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APX1_Educacao e Trabalho 2020 2 Nota10,0

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
CENTRO DE EDUCAÇÃO E
HUMANIDADES
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Modalidade EAD
 Avaliação Presencial (APx1) – 2020.2
Disciplina: Educação e Trabalho
Coordenador: Prof. Dr. Carlos Soares Barbosa
Aluno(a): 
Matrícula: Polo: 
Questão 1: (1,5 ponto)
Com base em Saviani (2007) retrata em seu texto a relação ontológica/histórica entre trabalho e
educação, demonstrando que em um dado momento histórico a unidade existente entre trabalho e
educação foi rompida. Indique algumas consequências provocadas pela cisão entre trabalho e
educação. 
Conforme visto no texto, o desenvolvimento da sociedade em classes concretizou a separa-
ção entre trabalho e educação, o que também ocasionou uma divisão na educação. A partir do escra-
vismo antigo, começam a existir duas modalidades distintas de educação: uma própria para o prole-
tariado e a outra para os escravos e serviçais. A primeira modalidade de educação, deu origem à es-
cola, cujo foco eram as atividades intelectuais, na arte da palavra e nos exercícios físicos de caráter
lúdico ou militar. Desenvolvendo-se a partir deste momento, uma forma específica de educação que
se contrapunha àquela inerente ao processo produtivo. 
Já para àqueles que estavam inseridos na segunda modalidade de educação, a escola tinha
uma proposta elementar, oferecendo aos trabalhadores um patamar mínimo de qualificação geral, a
socialização dos indivíduos em relação ao convívio na sociedade moderna, através da familiariza-
ção com os códigos formais e a capacitação para se integrarem ao processo produtivo. 
Concluindo, podemos dizer que as principais consequências frutos da cisão entre trabalho e
educação são a institucionalização da educação e a existência de uma dualidade educacional que
proporcionou o fortalecimento da sociedade de classes e a divisão do trabalho. 
Questão 2: 
“É preciso convencer a muita gente que o estudo é também um trabalho, não só muscular-nervoso
mas intelectual; é um processo de adaptação, é um hábito adquirido com esforço, aborrecimento e
mesmo sofrimento. A participação das mais amplas massas na escola média leva consigo a tendên-
cia a afrouxar a disciplina do estudo, a provocar “facilidades”. Muitos pensam, inclusive, que as
dificuldades são artificiais, já que estão habituados a só considerar como trabalho e fadiga o tra-
balho manual [...] Se se quiser criar uma nova camada de intelectuais chegando às mais altas es-
pecializações, próprias de um grupo social que tradicionalmente não desenvolveu as aptidões ade-
quadas, será preciso superar dificuldades inauditas” (GRAMSCI, 1995, p. 138/139).
No fragmento destacado é possível perceber a crítica de Gramsci as escolas oferecidas aos trabalha-
dores, que seguem a “tendência de afrouxar a disciplina do estudo e de provocar facilidades”. Em
oposição a essa “tendência”, Gramsci faz a defesa de um outro processo formativo às classes traba-
lhadoras. Com base nos textos estudados na disciplina, responda:
a) Para Gramsci, quais as principais funções da escola a ser oferecida aos trabalhadores? (1,5 ponto)
Gramsi defendia uma educação integrada que garantisse a todos o direito do conhecimento,
o desenvolvimento integral do ser humano, através de uma formação politécnica (intelectual, física
e tecnológica), que possibilitasse o acesso à cultura, a ciência, ao trabalho, por meio de uma educa-
ção básica e profissional. A escola não poderia ser reflexo das divisões de classe, todos conheceri-
am os fundamentos das técnicas e não apenas uma técnica específica. 
Desta forma, ele propõem uma “escola desinteressada”, onde o aluno tem conhecimento do
seu passado cultural e a origem da sociedade em que vive, conhecimento que o permitirá se tornar
um cidadão crítico, reflexivo, autor da sua história. 
b) Indique as semelhanças e/ou diferenças entre a escola defendida por Gramsci e pelos liberais aos
trabalhadores. (1,5 ponto) 
• A escola de Gramsci oferece uma condição de estudo igualitária a todos e não perpetua as
discrepâncias entre as classes sociais. 
• Gramsci defendia o conceito de politecnia como ruptura da formação linear de técnicos es-
pecializados defendida pelos liberais. 
• Para Gramsci a qualidade da relação professor/aluno é muito mais intensa, o conteúdo e a
metodologia e a organização dos períodos escolares, objetivando a autonomia, criticidade,
emancipação para que os alunos realizarem suas escolhas profissionais. 
Sendo assim, a proposta de Gramsci é diferente das ideias dos liberais, que representava a ideia do
Estado capitalista, pois não tinham interesse em proporcionar a todos as mesmas condições educaci-
onais. Caracterizando-se por defender uma divisão entre a escola destinada a burguesia e a escola
profissionalizante, responsável pela formação de mão de obra. 
c) Na sua opinião, quais são as facilidades/dificuldades para a implementação no Brasil da proposta
de formação defendia por Gramsci? (1,5 ponto)
Eu cresci em um período em que conseguir uma vaga de Ensino Médio em algum CEFET,
era símbolo de prestígio e um futuro promissor, uma vez que o estudante estaria sendo formado por
uma instituição pública, especialista em formação de mão de obra para o mercado de trabalho e a
vaga de emprego era praticamente certa após a formação.
