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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL MONTEIRO LOBATO CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Luciane Wichmann da Silva TAQUARA – RIO GRANDE DO SUL 2019 SUBSTITUIÇÃO SUPLEMENTAR RAYSSA DE MEDEIROS GUSEN Trabalho apresentado como requisito parcial ou final para a Conclusão do Curso Técnico em Química da Escola Estadual Monteiro Lobato. COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Luciane Wichmann da Silva Prof.ª Projeto de Pesquisa III ______________________________________ Maria Leonora de Poli Bersano Coordenadora Curso Técnico em Química ______________________________________ Maria Luiza Monteiro de Barros Coordenadora Projeto de Pesquisa Taquara, ____ de____________ de 2019 i AGRADECIMENTOS Ao Prof. Gustavo, Orientador braço amigo de todas as etapas deste trabalho. À minha família, pela confiança e motivação. Aos profissionais entrevistados, pela concessão de informações valiosas para a realização deste estudo. À professora Luciane, Coordenadora de TCC que sempre me incentivou a estudar mais para dar maior qualidade à minha monografia. ii GUSEN, Rayssa Medeiros, de. Substituição Suplementar. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso Técnico em Química. Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato, 2019. RESUMO A anemia ferropriva é o tipo de anemia ocorrente em cerca de 90% dos casos. É caracterizada pela falta de oxigenação do sangue, ocasionada pela insuficiência de ferro no organismo. Os suplementos utilizados no tratamento desta doença têm efeitos colaterais, podendo causar náuseas, vômito e até mesmo a oxidação do organismo. O projeto a seguir trata de um estudo a partir dos alimentos, para investigar como estes auxiliam e atrapalham o processo de cura da anemia (principalmente porque a principal fonte de ferro disponível são os alimentos); através de análises laboratoriais físico-químicas e analíticas de alimentos teoricamente ricos em ferro. Tem como principais objetivos comprovar e quantificar o ferro em diferentes tipos de alimentos e disponibilizar informações sobre a doença, perigos, tratamento, funcionamento e nutrientes disponíveis nos alimentos, fazendo- se surgir uma opção mais natural e saudável de tratamento e cura da anemia ferropriva. Como pesquisa de campo, foi produzido um questionário popular com 138 respostas que tornou o estudo possível e viabilizado, bem como uma entrevista com uma nutricionista para coleta de dados específicos. Efetuou-se testes como digestão e descoloração das amostras, bem como testes para comprovação da presença do íon ferro (2 e 3) nas mesmas. Devido ao tempo disponível como principal empecilho, não foi possível cumprir todos os objetivos propostos. Obteve-se a comprovação da presença de ferro em dois alimentos e foram envolvidos muitos processos analíticos, físico-químicos e de operações unitárias até chegar à preparação correta das amostras. Muitos pacientes não tem o conhecimento de que há compostos dos alimentos que ajudam na absorção do ferro assim como há outros compostos que diminuem ou inibem a absorção do mesmo. Palavras-chave: Anemia Ferropriva; Ferro; Alimentos; Análises; Informação. GUSEN, Rayssa Medeiros de. Supplementary Replacement. Completion of Course Work. Technical Course in Chemistry. Monteiro Lobato State Technical School, 2019. ABSTRACT Iron deficiency anemia is the type of anemia that occurs in about 90% of cases. It is characterized by a lack of oxygenation of the blood, caused by insufficient iron in the body. Supplements used to treat this disease have side effects that can cause nausea, vomiting and even oxidation of the body. The following project is a study from food to investigate how they help and hinder the anemia cure process (mainly because the main source of iron available is food); through physicochemical and analytical laboratory analyzes of theoretically iron-rich foods. Its main objectives are to prove and quantify iron in different types of food and to provide information on the iii disease, dangers, treatment, functioning and nutrients available in food, making a more natural and healthy option for treatment and cure of iron deficiency anemia. As a field research, a popular questionnaire with 138 answers was produced that made the study possible and feasible, as well as an interview with a nutritionist to collect specific data. Tests were performed as digestion and discolouration of the samples, as well as tests for the presence of iron ion (2 and 3) in them. Due to the time available as the main obstacle, it was not possible to meet all the proposed objectives. Iron was found to be present in two foods and many analytical, physicochemical and unit operations processes were involved until the correct sample preparation was achieved. Many patients are unaware that there are food compounds that aid in iron absorption as well as other compounds that decrease or inhibit iron absorption. Key Words: Iron deficiency anemia; Iron; Foods; Analysis; Information. iv LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Inibidores e potencializadores da absorção de ferro pelo organismo.................................................................................... 