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1Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.
Programa de Educação
Continuada ao Corretor
de Imóveis
Documentação
Imobiliária
2 3Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.
OBJETIVOS
DOCUMENTAÇÃO
REQUISITOS PARA A CONTRATAÇÃO
DA SEGURANÇA NA COMPRA DE IMÓVEIS
DOCUMENTAÇÃO DO IMÓVEL
RELAÇÃO DE DOCUMENTOS E CERTIDÕES
CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS (certidões reais)
PREFEITURA MUNICIPAL
DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO CONDOMÍNIO
DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO IMÓVEL RURAL
DOCUMENTOS DO VENDEDOR EM TODOS OS CASOS (Certidões pessoais)
CERTIDÕES NEGATIVAS
DOCUMENTOS DO VENDEDOR – PESSOA JURÍDICA
DOCUMENTOS DO COMPRADOR
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRATADAS
ALGUNS EXEMPLOS DE CONTRATOS
AQUISIÇÃO POR USUCAPIÃO
GENERALIDADES
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Objetivos:
- Apresentação e desenvolvimento de vários tipos 
de documentação imobiliária;
- Proporcionar o conhecimento para a elaboração 
da documentação necessária à compra e venda 
de bens imóveis, de forma segura;
-Proporcionar ao aluno o entendimento, análise e 
domínio dos conhecimentos básicos da confecção 
de documentos de operações do setor imobiliário.
DOCUMENTAÇÃO
Documentação é o conjunto de documentos ou 
série de documentos que se exibem ou se trazem 
para demonstração de atos, fatos ou direitos que 
se quer comprovar.
O documento reproduz determinada manifestação 
do pensamento que fica gravada no papel, 
podendo ser uma carta, um recibo, uma fatura 
entre outros.
Em relação à forma como é apresentado, o 
documento pode ser original, cópia, traslado, 
certidão entre outros.
Nós vamos tratar da documentação imobiliária, 
que é o conjunto de documentos do imóvel e dos 
vendedores, necessário para comprovar direitos na 
venda e compra de imóvel com recursos próprios.
Existem duas situações a serem analisadas: 
- A documentação do imóvel propriamente dita 
(real) e;
- A documentação dos vendedores (pessoal). 
Direitos Reais
A propriedade é a principal forma de expressão e 
representação dos direitos reais. É definida como 
a extensão dos direitos da pessoa humana, sobre 
bens que se encontram, formalmente, na esfera 
do domínio de cada pessoa.
Negócios Jurídicos
Com relação à matéria de Direito Imobiliário, é 
imprescindível a leitura do artigo 104 e seguintes 
do Código Civil. Nos referidos artigos o legislador 
trata de uma espécie dos atos jurídicos, os 
chamados negócios jurídicos.
Os negócios jurídicos são atos jurídicos resultantes 
da vontade de duas ou mais pessoas para a 
realização de determinado fim social. O negócio 
jurídico mais comum é o contrato, apesar de 
existirem outros tipos de atos negociais, como o 
testamento, por exemplo. 
Todo contrato estabelece obrigações entre as 
partes, onde o devedor fica obrigado a dar, fazer 
ou não fazer (prestação) alguma coisa em favor do 
credor, o vínculo jurídico obrigacional geralmente 
termina com o pagamento, e o descumprimento 
gera a obrigação de perdas e danos.
O CÓDIGO CIVIL ESTABELECE TRÊS FONTES DE 
OBRIGAÇÕES:
Os Direitos Reais, ou Direitos da Coisas, enquanto 
ramo do Direito Civil, traduzem o conjunto de normas 
e princípios reguladores das relações jurídicas 
referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo 
homem, segundo uma finalidade social.
No sistema capitalista, a propriedade significa a 
base do sistema econômico. Assim, o detentor 
da propriedade pode utilizá-la para atingir seus 
objetivos pessoais, desde que a propriedade 
venha a cumprir uma função social.
Para a teoria clássica ou realista, os direitos reais 
são vistos como um poder direto e imediato sobre 
a coisa, enquanto os direitos pessoais traduzem 
uma relação entre pessoas, tendo como objeto 
uma prestação.
A prestação pode ser dirigida a um bem, como 
ocorre nas obrigações de dar, no entanto, o 
objeto em si dos direitos pessoais é sempre o 
comportamento do devedor, o que não ocorre 
nos direitos reais, visto que estes incidem 
imediatamente sobre a coisa.
Assim, os direitos reais se caracterizam pela 
existência de dois elementos: o titular e a coisa. Em 
relação aos diretos reais, o titular pode desfrutar 
da coisa sem a intervenção de terceiros, por outro 
lado, nos direitos pessoais, existem três elementos: 
o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação.
Os direitos reais atendem ao princípio da 
publicidade, enquanto em relação aos direitos 
pessoais prevalece a ciência apenas entre as 
partes. Para que haja segurança em relação aos 
direitos reais, é necessária sua notoriedade, 
para que toda a sociedade tenha conhecimento 
de sua existência.
No sistema brasileiro, no que diz respeito aos 
bens imóveis, que normalmente têm um valor 
maior, para a segurança, exige-se o registro no 
Cartório de Registro de Imóveis (artigo 1.227 
do novo Código Civil) e, no que tange aos 
bens móveis, a publicidade é alcançada com a 
própria posse, daí porque os direitos reais a eles 
relativos são adquiridos com a tradição (artigo 
1.226 do Código).
- AS DECLARAÇÕES UNILATERAIS DE VONTADE, 
como por exemplo, a promessa de recompensa;
- OS ATOS ILÍCITOS, como por exemplo, um 
atropelamento;
- OS CONTRATOS.
A aquisição de bens reais por negócio jurídico 
processa-se de maneira diversa, de acordo com a 
natureza do bem.
Para os bens imóveis, de acordo com os artigos 
108, 1227 e 1245, do código civil, necessário 
se faz o registro de um título aquisitivo (uma 
escritura pública de compra e venda, doação ou 
troca, por exemplo) junto ao registro de imóveis 
competente. 
A escritura, enquanto não registrada, não atribui 
direito real de propriedade, apenas direito 
pessoal, obrigacional entre as partes contratantes.
