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1Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Programa de Educação Continuada ao Corretor de Imóveis Documentação Imobiliária 2 3Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. OBJETIVOS DOCUMENTAÇÃO REQUISITOS PARA A CONTRATAÇÃO DA SEGURANÇA NA COMPRA DE IMÓVEIS DOCUMENTAÇÃO DO IMÓVEL RELAÇÃO DE DOCUMENTOS E CERTIDÕES CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS (certidões reais) PREFEITURA MUNICIPAL DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO CONDOMÍNIO DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO IMÓVEL RURAL DOCUMENTOS DO VENDEDOR EM TODOS OS CASOS (Certidões pessoais) CERTIDÕES NEGATIVAS DOCUMENTOS DO VENDEDOR – PESSOA JURÍDICA DOCUMENTOS DO COMPRADOR DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATADAS ALGUNS EXEMPLOS DE CONTRATOS AQUISIÇÃO POR USUCAPIÃO GENERALIDADES 4 5Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Objetivos: - Apresentação e desenvolvimento de vários tipos de documentação imobiliária; - Proporcionar o conhecimento para a elaboração da documentação necessária à compra e venda de bens imóveis, de forma segura; -Proporcionar ao aluno o entendimento, análise e domínio dos conhecimentos básicos da confecção de documentos de operações do setor imobiliário. DOCUMENTAÇÃO Documentação é o conjunto de documentos ou série de documentos que se exibem ou se trazem para demonstração de atos, fatos ou direitos que se quer comprovar. O documento reproduz determinada manifestação do pensamento que fica gravada no papel, podendo ser uma carta, um recibo, uma fatura entre outros. Em relação à forma como é apresentado, o documento pode ser original, cópia, traslado, certidão entre outros. Nós vamos tratar da documentação imobiliária, que é o conjunto de documentos do imóvel e dos vendedores, necessário para comprovar direitos na venda e compra de imóvel com recursos próprios. Existem duas situações a serem analisadas: - A documentação do imóvel propriamente dita (real) e; - A documentação dos vendedores (pessoal). Direitos Reais A propriedade é a principal forma de expressão e representação dos direitos reais. É definida como a extensão dos direitos da pessoa humana, sobre bens que se encontram, formalmente, na esfera do domínio de cada pessoa. Negócios Jurídicos Com relação à matéria de Direito Imobiliário, é imprescindível a leitura do artigo 104 e seguintes do Código Civil. Nos referidos artigos o legislador trata de uma espécie dos atos jurídicos, os chamados negócios jurídicos. Os negócios jurídicos são atos jurídicos resultantes da vontade de duas ou mais pessoas para a realização de determinado fim social. O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem outros tipos de atos negociais, como o testamento, por exemplo. Todo contrato estabelece obrigações entre as partes, onde o devedor fica obrigado a dar, fazer ou não fazer (prestação) alguma coisa em favor do credor, o vínculo jurídico obrigacional geralmente termina com o pagamento, e o descumprimento gera a obrigação de perdas e danos. O CÓDIGO CIVIL ESTABELECE TRÊS FONTES DE OBRIGAÇÕES: Os Direitos Reais, ou Direitos da Coisas, enquanto ramo do Direito Civil, traduzem o conjunto de normas e princípios reguladores das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, segundo uma finalidade social. No sistema capitalista, a propriedade significa a base do sistema econômico. Assim, o detentor da propriedade pode utilizá-la para atingir seus objetivos pessoais, desde que a propriedade venha a cumprir uma função social. Para a teoria clássica ou realista, os direitos reais são vistos como um poder direto e imediato sobre a coisa, enquanto os direitos pessoais traduzem uma relação entre pessoas, tendo como objeto uma prestação. A prestação pode ser dirigida a um bem, como ocorre nas obrigações de dar, no entanto, o objeto em si dos direitos pessoais é sempre o comportamento do devedor, o que não ocorre nos direitos reais, visto que estes incidem imediatamente sobre a coisa. Assim, os direitos reais se caracterizam pela existência de dois elementos: o titular e a coisa. Em relação aos diretos reais, o titular pode desfrutar da coisa sem a intervenção de terceiros, por outro lado, nos direitos pessoais, existem três elementos: o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação. Os direitos reais atendem ao princípio da publicidade, enquanto em relação aos direitos pessoais prevalece a ciência apenas entre as partes. Para que haja segurança em relação aos direitos reais, é necessária sua notoriedade, para que toda a sociedade tenha conhecimento de sua existência. No sistema brasileiro, no que diz respeito aos bens imóveis, que normalmente têm um valor maior, para a segurança, exige-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis (artigo 1.227 do novo Código Civil) e, no que tange aos bens móveis, a publicidade é alcançada com a própria posse, daí porque os direitos reais a eles relativos são adquiridos com a tradição (artigo 1.226 do Código). - AS DECLARAÇÕES UNILATERAIS DE VONTADE, como por exemplo, a promessa de recompensa; - OS ATOS ILÍCITOS, como por exemplo, um atropelamento; - OS CONTRATOS. A aquisição de bens reais por negócio jurídico processa-se de maneira diversa, de acordo com a natureza do bem. Para os bens imóveis, de acordo com os artigos 108, 1227 e 1245, do código