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Manifestações cutâneas do HIV

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MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS DA INFECÇÃO HIV-AIDS
· Vamos tratar das manifestações da própria doença e das doenças infecciosas que ocorrem e acabam acometendo a pele.
· Transmissão do HIV:
· Horizontal (por relações sexuais, inoculação de sangue ou hemoderivados contaminados).
· Devido a triagem rigorosa nos bancos de sangue, a transmissão por transfusão caiu muito.
· Vertical (da mãe para o bebê durante gravidez ou amamentação). 
· Período de incubação – 5 dias a 3 meses, média de 2 a 4 semanas 
· SÍNDROME DE SOROCONVERSÃO: paciente pode apresentar um quadro de síndrome gripal semelhante ao quadro mononucleose – símile: febre, astenia, mialgia, artralgia, cefaléia, linfadenopatia, rash cutâneo. 
· Duração de 1 a 4 semanas (máximo de 30 dias)
· O paciente pode apresentar: erupção máculo-papulosa, ou vesiculosa, pustulosa ou urticariforme (em 50% dos pacientes). Ulcerações mucosas podem ocorrer. 
· Nesse período, as sorologias anti-HIV geralmente são negativas; se fizer uma pesquisa de antígeno p24 e da carga viral (+), vão se apresentar como positivas. 
· É o momento em que o paciente começa a produzir anticorpos contra os vírus, porém, ainda é de uma forma pouco detectada. 
· Diagnóstico diferencial: mononucleose, citomegalovirose, toxoplasmose, hepatite, sífilis (é a grande simuladora da medicina e quase tudo tem um diagnóstico diferencial com isso), rubéola. 
· O paciente, no início, tem uma queda de linfócitos CD4 e elevada viremia. Após esta fase, começa a ter a produção de anticorpos, e consequentemente, a redução da viremia, recuperação de CD4 (não é para os níveis basais que o paciente tinha antes da infecção) e presença de anticorpos anti-HIV. Entra em um período de latência clínica e pode ou não manifestar a Aids propriamente dita. 
· Após período variável (média 8 a 10 anos), síndrome consumptiva, infecções oportunistas, neoplasias e complicações neurológicas (aqui falamos da AIDS propriamente dita). 
· Anteriormente, sobrevida média de 3 anos. Atualmente, com terapêutica apropriada, a sobrevida se tornou indefinida, inclusive com a possibilidade de o paciente desenvolver a síndrome de reconstituição imunológica (doenças surgindo por recuperação parcial da imunidade).
· Manifestações dermatológicas: 
· Manifestações infecciosas (virais, bacterianas, fúngicas, parasitárias).
· Desordens proliferativas, neoplasias, reações a drogas e outras. 
· Suspeitar quando as manifestações são excessivamente intensas ou extensas, quando a resposta à terapêutica corretamente empregada é falha, quando as lesões se apresentam dolorosas e ulcerosas. As manifestações podem, entretanto, ser semelhantes às do imunocompetente.
· Não é porque está com HIV que ela só vai ter essas manifestações intensivas ou extensas. 
VIRAIS
HERPES SIMPLES
· Suspeitar se as lesões são extensas, ulceradas (ou uma ulceração única grande ou múltiplas de menor tamanho), com evolução superior a 30 dias (duram mais tempo do que uma infecção simples duraria), muito dolorosas, geralmente em região perineal ou mucosa oral.
· Raramente, temos a presença de lesões verrucosas. 
· Coexistência frequente de ulcerações com áreas cicatriciais é muito comum. 
· Em fases avançadas da imunodeficiência, pode ocorrer disseminação de vesículas ou pápulo-vesículas com crosta necrótica central (crosta mais escura, enegrecida), bem como herpes simples visceral e encefalite herpética (SNC).
· Diagnóstico: exame citológico (alterações na célula por conta da presença do vírus), histopatológico, imunofluorescência direta e cultura (como é vírus, tem que ser cultura de células).
