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Resumo - Aula 03 (Construindo o fluxo de caixa)

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CONSTRUINDO O FLUXO DE CAIXA
	Estimativa dos fluxos de caixa dos projetos – os desembolsos para o investimento e as entradas liquidas de caixa anuais após o projeto iniciar suas operações. 
	Caso as estimativas de fluxo de caixa não sejam razoavelmente precisas, qualquer técnica analítica, não importa quão sofisticada ela seja, pode levar a decisões ruins.
	A função dos assessores financeiros internos no processo de orçamento de capital inclui: 
	Obter informações dos vários departamentos envolvidos no projeto; 
	Propiciar o uso de um conjunto consistente de pressupostos econômicos; 
	Garantir que não haja desvios inerentes nas previsões (vieses de projeção): Esse último ponto é extremamente importante, pois muitos administradores se envolvem emocionalmente com os projetos. Isto causa desvios nas previsões dos fluxos de caixa e fazem com que maus projetos pareçam bons – no papel. 
PROCESSO DE DECISÃO DO ORÇAMENTO DE CAPITAL
	A empresa precisa de procedimentos para analisar e selecionar adequadamente seus investimentos de longo prazo. Ela deve ser capaz de mensurar os fluxos de caixa e aplicar técnicas de decisão adequadas. 
Elaboração do orçamento de capital: é o processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo, que procura atingir o objetivo da empresa de maximizar a riqueza dos proprietários.
	
2.1 Motivos para os gastos de capital
	Gasto de capital:é um desembolso de recursos, pela empresa, que trará os benefícios esperados em um período superior a um ano. 
	Gasto operacional: é um desembolso resultante em benefícios recebidos dentro de um ano. Por exemplo, os desembolsos para aquisição, substituição, reposição e renovação de ativos imobilizados são gastos de capital. Além destes, outros gastos que gerem potencialmente benefícios ao longo de vários anos, também podem ser assim classificados. 
Exemplos de gastos de capital: 
	Um desembolso de $ 60.000 para aquisição de uma máquina nova com vida útil de 10 anos é um gasto de capital que apareceria como um ativo imobilizado no balanço patrimonial. 
	Um desembolso de $ 60.000 para publicidade, que produz benefícios em um período longo, também é um gasto de capital. No entanto, ele raramente seria indicado como ativo imobilizado, mas sim como ativo diferido.
	Os gastos de capital são feitos por várias razões. Os motivos básicos são expandir, substituir ou renovar ativos imobilizados ou obter outro benefício menos tangível em um longo período, como descrito na Tabela 1:
2.2 Etapas do processo de orçamento de capital
	Consiste em cinco etapas distintas, porém interrelacionadas:
	Geração de Proposta – As propostas são feitas em todos os níveis de uma empresa e são revisadas em um nível superior. As que exigem grandes desembolsos são examinadas mais cuidadosamente do que as menos dispendiosas. 
	Revisão e análise – Propostas de dispêndios de capital são formalmente analisadas para avaliar sua adequação sob a luz dos objetivos e planos globais da empresas e, mais importante, para avaliar sua viabilidade econômica. Os custos e benefícios propostos são estimados e então convertidos em uma serie de fluxos de caixa relevantes. Várias técnicas de orçamento de capital são aplicadas nesses fluxos de caixa para mensurar o mérito do dispêndio potencial do investimento. Adicionalmente, vários aspectos do risco associados à proposta são avaliados. Uma vez que a análise econômica está completa, um relatório sumario, muitas vezes com uma recomendação, é submetido aos tomadores de decisão. 
	Tomada de decisão – O valor e a importância de um dispêndio de capital determinam o nível organizacional no qual a decisão é tomada. As empresas geralmente delegam a autoridade sobre dispêndios de capital com base em certos limites de unidades monetárias. Em geral, a diretoria deve autorizar os gastos superiores a um certo montante. Frequentemente, os gerentes recebem autoridade para tomar as decisões necessárias para manter a empresa em atividade.