civil, necessário se faz o registro de um título aquisitivo (uma escritura pública de compra e venda, doação ou troca, por exemplo) junto ao registro de imóveis competente. A escritura, enquanto não registrada, não atribui direito real de propriedade, apenas direito pessoal, obrigacional entre as partes contratantes. A escritura é o documento ou forma escrita de um ato jurídico. Documentação Imobiliária 6 7Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. O legislador estabelece regras que tratam do Negócio Jurídico no “Livro III - Dos Fatos Jurídicos, Título I – Do Negócio Jurídico - do Código Civil”. LIVRO III Dos Fatos Jurídicos TÍTULO I Do Negócio Jurídico CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. Devemos ficar atentos para que os atos praticados não sejam nulos, anuláveis ou inexistentes, o que prejudica o negócio jurídico. Atos Nulos São os atos que carecem de validade formal ou vigência, por padecerem de um vício insanável que os compromete irremediavelmente, por não atenderem exigências legais. Nulidade absoluta Exemplo: casamento de duas pessoas casadas. De acordo com o Código Civil, o negócio jurídico é nulo quando celebrado por pessoa absolutamente incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo fraudar lei imperativa; a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (art. 166). Art. 107. A validadeda declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato. Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 8 9Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Atos anuláveis Nos casos de nulidade relativa, os vícios podem ser sanados ou ratificados, a forma depende da natureza e da matéria. Será anulável o negócio jurídico, além dos casos expressamente declarados na lei, por incapacidade relativa do agente e por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores (art. 171). Atos inexistentes A inexistência é um vício natural ou fático, carece de algum elemento constitutivo, devendo ser declarada a sua não significação jurídica. O negocio inexistente se caracteriza pela ausência de algum elemento estrutural do negócio jurídico, como por exemplo quando não houver manifestação ou declaração de vontade. Exemplo de ato jurídico inexistente: Divórcio de alguém que nunca se casou perante a legislação civil. Atos Jurídicos Lícitos Somente depois de disciplinar os negócios jurídicos o legislador trata dos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos. A ação ou omissão = voluntária, por negligência ou imperícia. O legislador consagra a responsabilidade do causador do dano quando se verifica culpa ou dolo do agente, é a teoria da culpa subjetiva, como base de responsabilidade civil. Após o aceite na proposta, é pratica habitual a formalização do acordo de vontade das partes em um contrato, que liga as partes concordantes, estabelecendo um vínculo obrigacional entre elas. O vínculo se impõe aos contratantes, só pode ser desatado, em tese, pela concordância de todos os interessados. E o descumprimento do contrato por qualquer da partes, exceto nos casos permitidos em lei, sujeita o inadimplente à reparação das perdas e danos (CC art. 389). É a lei que torna obrigatório o cumprimento do contrato, e obriga aquele que livremente se vinculou a manter sua promessa, procurando, desse modo, dar segurança as relações contratualmente estabelecidas. E são de grande importância os artigos: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Todo ato humano que causa dano a outrem obriga reparação, com base no disposto no artigo 186 do Código Civil, essa reparação é devida em ocorrendo ação, ou omissão, voluntária, no caso de atos comissivos e omissivos culposos ou dolosos. 10 11Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Agente capaz Para que o negócio jurídico seja eficaz produzindo todos os seus efeitos, a lei exige que ele seja praticado por agente capaz. O agente capaz é a pessoa capaz ou emancipada para os atos da vida civil (maior de 18 anos, não interditado). A licitude A licitude está inserida no conceito. É necessário que o alcance visado pelo ato não seja contrário à ordem jurídica. Forma prescrita ou não defesa em lei Todo negócio jurídico tem uma forma. A vontade manifestada pelas pessoas pode ser verbal, por escrito, ou através de gestos. A regra geral é a forma livre. “A validade da declaração de vontade – diz o art. 107 do CC - não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. No entanto, em determinadas situações a lei exige das partes uma forma especial. Nesses casos as exceções devem ser respeitadas. Por exemplo, a compra de uma casa à vista deve ser através da escritura pública, porque a lei impõe uma forma. O Código Civil de 2002 prescreve em seu artigo 108 que “Não dispondo Art. 591. O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei. Deve-se também fazer constar das escrituras no caso de vendedor solteiro a declaração de que não convive em união estável. DOCUMENTAÇÃO DO IMOVEL Todo imóvel tem uma escritura ou um respectivo título aquisitivo registrado no Cartório de Registro de Imóveis, que demonstra a origem do imóvel. O cartório de Registro de Imóveis segue as normas previstas na Lei nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973 que dispõe sobre os registros públicos: TÍTULO I Das Disposições Gerais CAPÍTULO I Das Atribuições Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos