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Questão 1 As críticas pós-estruturalistas ao estruturalismo estão tipicamente, baseadas em duas teses fundamentais: (1) nenhum sistema pode ser autônomo (autossuficiente) da forma que o estruturalismo exige e (2) as dicotomias definidoras nas quais o sistema estruturalista está baseado expressam distinções que não se sustentam após uma cuidadosa análise. Os pós-estruturalistas mantêm a crítica estruturalista do sujeito, negando ao sujeito qualquer papel importante na fundação da realidade ou no conhecimento que podemos ter dessa realidade. Mas em oposição ao estruturalismo, eles também rejeitam a ideia de que um sistema de pensamento possa ter qualquer fundamentação lógica (em sua coerência interna, por exemplo). Para os pós-estruturalistas, não existe numa fundação, de qualquer tipo, que possa garantir a validade ou a estabilidade de qualquer sistema de pensamento (GUTTING, 1998, p. 597, apud: PETERS, Michael. Pós-estruturalismo e filosofia da diferença. Belo Horizonte: Ed. Autêntica, 2000, p. 39). Sobre o pensamento pós-estruturalista, avalie as afirmativas a seguir: I. Vários pensadores discutem ainda hoje a adequação do termo "pós-estruturalismo" como nome para essa reação ao estruturalismo, pois veem nele uma continuação do estruturalismo, uma tentativa de ampliá-lo e colocá-lo na direção "correta". II. O pós-estruturalismo não pode ser reduzido a uma escola, uma simples teoria, a um conjunto de premissas compartilhadas ou a um método. III. O pós-estruturalismo nasce dentro da Filosofia com uma forte ligação com a linguística e, em linhas gerais, é uma proposta que desafia os modelos universalizantes. IV. O estruturalismo e o pós-estruturalismo convergem na ideia de que o sujeito não é o protagonista da história, na medida em que está condicionado, regulado e dominado por elementos que lhe são impostos de forma inconsciente. Está correto o que se afirma em: A) Apenas II e III. B) Apenas III. C) Apenas I, II e III. D) I, II, III e IV. E) Apenas I e IV. Questão 2 "O poder não existe. Quero dizer o seguinte: a ideia de que existe, em um determinado lugar, ou emanando de um determinado ponto, algo que é um poder, me parece baseada em uma análise enganosa e que, em todo caso, não dá conta de um número considerável de fenômenos. Na realidade, o poder é um feixe de relações mais ou menos organizado, mais ou menos piramidalizado, mais ou menos coordenado." (FOUCAULT, MICHEL. Microfísica do poder. São Paulo, Graal, 2012, p. 369). Sobre a noção de poder de Foucault, é correto o que se afirma em: A) O poder está concentrado no aparelho de Estado e é da ordem do contrato entre partes, que aceitam a relação governante e governado. B) O poder está concentrado no aparelho de Estado e é da ordem da imposição violenta, ou seja, pelo uso da força física. C) O poder está disseminado na sociedade e estabelece uma relação positiva com o saber. D) O poder é sempre negativo, ou seja, impede o saber e a produtividade. E) O poder é subjetivo, ou seja, basta suprimir o indivíduo ou grupo de indivíduos que o detém para que ele desapareça. Questão 3 "Engels [...] introduziu um paradigma do ‘processo natural’ (um darwinismo mal aplicado) em seu trabalho antropológico e histórico, que tendeu a um evolucionismo positivista, [...] certamente introduziu – como Marx também o fez, e com igual certeza – noções historicistas de desenvolvimento obediente a leis e predeterminado." (THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981, p. 81) No excerto anterior, Thompson critica uma característica do pensamento hegeliano que permanece no pensamento de Marx e de Engels. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a referida característica. A) Determinismo cultural. B) Recusa na utilização de fontes históricas. C) Determinismo econômico. D) Teleologia. E) Fetichismo pelo documento. Questão 4 "[...] o objeto das ciências humanas não é esse homem que, desde a aurora do mundo, ou o primeiro grito de sua idade de ouro, está destinado ao trabalho; é esse ser que, do interior das formas da produção pelas quais toda a sua existência é comandada, forma a representação dessas necessidades, da sociedade pela qual, com a qual ou contra a qual as satisfaz, de sorte que, a partir daí, pode ele finalmente se dar a representação da própria economia." (FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 395) Considerando o excerto anterior e o que você estudou sobre o pós-estruturalismo e o debate contemporâneo, analise as asserções a seguir e a relação entre elas: I. O estruturalismo e o pós-estruturalismo convergem na ideia de que o sujeito não é o protagonista da história, na medida em que está condicionado, regulado e dominado por elementos que lhe são impostos de forma inconsciente. Esta premissa favorece o desenvolvimento dos estudos de gênero. PORQUE II. Os estudos de gênero desenvolvem uma intransigente crítica ao conceito de multiculturalidade. Judith Butler, por exemplo, desmonta a lógica interna desse conceito, expondo suas limitações. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, sendo que a II justifica a I. B) As asserções I e II são proposições falsas. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. D) A asserção I é uma proposição falsa e II é uma proposição verdadeira. E) A asserção I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa. Questão 5 "O historiador inglês Edward Palmer Thompson (1924-1993), um dos mais conhecidos e aclamados historiadores do século XX é figura central para a compreensão de uma nova forma de se fazer história, ligada à busca por dar voz aos homens comuns do povo, aos operários e camponeses, que, com as mudanças e avanços do capitalismo industrial, permaneciam nas sombras, compreendidos como uma massa levada pelas mudanças econômicas do processo em que estavam envolvidos." (PEDRO, Alessandra. Historiografia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. p. 60.) O jovem Thompson fundaria uma revista, a ‘New Reasoner’, e mais tarde, em 1958, a chamada ‘New Left Review’, que agregaria nomes como: I. Christopher Hill. II. Hayden White. III. Stuart Hall. IV. Eric Hobsbawn. V. Michel Foucault. Está correto o que se afirma em: A) Apenas I, III e IV. B) Apenas I. C) Apenas I e II. D) Apenas II e V. E) Apenas II e III. Questão 6 "Conforme relatamos atrás, não são muito raros os autores que classificam Ranke como positivista. Isto, a nosso ver, é um erro. A origem dessa tendência em países como o Brasil – muito influenciados pela Escola dos Annales desde as primeiras gerações historiográficas de annalistas – pode ser atribuída simultaneamente a uma compreensão inadequada sobre o que seria efetivamente o Positivismo, tanto no sentido filosófico como no sentido historiográfico, como também a certo uso da palavra "positivismo" que foi muito difundido por Lucien Febvre em alguns de seus polêmicos artigos contra a denominada "história factual". (BARROS, José D’Assunção. Ranke: considerações sobre sua obra e modelo historiográfico. Diálogos. Maringá, v. 17, n.3, set.-dez./2013, p. 990) Sobre o pensamento de Leopold von Ranke, analise as asserções a seguir e a relação entre elas: I. Sua proposta procura fugir das análises especulativas, subjetivas e moralizadoras; estabelecendo uma prática calcada em métodos de análise documental e, portanto, recusando o positivismo e a filosofia da história hegeliana. PORQUE II. O positivismo implica na noção de leis universais dos fatos históricos e a filosofia da história hegeliana implica na aceitação de uma teleologia. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: A) As asserções I e II são proposições falsas. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, sendo que a II justifica a I. C) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. D) A asserção I é uma proposição falsa e II é umaproposição verdadeira. E) A asserção I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa. Questão 7 "[...] exprime a aspiração a um conhecimento sistemático numa época que vira enfim o desmoronamento do último sistema filosófico, o hegeliano. Mas, não obstante o grande destino do marxismo, as ciências humanas acabaram por assumir sempre mais [...] o paradigma indiciário da semiótica. E aqui reencontramos a tríade Morelli – Freud – Conan Doyle da qual partimos." (GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas e Sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 171.) Considerando o excerto anterior e seus conhecimentos sobre o pensamento de Carlo Ginzburg, analise as asserções a seguir e a relação entre elas: I. Em uma época em que os grandes paradigmas históricos estavam em decadência, Ginzburg desenvolve o paradigma indiciário como ferramenta para a produção do conhecimento histórico-científico. PORQUE II. O método indiciário permite ao historiador, decifrar a realidade por meio de sinais, indícios, pistas, etc.; uma vez que estes elementos mínimos podem ser reveladores de fenômenos mais gerais. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta: A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, sendo que a II justifica a I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira e II é uma proposição falsa. D) As asserções I e II são proposições falsas. E) A asserção I é uma proposição falsa e II é uma proposição verdadeira. Questão 8 A disciplina de Historiografia como área que estuda o trabalho dos historiadores, se desenvolveu muito a partir de meados do século XX. Michel de Certeau e Hayden White são dois intelectuais que contribuíram para o desenvolvimento da área. Sobre o pensamento desses intelectuais é correto afirmar: A) Certeau defendeu que a História é um produto ficcional, incapaz de representar qualquer característica ou nível da realidade. B) White defendeu que a História é um conhecimento imutável, portanto, mantém os procedimentos desde a Antiguidade. C) Certeau defendeu que a História é um conhecimento imutável, portanto, mantém seus procedimentos desde sua origem na Antiguidade. D) White concentra sua análise na produção dos discursos historiográficos, trazendo como elemento inerente a essa produção a imaginação histórica. E) White defendeu que a escrita