	Implementação – Uma vez que uma proposta tenha sido aprovada e os fundos tenham sido tornado disponíveis, inicia a fase de implementação. Muitas vezes, os dispêndios para uma única proposta podem ocorrer em fases, cada desembolso exigindo a aprovação assinada dos responsáveis da companhia. 
	Acompanhamento – Envolve a monitoração dos resultados durante a fase operacional de um projeto. É vital a comparação de custos e benefícios reais com aqueles esperados e os de projetos anteriores. Quando os resultados reais se afastam negativamente dos resultados projetados, uma ação pode ser exigida para cortar dispêndios, melhorar benefícios ou possivelmente acabar com o projeto. Analises de desvios de valores reais dos previstos fornecem dados que podem ser usados para melhorar o processo de orçamento de capital, particularmente a precisão das estimativas de fluxo de caixa. 
	A Revisão e Análise e a Tomada de Decisão (etapas 2 e 3) demandam a maior parte do tempo e do esforço. O Acompanhamento (etapa 5) é uma etapa importante, mas frequentemente ignorada; visa permitir que a empresa, durante a execução do projeto, ajuste as suas estimativas de fluxo de caixa a realidade, tomando cursos de ação que visem a manutenção do objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários. 
2.3 Tipos de projetos 
	Os dois tipos de projetos analisados mais comuns são: 
	Projetos independentes: são aqueles cujos fluxos de caixa são independentes um do outro; a aceitação de um projeto não elimina os outros sob análise. Empresas com fundos ilimitados. 
	Exemplo: Uma empresa pode se defrontar com três projetos independentes aceitáveis: instalar um ar-condicionado na planta, adquirir a empresa de um pequeno fornecedor e comprar um novo sistema de computação. A aceitação de qualquer um desses projetos não elimina os outros de futuras considerações, todos os três podem ser levados a diante. 
	Projetos mutuamente excludentes: são aqueles que têm a mesma função e, portanto, competem entre si. A aceitação de um elimina todos os demais projetos que sirvam a uma função similar. 
	Exemplo: Uma empresa com a necessidade de aumentar sua capacidade de produção poderia obtê-la ao expandir sua planta, adquirir a companhia A ou contratar a companhia B para produção (terceirizar a produção). A aceitação de uma das três propostas elimina as outras. 
2.4 Fundos Ilimitados versus Racionamento de Capital
	A disponibilidade de fundos para dispêndios de capital da empresa afeta as decisões da empresa. 
	Fundos ilimitados: vem da teoria de finanças que defende a ideia de que uma empresa sempre terá fontes de recursos disponíveis a uma determinada taxa diretamente relacionada com seu nível de risco. Ou seja, por mais endividada que uma empresa esteja, sempre teremos recursos mais caros disponíveis. Nesta lógica, todos os projetos independentes, que forem julgados viáveis, serão aceitos. 
Obs.: Na vida real isso não é assim, pois existe claramente um ponto de ruptura na decisão de concessão de crédito. Em outras palavras, acima de certo patamar de endividamento não haverá nenhuma instituição financeira disposta a emprestar recursos para a empresa a nenhuma taxa de juros, por mais alta que esta seja. 
	Racionamento de Capital: significa que a empresa tem somente um número fixo de unidades monetárias disponível para dispêndios de capital e que vários projetos competirão por essas unidades monetárias. Portanto a empresa tem que racionar seus fundos transferindo-os para os projetos que vão maximizar a riqueza dos proprietários. 
2.5 Abordagem Aceitar – Rejeitar versus de Hierarquização
	Abordagem aceitar – rejeitar: envolve avaliar as propostas de dispêndios de capital para determinar se elas atendem ao critério mínimo de aceitação da empresa. Essa abordagem pode ser usada quando a empresa tem fundos ilimitados ou como um passo preliminar ao se avaliar projetos mutuamente excludentes ou em situação de racionamento de capital. Nesses casos temos apenas a separação dos projetos aceitáveis e rejeitáveis.