REQUISITOS PARA A Para se concretizar a transação existem três requisitos legais previstos no artigo 104 do Novo Código Civil: a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação, ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta salários mínimos vigentes no País”. Preenchidos estes requisitos todos podemos contratar ou negociar livremente por meio de contratos, instrumentos, escrituras entre outros. A forma de se concretizar uma negociação é estabelecer, em um documento escrito, o acordo de vontades a que as partes chegaram. Para que as partes possam negociar com segurança devem ser providenciadas as certidões do imóvel (reais) e as certidões dos vendedores (pessoais). DA SEGURANÇA NA COMPRA DE IMÓVEIS A IMPORTÂNCIA DAS CERTIDÕES: Caso não se tenha a cautela de tirar as certidões, o comprador poderá ter sérios problemas, por exemplo, adquirir um imóvel de uma empresa falida. Neste caso a venda poderá ser anulada. Outro exemplo que demonstra a necessidade das certidões diz respeito à Lei 1829, trata da impenhorabilidade do bem de família e estabelece que o imóvel onde a família reside é impenhorável. No entanto existem exceções: o vendedor poderá ter uma dívida com um empregado e, neste caso, o imóvel poderá ser penhorado. A certidão criminal é necessária, pois o Código Penal estabelece como efeito da condenação a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime (artigo 91 – I), e no artigo 91- II – b prevê a perda em favor da união do produto do crime, bem ou valor auferido com a prática de crime. Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) dos instrumentos do crime, desdeque consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. O Código de Processo Civil estabelece que os bens do devedor respondem para o cumprimento de suas obrigações: jurídicos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. § 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes: I - o registro civil de pessoas naturais; II - o registro civil de pessoas jurídicas; III - o registro de títulos e documentos; IV - o registro de imóveis. A necessidade de apresentação das certidões está prevista na Lei Federal 7.433/85, regulamentada pelo DECRETO Nº 93.240, DE 9 DE SETEMBRO DE 1986, que “dispõe sobre os requisitos para a lavratura de escrituras públicas, e dá outras providências’’ relacionadas a imóveis ou direitos reais a ele relativos: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, DECRETA: Art 1º Para a lavratura de atos notariais, relativos a imóveis, serão apresentados os seguintes documentos e certidões: I - os documentos de identificação das partes e das demais pessoas que comparecerem na escritura pública, quando julgados necessários pelo Tabelião; II - o comprovante do pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles relativos, quando incidente sobre o ato, ressalvadas as hipóteses em que a lei autorize a efetivação do pagamento após a sua lavratura; III - as certidões fiscais, assim entendidas: a) em relação aos imóveis urbanos, as certidões referentes aos tributos que incidam sobre o imóvel, observado o disposto no § 2º, deste artigo; b) em relação aos imóveis rurais, o Certificado de Cadastro emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, com a prova de quitação do último Imposto Territorial Rural lançado ou, quando o prazo para o seu pagamento ainda não tenha vencido, do Imposto Territorial Rural correspondente ao exercício imediatamente anterior; IV - a certidão de ações reais e pessoais reipersecutórias, agente capaz; objeto lícito; forma prescrita ou não proibida em lei. Contratação 12 13Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. relativas ao imóvel, e a de ônus reais, expedidas pelo Registro de Imóveis competente, cujo prazo de validade, para este fim, será de 30 (trinta) dias; V - os demais documentos e certidões, cuja apresentação seja exigida por lei. § 1º O Tabelião consignará na escritura pública a apresentação dos documentos e das certidões mencionadas nos incisos II, III, IV e V, deste artigo. § 2º As certidões referidas na letra a , do inciso III, deste artigo, somente serão exigidas para a lavratura das escrituras públicas que impliquem a transferência de domínio e a sua apresentação poderá ser dispensada pelo adquirente que, neste caso, responderá, nos termos da lei, pelo pagamento dos débitos fiscais existentes. § 3º A apresentação das certidões previstas no inciso IV, deste artigo, não eximirá o outorgante da obrigação de declarar na escritura pública, sob pena de responsabilidade civil e penal, a existência de outras ações reais e pessoais reipersecutórias, relativas ao imóvel, e de outros ônus reais incidentes sobre o mesmo. Art 2º O Tabelião fica desobrigado de manter, em cartório, o original ou cópias autenticadas das certidões mencionadas nos incisos III e IV, do artigo 1º, desde que transcreva na escritura pública os elementos necessários à sua identificação, devendo, neste caso, as certidões acompanharem o traslado da escritura. Art 3º Na escritura pública relativa a imóvel urbano cuja descrição e caracterização conste da certidão do Registro de Imóveis, o instrumento poderá consignar, a critério do Tabelião, exclusivamente o número do registro ou matrícula no Registro de Imóveis, sua completa localização, logradouro, número, bairro, cidade, Estado e os documentos e certidões mencionados nos incisos