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Afecções Cirúrgicas do Sistema Digestório Equino PROF. JEFFERSON F. ALCINDO Síndrome Cólica Equina Abdômen Agudo Equino Síndrome caracterizada por manifestação de dor abdominal Maioria origem gastrintestinal Importância Econômica 4-9% todos equinos 11% - óbito Altos custos do tratamento Animais com alto valor genético Gastos cólica superam os gastos c/ tratamento de claudicações Afetivo Importância 80-85% casos resolvidos com terapia médica 2 a 4% necessitam cirurgia (*10%) Síndrome Cólica Processo grave e emergencial Caráter agudo Risco de morte Como decidir pelo tratamento cirúrgico? # Diagnóstico Parâmetros utilizados Dor (Tipo) FC e FR Temperatura corporal Coloração das mucosas e TPC Refluxo enterogástrico Líquido abdominal Distensão abdominal Palpação retal Exames diagnósticos por imagem (WHITE, 2011) Principais características do líquido peritoneal normal e em condições associadas à cólica (adaptado de Schaer e Orsini (2008)) Quando a cirurgia é contra-indicada? Contra-indicações Temperatura retal superior a 39,5º C Indicativo infecção Enterites Duodenojejunite proximal Apesar de haver algumas indicações cirúrgicas!?!?! Contra-indicações Leucopenia ( 4.000/ l) Dor controlada por analgésicos Nenhuma anormalidade observada no exame retal Fluido abdominal com leucócitos superiores a 10.000/l, contagem normal de hemácias e neutrófilos não degenerados Tratamento cirúrgico Laparotomia - exploratória Mediana Flanco Anestesia Inalatória Centro Cirúrgico Afecções Cirúrgicas do Sistema Digestório Equino Intestino Grosso Compactação Cecal Dois tipos: Compactação por alimentos Ingesta desidratada Disfunção da motilidade Ingesta fluida Etiologia multifatorial Compactação Cecal Sinais Clínicos Dor intermitente, leve a moderada (tipo) Sons intestinais FC pouco Desidratação Ausência de refluxo Massa palpável via retal Abdominocentese dentro padrões normais (MULLER, 2003) Compactação Cecal Tratamento Terapia médica Fluidoterapia enteral e parenteral (120- 240 ml/kg/dia) AINEs Óleo mineral e laxativos Pró-cinéticos Metoclopramida, Prostigmina, neostigmina Compactação Cecal Terapia cirúrgica 57% - incidência de ruptura cecal após compactação Tiflotomia Mais utilizada para o esvaziamento cecal Enterectomia Bypass Cecocolostomia Compactação Cecal Prognóstico bom 114 equinos com compactação ceco (Plummer, 2009) 54 animais receberam tratamento clínico e alta 37 foram para cirurgia e tiveram alta 11 foram eutanasiados antes do procedimento cirúrgico 12 foram eutanasiados na mesa cirúrgica – ruptura cecal Intussuscepção ceco-cecal e ceco-cólica Embainhamento do ceco no ceco ou do ceco no cólon maior Motilidade alterada Alterações dietéticas, abscesso da parede cecal, Salmonella, Eimeria leuckarti, Strongylus vulgaris (Arterite), e drogas parassimpaticomiméticas Anoplocephala sp. Dor intermitente e severa FC e sons intestinais presentes (válvula) Líquido peritoneal normal Diagnóstico: palpação, US e laparotomia * não há liberação de endotoxinas Intussuscepção ceco-cólica Tratamento Redução da intussuscepção (1/3) Ressecção da porção afetada Colotomia ou Tiflectomia necessária para acessar o ceco Prognóstico: total envolvimento do ceco Intussuscepção ceco-cólica: edema e aderência Torção Cecal Torção do ceco sobre seu próprio eixo Primária: Aderência ou encarceramento Secundária: Vólvulos do cólon maior Compactação do Cólon Maior Obstrução em qualquer segmento do cólon maior, total ou parcial Flexura pélvica e cólon transverso Causas: qualidade alimento, alterações dieta, produtos químicos, parasitismo, aneurisma dos vasos cólicos, estresse Compactação do Cólon Maior Dor leve a moderada, intermitente FC, FR, TPC valores normais ou pouco elevados