A escritura é o documento ou forma escrita de 
um ato jurídico.
 Documentação Imobiliária
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O legislador estabelece regras que tratam do 
Negócio Jurídico no “Livro III - Dos Fatos Jurídicos, 
Título I – Do Negócio Jurídico - do Código Civil”.
LIVRO III
Dos Fatos Jurídicos
TÍTULO I
Do Negócio Jurídico
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes 
não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos co-interessados 
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto 
do direito ou da obrigação comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não 
invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se 
cessar antes de realizada a condição a que ele 
estiver subordinado.
Devemos ficar atentos para que os atos praticados não sejam nulos, anuláveis ou inexistentes, o que 
prejudica o negócio jurídico.
Atos Nulos
São os atos que carecem de validade formal ou vigência, por padecerem de um vício insanável que os 
compromete irremediavelmente, por não atenderem exigências legais. 
Nulidade absoluta
Exemplo: casamento de duas pessoas casadas. 
De acordo com o Código Civil, o negócio jurídico é nulo quando celebrado por pessoa absolutamente 
incapaz; for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; o motivo determinante, comum a ambas 
as partes, for ilícito; não revestir a forma prescrita em lei; for preterida alguma solenidade que a lei 
considere essencial para a sua validade; tiver por objetivo fraudar lei imperativa; a lei taxativamente 
o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção (art. 166). 
Art. 107. A validadeda declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior 
salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a 
cláusula de não valer sem instrumento público, este 
é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste 
ainda que o seu autor haja feito a reserva mental 
de não querer o que manifestou, salvo se dela o 
destinatário tinha conhecimento.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as 
circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá 
mais à intenção nelas consubstanciada do que ao 
sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser 
interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar 
de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a 
renúncia interpretam-se estritamente.
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Atos anuláveis 
Nos casos de nulidade relativa, os vícios podem 
ser sanados ou ratificados, a forma depende da 
natureza e da matéria.
Será anulável o negócio jurídico, além dos 
casos expressamente declarados na lei, por 
incapacidade relativa do agente e por vício 
resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, 
lesão ou fraude contra credores (art. 171). 
Atos inexistentes
A inexistência é um vício natural ou fático, carece 
de algum elemento constitutivo, devendo ser 
declarada a sua não significação jurídica. O 
negocio inexistente se caracteriza pela ausência 
de algum elemento estrutural do negócio 
jurídico, como por exemplo quando não houver 
manifestação ou declaração de vontade. 
Exemplo de ato jurídico inexistente:
Divórcio de alguém que nunca se casou perante a 
legislação civil. 
Atos Jurídicos Lícitos
Somente depois de disciplinar os negócios 
jurídicos o legislador trata dos atos jurídicos 
lícitos, que não sejam negócios jurídicos.
A ação ou omissão = voluntária, por negligência ou imperícia.
O legislador consagra a responsabilidade do causador do dano quando se verifica culpa ou dolo do 
agente, é a teoria da culpa subjetiva, como base de responsabilidade civil. 
Após o aceite na proposta, é pratica habitual a formalização do acordo de vontade das partes em 
um contrato, que liga as partes concordantes, estabelecendo um vínculo obrigacional entre elas. O 
vínculo se impõe aos contratantes, só pode ser desatado, em tese, pela concordância de todos os 
interessados. E o descumprimento do contrato por qualquer da partes, exceto nos casos permitidos 
em lei, sujeita o inadimplente à reparação das perdas e danos (CC art. 389).
É a lei que torna obrigatório o cumprimento do contrato, e obriga aquele que livremente se vinculou a 
manter sua promessa, procurando, desse modo, dar segurança as relações contratualmente estabelecidas.
E são de grande importância os artigos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Todo ato humano que causa dano a outrem obriga 
reparação, com base no disposto no artigo 186 do 
Código Civil, essa reparação é devida em ocorrendo 
ação, ou omissão, voluntária, no caso de atos 
comissivos e omissivos culposos ou dolosos. 
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Agente capaz 
Para que o negócio jurídico seja 
eficaz produzindo todos os seus 
efeitos, a lei exige que ele seja 
praticado por agente capaz. O 
agente capaz é a pessoa capaz 
ou emancipada para os atos da 
vida civil (maior de 18 anos, não 
interditado).
A licitude 
A licitude está inserida no 
conceito. É necessário que o 
alcance visado pelo ato não seja 
contrário à ordem jurídica. 
Forma prescrita ou não defesa 
em lei 
Todo negócio jurídico tem uma 
forma. A vontade manifestada 
pelas pessoas pode ser verbal, 
por escrito, ou através de 
gestos. A regra geral é a forma 
livre. “A validade da declaração 
de vontade – diz o art. 107 do 
CC - não dependerá de forma 
especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir”. No 
entanto, em determinadas 
situações a lei exige das partes 
uma forma especial. Nesses 
casos as exceções devem 
ser respeitadas. 
Por exemplo, a compra de uma 
casa à vista deve ser através da 
escritura pública, porque a lei 
impõe uma forma. O Código 
Civil de 2002 prescreve em seu 
artigo 108 que “Não dispondo 
Art. 591. O devedor responde, 
para o cumprimento de suas 
obrigações, com todos os seus 
bens presentes e futuros, salvo as 
restrições estabelecidas em lei.
Deve-se também fazer constar das 
escrituras no caso de vendedor 
solteiro a declaração de que não 
convive em união estável. 
DOCUMENTAÇÃO DO IMOVEL
Todo imóvel tem uma escritura 
ou um respectivo título 
aquisitivo registrado no Cartório 
de Registro de Imóveis, que 
demonstra a origem do imóvel.
O cartório de Registro de Imóveis 
segue as normas previstas na 
Lei nº 6.015 de 31 de dezembro 
de 1973 que dispõe sobre os 
registros públicos:
TÍTULO I
Das Disposições Gerais
CAPÍTULO I
Das Atribuições
Art. 1º Os serviços concernentes 
aos Registros Públicos, 
estabelecidos pela legislação 
civil para autenticidade, 
segurança e eficácia dos atos 
REQUISITOS PARA A
Para se concretizar a transação existem três 
requisitos legais previstos no artigo 104 do 
Novo Código Civil:
a lei em contrário, a escritura 
pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem 
à constituição, transferência, 
modificação, ou renúncia de 
direitos reais sobre imóveis de 
valor superior a trinta salários 
mínimos vigentes no País”.