· Tratamento: Aciclovir 400 mg 5 vezes ao dia de 4/4 horas, VO, ou EV, por 7 a 10 dias;
· Fanciclovir 250 mg de 12/12 horas; 
· Valaciclovir 500 mg de 8/8 horas. 
· Resistência ao Aciclovir: Foscarnet (60 mg / kg / dose de 8/8 horas) ou Cidofovir 5 mg/kg/dia, EV.
· Os cuidados locais são importantes (boa higiene local, utilização de banho de assento, utilização de cremes antifúngicos ou antibióticos com cicatrizantes).
· Profilaxia: aciclovir 200 mg de 8/8 horas, fanciclovir 125 mg de 12/12 horas e valaciclovir 500 mg de 12/12 horas.
· Faz-se em pacientes que tem herpes de repetição, inclusive no âmbito do HIV. 
· Imagens: lesões ulceradas com muita dor. Visualizar se tem alguma vesícula íntegra, para ajudar no diagnóstico. 
 
VARICELA-ZOSTER
· É um outro vírus, causador da catapora ou da varicela-zoster.
· Se o paciente HIV nunca teve contato com o vírus varicela, ele pode ter manifestação mais grave da doença. Até no adulto que nunca teve contato, esse quadro é mais grave. 
· A varicela pode ser grave, com lesões hemorrágicas, disseminação para órgãos internos e mesmo óbito.
· Tratamento: Aciclovir ou derivados, VO ou EV.
· Herpes zoster ocorre em pacientes mais jovens que o habitual nos imunocompetentes, e pode ser mais agressiva. Lesões muito dolorosas, mais de um dermátomo, quadros disseminados e envolvimento do SNC e dos olhos, lesões verrucosas atípicas, e recorrência; frequente neuralgia pós-herpética (dor no local das lesões, pode persistir mesmo com a cura das lesões).
· Quando um paciente já teve contato com o vírus, ele pode voltar e causar herpes zoster. 
· É muito comum que atinja indivíduos mais jovens do que o habitual e mais agressiva em pacientes imunocompetentes. 
· É uma doença que pode ser desencadeada num período estressante do paciente, e isso não quer dizer que ele está imunocomprometido. 
· Pacientes reclamam de muita dor. 
· Em imunocompetentes, costumam atingir um único dermátomo e de apenas um lado do corpo. 
· Tratamento: Aciclovir 800 mg VO de 4/4 horas, Famciclovir 500 mg de 8/8 horas ou Valaciclovir 1 g de 8/8 horas, analgésicos (por causa da dor) e cuidados locais (para cicatrização e para evitar infecções)
· Em relação ao herpes simples, a dose para herpes zoster é o dobro.
· Imagem: a lesão costuma começar nos gânglios paravertebrais, e a partir dali, onde o vírus se aloja, ele vem acometendo os dermátomos, em direção a parte anterior do corpo. O acometimento de mais de um dermátomo não é comum nos casos de Herpes Zoster. 
· Quando acomete a parte oftalmológica e a parte próxima a orelha, faz corticoterapia para evitar a perda da visão e da audição. 
CITOMEGALOVÍRUS
· Geralmente se manifesta com lesões ulceradas, às vezes verrucosas ou papulo-vesiculosas, em região perianal. 
· As lesões ulceradas não são comuns nos imunocompetentes. 
· Diagnóstico diferencial: herpes simples.
· Tratamento: ganciclovir EV; foscarnet; cidofovir.
 
LEUCOPLASIA PILOSA ORAL
· Causada pelo Vírus Epstein-Barr – CAI EM PROVA PARA DIFERENCIAR ISSO DA CANDIDÍASE DE MUCOSA ORAL.
· As placas de candidíase são removíveis com uma espátula. Não são aderidas a mucosa!! Podem sangrar quando são removidas. 
