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C.N Odontologia ANESTESIOLOGIA Eficaz em: dentes da maxila (todos) e incisivos da mandíbula. Ineficaz em: ossos densos (ou seja, maior parte da mandíbula). Indicada para: procedimentos dentários que se restrinjam a uma pequena área não -inflamada. Vantagens: tecnicamente fácil e atraumático. Desvantagens: não funciona para grandes áreas e nem em regiões sob inflamação. Agulha: curta. Região de punção: fundo de sulco. Técnica: com o dedo polegar e indicador, pega-se o lábio, seja ele inferior ou superior, tencionando-o de maneira que a região do tecido a ser puncionada (fundo de sulco) fique estirada, tensa. Com uma agulha curta, paralelamente ao longo eixo do dente em questão, traciona-se o tecido contra a agulha, depositando, lentamente, de forma gotejante, a solução anestésica e introduzindo cada vez mais a agulha até o nível do ápice do dente. O bisel da agulha deverá ficar voltado para o osso. ANESTESIAS MAXILARES Eficaz em: controlar dor palatina e canino-a-canino superiores. Ineficaz em: áreas posteriores aos caninos superiores; obviamente ineficaz na arcada inferior. Indicada para: restaurações subgengivais em elementos: 11, 12, 13, 21, 22, 23. E também, procedimentos cirúrgicos e periodontais na região anterior do palato duro. Contraindicada: se área-alvo estiver inflamada; se a área que irá ser “mexida” não for tão extensa. Vantagens: pequena quantidade de anestésico anestesia grande área do palato, reduzindo a necessidade de várias punções. Desvantagens: dolorosa. Agulha: curta. Região de punção: lateralmente à papila incisiva. Técnica: introduz-se a agulha curta lateralmente à papila incisiva, de forma que a mesma penetre no forame palatino, liberando pequena quantidade de anestésico (0,1 a 0,5ml), pois a mucosa é fibrosa e muito aderida ao osso, podendo causar dor. Cuidados: não exagerar no volume injetado caso o anestésico tenha vasoconstritores, senão corre o risco de gerar necrose na região. Indicada para: restaurações subgengivais em 1 ou mais dentes posteriores superiores; procedimentos cirúrgicos ou periodontais envolvendo os tecidos moles e duros na região posterior do palato até a região de caninos e medialmente até a linha média. Contraindicada para: áreas de tratamento pequenas, áreas inflamadas. Vantagens: os tecidos são menos fibrosos e acomodam melhor o anestésico, pequeno volume de anestésico tem grande eficácia; Desvantagens: dolorosa (mas não tanto quanto o Bloqueio do Nasopalatino). Agulha: curta. Região de punção: forame palatino maior. Técnica: com a seringa paralela à maxila e apoiada entre os pré-molares superiores do lado oposto, introduz-se lentamente 5mm da agulha curta, a aproximadamente 10mm do rebordo alveolar na altura do 2º molar superior, onde se localiza o forame palatino maior, depositando o anestésico em pequena quantidade (0,4 a 0,6ml), vagarosamente, de forma que se possa observar isquemia na região. Variações: em crianças que possuem o 2º molar superior (decíduo) irrompido, o forame palatino maior situa-se no nível deste dente. Cuidados: não exagerar no volume injetado caso o anestésico tenha vasoconstritores, senão corre o risco de gerar necrose na região. Eficaz em: polpas dos molares superiores (exceto a raiz mésio-vestibular do 1º molar e osso alveolar correspondente). Tecido periodontal vestibular e osso acima dos molares superiores. Ineficaz em: área anteriores ao 1º molar superior e a raiz mésio-vestibular do mesmo. Indicada para: tratamento dentário envolvendo dois ou mais molares superiores; cenários onde a injeção supraperiosteal é contra-indicada ou ineficaz (ex: inflamação local). Contraindicada para: cenários em que o risco de hemorragia é muito alto, como no paciente hemofílico. Vantagens: êxito em >90% das vezes; atraumático se técnica for bem feita. Desvantagens: se o objetivo for anestesiar o 1º molar superior, recomenda-se fazer uma complementação com anestesia supraperiosteal (pois a raiz mésio- vestibular deste dente não é inervada pelo Nervo Alv. Sup. Post.). Há risco de hematoma. Não há muitas referências para usar como base para saber se a profundidade está adequada ou não (tem que estar acostumado ou ir no olhômetro). Agulha: longa. Região de punção: +/- túber da maxila. Técnica: pede-se que o paciente não abra tanto a boca, evitando, desta forma, que o processo coronóide seja deslocado anteriormente, o que pode dificultar o acesso ao local da punção. Afasta -se a bochecha com o dedo indicador e introduz-se a agulha longa na região distal do 2º molar superior, direcionando-a para cima, para dentro e para trás cerca de 20mm de profundidade. O conjunto seringa -agulha forma um ângulo de 45° em relação ao plano sagital mediano, com o plano oclusal do paciente e com o 2º molar superior. O bisel da agulha deve estar sempre voltado para o osso. Cuidados: usar seringas que fazem refluxo, ou então manualmente fazer o refluxo, pois na região há plexos venosos e não é bom jogar anestésico intravascularmente por acidente. Também pode ocorrer do músculo pterigoideo lateral ser atingido, levando a dor e trismo. Variações anatômicas: o túber da maxila fica em locais distintos de acordo com a idade do paciente; em crianças de até 10 anos, fica na distal do 1º molar; em jovens de até 15 anos, fica na distal do 2º molar; em adultos, distalmente ao 3º molar. Eficaz em: polpas do incisivo central até o canino do mesmo lado injetado, pré- molares e raiz mésio-vestibular do 1º molar superior, além do tecido periodontal e osso alveolar correspondente. Ademais, anestesia-se a pálpebra inferior, asa lateral do nariz e lábio superior. Ineficaz em: dentes localizados posteriormente ao 1º molar superior, e também é ineficaz nas demais raízes do 1º molar superior (com exceção da mésio-vestibular). Nervos anestesiados: alveolar superior anterior e médio, palpebral inferior, nasal lateral, labial superior. Indicada para: quando as injeções supraperiosteais são ineficazes devido a osso cortical denso; quando há presença de inflamação. Contraindicada para: pequenas áreas de tratamento; quando se deseja hemostasia da região a ser tratada. Vantagens: técnica simples e comparativamente segura, frente a baixo número de punções necessárias e menos volume de anestésico. Desvantagens: há nervosismo psicológico (infundado) por parte do paciente e operador por medo de “danificar o olho”. Limites podem ser difíceis de serem encontrados. Agulha: pode ser longa ou curta. Região de punção: punção é no fundo de sulco na proximidades do 1º pré-molar superior. Técnica: para a realização desta técnica, deve-se observar o centro da pupila, rebordo infra-orbitário e longo-eixo do 1º pré-molar superior. Afasta-se o lábio com os dedos polegar e indicador de modo que o indicador palpe a região do forame infra-orbitário, que fica situado aproximadamente 5mm abaixo do rebordo infra- orbitário. Após localizar o forame com a palpação, introduz-se a agulha (longa ou curta) no fundo de sulco a aproximadamente 5mm de distância do rebordo alveolar e punciona-se lentamente até alcançar a região próxima ao forame infra-orbitário. Após a punção, deposita- se vagarosamente a solução anestésica, sendo que o maior volume depositado é no momento em que a agulha está próxima ao forame orbitário. Variações anatômicas: para edêntulos, deve simplesmente estimar a localização do 1º pré-molar superior para tomar como base. Erro comum: fazer a punção de forma paralela à maxila (o que está correto), mas muito renteà maxila. Tem que seguir a regra dos 5mm de distância do rebordo alveolar na hora da punção, senão a agulha esbarrará no osso ao longo do caminho e não alcançará o forame infra-orbitário. ANESTESIAS MANDIBULARES Sobre: é a técnica mais empregada e a mais importante na Odontologia; Eficaz em: dentes mandibulares do lado que foi anestesiado, até a linha média. Gengiva vestibular entre 2º pré-molar e incisivo central (mesmo quadrante). Dois terços anteriores da língua. Gengiva vestibular dos molares. Assoalho bucal. Gengiva lingual até a linha média. Ineficaz em: não funciona no quadrante oposto da mandíbula, obviamente. Nervos anestesiados: alveolar inferior, lingual, bucal, mentoniano, incisivo. Indicada para: procedimentos em vários dentes mandibulares do mesmo quadrante. Quando faz-se necessária anestesia da língua. Quando há necessidade de anestesia da gengiva vestibular dos dentes inferiores de pré-molares até a