Preenchidos estes requisitos 
todos podemos contratar ou 
negociar livremente por meio 
de contratos, instrumentos, 
escrituras entre outros.
A forma de se concretizar uma 
negociação é estabelecer, 
em um documento escrito, o 
acordo de vontades a que as 
partes chegaram.
Para que as partes possam 
negociar com segurança devem 
ser providenciadas as certidões 
do imóvel (reais) e as certidões 
dos vendedores (pessoais).
DA SEGURANÇA NA COMPRA 
DE IMÓVEIS
A IMPORTÂNCIA DAS CERTIDÕES:
Caso não se tenha a cautela de 
tirar as certidões, o comprador 
poderá ter sérios problemas, por 
exemplo, adquirir um imóvel de 
uma empresa falida. Neste caso 
a venda poderá ser anulada.
Outro exemplo que demonstra 
a necessidade das certidões 
diz respeito à Lei 1829, trata 
da impenhorabilidade do bem 
de família e estabelece que o 
imóvel onde a família reside 
é impenhorável. No entanto 
existem exceções: o vendedor 
poderá ter uma dívida com um 
empregado e, neste caso, o 
imóvel poderá ser penhorado.
A certidão criminal é necessária, 
pois o Código Penal estabelece 
como efeito da condenação a 
obrigação de indenizar o dano 
causado pelo crime (artigo 91 
– I), e no artigo 91- II – b prevê 
a perda em favor da união do 
produto do crime, bem ou valor 
auferido com a prática de crime.
Art. 91 - São efeitos da 
condenação: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - tornar certa a obrigação de 
indenizar o dano causado pelo 
crime; (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a perda em favor da União, 
ressalvado o direito do lesado ou 
de terceiro de boa-fé: (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, 
desdeque consistam em coisas 
cujo fabrico, alienação, uso, 
porte ou detenção constitua 
fato ilícito;
b) do produto do crime ou de 
qualquer bem ou valor que 
constitua proveito auferido pelo 
agente com a prática do fato 
criminoso.
O Código de Processo Civil 
estabelece que os bens do devedor 
respondem para o cumprimento 
de suas obrigações: 
jurídicos, ficam sujeitos ao 
regime estabelecido nesta Lei. 
§ 1º Os Registros referidos neste 
artigo são os seguintes: 
I - o registro civil de pessoas 
naturais; 
II - o registro civil de pessoas 
jurídicas;
III - o registro de títulos e 
documentos; 
IV - o registro de imóveis. 
A necessidade de apresentação 
das certidões está prevista 
na Lei Federal 7.433/85, 
regulamentada pelo DECRETO 
Nº 93.240, DE 9 DE SETEMBRO 
DE 1986, que “dispõe sobre os 
requisitos para a lavratura de 
escrituras públicas, e dá outras 
providências’’ relacionadas a 
imóveis ou direitos reais a ele 
relativos:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
no uso das atribuições que lhe 
confere o artigo 81, item III, da 
Constituição, 
DECRETA:
Art 1º Para a lavratura de atos 
notariais, relativos a imóveis, 
serão apresentados os seguintes 
documentos e certidões: 
I - os documentos de identificação 
das partes e das demais pessoas 
que comparecerem na escritura 
pública, quando julgados 
necessários pelo Tabelião; 
 II - o comprovante do pagamento 
do Imposto sobre a Transmissão 
de Bens Imóveis e de Direitos a 
eles relativos, quando incidente 
sobre o ato, ressalvadas as 
hipóteses em que a lei autorize 
a efetivação do pagamento 
após a sua lavratura; 
III - as certidões fiscais, assim 
entendidas: 
a) em relação aos imóveis 
urbanos, as certidões referentes 
aos tributos que incidam sobre 
o imóvel, observado o disposto 
no § 2º, deste artigo; 
b) em relação aos imóveis 
rurais, o Certificado de Cadastro 
emitido pelo Instituto Nacional 
de Colonização e Reforma 
Agrária - INCRA, com a prova 
de quitação do último Imposto 
Territorial Rural lançado ou, 
quando o prazo para o seu 
pagamento ainda não tenha 
vencido, do Imposto Territorial 
Rural correspondente ao exercício 
imediatamente anterior; 
IV - a certidão de ações reais 
e pessoais reipersecutórias, 
agente capaz;
objeto lícito;
forma prescrita ou não proibida em lei.
Contratação
12 13Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.
relativas ao imóvel, e a de ônus 
reais, expedidas pelo Registro 
de Imóveis competente, cujo 
prazo de validade, para este 
fim, será de 30 (trinta) dias; 
V - os demais documentos e 
certidões, cuja apresentação 
seja exigida por lei. 
§ 1º O Tabelião consignará na 
escritura pública a apresentação 
dos documentos e das certidões 
mencionadas nos incisos II, III, 
IV e V, deste artigo. 
§ 2º As certidões referidas 
na letra a , do inciso III, deste 
artigo, somente serão exigidas 
para a lavratura das escrituras 
públicas que impliquem a 
transferência de domínio e a 
sua apresentação poderá ser 
dispensada pelo adquirente 
que, neste caso, responderá, nos 
termos da lei, pelo pagamento 
dos débitos fiscais existentes. 
§ 3º A apresentação das 
certidões previstas no inciso 
IV, deste artigo, não eximirá o 
outorgante da obrigação de 
declarar na escritura pública, 
sob pena de responsabilidade 
civil e penal, a existência de 
outras ações reais e pessoais 
reipersecutórias, relativas ao 
imóvel, e de outros ônus reais 
incidentes sobre o mesmo. 
Art 2º O Tabelião fica 
desobrigado de manter, em 
cartório, o original ou cópias 
autenticadas das certidões 
mencionadas nos incisos III 
e IV, do artigo 1º, desde que 
transcreva na escritura pública 
os elementos necessários à sua 
identificação, devendo, neste 
caso, as certidões acompanharem 
o traslado da escritura. 
