uma organização no desenvolvimento desta. Ele garantiu que a qualidade era da conta de todos e que deveria ser motivada e atendida principalmente pelos gerentes. Princípios principais da qualidade Ao longo de sua vida, Ishikawa ficou obcecado em obter qualidade nas organizações. Portanto, em seus estudos, ele desenvolveu alguns princípios básicos. Ele afirmou que sempre se deve considerar que o homem é um bom ser e, por esse motivo, seu trabalho deve ser confiável. Para Ishikawa, um trabalhador compromete seu bem-estar, o que indica que ele está interessado em desempenhar suas funções da melhor maneira possível. De uma abordagem de qualidade, os gerentes da empresa devem ser capazes de reconhecer esse interesse dos trabalhadores. Ishikawa pensou que toda atividade comercial deveria ser direcionada a indivíduos que precisavam de certos produtos ou serviços, e é por isso que era importante conhecê-los. Ele considerou que a participação e o trabalho em equipe, através de círculos de qualidade, deveriam estar presentes em todos os níveis da organização. Ele também identificou o marketing como o centro de qualquer organização, entendido como a disposição correta de produtos e serviços para as partes interessadas. Ele acreditava firmemente que trabalhar pela qualidade favorecia a melhoria contínua. Para isso, foi necessário monitorar cada um dos processos realizados em uma organização. A mais conhecida contribuição de Kaoru Ishikawa para as organizações foi com certeza a criação do Diagrama de Ishikawa, ferramenta que por si só já poderia marcar seu nome na história, pois ajuda diariamente milhões de profissionais a melhorar a Qualidade em suas empresas. Seu legado, porém, vai muito além dessa ferramenta! Ishikawa ajudou a elevar não só a Filosofia da Qualidade no Japão, mas também no mundo todo. Além disso, auxiliou na reconstrução do seu país, ajudando a transformá-lo em uma das maiores potências mundiais. Ishikawa morreu em 1989. Na vida, ele recebeu inúmeros prêmios por suas contribuições à administração de empresas e também por seu trabalho de ensino e pesquisa. 21 8. Willian Edwards Deming Nascido em 1900, Deming talvez seja o mais famoso dos Gurus da Qualidade. Grande parte dessa fama se deve a sua importante contribuição na reconstrução do Japão pós 2ª guerra. Lá, entre os altos executivos, começou a aplicar seus testes de qualidade, métodos estatísticos e análises de variantes em empresas, sendo reconhecido até hoje como o estrangeiro que mais contribuiu com a indústria e economia japonesa. Deming, inclusive, é considerado um dos agentes diretos do sucesso de produção do país. Além disso, Deming foi responsável pela difusão do PDCA, que veio a se tornar uma das ferramentas mais utilizadas no mundo para promoção de uma melhoria contínua. Outra contribuição importante foi a proposição de diversos princípios de gestão que, até hoje, podem ser considerados importantes diretrizes organizacionais, servindo de referência para inúmeros outros estudos. Nascido em 14 de out de 1900 em Sioux City (USA), Deming se graduou em engenharia e em matemática pela Universidade de Wyoming em 1922. Após isso, foi para a escola de Minas do Colorado, realizando assim seu mestrado em Matemática e Física. Com o doutorado terminado em 1928 em Yale, foi atuar no governo dos EUA, no departamento de agricultura (USDA), onde trabalhou como Físico Matemático no Laboratório de Pesquisas de Fixação do Nitrogênio. No período em que esteve diante do departamento, realizou 38 publicações sobre estatística. Entre as décadas de 30 e 50, trabalhou como professor especial do Departamento Nacional de Padronização; foi professor de estatística e matemática; atuou também como chefe do Departamento de Matemática e Estatística da escola de Pós-Graduação do USDA; e em 1943 realizou a publicação do seu livro “Ajustamento Estatístico dos Dados”. Também durante esse período, estudou Teoria Estatística na Universidade de Londres, e logo após publicou o livro “Palestras e Conferências em Estatística Matemática”. Qual a contribuição de Deming para a Qualidade? Buscando sempre uma melhoria significativa de processos nos EUA, durante o período da segunda guerra mundial, e posteriormente a ela, após 1950, Deming recebeu da JUSE (Japan Union of Scientists and Engineers) o convite para realizar palestras e conferências aos empresários japoneses, levando-os a realizar os métodos propostos por Deming para controle da qualidade e princípios da administração. Essa mudança na visão e métodos pelos empresários japoneses fez com que a indústria japonesa começasse a liderar vários mercados em que concorria, dentre eles o automobilístico e tecnológico. Tendo sucesso na implementação e implantação dessa nova visão, muitos especialistas consideram essa mudança de paradigma japonês como o marco zero da história da qualidade no Japão. Com esse sucesso, o Japão criou em 1951 o Prêmio Nacional da Qualidade, Prêmio Deming, em sua homenagem. 