06 Tabela 2 - Referente ao questionário........................................................... 13 Tabela 3 - Métodos de identificação do cátion ferro II, através da marcha analítica dos cátions.................................................................... 25 Tabela 4 - Métodos de identificação do cátion ferro III, através da marcha analítica dos cátions................................................................... 25 v LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Como funciona o transporte do oxigênio dado pela hemoglobina................................................................................ 8 Figura 2 - Estrutura da hemoglobina............................................................ 9 Figura 3 - Suco de beterraba dividido em tubos.......................................... 21 Figura 4 - Suco de couve dividido em tubos................................................ 21 Figura 5 - Suco de espinafre durante a fervura........................................... 21 Figura 6 - Suco de espinafre após o descanso submetido na presença de carvão ativado............................................................................. 21 Figura 7 - Espinafre em banho ácido........................................................... 22 Figura 8 - Cobre metálico após entrar em contato com os sucos de couve, beterraba e espinafre respectivamente............................ 22 Figura 9 - Beterraba digerida....................................................................... 22 Figura 10 - Feijão durante a digestão............................................................ 22 Figura 11 - Feijão após a digestão................................................................. 23 Figura 12 - Feijão digerido em presença de tiocianato de amônio................ 23 Figura 13 - Beterraba digerida em presença do tiocianato de amônio.......... 23 vi LISTA DE ANEXOS Figura 1 - Agitador Magnético...................................................................... 29 Figura 2 - Feijão em processo de aquecimento........................................... 29 Figura 3 - Suco de beterraba após ação do carvão ativado........................ 29 Figura 4 - Suco de beterraba durante o aquecimento................................. 29 Figura 5 - Amostra digerida de feijão em tubo de ensaio............................ 30 SUMÁRIO RESUMO ii ABSTRACT ii LISTA DE TABELAS iv LISTA DE FIGURAS v LISTADE ANEXOS vi 1 INTRODUÇÃO 01 1.1 Problema.................................................................................................... 01 1.2 Justificativa................................................................................................. 01 1.3 Objetivos.................................................................................................... 01 1.3.1 Objetivos Gerais......................................................................................... 02 1.3.2 Objetivos Específicos................................................................................. 02 1.4 Hipóteses................................................................................................... 02 2 REVISÃO DA LITERATURA 03 2.1 Anemia....................................................................................................... 03 2.2 Anemia Ferropriva...................................................................................... 04 2.3 Ferro........................................................................................................... 05 2.4 Hemoglobina............................................................................................. 08 2.5 Alimentos Importantes............................................................................... 09 3 METODOLOGIA 11 3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................... 11 3.2 Pesquisa de Campo................................................................................... 11 3.2.1 Questionário Popular................................................................................. 12 3.2.2 Entrevista................................................................................................... 14 3.3 Local.......................................................................................................... 