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Doenças Oportunistas HIV

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Doenças Oportunistas
Vivianne Beatriz – Infectologia 7P – Medicina UFAL
São doenças que se apresentam no paciente com HIV com localização aberrante, duração exagerada ou demora/ausência de resposta ao tratamento de escolha.
OPORTUNISTAS GASTROINTESTINAIS
Candidíase Oral
· Candida albicans é o agente etiológico mais comum;
· Em geral aparece em pacientes com CD4 < 200;
· "A AIDS está chegando"
· Diagnóstico CLÍNICO: lesão típica (exsudato branco, removível, com base eritematosa, indolor), localizada em raiz de dente, língua e úvula;
 
· Pode se apresentar com queilite angular e pápulas eritematosas na mucosa;
· Pode ser feito exame direto de raspado superficial a fim de identificar pseudo-hifas;
· Tratamento:
· Forma leve/moderada: Fluconazol 100mg VO 1x ao dia durante 7-14 dias + Nistatina suspensão oral 1ml em cada canto da boca, gargarejar e engolir 4-5x ao dia;
Leucoplasia Pilosa
· Está associada com replicação do EBV;
· Aparece em pacientes com 400 > CD4 > 200;
· "A AIDS está chegando"
· Lesão branca não exsudativa, não removível com espátula, geralmente na borda lateral da língua e na mucosa bucal subjacente, podendo se estender para o dorso da língua em casos mais graves;
· Semelhantes à pelos;
· Sangra se tentar arrancar;
· Os títulos para EBV podem estar aumentados;
· Não é uma lesão pré-neoplásica!!!
· Tratamento: melhorar a imunidade! Se for muito dolorosa, pode usar xilocaína spray.
Esofagite por Candida
· É mais grave do que a candidíase oral;
· Está presente especialmente em pacientes com CD4 muito baixo (< 200);
· Tem como sintomas a dor retroesternal difusa, disfagia e/ou odinofagia, geralmente sem febre;
· Suspeição: candidíase oral + odinofagia + imunossupressão;
· Para fechar diagnóstico é necessário realizar EDA: o tratamento empírico antes da EDA pode ser feito;
· Tratamento: fluconazol IV por 14 dias ou itraconazol VO.
Paciente com ODINOFAGIA: pensar primeiramente em CANDIDA!
Esofagite por CMV
· O diagnóstico é feito por suspeição clínica;
· CD4 < 100
· O reaparecimento de IgM ou aumento de IgG fecham diagnóstico;
· Principal sintoma: odinofagia;
· Para fechar diagnóstico é necessário realizar EDA;
· A EDA é principalmente indicada para casos que apresentem persistência de sintomas após tratamento antifúngico, a fim de investigar outras causas de esofagite.
· Achado clássico: úlcera única de grande dimensão (>2cm);
· Se não tratada, pode evoluir com fístulas traqueoesofágicas: paciente não pode comer nem beber água!!! GRAVE;
· Paciente tem que comer por sonda nasogástrica;
· Tratamento: Ganciclovir 5mg/kg IV 12/12h por 14-21 dias; ou Foscarnet (caro!)
· Ganciclovir é mielotóxico!
· IBP também é usado para diminuir a produção de HCl;
· A melhor forma de prevenir a reativação ou infecção por CMV é instituir a TARV e manter CD4 > 100.
Não se recomenda tratar viremia na ausência de lesão orgânica!
Esofagite por Herpes
· Suspeição: CD4 < 100 + história de herpes simples tipo 1 ou 2 em algum momento da vida;
· O reaparecimento de IgM ou aumento de IgG fecham diagnóstico;
· Se não consegue diferenciar as lesões pela EDA, trata tanto para herpes quanto para CMV;
· Para fechar diagnóstico é necessário realizar EDA: lesão sangrante, em moldura, relevo e sulco no meio;
· Não sangra nas fezes;
· Tratamento: Aciclovir IV.
Colite por CMV
· CD4 < 100 + história de infecção por CMV + perfuração intestinal;
· Apresenta trofismo pelo ceco, podendo atingir até o reto;
· Clínica: diarreia crônica, dor abdominal, perda ponderal e anorexia;
· Em alguns casos a clínica pode simular colecistite, apendicite, peritonite...
