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Diarreias: Causas e Classificação

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DIARREIAS 
Algumas OBS antes da aula começar: 
• Doença inflamatória intestinal → grupo de doença que envolve duas patologias Cronh e 
retrocolite ulcerativa 
• Síndrome do intestino irritável não é uma diarreia grave, invasiva, que tenha muco, sangue, isso faz 
pensar em um quadro mais crônico, é uma patologia associada a estresse, ansiedade, diarreia 
leve, sem febre, muco, sangue, dores abdominais 
• Intoxicação por Staplylococcus aureus → intoxicação alimentar, devido a um alimento mal lavado, 
mal cozido, quadro rápido que a pessoa come e já apresenta episódios diarreicos, dejeções de 
grande volume, nada invasivo 
• Mecanismo fisiopatológico das diarreias agudas → diarreia secretória → devido a ativação do 
AMPc por toxinas e consequente secreção de água e cloreto pelo intestino delgado → alguma 
coisa infecciosa está estimulando a liberação de mais água e eletrólitos na luz do intestino de 
maneira desordenada desencadeando a diarreia. Existe algumas características dessa diarreia 
secretória como episódios durante a noite/madrugada 
• A diarreia osmótica, quando ingerimos alguma coisa hiperosmolar, a gente no jejum não tem 
diarreia e quando a gente dorme não tem episódios diarreicos 
• Síndrome do intestino irritável → paciente jovem, que vem com dor tipo cólica com irradiação pra 
baixo ventre que piora com alimentação e melhora com a evacuação (característica da sd. do 
intestino irritável, associada a ansiedade). Diarreias não disentéricas, sem características invasivas. 
• Disenteria não é sinônimo de diarreia! Disenteria é uma diarreia invasiva com características mais 
graves 
• Abdome com peristalse aumentada acontece geralmente na diarreia, as alças ficam com a 
peristalse acelerada 
• O Cronh pode sim ter queixas proctológicas 
Definição: Diarreia é o aumento habitual de evacuações, acompanhado de fezes aquosas ou de pouca 
consistência 
• Considerar ritmo intestinal prévio 
• Aumento da frequência fecal 
• Aumento na fluidez e/ou volume fecal (> 200g/dia) 
Pode ou mão acompanhada de outros sintomas → febre, tenesmo/ ou urgência fecal (tenesmo é uma 
hiperestimualção na região anal, mas quando vai no banheiro não tem nada, isso fala a favor de 
patologias mais baixas, é mais um reflexo inflamatório na região perineal) OBS.: Se tem acometimento alto 
como no intestino delgado, dificilmente tem tenesmo, tenesmo acometimento mais baixo, de reto... 
Pode ter Inapetência, anorexia, dor abdominal tipo cólica e difusa, flatulência (aumento da eliminação 
de gases), náuseas, vômitos, perda de peso em casos mais específicos 
FISIOPATOLOGIA 
Ter diarreia é ter excesso de fluido nas fezes → anormalidade na secreção ou na absorção na água do 
nosso TGI, ou está secretando mais ou está absorvendo pouco 
O conteúdo fecal liquido origina-se de → ingesta oral (1-2 L), secreções provenientes do estômago, 
intestino delgado, saliva, pâncreas, bile (8l/dia) 
O intestino delgado recebe 9-10l: absorve 6l no jejuno e 2,5l no íleo, se o delgado funciona bem a gente 
consegue absorver bastante liquido dessas fezes, se o delgado está doente, ele não absorve tanto liquido 
e as fezes passam a ter um grande volume 
O colón recebe cerca de 2l →100 a 200ml saem na evacuação 
Se tenho problema no delgado você faz diarreia cheia de liquido, volumosas, porque a água não está 
sendo absorvida 
A diarreia baixa é várias vezes ao dia e bem pouco cocô, diferente a alta que é bastante água 
A diarreia é um processo complexo que raramente envolve apenas um mecanismo fisiopatológico: 
• Cólera: diarreia infecciosa, grande estimulo a secreção, altera a motilidade, toxinas que alteram a 
permeabilidade da membrana 
• Doenças inflamatórias intestinais: lesão da mucosa intestinal, produção de secretagogos pelo 
sistema imunológico, doença autoimune 