	Abordagem de Hierarquização:envolve projetos sujeitos à classificação hierárquica com base em alguma medida predeterminada, que estabeleça a viabilidade do projeto. Aquele com melhor condição de viabilidade é classificado como primeiro e o projeto com o menor capacidade de gerar riqueza é classificado por último. É importante ressaltar que apenas projetos aceitáveis devem ser classificados. A hierarquia é útil ao selecionar o “melhor” de um grupo de projetos mutuamente excludentes e ao avaliar projetos com uma visão para o racionamento de capital.
FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES 
	São os fluxos de caixa de entrada e saída incrementais ao longo do tempo. Os fluxos de caixa incrementais representam os fluxos de caixa adicionais – fluxos de saída ou de entrada – que devem resultar de um dispêndio de capital proposto. 
	São usados fluxos de caixa em vez de números contábeis porque estes afetam diretamente a capacidade da empresa de pagar contas e comprar ativos. Mais ainda, números contábeis e fluxos de caixa não são necessariamente o mesmo, devido à presença de certas despesas sem dispêndio de caixa na demonstração de resultados da empresa, como é o caso da depreciação.
Obs.: Quando estamos falando de análise financeira temos em mente a questão da geração de riqueza, que está associada a questão de caixa, pois esta é capaz de reconhecer o valor do dinheiro no tempo. 
3.1 Conceito de Fluxos de caixa
	Apresentam apenas as variações monetárias ocorridas no caixa da empresa. Entretanto, a ênfase dada aos fluxos de caixa de um orçamento de capital está associada à realização de um projeto, que são chamados de fluxos de caixa relevantes. Ao analisar um projeto de investimentos, o analista financeiro deve apenas preocupar-se com estes fluxos, isso porque o que importa é analisar se o projeto trará mudanças (variações ou diferenciais) positivos ou negativos para a geração de riqueza. 
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO = LUCRO LÍQUIDO + DEPRECIAÇÃO
	Com relação a esta equação, o fluxo de caixa líquido deveria ser ajustado para refletir todos os encargos não-monetários (amortizações, provisões, dentre outros), não apenas a depreciação. Entretanto, para a maioria dos projetos, a depreciação é de longe o maior custo não-monetário.
	Cabe ressaltar que no nosso exemplo para o cálculo tanto do lucro líquido, quanto do fluxo de caixa, foi ignorado os custos de juros, que estariam presentes se a empresa usasse o endividamento. Isso também implicaria numa mudança do fluxo de caixa de 2007, já que a empresa não teria empenhado toda a necessidade de $ 300.000,00 de investimento inicial com recursos próprios. 
	A maioria das empresas realmente usa o endividamento, com o qual financia parte de seu orçamento de capital. Portanto, devemos pensar em como considerar os reflexos dos encargos com capital de terceiros na análise do fluxo de caixa do orçamento de capital. Para isto existem dois caminhos alternativos: 
	Considerar o fluxo de caixa original do projeto (sem considerar o impacto do capital de terceiros) e fazer o ajuste do reflexo do nível de endividamento na taxa mínima de atratividade (que neste caso será o custo marginal ponderado do capital, como veremos na aula 8); 
	Considerar no fluxo de caixa o impacto do capital de terceiros, construindo um fluxo de caixa residual do projeto, ou seja, o fluxo que sobra para o investidor depois de remunerado o credor. Neste caso a TMA seria apenas o custo de oportunidade ajustado ao risco do projeto (como veremos na aula 4) 
Obs.: O que não pode acontecer em nenhuma circunstância é subtrair os juros e a amortização do empréstimo dos fluxos de caixa e descontá-los a uma taxa que considerasse o custo da dívida. Daí teríamos uma situação em que o impacto do endividamento seria contado duas vezes.