· Placas esbranquiçadas, rugosas, aderentes a mucosa, frequentemente assintomáticas, com remissões e recidivas, nas regiões laterais da língua (mais comum), às vezes dorso e ventre lingual (raramente gengivas, lábios, palato mole e mucosa orofaríngea).
· Tratamento: só faz o tratamento quando há desconforto para o paciente. 
· Os sintomas estão associados à superinfecção por Candida sp ou outros fungos e bactérias. 
· Tratamento específico com altas doses de Aciclovir; ou antifúngicos locais ou sistêmicos, se tivermos uma superinfecção associada.
MOLUSCO CONTAGIOSO (POX VÍRUS)
· Causada por um pox vírus. 
· Muito frequente entre HIV-positivos.
· Geralmente refratário ao tratamento quando o paciente tem CD4 < 200/mm3. 
· Afeta principalmente face, tórax, genitália e MMSS. 
· Pápulas umbilicadas amareladas. Essas pápulas são maiores em indivíduos imunocomprometidos. Quando essas placas se juntam, elas formam placas ceratóticas. 
· Podem confluir em placas ceratóticas, ou acometer mucosa labial e nasal. 
· Enviar material para micologia, para diagnóstico diferencial com histoplasmose e criptococose.
· Tratamento: curetagem; também pode se realizar a cauterização química ou eletrocauterização; uso de podofilina a 25%, ácido retinóico a 0,1%, uso de nitrogênio líquido.
HPV(VERRUGAS E CONDILOMA ACUMINADO)
· Responsáveis pelas verrugas e pelos condilomas. 
· Muito comuns no HIV (+). 
· O indivíduo pode apresentar verrugas vulgares e planas (quando estão planas, o indivíduo tem muito HPV) numerosas, papulose bowenóide, condilomas com evolução mais agressiva (reto, cólon), 
· Alguns pacientes podem apresentar lesões gigantes, que possuem maior tendência à malignização.
· HPV 16 e 18 mais frequentes.
· Tratamento: Ácido tricloroacético, nitrogênio líquido nas lesões, eletrocoagulação, interferon alfa-2A, bleomicina intra-lesional, imiquimod (imunomodulador tópico).
BACTERIANAS
PIODERMITES
· Staphylococcus aureus é o agente mais frequente. 
· Manifestações em forma de acne-foliculite, às vezes abrupta, lesões papulopustulosas em face, tronco, MMII.
· Lesões que lembram acne, mas são foliculites. 
· Tratamento: Cefalexina ou um macrolídeo (azitromicina, claritromicina) por 10-15 dias + antisépticos e antibióticos tópicos (fusidato de sódio, mupirocin).
· Em estágios avançados da infecção HIV, é comum encontrar infecções por outros agentes, como Mycobacterium avium-intracellulare e Pseudomonas aeruginosa.
· Tratar com ciprofloxacina ou antibiótico beta-lactâmico com ação anti-Pseudomonas).
ANGIOMATOSE BACILAR
· Causada pela Bartonella henselae ou Bartonella quintana. 
· Em geral, os pacientes desenvolvem quando os linfócitos CD4 caem abaixo de 200 céls/mm3.
· O paciente pode desenvolver lesões únicas ou múltiplas, de tamanho variado. Podem se apresentar como pápulas vasculares friáveis, placas e nódulos subcutâneos, eritematosas ou violáceas. Superfície lisa, verrucosa, ulcerada ou crostosa; geralmente são dolorosas.
· Pode haver hepatite (hepatite peliosa), que cursa com febre, dor abdominal, perda ponderal, linfoadenopatia e hepatoesplenomegalia; mais raramente, podemos ter o comprometimento de ossos, do coração e cérebro.
· Diagnóstico diferencial: sarcoma de Kaposi, granuloma piogênico (outra pápula friável reacional, principalmente em mulheres que cutucam muito a unha), hemangiomas (pápulas formadas pela proliferação de vasos).
· Na histopatologia, conseguimos visualizar as estruturas bacterianas pela coloração de Warthin-starry.