II, III, IV e V, do artigo 1º. Art 4º As disposições deste decreto aplicam-se, no que couberem, ao instrumento particular previsto no artigo 61, da Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964, modificada pela Lei nº 5.049, de 29 de junho de 1966, ao qual se anexarão os documentos e as certidões apresentadas. Art 5º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação. Art 6º Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 9 de setembro de 1986; 165º da Independência e 98º da República. JOSÉ SARNEY Paulo Brossard Este texto não substitui o publicado no D.O.U. 10.9.1986 Os requisitos legais para que a lavratura do ato da escritura esteja devidamente revestida de segurança jurídica, constam da Lei nº. 7.433 de 18 de dezembro de 1985, a qual foi regulamentada pelo Decreto nº. 93.240 de 9 de setembro de 1986, além do disposto no artigo 215, § 1º, inciso V do Código Civil. É atribuição legal dos notários a intervenção com exclusividade em tais negócios jurídicos, esclarecendo as partes a respeito dos efeitos que o ato a ser praticado irá produzir no futuro e redigindo os instrumentos adequados, tudo visando garantir a segurança e eficácia dos negócios jurídicos, nesse sentido não devem ser dispensadas as certidões no ato da compra e venda. RELAÇÃO DE DOCUMENTOS E CERTIDÕES: CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS (certidões reais): 1.1 – Certidão vintenária com negativa de ônus e alienações – vem a ser o histórico do imóvel no período de 20 anos, constando as averbações, registros etc. Desde o nascimento com o primeiro registro até os dias atuais. Neste ponto é necessária atenção especial, para verificar se o imóvel já está registrado, se a área do terreno é a real, a confrontação com vizinhos, a área útil construída, se foram obedecidas as exigências municipais etc. Caso não exista a escritura definitiva, o corretor deve se cercar de maiores cuidados, devendo consultar o departamento jurídico da empresa na qual trabalha ou solicitar ao comprador que consulte um advogado de sua confiança, pois poderá ser responsabilizado futuramente. 1.2 – Matrícula atualizada com negativa de ônus e alienações: documento exigido na lavratura da escritura é fornecido pelo cartório de registro de imóveis e tem validade por 30 dias. Transcrição - antes do advento da lei dos registros públicos não existia a matrícula, os registros eram feitos em nome da pessoa, não havendo separação quanto à unidade imobiliária. Matrícula - após o advento da Lei 6.015 o foco dos atos imobiliários passou a ser o patrimônio individualizado. PREFEITURA MUNICIPAL: 1.3 – Imposto Predial do ano em curso da página espelho onde constam os dados do imóvel. Hoje já existe uma certidão retirada na internet no site da prefeitura de São Paulo chamada certidão de dados cadastrais que tem todos os dados do imóvel. 1.4 - Certidão Negativa de Imposto Municipal é uma certidão expedida pela Prefeitura para verificação de eventuais débitos de impostos existentes no imóvel, e toma-se por base o número do contribuinte. 1.5 - Declaração de medidas e confrontações do terreno (para casas). 1.6 – Planta aprovada ou croqui (só para casas). 1.7 – Instrumento de instituição e especificação de condomínio: documento registrado no qual o imóvel passa a existir legalmente. 14 15Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. DOCUMENTOS DO VENDEDOR EM TODOS OS CASOS (Certidões pessoais): O exame da capacidade das partes começa pela sua identificação e qualificação previstas expressamente no Código Civil, na Lei 7433/85 e seu regulamento o Decreto 93240/85. 1 – Cópia autenticadada cédula de identidade e se for casado também do cônjuge; 2 – Cópia autenticada do CPF e se for casado também do cônjuge; 3 – Comprovante de Estado Civil; 3.1 Se casado: certidão de Casamento atualizada com pacto antenupcial se houver (artigo 1653 e seguintes do Código Civil). 3.2 Se separado ou divorciado: certidão de Casamento atualizada com a averbação da separação ou do divórcio. CERTIDÕES NEGATIVAS 4.1 Dos cartórios de protestos dos últimos 5 anos; 4.2 Dos distribuidores cíveis dos últimos 10 anos; No fórum cível, na justiça comum. 4.3 De executivos fiscais dos últimos 10 anos; No fórum cível, na justiça comum; 4.4 Da justiça federal dos últimos 10 anos; Podem ser obtidas no Fórum Federal local e no site www.justicafederal.gov.br. As certidões nacionais de distribuição envolvem ações cíveis e ações criminais. 4.5 Da justiça do trabalho dos últimos 10 anos; De apresentação obrigatória a partir de 04 de janeiro de 2012 (Lei 12.440/11), para a participação em licitações públicas, a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) pode ser emitida gratuitamente nas páginas eletrônicas do Tribunal Superior do Trabalho, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho, mediante indicação do CPF ou do CNPF do interessado. A CNDT não dispensa a apresentação da certidão de distribuição de feitos trabalhistas. 