3.2 Padrões de Fluxo de Caixa
	Classifica-se o fluxo de caixa em:
	Convencional: consiste em apenas uma saída de caixa inicial, seguida de série de entradas de caixa.
	Não-convencional: é aquele no qual um fluxo de saída de caixa não é seguido apenas por uma série de fluxos de entrada. 
3.3 Fluxo de Caixa Relevante para um Orçamento de Capital 
	Para cada proposta de investimento de capital, necessita-se de informações sobre os fluxos futuros de caixa, depois de descontados os impostos. Além disso, essas informações deverão ser apresentadas de forma incremental, para poder analisar apenas a diferença entre os fluxos de caixa da empresa com e sem o projeto.
	Fluxos de caixa incrementais: consistem nas variações dos fluxos de caixa da empresa após os impostos que ocorrem como consequência direta da aceitação do projeto. Ex.: se uma empresa estiver pensando em substituir um equipamento, não será acertado expressar os fluxos de caixa em termos de recebimentos e gastos estimados, mas sim formular as estimativas de fluxos de caixa em termos de recebimentos e gastos adicionais. Representam as mudanças nos fluxos totais da empresa que ocorrem com o resultado direto da aceitação do projeto.
	Quatro problemas especiais na determinação dos fluxos de caixa incrementais são abordados a seguir: 
	Custos irrecuperáveis, custos incorridos ou custos afundados: é um desembolso que já ocorreu e, portanto, não afeta a decisão sob consideração. Uma vez que os custos incorridos não são custos incrementais, eles não devem ser incluídos na análise. Exemplo: A Leite Mimoso Ltda está avaliando atualmente o projeto de lançamento de uma linha de leite achocolatado para 2007. Como parte do processo de avaliação, a empresa pagou $ 100 mil a uma firma de consultoria para realizar uma análise de marketing. O gasto ocorreu há um ano e foi lançado como despesa para efeitos fiscais em 2006. Este gasto é relevante para a decisão de investimento? A resposta é não. Os $100 mil são um custo incorrido, que não afetará os fluxos de caixa futuros da empresa, independentemente de a nova linha ser ou não lançada. O argumento é que, uma vez que a empresa tenha realizado o gasto, este tornou-se irrelevante para qualquer decisão futura. 
	Custo de oportunidade – Refere-se, por exemplo, a um ativo que a empresa possua e que esteja pensando em vender, alugar ou empregar em algum outro setor de atividade. Se o ativo for utilizado num projeto, as receitas que possa gerar em empregos alternativos serão perdidas. Essas receitas perdidas podem ser corretamente vistas como custos. São chamados de custos de oportunidade, pois ao realizar o projeto, a empresa renuncia a outras oportunidades de utilização do ativo. Exemplo: Suponhamos que a K & M Ltda tenha um depósito vazio em Recife, que pode ser utilizado para armazenar uma nova linha de produtos. A empresa espera vender o novo produto a consumidores das classes A e B da região nordeste. O uso do depósito e do terreno no qual se situa deve ser incluído nos gastos associados à introdução da nova linha de produtos? A resposta é sim. O uso do depósito não é gratuito; ele tem um custo de oportunidade. O custo é representado pelo dinheiro que poderia ser conseguido se a decisão de lançar o novo produto fosse rejeitada e, o depósito e o terreno fossem destinados a alguma alternativa de utilização. 
	Externalidades – São os efeitos de um projeto sobre os fluxos de caixa em outras partes da empresa; Exemplo: Uma determinada empresa montadora de automóveis está calculando o retorno do projeto de lançamento de um novo carro esporte conversível. Alguns clientes que vão adquirir o carro são proprietários de um automóvel de modelo sedã da montadora. Todas as vendas e todos os lucros proporcionados pelo novo carro esporte são incrementais? A resposta é não, porque parte do fluxo de caixa representa transferências de outros elementos da linha de produtos da montadora. Isto é erosão, que deve ser incluída no cálculo do retorno liquido do projeto. Sem levar em conta a erosão, a montadora poderia erroneamente calcular o retorno liquido do projeto do carro esporte era, digamos de $ 200 milhões. Se os administradores da empresa reconhecessem que metade dos compradores são antigosproprietários do modelo sedã, e que as vendas perdidas de sedãs têm retorno liquido de -$250 milhões, veriam que o verdadeiro retorno liquido é igual a -$50 milhões( $200 milhões - $250 milhões).