Hipomotilidade intestinal Diagnóstico Sinais clínicos palpação retal (Muller, 2003) Compactação do Cólon Maior Tratamento Clínico Fluidoterapia – enteral e parenteral Laxativos – sulfato de magnésio (1g/kg em 2l água) analgésicos Compactação do Cólon Maior Cirúrgico enterotomia flexura pélvica Esvaziamento do cólon Deslocamento do Cólon Maior À direita Mal posicionamento do cólon esquerdo à direita do ceco Etiologia: desconhecida Dor leve à incontrolável – qtde gás e tensão sobre o mesentério FC variável, refluxo pode estar presente Líquido peritoneal ( PT com distensão) Palpação retal (edema) (Muller, 2003) http://www.3dglasshorse.com Deslocamento do Cólon Maior Tratamento cirúrgico Drenagem de conteúdo gasoso Recolocação do órgão em posição anatômica Enterotomia não necessária Deslocamento Dorsal à Esquerda Encarceramento nefro-esplênico ou lieno-renal Etiologia não definida Dor leve a moderada FC baixa Refluxo gástrico Paracentese Palpação retal http://www.3dglasshorse.com Encarceramento lieno-renal Diagnóstico palpação retal US http://www.3dglasshorse.com Encarceramento lieno-renal Tratamento Técnica rolamento Adrenalina – contração esplênica Cirúrgico Vólvulo/Torção do Cólon Maior Dupla torção dos cólons ventral e dorsal sobre seus eixos Envolve mesentério ceco-cólico Etiologia Presença de gás e hipermotilidade Éguas prenhes e pós-parto mais acometidas (espaço ocupado) Vólvulo/Torção do Cólon Maior Início súbito com dor não controlável FC e FR elevadas Distensão abdominal Diagnóstico Palpação retal – parede edemaciada http://www.3dglasshorse.com Vídeo Vólvulo/Torção do Cólon Maior Tratamento Ressecção cólon Prognóstico reservado (ADAMS E FESSLER, 2000) Obstrução do Cólon Descendente Compactação de alimentos Corpos estranhos Enterólitos Fitobezoares Tricobezoares Obstrução do Cólon Descendente Etiologia Alimentação Consumo de água Mastigação Sinais clínicos Dor moderada intermitente Anorexia Massa detectada à palpação retal Obstrução do Cólon Descendente Diagnóstico Palpação retal Exame radiográfico enterólitos (PIERCE, 2009) Obstrução do Cólon Descendente Obstrução do Cólon Descendente Tratamento Clínico Catárticos ou laxantes Fluidoterapia Enemas Cirúrgico Enterotomia Intestino Delgado Intestino delgado Afecções obstrutivas simples Hipertrofia muscular do íleo Compactação do íleo Obstrução verminótica Afecções obstrutivas estrangulativas Intussussepções Vólvulos, torções Encarceramentos Hérnia inguinal estrangulada Encarceramento forame epiplóico Hipertrofia muscular do íleo Primária (idiopática) alterações autonômicas (SNA) Secundária (compensatória) resposta estenose caudal crônica do intestino Hipertrofia muscular do íleo Sinais clínicos: cólicas intermitentes, leve a moderada Anorexia e letargia achados laboratoriais normais refluxo ausente distensão delgado em 50% dos casos US Tratamento: ressecção íleo e jejunocecostomia (ADAMS E FESSLER, 2000) (ADAMS E FESSLER, 2000) Compactação do íleo Íleo compactado por alimentos Sinais clínicos: dor moderada a severa FC Refluxo abundante sons intestinais ausentes ou Distensão delgado Ht e Pt Compactação do íleo Diagnóstico Sinais clínicos Palpação retal – compactação/distensão Abdominocentese Líquido opalescente amarelado com PT Diferencial Lesões estrangulantes delgado Compactação do íleo Tratamento Clínico Fluidoterapia – 120 a 180 ml/kg/dia Analgésicos abdominocenteses seriadas Tratamento cirúrgico Solução salina aquecida intraluminal Enterotomia Ileocecostomia/ Duodenocecostomia Compactação do íleo Bom prognóstico Taxa sobrevivência ↓ com o da duração dos sinais clínicos ( Parks et al, 1989 apud Plummer, 2009) Obstrução verminótica Semelhante à compactação Parascaris equorum (Thomassian, 2005) Vólvulos/Torções e