15 3.4 Materiais e Reagentes............................................................................... 15 3.4.1 Materiais.................................................................................................... 15 3.4.2 Reagentes................................................................................................. 16 3.5 Procedimentos Experimentais.................................................................. 16 3.5.1 Digestão ácida de Amostras..................................................................... 16 3.5.2 Método Analítico Qualitativo...................................................................... 17 4 CRONOGRAMA 19 5 RESULTADOS 20 5.1 Resultados emTexto.................................................................................. 20 5.2 Resultados em Figuras.............................................................................. 20 6 DISCUSSÃO 23 7 CONCLUSÃO 26 8 REFERÊNCIAS 27 9 ANEXOS 29 1 INTRODUÇÃO 1.1 Problema A anemia é tratada a partir de suplementos com sais de ferro e vitamina B12, pois a população em geral não conhece o valor nutricional dos alimentos e optam por regular a ausência de nutrientes com tais medicamentos ao invés de uma dieta controlada com as vitaminas e minerais necessários. Um grande problema de suplementos para a regulagem da falta de nutrientes são os efeitos colaterais que os mesmos causam, tais como diarreia, vômitos, náuseas, azia entre outros. 1.3 Justificativa Geralmente, o tratamento utilizado para conter doenças como a anemia é realizado a partir de suplementos que contêm altas quantidades de nutrientes que o indivíduo necessita, pois para que haja a reposição dos mesmos de forma imediata para não agravar os sintomas e gerar outras complicações. Contudo, tais suplementos podem causar efeitos colaterais como diarreia, azia, náusea, desconforto gástrico, gosto metálico, entre outros. Por outro lado, os alimentos naturalmente têm em sua composição natural, nutrientes que são essenciais para o funcionamento do nosso corpo e, analisando alimentos teoricamente ricos em ferro, tais como leguminosas (feijões, lentilhas), carnes, hortaliças de folhas escuras, verduras e legumes, comprovando a presença considerável desses nutrientes é possível a substituição de suplementos evitando outros problemas de saúde e disponibilizando uma alternativa natural e mais saudável com base na alimentação do indivíduo. 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivos Gerais • Disponibilizar a opção de um tratamento mais saudável para os portadores da anemia. 2 • Comprovar a presença dos nutrientes necessários, para que substitua o uso dos medicamentos evitando os efeitos colaterais. • Realizar estudos detalhados sobre a anemia ferropriva e envolver análises alimentícias por meio de métodos analíticos estudados em sala de aula. 1.4.2 Objetivos Específicos • Realizar análises alimentícias; • Confirmar a presença dos nutrientes necessários; • Demonstrar conhecimento sobre alguns alimentos; • Especificar como os alimentos podem ser inseridos na dieta; • Comparar se há alteração de nutrientes quando os alimentos crus e quando cozidos. 1.5. Hipóteses de Pesquisa Através de análises qualitativas e quantitativas detalhadas obter a comprovação de nutrientes (sais de ferro), para que seja possível a substituição dos suplementos pela alimentação, sendo uma opção mais saudável e menor custo. Realizar estudos detalhados especificamente sobre a anemia ferropriva e coloca-los em prática dentro de laboratório. 3 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Anemia A anemia é uma doença conhecida por atacar as hemácias do sangue (glóbulos vermelhos), danificando sua forma e estrutura. A hemoglobina é extremamente importante, pois é responsável pelo transporte do oxigênio para nutrir as células do corpo. (Stuppiello, 2019). Podem ser hereditárias ou adquiridas, crônicas ou agudas: • Anemias Hereditárias: Geralmente é relacionada com a alteração genética na fabricação dos glóbulos vermelhos. Em casos comuns, temos a talassemia, também conhecida como anemia do Mediterrâneo e a anemia falciforme. Os casos em que mais ocorrem anemia hereditária são em indivíduos com descendência italiana, portuguesa e libanesa. A anemia falciforme (tipo mais comum no Brasil), os casos hereditários mais comuns são em pacientes com descendência africana. (Stuppiello, 2019). • Anemias Adquiridas: Normalmente, as adquiridas são consequência de carência de nutrientes, alterações na medula óssea, ou também por decorrência de outras doenças. Os principais nutrientes que podem, se em falta, levar à anemia, temos principalmente o ferro e vitamina B12. Por doenças, podemos citar as leucemias e a síndrome mielodisplásica. (Stuppiello, 