	Custos de embarque e instalações – O custo total dos bens do ativo imobilizado adquiridos devem levar em consideração não apenas o preço do bem, mas os custos adicionais para este bem ser operacionalizado na empresa, ou seja, devem ser acrescidos ao preço da fatura do bem, os custos de embarque e instalações. Da mesma forma, este total será base para o cálculo da depreciação.
3.4 Os Principais Componentes do Fluxo de Caixa 
	No caso de o fluxo de caixa ser convencional, pode incluir três componentes básicos: 
	Investimento inicial como uma saída de fluxo de caixa: O investimento inicial inclui os gastos iniciais dos ativos permanentes associados com o projeto, mais quaisquer aumentos no capital circulante liquido (CCL).
	Fluxo de caixa operacionais durante a vida do projeto: São as entradas incrementais de caixa durante a vida econômica do projeto. Os fluxos de caixa operacionais anuais equivalem ao lucro operacional após os impostos mais a depreciação. A depreciação é adicionada de volta porque ela é uma despesa, como foi visto no item anterior, que não representa saída de caixa. Temos que destacar a questão do capital de terceiros. Como dito anteriormente, podemos considerar a amortização da dívida e os juros nos fluxos de caixa se estivermos fazendo uma análise do fluxo residual do investidor. Porém se vamos considerar o custo do capital de terceiros na formação da TMA, temos que ignorar o impacto do endividamento (amortização e juros) no fluxo de caixa, pois estes já são incorporados no processo de desconto. Desta última forma estamos falando, então, no fluxo puro do projeto, sem levar em consideração a remuneração das fontes de capital, que será considerada na TMA como Custo Marginal Ponderado de Capital (CMgPC), que veremos na aula 8. 
	Fluxo de caixa do ano terminal: Frequentemente, ao final da vida do projeto, são recebidos alguns fluxos de caixa extras. Esses fluxos incluem o valor residual dos ativos permanentes, ajustado para fins fiscais caso os ativos não sejam vendidos ao valor contábil, além do capital circulante liquido (CCL) que não será mais utilizado. 
3.5 Fluxos de Caixa de Expansão e Fluxos de Caixa de Substituição
	Expansão: Desenvolver estimativas de fluxos de caixa relevantes é mais direto neste caso. Logo, o investimento inicial, os fluxos de entrada de caixa operacionais e o fluxo de caixa do ano terminal são meramente os fluxos de caixa após os impostos associados ao desembolso de capital.
	Substituição: a empresa tem de determinar o fluxo incremental de saída de caixa e as entradas de caixa que resultariam da substituição proposta. Sendo assim, o investimento inicial nesse caso é a diferença entre o investimento inicial necessário para adquirir o novo ativo e quaisquer fluxos de entrada após o imposto de renda esperado da liquidação hoje do ativo velho (ativo sendo substituído). Já os fluxos de entrada de caixa operacionais são a diferença entre os fluxos de entrada de caixa operacionais do ativo novo e aqueles do ativo velho. E por fim, o fluxo de caixa do ano terminal é a diferença entre os fluxos de caixa após o imposto de renda esperado com a liquidação dos ativos novos e velhos.
Obs.: Na realidade, todas as decisões de orçamento de capital podem ser vistas como decisões de substituições. Decisões de expansão são meramente decisões de substituição nas quais todos os fluxos de caixa do ativo velho dão zero. 