4.6 certidão de não interdição que pode ser retirada no 1º Ofício de Registro Civil do domicílio do vendedor. DOCUMENTOS DO VENDEDOR – PESSOA JURÍDICA Pessoas Jurídicas são entes criados pela lei ou vontade das partes, para que seja facilitada a atuação humana em certas relações sociais, econômicas e jurídicas. Existem dois tipos de pessoas jurídicas - direito público (externo e interno) e direito privado. Pessoas jurídicas de direito público externo – Os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. Pessoas jurídicas de direito público interno – A União, os Estados – Membros, Distrito Federal e Territórios, os Municípios, as Autarquias (inclusive as associações públicas, nos termos da Lei 11.107/05) e as demais entidades de caráter público criadas por lei. Pessoas jurídicas de direito privado – As associações, as sociedades, as fundações, as organizações religiosas e os partidos políticos. A compra de um imóvel que seja de propriedade de uma pessoa jurídica exige atenção e cuidados redobrados e normalmente, a participação de um advogado. O comprador precisa verificar nos atos constitutivos da empresa (Contrato Social ou Estatuto), se a pessoa que oferece o bem à venda está autorizada a fazê-lo. Os sócios, diretor e mesmo o presidente da empresa é preciso que tenham poderes para vender o imóvel. Caso o ofertante do imóvel não tenha autorização para venda, é preciso que tenha uma procuração com poderes específicos para tanto. A procuração deve ser outorgada pela empresa, por meio de quem detenha os poderes. O Estatuto ou Contrato Social deve especificar de forma clara a possibilidade de venda de bens, e a Escritura Pública deve ser assinada pelo detentor desses poderes. Caso o imóvel seja integrante do patrimônio da Empresa, deve ser exigida a certidão negativa de todos os sócios. DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO CONDOMÍNIO: Declaração do síndico dando quitação das despesas condominiais com firma reconhecida – aponta eventuais débitos existentes de condomínio ou de benfeitorias relativos à unidade autônoma transacionada; Ata de eleição do Síndico comprova que a assinatura do síndico tem validade quanto à informação prestada; Documentos comprobatórios de existência ou não de ações existentes em curso contra o condomínio bem como sua situação fiscal. DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO IMÓVEL RURAL: Certificado de cadastro de imóvel rural (CCIR); Comprovante de pagamento do ITR (darf) referente aos últimos cinco exercícios, ou certidão de quitação da Receita Federal; Certidão de negativa de débito florestal –IBAMA; Recibo da declaração do último ITR. 16 17Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. 1-Contrato Social ou Estatuto Social e todas as suas alterações, Ata de Eleição da última Diretoria, devidamente registrados junto aos órgãos competentes. Caso a empresa tenha mudado de nome, devem ser solicitadas as certidões em nome da empresa anterior. 2-Certidão recente da Junta Comercial, em breve relato, contendo o objeto, sede, uso, representação e arquivamento. 3-Certidão Negativa de Débitos do INSS. 4-Certidão de Regularidade de Situação do FGTS – CRS. (Expedida pela Caixa Econômica Federal). 5-Certidão Negativa de Tributos Federais – Expedida pela Receita Federal (relativa a contribuições obrigatórias da empresa). 6-Certidões Negativas. 6.1-Dos Cartórios de Protesto (últimos 5 anos). 6.2-Dos Distribuidores Cíveis (últimos 10 anos). 6.3-De Executivos Fiscais (últimos 10 anos). 6.4-De Falências e concordatas (últimos 10 anos). 6.5-Da Justiça Federal (últimos 10 anos). 6.6-Da Justiça do Trabalho (últimos 10 anos). 7-Documentos Pessoais dos Sócios e qualificações completas. DOCUMENTOS DO COMPRADOR: 1 – Cópia autenticada da cédula de identidade e, se for casado, também do cônjuge; 2 – Cópia autenticada do CPF e, se for casado, também do cônjuge; 3 – Comprovante de Estado Civil; 3.1 Se casado: certidão de Casamento atualizada com pacto antenupcial se houver (“Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em Livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges” Código Civil). 3.2 Se separado ou divorciado: certidão de Casamento atualizada com a averbação da separação ou do divórcio. Caso seja necessário, poderão ser providenciadas: Certidão de objeto e pé (ou de breve relato). Informa qual o assunto (objeto) que está sendo discutido no processo e em que fase (pé) encontra- se a discussão. É elaborada pela secretaria da vara judicial a pedido da parte. Certidão de inteiro teor - Informa os principais atos judiciais do processo. É elaborada pela secretaria da vara judicial a pedido da parte. A edição da Lei 11.382/2006 em vigência desde 20/01/2007, que introduziu alterações no Código de Processo Civil, possibilitando a averbação na matrícula do imóvel da abertura de execuções judiciais em face do proprietário, visa prevenir o comprador de boa-fé invertendo o ônus da prova. Ao exequente, compete a providência afastando, assim, do comprador de boa-fé, a prova de que é honesto. Mesmo diante da apresentação destas certidões nenhuma compra está totalmente segura. Pode ocorrer de um dos antecessores do vendedor ter feito uma aquisição viciada. E em outra comarca, existir uma ação pessoal contra o vendedor que não apareceu em nenhuma certidão. A existência de locação tem invalidado muitos negócios jurídicos. O registro do contrato com cláusula de vigência pode ser feito a qualquer tempo. E a averbação permite o exercício do direito de preferência. Assim, em caso de venda é necessária a notificação do inquilino para manifestar sua expressa desistência da compra. Ainda que o contrato não esteja registrado, cabe-lhe direito à indenização pela desídia do vendedor ou por venda diferente das condições que lhe foram ofertadas. As mesmas condições