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto a fisiopatologia 
• Osmótica 
• Secretória 
• Inflamatória 
• Motora 
• Disabsortiva 
Quanto a cronologia 
• Aguda 
• Crônica 
Local de origem 
• Alta 
• Baixa 
DIARREIA OSMÓTICA 
Ocorre quando há grande quantidade de moléculas hidrossolúveis no lumen intestinal que fazem 
retenção osmótica de água, tem um desbalanço 
Desbalanço osmolar, entra alguma coisa que tem dificuldade ser digerida e puxa água 
Principais causas 
• Uso de laxativos (laxantes-substâncias osmoticamente ativas que entram na luz do intestino e 
puxam água) 
• Má absorção intestinal de carboidratos (ex. intolerância à lactose) 
Melhora com o jejum – não há diarreia noturna, parou de ingerir aquele alimento não tem diarreia 
Associação piora com alimento suspeito 
Exame inespecífico: distensão abdominal, hipertimpanismo, hiperemia anal, flatulência 
BEG 
DIARREIA SECRETÓRIA 
Aumento ou secreção pra aquela luz, é um transporte desordenado de eletrólitos 
Absorção reduzida de Na+ e/ou secreção ativa de Cl e HCo3 
Causa mais comum: bactérias produtoras de enterotoxinas, elas tem um potencial de 
secreção/desbalanço do perfil eletrolítico 
Outras causas: 
• Produção excessiva de hormônios e secretagogos 
• Gastrinoma → tumores produtores de gastrina aumentando a secreção intestinal 
• Tumores carcinoides que aumenta a secreção de serotonina, prostaglandinas, calcitonina 
• VIPomas 
Diarreia alta ou baixa, não disentérica, geralmente indolor, pode ter febre com a infecção bacteriana 
associada, com ou sem desidratação, que persiste com o jejum (diferença importante para a osmótica, o 
paciente da diarreia secretora pode acordar a noite para defecar) 
DIARREIA MOTORA 
Alguma aceleração ou redução do trânsito intestinal 
• Doenças funcionais (SII, relacionada a ansiedade → quadro mais psíquico 
• Doenças metabólicas 
• Endócrinas – hipertireoidismo, DM (regulariza os hormônios da tireoide e a diarreia melhora) 
• Fármacos – efeito colateral, alguns quimioterápicos, antibióticos 
DIARREIA INVASIVA/INFLAMATÓRIA 
Vale a pena entrar com antibiótico, não é autolimitada, mais branda 
É secundária a processos inflamatórios com lesão de mucosa 
Aumento da permeabilidade da parede intestinal e isso traz muco, sangue misturado às fezes → disenteria 
Disenteria: fezes diarreicas associadas a sangue e muco e geralmente sinais de prostração, que fazem a 
gente pensar em casos mais sérios 
Ritmo intestinal maior que 5 vezes, fezes de pequeno volume e que persistem com jejum 
Tenesmo, urgência e até incontinência fecal → geralmente essas diarreias são mais baixas → problemas 
em cólon, nada em delgado... 
Doença inflamatória intestinal: Cronh e retrocolite → paciente jovem que chega com queixa de diarreia 
crônica, com pouco de sangue nas fezes, várias vezes ao dia 
Neoplasias, shiguelose, colite pseudomembranosa 
Tem que solicitar exames e entrar com antibiótico se necessário 
DIARREIA DISABSORTIVA 
Não está absorvendo algo que deveria estar sendo absorvido, deficiência digestiva de enzimas que fazem 
parte dos alimentos basais que a gente ingere, do dia dia , ou lesões parietais 
Tanto deficiência hormonais ou enzimáticas ou lesões parietais propriamente ditas, mas algo que está 
impedindo a digestão/absorção 
Geralmente as fezes tem restos alimentares 
Ex: Pancreatite crônica com insuficiência pancreática → aquele paciente etilista crônico, abre quadro de 
diarreia, que não absorve mais por que ele lesou tanto o pâncreas que as enzimas digestivas foram bem 
degradadas 
Quando não vem com restos alimentares as fezes vem amareladas e grudam no vaso ou boiam e tem 
odor fétido, de coisas que não forma digeridas adequadamente 
Grande volume fecal → diarreia alta 
Ritmo intestinal → menos que 5 vezes ao dia 
Paciente tem perda de peso → ele não está absorvendo os macronutrientes necessários 
OBS.: Quando a gente pensa em diarreia disabsortiva a gente pensa em pancreatite crônica com 