2019). • Anemias Crônicas: Ocorrem quando há uma diminuição dos glóbulos vermelhos e hemoglobina no sangue, mas como volume total sanguíneo. Como consequência, o sangue fica descorado e há falhas na oxigenação dos tecidos, causando palidez. (Perlícia, 2019). • Anemias Agudas: Ocorre quando há grandes perdas de sangue, sendo mais grave do que as anemias crônicas. A perda de sangue é tolerável até 10%, sendo a quantidade padrão de doação. De 11% a 20% pode causar tonturas, desmaios, hipotensão e choques. A perda sanguínea acima de 20% causa taquicardia, extremidades frias, palidez extrema e hipotensão postural. Quando a perda de sangue excede os 30%, ocorrerá choque irreversível, caso não se faça uma reposição urgente. (Perlícia, 2019). De acordo com as hemácias, as anemias podem ser: 4 a) Microcítica: É causada pela deficiência de ferro, que decorre de uma dieta ou absorção insuficiente de ferro. (Perlícia, 2019). b) Normocítica: Pode ser causada a partir da perda excessiva de sangue, por doenças crônicas, pela falha na produção de células vermelhas e por algumas doenças hormonais. (Perlícia, 2019). c) Macrocítica:Pode ser causada pela insuficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico. (Perlícia, 2019). 2.2 Anemia Ferropriva A anemia ferropriva também é conhecida como ferropênica. É caracterizada pela falta de ferro no organismo, levando à diminuição da proteína hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue. O ferro é extremamente importante na formação da hemoglobina, pois para a formação de uma molécula de hemoglobina é necessário um átomo de ferro. A anemia ferropriva é a mais comum, atingindo 90% dos casos registrados. (Navarro, 2019). As principais causas são: • Falta de ferro na alimentação, sendo a mais frequente em crianças abaixo de 2 anos e mulheres gestantes; • Diminuição da absorção de ferro na flora intestinal, que podem derivar de condições clínicas advindas de outras doenças e/ou complicações; • Podem ocorrer também por uma perda excessiva de sangue. Sintomas: • Fadiga crônica e desânimo; • Perda de apetite; • Palidez generalizada; • Indisposição; • Tontura; • Fadiga; • Dificuldade de aprendizagem; • Dificuldade de concentração e lapsos de memória. A anemia ferropriva também pode ser causada pela dificuldade de absorção de ferro pelo intestino. (Stuppiello, 2019). A anemia ferropriva causa prejuízos a curto e longo prazo no desenvolvimento 5 neurocognitivo e motor, além de fragilizar o sistema imunológico principalmente de crianças e adolescentes. Observa-se improdutividade no trabalho, pois resulta da falta de oxigênio no sangue. Em gestantes a ocorrência da anemia aumenta o risco de mortalidade materna e perinatal, em parto prematuro e perda de peso da criança. (Nunes, 2018). 2.3 Ferro O ferro é um mineral extremamente importante para o nosso organismo, influenciando no bom funcionamento das células e ajuda também na síntese do DNA e no metabolismo energético. Na hemoglobina o ferro tem a função de transportar oxigênio para o músculo em atividade, atua também como fixador de oxigênio nas fibras musculares cardíacas e no músculo esquelético, protegendo de lesões musculares durante o período de privação de oxigênio. (Stuppiello, S/D). A escassez de ferro caracteriza-se em três estágios que antecedem a anemia. (Nunes, 2018). • Depleção de Ferro: Ocorre quando a contribuição do ferro é incapaz de cumprir a demanda do organismo, inicialmente reduzindo as reservas de ferro, fenômeno caracterizado pela ferritina sérica se encontrar abaixo de 12mg/L sem alterações funcionais. (Nunes, 2018). • Eritropoiese ferro dependente: A restrição de ferro sérico, ST menor que 16% e aumento da protoporfirina eritrocitária livre. (Nunes, 2018). • Anemia por deficiência de ferro: A hemoglobina encontra-se abaixo do recomendado para a idade e sexo. (Nunes, 2018). O organismo humano recebe ferro de duas formas, uma sendo advinda dos alimentos ingeridos, e a outra proveniente da destruição das hemácias, que origina cerca de 27 mg de ferro para reutilização do organismo. (Stuppiello, S/D). Existem basicamente dois tipos de ferro no organismo: • Ferro não heme: é fornecido por vegetais e cereais e durante a digestão, a forma férrica se transforma em forma ferrosa para o processo de absorção. (Bertolucci, 2017). • Ferro heme: encontra-se nas carnes e é mais facilmente absorvido pelo organismo, além de sua disponibilidade ser cerca de 8 vezes maior que a do 6 ferro não heme. (Bertolucci, 2017). A absorção do ferro se dá na parte superior do duodeno e no jejunoíleo, ambos são partes do intestino delgado. Quando absorvido, o mesmo se liga à transferrina plasmática. A maior parte do ferro corrente é captada pelos precursores eritroides na medula óssea, formando a hemoglobina. 