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MEDICINA LEGAL NOÇÕES GERAIS PARA CONCURSOS Eng. Paulo Roberto do Vale Perito Criminal IC/ITEP/RN Olá, primeiramente irei me apresentar a você, caro aluno, meu nome é Paulo Roberto do Vale, sou formado em engenharia mecânica pela UFRN, atualmente sou Perito Criminal e professor das disciplinas de Medicina Legal e Criminalística. Na minha carreira de concurseiro, fui aprovado para os cargos de agente administrativo da Secretaria da Saúde, Ministério do Trabalho e Emprego, Petrobrás, Guarda Municipal, e para o qual exerço atualmente, o de Perito Criminal do ITEP/RN, neste tendo sido classificado em 1º lugar. Agora apresentado, estarei discorrendo sobre a matéria de Medicina Legal que é essencial para a sua prova. Sendo assim, vamos começar?! 1. Introdução Esta obra pretende abranger conceitos fundamentais em Medicina Legal de uma forma direta, simples e descomplicada sem perder a essência, sendo destinada inicialmente para o estudante que pretende ingressar na carreira pericial ou para todo aquele interessado nessa área, tais como advogados, promotores, juízes, assistentes técnicos, Peritos judiciais, entre outros, que possam dela se utilizar como uma ferramenta de trabalho. Dessa forma, não há aqui nenhuma pretensão de esgotar esse tema e tudo o que dele deriva, mas sim como um auxílio rápido e eficaz para a compreensão desta importante disciplina que é a Medicina Legal. Espero que lhe seja bastante útil e desejo um bom aprendizado e sucesso! 1.1 Histórico: A Medicina Legal deu início ao desenvolvimento da Datiloscopia e de todo o sistema da Criminalística. Foi na Medicina Legal que iniciaram-se os primeiros estudos científicos com metodologia científica aplicando, tais métodos, nas investigações de crimes contra a pessoa e a vida. Pré-História: historiadores citam a existência de reproduções de impressões a tinta, desenhos em cavernas, vestígios de mãos e dedos; 1560 (França): Ambroise Paré estudou os ferimentos produzidos por arma de fogo; 1563 (Portugal): João de Barros desenvolveu a Datiloscopia, com estudos das linhas papilares; 1651 (Itália): Paolo Zachias publicou em Roma uma obra intitulada “Questões Médico Legais”, conquistando assim o título de PAI DA MEDICINA LEGAL; 1665 (Itália): Marcelo Malpighi, médico anatomista, deu continuidade ao trabalho, empregando conhecimentos de anatomia estudando as papilas dérmicas nas mãos e nas extremidades dos dedos 1753 (França): Boucher realizou estudos sobre balística, disciplina que mais tarde se chamaria Balística Forense; 1805 (Áustria): teve início o ensino da Medicina Legal; na Escócia ocorreu em 1807 e na Alemanha, em 1820; por essa época também se verificou na França e na Itália; 1823 (Alemanha): João Evangelista Purkinje, professor de anatomia na Universidade de Breslaw, agrupou os desenhos papilares das extremidades digitais em nove tipos fundamentais e estabeleceu o sistema déltico; 1858 (Inglaterra): William James Herschel: iniciou estudos sobre as impressões digitais, concluindo pela sua imutabilidade; 1891 (Argentina): Francisco Latzina e Juan Vucetich implementaram o sistema datiloscópico que é usado até hoje no Brasil; 1893 (Alemanha): Hans Gross, Juiz de instrução e professor de Direito Penal, autor da obra "System der Kriminalistik" - Sistema de Criminalística”, é considerado o “PAI DA CRIMINALISTICA”; 1894 (França): Alphonse Bertillon passou a tomar as impressões digitais como sistema organizado em uma ficha. (Bertillonage) 1902 (Portugal): início da utilização das impressões plantares e palmares como complemento da identificação datiloscópica; 1903 (Brasil): Implantação do Sistema Dactiloscópico de VUCETICH; 1947 (Brasil): I Congresso de Criminalística; 1988 (Constituição Federal): Avanços no campo legislativo e estrutural; Novas Constituições Estaduais; Início da desvinculação dos órgãos periciais da estrutura da Polícia Civil; 2008 - Lei Federal nº. 11.690 de 09 de Junho - Alterou o Código de Processo Penal: Estabelece que a perícia deve ser realizada por perito oficial, portador de curso superior; que nos locais sem perito oficial a perícia deve ser realizada por dois profissionais com nível superior; prevê a indicação e atuação de assistentes técnicos; prevê disponibilização no ambiente do órgão oficial, que mantém a guarda, do material probatório que serviu de base à perícia, para exame pelos assistentes, na presença de perito oficial. 2009 - Lei Federal 12.030 de 17 de setembro – Estabelece normas gerais para as perícias oficiais de natureza criminal; assegura autonomia técnica, científica e funcional para o perito oficial; que os peritos estão sujeitos à regime especial de trabalho; que são peritos oficiais os peritos criminais, os médicos-legistas e os odontolegistas. 2. Medicina Legal – Conceito A Medicina legal, assim como a Criminalística, tem sido definida de forma variada por diversos autores. Utilizamos aqui a definição que consideramos abrangente e direta dada pelo ilustre médico- legista paraibano Genival Veloso França que assim a definiu: “É a Medicina a serviço das ciências jurídicas e sociais”. Os exames dos vestígios intrínsecos (na pessoa) são da alçada da Medicina Legal. 2.1 Perícia Médico-Legal É o exame feito pelo perito Médico- Legista com o objetivo de esclarecer à polícia e à Justiça acerca de um definido fato criminoso. 2.2 Peritos Oficiais São aqueles profissionais que foram contratados pelo Estado para exercer tal função. A partir da Constituição de 1988 passou-se a exigir concurso público para o cargo. Onde não houver Peritos Oficiais a lei faculta a nomeação de peritos “ad hoc”, que são aqueles nomeados pelo juiz quando na cidade não há médico especializado. São nomeados dois peritos não-oficiais, observando-se: a idoneidade, a capacidade técnica e o curso superior. São chamados também como: ad-hoc, auxiliar, substituto, nomeado e ainda louvado. Veja o que consta no CPP: “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.” O Médico-Legista realiza exames periciais em vivos e em mortos. Nos vivos podemos destacar os exames de lesões corporais, conjunção carnal, embriaguez, psiquiatria e de definição de gênero. Nos mortos destacamos a necropsia e a exumação. 3. Morte A morte poder-se-á definir como a cessação total e permanente das funções vitais, sendo classificada em: 3.1 Morte Natural: É aquela que sobrevêm de um processo esperado e previsível, como decorrente do envelhecimento, ou em função de agentes patogênicos. 3.2 Morte Violenta: É aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo, decorrente de um homicídio, suicídio ou acidente, sendo esta o objeto da Medicina Legal. 