22 Difusão do Ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Action) O PDCA é uma ferramenta da Qualidade utilizada no controle de processos. Muitos acreditam que foi uma criação de Deming, mas ao contrário do que pensam, esse ciclo foi criado por Walter A. Shewart na década de 20. Anteriormente, era conhecido como PDS (Plan – Do – See). Deming foi o responsável por uma melhora significativa no processo, que levou sua expansão para o Japão, e para uma melhor compreensão dos japoneses, mudanças foram necessárias, pois interpretavam o verbo “See” como uma atitude passiva de apenas ficar na expectativa. Deming conseguiu explicar de maneira adequada a interpretação do método, não sendo apenas ver ou revisar, e sim realizar alguma ação, “Take Action” em inglês. Com isso, foi adicionado o verbo “Action” ao modelo, retirando o verbo take. Assim o ciclo passou de “Plan – Do – See” para “Plan – Do – Check – Action’’, que a posteriori de sua melhoria e difusão ficou conhecido como “Ciclo Deming”, por todos que o utilizavam. O Ciclo de Melhoria Contínua PCDA A qualidade é definida de acordo com as exigências e as necessidades do consumidor. Como estas estão em permanente mudança, as especificações da qualidade devem ser alteradas frequentemente. No entanto, Deming, considerou não ser suficiente cumprir apenas as especificações. É preciso utilizar instrumentos de controle estatístico da qualidade em vez da mera inspeção dos produtos. Ele recomenda, igualmente, a seleção criteriosa dos fornecedores que trabalham para a empresa. Deming criticou o sistema empresarial norte-americano por não adotar a participação dos trabalhadores no processo de decisão. Argumentava que os gestores eram responsáveis pela maior parte dos problemas da qualidade, e que seu principal papel era o de remover as barreiras que impediam a realização de um bom trabalho. Os ensinamentos de Deming impressionaram os industriais japoneses e tiveram grande impacto na produtividade e na competitividade do Japão no período pós-guerra. As 7 doenças organizacionais Em sua obra “Saia da Crise” (Out of the Crisis) de 1986, Deming propõe 7 pontos (ou 7 enfermidades mortais) que pode sofrer a gerência de uma organização. Essas enfermidades se opõem justamente às três crenças que ele prega: à melhoria contínua, à constância de propósito e ao conhecimento organizacional. As 7 enfermidadesorganizacionais são: • Falta de constância nos propósitos; • Ênfase nos ganhos de curto prazo; • Avaliação de Desempenho, classificação por mérito; • Rotatividade dos executivos; • Gestão da empresa baseado somente em cifra e números; • Custos médicos excessivos; • Custo excessivo de garantias. 23 As 3 crenças de William Edwards Deming Existem três crenças difundidas por Deming na gestão organizacional, são elas: Constância de Finalidade; Melhoria Constante; Conhecimento Profundo, cujas diretrizes são traduzidas em seus quatorze princípios para a qualidade: • Crie constância de propósito; • Adote a nova filosofia – vivemos em uma nova era econômica; • Não dependa da inspeção para atingir a Qualidade; • Pare de aprovar orçamentos com base nos preços; • Aperfeiçoe constante e continuamente os processos da empresa (melhoria contínua); • Institua treinamento no local de trabalho; • Adote e estabeleça lideranças; • Elimine o Medo; • Quebre as barreiras entre os departamentos; • Elimine slogans, exortações e metas da força de trabalho; • Elimine quotas (padrões de trabalho) e metas numéricas; • Remova as barreiras que roubam das pessoas o direito de orgulhar-se de seu trabalho; • Estabeleça um programa rigoroso de educação e autoaprimoramento; • Coloque a empresa toda para trabalhar pela transformação. O enfoque de Deming para a qualidade é principalmente voltado para a Estatística, focalizando os problemas de variabilidade e suas causas. Sendo esta variabilidade entendida como a diferença, mesmo que mínima encontrada na medição de vários objetos do mesmo tipo, produzidos pelo mesmo processo. A ênfase de que a qualidade para ser produzida deve ser medida fornece bases objetivas de sua análise desde os projetos de produtos ou serviços. Paralelamente a abordagem sistêmica, destacamos que para Deming o produto, o cliente e atividades de pós- vendas são os elementos relevantes no projeto de qualidade de produtos e serviços, sendo que o ciclo do PDCA: Trabalha nas mudanças necessárias em função dos dados atuais; Faz as mudanças implementando um projeto piloto; Avalia os efeitos e recolhe os resultados; Estuda os resultados e elabora conclusões; e seguindo o ciclo, confirma as mudanças ou planeja novamente, sempre retroalimentando o ciclo Técnicas estatísticas, notadamente gráficos de controle de processo, são propostos por permitirem a distinção entre “causas especiais e comuns”, sendo as primeiras atribuídas a indivíduos ou máquinas, e as outras de responsabilidade gerencial, como falha das matérias-primas que tomam parte em várias operações. A Estatística confere o rigor da análise necessária à solução de problemas da qualidade. Entendemos como paralelo de suas contribuições com a abordagem sistêmica das organizações o conceito, segundo Deming, que a Qualidade de um produto ou serviço apenas pode ser definida pelo cliente. A Qualidade é, assim, um termo relativo que vai mudando de significado à medida que as necessidades dos clientes evoluem. Graças ao empenho de William Edwards Deming, houve diversas melhorias nos processos da qualidade no mundo todo nas últimas décadas. Ele ajudou a tornar as empresas que vivenciam sua filosofia mais competitivas, buscando a melhoria constante e a visão de longo prazo. Tamanha foi sua contribuição, que até hoje ele é um dos nomes mais lembrados quando ao assunto é qualidade, excelência e gestão. Além disso, deixou diversas contribuições ao redor do mundo, vale lembrar que existe, inclusive, uma fundação chamada The W. Edwards Deming Institute, que busca enriquecer a sociedade por meio da filosofia de Deming.
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