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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE DOENÇAS PARASITÁRIAS Professora: Diane A. Lima CISTICERCOSE, HIDATIDOSE, TOXOPLASMOSE E LEISHMANIOSES COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Teníase => provocada pela presença do parasita adulto (Taenia solium ou Taenia saginata) no intestino delgado do homem. Nome popular: tênia, solitária. Cisticercose humana=> causada pela larva da Taenia solium (Cysticercus cellulosae) nos tecidos. Nome popular: canjiquinha, pipoca. Definição Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Agente etiológico Teníase Forma adulta da Taenia solium e da Taenia saginata. Filo Platyhelminthes Classe: Cestoda Família: Taeniidae Cisticercose Humanos => Cysticercus cellulosae (larva da T. solium) Suínos => Cysticercus cellulosae Bovinos => Cysticercus bovis (larva da T. saginata) Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Agente etiológico Taenia solium Taenia saginata T. solium T. saginata Escoléx Globoso 4 ventosas Quadrangular 4 ventosas Tamanho Cerca de 9 metros Cerca de 5 metros Proglotes Saem ativamente com as fezes Saem ativamente no intervalo das defecações Cisticerco (forma larval) Cysticercus cellulosae Cysticercus bovis Ovos 80 mil ovos 160 mil ovos Capacidade de infecção humana Possível Não confirmada Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Reservatório Hospedeiro definitivo: apenas o homem. Hospedeiros intermediários: apresentam a forma larval nos tecidos (cisticercose). Suínos domésticos e javalis => T. solium (Cysticercus cellulosae) Bovinos => T. saginata (Cysticercus bovis) Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Transmissão Teníase Ingestão de carne de boi ou de porco mal cozida contendo o Cysticercus bovis ou o Cysticercus cellulosae. Cisticercose humana Ingestão acidental dos ovos da T. solium presentes no alimento ou água contaminados. Cisticercose humana causada por ingestão dos ovos da T. saginata é extremamente rara. Ovos podem permanecer viáveis no ambiente por vários meses. Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Ciclo biológico (Teníase, apenas no homem) Cisticercose em bovinos e suínos Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Desenvolvimento da cisticercose humana Cisticercose humana Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Período de incubação Teníase Aproximadamente 3 meses após a ingestão da larva. Cisticercose De 15 dias a vários anos após a infecção. Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Teníase => em geral ocorre infecção assintomática. Pode ocorrer náuseas, fraqueza, dores abdominais, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. Presença de proglotes nas fezes. Cisticercose => alterações dependem da localização do cisticerco, quantidade, fase de desenvolvimento e resposta imune do hospedeiro. Localização no SNC => neurocisticercose => convulsões, distúrbios de comportamento, hipertensão intracraniana e alterações oftálmicas. Sinais clínicos em humanos Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Neurocisticercose Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Neurocisticercose Exame de jovem indiano com neurocisticercose. Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Sinais clínicos e lesões em animais Em geral, animais não apresentam sinais clínicos; Lesão são visíveis apenas nas avaliações post mortem; Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Lesões em animais Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Lesões em animais Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Diagnóstico Teníase Eliminação de proglotes nas fezes EPF Cisticercose Teste sorológico específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e líquor; Exames de imagem (rx, tomografia e ressonância magnética) => identificação dos cisticercos; Biopsia de tecidos => identificação microscópica da larva. Em animais => achados post mortem. Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Diagnóstico Neurocisticercose Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Quem é o potencial disseminador da cisticercose, o homem ou o suíno? Quem contamina o meio ambiente com os ovos da tênia? Consumo de carne bovina ou suína mal cozida => risco de contrair a tênia; Ingestão de verduras e frutas irrigadas com a água contaminada com fezes de pessoas portadoras da Taenia solium => grande risco desenvolver a cisticercose; Considerações importantes Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Saneamento básico => reduz a ocorrência de teníase e, consequentemente, elimina a cisticercose em bovinos e suínos. Suinocultura industrial => animais alimentados com ração e restritos a um determinado espaço => quebra do ciclo biológico do parasita => possibilidade de transmissão é praticamente nula. Considerações importantes X Diane Lima COMPLEXO TENÍASE - CISTICERCOSE Prevenção e controle Trabalho educativo em escolas e comunidades; Não consumir carnes mal cozidas, medidas de higiene, etc; Tratamento dos indivíduos afetados; Humanos e animais; Inspeção sanitária da carne; Fiscalização de produtos de origem animal; Cuidados na criação de suínos; Saneamento básico; Hábitos de higiene (lavagem das mãos). HIDATIDOSE Diane Lima HIDATIDOSE Doença crônica causada pela forma larval da tênia Echinococcus granulosus (cisto hidático). Nome popular: bolha d’água, hidátide Definição Diane Lima HIDATIDOSE Agente etiológico Echinococcus granulosus Filo: Platyhelminthes Classe: Cestoda Família: Taeniidae Parasita adulto: • Escólex globoso, • Possui quatro ventosas; • Presença de ganchos; • Contém 3-4 proglotes; • 0,5 cm comprimento; Diane Lima HIDATIDOSE Agente etiológico Echinococcus granulosus Ovos: • Pequenos e redondos; Cisto hidático: • 5 a 10 cm de comprimento; • Contorno esférico; • Esbranquiçado; Diane Lima HIDATIDOSE Reservatório Hospedeiro definitivo: parasita adulto no ID. • Cães e canídeos selvagens. Hospedeiros intermediários: parasitados pela forma larval – cisto hidático. • Ovinos, bovinos, suínos e homem (acidental). Diane Lima HIDATIDOSE Transmissão Hospedeiros definitivos: • Cães => adquirem o parasita através da ingestão de vísceras cruas de herbívoros contendo o cisto hidático fértil. Hospedeiros intermediários: • Herbívoros => adquirem a hidatidose através da ingestão dos ovos de E. granulosus presentes na pastagem ou água contaminados com as fezes de cães parasitados. • Humanos => ingestão dos ovos presentes na água ou alimentos contaminados, ou através do contato direto com cães parasitados (ovos aderidos aos pelos e ao focinho). Diane Lima HIDATIDOSE Ciclo biológico Diane Lima HIDATIDOSE Período de incubação • Longo e geralmente assintomático. • Infecção pode ocorrer na infância e a manifestação clínica surgir apenas na vida adulta. • Doença de manifestação tardia => crescimento lento dos cistos hidáticos. Diane Lima HIDATIDOSE Sinais clínicos em humanos • Grande volume dos cistos => compressão dos órgãos afetados. • Deformação dos órgãos => alteração da função. • Localização hepática: => Dor abdominal, massas palpáveis, icterícia e hepatomegalia. • Localização pulmonar: => Tosse, dor torácica, hemoptise e dispneia são os sintomas mais frequentes. • Localização no SNC, coração e rins => sinais mais graves; Diane Lima HIDATIDOSE Sinais clínicos em humanos Ruptura dos cistos hidáticos => liberação de material antigênico => reação alérgica sistêmica, grave e rápida => choque anafilático. Diane Lima HIDATIDOSE Sinais clínicos e lesões em animais Animais => quadro clínico inespecífico. Lesões => achados post mortem (especialmente fígado e pulmões). Diane Lima HIDATIDOSE Lesões em animais Lesões em fígado e pulmões de ovino. Diane Lima HIDATIDOSE Diagnóstico Cão • EPF • Expulsão da tênia adulta Homem • Exame clínico • Diagnóstico por imagem (RX,ultrassom, tomografia, ressonância) • Sorologia Diane Lima HIDATIDOSE Tratamento Cão • Praziquantel; • Confinar cães por 48h após tratamento => coleta e descarte das fezes infectadas. Homem • Remoção cirúrgia dos cistos; • Mebendazol, albendazol e praziquantel => redução do tamanho do cisto. Diane Lima HIDATIDOSE Prevenção e controle Interrupção do ciclo evolutivo do parasita; Eduação sanitária; Não alimentar cães com vísceras cruas; Ferver vísceras por 30-40 min. antes de oferecer aos cães; Destruir carcaças de animais mortos no campo; Diane Lima HIDATIDOSE Prevenção e controle Vermifugação periódica de todos os cães da propriedade; Cercar hortas para impedir acesso dos cães; Higienização de legumes e verduras; Higienização das mãos após contato com os cães; Proteger fontes de água. https://www.youtube.com/watch?v=VpM2OugOduk TOXOPLASMOSE Diane Lima Nome popular: doença do gato. Definição TOXOPLASMOSE É uma zoonose cosmopolita, causada por protozoário coccídio intracelular. Apresenta quadro clínico variável, desde infecção assintomática até manifestações sistêmicas extremamente graves. Diane Lima Agente etiológico TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii Há três estágios infectantes: Taquizoítos: forma livre, é móvel, fase aguda da infecção; Bradizoítos: presente em cistos teciduais, fase crônica; Esporozoítos: presentes