· Tratamento: Eritromicina 2 g/dia por 4 a 6 semanas, ou por 3 a 4 meses quando há acometimento sistêmico;
· Doxiciclina - 100 mg de 12/12 horas; Rifampicina - 600 mg / dia.
· Recidivas comuns – quando o paciente tem recidivas com frequências, usamos a eritromicina por um tempo prolongado ou indefinidamente.
SÍFILIS
· Pode apresentar-se no HIV positivo da maneira usual, ou não. 
· Na sífilis primária: múltiplos cancros (local de inoculação da bactéria), concomitância de cancro e já evoluiu para secundarismo, em que o paciente tem sinais e sintomas inespecíficos. 
· Na sífilis secundária: mais frequente a sífilis maligna precoce (variante grave da sífilis secundária, clinicamente caracterizada por lesões que podem supurar e ser acompanhadas de sintomas sistêmicos como febre elevada, astenia, mialgia e estado de torpor).
· Podem evoluir com lesões de substâncias purulentas e serem acompanhadas de sintomas sistêmicos.
· Na sífilis terciária: acometimento mais frequente e precoce do SNC. Alguns autores advogam punção lombar na sífilis latente, independentemente do tempo de duração da doença.
· São poucos os que chegam nesse estágio. 
· O tratamento para pacientes com HIV+ é o mesmo que nas pessoas imunocompetentes, com benzetacil, com penicilina G cristalina etc.
 
BACTERIANAS/FÚNGICAS
LÍNGUA NIGRA PILOSA
· Pode ocorrer por bactérias ou por fungos.
· Ocorre por uma hipertrofia das papilas filiformes. Paciente evolui com náuseas e prurido palatino, causadas por colônias de Penicillium sp., Streptococcus sp., Staphylococcus sp., e Aspergillus sp.
· Tratamento: escovação local e aplicação de ácido retinóico ou uréia (nas concentrações de 5 a 10%) diluído em propilenoglicol por >1 mês.
FÚNGICAS
CANDIDÍASE
· É a infecção fúngica mais comum no HIV positivo. 
· Candidíase oral pode sugerir o diagnóstico de infecção pelo HIV ou o de falência do esquema antirretroviral nos pacientes em tratamento. 
· Temos um paciente que já tem o diagnóstico de HIV e já faz tratamento. Ele foi na UBSF pegar o seu medicamento e eu percebo que ele está com uma candidíase oral. Provavelmente teremos que trocar o medicamento, uma vez que tudo indica que o fungo está mais resistente. 
· Mais frequente oral, mas possui outras formas: pseudomembranosa, atrófica e queilite angular. 
· Esôfago e área genital podem ser acometidos. 
· Alguns pacientes podem desenvolver candidíase pulmonar e disseminada, mas essas formas são raras nos HIV positivos.
· Tratamento: antifúngicos tópicos (nistatina, clotrimazol) e/ou sistêmicos (cetoconazol, itraconazol, fluconazol), de acordo com extensão do quadro e grau de imunossupressão.
· A cândida pode ser um sinal da própria manifestação da Aids ou um sinal de que o paciente precisa de reajuste no medicamento. 
 
DERMATOFITOSES
· Quaisquer formas, com aspecto idêntico ao observado nos imunocompetentes, porém geralmente são lesões mais extensas e recalcitrantes. 
· Agente etiológico mais encontrado é o Trichophyton rubrum. 
· Ocasionalmente, o paciente pode desenvolver formas não usuais, inclusive com a formação de lesões granulomatosas.
· Tratamento com os mesmos antifúngicos tópicos ou sistêmicos.
ONCOMICOSES
· A forma branca superficial e subungueal proximal (agente mais comum T. rubrum) são mais comuns que nos imunocompetentes. 
· É muito mais comum no HIV+ do que no imucompetente. 