Encarceramentos Disfunções neurogênicas, hipermotilidade ou defeitos anatômicos Torção Ocorre no eixo longitudinal da alça Vólvulo Rotação de 180 graus ou mais sobre o eixo longo do mesentério Vólvulos/Torções e Encarceramentos Vólvulos/Torções e Encarceramentos Sinais proporcionais ao envolvimento das alças Encarceramento, aderência Dor severa não responsiva à analgésicos FC e FR Refluxo gástrico abundante Desidratação Distensão ID na palpação retal Líquido peritoneal Vólvulos/Torções e Encarceramentos Tratamento Laparotomia exploratória Desfazer a alteração Jejuno: ressecção e jejuno-jejunostomia Íleo: ressecção e jejunocecostomia Endotoxinas!!!!!!! Lesão de reperfusão Prognóstico: reservado (Eutanásia) Intussuscepção Invaginação de um segmento do intestino e do seu mesentério para dentro do segmento distal jejuno, íleo, íleo terminal (íleo cecal) Mais freqüente cavalos jovens Intussuscepção Causas: hipermotilidade intestinal Fatores predisponentes: Enterite Mudança súbita dieta Parasitismo/ antihelmínticos Arterite mesentérica Cirurgia/ corpos estranhos Intussuscepção Sinais clínicos: Semelhantes à torção/vólvulo Início: menos intensos, sinais de obstrução simples Intussuscepção Diagnóstico: palpação retal laparotomia exploratória Tratamento cirúrgico - Redução manual - Ressecção e anastomose - Jejunocecostomia ou ileocecostomia Intussuscepção (FOSSUM, 2006) Intussuscepção (Thomassian, 2005) (Auer & Stick, 2006) Descorna Indicações Brigas entre animais Animais de alto valor zootécnico Animais com menos de 1 ano Descorna Anestesia e preparação cirúrgica Tricotomia Tranquilização Bloqueio do nervo cornual 5 ml de anestésico (forma de leque) 2-3 ml na pele Antissepsia Descorna Complicações e prognóstico 3 erros comuns: I. Remoção de muita pele na base do chifre II. Colocação Inadequada da serra III. Falha em rebater adequadamente as margens cutâneas Sinusite, cicatrização por segunda intenção Prognóstico bom Rufião Indicações Detecção do cio Técnicas que incapacitam o touro para o coito Translocação e fixação do pênis Epididimectomia caudal (método de esterilização) Procedimento anual (30 dias antes da EM) Rufião Anestesia e preparação cirúrgica Anestesia geral ou sedação Contenção Decúbito dorsolateral (lado esquerdo para cima) Tricotomia ampla (orifício prepucial, linha média e ventral do flanco) Bloqueio local Antissepsia Translocação do pênis Incisão cutânea (orifício prepucial e linha média) Incisão até a base do pênis Subcutâneo (liberação do pênis, prepúcio e tecido elástico) Sonda gástrica Incisão circular (área ventral do flanco esquerdo) Túnel Luva cirúrgica Retirada da sonda Pênis e prepúcio através do túnel Sutura da pele do orifício prepucial Sutura da linha média (fio inabsorvível ) Fixação peniana Incisão (10 cm) Pele, tecido subcutâneo e músculo cutâneo do tronco Dissecação romba Superfície dorsal do pênis (localização da uretra) Exteriorização do pênis Exposição da túnica albugínea Glande e o prepúcio Intervalo entre pontos (1-2 cm) Sutura da pele (fio sintético monofilamentar 1 ou 2) Repouso sexual (2-3 semanas) Epididimectomia • Incisão (3cm) • Túnica vaginal • Exteriorização do epidídimo • Dissecação da cauda do epidídimo • Ligadura do ducto deferente (fio inabsorvível) • Corpo do epidídimo (remoção da cauda) • Sutura da T. vaginal • Sutura da pele (fio inabsorvível) Rufião Conduta pós-operatória Antibioticoterapia (translocação) Retirada dos pontos (10 dias)> Translocação peniana 2-3 semanas> Fixação peniana Retorno das funções: > 4-6 semanas Avalição do sêmen (retorno antes do previsto) Rufião Complicações e prognóstico Parafimose>translocação peniana Ruptura dos pontos Seroma Retração insuficiente do pênis
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