4. Tipos de Morte Violenta: Compreende as mortes por homicídio, suicídio, acidente, infanticídio e aborto ilegal. Estudaremos, a seguir, os agentes que podem produzir mortes violentas: a) Agente Mecânico – Aquele que tem a capacidade de modificar o estado e repouso ou de movimento do corpo. Temos então a seguinte classificação: Armas Naturais: Mão, pé, unha, cotovelo, cabeça, etc; Armas propriamente ditas: armas de fogo, espada, sabre, punhal, etc; Armas eventuais (arma branca): faca, facão,foice, tesoura, lâmina de barbear, etc; Peças de máquinas e maquinismos: moentes, polias, correias, cabos, etc; Animais: cães, cobras, felinos, etc; Mistos: precipitações, explosões, desabamento, etc. b) Modo de ação dos Agentes Mecânicos: → Ativo: objeto em movimento, corpo em repouso. → Passivo: objeto em repouso, corpo em movimento. → Misto: tanto o objeto como o corpo estão em movimento. c) Formas de ação: → Flexão → Extensão → Torção → Pressão-compressão Os instrumentos mecânicos classificam-se em: cortantes, contundentes, perfurantes, pérfuro-cortantes, corto-contundentes e pérfuro-contundentes. Produzem ferimentos, respectivamente, incisos, contusos, puntiformes, pérfuro-incisos, cortocontusos, pérfurocontusos. Para resumir faremos uma tabela para melhor fixação: Instrumento Tipo de Aplicação Mecanism os Tipo de Lesões Exemplos Perfurantes Ponto Pressão + Penetração Puntiforme (Punctória) Agulha, Alfinete, Prego, Espinho, Seta, etc. Cortantes Linha Deslizamento Incisa Lâmina de barbear, navalha, bisturi, etc. Pérfuro- Cortantes Ponto + Linha Pressão + Deslizamento Pérfuro - Incisa Faca, canivete, punhal, lima, peixeira, etc. Contundentes Área + Massa Pressão Contusa Pau, tábua, cano, pedra, cassetete, tijolo, etc. Pérfuro- Contundentes Ponto + Massa Penetração + Pressão Pérfuro- Contusa Projétil de arma de fogo, ponta de guarda-chuva, ponta de grade de ferro, etc. Corto- Contundentes Linha + Massa Deslizamento + Pressão Corto-Contusa Machado, facão, foice, enxada, dentes, etc. Veremos agora as características das lesões produzidas pelos tipos de instrumentos acima citados: d) Instrumentos Perfurantes: Atuam por pressão através da ponta, afastando as fibras do tecido, e raramente, seccionando-as; possuem forma cilíndrica-cônica. Exemplos: Características das feridas puntiformes ou arredondadas: → Forma arredondada da ferida; → Diâmetro da ferida menor que o diâmetro do instrumento; → Pouco sangrantes. Importante observar que o aspecto dos ferimentos na pele é definido pelas Leis de Filhos e pela Lei de Langer: Primeira Lei de Filhos — As soluções de continuidade são feridas que se assemelham às produzidas por instrumentos pérfuro-cortantes de dois gumes e de lâmina achatada. 53632000581 Segunda Lei de Filhos — Os instrumentos cilíndricos ou cilindrocônicos determinam direção constante para cada região do corpo onde as linhas de força tenham um só sentido. Lei de Langer — Um instrumento cilíndrico, exercendo ação perfurante em um ponto da pele onde convergem linhas de força de sentidos diferentes, produz ferida triangular, ou em ponta de seta, ou mesmo em quadrilátero. e) Instrumentos Cortantes: Agem por pressão e deslizamento produzindo a secção uniforme dos tecidos. Exemplos: Características das feridas incisas: → Bordas irregulares; → Vertentes regulares; → Bordas separadas; → Sangramento abundante; → Centro mais profundo que as extremidades; → Presença de cauda de escoriação; → Ausência de vestígios traumáticos. Feridas especiais produzidas por instrumentos cortantes: 1. Na parte anterior do pescoço: esgorjamento; 2. Na parte posterior do pescoço: secção quase total do pescoço denomina-se: degolamento; 3. Quando há a separação total da cabeça do restante do corpo denomina-se: decapitação; 4. Esquartejamento: separar em quartos; 5. Evisceração (haraquiri); 6. Lesões de defesa; 7. Castração. f) Instrumentos Contundentes: é todo objeto capaz de agir traumaticamente sobre o organismo, a lesão pode ser produzida por pressão ou deslizamento. Exemplos: O choque de superfícies pode se dar de forma – Ativa (quando o instrumento é projetado contra a vítima); ex.: uma paulada. – Passiva (quando a vítima vai ao encontro do objeto, p.ex.: uma queda) ou – Mista (ambos em movimentação), ex: um atropelamento em que pedestre e veículos estão em movimentação. Devido à elasticidade da pele, esta se conserva íntegra e a lesão se produz em nível profundo. São várias: Escoriação: O atrito (deslizamento) provoca o arrancamento da epiderme e desnudamento da derme; → é comum nas quedas (lesões nos joelhos, cotovelos etc); → Ocorre formação de crosta que pode ser serosa (predomínio de linfa) ou hemática (predomínio sangüíneo); → A recuperação se dá em prazo curto; → Interesse Jurídico: arrastamento, atropelamento, lesões de defesa (unhadas) etc. Equimose: quando há rompimento de vasos e derrame sanguíneo infiltrando os tecidos. Contusão mais freqüente e mais importante na prática. Suas características são: → O tecido externo apresenta-se íntegro; → Ocorre derrame sanguíneo interno e, com isto, ocorre produção de mancha de variado tamanho, conforme a extensão da área que sofreu o choque; → O material extravasado vai ser reabsorvido e isto provoca uma variação cromática que vai do início ao pleno reparo da lesão. É o chamado espectro equimótico que serve para: → avaliar a data da lesão ou se ocorreram várias lesões em dias diferentes; → Precisar a sede da contusão; → Indicar o instrumento contundente; → Afirmar a natureza do atentado; → Traduzir fenômeno vital. O Espectro equimótico em geral, é lívida ou vermelho- bronzeada no 1.º dia; arroxeada entre o 2.º e o 3.º; azul entre o 4.º e o 6.º; esverdeada entre o 7.º e o 10.º; amarelo-esverdeada entre o 10.º e o 12.º; amarelada entre o 12.º e o 17.º dias, ou mais. Tipos de equimoses: 1) Petéquias: pequeno ponto vermelho no corpo - na pele ou mucosas, causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos, tendem a desaparecer em 4 a 5 dias. 2) Sugilação: É um conjunto de petéquias numa área de maior pressão decorrente de uma sucção (chupão) ou ventosas. 3) Víbices: Duas equimoses paralelas (víbices) com centro livre como no caso de lesão produzida por instrumento cilíndrico (cassetete). 4) Bossas e hematomas: quando o derrame sanguíneo não encontra condições de se difundir e forma coleções localizadas. A bossa é o acúmulo de sangue sobre planos ósseos, enquanto o hematoma é um coágulo sanguíneo formando uma cavidade onde antes não existia. 5) Luxação: é a saída do osso da articulação. 