nos oocistos eliminados nas fezes dos felídeos. Protozoário Filo: Apicomplexa Família: Sarcocystiidae Diane Lima Agente etiológico TOXOPLASMOSE Taquizoítos Bradizoítos Esporozoítos Cada oocisto tem 2 esporocistos e 4 esporozoítos Diane Lima Reservatório Hospedeiro definitivo: Gatos e outros felídeos. Hospedeiros intermediários: Todos os vertebrados homeotérmicos (mamíferos e aves). TOXOPLASMOSE Diane Lima Transmissão TOXOPLASMOSE Seres humanos: Ingestão de cistos (contendo bradizoítos) em carnes mal cozidas ou através da ingestão de oocistos maduros presentes em água e alimentos (verduras, legumes e frutas); Congênita; Animais: Ingestão de oocistos maduros em água e alimentos; Carnivorismo em algumas espécies (ingestão de bradizoítos); Congênita. Diane Lima Ciclo biológico TOXOPLASMOSE Natividade e Oliveira, 2018 Diane Lima Período de incubação TOXOPLASMOSE Após ingestão de carne: 10 a 23 dias; Após ingestão de oocistos de fezes de gatos: 5 a 20 dias; Período de transmissibilidade Não ocorre transmissão direta entre uma pessoa e outra, exceto infecções intra- uterinas. Felinos eliminam os oocistos durante uma a duas semanas (primo-infecção). Os oocistos expulsos nas fezes de felídeos => esporulam e se tornam infectantes 1 a 5 dias após eliminação. Podem permanecer infectantes por até 18 meses. Diane Lima Manifestação clínica em humanos TOXOPLASMOSE Toxoplasmose febril aguda: em geral assintomática. Pode ser acompanhada de exantema e apresentar sintomas de acometimento pulmonar, miocárdico, hepático ou cerebral são evidentes. Evolução benigna. Linfadenite toxoplásmica: linfadenopatia localizada (nódulos linfáticos cervicais) especialmente em mulheres. Quadro persistir por 1 semana ou 1 mês. Toxoplasmose ocular: 30 a 60% dos pacientes apresentam lesões na retina, podendo evoluir para cegueira. Diane Lima Manifestação clínica em humanos TOXOPLASMOSE Toxoplasmose neonatal: Resulta da infecção intra-uterina (primo-infecção materna), variando de assintomática à letal. Os achados comuns são abortos, prematuridade, baixo peso, coriorretinite, estrabismo, icterícia e hepatomegalia. Quando ocorre no 2º trimestre de gestação: microcefalia com hidrocefalia, coriorretinite, retardo mental e calcificações intracranianas. Toxoplasmose no paciente imunodeprimido: as lesões são focais e vistas com maior frequência no cérebro e, menos frequentemente, na retina, miocárdio e pulmões. Toxoplasmose e gravidez: a infecção da mãe é usualmente assintomática. Por isso, é extremamente importante a realização de testes sorológicos na gestação, durante o acompanhamento pré-natal. Diane Lima Sinais clínicos e lesões em animais TOXOPLASMOSE Geralmente a infecção é branda e assintomática. Pode ocorrer hipertermia, anorexia, diarreia e aumento de linfonodos. Sinais relacionados a enterite, pneumonia e encefalite. Ovinos e caprinos => abortos e natimortalidade. Cistos de bradizoítos nos tecidos (musculatura, cérebro e pulmões) Diane Lima Epidemiologia TOXOPLASMOSE Diane Lima Epidemiologia TOXOPLASMOSE 902 registros da enfermidade até novembro de 2018. Diane Lima Diagnóstico TOXOPLASMOSE História clínica Sorologia => Elisa => IgM e IgG Testes moleculares => PCR Histopatologia / Imunohistoquímica de tecidos suspeitos Diane Lima Diagnóstico na gestação TOXOPLASMOSE Diane Lima Prevenção e controle Evitar o consumo de produtos animais crus ou mal cozidos (caprinos, suínos e bovinos); Higienização de frutas e verduras (hipoclorito de sódio); Eliminar as fezes dos gatos em lixo seguro; Proteger as caixas de areia, para que os gatos de rua não as utilizem; Lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada; Evitar contato de grávidas com as fezes dos gatos. TOXOPLASMOSE LEISHMANIOSES Diane Lima LEISHMANIOSE É uma zoonose, caracterizada como doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania. As leishmanioses representam um conjunto de enfermidades diferentes entre si, que podem comprometer pele, mucosas e vísceras. Definição Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Leishmaniose Visceral (LV) LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Agente etiológico LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Protozoário Filo Euglenozoa Família Trypanosomatidae; Gênero Leishmania No Brasil => identificadas 7 espécies, sendo => 6 do subgênero Viannia e 1 do subgênero Leishmania. As mais importantes são Leishmania (Viannia) braziliensis, L. (L.) amazonensis e L. (V.) guyanensis. Diane Lima Agente etiológico LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Forma promastigota (flagelada): encontrada no tubo