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Afecções cirúrgicas do TGI • Afecções cirúrgicas frequentes em cães e gatos (Papazoglou et al., 2010) • Geralmente envolvem afecções obstrutivas do sistema gastrintestinal (Radlinsky, 2013) • Afecções que causam importantes alterações hemodinâmicas e sépticas (Brown, 2003) • Avaliação pré-operatória Esôfago Esofago cervical – à esquerda da traqueia Torácico – dorsal à traquéia Chegando na carina, ele fica lateral novamente Materiais e métodos cirúrgicos • Fio de sutura: não absorvível, pois o absorvível pode perder a tensão mais rapidamente causando deiscência de pontos desfavorecendo a cicatrização • Diametro adequado e tipo de agulha: não traumática para não perfurar o esôfago e vazar conteúdo, d3-0 • Força do nó: com tensão, mas não apertado demais para não dar isquemia no tecido • Padrão de sutura: ponto interrompido Principais afecções cirúrgicas do esôfago Esôfago cervical – acesso ventral Torácico – entrada do tórax até a carina, acesso é por toracotomia intercostal esquerda Após passar a carina, o acesso é feito por toracotomia intercostal direita Tratamento de eleição: endoscopia para evitar ao máximo a esofagotomia Conceito: • Incisão no lúmen esofágico Indicação: • Corpo estranho • Perfuração • Fístulas • Neoplasia • Estenoses Engasgo: para cães pequenos, é possível apertar o tórax para tentar expulsar o conteúdo. Cães grandes, dar um soco na boca do estomago Megaesofago adquirido X 2° à persistência do arco aórtico 2° → Dilatação imediatamente cranial ao estrangulamento do 4° arco aórtico, dilatado na base do coração, depois ele segue normalmente. Normal em animais jovens. Idiopático/adquirido → Dilatação em qualquer segmento do esôfago (cranial, média, caudal). Pensar depois na causa Filhote com megaesôfago, apresentou magreza excessiva e apetite voraz; observar a dilatação na região que está sendo palpada. Observar na radiografia contrastada a dilatação na base do coração e depois o esôfago segue normal. O tratamento consiste na secção do 4° arco aórtico e distende o esôfago. O acesso deve ser feito por toracotomia esquerda no 4° espaço intercostal. Fazer a divulsão, a ligadura e seccionar o anel fibroso, será observada uma reentrância no esôfago no local que o anel estava, passar sonda com Cuffin e inflar para o esôfago dilatar e o alimento passar normalmente. Casos como esse devem sofrer intervenção o mais cedo possível pois não há tempo de lesionar o nervo do esôfago e ele consegue se recuperar. Estômago • Capacidade: Cães: 100 – 7000ml/ Gatos: 300-350ml • Materiais e métodos cirúrgicos ▪ Fios de sutura: não absorvível ▪ Diâmetro adequado e tipo de agulha: atraumática e d22-0/3-0, depende do porte ▪ Força do nó: com tensão, mas sem muita pressão ▪ Padrão de sutura: em dupla camada, 1° camada simples contínuo espessura total (serosa, muscular, submucosa e mucosa). 2° camada invaginante espessura parcial (serosa, muscular e submucosa) Principais afecções cirúrgicas do estômago Sinais clínicos • Emese • Dor/Desconforto abdominal • Anorexia/Hiporexia • Apatia • Distensão abdominal • Diarreia (rara, porém pode acontecer devido às secreções inflamatórias) • Emese CE obstrutivo em piloro/início de duodeno: frequência grande de vômitos em jatos Diagnóstico • Endoscopia • Raio X – mais fácil, porém limitado pois o CE precisa ser radiopaco • Ultrassom Gastrotomia: Exposição do estômago e proteger a cavidade abdominal. Fazer a incisão na transição corpo-antro e escolher a área menos vascularizada; remover o CE e fazer a gastrorrafia em dupla camada Incisão na parede pegando serosa, muscular e submucosa, mucosa permanece intacta. Mucosa sofre protusão e aumenta luz do piloro Incisão na longitudinal e sutura na transversal aumentando o diâmetro e a luz do órgão Incisão em Y, pegando a região do piloro e fazer a sutura em V Dilatação/Torção gástrica • Incidência: tórax profundo e grande porte • Idade variável • Sobrecarga alimentar • Exercício pós-prandial • Alterações no piloro • Fermentação do alimento no estomâgo • Origem: acúmulo de gás e líquido no estômago, falha nos mecanismos de eructação, vômito e esvaziamento pilórico. • Dilatação antecede a torção Normalmente acomete a região do piloro. É feita uma gastrectomia parcial e anastomose, o antro é unido ao duodeno. Há dois tipos de anastomose: término-terminal, final do estômago com o intestino, diminuir um pouco a circunferência estomacal para que consiga ser unida ao intestino; a outra técnica consiste em ocluir a terminação do estômago e fazer uma nova abertura lateral ao estômago e fazer a união término-lateral. Pós operatório: • Atbs, antiinflamatórios, etc • Manter o paciente em jejum até no máximo de 12 horas para fazer a reintrodução alimentar • Não passar esse tempo pois a mucosa precisa de alimento para se manter viável pois pode ocorrer atrofia das vilosidades e perda na capacidade absorção dos nutrientes Síndrome da reperfusão Ausência de oxigênio e subsequente fornecimento de oxigênio abrupta, promovendo liberação de radicais livres e ativação do processo inflamatório generalizado, causando aumento da permeabilidade vascular, edema tecidual, insuficiência respiratória, lesão em epitélio intestinal (choque endotóxico), além de dano cerebral por lesão neuronal. A. Começo da distensão B. Mudança no ângulo do piloro e da cárdia, piloro começa a deslocar cranialmente e passa por baixo do estômago C. Torção em sentido sempre horário D. Dilatação Gastrectomia parcial • Necrose: Coloração de verde-acinzentado a preto • Margem de tecido saudável 1 cm – Invaginação (Cushing) • Invaginação ▪ Úlcera ▪ Necrose Gastropexia • Feita para prevenir rescidiva • Aderir estômago na parede corporal, a região do piloro • DVG • Hérnia Hiato • Gastropexia circuncostal • Gastropexia em alça • Gastropexia com flap muscular Afecções cirúrgicas intestinais • Afecções cirúrgicas frequentes em cães e gatos (Papazoglou et al., 2010) • Afecções que causam importantes alterações hemodinâmicas e sépticas (Brown, 2003) Importância da avaliação pré-operatória • Geralmente envolvem afecções obstrutivas do sistema gastrintestinal (Radlinsky, 2013) • Importância da avaliação pré-operatória Princípios da cirurgia intestinal Anatomia cirúrgica • Materiais e métodos cirúrgicos ▪ Fios de sutura → absorvível (monofilamentar - ambiente contaminado/ caprofil e vycril) ou não absorvivel (nylon). Levar em conta o ambiente cirurgico - muita inflamação na alça intestinal (não absorvível para não perder a tensão antes da cicatrização) ▪ Diâmetro adequado e tipo de agulha → atraumatica; d2-0/3-0/4-0, depende do paciente ▪ Força do nó → com tensão, mas sem força ▪ Padrão de sutura →camada única, simples interrompido • Risco elevado de contaminação bacteriana ▪ Ferida potencialmente contaminada ▪ Técnicas assépticas - Expor a alça e proteger todo o abdomen com compressa caso o conteúdo extravase e não atingi-lo ▪ Terapia antimicrobiana profilática - cefalotina ou cefazolina • Viabilidade intestinal: ▪ Coloração ▪ Peristaltismo ▪ Pulsação ▪ Textura e sangramento após incisão ▪ Alteração em pelo menos um dos parâmetros → ressecção - alteração duvidosa • Proteção da ferida cirúrgica intestinal ▪ Omentalização ▪ Retalho na serosa Considerações pós-operatórias importantes • Monitoramento (estabilização e infecção) ▪ Paciente em urgência deve ser estabilizado, restabelecendo o equilíbrio hidroeletrolítico e fazer antibioticoterapiaprofilática ▪ Paciente com ruptura de alça entrar em emergência • Retorno à alimentação ▪ Jejum necessário na maioria dos pacientes, não existe mínimo, é de acordo com o caso, o limite máximo é de 12 horas. Não pode ser muito tempo pois corre risco da atrofia das vilosidades; oferecer sache ou papa da nestle aquecida • Identificação precoce das complicações ▪ Deiscência de sutura, dor, distensão abdominal, febre, prostração, vômito, pode parar de se alimentar Corpos estranhos intestinais • Maior prevalência em pequenos animais • Ingestão de objetos estranhos • Mais comum em filhotes de cães e gatos • GRANDE POTENCIAL PARA OBSTRUÇÃO • Pontos de obstrução: orofaringe, base docoração, cárdia, piloro e ID • Avaliar o nível de desidratação, se está em síndrome obstrutiva ou se está séptico para fazer uma abordagem rápida, racional e criteriosa Pontos importantes: • Estabilização do paciente • Tratamento cirúrgico • Pós-operatório assistido • Tratamento conservador: ▪ Esperar o trânsito gastrointestinal, esperar a eliminação. Porém é pouco efetivo, a eliminação ocorre poucas vezes, aumentando o risco de complicações (perfuração, obstrução etc.) • Tratamento cirúrgico: ▪ Mais indicado ▪ Incisão é feita sobre a serosa intacta ▪ Caudal ao CE ▪ Evitar o extravasamento – auxiliar pinça a alça cranial e caudal ao corpo estranho com o dedo ▪ Enterorrafia feita com fio absorvível ou não absorvível com pontos simples separado Corpos estranhos lineares • Objetos de conformação linear • Comum em cães e gatos filhotes • Potencial causa de obstrução • Pode causar pregueamento das alças intestinais pois a ponta fica presa em algum local e o restante segue o trânsito gastrointestinal. • Geralmente em gatos, o CE fica preso embaixo da língua ou no estômago • Quando ocorre o plissamento das alças e há demora no tratamento, a borda mesentérica do intestino pode se romper • Tratamento ▪ Não deve ser tracionado ▪ Fazer diversas enterotomias e tracionar, cortar e tirar aos poucos; sempre caudal para cranial. Quando está preso ao estômago, associar com gastrotomia Intussuscepção • É uma invaginação de um segmento intestinal (intussuscepto) no interior do lúmen de um segmento adjacente (intussuscepiente) • Ocorre por hipermotilidade, seguimento cranial contrai quando o seguimento caudal relaxa fazendo com que o primeiro sendo o intussuscepto e o outro, intussuscipiente • Pontos chaves na abordagem terapêutica: ▪ Estabilização do paciente – antibiótico, analgesia, fluidoterapia ▪ Causa base – CE linear, diarreia viral (parvovirose), diarreia verminótica ▪ Tratamento cirúrgico • Pode tentar desfazer manualmente, ordenhando o caudal e tracionando o cranial, mas nem sempre é possível desfazer • Se não conseguir, fazer enterotomia e enteroanastomose do seguimento acometido • Prevenção: ▪ Remover a causa base ▪ Plicatura intestinal: fazer diversos pontos de serosa com serosa em zigue-zague Prolapso de reto – Comum em filhotes e em animais com dificuldade em defecar. O tratamento é feito com redução do prolapso e sutura em boca de fumo. Para prevenir recidiva, fazer colopexia. Megacólon – Ocorre em animais com dificuldade de defecar, com problemas na coluna ou que já sofreram fratura de coxal e há diminuição do canal pélvico; o paciente não consegue defecar normalmente e ocorre acúmulo de fezes levando à dilatação do cólon. O tratamento consiste em fazer um enema a princípio para tentar amolecer as fezes com soro aquecido com óleo minera e manter alguns dias com lactulona via oral. Algumas vezes, a dilatação é tão intensa que faz lesão nervosa e ocorre perda da motilidade, nesses casos, fazer colectomia. Fecaloma – Fezes petrificadas, fazer colectomia. Excisão da glândula adanal – Pode ser feita em casos de inflamação ou infecção quando o tratamento clínico não apresenta resultado; apesar de não ter função, sua remoção não é recomendada pois o animal pode apresentar incontinência fecal. A técnica fechada consiste em incisionar a pele longe do ânus após inserção de cânula para referenciar a localização, divulsionar, remover a glândula e suturar a pele. Na aberta, faz a incisão a partir do orifício anal, tem maior probabilidade do paciente apresentar incontinência. Neoplasia: Incisão em 360° e remover a neoplasia. Prolapso retal X Intussuscepção prolapsada – Diferenciar fazendo exame com o termômetro colocando-o na transição prolapso – ânus, se o termômetro não progredir, é prolapso; caso progrida, é intussuscepção
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