6) Fraturas: São soluções de continuidade, parcial ou total, dos ossos submetidos à ação de instrumentos contundentes. g) Instrumentos Pérfuro – Cortantes: São aqueles instrumentos que tem uma ponta e pelo menos uma lâmina ou gume. Age afastando as fibras facilitando a penetração, depois seccionando-as. Produzem ferimentos pérfuros-incisos. Exs.: Monocortante (um gume): faca, canivete, espada, etc; Bicortante (dois gumes): punhal, faca vazada, etc; Tricortante (três gumes): lima. Características das feridas pérfuro-incisas: → Forma de botoeira; → Bordas regulares; → Vertentes regulares; → Bastante sangrantes; → Profundidade maior que o comprimento; → Bordas separadas; → Ausência de vestígios traumáticos. h) Instrumentos Corto – contundentes: São aqueles instrumentos que possuem uma lâmina ou borda cortante, mas também atuam agridem pela contusão. Exs.: Exemplos: foice, facão, machado, enxada, dentes, rodas de trem, guilhotina, etc. • Características da lesões: São lesões sempre profundas, com bordas e formas irregulares, com destruição de tecidos, inclusive com fraturas. i) Instrumentos Pérfuros-Contundentes: Agem perfurando e contundindo. Exs.: projétil de arma de fogo, ponta de guarda- chuva, ponta de vergalhão, etc. Características das lesões pérfuros-contusas: → Causam perfuração e ruptura dos tecidos; → bordasirregulares; → predomínio da profundidade; → caráter penetrante ou transfixante. Resumo das características dos ferimentos produzidos por projéteis de arma de fogo: Ferimento de entrada Ferimento de saída Forma arredondada (regular) Forma irregular Borda invertida Borda evertida Possui as orlas e zonas Não possuem orlas e zonas O diâmetro é proporcional ao projétil O diâmetro é desproporcional Há pouco sangramento Há muito sangramento • Ao atingir o corpo, o projétil provoca: – rompimento na pele, formando um orifício em forma tubular no qual se enxuga de seus detritos (orla de enxugo); – arrancamento da epiderme (orla de contusão). • Ao se formar o túnel de entrada – pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do ferimento (orla equimótica). 4 1. Orla de enxugo 2. Orla equimótica 3. Zona de esfumaçamento 4. Zona de tatuagem 1 2 3 Balística Forense: 1. Definição: É a ciência que estuda as armas de fogo e os projéteis de armas de fogo. 2. Objetivo: Identificação da arma pelo projétil ou pelo estojo (cápsula). Projétil Estojo ou cápsula 3. Estudo da arma: revólver, pistola, espingarda, etc. 4. Estudo da munição: Estojo ou cápsula, Pólvora, Bucha, Espoleta, Projétil. 4.1 Cartuchos das armas raiadas (componentes): 1 - Projétil 2 – Estojo ou Cápsula. 3 – Propelente (Carga de projeção) 4 - Espoleta. 5. Exame balístico: utilizado para examinar o funcionamento das armas e munições, bem como realizar a comparação balística entre a munição e a arma suspeita de ter sido utilizada em alguma ação criminosa. 6. Classificação das armas de fogo: 6.1. Quanto à alma do cano: 6.2. Quanto à dimensão: 6.3. Quanto ao carregamento: 6.4. Quanto ao calibre: Obs.: O calibre nominal é usado para designar um tipo particular de munição. Também é utilizado nas armas nas quais este tipo de munição é empregado. O calibre nominal, de forma diferente do calibre real, não se refere apenas ao diâmetro do projétil, Apresenta, também, uma série de outras informações, como comprimento do estojo; a forma de travamento desse estojo na câmara, indicando assim se este estojo é com aro ou sem aro ou se é do tipo garrafinha, cinturado ou apresenta ainda outras formas construtivas; o sistema de percussão, se de fogo central ou de fogo circular. Portanto, cartucho de mesmo calibre não significa que pode ser utilizado em outra arma de igual calibre. 6.5. Anatomia da arma de fogo: Armas de cano liso: espingardas Armas raiadas: revólver, pistola Curtas Longas Portáteis ou individuais Não-portáteis ou coletivas Antecarga: Espingarda. Retrocarga: Revólver, Pistola. Real – Medido na boca do cano (arma raiada ou em ponto médio da cano em arma de alma lisa. Nominal – Definido pelo fabricante. 7. Classificação dos tiros: 7.1. Quanto ao trajeto: 7.1.1. Penetrantes 7.1.2. Transfixantes: Características das feridas Ferimento de Entrada Ferimento de saída 7.1.3. Raspão – Ferimento tangencial: Entrada Arredondadas ou ovaladas Bordas regulares e invertidas Menor que a ferida de saída Saída Forma Irregular Bordas irregulares e evertidas Maior que a ferida de entrada Ausência de orla ou zona 7.2. Quanto à distância: 7.2.1. Tiro à distância: 7.2.2. Tiro à curta distância ou queima roupa: → Entre 75 cm e 30 cm: → Menos de 30 cm: Tiro à distância Curta distância ou queima roupa Encostado / Arma apoiada → Mais de 75 cm Orla de contusão Orla de escoriação Orla equimótica Orla de contusão Orla de enxugo Orla equimótica Orla ou zona de tatuagem Orla de contusão Orla de enxugo Orla equimótica Orla ou zona de tatuagem Orla de esfumaçamento Orla de esfumaçamento 7.2.3. Tiro encostado / tiro apoiado: Ferida de entrada maior que a de saída; Bordas irregulares e evertidas (para fora); Sinal de Wergartner (marca da alça de mira); Sinal de Benassi (fumaça que fica no osso). Mina de Hoffmann Sinal de Wergartner 8. Agentes Físicos: 8.1 Conceito: capazes de modificar o estado físico dos corpos e de provocar lesões corporais e morte, como a temperatura, a eletricidade, a pressão atmosférica, assim como a luz e o som. 8.2 Tipos de agentes físicos: Calor, Pressão, Eletricidade, Som, Luz, Radiação. 8.3 Calor: corresponde à energia em trânsito que se transfere de um corpo para outro em razão da diferença de temperatura. 8.3.1. Temperatura: Os animais e o corpo humano expostos por períodos prolongados a temperaturas muito baixas são passíveis de congelação, designando- se geladuras as lesões corporais resultantes da mesma. Segundo Callisen as geladuras comportam-se em três graus: eritema, flictenas e necrose ou gangrena. Diminuição Frio Queimadura Geladura Pé de trincheira 1.º grau: Eritema; 2º grau: Flictenas; 3º Grau: necrose ou gangrena. O calor pode produzir o seguintes sintomas: Aumento Calor local Fogo Gases superaquecidos Líquidos escaldantes Calor difuso Insolação – sol Intermação – máquinas térmicas No vivo: Sonolência; Perturbação dos movimentos; Anestesia; Congestão; Sinais de anemia visceral; Convulsões. Na necropsia: Hipóstase vermelha-claro Rigidez cadavérica precoce Sangue de tonalidade menos escura Sinais de anemia cerebral Congestão polivisceral Espuma sanguinolenta nas vias respiratórias, Infiltrado hemorrágico na mucosa gástrica (sinal de Wischnewski), Frio: Insolação: Palidez Angústia precordial Forte dor na cabeça Transpiração Perda de consciência e coma Rigidez da nuca (sinal de Kernig) Trismo (impossibilidade da abertura da boca) Convulsões, precedendo a morte Intermação: Mal-estar Nervosismo Cefaleia, Náuseas Taquicardia Pulso filiforme, sudorese, angústia, sede intensa, Midríase, hipertermia (às vezes, hipotermia), Coma e morte. Queimaduras de 1º Grau: lesão na camada mais externa da pele causando eritemas, edema e dor local; Queimadura de 2º Grau: lesão na camada mais externa da pele e em camadas subjacentes causando bolhas (flictenas) além dos sinais das queimaduras de 1º grau; Queimadura de 3º Grau: lesão estende-se para camadas mais profundas da pele causando extensos danos. 