80% do ferro presente no corpo é utilizado na formação de hemoglobina. Dos 20% restantes, 60% são armazenados no baço e fígado como ferritina, e os outros 40% como hemossiderina. (Educação, S/D). A absorção do ferro pode ser influenciada de acordo com potencializadores e inibidores presentes na refeição. (Bertolucci, 2017). Tabela 1: Inibidores e potencializadores da absorção de ferro pelo organismo. Fonte: Blog da Nutrição • O cálcio afeta a absorção das duas formas de ferro, os demais afetam apenas a absorção do ferro não heme. (Vilela, 2017). • Alimentos ricos em vitamina C podem influenciar no transporte e armazenamento de ferro no organismo, e é importante pois tem a capacidade de transformar a forma férrica em ferrosa. (Bertolucci, 2017. Vilela, 2017). • Ácidos orgânicos, tais como o cítrico, lático, málico e tartárico promovem maior absorção do ferro e são encontrados em frutas como abacaxi, limão, laranja, morango, maçã, uvas, bananas, cranberry, etc. (Bertolucci, 2017. Vilela, 2017). • Os fitatos são eficientes inibidores de absorção do ferro não heme e são encontrados em leguminosas, grãos, castanhas e sementes. Deixar os grãos de molho, germinação, fermentação e cozimento ajudam a diminuir essa 7 presença indesejada nos alimentos. (Bertolucci, 2017). • Os polifenóis estão presentes no café, diversos tipos de chás e ervas. Diminuem a absorção do ferro não heme e recomenda-se a adição de algum alimento rico em vitamina C, para que diminua este efeito. (Bertolucci, 2017). • O zinco também pode atrapalhar a absorção do ferro por competição de local. (Stuppiello, S/D). • Cozer os alimentos facilita a quebra dos ligantes presos ao ferro, aumentando a disponibilidade do metal no intestino. (Brotherhood, S/D). • A absorção de ferro também é influenciada pela forma como o ferro está presente na mesma, sendo como ferro heme (melhor absorvido) e ferro não heme. (Brotherhood, S/D). • Carnes, peixes e aves podem induzir a liberação de aminoácidos e polipeptídeos no intestino delgado, que juntamente com o ferro não heme formam complexos absorvíveis. (Brotherhood, S/D). • O uso de panelas de ferro no preparo dos alimentos também é válido, de acordo com a nutricionista Patrícia Bertoni Brotherhood “De fato alguns estudos demonstram aumento do teor de ferro nos alimentos preparados nesse utensílio, mas ainda faltam estudos clínicos a fim de que seja avaliada a biodisponibilidade desse ferro”. • Carbonatos, oxalatos e fosfatos diminuem a absorção férrica. (Brotherhood, S/D). • Chás junto das refeições podem reduzir a absorção do ferro não heme em até 50%. (Brotherhood, S/D). • O ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), é usado como conservante de alguns alimentos e podem reduzir a absorção férrica em até 50%. (Brotherhood, S/D). A nutricionista Patrícia Bertoni Brotherhood também alerta que para que uma dieta rica em ferro apresente os efeitos de melhora e cura, é necessário que a mesma seja seguida durante pelo menos 3 meses. É recomendado que as combinações com os alimentos sejam feitas corretamente, caso contrário os alimentos podem não apresentar os efeitos desejados. Por isso, é importante o conhecimento sobre os alimentos e os nutrientes presentes nos mesmos. (Stuppiello, 2017). 8 2.4 Hemoglobina De acordo com Priscila Soares do Nascimento (S/D), a hemoglobina é definida como “uma proteína presente nas hemácias do sangue, capaz de se ligar a moléculas de oxigênio (O2) e assim transportá-las pelo corpo.” A hemoglobina compõe os eritrócitos (hemácias) e constitui aproximadamente 35% do seu peso. Para que a combinação dos eritrócitos com o oxigênio (O2) seja eficiente, é necessário que o tenham em quantidade suficiente, e essa quantidade depende exclusivamente do nível de ferro presente no organismo. (Souza, S/D). Figura 1: Como funciona o transporte de oxigênio dado pela hemoglobina Fonte: Mundoeducação. É responsável pela coloração vermelha característica do sangue e está presente nas células sanguíneas de todos os vertebrados e de algunsinvertebrados. (Nascimento, S/D. Souza, S/D). A hemoglobina também participa do transporte de nutrientes para todas as células do corpo, e posteriormente, retira as secreções geradas pelas células conduzindo-as para fora do organismo, funcionando como uma espécie de limpeza. (Nascimento, S/D). Souza, S/D). A hemoglobina é formada por quatro subunidades que são unidas por ligações não covalentes. Cada subunidade é composta por uma porção proteica (globina) e uma porção não proteica e um grupo não proteico (heme), a porção heme sendo https://www.infoescola.com/bioquimica/proteinas/ https://www.infoescola.com/sangue/hemacias/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/ 9 derivada e dependente de um átomo de ferro. (Santos, 2019). Figura 2: Estrutura da hemoglobina Fonte: Infoescola As hemácias têm uma vida útil, que quando chega ao fim, as mesmas são quebradas e o ferro presente na hemoglobina é reaproveitado, sendo transportado pela medula óssea e utilizado na produção de mais hemoglobina. (Nascimento, S/D). 