· O reaparecimento de IgM ou aumento de IgG fecham diagnóstico;
· Fechar diagnóstico: colonoscopia e biópsia + histopatológico;
· Lesões ulceradas;
· Biópsia mostra inclusões intranucleares (olhos de coruja) e intracitoplasmáticas;
· Pode evoluir para fístula vesico/uretrorretais;
· Deve-se investigar também coexistência de retinite!!!
· Tratamento: Ganciclovir IV ou Foscarnet (caro!)
Criptosporidíase
· Etiologia: Cryptosporidium ssp (parvum) – protozoário;
· A contaminação é por veiculação hídrica;
· Gosta de acometer intestino delgado, íleo e colo transverso;
· Quadro autolimitado em imunocompetentes;
· Quadros mais graves: CD4 < 100;
· Em imunossupressos, causa diarreia crônica (> 8 evacuações/dia, durante 20-30 dias) – a diarreia é parecida com a da cólera!
· Outros sintomas: náuseas, vômitos, dor abdominal em cólica, desidratação e caquexia;
· A doença pode se expandir para a árvore biliar, causando colangite ou colecistite alitiásica;
· Leva a síndrome disabsortiva, ou atapetamento da luz intestinal;
· Diagnóstico: pesquisa de cryptosporidium nas fezes (oocistos);
· Em casos de suspeita de colangites: USG e CPRE;
· Tratamento: nitazoxanida (Anita) até 2g/dia + TARV
· Em alguns casos também pode fazer antidiarreicos (Imosec), mas é melhor não fazer!
Isosporidíase
· Isospora belli;
· CD4 < 100
· Sintomas: dor em cólica, febre, perda ponderal e diarreia crônica (semelhante a crypto)
· Também leva a síndrome disabsortiva;
· Diagnóstico: pesquisa de isospora nas fezes;
· Os oocistos são cerca de 5x maiores do que os de Crypto;
· Tratamento: Sulfa + trimetroprim (800+160, de 12/12h por 14-21 dias), juntamente com TARV para melhorar a imunidade.
Microsporidíase
· CD4 < 100;
· Não se sabe de onde veio nem pra onde vai;
· Clínica: fezes líquidas com ou sem muco + sangue/pus + dor abdominal;
· Não apresenta febre ou anorexia;
· Diagnóstico definitivo: microscopia eletrônica (o microorganismo é intracelular obrigatório, o que dificulta o diagnóstico pelo exame de fezes com microscopia convencional);
· Pode se disseminar para outros sítios extraintestinais (olhos, fígado, SNC, músculos);
· Tratamento: Melhora da imunidade com TARV + tratamento de suporte
· Albendazol 400mg 2x/dia pode ajudar a desmirfugar (não trata a doença!).
Nas diarreias por cryptosporidium, isospora e microsporidium, a mucosa está destruída, por isso é importante iniciar a TARV de imediato.
OPORTUNISTAS RESPIRATÓRIOS
· Em pacientes com quadro respiratório, deve-se avaliar a evolução clínica, nível de CD4 e linfócitos totais;
· Exames úteis: Rx e TC de tórax, gasometria, Desidrogenase Láctica (DHL), escarro e PCR;
· Quadro respiratório subagudo + hipoxemia + infiltrado intersticial = pneumocistose!
Pneumonia bacteriana
· Pneumonias bacterianas de repetição (2-3x por ano) tendem a acometer pacientes com HIV e CD4 < 300;
· O agente etiológico mais comum é o pneumococo;
· O risco de pneumonia por S. aureus e P. aeruginosa está aumentado na vigência do HIV;
· Quadro de tosse produtiva com escarro purulento, com duração de 3-5 dias;
· Apresenta leucocitose;
· DHL e hipoxemia são variáveis;
· Rx: distribuição focal, em geral unilateral, segmentar/lobar. Padrão alveolar com 25-30% de acometimento de derrame pleural;
Pneumocistose
· Pneumonia pelo fungo Pneumocystis jirovecii;
· CD4 < 200;
· Simula uma doença da membrana hialina;
· Quadro clínico: curso arrastado por semanas, febre, fadiga, tosse seca (ou com pouco escarro claro), dispneia aos esforços, dor torácica retroesternal, taquicardia e perda ponderal;
· A ausculta respiratória só está alterada em 1/3 dos casos;
· Ocorre a formação de um exsudato alveolar espumoso, o que impede a troca gasosa: DISPNEIA e HIPOXEMIA (PaO2 < 70mmHg)!