4 CÁLCULO DOS FLUXOS DE CAIXA RELEVANTES PARA UM PROJETO DE EXPANSÃO 
a) Investimento Inicial: O investimento inicial se refere aos fluxos de saída de caixa relevantes a serem considerados ao se avaliar dispêndios de capital potenciais. Tendo em vista que a discussão a respeito de orçamento de capital está focando somente os investimento que exibem fluxos de caixa convencionais, o investimento inicial ocorre no tempo zero – o momento no qual o dispêndio é feito. O investimento inicial é calculado ao se subtrair todos os fluxos de entrada de caixa que ocorrem no tempo zero de todos os fluxos de saída que ocorrem neste mesmo período. 
O formato básico para se determinar o investimento inicial é dado na Tabela 3 a seguir. Os fluxos de caixa que devem ser considerados ao se determinar o investimento inicial associado a um dispêndio de capital são o gasto com o ativo instalado e a variação (se houver) no capital circulante liquido. No Caso 1 não havia variação do capital circulante liquido, o investimento inicial foi apenas o gasto com os equipamentos e a campanha publicitária. 
O gasto do ativo instalado: É a soma do gasto com a aquisição do ativo com os gastos de instalação. Gastos de instalação são quaisquer gastos adicionados necessários para colocar um ativo em operação. Eles são considerados parte do dispêndio de capital da empresa. A Receita Federal exige que a empresa adicione os gastos de instalação ao preço de compra de um ativo para determinar seu valor depreciável. O gasto do ativo instalado é, então, igual ao seu valor depreciável. 
O capital circulante liquido (CCL): É o montante através do qual os ativos circulantes da empresa excedem seu passivos circulantes. Mudanças no capital circulante liquido muitas vezes acompanham decisões de dispêndio de capital. Se uma empresa adquire novas máquinas para expandir seu nível de operações, os níveis de caixa, as contas a receber, o estoque, contas a pagar e provisões podem aumentar. Esses aumentos resultam da necessidade de mais caixa para apoiar a expansão das operações, mais contas a receber e estoques para arcar com o aumento das vendas e mais contas a pagar e provisões para apoiar os desembolsos mais altos feitos para atender à expansão da demanda do produto. Enquanto as operações em expansão continuarem, espera-se um maior investimento em ativos circulantes líquidos (dinheiro, contas a receber e estoques), assim como um maior financiamento de passivos circulantes (contas a pagar e provisões). 
Variação no capital circulante líquido: É a diferença entre a variação em ativos circulantes e a variação em passivos circulante. Geralmente ativos circulantes crescem mais que passivos circulantes, resultando em um aumento no investimento no capital circulante liquido, que seria tratado como um fluxo de saída inicial. Se a variação do capital circulante liquido fosse negativa, seria mostrada como um fluxo de entrada inicial. A variação no capital circulante liquido – sem levar em consideração se foi um aumento ou diminuição – não é tributável, pois ela meramente envolve um acumulo liquido ou uma redução das contas circulantes, que será revertido no final do projeto. 
b) Fluxos de caixa operacionais: Como vimos, os benefícios esperados de um gasto de capital são medidos por suas entradas de caixa operacionais que são as entradas de caixas incrementais após o imposto de renda. 
	Esses benefícios devem ser medidos após o imposto de renda, porque a empresa não terá o uso de nenhum beneficio antes de efetuar o pagamento do imposto exigido pelo governo. Esse pagamento depende da renda tributável da empresa e, portanto, é necessário deduzir os impostos antes de fazer comparações consistentes entre os investimentos propostos, quando se avaliam as alternativas de gastos de capital. 
	Todos os benefícios esperados de um projeto devem ser medidos em base de fluxo de caixa. As entradas de caixa representam unidades monetárias que podem ser gastas, e não apenas lucros contábeis, como já foi visto. Uma técnica de se converter lucro liquido em entradas de caixa é acrescentar ao lucro liquido após o imposto de renda quaisquer despesas que não evolvam desembolsos, deduzidas como despesas na demonstração do resultado da empresa. A depreciação – a despesa mais comum que não representa desembolso – será a única despesa considerada nesta aula. 