8.4. Pressão atmosférica: as alterações provocadas no corpo humano pela permanência em ambientes de pressão atmosférica muito alta, muito baixa ou decorrente de variações bruscas da pressão, são denominadas de Baropatias. Mal das Montanhas ou dos Aviadores: baixa concentração de oxigênio se traduz por náuseas, dispneia, escotomas (ponto cego no olho), vertigens, desmaios, epistaxe (sangramento pelo nariz), otorragia (soroche andino), podendo a morte sobrevir por hemorragia cerebral. Doença dos Caixões ou Mal dos Escafandristas: A doença por descompressão, também conhecida como Mal dos Mergulhadores, mal de descompressão ou doença do caixão, trata-se de um grupo de sintomas manifestados por pessoas que são expostas a uma significativa redução de pressão do ar que a circunda. Consiste em um tipo de disbarismo. Quando um indivíduo se desloca de um ambiente de altapressão para um de baixa pressão, os gases que se encontram dissolvidos na corrente sanguínea podem dar origem a bolhas, que levam à obstrução dos vasos sanguíneos, ocasionando dor e outros sintomas. Isso ocorre ao subir de uma imersão. 8.5. Eletricidade: Artificial: Eletropressão (Marca elétrica de Jellinek – marca da queimadura do fio elétrico). Eletrocussão: (Cadeira elétrica). Natural: Fulminação (fatal). Fulguração (não letal): marca do raio (Marca de Lichtenberg). Natureza Resultado Descarga letal Ferimento Industrial Eletroplessão (pode ser letal ou não) Eletrocussão Marca de Jellineck Natural Fulguração (não letal) Fulminação Marca de Lichtenberg 8.6 Radioatividades: As lesões locais são conhecidas como radiodermites. Essas podem ser agudas ou crônicas: As agudas podem ser divididas em 1º, 2º e 3º grau. São de duas formas: depilatória e eritematosa. A primeira dura cerca de 60 dias e apresenta uma mancha escura que desaparece lentamente. A de 2º grau (forma pápulo- eritematosa) tem ulceração muito dolorosa e recoberta por crosta seropurulenta. Difícil cicatrização. A de 3º grau tem o aspecto ulceroso, contendo várias zonas de necrose. São conhecidas por úlceras de Röentgen. Lesões por Energia Nuclear: → Lesões traumáticas: Onda de choque da explosão, queimaduras e efeitos tardios da exposição à radiação. Raio Alfa: Causam queimaduras; Raios Beta e Gama: Penetram no organismo e podem provocar alterações celulares, o que pode causar câncer. Exemplos reais: Césio 137, no Brasil; Bomba atômica Hiroshima e Nagasaki. Efeitos físicos e biológicos; Chernobyl, área abandonada; 8.7 Luz A incidência de feixes luminosos de alta intensidade sobre os olhos, pode provocar perturbações neurossensoriais nos globos oculares e perda irreparável da visão. Lesões agudas: Luz de alta potência (laser) Pode levar à cegueira imediata. Lesões crônicas: Exposição solar não protegida Danos à córnea, cristalino e retina Perda gradual da visão. 8.8 Som Onda sonora ou som é uma perturbação ou distúrbio mecânico transmitido através de um meio elástico em que a oscilação é a pressão. Ondas sonoras com frequência abaixo de 20hz (hertz) são chamadas infrassom e acima de 20.000Hz, ultrassom. Lesões agudas: Sons extremamente altos (ex: explosões); lesão imediata do sistema auditivo. Lesões crônicas: Exposição demorada a ruídos altos (>85db, 40h/semana); danos à cóclea (células ciliares); zumbidos; perda bilateral, lenta e progressiva da audição; zumbidos crônicos. 9. Asfixiologia: Disciplina médico-legal que estuda todos os tipos de asfixia. 9.1 Conceito: É o impedimento da hematose (troca gasosa ao nível da membrana alveolar) devido às alterações da mecânica respiratória ou do meio ambiente. 9.2 Classificação: 9.2.1 Asfixia por gases: Gases de combate: Bromureto de Benzila, Iodureto de Benzila, Gás mostarda. Gases sufocantes: Cloro, Oxicloreto de carbono. Gases industriais: Gás Butano, Gás das Minas de Metano, Carvão. Gases anestésicos: Éter, Clorofórmio, Halotano. Monóxido de carbono e Gás carbônico. 9.2.3 Sufocação: 9.2.4 Asfixia por líquido: Afogamento. 9.2.5 Asfixia por sólidos: Soterramento. 9.2.6 Asfixia por constricção do pescoço: Enforcamento, estrangulamento e esganadura. 9.3 Sinais de asfixia: 9.3.1 Sinais externos: Cianose intensa nos lábios e unhas (formação arroxeada); Congestão da face (face avermelhada); Exoftalmia (projeção dos olhos); Protusão da língua (projeção da língua); Cogumelo de espuma; Eliminação de fezes, urina e esperma. 9.3.2. Sinais internos: → Equimoses puntiformes nas serosas: → Pleura visceral do pulmão (manchas de Tardieu); → Epicárdio (manchas de Paltauf – típica dos afogados). Direta: Obstrução das vias aéreas (nariz, traqueia e brônquios). Indireta: Compressão torácica. → Sangue fluido e vermelho escuro → Edema cerebral e pulmonar → Congestão polivisceral (todos os órgãos ficam cheias de sangue). 9.4 Enforcamento: É a constrição do pescoço feita por um laço tendo como força atuante o peso do próprio corpo. 9.4.1 Etiologia: → Suicídio → Homicídio → Acidente → Execução Judicial 9.4.2 Estudo do laço: 9.4.3 Ponto de fixação: → Árvores → Armadores → Caibros, etc. 9.4.4. Classificação de enforcamento: → Incompleto ou suspensão incompleta: quando parte do corpo da vítima se apoia no solo ou outra superfície. Nó Fixo Corrediço Alça Situação Lateral Anterior Posterior Constituição Classificação Moles: cortinas, gravatas, lençóis Semirígido: não de aço e ferro, e sim couro, por exemplo, como os cintos, alças de bolsas. Rígidos: correntes, fios elétricos, arames, cordas, punhos de redes, ou seja, feitos de aço e ferro. → Completa ou suspensão completa: o corpo está suspenso totalmente. 9.4.5 Sinais de enforcamento: Externos → Sinais de asfixia→ Sulco: Incompleto (interrompido pelo nó), oblíquo, ascendente, único em sua maioria, acima da cartilagem tireóide. Internos → Sinais de asfixia → Hemorragia cervical → Fratura do osso hióide → Fratura da coluna vertebral cervical →Artéria carótida → Sinal de Amussat: ruptura da túnica interna da artéria carótida → Sinal de Fridberg: hemorragia na túnica externa da artéria carótida, que leva o sangue à cabeça. 9.5 Estrangulamento: 1. Definição: É a constrição do pescoço feita por laços, tendo como força atuantes a mão humana. 2. Causa jurídica: 9.5.1 Sinais de estrangulamento: 9.6 Esganadura: 9.6.1 Definição: É a contrição do pescoço feita pela mão humana. 9.6.2 Causa jurídica: → → 9.6.3 Sinais: 9.7 Soterramento: → Homicídio → Acidente → Execução judicial (garrote) Externos → Sinais de asfixia → Sulco: Horizontal, profundidade uniforme, contínuo, múltiplo (em sua maioria), abaixo da cartilagem tireóide. Internos Sinais de asfixia Homicídio Acidente → Externos: Sinais de asfixia e estigmas ungueais (marcas de unhas); → Internos: Sinais de asfixia. 9.71 Definição: É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de areia nas vias respiratórias. 9.7.2 Causa jurídica: 9.7.3 Sinais: Sinais externos e internos de Asfixia. 9.8 Afogamento: 9.8.1 Definição: É um tipo de asfixia que se caracteriza pela penetração de águas nas vias nasais. 9.8.2 Sinonímia: Submersão 9.8.3 Locais: 9.8.4 Classificação: 9.8.5 Sinais: → Externo: Sinais gerais de asfixia + destruição das partes moles (crustáceos), → Interno: Sinais gerais de asfixia + pulmão do afogado. 