· Exames complementares:
· O Raio X pode ser normal em fases precoces, ou pode apresentar infiltrado intersticial peri-hilar bilateral e difuso;
· TC de tórax mostra um padrão em "vidro fosco" ou "pneumonite";
· DHL está muito aumentada (> 500), o que representa um prognóstico ruim (maior reação inflamatória);
· Diagnóstico definitivo: broncoscopia ou lavado alveolar (visualização direta do fungo), ou biópsia;
· Indivíduos que fazem uso de pentamidina inalatória como profilaxia de PCP estão sob risco de desenvolver pneumocistose em outros sítios, como otite pelo P. jirovecii;
· A presença de derrame pleural e/ou adenomegalia intratorácica sugerem outros diagnósticos, como TB, sarcoma de Kaposi, linfoma, infecção fúngica...;
·Tratamento:
· Droga de primeira escolha: Sulfametoxazol-Trimetroprim EV durante 21 dias;
· Associar corticoide, com o intuito de desinflamar a parede alveolar e melhorar a troca gasosa (prednisona);
· Segunda escolha: clindamicina + primaquina;
· Não se deve iniciar TARV de início!
· Pode haver uma piora nos primeiros dias de tratamento, mas isso não necessariamente significa falha terapêutica: deve-se aguardar uma melhora por volta do 5º dia de ATB;
· É preciso manter profilaxia secundária até o CD4 > 200 por um período de ≥ 3 meses em resposta à TARV;
Tuberculose Pulmonar
Tuberculose pulmonar é uma doença definidora de AIDS, e não uma doença oportunista!!!
· Todo paciente com TB deve ser testado para HIV;
· TB cavitária pulmonar não fecha diagnóstico de AIDS, mas a TB pleural, miliar, disseminada, neuroTB e extrapulmonar fecham;
· A pesquisa de febre, sudorese noturna, emagrecimento e/ou tosse, independente da duração, deve ser avaliada nas consultas de rotina de pacientes com HIV;
· Pode ser pulmonar ou disseminada, o que vai definir isso é o valor do CD4;
· O HIV propicia a TB devido diminuição da imunidade e por ser uma doença sistêmica e disseminada;
· Pacientes HIV + que não apresentam sinais e sintomas para TB devem realizar o PPD uma vez ao ano;
· TB latente: PPD ≥ 5mm (forte reator para imunosupresso). Fazer quimioprofilaxia com Isoniazida diária durante 6 meses, apenas uma vez na vida (pode associar vitamina B6 para prevenir a neuropatia por isoniazida);
· O tratamento para ILTB reduz a incidência de TB e reduz mortalidade em pacientes HIV +;
· Quadro clínico:
· CD4 mais alto se associa com forma pulmonar apical cavitária;
· CD4 mais baixo se associa com formas pulmonares atípicas (infiltrados em lobos inferiores, adenopatia hilar...), formas extrapulmonares ou disseminadas (TB miliar);
· Diagnóstico
· TB PULMONAR: TRM + baciloscopia + cultura de escarro (esse último não serve para dar diagnóstico devido a demora);
· TB EXTRAPULMONAR OU DISSEMINADA: TRM + cultura + biópsia + TS
· TRM tem 99% de especificidade para TB;
· Baciloscopia é útil para TB multirresistente;
· Rx: podem ter cavitações;
· Cavitações revelam que ainda existe imunidade celular;
· Na TB miliar ainda existe um pouco de imunidade, por isso existem alguns focos de cavitações pequenas;
· A TB extrapulmonar disseminada revela uma imunossupressão acentuada;
· Tratamento
· Esquema geral: RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirimetamina e Etambutol), durante 6-9 meses;
· RIPE nos 2 primeiros meses, e depois segue com RI por 6 meses se for TB pulmonar, ou por mais 10 meses se for neuroTB;
· Evitar combinar IP e Rifampicina: rifampicina reduz os níveis séricos dos IP;
· Nunca iniciar a TARV e a RIPE simultaneamente!!! Aumenta o risco de Síndrome da Reconstituição Imune (SRI);
· A TARV de escolha é TDF/3TC/EFV ou RAL, e pode ser iniciada 2-8 semanas após o início dos tuberculostáticos;
· Se CD4 < 50, não se deve demorar muito para começar a TARV;
· Em casos de meningoencefalite tuberculosa, a TARV só deve ser iniciada após 8 semanas de tratamento com RIPE;
· Monitorar as transaminases ao longo do tratamento;
· Corticoides podem ajudar a diminuir a resposta inflamatória.