insuficiência pancreática 
DIARREIA AGUDA X CRÔNICA 
DIARREIA AGUDA 
Geralmente de < 7 dias até 4 semanas (alguns livros falam que é até 14 dias e de 14ara 30 dias eles 
chamam de diarreia protaída/persistente) 
A maioria é infecciosa viral ou bacteriana e autolimitadas sendo que é menor que 7 dias e quando for > 
que 7 dias: possibilidade de protozoários 
Menor que 1 mês é considerada diarreia aguda 
Manifestações associadas: náuseas, vômitos, febre, hipoatividade, outros contactantes com quadro 
similar, sintomas de VAS (o mesmo vírus que infecta VAS infecta o TGI, bem frequente na pediatria → nariz 
escorrendo + fezes liquefeitas) 
DIARREIA CRÔNICA 
Acima de 4 semanas: parasitoses, doenças funcionais, intolerâncias alimentares, DII, infecções crônicas 
(imunocomprometidos), neoplasias, medicamentos (colite microscópica) 
Diarreia alta: acomete delgado, jejuno, íleo, com grande volume, menos evacuações( 3 ou 4x ao dia), 
não tem muco, sangue, pus, dor no mesogástrio, presença de restos alimentares, sem tenesmo (mais 
proctológico – referente à reto e ânus) 
Diarreia baixa: pequeno volume, muitas evacuações, com muco, sangue, pus, dor mais baixa, hipogástrio, 
fossas ilíaca, tenesmo! E sem resto alimentares, o que tinha de ser absorvido foi absorvido lá em cima, o 
cólon não tem padrão absortivo 
 
HISTÓRIA CLINICA 
• Início dos sintomas, ingestão de alimentos, suspeitos, uso de medicamentos 
• Número de dejeções, aspecto das fezes, volume, presença de muco ou sangue 
• Sintomas associados: febre, dor abdominal, náuseas, vômitos 
• Sinais de desidratação → boca seca 
Apresentação clinica bastante semelhante, independente do agente causador 
Inflamatória 
• Bactérias invasivas ou produtoras de citotoxinas, parasitas – íleo e cólon 
• Quadro mais grave 
• Ruptura de mucosa, com perda de líquido, hemácias e leucócitos 
• Diarreia com muco e sangue, dor abdominal, febre, tenesmo 
Tempo de evolução, relação com alimentação, aspecto das fezes, presença de muco ou sangue, dor 
abdominal 
Perda de peso, desnutrição, sangramentos, anemia → sinais de alarme 
Alternância do ritmo intestinal → oscila entre constipação e diarreia → afastar câncer 
Fatores de risco para HIV 
Etilismo 
INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 
Estudo das fezes – coprocultura → cultura de fezes, pesquisa de leucócitos fecais, testes imunológicos 
(ELISA), pesquisa de sangue oculto nas fezes 
Outros → hemograma afim de pesquisar anemias, serie branca (processos inflamatórios), plaquetose 
(anemia ferropriva) 
VHS e PCR → marcadores de inflamação 
Pesquisa de anticorpos para doenças autoimunes→ Cronh e retrocolite tem anticorpos específicos que faz 
fechar diagnóstico 
Endoscopia e cápsula endoscópica 
Trânsito de intestino delgado 
Entero TC e entero RNM 
Quando solicitar exames na diarreia aguda? SINAIS DE ALARME 
• Desidratação grave com repercussões sistêmicas → tontura, obnubilação, desmaio 
• Idade avançada geralmente 70 anos 
• Tempo prolongado apesar de tratamento correto >7 dias 
• Sangue ou muco nas fezes 
• Imunossupressão 
• Temperatura axilar > 38,5°C (febre a partir de 37,8 por definição) 
• Diarreias nosocomiais ou institucionais → referente a hospital, dentro das unidades de internação 
• Diarreia do viajante → diarreias de paciente em viagens, países mais subdesenvolvidos, germe, vírus 
e bactéria durante ou após viagens (água também) 
 OBS: Diagnóstico diferencial → incontinência fecal → problema muscular, motor, paciente que não 
segura as fezes na ampola retal, não tem controle esfincteriano retal 
Diarreia fictícia: paciente cria o teatro 
Síndrome de Munchausen: o paciente cria para chamar atenção, frequente em crianças → sintomas e 
sinais criados ou pela própria pessoa, ou crianças e idosos 
Bulimia – ingere alimentos para episódios diarreicos, vômitos afim do emagrecimento

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