10. Tanatologia Forense 10.1 Definição: É o ramo da medicina legal que se ocupa do estudo da morte e dos fenômenos com ela relacionados. MORTE: RESOLUÇÃO CFM Nº 2.173/2017 Publicado no D.O.U. de 15 de dezembro de 2017, Seção I, p. 274-6. Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. 11. Tipos de Morte: → Homicídio → Acidente → Suicídio → Mares→ Açudes→ Lagoas→ Piscinas→ Fossas → Latrinas→ Pântanos→ Lamaçais, etc. → Afogado azul: morreu do afogamento → Afogado branco de Parrot: morreu de outras causas e, por algum motivo, foi jogado (ou caiu) na água. 11.1 Natural: É a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por agentes naturais, inclusive os patogênicos sem a interveniência de fatores mecânicos em sua produção. 11.2 Súbita: Morte imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde. 11.3 Violenta: É aquela quetem como causa determinante a ação abrupta e intensa, ou continuada e persistente de um agente mecânico, físico ou químico sobre o organismo. Ex.: Homicídio, suicídio ou acidente. 11.4 Fetal: Morte de um produto da concepção antes da expulsão ou da extração completa do corpo da mãe independente da duração da gravidez. 11.5 Materna: Morte de uma mulher durante uma gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independente da duração ou localização da gravidez. 11.6 Catastrófica: É toda morte violenta de origem natural ou de ação dolosa do homem em que por um mesmo motivo, ocorre um grande número de vítimas fatais. 11.7 Presumida: É a morte que se verifica pela ausência ou desaparecimento de uma pessoa, depois de transcorrido um prazo determinado pela Lei (se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra). C.C. Art. 10, 481 e 483. - C.P.P. Art. 1.161 e 1.163 -Lei nº 6.015/73. 12. Tanatologia: 12.1 Tanatosemiologia(parte+sinal+estudo): Parte da Tanatologia que estuda os sinais (fenômenos) cadavéricos. 12.2 Tanatodiagnóstico (morte+diagnose): Estuda o conjunto de sinais biológicos e propedêuticos que permitem afirmar o estado de morte real. 12.3 Cronotanatognose (tempo+morte+conhecimento): Estuda os meios de determinação do tempo decorrido entre a morte e o exame cadavérico. 12.4 Tanatoscopia (morte + ver = observar): É o exame do cadáver para verificação da realidade e da causa da morte. 12.5 Tanatoconservação (morte+conservação): É o conjunto de técnicas empregadas para conservação do cadáver com suas características gerais. 12.6 Tanatolegislção (morte+legilslação): É o conjunto de dispositivos legais concernentes à morte e ao cadáver 13. ASPECTOS MÉDICOS LEGAIS DA MORTE: A palavra morte vem do grego tanatus e do latim mors = extinção da vida = cessação definitiva de todas as funções de um organismo vivo. 13.1. Noções Preliminares 13.2 Importância Médica: - É um fenômeno comum na vida do médico. - Envolve aspectos éticos em relação a doações de órgãos e transplantes, pesquisa médica, eutanásia etc. - Maioria das vezes é de fácil diagnóstico, mas exige critérios técnicos rigorosos. Os critérios para o diagnóstico devem ser avaliados juntamente com as excludentes de erro como: Intoxicação metabólica ou por drogas, hipotermia, crianças e choque. 13.3 Importância Jurídica: - É um fenômeno intimamente ligado ao direito. - Cessa a personalidade civil adquirida com o nascimento e advém as consequências jurídicas. - Põe a termo a capacidade jurídica. - Termina a aptidão de ser titular de direitos. - Seus bens se transmitem desde logo para seus herdeiros. - Com a morte do réu extingue-se a punibilidade. - Extingue-se o pátrio poder, etc. 14. TANATOSSEMIOLOGIA: CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS DENOMINAÇÃO FENÔMENOS IMEDIATOS Inconsciência Insensibilidade Imobilidade Parada da Respiração Parada da Circulação CONSECUTIVOS Algidez Rigidez Hipóstase ou Livor Mancha verde abdominal TARDIOS DESTRUTIVOS Autólise Maceração Putrefação: Coloração, Gasoso, Coliquativo, Esqueletização. TARDIOS CONSERVADORES Mumificação, Saponificação. 15. TANATOCRONOLOGIA OU CRONOTANATOGNOSE: → COMORIÊNCIA: É a morte de duas ou mais pessoas em um mesmo evento e ao mesmo tempo. → PREMORIÊNCIA: Quando se pode provar que uma delas faleceu momento antes. 15.1. Livores de Hipóstase: Surgem em geral 2 a 3 h. após a morte, fixando-se definitivamente em torno de 8 a 10 h."post mortem". 15.2. Rigidez Cadavérica: Surge na mandíbula depois da 2ª hora; em seguida nuca (2-4 h.); nos membros (4-6 h.) e nos músculos do tórax (6-8 h.). 15.3. Mancha Verde Abdominal: Em média surge entre 18 a 36 horas. Tem início na fossa ilíaca direita. 15.4. Fauna Cadavérica: Entomologia Forense estuda a fauna cadavérica. Muito utilizado para a cronotanatognose. 16. Tanatoscopia: 16.1. Conceito: "É um conjunto de operações que tem como meta fundamental evidenciar a causa mortis quer do ponto de vista médico quer jurídica". 16.2 Sinonímia: Tanatoscopia, Autópsia, Necropsia, Necroscopia, Necrotomoscopia. 16.3. Finalidades: Diagnóstico da realidade e da causa da morte, auxiliar na determinação da natureza jurídica da morte; diagnóstico do tempo decorrido da morte; informações sobre circunstancias da morte; Identificar o morto. 16.4 Legislação: CPP Art. 162. A autopsia será feita pelo menos seis (06) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidências dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. 16.5 Autoridades competentes para solicitar: - Juiz de Direito - Delegado de Polícia -Autoridade Sanitária - Promotor de Justiça -Oficial Militar -Membro de Conselho Tutelar 16.6 Exames: 16.7. Inspeção externa: Descrição das vestes; Sinais de Morte; Descrição dos objetos; Tempo de Morte; Elementos de identificação; Inspeção das Lesões; Compleição física; Inspeção das cavidades. 16.8. Inspeção interna: Cavidade Craniana - Órgão do Pescoço - Cavidade Torácica e Abdominal - Cavidades Acessórias - Cavidade Vertebral. 16.9 Erros mais comuns: - Exame externo sumário ou omisso; - Interpretação por intuição; - Falta de ilustração ; - Entendimento errado dos fenômenos "pos mortem”; - Necropsias incompletas. 17. Lesões “intra vitam” e “post mortem”: INTRA VITAM POST MORTEM Escoriação (crosta) Lesões brancas Retração dos tecidos Bordas justasposta Coagulação do Sangue Não coagula Hemorragia Pergaminhamento Equimose Mesma tonalidade dos livores Reação inflamatória Autólise, maceração ou putrefação Embolias Não ocorre Consolidação óssea Não ocorre Queimaduras (eritema) Não apresentam reação vital 18. Tanatoconservação: 18.1 Congelamento = Câmara frigorífica com uma temperatura entre +5° C. a -20° C. 18.2 Embalsamamento. 18.3 Formolização: Aldeído Fórmico (Formol 4 a 5 l (I.A.) 18.4 Método Espanhol: Serragem, carvão vegetal, KPO4, Naftalina e Cânfora. 