· Não usar fluconazol, para não inviabilizar uso da droga nas infecções do SNC, além de induzir resistência à Candida. Então, sempre que puder, devemos evitar o uso desse medicamento nos pacientes HIV. 
· Quando observamos na unha, além das alterações que sugerem uma oncomicose, uma coloração esverdeada, isso denota infecção por Pseudomonas aeruginosa.
· Associar ciprofloxacina ou antibiótico beta-lactâmico com ação anti-Pseudomonas.
· Imagem: as unhas do indivíduo estão bem branquinhas. Isso é a oncomicose branca superficial e subungueal proximal. 
FOLICULITE PITIROSPÓRICA
· Pústulas foliculares em tórax e membros, causadas pelo Pityrosporum ovale.
· Tratamento com cetoconazol ou itraconazol sistêmicos.
HISTOPLASMOSE
· Em pacientes com AIDS, causa pneumonia quase tão frequentemente quanto a criptococose. 
· Um dos diagnósticos diferenciais é com molusco contagioso. 
· Cursa com febre, perda ponderal, adenomegalias (podem ser generalizadas), tosse, suores noturnos, dispneia, diarreia, hepatoesplenomegalia. 
· As lesões cutâneas em pacientes com HIV podem surgir em 10 a 25% dos pacientes, ou mais, quando temos um paciente com histoplasmose disseminada: máculas, nódulos, pápulas umbilicadas (molusco-símiles), lesões acneiformes, verrucosas, ulceradas. 
· Geralmente afetam face, podendo ocorrer em tórax, extremidades e mucosas.
· Diagnóstico: Histopatologia (pode fazer a biópsia da lesão), exame micológico. 
· Tratamento: anfotericina B parenteral (até que se acumule uma dose > 2 g), seguido de itraconazol oral por pelo menos 12 meses.
ESPOROTRICOSE
· Doença fúngica que raramente evolui para uma forma sistêmica. 
· Frequência é a mesma dos imunocompetentes, mas nos pacientes HIV positivos ocorrem lesões ulceradas, disseminadas e com comprometimento sistêmico (ósseo, articular, pulmões, SNC).
· Tratamento: itraconazol doses altas.
 
CRIPTOCOCOSE
· Na AIDS, a prevalência é de 3 a 20%, com mortalidade próxima a 100%. 
· Lesões cutâneas em 10 a 20% dos pacientes, podendo preceder os sintomas de 2 a 8 meses. 
· Podem ocorrer: pápulas, pústulas, nódulos, úlceras, lesões acneiformes e molusco-símiles (lesão parecida com a doença do molusco contagioso), ou semelhantes a sarcoma de Kaposi, herpes simples e pioderma gangrenoso (lesão, muitas vezes ulcerada, de difícil resposta a terapia. Não identifica nenhum organismo. Respondem bem ao uso de corticoterapia).
· Diagnóstico: exame micológico e/ou histopatológico. 
· Tratamento: anfotericina B ou fluconazolpor 6 a 10 semanas, manutenção com fluconazol por tempo indeterminado.
· Usar fluconazol usa vez ou outra não tem problema. Usar direto tem. 
INFECÇÃO POR PINICILLIUM MARNEFFEI
· Mais comum em países asiáticos (atentar para história de viagem a esta região). 
· As manifestações cutâneas vão ocorrer em 70 a 80% dos casos.
· Elas podem ser: pápula cor da pele ou eritematosas, com umbilicação central, numerosas, disseminadas (molusco-símile), eventualmente algumas lesões de mucosas (orofaríngea, conjuntival, genital).
· Diagnóstico: exame histopatológico, cultura para fungos. 
· Tratamento: anfotericina B ou itraconazol 400 mg por dia, até a resolução do quadro.
PARACOCCIDIOIDOMICOSE
· Acometimento cutâneo comum, principalmente nos pacientes imunocomprometidos, inclusive com lesões molusco-símiles. 
· Geralmente ocorre de forma aguda, com vários órgãos comprometidos simultaneamente. 