2.5 Alimentos Importantes Com base no questionário realizado, cujo os resultados se apresentam no gráfico número 4 e tabela número 2 ambos no item 3.4 da metodologia, verificou-se que os alimentos mais conhecidos popularmente pela presença de ferro são: • Feijão: é considerado uma das principais fontes de nutrientes e tem como seu principal consumidor os brasileiros. É uma fonte de proteínas, contém uma grande quantidade de carboidratos, é uma ótima fonte de ferro, vitaminas do complexo B e fibras. Considerando todos os pontos positivos desse alimento, conclui-se que não possui alto teor calórico. De acordo com pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o consumo diário de feijão por pessoa vem baixando ao longo dos anos, passou de em média 10 120g/dia em 1987, para 107g/dia em 1996. Pode-se afirmar que essa redução está associada ao aumento de ocorrência de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. (Dantas, S/D). Existe uma variedade enorme de feijões, e seu valor nutricional muda de acordo com o tipo. A seguir, os três tipos mais consumidos e seus benefícios: Feijão carioca: rico em fibras, protege o sistema digestivo, ajuda no controle do apetite, auxilia na manutenção e redução de peso. Contém nutrientes como cálcio, fósforo e ferro. Feijão preto: melhora o funcionamento do intestino, ajuda a reduzir o colesterol ruim e possui pequenas quantidades de ômega 3. Melhora o fluxo sanguíneo, tem efeito anti-hipertensivo e os flavonoides presentes na sua casca reduzem o risco de alguns tipos de câncer. Feijão azuki: auxilia na digestão, emagrecimento, no controle da diabetes e do colesterol ruim. Causa uma melhora no fluxo sanguíneo e durante a gravidez auxilia na formação do feto por conter grandes quantidades de ácido fólico. (Beloni, 2018). • Fígado: o fígado é uma das melhores fontes de ferro conhecidas e facilita a absorção do mesmo. Fígado de gado: é nutritivo e rico em vitaminas, foi reconhecido como um dos “super-alimentos” e é recomendado sua inclusão na dieta. No fígado de boi contém as vitaminas A, B12, B5, B6 e C, riboflavina, selênio, cobre, zinco e ferro. (Martin, 2006). • Beterraba: é uma raiz de sabor adocicado, rica em vários nutrientes e pode ser consumida de várias formas. O pigmento da beterraba se dá através de uma substância chamada betacianina, que é classificado como um poderoso agente contra o câncer. De acordo com a nutróloga Valéria Viana. "Os glóbulos sanguíneos absorvem a betacianina e podem aumentar a capacidade de transporte de oxigênio em até 400%. As beterrabas são fontes de vitaminas do complexo B, tais como B1, B2, B5, B6 e B9. Nesta raiz encontra-se também substâncias chamadas fitoesteróis, que são compostos vegetais incapazes de serem produzidos pelo organismo humano. Estas substâncias promovem a redução do colesterol de 30% a 40%. A beterraba possui nitratos que promovem a redução da pressão arterial e é rica em fibras, carboidratos, cobre, magnésio, manganês, cálcio, potássio, Vitaminas A, C, E e K e antioxidantes como o licopeno. A beterraba não é um alimento rico em ferro, tendo pouco contribuição ao combate 11 contra anemia. De acordo com o nutrólogo Lucas Penchel, uma xícara de beterraba ralada contém cerca de 0,8mg de ferro não-heme, enquanto um bife pequeno apresenta cerca de 7,5mg do nutriente. A beterraba apenas auxilia na prevenção de anemia, mas não no tratamento. (Cruz, S/D). • Couve: segundo o site Beleza e Saúde, a couve é uma hortaliça rica em minerais como ferro, cálcio e fósforo, e em vitaminas como A, complexo B e C. combate problemas digestivos, enfermidades no fígado, cálculos renais, etc. A couve apresenta cálcio e magnésio na proporção certa, pois o cálcio necessita do magnésio para ser absorvido e bem aproveitado pelo organismo. Contém fibras que aumentam a saciedade e tem poucas calorias, reduz o inchaço e causa melhoras na pele, rica em vitamina A, que tem função antioxidante. O magnésio presente é essencial para a formação e funcionamento dos neurotransmissores, fundamentais para regular e manter o bom humor. As folhas e caules da couve são fontes ricas de ferro, fósforo, cobre, manganês, selênio, potássio e zinco, também é fonte de vitamina E em proteínas. (Saúde, S/D). • Espinafre: é uma hortaliça que auxilia no tratamento e prevenção da anemia, e é rico em antioxidantes e proteínas, pode ser consumido cru, cozido ou como sucos. Protege a pele contra o envelhecimento precoce, ajuda a emagrecer e previne problemas de visão. (Saúde, S/D) 3 MÉTODOS 3.1 Caracterização do Estudo O estudo aplicado direciona-se às áreas da saúde e informação, visto que contém conteúdos de pesquisa, experimentos laboratoriais e informações alimentícias, bem como testes e resultados baseados nos mesmos. 