linha média e da gengiva vestibular dos molares da arcada a sofrer intervenção. Contraindicada para: contraindica-se que se faça esta técnica de maneira bilateral; cenário de inflamações ou infecções agudas na região; cenário em que o dente a sofrer intervenção seja meramente um dente incisivo da mandíbula (nesse caso, injeção supraperiosteal dá conta do recado); pacientes que poderão se auto- mutilar caso estejam anestesiados (crianças, pacientes especiais). Vantagens: apenas uma injeção anestesia uma ampla área. Desvantagens: 15 a 20% de índice de fracasso, mesmo quando realizada adequadamente; requer injeção supraperiosteal extra nos incisivos inferiores; limites intrabucais não-seguros. Alternativas: bloqueio do Nervo Bucal, do Nervo Mentoniano; injeção supraperiosteal (na mandíbula, só funciona em incisivos e, se muito, caninos); injeção intra-septal para tecidos moles e ósseos. Técnica: pode ser indireta ou direta. Agulha: longa. Região de punção: arredores do trígono retromolar. Técnica Indireta: deve-se, primeiramente, localizar, por meio de palpação com o dedo indicador, a borda anterior do ramo ascendente e a linha oblíqua externa. Percorrendo essa superfície de cima para baixo, localiza-se o ponto de maior depressão. O dedo indicador deve ficar posicionado de tal forma que sua unha fique voltada para o plano sagital mediano do paciente. A metade da altura da unha corresponde a, aproximadamente, 1cm da superfície oclusal dos molares inferiores, correspondendo ao trígono retromolar. Este é o ponto de eleição para a punção. Feita a punção, a agulha longa deve penetrar paralelamente ao plano oclusal dos molares inferiores, aproximadamente, 0,5 a 1,0cm, e injetar vagarosamente solução anestésica, bloqueando, assim, o nervo bucal e, posteriormente, o lingual. Após isso, muda-se a posição da agulha tracionando-a, sem removê-la do tecido, girando a seringa carpule até os pré-molares do lado contra-lateral, e, então, introduz- se a agulha até tocar o osso. Caso isso ocorra, recua-se 1mm e deposita-se o anestésico, bloqueando o nervo alveolar inferior. Variações anatômicas: à medida que o ângulo mandibular vai se tornando mais obtuso, mais inferiormente estará situado o forame mandibular, o que ocorre com paciente edêntulo e crianças; dessa forma, o ponto de penetração da agulha deverá ser mais baixo que o normal. Quando o tendão do músculo temporal encontra-se hipertrofiado, no caso de pacientes com musculatura mastigatória desenvolvida, a técnica exige mais do operador pois os pontos de reparo são pouco perceptíveis e palpáveis. Técnica direta: A seringa Carpule com agulha longa é colocada na região de pré- molares do lado oposto a ser anestesiado, realizando-se a punção na região pterigomandibular do ramo ascendente da mandíbula. Nessa posição, aprofunda-se a agulha depositando anestésico, que causará insensibilização do nervo lingual. Aprofundando-se a agulha, esta tocará o osso, recua-se 1mm e deposita-se lentamente o anestésico que atingirá o nervo alveolar inferior. Para anestesia do nervo bucal, tracionam-se os tecidos moles lateralmente, introduz-se a agulha no fundo de sulco vestibular na direção do 1º ao 3º molar inferior, e deposita -se o anestésico lentamente, em uma quantidade aproximada de 0,6ml. Sobre: esta técnica deve ser realizada para complementar o bloqueio do Nervo Alveolar Inferior, quando da utilização da técnica direta e há necessidade de intervenção na gengiva vestibular dos molares inferiores. Nervo anestesiado: nervo bucal (ramo anterior do mandibular). Eficaz em: tecidos moles e periósteo vestibular da região dos molares mandibulares e bochecha. Indicada para: complementar o bloqueio do Nervo Alveolar Inferior. Contraindicada para: presença de inflamação ou infecção na área a ser anestesiada. Vantagens: elevada taxa de sucesso, devido ao fácil acesso. Tecnicamente, de fácil execução. Desvantagens: pode ser desconfortável se a agulha tocar o periósteo. Agulha: longa ou curta. Região de punção: fundo de sulco próximo ao 1º molar inf., adentrando em direção ao 3º molar inf. Técnica: Primeiramente, deve-se afastar a mucosa jugal, com o dedo indicador, do lado a ser realizada a técnica. A seguir, introduz-se a agulha (longa ou curta), no fundo do sulco vestibular na altura do 1º molar inferior, do lado a ser anestesiado, em direção ao 3º molar inferior, depositando, aproximadamente, um terço do tubete anestésico. Sobre: não é usada com frequência, pois é utilizada, principalmente, para intervenções como biópsias e curetagem na gengiva de incisivos, caninos e pré-molares inferiores. Nervos anestesiados: nervo mentoniano e nervo incisivo, os quais são ramos terminais do nervo alveolar inferior. Eficaz em: mucosa vestibular da região de pré-molares inferiores à linha média. Lábio inferior (pele inclusive). Osso alveolar; dentes de pré-molares a incisivo central. Ineficaz em: mucosa do lado lingual da região. Indicada para: biópsia, curetagem na gengiva dos dentes anestesiados. Contraindicada para: inflamação ou infecção na área. Vantagens: alta taxa de sucesso devido ao fácil acesso; fácil de executar; atraumático. Desvantagens: possível desenvolvimento de hematoma; não anestesia a mucosa lingual da região. Agulha: curta. Região de punção: forames mentonianos. Técnica: faz-se uma palpação com o dedo indicador e polegar entre os pré-molares inferiores, a fim de localizar um ponto de maior depressão, pressão ou sensibilidade, o qual indica a saída do nervo. Tendo localizado este ponto, a introdução da agulha curta deve ser de trás para frente, de cima para baixo e de fora para dentro formando um ângulo de 45° entre a agulha e a face vestibular da mandíbula. Variação anatômica: o forame mentoniano pode estar localizado sobre o próprio rebordo alveolar em pacientes edêntulos. Sobre: Promove anestesia sensitiva em praticamente toda a distribuição do nervo mandibular, bloqueando os nervos Alveolar Inferior, Lingual, Bucal, Milo -hioide, Mentoniano, Incisivo e Auriculotemporal, utilizando pontos de demarcação extrabucais com a finalidade de direcionar a agulha. Pontos de demarcação: pontos inter-tragus da orelha e comissura labial. Técnica: paciente deve ficar com a boca aberta ao máximo, pois assim o côndilo assumirá uma posição mais anterior, ficando em contato com o tronco nervoso do nervo Alveolar Inferior. É traçado agora um plano imaginário passando pelos pontos extrabucais. Com uma agulha longa, posiciona-se a seringa no nível do canino e pré- molares inferiores, do lado oposto ao que se quer anestesiar, puncionando na face lateral da depressão pterigotemporal, medialmente ao tendão do músculo temporal, paralelo ao planoextrabucal traçado anteriormente, de baixo pra cima e de fora pra dentro, para que a agulha chegue ao colo do côndilo, onde se encontra o tronco do nervo mandibular. Desvantagem: difícil realização por mãos inexperientes, alto risco de erros. Vantagem: para mãos experientes, taxa de erro torna-se ínfima e a anestesia é em grande área. Indicação: quando, por alguma variação anatômica, não é possível anestesiar o nervo alveolar inferior. TÉCNICAS COMPLEMENTARES Referem-se às infiltrações abaixo do periósteo, junto ao osso ou mesmo no interior dele, válidas tanto na mandíbula quanto na maxila. Sua execução é com a penetração através da mucosa, o mais próximo da região apical do dente em questão, dando à agulha angulação de 60 a 90° em relação ao longo eixo do dente. Esta técnica limita-se a regiões onde a permeabilidade óssea propicia a penetração do anestésico, como toda a maxila e região anterior da mandíbula (muito pouco utilizada). É a infiltração dentro do ligamento periodontal. Para isso ser possível, a agulha deve ser posicionada em um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao longo eixo do dente. É muito útil quando aplicada na bi ou trifurcação radicular dos dentes posteriores. Demanda grande esforço para penetração da agulha ou ativação do êmbolo, mas pequena quantia de anestésico já se faz eficiente. Punção feita diretamente sobre o tecido pulpar, quando a câmara pulpar estiver aberta. Rápida, fácil aplicação e efeito imediato. É extremamente dolorosa, usada mais em endodontia. Utilizada em odontopediatria, como uma “pré-anestesia” antes da punção direta que pode ser dolorosa. Referências: Malamed, S.F Manual de anestesia local. 5ª ed., Rio de Janeiro, Elsevier, 2005.
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