digestivo do inseto vetor (Fig. 01); Forma amastigota (aflagelada): presente nas células do sistema monocítico fagocitário dos hospedeiros vertebrados (Fig. 02). Formas de apresentação do parasita: Diane Lima LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA ESPÉCIES DISTRIBUIÇÃO RESERVATÓRIOS VETORES L. (V.) braziliensis Norte, Centro e Sul do Brasil cão, raposa, equino, mula, roedores Flebotomíneos do gênero Lutzomyia L. (L.) amazonensis Florestas primárias e secundárias da região Amazônica roedores selvagens e marsupiais Flebotomíneos do gênero Lutzomyia L. (V.) guyanensis Norte da bacia amazônica (Amapá, Roraima, Amazonas e Pará), estendendo-se pelas Guianas Bicho-preguiça, tamanduá, marsupiais e roedores Flebotomíneos do gênero Lutzomyia Diane Lima Transmissão LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Através da picada de fêmeas de flebotomíneos infectadas com a forma promastigota. A presença do vetor é essencial para a disseminação do parasito. Não ocorre transmissão do parasito de hospedeiro vertebrado para hospedeiro vertebrado. Diane Lima Vetor LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Flebotomíneos do gênero Lutzomyia Desenvolvimento em solo úmido ou locais ricos em matéria orgânica em decomposição e com pouca luminosidade. Possuem hábitos noturnos. Durante o dia vivem escondidos em locais escuros. Erroneamente chamado de mosquito. Inseto muito pequeno (< 3mm). Nomes populares: mosquito-palha, cangalhinha, asa-da-palha, birigui, orelha-de-veado e tatuíra. Diane Lima Ciclo biológico LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Manifestações clínicas: Pequena lesão eritematosa no local da picada => multiplicação do protozoário no interior dos macrófagos. Surgimento de nódulo que dá origem à úlcera => formato arredondado, com bordas elevadas,podendo ser única ou múltipla, dependendo do número de picadas. Lesões de difícil cicatrização, não pruriginosas e indolores. Localização das lesões => saco escrotal, focinho, boca, prepúcio, e demais áreas rarefeitas ou sem pelos => maior exposição da pele ao vetor. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Manifestações clínicas: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Manifestações clínicas: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Manifestações clínicas: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA DIVE-SC, 2019 Diane Lima Manifestações clínicas: LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Diane Lima Diagnóstico LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA História clínica: Lesões de pele suspeitas (localizada, única, múltipla); Úlceras com bordas elevadas em moldura; Fundo granuloso com ou sem exsudação; Úlceras indolores; No cordão linfático podem se desenvolver nódulos que ulceram; Animal é proveniente de área endêmica ou visitou áreas endêmicas? Laboratorial: Sorologia => ELISA Exame parasitológico direto => biopsia da lesão Testes moleculares => PCR Diane Lima Tratamento LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Animais Miltefosina; nenhum tratamento é totalmente eficaz contra LTA, visto que o animal permanece reservatório do parasito. Humanos antimoniato de N-metilglucamina (1ª escolha); Anfotericina B (2ª escolha). Diane Lima LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Prevenção e controle Vigilância epidemiológica => distribuição da doença e de seu perfil clínico e epidemiológico. Busca ativa de casos e adoção de atividades educacionais junto a comunidade. Aplicação de inseticidas de uso residual Uso de medidas de proteção individual (mosquiteiros, telas finas nas janelas e portas, repelentes e roupas que protejam as áreas expostas; Distanciamento mínimo de 200 a 300 metros das moradias em relação à mata; Evitar o acúmulo de lixo (matéria orgânica) e de detritos que possam atrair roedores; Saneamento básico; Melhorias das condições habitacionais. LEISHMANIOSE VISCERAL Nomes populares => Calazar ou Barriga d’água Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Agente etiológico Leishmania infantun (Leishmania chagasi) Protozoário Filo Euglenozoa Família Trypanosomatidae; Gênero Leishmania Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Epidemiologia Distribuição geográfica: ampla, ocorrendo na Ásia, Europa, Oriente Médio, África e Américas. “Dos casos autóctones de LVH o Rio Grande do Sul conta com 27 casos, distribuídos nos municípios de São Borja, Uruguaiana, Itaqui, Porto Alegre e Viamão. Desses, 22 casos evoluíram para cura e 5 para óbito”. CEVS - RS Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL • Hospedeiros