Art 3º Na escritura pública 
relativa a imóvel urbano cuja 
descrição e caracterização 
conste da certidão do Registro 
de Imóveis, o instrumento 
poderá consignar, a critério 
do Tabelião, exclusivamente o 
número do registro ou matrícula 
no Registro de Imóveis, 
sua completa localização, 
logradouro, número, bairro, 
cidade, Estado e os documentos 
e certidões mencionados nos 
incisos II, III, IV e V, do artigo 1º. 
Art 4º As disposições deste 
decreto aplicam-se, no que 
couberem, ao instrumento 
particular previsto no artigo 61, 
da Lei nº 4.380, de 21 de agosto 
de 1964, modificada pela Lei nº 
5.049, de 29 de junho de 1966, ao 
qual se anexarão os documentos 
e as certidões apresentadas. 
Art 5º Este decreto entrará em 
vigor na data de sua publicação. 
Art 6º Revogam-se as 
disposições em contrário. 
Brasília, 9 de setembro de 1986; 
165º da Independência e 98º da 
República. 
JOSÉ SARNEY 
Paulo Brossard 
Este texto não substitui o 
publicado no D.O.U. 10.9.1986
Os requisitos legais para que 
a lavratura do ato da escritura 
esteja devidamente revestida 
de segurança jurídica, constam 
da Lei nº. 7.433 de 18 de 
dezembro de 1985, a qual foi 
regulamentada pelo Decreto 
nº. 93.240 de 9 de setembro 
de 1986, além do disposto no 
artigo 215, § 1º, inciso V do 
Código Civil. 
É atribuição legal dos notários a 
intervenção com exclusividade 
em tais negócios jurídicos, 
esclarecendo as partes a 
respeito dos efeitos que o ato 
a ser praticado irá produzir 
no futuro e redigindo os 
instrumentos adequados, tudo 
visando garantir a segurança e 
eficácia dos negócios jurídicos, 
nesse sentido não devem ser 
dispensadas as certidões no ato 
da compra e venda.
RELAÇÃO DE DOCUMENTOS E CERTIDÕES:
CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS (certidões reais):
1.1 – Certidão vintenária com negativa de ônus e alienações – vem a ser o histórico do imóvel no 
período de 20 anos, constando as averbações, registros etc. Desde o nascimento com o primeiro 
registro até os dias atuais.
Neste ponto é necessária atenção especial, para verificar se o imóvel já está registrado, se a área do 
terreno é a real, a confrontação com vizinhos, a área útil construída, se foram obedecidas as exigências 
municipais etc.
Caso não exista a escritura definitiva, o corretor deve se cercar de maiores cuidados, devendo consultar 
o departamento jurídico da empresa na qual trabalha ou solicitar ao comprador que consulte um 
advogado de sua confiança, pois poderá ser responsabilizado futuramente.
1.2 – Matrícula atualizada com negativa de ônus e alienações: documento exigido na lavratura da 
escritura é fornecido pelo cartório de registro de imóveis e tem validade por 30 dias.
Transcrição - antes do advento da lei dos registros públicos não existia a matrícula, os registros eram 
feitos em nome da pessoa, não havendo separação quanto à unidade imobiliária.
Matrícula - após o advento da Lei 6.015 o foco dos atos imobiliários passou a ser o patrimônio 
individualizado.
PREFEITURA MUNICIPAL:
1.3 – Imposto Predial do ano em curso da página espelho onde constam os dados do imóvel. Hoje já 
existe uma certidão retirada na internet no site da prefeitura de São Paulo chamada certidão de dados 
cadastrais que tem todos os dados do imóvel.
1.4 - Certidão Negativa de Imposto Municipal é uma certidão expedida pela Prefeitura para verificação 
de eventuais débitos de impostos existentes no imóvel, e toma-se por base o número do contribuinte.
1.5 - Declaração de medidas e confrontações do terreno (para casas). 
1.6 – Planta aprovada ou croqui (só para casas).
1.7 – Instrumento de instituição e especificação de condomínio: documento registrado no qual o 
imóvel passa a existir legalmente.
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DOCUMENTOS DO VENDEDOR EM TODOS OS 
CASOS (Certidões pessoais):
O exame da capacidade das partes começa 
pela sua identificação e qualificação previstas 
expressamente no Código Civil, na Lei 7433/85 e 
seu regulamento o Decreto 93240/85. 
1 – Cópia autenticadada cédula de identidade e 
se for casado também do cônjuge;
2 – Cópia autenticada do CPF e se for casado 
também do cônjuge;
3 – Comprovante de Estado Civil;
3.1 Se casado: certidão de Casamento 
atualizada com pacto antenupcial se houver 
(artigo 1653 e seguintes do Código Civil).
3.2 Se separado ou divorciado: certidão 
de Casamento atualizada com a averbação da 
separação ou do divórcio.
CERTIDÕES NEGATIVAS
4.1 Dos cartórios de protestos dos últimos 5 anos;
4.2 Dos distribuidores cíveis dos últimos 10 anos;
No fórum cível, na justiça comum. 
4.3 De executivos fiscais dos últimos 10 anos;
No fórum cível, na justiça comum;
4.4 Da justiça federal dos últimos 10 anos;
Podem ser obtidas no Fórum Federal local e 
no site www.justicafederal.gov.br. As certidões 
nacionais de distribuição envolvem ações cíveis 
e ações criminais.
4.5 Da justiça do trabalho dos últimos 10 anos;
De apresentação obrigatória a partir de 04 
de janeiro de 2012 (Lei 12.440/11), para a 
participação em licitações públicas, a Certidão 
Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) pode ser 
emitida gratuitamente nas páginas eletrônicas 
do Tribunal Superior do Trabalho, do Conselho 
Superior da Justiça do Trabalho e dos Tribunais 
Regionais do Trabalho, mediante indicação do 
CPF ou do CNPF do interessado.
A CNDT não dispensa a apresentação da certidão 
de distribuição de feitos trabalhistas.