· Existia um teste antigamente que era intradérmico com Paracoccidioidina. Sempre negativa quando acometia vários orgãos, sorologia negativa ou em títulos baixos.
· Tratamento: anfotericina B.
DESORDENS PROLIFERATIVAS
DERMATITE SEBORREICA
· Altamente frequente em pacientes HIV positivos, especialmente nos estágios avançados (80% dos indivíduos).
· Acometem principalmente as áreas cento-faciais. 
· Pode servir como marcador precoce da infecção pelo HIV. 
· Chama a atenção quando o aparecimento é abrupto e intenso, com recidivas constantes. Tende a disseminar-se e responder pior ao tratamento, com a deterioração da imunidade.
· Lesões eritematosas, com baixa descamação e prurido. 
· Diagnóstico diferencial: psoríase 
· Placas em áreas extensoras da pele, que são mais hiperceratóticas, de base eritematosa, em várias camadas. Quando a dermatite está bem intensa, faz diagnóstico diferencial com a psoríase.
· Tratamento: cremes, loções e xampus com enxofre e ácido salicílico, coaltar, cetoconazol, corticoides não-fluorados. 
· Estes últimos não devem ser empregados na concomitância de lesões de molusco contagioso. Atenção à associação de cetoconazol sistêmico e às drogas usadas no tratamento antirretroviral e das infecções oportunistas, pela potencialização dos efeitos adversos.
· Evitar usar corticoides em pessoas com molusco contagioso e dermatite. 
· Imagem: eczema seborreico + HIV. Na pessoa melanodérmica, é mais difícil de perceber o eritema. 
PSORÍASE
· Sua frequência não está aumentada nos HIV (+) em relação à população geral. 
· Pode apresentar-se de maneira semelhante a esta população ou em indivíduos sem história prévia de psoríase que subitamente apresentem a doença, ou ainda pacientes com doença prévia com agravamento abrupto.
· As lesões clínicas no HIV+ semelhantes às da população imunocompetente, mas a psoríase invertida é mais frequente, bem como a artrite psoriásica (30% em HIV + e 5% em HIV -). Pode se associar à dermatite seborreica.
· Lesões que acometem áreas extensoras (cotovelo, joelhos, região sacral), com descamação importante, hiperceratótica. 
· A psoríase invertida acomete áreas flexoras, como axilas, dobras etc. 
· Artrite psoriásica – queixa de artrite acompanhada da psoríase. 
· Tratamento: antralina, ácido salicílico, óleo de cade, corticosteroides tópicos (com cautela, sem interromper abruptamente e não por muito tempo).
· Produtos que aumentam o turnover da pele. 
· Nas formas disseminadas ou não responsivas: acitretina ou fototerapia com UVB ou PUVA. Pode ocorrer melhora com a terapia antirretroviral.
SÍNDROME DE REITER 
· Também conhecida como artrite reativa.
· Mais frequente nos HIV (+) que na população geral. 
· Caracteriza-se por artrite, uretrite e conjuntivite. 
· Em 10 a 20% dos casos, lesões cutâneas psoriasiformes (lembram a psoríase) em regiões palmares, plantares, couro cabeludo e face extensora dos membros, podendo ocorrer ulcerações mucosas e balanite circinada (é uma lesão com contorno circinado que pode acometer a região do pênis).
· Tratamento: Dapsona ou retinóides, e com mesmos tópicos da psoríase no caso de aparecimento de lesões cutâneas. 
ICTIOSE ADQUIRIDA
· Pode estar relacionada ao vírus HIV ou a outras condições associadas (hanseníase, uso de clofazimina etc.). 
· Caracteriza-se por xerodermia (pele seca) e escamas semelhantes às do peixe, podendo ser circunscritas aos MMII ou disseminadas pelo corpo. 
· É comum sua observação em estágios avançados de imunossupressão.