18.5 Mumificação: Egito, Índia etc. 19. Tanatolegislação: Código Civil: Art. 10 - A existência da pessoa natural termina com a morte. Art. 11 - Comoriência. Art. 315 - A sociedade conjugal termina. Art. 395 - Extingue-se o pátrio poder. Código Penal: Art. 108 - Extingue-se a punibilidade. I - Pela morte do agente. Art. 121 - Matar alguém. Art. 211 - Destruir ou subtrair ou ocultar cadáver. Art. 212 - Vilipendiar cadáver. Código de Processo Penal Art. 162 - A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito. 20. Exumação: 20.1 Etimologia/conceito: Etimologicamente exumação vem do latim exumare ( ex, equivalente a ec, movimento para fora, e húmus, terra e ar), portanto, exumar significa o desenterramento do cadáver com a finalidade de atender aos recursos da Justiça na averiguação da exata causa de morte. 20.2 Legislação: Código de Processo Penal: Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade policial providenciará para que em dia previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo Único: O administrador do cemitério público ou particular indicará o lugar o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de se encontrar o cadáver em lugar não destinado a exumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará o auto. Art. 164. Os cadáveres serão, sempre que possível, fotografados na posição em que forem encontrados. Art. 165. Para representa as lesões encontradas no cadáver,os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados. Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquisição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. Parágrafo Único: Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos encontrados que possam ser úteis para a identificação do cadáver. Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. Código Penal: Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena – reclusão, de um a três anos e multa. Art. 211. Destruir, ou subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena - reclusão, de um a três anos e multa. Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena - reclusão, de um a três anos e multa. 20.3 Tipos de exumação Conforme a finalidade a que se propõe, a exumação divide-se em dois tipos, que são: 20.4 Administrativas: → mudança de sepultura dentro de um mesmo cemitério → remoção do esqueleto para o ossuário; → retirada do cadáver ou restos esqueletais para cremação; → translado dos restos humanos para outro cemitério ou para o estrangeiro; → troca de urna funerária; → recuperação de jóias ou documentos. 20.5 Judiciárias: → inumações clandestinas em locais não autorizados; → inumações em locais autorizados, sem certidão de óbito; → inumações cuja certidão de óbito não contemple de forma plena os dados exigidos na mesma; → dúvidas quanto a identidade do morto; → inumação em casos de morte violenta, sem necropsia prévia; → necropsia incompleta ou parcial; → erros, omissões ou contradições no exame necroscópico; → falsa necropsia ou simulação de necropsia, com descrição apenas das lesões externas; → omissões nos procedimentos técnicos detectados no laudo pericial; → diagnósticos incompletos, insuficientes ou errados, no laudo pericial; → declaração de óbito com diagnóstico impreciso, ocorrendo dúvidas quanto ao mecanismo da causa da morte; → diagnóstico baseado em alteração macroscópica sem lastro anátomo-patológico; → reconhecimento especial de determinada lesão; → recolhimento de determinado material tegumentar ou visceral. → Em síntese, procede-se a exumação com fins cíveis ou médicos- legais. → Cumpridas as formalidades legais, a critério da autoridade sanitária, os despojos, que deverão se constituir apenas do esqueleto, podem ser removidos para fins de translado, cremação, ou outra qualquer finalidade administrativa. 21. Tipos de mortes violentas: Acidente, homicídio, suicídio. Homicídio é a morte voluntária ou involuntária de alguém realizada por outrem. Reveste- se de elevada importância o exame pericial do Perito Criminal e do Médico Legista cujos resultados dos laudos periciais possam auxiliar a justiça a qualificar a conduta do criminoso. Como, por exemplo, se a vítima teve condições de defesa, se foi cometido com meio cruel, se o criminoso estava em estado de embriaguez, se o criminoso era insano mentalmente, se a vítima era idoso ou criança, se o criminoso ocultou o cadáver ou alterou a cena do crime, etc. Suicídio é a morte, por vontade e sem constrangimento, de si próprio, sendo chamado de suicida o autor da própria morte. • Os meios mais comumente utilizados são o enforcamento, precipitação, arma de fogo e o envenenamento. • A conceituação dessa modalidade jurídica de morte exige dois elementos: um, subjetivo, o desejo de morrer; outro, objetivo, o resultado morte. • Excluem-se os que morrem em cumprimento do dever, como os militares e os bombeiros em ação, os que testam novos medicamentos, os que tentam salvar pessoas em perigo, os que, em função da sua profissão, entram em contato com pessoas com doenças contagiosas, entre outros. • Acidente é a causa jurídica da morte representada por acidentes resultantes de fenômenos atmosféricos e geofísicos, como chuvas abundantes, avalanches, desabamentos, terremotos, raios, etc, e devido à ação humana, em sua maioria por imprudência, imperícia e negligência, como os que ocorrem no trânsito, ou desrespeito às leis ambientais, como os que constroem em zonas de proteção ambiental (beira mar) ou no sopé de morros. 22. Sexologia forense Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - Reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Violência: Concurso de força física e de emprego de meios capazes de privar ou perturbar o entendimento da vítima impossibilitando-a de reagir ou de se defender. A lei exige que o agressor tenha agido de forma violenta, anulando ou enfraquecendo a oposição (resistência física) da vítima. Grave ameaça: Forma de violência moral, Vítima impossibilitada pelo medo, angústia ou pavor de esboçar uma resistência. 23. Conjunção carnal: 23.1 Conceito: cópula vaginal ou anal. 23.2 Evidências (Marcas de violência sexual): Rotura himenal recente/antiga Presença de hímen complacente e gravidez Contaminação venérea profunda Sinais de violência ou de luta Lesões perineais Presença de esperma na cavidade vaginal ou anal 22.3. Exames Presença de espermatozóides. Dosagem de Fosfatase ácida (aumentada). 3- Glicoproteína P30 (PSA). 23. Estupro qualificado: Art. 213. (...) § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 24. Ato libidinoso 24.1 Conceito: ato que se apresenta manifestamente obsceno ou ofensivo ao sentimento de pudor comum verificado na vida social, numa determinada época. Todos os atos que impliquem no contato da boca com o pênis, com a vagina, com os seios ou com o ânus. Os que implicam na manipulação erótica (por mãos ou dedos) destes mesmos órgãos pelo respectivo parceiro. Os que implicam na introdução do pênis no ânus ou no contato do pênis com os seios. Os que implicam em masturbação mútua. 