4.6 certidão de não interdição que pode ser 
retirada no 1º Ofício de Registro Civil do domicílio 
do vendedor.
DOCUMENTOS DO VENDEDOR – PESSOA JURÍDICA
Pessoas Jurídicas são entes criados pela lei ou 
vontade das partes, para que seja facilitada a 
atuação humana em certas relações sociais, 
econômicas e jurídicas. Existem dois tipos de 
pessoas jurídicas - direito público (externo e 
interno) e direito privado.
Pessoas jurídicas de direito público externo – Os 
estados estrangeiros e todas as pessoas que forem 
regidas pelo direito internacional público.
Pessoas jurídicas de direito público interno – A 
União, os Estados – Membros, Distrito Federal 
e Territórios, os Municípios, as Autarquias 
(inclusive as associações públicas, nos termos da 
Lei 11.107/05) e as demais entidades de caráter 
público criadas por lei.
Pessoas jurídicas de direito privado – As 
associações, as sociedades, as fundações, as 
organizações religiosas e os partidos políticos.
A compra de um imóvel que seja de propriedade 
de uma pessoa jurídica exige atenção e cuidados 
redobrados e normalmente, a participação de 
um advogado.
O comprador precisa verificar nos atos constitutivos 
da empresa (Contrato Social ou Estatuto), se a 
pessoa que oferece o bem à venda está autorizada 
a fazê-lo. Os sócios, diretor e mesmo o presidente 
da empresa é preciso que tenham poderes para 
vender o imóvel.
Caso o ofertante do imóvel não tenha autorização 
para venda, é preciso que tenha uma procuração 
com poderes específicos para tanto. A procuração 
deve ser outorgada pela empresa, por meio de 
quem detenha os poderes.
O Estatuto ou Contrato Social deve especificar de 
forma clara a possibilidade de venda de bens, e a 
Escritura Pública deve ser assinada pelo detentor 
desses poderes.
Caso o imóvel seja integrante do patrimônio da 
Empresa, deve ser exigida a certidão negativa de 
todos os sócios.
DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO CONDOMÍNIO:
Declaração do síndico dando quitação das despesas condominiais com firma reconhecida – aponta eventuais 
débitos existentes de condomínio ou de benfeitorias relativos à unidade autônoma transacionada; 
Ata de eleição do Síndico comprova que a assinatura do síndico tem validade quanto à informação prestada; 
Documentos comprobatórios de existência ou não de ações existentes em curso contra o condomínio 
bem como sua situação fiscal.
DOCUMENTAÇÃO ESPECÍFICA DO IMÓVEL RURAL:
Certificado de cadastro de imóvel rural (CCIR); 
Comprovante de pagamento do ITR (darf) referente aos últimos cinco exercícios, ou certidão de 
quitação da Receita Federal; 
Certidão de negativa de débito florestal –IBAMA; 
Recibo da declaração do último ITR. 
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1-Contrato Social ou Estatuto Social e todas as 
suas alterações, Ata de Eleição da última Diretoria, 
devidamente registrados junto aos órgãos 
competentes. Caso a empresa tenha mudado 
de nome, devem ser solicitadas as certidões em 
nome da empresa anterior.
2-Certidão recente da Junta Comercial, em 
breve relato, contendo o objeto, sede, uso, 
representação e arquivamento.
3-Certidão Negativa de Débitos do INSS.
4-Certidão de Regularidade de Situação do FGTS 
– CRS. (Expedida pela Caixa Econômica Federal).
5-Certidão Negativa de Tributos Federais 
– Expedida pela Receita Federal (relativa a 
contribuições obrigatórias da empresa).
6-Certidões Negativas.
6.1-Dos Cartórios de Protesto (últimos 5 anos).
6.2-Dos Distribuidores Cíveis (últimos 10 anos).
6.3-De Executivos Fiscais (últimos 10 anos).
6.4-De Falências e concordatas (últimos 10 anos).
6.5-Da Justiça Federal (últimos 10 anos).
6.6-Da Justiça do Trabalho (últimos 10 anos).
7-Documentos Pessoais dos Sócios e qualificações 
completas.
DOCUMENTOS DO COMPRADOR:
1 – Cópia autenticada da cédula de identidade e, 
se for casado, também do cônjuge;
2 – Cópia autenticada do CPF e, se for casado, 
também do cônjuge;
3 – Comprovante de Estado Civil;
3.1 Se casado: certidão de Casamento atualizada 
com pacto antenupcial se houver (“Art. 1.657. As 
convenções antenupciais não terão efeito perante 
terceiros senão depois de registradas, em Livro 
especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do 
domicílio dos cônjuges” Código Civil).
3.2 Se separado ou divorciado: certidão de 
Casamento atualizada com a averbação da 
separação ou do divórcio.
Caso seja necessário, poderão ser providenciadas:
Certidão de objeto e pé (ou de breve relato). 
Informa qual o assunto (objeto) que está sendo 
discutido no processo e em que fase (pé) encontra-
se a discussão. É elaborada pela secretaria da vara 
judicial a pedido da parte.
Certidão de inteiro teor - Informa os principais atos 
judiciais do processo. É elaborada pela secretaria 
da vara judicial a pedido da parte.
A edição da Lei 11.382/2006 em vigência desde 
20/01/2007, que introduziu alterações no Código de 
Processo Civil, possibilitando a averbação na matrícula 
do imóvel da abertura de execuções judiciais em face 
do proprietário, visa prevenir o comprador de boa-fé 
invertendo o ônus da prova. Ao exequente, compete 
a providência afastando, assim, do comprador de 
boa-fé, a prova de que é honesto.
Mesmo diante da apresentação destas certidões 
nenhuma compra está totalmente segura. Pode 
ocorrer de um dos antecessores do vendedor ter 
feito uma aquisição viciada. E em outra comarca, 
existir uma ação pessoal contra o vendedor que 
não apareceu em nenhuma certidão. 
A existência de locação tem invalidado muitos 
negócios jurídicos. O registro do contrato com 
cláusula de vigência pode ser feito a qualquer 
tempo. E a averbação permite o exercício do 
direito de preferência. Assim, em caso de venda 
é necessária a notificação do inquilino para 
manifestar sua expressa desistência da compra. 