	Cálculodas despesas de depreciação para a escavadeira considerando o valor contábil ao final da vida útil de $ 4.200. Teremos, então, o seguinte valor de depreciação ao ano: 
	Os fluxos de caixas operacionais em cada ano podem ser calculados usando o formato de mostrado na Tabela 6. Substituindo os dados do caso 2 neste formato e com a alíquota de imposto de renda de 40%, nós chegamos a Tabela 7. Ela demonstra o cálculo de fluxos de entrada de caixa operacionais para cada ano para a compra da escavadeira. Tendo em vista que a escavadeira é depreciada por 10 anos, a análise deve ser feita pelo período de 10 anos para capturar de forma completa o efeito dos impostos de sua depreciação. Os fluxos de entrada de caixa operacionais resultantes são mostrados no linha final da Tabela 7. 
c) Fluxos de caixa do ano terminal (ao fim do projeto)
	É o fluxo de caixa residual. Ele representa o fluxo de caixa após o imposto de renda, excluindo fluxos de entradas de caixa operacionais, ocorrendo no ano final do projeto. O fluxo de caixa residual, que é na maioria das vezes positivo, pode ser calculado para projeto de substituição, usando o formato básico apresentado na Tabela 8. 
	O resultado apurado na venda do ativo, frequentemente chamado de valor residual, representa o valor livre de quaisquer custos de remoção e limpeza esperados por ocasião do encerramento do projeto. 
	Os impostos devem ser considerados na venda residual dos ativos novos. Os cálculos de impostos se aplicam sempre que um ativo é vendido por um valor diferente de seu valor contábil. Se os resultados líquidos da venda são esperados que excedam seu valor contábil, um pagamento de imposto mostrado como um fluxo de saída (dedução dos resultados da venda) vai ocorrer. Quando o resultado liquido de uma venda é menor do que o valor contábil, resultaria um abatimento de imposto representado como fluxo de entrada de caixa (soma com o valor apurado na venda). Para ativos vendidos por valor liquido exatamente igual ao valor contábil, nenhum valor seria devido. 
	Valor contábil – o valor contábil de um ativo é o custo do ativo instalado menos a depreciação acumulada. 
Valor contábil = custo do ativo instalado – depreciação acumulada 
	Quando se calcula o fluxo de caixa do ano terminal, além do resultado da venda do ativo, deve-se levar em consideração a “recuperação” da variação no capital circulante liquido atribuível ao novo ativo. Ou seja, quando se calcula este fluxo de caixa, a variação no capital circulante liquido reflete a reversão para seu status original de qualquer investimento de capital circulante liquido. Na maioria das vezes, isso vai aparecer como um fluxo de entrada de caixa devido a redução no capital circulante liquido; com o encerramento do projeto, a necessidade para o aumento no investimento de capital circulante liquido cessa. Tendo em vista que o investimento em capital circulante liquido não é de forma alguma despesa, o montante recuperado no encerramento será igual ao montante mostrado no cálculo do investimento inicial, sem incidência de impostos de qualquer natureza. 
d) Diagrama do fluxo de caixa associado com a decisão de aquisição
	Os três componentes de fluxo de caixa – investimento inicial, fluxos de entrada de caixa operacional e fluxo de caixa residual – juntos representam os fluxos de caixa relevantes de um projeto. Esses podem ser vistos como os fluxos de caixa após o imposto de renda incremental atribuível ao projeto proposto. Eles representam, em um sentido de fluxo de caixa, quão melhor ou pior uma empresa estará se ela escolher implementar a proposta. 
O diagrama de fluxo de caixa do projeto de compra de uma escavadeira da Cia. Brasileira de Terraplanagem pode ser visto no quadro 5:

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