25. Violência sexual mediante fraude: Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Pena: Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. Ex.: - o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência por inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais: embriaguez completa, anestesia, estados hipnóticos, drogas alucinógenas “boa noite cinderela”; - confusões quanto à identidade da pessoa. 26. Estupro de vulnerável: Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 27. Abortamento 27.1 Conceitos: 27.1.1 Jurídico: a interrupção da gestação, com o intuito da morte fetal, independentemente da idade gestacional. 27.1.2 Médico: interrupção, voluntária ou não, da gestação antes de completar 22 semanas; quando IG desconhecida, considera-se peso <500 g. 27.2. Tipos de aborto: 27.2.1 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento. (Código Penal) Art. 124. Provocar abortoem si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção de um a três anos. 27.2.2 Aborto provocado por terceiro. Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - aborto com o consentimento da gestante: Pena - Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Parágrafo único: Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 (catorze) anos, ou é alienada ou débil mental, ou se consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 27.2.3 Aborto legal (Código Penal) Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. 27.2.4. Aborto necessário ou terapêutico Avaliação de no mínimo dois profissionais; Ter a anuência e/ou consentimento esclarecido assinado pela gestante ou familiares. Ter clareza de que a interrupção da gestação é a única e a mais adequada maneira de salvar a vida da gestante; Não é necessária autorização judicial; Avaliação multidisciplinar. 27.2.5. Aborto sentimental (documentos necessários) Boletim de Ocorrência Policial ou Termo de Relato Circunstanciado feito pela gestante e dois profissionais de saúde (Portaria n°1508, Ministério da Saúde); Termo de autorização (gestante ou responsável legal, se incapaz); Termo de consentimento informado; Avaliação multidisciplinar; Gestação até 20 semanas; Não é necessária autorização judicial. 27.2.6 Aborto seletivo: Não há previsão legal, dependendo de autorização judicial (exceto anencéfalos); Má-formação incompatível com a vida. Documentos necessários: 1. Solicitação da gestante à autoridade judicial; 2. Consentimento informado; 3. Um ou mais exames de ultra-som morfológico assinado por dois especialistas; 4. Relatório do médico assistente; 5. Em caso de doença rara, cópia de artigo científico. 28. Toxicologia Forense Conceito: Toxicologia representa a ciência cujo principal objetivo é a identificação e quantificação dos efeitos adversos associados com a exposição a determinados agentes. Esses agentes, que assumem a designação de tóxicos, são normalmente substâncias químicas de origem inorgânica ou orgânica, às quais, em sentido mais lato, se podem associar certos agentes físicos ou outras condições. A toxicologia compreende o estudo dos tóxicos e das intoxicações. A toxicologia forense insere-se no âmbito da toxicologia analítica tendo, por conseguinte, como principal objetivo a detecção e quantificação de substâncias tóxicas. Contudo, a atividade do toxicologista forense aplica-se a situações com questões judiciais subjacentes para as quais importa reconhecer, identificar e quantificar o risco relativo da exposição humana a agentes tóxicos. Como tal aproveita conhecimentos alcançados em praticamente todas as áreas da toxicologia moderna. O “álcool” e as “drogas de abuso” são as substâncias que, na atualidade, fazem parte da maioria das requisições de exames toxicológicos. Droga de Abuso é qualquer substância ou preparação, com pouco uso médico, usada primariamente pelos seus efeitos prazerosos, exóticos ou estimulantes. Dentre elas temos: o tabaco e o álcool, que são drogas sociais por excelência; os inalantes, a maconha, a cocaína, o LSD, a mescalina e extratos de cogumelos que são drogas ilícitas, substâncias que só devem ser usadas sob receita médica, como moderadores do apetite, estimulantes, calmantes, entre outras que também passam a ser drogas de abuso, quando utilizada para outros fins ou em excesso. Dependência A toxicodependência pode ser definida como o consumo repetido, permanente e compulsivo de uma droga. Embora o fenómeno da dependência das drogas compreenda quatro componentes ou manifestações bem distintas, como a dependência psíquica, a dependência física, a síndrome de abstinência e a tolerância, a sua presença e intensidade variam de acordo com a substância que as provoca e o grau de dependência. Dependência psíquica. A dependência psíquica pode ser definida como um desejo compulsivo de estar e manter-se sob o efeito de uma determinada droga e costuma manifestar-se através de um estado de agitação e ansiedade provocado pela ausência dos efeitos. Dependência física. Como as drogas alteram e desequilibram o funcionamento orgânico, o seu excesso e repetido consumo costuma provocar uma dependência física, ou seja, para se adaptar e poder funcionar de forma adequada, o organismo é obrigado a desenvolver uma série de mecanismos, fazendo com que o organismo não consiga funcionar corretamente sem o consumo da droga, depois de se estabelecer a dependência física. Síndrome de abstinência. Designa o conjunto de problemas provocado quando um indivíduo dependente de uma droga interrompe a sua administração. No caso de algumas drogas, como os derivados do cânhamo ou os alucinógenos, esta síndrome é muito pouco evidente ou praticamente inexistente. Por outro lado, no caso de outras drogas, como o álcool e a heroína, a síndrome pode ser muito grave. Na maioria dos casos, quanto maior for a dependência física, mais intensa será a síndrome de abstinência. Tolerância. A tolerância é um fenômeno através do qual um indivíduo dependente de uma droga necessita de doses cada vez mais significativas para conseguir os efeitos desejados. Este fenómeno, semelhante ao da dependência física, é provocado pela progressiva adaptação do organismo à droga. Overdose. A tolerância tem um limite, já que a denominada "dose letal" (overdose), ou seja, a dose de uma droga que provoca a morte do indivíduo, não é necessariamente superior para os dependentes do que para a população em geral. REGIÕES ANATÔMICAS DO CORPO HUMANO ISÃO POSTERIOR VISÃO LATERAL QUESTÕES 1) Quando a morte é natural, o cadáver: A) Vai para o IML se estiver identificado. B) Vai para o SVO se estiver identificado. C) Vai para o IML estando ou não identificado. D) Não deve ir nem para o IML e nem para o SVO. 2) Trata-se de lesão corporal de natureza gravíssima, conforme o Artigo 129 do Código Penal Brasileiro: A) Perigo de vida. B) Deformidade permanente. C) Debilidade permanente de membro, sentido ou função. D) Incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias. 3) A forma mais comum de maus-tratos à criança é: A) negligência de segurança. B) administração intencional de drogas. C) abuso sexual. D) abuso físico. E) privação de alimentos e de cuidados de higiene 4) O art. 162 do Código do processo penal, descreve que – “A autópsia será feita pelo menos ______ depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes.” A lacuna é corretamente preenchida por: A) em 12 horas B) em 24 horas C) em 36 horas D) 6 horas 5) O exame de corpo de delito não pode ser solicitado diretamente ao médico-legista. Deve ser através do diretor do IML, por A) advogado do interessado. B) autoridade policial. C) promotor. D) juiz. E) autoridade militar. 