· Tratamento deve ser feito com cremes hidratantes associados a ácido salicílico (2 a 3%) ou ureia (5 a 10%).
NEOPLASIAS
SARCOMA DE KAPOSI
· Neoplasia de células endoteliais causada pelo herpes vírus humano 8 (HHV-8, ou KSHV – Kaposi’s Sarcoma Herpes Virus). 
· Antes da epidemia do HIV, existiam as formas clássica (chamada de Kaposi endêmico), endêmica africana, e iatrogênica (transplantados, usuários de medicamentos imunossupressores). 
· Forma associada à infecção pelo HIV: sarcoma de Kaposi epidêmico. 
· Máculas, pápulas, placas, nódulos ou tumores eritêmato-violáceos, geralmente assintomáticos, em qualquer localização, com tendência à simetria. 
· Na cabeça, os locais mais afetados são: ponta do nariz, região periorbitária, e, na mucosa oral, palato, úvula e língua. 
· Uma ou duas lesões, ou várias lesões desenvolvendo-se simultaneamente, observando-se o fenômeno de Koebner (também acontece em vitiligo, psoríase, líquen plano. Quando você tem vitiligo e teve trauma na pele, aparece lesão de vitiligo. Na área que o paciente teve trauma, desenvolve-se uma lesão da doença). 
· Trato gastro-intestinal e pulmões são acometidos em 40% dos casos, sendo o acometimento pulmonar o de pior prognóstico.
· Em um acometimento mais extenso, podem ocorrer náuseas, vômitos, disfagia, hemorragia digestiva, obstrução intestinal, tosse e dispneia; linfonodos acometidos podem comprimir estruturas adjacentes ou determinar linfedema. 
· Tratamento: depende da extensão da neoplasia e do grau de imunossupressão.
· Drogas mais utilizadas: Daunorrubicina, doxorrubicina, paclitaxel. 
· Casos de regressão foram relatados após introdução dos inibidores de protease, associados à melhora imunológica dos pacientes. 
· Tratamento local é paliativo, por razões estéticas ou porque o crescimento do tumor pode determinar compressões (podemos utilizar radioterapia, laser, crioterapia, quimioterapia intralesional com vimblastina ou bleomicina).
· Tem uma tendência de simetria das lesões. A coloração pode variar. 
 
NEOPLASIAS CUTÂNEAS
· Aumento nos indivíduos HIV+ da incidência de carcinomas baso e espinocelular, e melanomas.
· Depois do sarcoma de Kaposi, são a segunda neoplasia mais frequente no HIV+. 
· Basaliomas são a segunda neoplasia mais frequente, depois do sarcoma de Kaposi, descritos mesmo em áreas não foto-expostas. 
· Os basaliomas são mais comuns em regiões expostas, mas no caso dos HIV+, surgem até em áreas não expostas. 
· Espinaliomas estão muitas vezes relacionados à coinfecção por HPV e associam-se a pior resposta terapêutica, especialmente os da região ano-genital. 
· Melanomas evoluem de forma mais rápida e agressiva, com metástases mais precoces.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES
FOLICULITE EOSINOFÍLICA
· Etiologia desconhecida. 
· Ocorre em estágio avançado de imunossupressão, com presença de pápulas e pústulas foliculares e perifoliculares (ao redor dos folículsos) pruriginosas, em disposição anular ou policíclica; mais comum em face, parte superior do tronco e braços. 
· Histopatologia: infiltrado folicular com predomínio de eosinófilos e ausência de bactérias ou fungos.
· Tratamento: corticóides tópicos ou sistêmicos (prednisona 60 mg / dia); anti-histamínicos; dapsona (100 – 150 mg / dia); itraconazol (200 mg / dia); metronidazol (250 mg / dia); fototerapia com UVB.
ERUPÇÃO PAPULOSA DA AIDS OU PRURIGO DO HIV
· Etiologia desconhecida. 
· Em muitos pacientes está associado a hipersensibilidade a picadas de insetos (estrófulo). 