Ainda que o contrato não esteja registrado, 
cabe-lhe direito à indenização pela desídia do 
vendedor ou por venda diferente das condições 
que lhe foram ofertadas. As mesmas condições 
prevalecem para o arrendatário. 
DESCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
CONTRATADAS
Todo contrato deve ter a cláusula penal, uma 
das cláusulas mais importantes do contrato, pois 
define as obrigações de cada parte caso alguém 
venha a descumpri-lo. Ela deve estipular também 
eventuais valores a serem pagos se isso acontecer. 
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL- 
Segundo Silvio Rodrigues “A responsabilidade 
civil é a obrigação que pode incumbir uma pessoa 
a reparar o prejuízo causado a outra, por fato 
próprio, ou por fato de pessoasou coisas que dela 
dependam” (RODRIGUES, 2003, p. 6). O termo 
responsabilidade Civil, conforme a definição de 
De Plácido e Silva é:
“Dever jurídico, em que se coloca a pessoa, seja 
em virtude de contrato, seja em face de fato ou 
omissão, que lhe seja imputado, para satisfazer 
a prestação convencionada ou para suportar 
as sanções legais, que lhe são impostas. Onde 
quer, portanto, que haja obrigação de fazer, dar 
ou não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, 
de suportar sanções legais ou penalidades, há a 
responsabilidade, em virtude da qual se exige a 
satisfação ou o cumprimento da obrigação ou da 
sanção” (SILVA, 2010, p. 642).
No direito atual, a tendência é de não deixar a 
vítima de atos ilícitos sem ressarcimento, de forma 
a restaurar seu equilíbrio moral e patrimonial. 
DEFINIÇÃO DE RESPONSABILIDADE POR PERDAS 
E DANOS - Havendo o descumprimento, a parte 
que descumpriu a obrigação responde por 
perdas e danos com o seu patrimônio, mas existe 
a diferença entre a recusa no cumprimento e o 
cumprimento imperfeito (tempo, lugar e forma) 
no caso da mora.
As fontes das obrigações são os contratos, os atos 
ilícitos e as declarações unilaterais de vontade, 
sem contar a própria lei, que às vezes, faz nascer 
uma obrigação de forma direta, é o caso dos 
alimentos.
ALGUNS EXEMPLOS DE CONTRATOS 
CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA 
DE IMÓVEIS
Ao encontrar um imóvel, nem sempre o 
comprador se depara com as condições ideais 
para sua aquisição. Pode acontecer de existirem 
pendências fiscais do imóvel, falta das certidões 
negativas do proprietário, ou outros documentos 
necessários para efetivar a transmissão no Registro 
de Imóveis, ou em alguns casos o comprador não 
tem condições de efetuar o pagamento à vista.
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O compromisso de compra e venda é um contrato 
preliminar firmado antes da concretização dos 
contratos definitivos, tem natureza acessória, 
e sua finalidade é viabilizar a conclusão do 
contrato principal, buscando a concretização 
da prestação pactuada preliminarmente. No 
contrato de promessa de compra e venda de 
imóveis o promitente vendedor se obriga a 
outorgar a escritura definitiva de compra e venda 
com o promitente comprador, no tempo, modo 
e lugar definidos no instrumento preliminar. 
O promitente comprador, após cumpridas as 
exigências pactuadas no contrato tem o direito de 
exigir do promitente vendedor a concretização do 
negócio jurídico, através da lavratura da escritura 
definitiva, que será oportunamente registrada no 
registro imobiliário. 
As partes devem sempre contratar obedecendo 
ao princípio da boa-fé. Assim, o contrato deve ser 
elaborado de forma que as obrigações assumidas 
possam ser concretizadas, motivo pelo qual, temos 
que ter cautela na elaboração da minuta do contrato.
Várias são as designações oferecidas pela lei, 
doutrina e jurisprudência a essa espécie de contrato, 
tais como: compromisso, promessa, compromisso 
de compra e venda, promessa de venda, promessa 
de compra e venda, promessa bilateral de compra 
e venda, promessa sinalagmática de compra e 
venda, contrato de compromisso, contrato de 
promessa de compra e venda, contrato preliminar 
de compra e venda, dentre outros. O importante é 
o conteúdo e não a denominação.
Normalmente colocamos :
“INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO 
DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEL RESIDENCIAL”
“INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROMESSA DE 
VENDA E COMPRA DE IMÓVEL RESIDENCIAL”
“INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO 
DE VENDA E COMPRA DE IMÓVEL URBANO”
Quando for utilizada a expressão COMPROMISSO, 
o termo usado para designar as partes será:
COMPROMISSÁRIO VENDEDOR 
COMPROMISSÁRIO COMPRADOR
Quando for utilizada a expressão PROMESSA o 
termo usado para designar as partes será:
PROMITENTE VENDEDOR 
PROMITENTE COMPRADOR
Quando existirem outras obrigações, além das 
cláusulas usuais do contrato de venda e compra, 
como, por exemplo, a remuneração do corretor, 
devo acrescentar ao termo “outras avenças”.
Caio Mário da Silva Pereira, citando Von Tuhr, 
conceitua o contrato preliminar como “aquele 
por via do qual ambas as partes ou uma delas 
se comprometem a celebrar mais tarde outro 
contrato, que será contrato principal.”
O contrato preliminar possui como objeto uma 
obrigação de fazer, que é a celebração de outro 
contrato. O Código Civil estabelece em seu artigo 
462 que:
“Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à 
forma, deve conter todos os requisitos essenciais 
ao contrato a ser celebrado.”
O compromisso de compra e venda também 
é conhecido rotineiramente sob outras 
denominações: promessa de compra e venda, 
contrato preliminar de compra e venda, promessa 
bilateral de compra e venda (Sílvio de Salvo Venosa).
Segundo Orlando Gomes “se um dos interessados, 
por sua atitude, cria para o outro a expectativa de 
contratar, obrigando-o, inclusive, a fazer despesas, 
sem qualquer motivo, põe termo às negociações, 
o outro terá o direito de ser ressarcido dos danos 
que sofreu”.