6) B.N. foi vítima de agressão por navalha. A avaliação da lesão sofrida revelou nítido predomínio da extensão sobre a profundidade, com bordas regulares, vertentes planas e ângulos agudos. Mediante as características da lesão observadas e descritas, qual o tipo de ferimento apresentado por B.N.? A) Ferimento contuso. B) Ferimento inciso. C) Ferimento perfurante. D) Ferimento cortocontuso. E) Ferimento punctório. 7) Ao examinar um paciente, o perito encontra umaferida em região peitoral com formato de dois semiarcos, de concavidades voltadas uma para a outra, mostrando equimoses periféricas, de profundidades variáveis e laceração tecidual. O perito conclui que se trata de mordedura. As feridas produzidas por mordedura causada pela arcada dentária humana se classificam como: A) perfurocontundente. B) contundente. C) corto-contusa. D) perfurocortante. E) corto-contundente 8) Um cadáver encontrado próximo à linha férrea apresenta desarticulação de todos os membros, além de separação do corpo da cabeça. É correto afirmar que se trata de: A) esquartejamento e esgorjamento. B) esquartejamento e decapitação. C) espojamento e esgorjamento. D) esquartejamento e vitriolagem. E) espojamento e decapitação. 9) Uma pericianda é considerada desvirginada, quando, ao exame de conjunção carnal, constata-se: A) Rotura himenal. B) Gravidez. C) Presença de espermatozóide no conduto vaginal. D) Presença de líquido espermático no conteúdo vaginal. E) Todas as alternativas acima estão corretas. 10) Associe os exemplos de lesões e seus instrumentos mecânicos geradores de lesão: 1. Contundente 2. Cortante 3. Perfurante 4. Pérfuro-cortante A. Faca Peixeira B. Punhal C. Bisturi D. Pára-brisa de carro A correlação correta é: A) 1B, 2A, 3C, 4D; B) 1C, 2B, 3A, 4D; C) 1A, 2B, 3C, 4D ; D) 1D, 2C, 3B, 4A. 11) Sob o tipo de lesão simples “punctória”, o instrumento típico associado a esta lesão é: A) Martelo B) Estilete C) Cassete D) Pedra E) Linha de cerol 12) O espectro equimótico em medicina legal serve para: A) Tipo de perfuração. B) Grau de profundidade da lesão. C) Agente etiológico direto do óbito. D) Data da lesão. E) Tipo de tecido envolvido na lesão. 13) A lesão caracteristicamente causada pelo projétil de arma de fogo é A) pérfuro-contusa. B) pérfuro-incisa. C) contusa. D) incisa. E) perfurante. 14) Trata-se de sinal indiscutível, no orifício de entrada do projétil, por tiro a curta distância: A) orla de escoriação. B) orla de contusão. C) halo de enxugo. D) halo equimótico. E) zona de tatuagem 15) A descrição de um orifício de entrada de projétil de arma de fogo com buraco de mina de Hoffmann, escoriação de massa de mira (sinal de Werkgartner), zona de esfumaçamento, zona de tatuagem, equimoses e queimaduras, está relacionada com: A) tiro disparado a grande distância. B) tiro disparado de arma de fogo de grosso calibre. C) tiro disparado a curta distância. D) lesão produzida por projéteis múltiplos. E) tiro encostado. 16) O sinal pericial do funil de Bonnet define: A) Queimaduras. B) Óbito por afogamento. C) Óbito por estrangulamento. D) Óbito por inalação de gases tóxicos. E) Entrada e saída de projétil do crânio. 17) A presença no cadáver de um sulco horizontal e contínuo no pescoço, com bordas iguais, profundidade uniforme e não pergaminhado, situado sobre o laringe, infiltração abaixo do sulco e sinais gerais de asfixia, todos esses elementos em conjunto caracterizam a morte por: A) enforcamento. B) estrangulamento. C) esganadura. D) sufocação. E) afogamento 18) Acerca das mortes causadas por asfixia por constrição cervical, assinale a alternativa correta. A) O enforcamento pode ser classificado como completo quando o corpo está totalmente suspenso, ou parcial quando está apoiado parcialmente. B) O sulco provocado pelo enforcamento completo pode ser confundido com o sulco provocado por estrangulamento. C) O sulco encontrado no enforcamento em condições habituais é oblíquo e descendente em relação ao nó. D) É comum a causa acidental de morte por asfixia por estrangulamento. E) A asfixia por esganadura pode ser suicida, como causa jurídica. 19) Flictena é caracterizado pela formação de vesículas que suspendem a epiderme. Assinale a alternativa que melhor representa o grau de queimadura para esta lesão: A) Queimaduras de 1ª grau B) Queimaduras de 2ª grau C) Queimaduras de 3ª grau D) Queimaduras de 4ª grau E) Carbonização total 20) Cicatrizes irregulares de aspecto espantoso, formação de queloides, lesões graves dos olhos e cegueira, estenose esofagiana e perfurações gástricas são exemplos de sequelas de A) vitriolagem. B) estrangulamento. C) hipóxia. D) asfixia. E) afogamento. 21) São designados processos tanatológicos conservadores A) autólise e putrefação. B) maceração e saponificação. C) autólise e mumificação. D) putrefação e maceração. E) saponificação e mumificação. 22) No exame do cadáver em putrefação, a chamada “mancha verde abdominal” ocorre no(a) A) hipocôndrio direito, pela presença da bile na vesícula biliar. B) fossa ilíaca esquerda, pela presença do sigmoide. C) hipocôndrio esquerdo, pela presença do cólon descendente. D) fossa ilíaca direita, pela presença do ceco. E) região pubiana, pela presença do reto. 23) O feto retido intra-uterinamente, depois de morto, apresenta A) adipocera. B) mumificação. C) saponificação. D) maceração. E) autólise. 24) O aborto indicado nos casos de estupro denomina-se A) social. B) eugênico. C) terapêutico. D) sentimental. 25) Em relação ao crime de estupro, as seguintes elementares e circunstâncias do tipo penal são corretas, EXCETO: A) constranger mulher honesta. B) mediante violência ou grave ameaça. C) ter conjunção carnal. D) ou praticar ou permitir que se pratique. E) outro ato libidinoso. 26) Não é um ato libidinoso diverso da conjunção carnal: A) Sexo oral. B) Sexo anal. C) Bolinação. D) Coito vaginal 27) O meio abortivo em que são introduzidos no útero soluções cáusticos superconcentradas é denominado meio: A) Químico. B) Físico. C) Mecânico. D) Médico. “Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez” Thomas Edison. Conte comigo para o que precisar, ajudarei o máximo possível e estarei mandando energias positivas. Paulo Roberto do Vale – Professor e Perito Criminal. @paulovale.pericia - Instagram
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