Histoplasmose
· Causada pelo fungo Histoplasma capsulatum;
· A infecção se dá por inalação de esporos presentes no solo;
· Em geral ocorre com CD4 < 200;
· CD4 < 150 aumenta a chance de histoplasmose disseminada;
· A pneumonia é a principal forma de apresentação, com característica de infiltrado reticulo-nodular difuso;
· Parece com a PCP;
· Principais sintomas: febre, perda ponderal, lesões de pele e boca que se iniciam como pápulas e progridem para nódulos umbilicados e úlceras, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, pancitopenia e alterações pulmonares diversas;
· Causa POUCA DISPNEIA, e NÃO FAZ IMAGEM EM VIDRO FOSCO RICO;
· Diagnóstico:
· Padrão ouro: Cultura de medula/sangue, biópsia das lesões e histopatológico;
· Pode ser feito sorologias, pesquisa de antígeno e pesquisa molecular;
· Tratamento:
· Tratamento inicial (pelo menos por duas semanas): anfotericina B lipossomal;
· Tratamento de consolidação e manutenção: itraconazol
Paracoccidioidomicose
· Causada pelo fungo Paracoccidioides sp;
· A infecção primária em geral é assintomática, porém focos residuais de leveduras podem levar a uma reativação na vigência de imunossupressão;
· CD4 < 200
· A imunossupressão pode levar a uma sobreposição de formas clínicas;
· Quadro clínico: lesão pulmonar em asa de borboleta (infiltrado retículo-nodular bilateral), úlceras orais, linfonodomegalia, hepatoesplenomegalia e lesões cutâneas;
· Diagnóstico
· Cultura de medula/sangue, biópsia de lesões e histopatológico;
· Exame micológico direto, a fim de identificar leveduras típicas, de amostra de lesões de pele, mucosa, escarro, aspirado de linfonodos e abscessos subcutâneos;
· Tratamento
· Tratamento inicial: anfotericina B lipossomal;
· Tratamento de manutenção: itraconazol
· Iniciar TARV 2-6 semanas após, ou assim que se perceba melhora do quadro;
· Se CD4 se mantiver < 200: fazer profilaxia com itraconazol;
OPORTUNISTAS DERMATOLÓGICOS
· Sarna crostosa: gosta de áreas de dobras. Tratamento: benzoato de benzila + permetrina, ou ivermectina, + TARV;
· Líquen plano é muito comum em paciente HIV +. É muito malcheirosa;
· Infecções fúngicas de pele de repetição: histoplasmose, paracoco, blastomicose;
· Herpes simples deve ser autolimitada: máximo 10 dias! Geralmente acomete sempre o mesmo lugar;
· Impetigo¹, ectima² e furunculose³ também pode acometer pacientes com HIV;
 
· Furunculose trata com drenagem. Descolonização para > 3 casos de furunculose no ano: cefalotina ou cefalexina + ácido fusídico (verutex) nas narinas, áreas inframamárias, virilhas e linha interglútea;
· Erisipela de repetição: fazer profilaxia secundária se > 3 casos no ano, com penicilina G benzatina 1.200.000 UI a cada 28 dias durante 5 anos;
· Criptococose de pele: associada com cripto no SNC ou no pulmão.
Dermatite Seborreica
· Miscelânia de fungos de pele;
· Tende a ser mais grave quanto menor for o CD4;
· Caracteriza-se pelo surgimento de placas eritemato-descamativas em áreas ricas em glândulas sebáceas (centro da face, ouvido externo, couro cabeludo, tronco superior e regiões intertriginosas;
· Pode ser uma manifestação da SRI;
· Tende a melhorar com a introdução da TARV;
· Tratamento de escolha: cetoconazol shampoo, AAS e sulfeto de selênio;
· Se as lesões perduram por > 30 dias: tratamento com hidrocortisona tópica.
Herpes Simples
· Tende a ser crônico e recorrente na AIDS, com lesões mais graves: grandes áreas de ulceração confluente e dolorosa;
· O herpes simples mucocutaneo com duração > 30 dias é considerado uma doença definidora de AIDS!
· HS 1 geralmente causa herpes labial, gengivoestomatites e faringotonsilites, enquanto o HS 2 causa herpes genital;
· Assim como a varicela, após a primo-infecção os vírus permanecem latentes nos gânglios, podendo recorrer em casos de imunossupressão;
Herpes Zoster
· Reativação do vírus da varicela;
· Varicela não livra nenhuma região do corpo, e quanto mais velha a pessoa, pior o quadro;
· Causa lesões cutâneas maculopapulares, que evoluem para vesículas, bolhas e crostas;
· Tem distribuição em um dermátomo;
· Causa dor;
· Quando a vesícula aparece antes da dor, o prognóstico é melhor!!!