Nessas hipóteses, existe uma alternativa utilizada no mercado, que condiciona 
a finalização da compra e venda a um acontecimento futuro, ou seja, celebra-
se uma promessa, ou compromisso de compra e venda.
CONTRATO DE COMODATO
“É o contrato unilateral, gratuito, 
pelo qual alguém entrega a outrem 
coisa infungível, para ser usada 
temporariamente e depois restituída”. 
Trata-se, portanto, de um contrato 
unilateral porque obriga tão-somente o 
comodatário; gratuito porque somente 
este é favorecido, não-solene, pois a 
lei não exige forma especial para sua 
validade, podendo ser utilizada até a 
forma verbal. Quem entrega a coisa 
infungível é o comodante e quem a usa 
é o comodatário.
CONTRATO DE LOCAÇÃO
É o contrato pelo qual o locador se obriga 
a ceder o uso e o gozo da coisa locada. 
É um contrato comutativo, oneroso, 
bilateral e de execução continuada.
A lei 8245/91, que trata das locações de prédios 
urbanos, sofreu algumas alterações por conta da 
lei 12.112/09.
Os dispositivos que tratam da exoneração do 
fiador sofreram mudanças, que facilitaram a 
desobrigação do fiador no cumprimento de seu 
papel em algumas circunstâncias no contrato de 
aluguel residencial. 
CONFISSÃO DE DÍVIDA
É o contrato em que uma pessoa (promitente 
cedente) se obriga a ceder direitos que detém 
a outra (promissário cessionário), por preço, 
condições e modo avençados, outorgando-lhe 
a escritura pública definitiva assim que ocorrer 
o pagamento do preço e o cumprimento das 
demais condições estipuladas no contrato.
AQUISIÇÃO POR USUCAPIÃO
Usucapião e função social.
O direito real traduz a relação entre uma coisa, ou 
conjunto de coisas e um ou mais sujeitos, pessoas 
naturais ou jurídicas (Venosa, 2012, v.5:199). 
Somente os direitos reais podem ser objeto de 
usucapião.
Conceituado como modo de aquisição da 
propriedade e outros direitos reais pela posse 
prolongada da coisa, o usucapião é o instituto que 
prestigia a posse mansa e pacífica em detrimento 
da propriedade ociosa e descuidada.
No usucapião e na acessão diz-se que ocorre a 
aquisição originária da propriedade imobiliária, 
pois o indivíduo faz seu o bem, sem que este lhe 
tenha sido transferido por alguém, não havendo 
qualquer relação entre o domínio atual e o anterior.
O comportamento prolongado do possuidor sem 
objeção do proprietário, pode gerar a aquisição 
da propriedade, se presentes alguns requisitos 
estabelecidos em lei.
A possibilidade de a posse continuada culminar na 
propriedade se justifica no sentido social das coisas.
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Aquisição da Propriedade Imóvel – UsucapiãoO Estado intervém, cada vez mais, para regular e limitar a utilização das coisas pelas pessoas.Todo bem 
deve ter uma função social, seja ele móvel ou imóvel. Isto quer dizer que o bem deve ser utilizado pelo 
proprietário de forma a gerar utilidades. Se o dono abandona este bem, desinteressando-se como se 
a coisa não fosse sua, proporciona a outro a oportunidade de se apossar dela, comportando-se como 
se fosse o proprietário e dando-lhe uma destinação útil.
O Usucapião é destinado a móveis e imóveis, no entanto, é evidente a maior importância social 
do usucapião em relação aos imóveis. “A posse e o tempo concretizam uma situação fática que se 
estabelece independentemente do querer ou não querer do proprietário” (Ribeiro, 1992, v.2:161). 
O instituto do Usucapião tem a faculdade de transformar a situação fática de posse, em situação 
juridicamente estável de propriedade. Daí a definição de Usucapião como sendo “o modo de aquisição 
da propriedade mediante a posse suficientemente prolongada sob determinadas condições” (Venosa, 
2012, v.5:199).
A posse mansa e pacífica, sem oposição por determinado tempo, previsto em lei, gera a aquisição da 
propriedade, por parte de quem a exerce, pois interessa à sociedade a transformação e solidificação 
de tal situação de fato – posse - em situação de direito – propriedade, cumprindo a função social da 
propriedade prevista nos artigos 5º XXIII,182, § 2º, e 186 e incisos da Constituição de 1988. 
O usucapião ganhou relevância e tratamento diferenciado, devido à consagração definitiva da 
função social da propriedade no ordenamento jurídico, e o Código Civil de 2002 passou a tratar esse 
instituto com mais atenção, reduzindo os prazos para aquisição de direitos e ainda concebendo novas 
modalidades de usucapião, como para fins de moradia e trabalho.
Assim a conversão da situação de fato em situação de direito interessa à paz social, para evitar que a 
instabilidade do possuidor se perpetue, gerando discórdias e conflitos que afetem a harmonia social.
A tabela elaborada por Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery expõe as espécies de usucapião 
bem como seus requisitos. 
Classificação da posse:
Direta: exercida diretamente pelo possuidor.
Indireta: quem detinha posse direta e a cedeu.
Uma não anula a outra.
O possuidor direto tem defesa contra o indireto.
Boa-fé: o possuidor ignora obstáculo da coisa.
Má-fé: o possuidor conhece o obstáculo.
O exercício de posse injusta, ou sua tentativa 
confere ao prejudicado legitimamente para os 
interditos possessórios.
Justa: não é violenta, clandestina ou precária.
Injusta: possui uma das três características acima.
O exercício da posse injusta, ou na sua tentativa, 
confere ao legitimado os interditos possessórios.
Nova: menos de um ano e dia.
Velha: mais de ano e dia.
Diferença no procedimento dos interditos 
possessórios.
Com Justo título: com base em todo ou qualquer 
parte, em tese transferir a mensalidade.
Sem justo título: sem base em ato acima especificado.
Pode servir como forma de diminuição do prazo 
necessário ao reconhecimento do curso.
Composse: duas ou mais pessoas Cada possuidor pode exercer atos possessórios, sem excluir o direito.