prevalecem para o arrendatário. DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATADAS Todo contrato deve ter a cláusula penal, uma das cláusulas mais importantes do contrato, pois define as obrigações de cada parte caso alguém venha a descumpri-lo. Ela deve estipular também eventuais valores a serem pagos se isso acontecer. DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL- Segundo Silvio Rodrigues “A responsabilidade civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa a reparar o prejuízo causado a outra, por fato próprio, ou por fato de pessoasou coisas que dela dependam” (RODRIGUES, 2003, p. 6). O termo responsabilidade Civil, conforme a definição de De Plácido e Silva é: “Dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer a prestação convencionada ou para suportar as sanções legais, que lhe são impostas. Onde quer, portanto, que haja obrigação de fazer, dar ou não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, de suportar sanções legais ou penalidades, há a responsabilidade, em virtude da qual se exige a satisfação ou o cumprimento da obrigação ou da sanção” (SILVA, 2010, p. 642). No direito atual, a tendência é de não deixar a vítima de atos ilícitos sem ressarcimento, de forma a restaurar seu equilíbrio moral e patrimonial. DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR PERDAS E DANOS - Havendo o descumprimento, a parte que descumpriu a obrigação responde por perdas e danos com o seu patrimônio, mas existe a diferença entre a recusa no cumprimento e o cumprimento imperfeito (tempo, lugar e forma) no caso da mora. As fontes das obrigações são os contratos, os atos ilícitos e as declarações unilaterais de vontade, sem contar a própria lei, que às vezes, faz nascer uma obrigação de forma direta, é o caso dos alimentos. ALGUNS EXEMPLOS DE CONTRATOS CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEIS Ao encontrar um imóvel, nem sempre o comprador se depara com as condições ideais para sua aquisição. Pode acontecer de existirem pendências fiscais do imóvel, falta das certidões negativas do proprietário, ou outros documentos necessários para efetivar a transmissão no Registro de Imóveis, ou em alguns casos o comprador não tem condições de efetuar o pagamento à vista. 18 19Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. O compromisso de compra e venda é um contrato preliminar firmado antes da concretização dos contratos definitivos, tem natureza acessória, e sua finalidade é viabilizar a conclusão do contrato principal, buscando a concretização da prestação pactuada preliminarmente. No contrato de promessa de compra e venda de imóveis o promitente vendedor se obriga a outorgar a escritura definitiva de compra e venda com o promitente comprador, no tempo, modo e lugar definidos no instrumento preliminar. O promitente comprador, após cumpridas as exigências pactuadas no contrato tem o direito de exigir do promitente vendedor a concretização do negócio jurídico, através da lavratura da escritura definitiva, que será oportunamente registrada no registro imobiliário. As partes devem sempre contratar obedecendo ao princípio da boa-fé. Assim, o contrato deve ser elaborado de forma que as obrigações assumidas possam ser concretizadas, motivo pelo qual, temos que ter cautela na elaboração da minuta do contrato. Várias são as designações oferecidas pela lei, doutrina e jurisprudência a essa espécie de contrato, tais como: compromisso, promessa, compromisso de compra e venda, promessa de venda, promessa de compra e venda, promessa bilateral de compra e venda, promessa sinalagmática de compra e venda, contrato de compromisso, contrato de promessa de compra e venda, contrato preliminar de compra e venda, dentre outros. O importante é o conteúdo e não a denominação. Normalmente colocamos : “INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEL RESIDENCIAL” “INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEL RESIDENCIAL” “INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEL URBANO” Quando for utilizada a expressão COMPROMISSO, o termo usado para designar as partes será: COMPROMISSÁRIO VENDEDOR COMPROMISSÁRIO COMPRADOR Quando for utilizada a expressão PROMESSA o termo usado para designar as partes será: PROMITENTE VENDEDOR PROMITENTE COMPRADOR Quando existirem outras obrigações, além das cláusulas usuais do contrato de venda e compra, como, por exemplo, a remuneração do corretor, devo acrescentar ao termo “outras avenças”. Caio Mário da Silva Pereira, citando Von Tuhr, conceitua o contrato preliminar como “aquele por via do qual ambas as partes ou uma delas se comprometem a celebrar mais tarde outro contrato, que será contrato principal.” O contrato preliminar possui como objeto uma obrigação de fazer, que é a celebração de outro contrato. O Código Civil estabelece em seu artigo 462 que: “Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.” O compromisso de compra e venda também é conhecido rotineiramente sob outras denominações: promessa de compra e venda, contrato preliminar de compra e venda, promessa bilateral de compra e venda (Sílvio de Salvo Venosa). Segundo Orlando Gomes “se um dos interessados, por sua atitude, cria para o outro a expectativa de contratar, obrigando-o, inclusive, a fazer despesas, sem qualquer motivo, põe termo às negociações, o outro terá o direito de ser ressarcido dos danos que sofreu”. Nessas