· Tratamento: controle da dor!
· Aciclovir + prednisona + analgésico potente e/ou analgésico para dor neuropática (pregabalina, amitriptilina, gabapentina);
· Existe vacinação disponível na rede privada;
· A neuralgia pós-herpética tende a ser mais frequente em pacientes com AIDS;
OPORTUNISTAS NEUROLÓGICOS
Neurotoxoplasmose 
· Principal etiologia de lesão cerebral com efeito de massa no paciente HIV+;
· CD4 < 100
· Em geral os pacientes são portadores de infecção latente, e acabam desenvolvendo abscessos necrosantes no parênquima cerebral pela recrudescência de cistos teciduais de T. gondii;
· Pacientes HIV+ e com IgG anti-toxo negativo devem ser orientados quanto as formas de prevenção primária;
· Quadro clássico:cefaleia, déficits neurológicos focais, febre, alterações no estado mental e convulsões;
· A TC de crânio com contraste mostra lesões focais com centro hipodenso e captação anelar (periférica) de contraste, com um importante edema associado, predominantemente nos núcleos da base e região periventricular/occipital;
· Devido a sua elevada morbimortalidade, a biópsia cerebral só é indicada para os pacientes que não respondem após semanas de tratamento;
· Diagnóstico diferencial: linfoma 1º do SNC e neuro chagas
· Tratamento: sulfa + trimetroprim
· Alternativa 1: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico
· Alternativa 2: clinda + pirimetamina + ácido folínico
· Período de indução: 6 semanas
· Período de manutenção: varia de acordo com o paciente
· Pode fazer dexametasona durante os 5 primeiros dias para tentar diminuir a inflamação e edema perilesional
· Evitar TARV na fase aguda da doença
· Pacientes com CD4 < 100 e IgG positivo devem receber quimioprofilaxia até CD4 > 200;
Toxoplasmose ocular
· Lesão necrótica na região ocular com aumento da vascularização, com algumas lesões satélites já necrosadas;
· Poupa a mácula;
· Não tem feito de hipertensão intraocular;
Meningite criptocócica
· Principal causa de meningite na AIDS;
· Neoformans é mais comum no imunosupresso do que o gatti;
· CD4 < 100
· Caracteriza-se por um quadro subagudo em que o doente evolui ao longo de dias ou semanas com HIC brutal: cefaleia intensa, febre, náuseas e vômitos, fotofobia, rebaixamento do nível de consciência;
· O microorganismo em geral fica localizado no plexo coroide, por isso a HIC;
· Pode causar sinais de irritação meníngea discretos;
· A neurocripto também pode se manifestar como um criptococoma: tumoração parenquimatosa com efeito de massa;
· Também acomete pulmão e pele;
· Líquor
· Bioquímica: celularidade normal ou baixa, proteinorraquia e glicose baixa;
· Para identificar o microorganismo, é preciso solicitar o exame em TINTA DA CHINA;
· Hipertensão liquórica significativa!