MODALIDADE FUNDAMENTO
Extraordinária_1 Decurso de tempo que causaa prescrição aquisitiva
Extraordinária_2
Prescrição diminuída por ter 
o possuidor dado destinação 
que atende a função social.
Ordinária_1 Prescrição aquisitiva
Ordinária_2 Prescrição aquisitiva
Especial Rural
Constitucional Rural
Pro Labore
Prescrição extintiva pelo fato 
de o proprietário não haver 
dado cumprimento à função 
social da propriedade e 
prescrição aquisitiva, benefício 
ao possuidor que a atendeu.
REQUISITOS REMISSÕES
- posse ad usucapionem;
- 15 anos ininterruptos
CC, art. 1.238, 
caput.
- posse ad usucapionem;
- 10 anos ininterruptos
- ter o possuidor constituído sua morada ou
ter realizado obras ou serviços produtivos.
CC, art. 1.238, 
parágrafo único.
- posse ad usucapionem;
- 10 anos contínuos;
- justo título;
- boa-fé;
CC, art. 1.242, 
caput.
- posse ad usucapionem;
- 05 anos contínuos;
- aquisição onerosa do imóvel com base em 
registro regular posteriormente cancelado;
- ter o possuidor constituído sua morada ou
ter realizado obras ou serviços produtivos.
CC, art. 1.242, 
parágrafo único.
- posse ad usucapionem;
- 05 anos contínuos;
- área máxima de 50 hectares em zona rural;
- ter tornado a propriedade produtiva;
- ter o possuidor constituído sua moradia;
- não ser possuidor ou proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural.
CF, art. 191; Lei 
6.969; CC, art. 
1.239.
Especial Urbana
Constitucional Urbana 
Individual
Sanção ao proprietário por não 
dar cumprimento à função 
social da propriedade
e beneficio ao possuidor
que a atendeu.
- posse ad usucapionem;
- 05 anos contínuos;
- área urbana de até 250 m²;
- moradia própria ou da família;
- não ser possuidor ou proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural.
- não ter tido esse beneficio anteriormente.
CF, art. 183 e §§; 
art. 9º, 11 e SS.,
Lei 10.257/01;
CC, art. 1.240
Especial Urbana
Coletiva
Constitucional Urbana 
Coletiva
Sanção ao proprietário por 
não dar cumprimento à 
função social da propriedade 
e beneficio aos possuidores 
que a atenderam.
- posse ad usucapionem;
- 05 anos contínuos;
- área urbana com + 250 m²;
- destinada a moradia da população posseira;
- sejam possuidores de baixa renda;
- não ser possuidor ou proprietário de outro 
imóvel urbano ou rural;
- seja impossível destacar cada terreno de 
forma individual.
Art. 10 e SS.;
Lei 10.257/01.
22 23Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.
GENERALIDADES
DO TESTAMENTO EM GERAL
Código Civil
Artigo 1.626 - Considera-se testamento o ato 
revogável pelo qual alguém, de conformidade 
com a lei, dispõe, no todo ou em parte, do seu 
patrimônio, para depois de sua morte.
DOAÇÃO
Código Civil
Artigo 538 assim define a doação: “Considera-
se doação o contrato em que uma pessoa, por 
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou 
vantagens para o de outra, que os aceita.” 
INVENTÁRIO
Código de Processo Civil
Art. 982. Havendo testamento ou interessado 
incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se 
todos forem capazes e concordes, poderá fazer-
se o inventário e a partilha por escritura pública, 
a qual constituirá título hábil para o registro 
imobiliário. (Redação dada pela Lei nº 11.441, 
de 2007). 
MANDATO EM CAUSA PRÓPRIA
O Código Civil, Lei 10.406/02, art. 685 “Conferido 
o mandato com a cláusula “em causa própria” a 
sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá 
pela morte de qualquer das partes, ficando o 
mandatário dispensado de prestar contas, e 
podendo transferir para si os bens móveis ou 
imóveis objeto do mandato, obedecidas as 
formalidades legais.”
FORO E FÓRUM
Fórum - Tem um sentido restrito, indicando o 
espaço físico (prédio) onde funcionam os órgãos 
do Poder Judiciário:
• Hoje tenho que ir ao fórum. 
Obs.: Muito usada também é a versão latina 
forum (sem acento), devendo ser indicada pelo 
itálico. 
Foro (ó) - Quando pronunciada com o som do “o” 
aberto, a palavra “foro” é sinônima de “fórum”.
Foro (ô) - Quando pronunciada com o som do 
“o” fechado, entretanto, a palavra “foro” tem 
um sentido amplo, podendo adquirir tanto o 
significado da palavra “Fórum”, quanto o de 
área de jurisdição, como também o de juízo, 
julgamento, âmbito:
• As partes contratantes elegem o foro da 
comarca de São Paulo (SP) para dirimir quaisquer 
questões decorrentes deste contrato. 
• O Juiz declarou-se impedido de votar por motivo 
de foro íntimo. 
Fontes de consulta:
Código Civil
Código de Processo Civil
http://www.jurisway.org.br/
http://jus.com.br/revista/texto/6995/
direitos-reais#ixzz2URmHKxAm
http://jus.com.br/revista/texto/10623/
a-impossibilidade-de-dispensa-da-
certidao-de-feitos-ajuizados-nas-
escrituras-publicas#ixzz2USPM32Nx
Alienação Transferência do direito de propriedade a outra pessoa.
Renúncia Desistência do direitode propriedade. Pode ser expressa ou tácita.
Abandono
Descuido com relação ao bem, que se transforma em res derelicta – 
se outra pessoa não se apoderar dele, será arrecadado como
bem vago e passará ao Poder Público em 03 anos.
Perecimento Destruição ou perda da utilidade econômica do bem.
Desapropriação
Instituto de direito público, que se consubstancia em procedimento
pelo qual o Poder Público (…), ocorrendo caso de necessidade ou de 
utilidade pública, ou ainda, de interesse social, retira determinado
bem de pessoa física ou jurídica, mediante justa indenização,
que, em regra, será prévia e em dinheiro.
Perda da Propriedade (móvel e imóvel)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total deste material.

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