· Lesões eritêmato-papulosas milimétricas, muito pruriginosas, preferencialmente em face e porções distais dos MMSS e MMII, com caráter recidivante, levando a cicatrizes atróficase hipercrômicas, ao lado de lesões recentes escoriadas (por causa do prurido). 
· Resposta ao tratamento precária. 
· Tendência a melhora dos sintomas em fases terminais da infecção (desaparecimento das lesões tem mau prognóstico). 
· Histopatologia semelhante à da foliculite eosinofílica, sem a riqueza de eosinófilos; medicações também são as mesmas (prednisona, itraconazol, metronidazol), além de cuidados gerais, como hidratação da pele, evitar sabonetes cáusticos, banhos frios e de duração curta (a água quente ressaca a pele e piora o prurido). 
ESCABIOSE
· Sarna.
· Apresentação típica, ou infestação maciça (sarna crostosa ou sarna norueguesa), generalizada, refratária a tratamento.
· Tem que ficar repetindo tratamento quando são crostosa. 
· Lesões em áreas não típicas ou lesões crostosas multe estratificadas (sarna crostosa).
· Costuma acometer as partes mais quentes do corpo, como genitália, entre as mamas etc. 
· Tratamento tópico com benzoato de benzila, permetrina; + ivermectina VO.
FOTOSSENSIBILIDADE
· Em alguns pacientes, quando outras causas foram excluídas (como fotossensibilidade medicamentosa).
ULCERAÇÕES INESPECÍFICAS DO HIV
· Ulcerações orais e até esofágicas, múltiplas, extensas e dolorosas. 
· Diagnóstico depende da exclusão de ulcerações por outras etiologias (herpes simples, citomegalovírus, papilomavírus, Candida sp e Histoplasma sp, ou ainda a antirretrovirais como Zalcityabina e Didanosina).
· Tratamento: xilocaína gel, bochechos com antissépticos, talidomida, corticoterapia sistêmica.
SÍNDROME SECA
· Paciente com aumento das parótidas, xeroftalmia (olhos ressecados), xerostomia (boca seca), sem associação com síndrome de Sjögren (síndrome que cursa com anticorpos anti-Ro/SSA e anti-La/SSB negativos).
HIPERTRICOSE CILIAR
· Aumento exagerado do comprimento dos cílios, em pacientes em uso ou não de AZT.
PORFIRIA CUTÂNEA TARDA
· Ocorre principalmente nos pacientes HIV (+) co-infectados com o vírus da hepatite C ou portadores de hepatopatia prévia.
MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS DAS DROGAS USADAS NO TRATAMENTO DA AINDA
· Zidovudina: hiperpigmentação de unhas (algumas ou todas), mucosa oral e, mais raramente, pele.
· Inibidores de protease: alterações da distribuição de gordura corporal (síndrome da lipodistrofia ou síndrome de redistribuição de gordura); múltiplos granulomas piogênicos; queilite; ressecamento da pele; alopecia.
· Sulfametoxazol + trimetoprim: rash eritematoso máculo-papuloso, e até síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica (NET).
· É muito utilizado em infecções que acometem o HIV positivo, inclusive para prevenção.
· NET = paciente tem bolhas, é como se ele perdesse a pele. 
SÍNDROME INFLAMATÓRIA DE RECONSTITUIÇÃO IMUNE (SIRI)
· Ocorre de algumas semanas ou meses após o início da TARV em consequência da imunidade restaurada a antígenos infecciosos. 
· A SIRI está associada a um aumento da contagem de células CD4 e/ou rápida redução da carga viral do HIV.
· Ocorre quando o paciente tem a perda da sua imunidade celular. Quando ele recupera a sua célula TCD4, ele vai manifestar a doença em algumas infecções, que dependem de uma resposta imune do tipo celular.
· Se o paciente estava com o TCD4 baixo, como que ele iria reagir?

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