· Cultura liquórica é positiva;
· Teste do látex (detecção do antígeno) também pode ser feito;
· Tratamento
· Anfotericina para indução + Fluconazol para consolidação e manutenção quando CD4 > 200;
· O início da TARV deve ser adiado em casos de HIC, e deve tentar fazer punção de alívio;
Meningite tuberculosa
· Meningoencefalite com evolução subaguda;
· Para ter meningite tuberculosa, o paciente deve ter tuberculose em outro sítio;
· Para fechar diagnóstico, outras patologias devem ser excluídas;
· Quadro clínico: febre moderada, sinais meníngeos, convulsão e rebaixamento do nível de consciência;
· Na TC contrastada: presença de tuberculomas;
· Pode ser feito TRM no líquor;
· Líquor:
· Dissociação proteino-citológica;
· Predomínio de linfócitos mononucleares;
· Glicose diminuída;
· Proteínas aumentadas;
· Diagnóstico definitivo: cultura de líquor (demora muito);
· Tratamento
· RIPE durante 2 meses + RI durante 10 meses + corticoide nos 2 primeiros meses;
Encefalite e retinite por CMV
· Encefalite
· Confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, sonolência, alteração da marcha, fotofobia, mal-estar;
· Líquor com características virais;
· O exame de imagem não mostra alterações;
· Pode ser feito sorologia para CMV;
· Tratamento: ganciclovir
· Profilaxia secundária deve ser instituída até que o CD4 > 100: se o paciente tem condições, fazer valganciclovir VO; se não tem, pedir para ele retornar semanalmente para fazer ganciclovir EV;
· Retinite
· CD4 < 50;
· Quadro clínico: perda visual progressiva e indolor, podem surgir escotomas;
· CMV é um dos principais agentes causadores de cegueira em pacientes com AIDS;
· A fundoscopia mostra necrose retiniana;
· Tratamento: ganciclovir;
· Profilaxia secundária deve ser instituída até que o CD4 > 100: se o paciente tem condições, fazer valganciclovir VO; se não tem, pedir para ele retornar semanalmente para fazer ganciclovir EV;
Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP)
· Causada pelo vírus JC;
· CD4 < 50
· Causa desmielinização da substancia branca subcortical;
· O quadro clínico é caracterizado por déficits neurológicos focais sucessivo e cumulativos, podendo haver também alteração do nível de consciência e crises convulsivas;
· NÃO GERA QUADRO AGUDO (febre, cefaleia, náuseas...)
· O diagnóstico é confirmado pela detecção do vírus JC no líquor por PCR, associado a presença de múltiplas lesões desmielinizantes na substancia branca das regiões occipitais e parietais do cérebro;
· Na TC de crânio as lesões são hipodensas e não captam contraste;
· Não há tratamento: deve se restaurar a competência imunológica com TARV;
Linfoma primário do SNC
· Causado pelo EBV: transforma as células B em células tumorais;
· Em geral acomete pacientes com CD4 < 50;
· Quadro clínico: déficits neurológicos focais, cefaleia;
· A TC de crânio mostra a presença de poucas lesões de caraterísticas focais com efeito de massa, edema perilesional e captação anelar de contraste;
· Tende a se localizar na região frontal;
· Líquor está NORMAL;
· PCR é positivo para EBV;
· O tratamento é feito com radio e/ou quimioterapia;
· A sobrevida de pacientes com linfoma primário é baixa.
DOENÇAS DISSEMINADAS
· Sarcoma de Kaposi
· Relacionado ao herpes vírus 8;
· Pápulas eritematosas com fundo roxo;
· Mais comum em homens que fazem sexo com homens;
· Prefere mucosa anal;
· CD4 < 50
· Se há suspeita, deve ser feito: EDA, broncoscopia e colonoscopia;
· Pode ser a primeira manifestação da AIDS;
· Tratamento: radioterapia local, quimioterapia local, cauterizações, quimioterapia EV, TARV também;
· TB miliar
· Ocorre quando a doença progride devido a baixa imunidade;
· CD4 baixo;
· Tratamento igual (RIPE) 
· Citomegaloviroses
· CMV disseminada;
· Micobacterioses atípicas (Complexo MAC)
· CD4 < 50
· Causam quadros específicos a depender dos microorganismos;
· Padrão ouro: cultura;
· O que vai ajudar de verdade é melhorar a imunidade;
· Candidíase sistêmica
SINDROME DA RECONSTITUIÇÃO AUTOIMUNE - SRI
· Nos primeiros meses de TARV, o paciente pode vir a apresentar, junto com a melhora clínica e imunológica, uma exacerbação de condições clínicas ou reativação de doenças;
· A SRI tende a ser pior quando a TARV é instituída com CD4 < 100;
· O paciente tende a desenvolver as mesmas doenças as quais estaria propenso naquela faixa de CD4 sem o uso de TARV, porém estas não são mais chamadas de doenças oportunistas, mas sim de SRI;
· Pode ocorrer um desenvolvimento precoce de reação às drogas utilizadas para tratamento das doenças que vão surgindo ao longo da ressuscitação imunológica com a TARV;
· A SRI tende a reativar doenças preexistentes naquele paciente;
· Ao longo da ressuscitação imunológica, o paciente diminui a chance de desenvolver doenças com CD4 abaixo do que ele se apresenta no momento;
· O início da TARV não deve ser postergado por receio de ocorrência da SRI, muito menos suspenso ao longo da ressuscitação imunológica;
· Deve-se tratar o paciente conforme ele for apresentando as patologias;
* TUBERCULOSE PODE DAR EM QUALQUER VALOR DE CD4!

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