hipóteses, existe uma alternativa utilizada no mercado, que condiciona a finalização da compra e venda a um acontecimento futuro, ou seja, celebra- se uma promessa, ou compromisso de compra e venda. CONTRATO DE COMODATO “É o contrato unilateral, gratuito, pelo qual alguém entrega a outrem coisa infungível, para ser usada temporariamente e depois restituída”. Trata-se, portanto, de um contrato unilateral porque obriga tão-somente o comodatário; gratuito porque somente este é favorecido, não-solene, pois a lei não exige forma especial para sua validade, podendo ser utilizada até a forma verbal. Quem entrega a coisa infungível é o comodante e quem a usa é o comodatário. CONTRATO DE LOCAÇÃO É o contrato pelo qual o locador se obriga a ceder o uso e o gozo da coisa locada. É um contrato comutativo, oneroso, bilateral e de execução continuada. A lei 8245/91, que trata das locações de prédios urbanos, sofreu algumas alterações por conta da lei 12.112/09. Os dispositivos que tratam da exoneração do fiador sofreram mudanças, que facilitaram a desobrigação do fiador no cumprimento de seu papel em algumas circunstâncias no contrato de aluguel residencial. CONFISSÃO DE DÍVIDA É o contrato em que uma pessoa (promitente cedente) se obriga a ceder direitos que detém a outra (promissário cessionário), por preço, condições e modo avençados, outorgando-lhe a escritura pública definitiva assim que ocorrer o pagamento do preço e o cumprimento das demais condições estipuladas no contrato. AQUISIÇÃO POR USUCAPIÃO Usucapião e função social. O direito real traduz a relação entre uma coisa, ou conjunto de coisas e um ou mais sujeitos, pessoas naturais ou jurídicas (Venosa, 2012, v.5:199). Somente os direitos reais podem ser objeto de usucapião. Conceituado como modo de aquisição da propriedade e outros direitos reais pela posse prolongada da coisa, o usucapião é o instituto que prestigia a posse mansa e pacífica em detrimento da propriedade ociosa e descuidada. No usucapião e na acessão diz-se que ocorre a aquisição originária da propriedade imobiliária, pois o indivíduo faz seu o bem, sem que este lhe tenha sido transferido por alguém, não havendo qualquer relação entre o domínio atual e o anterior. O comportamento prolongado do possuidor sem objeção do proprietário, pode gerar a aquisição da propriedade, se presentes alguns requisitos estabelecidos em lei. A possibilidade de a posse continuada culminar na propriedade se justifica no sentido social das coisas. 20 21Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Aquisição da Propriedade Imóvel – UsucapiãoO Estado intervém, cada vez mais, para regular e limitar a utilização das coisas pelas pessoas.Todo bem deve ter uma função social, seja ele móvel ou imóvel. Isto quer dizer que o bem deve ser utilizado pelo proprietário de forma a gerar utilidades. Se o dono abandona este bem, desinteressando-se como se a coisa não fosse sua, proporciona a outro a oportunidade de se apossar dela, comportando-se como se fosse o proprietário e dando-lhe uma destinação útil. O Usucapião é destinado a móveis e imóveis, no entanto, é evidente a maior importância social do usucapião em relação aos imóveis. “A posse e o tempo concretizam uma situação fática que se estabelece independentemente do querer ou não querer do proprietário” (Ribeiro, 1992, v.2:161). O instituto do Usucapião tem a faculdade de transformar a situação fática de posse, em situação juridicamente estável de propriedade. Daí a definição de Usucapião como sendo “o modo de aquisição da propriedade mediante a posse suficientemente prolongada sob determinadas condições” (Venosa, 2012, v.5:199). A posse mansa e pacífica, sem oposição por determinado tempo, previsto em lei, gera a aquisição da propriedade, por parte de quem a exerce, pois interessa à sociedade a transformação e solidificação de tal situação de fato – posse - em situação de direito – propriedade, cumprindo a função social da propriedade prevista nos artigos 5º XXIII,182, § 2º, e 186 e incisos da Constituição de 1988. O usucapião ganhou relevância e tratamento diferenciado, devido à consagração definitiva da função social da propriedade no ordenamento jurídico, e o Código Civil de 2002 passou a tratar esse instituto com mais atenção, reduzindo os prazos para aquisição de direitos e ainda concebendo novas modalidades de usucapião, como para fins de moradia e trabalho. Assim a conversão da situação de fato em situação de direito interessa à paz social, para evitar que a instabilidade do possuidor se perpetue, gerando discórdias e conflitos que afetem a harmonia social. A tabela elaborada por Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery expõe as espécies de usucapião bem como seus requisitos. Classificação da posse: Direta: exercida diretamente pelo possuidor. Indireta: quem detinha posse direta e a cedeu. Uma não anula a outra. O possuidor direto tem defesa contra o indireto. Boa-fé: o possuidor ignora obstáculo da coisa. Má-fé: o possuidor conhece o obstáculo. O exercício de posse injusta, ou sua tentativa confere ao prejudicado legitimamente para os interditos possessórios. Justa: não é violenta, clandestina ou precária. Injusta: possui uma das três características acima. O exercício da posse injusta, ou na sua tentativa, confere ao legitimado os interditos possessórios. Nova: menos de um ano e dia. Velha: mais de ano e dia. Diferença no