vertebrados: cães, humanos e animais selvagens (raposas, marsupiais); • Hospedeiros invertebrados: Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Ciclo biológico Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sintomas nas seres humanos Período inicial (aguda): febre com duracao inferior a 4 semanas, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. Período de estado: febre irregular, emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e aumento da hepatoesplenomegalia. Quadro clínico arrastado, geralmente com mais de 2 meses de evolução. Período final: febre contínua, desnutrição, (cabelos quebradiços, cílios alongados e pele seca), edema dos membros inferiores, anasarca, hemorragias (epistaxe, gengivorragia e petéquias), icterícia e ascite. Óbito ocorre por infecções bacterianas e/ou sangramentos. Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sintomas nas seres humanos Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sinais clínicos nos animais Cães assintomáticos: ausência de sinais clínicos sugestivos da infecção => 60% dos cães infectados. Cães oligossintomáticos: apresentação de alguns sinais clínicos como moderada perda de peso, lesões de pele e/ou pelos opacos. Cães sintomáticos: todos ou alguns sinais mais comuns da doença como: Sinais neuromusculares – paresia, convulsão, atrofia muscular; Adenomegalia – linfonodo poplíteo, pré escapular e submandibular; Sinais oftalmológicos – blefarite, uveíte, conjuntivite, ceratite; Mucosa – palidez, epistaxe, úlceras e nódulos; Derme – eritema, prurido, alopecia, hiperqueratose, onicogrifose; Outros sinais – gástricos (vômito, diarreia), insuficiência renal, artrose, abdominais (hepatomegalia, esplenomegalia). Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sinais clínicos nos animais Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sinais clínicos nos animais Diane Lima LEISHMANIOSE VISCERAL Sinais clínicos nos animais Diane Lima Diagnóstico nos cães História clínica: Evolução lenta e insidiosa. Muita vezes confundido com sarna demodécica. Animal é de área endêmica ou visitou região endêmica? Laboratorial: Sorologia Triagem => teste imunocromatográfico (TR DPP®) Confirmatório => ELISA Exame parasitológico direto (padrão ouro) => punção de linfonodo e medula óssea. Testes moleculares => PCR LEISHMANIOSE VISCERAL Diane Lima Tratamento Humanos: Antimoniato de N-metilglucamina Anfotericina B Cães: A LV canina é mais resistente à terapia do que a LV humana e a cura parasitológica é raramente obtida. Recentemente, uma nova droga baseada em miltefosina (Milteforan® Virbac) teve seu registro autorizado pelo MAPA/MS para o uso veterinário LEISHMANIOSE VISCERAL Diane Lima Tratamento Cães: Milteforan (miltefosina 2%): Administrar 1ml / 10kg VO por 28 dias; Frasco com 30, 60 e 90 ml LEISHMANIOSE VISCERAL Recomendações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) /RS: Tratamento facultado aos proprietários; Acompanhamento por médico veterinário privado; Chipagem do animal; Uso contínuo de coleira repelente; Manutenção do cão a pelo menos 500m de distância de áreas de mata nativa; Manutenção do tratamento; Exames a cada quatro meses; A eutanásia só será utilizada caso não sejam atendidas as normas técnicas de segurança definidas pelo grupo. https://cevs.rs.gov.br/reuniao-tecnica-discute-fluxos-de-atendimento-para-leishmaniose Diane Lima Prevenção e controle Vigilância epidemiológica => distribuição da doença e de seu perfil clínico e epidemiológico. Busca ativa de casos e adoção de atividades educacionais junto a comunidade. Aplicação de inseticidas de uso residual. Uso de medidas de proteção individual (mosquiteiros, telas finas nas janelas e portas, repelentes e roupas que protejam as áreas expostas; Evitar o acúmulo de lixo (matéria orgânica) e de detritos que possam atrair roedores; Eutanásia de cães infectados Vacinação de cães soronegativos Parecem não ser efetivas em áreas de alta incidência da doença LEISHMANIOSE VISCERAL Diane Lima Prevenção e controle Vigilância epidemiológica => distribuição da doença e de seu perfil clínico e epidemiológico. Busca ativa de casos e adoção de atividades educacionais junto a comunidade. Aplicação de inseticidas de uso residual. Uso de medidas de proteção individual (mosquiteiros, telas finas nas janelas e portas, repelentes e roupas que protejam as áreas expostas; Evitar o acúmulo de lixo (matéria orgânica) e de detritos que possam atrair roedores; Eutanásia de cães infectados Vacinação de cães soronegativos Parecem não ser efetivas em áreas de alta incidência da doença LEISHMANIOSE VISCERAL