3.2 Pesquisa de Campo Elaborou-se questionários a partir do recurso Google Forms, com base nas pesquisas realizadas, de modo que este foi divulgado via dispositivo móvel. Obteve- se o total de 138 resposta nos itens obrigatórios, identificados por asteriscos (*). 12 Efetuou-se também, uma curta entrevista com a nutricionista Kelly Stank Erlo para a obtenção de informações alimentares e seus impactos no tratamento da anemia. Abaixo, apresenta-se os questionários e suas respectivas respostas, juntamente com a entrevista citada. 3.2.1 Questionário Popular * * Gráfico 1: Resultados do questionário. Fonte: Autoria própria. * Gráfico 2: Resultados do questionário. Fonte: Autoria própria. 13 * Gráfico 3: Resultados do questionário. Fonte: Autoria própria. Gráfico 4: Resultados do questionário. Fonte: Autoria própria. Tabela 2: Referente ao questionário. Fonte: Autoria própria. Alimentos Quantidade de Votos Feijão 26 Fígado 19 Beterraba 18 Couve 14 Espinafre 10 Outros 33 14 * Gráfico 5: Resultados do questionário. Fonte: Autoria própria. 3.2.2 Entrevista Utilizou-se o recurso de entrevista com a nutricionista Kelly Stank Erlo através do modelo questionário, para a obtenção de informações detalhadas sobre o comportamento e impacto da alimentação do indivíduo diagnosticado com anemia. Abaixo, segue a entrevista. 1. É possível substituir os suplementos utilizados no tratamento da anemia por uma dieta composta tanto por sais de ferro, quanto porauxiliadores na absorção? R= Primeiramente quando chega um paciente, descobre-se o motivo da anemia ferropriva: se está grávida e necessita de uma maior quantidade de ferro, se está com uma perda sanguínea, ou excesso de parasitas intestinais, câncer, hérnia, diverticulose, consequência de cirurgia de estômago, pH’s intestinal e estomacal abaixo ou além do necessário para absorção do ferro. Então dependendo do caso, a suplementação necessária de ferro é tão alta dependendo do grau de anemia que não é bom a ocorrência da substituição, porém, a conciliação entre dieta e suplementos é o ideal. 15 2. É viável esta troca? R= Os suplementos em excesso são prejudiciais, pois oxidam o organismo e podem causar, por exemplo, problemas muito sérios de fígado. Esse acompanhamento tem de ser muito bem monitorado. Mas eu sou a favor de entrar com os suplementos, porém sempre cuidando a alimentação e fazer os exames regularmente. 3. Quais são os auxiliadores de absorção mais eficazes? R= Consumir alimentos com bastante vitamina C junto com os alimentos ricos em ferro como por exemplo o consumo de saladas, frutas ricas em vitamina C auxiliam muito na absorção. Dos vegetais ricos em ferro, o nosso organismo consegue absorver apenas cerca de 5%, com o consumo dessa vitamina a absorção é muito maior. Alimentos ricos em ferro consumidos em jejum são de maior facilidade de absorção. Não consumir lácteos juntamente com o ferro, o cálcio e o ferro não são absorvidos juntos absorve-se ou o cálcio ou o ferro, então, é importante este não consumo. Não comer sobremesa com leite ou derivados do leite ajuda também. Os alimentos integrais contêm fitatos que atrapalham a absorção do ferro. 3.3 Local Os experimentos citados foram realizados no laboratório da Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato, que se localiza na cidade de Taquara, Rio Grande do Sul Brasil. 3.4 Materiais e Reagentes 3.4.1 Materiais • Béquer; • Vidro de relógio; • Agitador Magnético; • Funil de vidro; • Suporte universal; 16 • Argola de ferro; • Papel filtro; • Balança Analítica; • Pipeta Graduada; • Pera de pipetagem; • Capela; • Bico de Bunsen; • Tripé; • Tela de Amianto; • Bastão de vidro; • Faca; • Luva de couro; • Algodão; • Tubos de ensaio para análises em microescala; • Bomba a vácuo; • Funil de Bunchner; • Kitassato 600mL; • Coador; • Fita medidora de pH. 3.4.2 Reagentes • Beterraba; • Espinafre; • Feijão preto; • Iodeto de potássio; • Tiocianato de amônio; • Ácido Nítrico 98%; • Carvão ativado; • Cobre; • Cloreto de amônio; • Ácido Sulfúrico; • Ácido Clorídrico. 