Entre o ano de 2001 a 2004, trabalhei também no Instituto Politécnico da Universidade Está-
cio de Sá, naquela época os cursos sequenciais estavam em alta, por ser uma oportunidade de se ter
um diploma de Ensino Superior em um curto espaço de tempo. Interessante lembrar que os alunos
tinham uma formação específica e não em uma área de conhecimento e suas habilitações como ve-
mos na graduação, ou seja, o combatido por Gramsci, me parecia promissor. 
Aparentemente, tratava-se de uma oferta excelente principalmente para quem já estava inse-
rido no mercado de trabalho, mas não possuía um diploma e também para aqueles que sonhavam
com um curso superior mas não tinha condições de arcar com as altas mensalidades das Universida-
des privadas e que também não tiveram a oportunidade de entrar na Universidade Pública, visto que
o ingresso naquela época era por vestibular e não existiam cotas. 
Esse breve histórico foi para contextualizar o meu conhecimento raso e limitado em relação
ao assunto antes da leitura sobre a proposta educacional de Gramsci. Percebi que as ideias que eram
compartilhadas por alguns amigos, familiares e no caso meu antigo emprego, tratavam-se de algo
incutido socialmente para fortalecer o discurso político e perpetuar as diferenças sociais. 
Na minha opinião com a estrutura capitalista que temos em nossa sociedade, que promove a
dualidade social e consequentemente a dualidade educacional, trazer a formação educacional defen-
dida por Gramsci não é fácil, pois é preciso se travar uma grande luta coletiva por uma igualdade
social, ou seja, a luta da classe trabalhadora, contra a burguesia. 
Vemos que a luta pela construção de uma educação comprometida com a classe trabalhado-
ra existe, mas ainda há um caminho longo a ser percorrido. Como exemplo disso, vemos como no
texto de Marise Ramos quando ela fala sobre a construção da LDB, que levou em conta as concep-
ções de Gramsi e que passados 10 anos as propostas não tiveram total êxito. Sendo necessária sem-
pre as devidas reivindicações e discussões sobre o assunto. 
Trazer a tona as teorias de Gramsci e ampliar o debate sobre a luta travada pelo trabalho e na
vida, precisa ser um compromisso assumido pelos professores, uma vez que esses estarão na linha
de frente para formação dos cidadãos e para mostrarem a realidade que na maioria das vezes é mas-
carada. Defender a escola pública e a formação de cidadãos críticos, autônomos, donos e construto-
res de sua própria história, precisa ser um ideal levado pelos educadores. 
d) No sistema educacional brasileiro há esta “tendência de afrouxar a disciplinado estudo e de pro-
vocar facilidades” no processo formativo escolar proposto as classes trabalhadoras? Justifique sua
resposta. (1,5 ponto)
Sim. Infelizmente no sistema educacional brasileiro ainda prevalece um processo formativo para os
proletários, baseado no capitalismo, em que se oferece o básico para que o patamar mínimo de qua-
lificação geral exigido seja alcançado e privando-os de um desenvolvimento integral, como forma
também de manter a ordem econômico-social.
Questão 3: (2 pontos) – Aula 4 
De acordo com Segnini (2000, p.73), “é possível observar, após terem decorrido quase três déca-
das de mudanças nas formas de racionalização do capitalismo, que o desenvolvimento econômico
não mais significa desenvolvimento social, como ocorreu em países hoje considerados desenvolvi-
dos por um longo período”. Com base em Segnini (2000) e Antunes (2002), responda:
a) Indique algumas consequências sociais da reestruturação produtiva ocorrida nos países de capi-
talismo central e nos países periféricos, como o Brasil. 
Como consequências sociais da reestruturação produtiva os países periféricos tiveram a ins-
talação das multinacionais em seus territórios gerando: taxas crescentes de desemprego, bai-
xos salários, jornadas de trabalho abusivas, precarização das condições de trabalho. 
b) É possível a educação resolver os problemas ocasionados pela reestruturação produtiva? Por
quê? 
A educação por si só não resolveria os problemas da reestruturação produtiva, acho que para
uma mudança acontecer deveria ser em conjunto com uma mudança social, política e econômica,
visto que vivemos sob uma lógica excludente do sistema capitalista. Sistema no qual o Brasil está
inserido e é regido pelos países de capitalismo central. 
Para que a classe trabalhadora experimente uma mudança no cenário atual é preciso consci-
entização e engajamento na luta pela superação do atual modo de produção. A educação escolar pre-
cisa estar pautada em uma perspectiva de estimular o confronto da realidade e seus fundamentos
históricos em busca de um novo projeto por uma sociedade melhor.

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