procedimento dos interditos possessórios. Com Justo título: com base em todo ou qualquer parte, em tese transferir a mensalidade. Sem justo título: sem base em ato acima especificado. Pode servir como forma de diminuição do prazo necessário ao reconhecimento do curso. Composse: duas ou mais pessoas Cada possuidor pode exercer atos possessórios, sem excluir o direito. MODALIDADE FUNDAMENTO Extraordinária_1 Decurso de tempo que causaa prescrição aquisitiva Extraordinária_2 Prescrição diminuída por ter o possuidor dado destinação que atende a função social. Ordinária_1 Prescrição aquisitiva Ordinária_2 Prescrição aquisitiva Especial Rural Constitucional Rural Pro Labore Prescrição extintiva pelo fato de o proprietário não haver dado cumprimento à função social da propriedade e prescrição aquisitiva, benefício ao possuidor que a atendeu. REQUISITOS REMISSÕES - posse ad usucapionem; - 15 anos ininterruptos CC, art. 1.238, caput. - posse ad usucapionem; - 10 anos ininterruptos - ter o possuidor constituído sua morada ou ter realizado obras ou serviços produtivos. CC, art. 1.238, parágrafo único. - posse ad usucapionem; - 10 anos contínuos; - justo título; - boa-fé; CC, art. 1.242, caput. - posse ad usucapionem; - 05 anos contínuos; - aquisição onerosa do imóvel com base em registro regular posteriormente cancelado; - ter o possuidor constituído sua morada ou ter realizado obras ou serviços produtivos. CC, art. 1.242, parágrafo único. - posse ad usucapionem; - 05 anos contínuos; - área máxima de 50 hectares em zona rural; - ter tornado a propriedade produtiva; - ter o possuidor constituído sua moradia; - não ser possuidor ou proprietário de outro imóvel urbano ou rural. CF, art. 191; Lei 6.969; CC, art. 1.239. Especial Urbana Constitucional Urbana Individual Sanção ao proprietário por não dar cumprimento à função social da propriedade e beneficio ao possuidor que a atendeu. - posse ad usucapionem; - 05 anos contínuos; - área urbana de até 250 m²; - moradia própria ou da família; - não ser possuidor ou proprietário de outro imóvel urbano ou rural. - não ter tido esse beneficio anteriormente. CF, art. 183 e §§; art. 9º, 11 e SS., Lei 10.257/01; CC, art. 1.240 Especial Urbana Coletiva Constitucional Urbana Coletiva Sanção ao proprietário por não dar cumprimento à função social da propriedade e beneficio aos possuidores que a atenderam. - posse ad usucapionem; - 05 anos contínuos; - área urbana com + 250 m²; - destinada a moradia da população posseira; - sejam possuidores de baixa renda; - não ser possuidor ou proprietário de outro imóvel urbano ou rural; - seja impossível destacar cada terreno de forma individual. Art. 10 e SS.; Lei 10.257/01. 22 23Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. GENERALIDADES DO TESTAMENTO EM GERAL Código Civil Artigo 1.626 - Considera-se testamento o ato revogável pelo qual alguém, de conformidade com a lei, dispõe, no todo ou em parte, do seu patrimônio, para depois de sua morte. DOAÇÃO Código Civil Artigo 538 assim define a doação: “Considera- se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra, que os aceita.” INVENTÁRIO Código de Processo Civil Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer- se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007). MANDATO EM CAUSA PRÓPRIA O Código Civil, Lei 10.406/02, art. 685 “Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria” a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.” FORO E FÓRUM Fórum - Tem um sentido restrito, indicando o espaço físico (prédio) onde funcionam os órgãos do Poder Judiciário: • Hoje tenho que ir ao fórum. Obs.: Muito usada também é a versão latina forum (sem acento), devendo ser indicada pelo itálico. Foro (ó) - Quando pronunciada com o som do “o” aberto, a palavra “foro” é sinônima de “fórum”. Foro (ô) - Quando pronunciada com o som do “o” fechado, entretanto, a palavra “foro” tem um sentido amplo, podendo adquirir tanto o significado da palavra “Fórum”, quanto o de área de jurisdição, como também o de juízo, julgamento, âmbito: • As partes contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo (SP) para dirimir quaisquer questões decorrentes deste contrato. • O Juiz declarou-se impedido de votar por motivo de foro íntimo. Fontes de consulta: Código Civil Código de Processo Civil http://www.jurisway.org.br/ http://jus.com.br/revista/texto/6995/ direitos-reais#ixzz2URmHKxAm http://jus.com.br/revista/texto/10623/ a-impossibilidade-de-dispensa-da- certidao-de-feitos-ajuizados-nas- escrituras-publicas#ixzz2USPM32Nx Alienação Transferência do direito de propriedade a outra pessoa. Renúncia Desistência do direitode propriedade. Pode ser expressa ou tácita. Abandono Descuido com relação ao bem, que se transforma em res derelicta – se outra pessoa não se apoderar dele, será arrecadado como bem vago e passará ao Poder Público em 03 anos. Perecimento Destruição ou perda da utilidade econômica do bem. Desapropriação Instituto de direito público, que se consubstancia em procedimento pelo qual o Poder Público (…), ocorrendo caso de necessidade ou de utilidade pública, ou ainda, de interesse social, retira determinado bem de pessoa física ou jurídica, mediante justa indenização, que, em regra, será prévia e em dinheiro. Perda da Propriedade (móvel e imóvel) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.
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