da história é lógica e, portanto, não assimila elementos narrativos, ficcionais. Questão 9 "A história é uma mestra, não somente do futuro, como também do presente. Ela pode difundir entre os contemporâneos sentimentos e pensamentos do mais nobre patriotismo. Uma obra histórica sobre o Brasil deve, segundo a minha opinião, ter igualmente a tendência de despertar e reanimar em seus leitores brasileiros amor da pátria, coragem, constância, indústria, fidelidade, prudência, em uma palavra, todas as virtudes cívicas." (MARTIUS, KARL FRIEDRICH PHILIPP VON. "Como se deve escrever a História do Brasil". Revista do IHGB. Rio de Janeiro: 6 (24), janeiro de 1845. Disponível em: . Acesso em: 4 abr. 2018.) Assinale a alternativa que define corretamente a corrente historiográfica do excerto anterior. A) Historiografia brasileira predominante a partir da década de 1980, preocupada com as representações de mundo e os agentes históricos esquecidos. B) Historiografia associada ao IHGB, preocupada com a formação do Estado-Nação brasileiro. C) Historiografia brasileira da década de 1960 e 1970, preocupada com as estruturas socioeconômicas. D) Historiografia associada ao pensamento de Gilberto Freyre, defensor da democracia racial no Brasil. E) Historiografia associada ao IHGB, preocupada com as representações de mundo e os agentes históricos esquecidos. Questão 10 "Eu abaixo assinado, atendendo a opinião do país em favor da liberdade, por minha livre e espontânea vontade, na qualidade de senhor da escrava Rita, fula, com 48 anos, de idade, concedo à mesma a sua liberdade como se de ventre livre fora nascida. Itatiba, 1° de dezembro de 1884. Luiz Franco de Oliveira" (Ação de Manutenção de Liberdade de José Mineiro, Nicolau, Manuel, Benedicto, Rita, Jovita, Ernesto, Francelino e Antonia, 1887). O excerto anterior é oriundo de um processo judiciário, ou seja, um tipo de fonte escrita que demanda determinados cuidados no trato. Sobre as metodologias de análise de fontes escritas, avalie as afirmativas a seguir: I. Para analisar uma fonte judiciária, é fundamental que o historiador conheça as suas regras de produção, ou seja, as Leis e os procedimentos judiciários da época em questão. II. Lidar com fontes escritas implica o conhecimento não apenas das regras ortográficas, mas principalmente compreender que o documento tem uma datação, assim, está atrelado a lógicas que também são datadas. III. O historiador deve compreender que um documento escrito é uma "janela para o passado", basta olhar através dele para vislumbrar o que ocorreu. IV. Um jornal possui uma lógica, uma intencionalidade; é preciso, por exemplo, verificar quem são seus editores, seus alinhamentos políticos, diagramação, público alvo, etc.. Está correto o que se afirma em: A) Apenas I, II e IV. B) Apenas I, II e III. C) Apenas I, III e IV. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III. Questão 11 Leia o texto a seguir. "É no decorrer do século XIX que diversos intelectuais se preocuparam em demarcar o campo das Ciências Sociais, em um momento em que o pensamento científico era aclamado entre a intelectualidade. Nesse processo, a História também busca encontrar seu espaço dentro do universo científico, por meio do estabelecimento de teorias e metodologias que lhe confiram o estatuto de ser uma Ciência. De uma forma geral, o produto dessas discussões [...] tem como postulados primordiais a centralidade dos documentos escritos como meio para se chegar ao conhecimento da verdade dos fatos, o foco em grandes personagens e grandes feitos, a crítica à especulação interpretativa e a construção de uma história nacional." (PEDRO, Alessandra. Historiografia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018. p. 24.) Todas essas características descritas no texto base são próprias: A) da micro-história. B) do Historicismo. C) da Escola dos Annales. D) do pós-modernismo. E) da Nova História. Questão 12 "Nós próprios constituímos o campo de experimentação e de elucidação dessas práticas intelectuais que funcionam como práticas de poder. Parece-me que, ao explicitá-las e ao ficarmos espantados perante elas, podemos convertê-las em surpresas que se tornam maneiras de ‘se desprender de si mesmo’, além de instaurarem o gesto, risonho e filosófico, de inventar maneiras de ‘pensar diferentemente’". (CERTEAU, Michel de. História e psicanálise: entre ciência e ficção. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011, p. 129.) No excerto anterior, Michel de Certeau explica o princípio norteador de suas reflexões sobre o trabalho do historiador. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o referido princípio. A) A História é sempre um discurso que se fundamenta na busca da alteridade. B) A História é exclusivamente um discurso sobre o presente. C) A História é sempre uma forma de construir identidades, nunca de romper identidades. D) A História é um pensamento cientifico, pois resgata o passado exatamente como ocorreu por meio de documentos oficiais. E) A História é exclusivamente um discurso sobre o pa
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