17 3.5 Procedimentos Experimentais 3.5.1 Testes de Descoloração de Amostras Para que seja possível a identificação e quantificação de ferro nas amostras, é extremamente importante uma boa visualização da mesma, necessitando de um processo onde a cor natural do alimento seja totalmente ou parcialmente retirada. Iniciou-se o processo cortando uma folha de couve em pedaços pequenos e fazendo um suco com o mesmo. O suco foi coado e submetido a uma filtração a vácuo. Após filtrado, adicionou-se ¼ de espátula de carvão ativado em pó (descolorante adsorvente) e deixou-se a amostra em descanso durante dois dias. Efetuou-se um suco de beterraba, com aproximadamente 30g da hortaliça. O suco foi coado e submetido à filtração a vácuo. Após a filtração, a amostra foi fervida e deixada em repouso por aproximadamente 3 dias, sob o efeito do carvão ativado. O mesmo processo foi repetido com o espinafre, mas no momento da fervura o analito demonstrou mudanças. Após o tempo reservado para o efeito do carvão ativado, filtrou-se as amostras (todas) com algodão, utilizando um funil de vidro e pedaços de algodão o suficiente para que a amostra líquida não vazasse pelos arredores. Observou-se o efeito do carvão. Efetuou-se uma solução de mistura de ácidos, ácido clorídrico (HCl) 1 molar e ácido sulfúrico (H2SO4) 0,25 molar, adicionou-se 5 folhas de espinafre e deixou-se em repouso durante 2 dias observando o que ocorreu. 3.5.2 Digestão Ácida das Amostras Pesou-se cerca de 50g de feijão preto em um béquer com o auxílio de uma balança analítica e a amostra foi aquecida em um bico de Bunsen até alcançar a fervura. Após o aquecimento transferiu-se o béquer contendo a amostra para a capela, onde encontrava-se o agitador magnético ligado no modo em que se manteve apenas a função temperatura, continuando o aquecimento no decorrer do processo. Adicionou-se 50mL de ácido nítrico e a amostra permaneceu em aquecimento 18 constante, até verificar-se uma mudança de estado físico total da amostra. Repetiu-se o processo com beterraba sendo o analito. Após as digestões, conferiu-se o pH de cada uma das digestões. 3.5.3 Método Analítico Qualitativo Iniciou-se o processo cortando uma folha de couve em pedaços pequenos e fazendo um suco com o mesmo. Separou-se este suco em tubos de ensaio para análises em microescala. O mesmo processo foi repetido com beterraba e espinafre. Adicionou-se cerca de três gotas de cloreto de amônio em cada tubo com as diferentes amostras. Adicionou-se em outros tubos de ensaio com os diferentes analitos um pedaço de fio de cobre, para comprovar a existência de um íon metálico capaz de reduzir o mesmo. Para que a comprovação e diferenciação dos íons ferro 2+ e 3+, utilizou-se o método da marcha analítica dos cátions. Separou-se as amostras digeridas de feijão e beterraba em pequenos tubos de ensaio e adicionou-se 4 gotas de tiocianato de amônio em cada amostra, observou- se o que ocorreu. Em seguida, transferiu-se uma pequena alíquota das amostras de feijão e beterraba para dois novos tubos de ensaio, adicionando-se 4 gotas de iodeto de potássio. Observou-se o resultado. 3.6 Variáveis de Estudo As variáveis ou possíveis variáveis observadas ao decorrer dos testes: • A calibração e funcionamento da balança analítica não estão corretos, pois os números dos pesos das massas oscilam, interferindo no resultado final. • A calibração das vidrarias pode interferir, tanto por defeito nas mesmas, quanto por erros operacionais ao longo do processo. • A concentração e disponibilidade de reagentes afeta principalmente os métodos experimentais, pois dependendo do processo utilizado é necessário que haja a preparação de certos reagentes e podem ocorrer erros do 19 operador ao manusear certas substâncias que contém propriedades que podem reagir com o ar e até mesmo com o vidro. A disponibilidade de reagentes pode interferir, já que para testes específicos há necessidade de certos reagentes que não podem ser substituídos. • A bomba a vácuo disponível apresenta uma maior lentidão no processo, ao invés de colaborar na agilidade, acabou atrapalhando. Mas usou-se um método alternativo e não menos eficaz, a filtração através do algodão. 4 CRONOGRAMA Tabela 3: Cronograma de controle das atividades e levantamentos de dados necessários. Atividade Meses para realização das atividades Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Escolher tema de estudo X Encontrar orientador X Leitura para fundamentação X X X X X X X X X X Redação da Introdução X X Redação da Revisão de Literatura X X X X X X X X X X Redação dos Métodos X X X X Exame de Qualificação Correções após Exame de Qualificação X Coleta de Dados X X X X X Análise Estatística Redação dos Resultados X Redação da Discussão e Conclusão X Normatização e Finalização do Projeto de Pesquisa X 20 Banca de Defesa do Projeto de Pesquisa X X Correções após Banca de Defesa e Entrega do RelatórioFinal X 5 RESULTADOS Os resultados a seguir demonstram o decorrer dos métodos experimentais e principais pontos observados através dos mesmos. 5.1 Resultados em Texto Nos processos de tentativas de descoloração das amostras por quaisquer métodos utilizando como base o suco do alimento e tendo como principal agente descolorante adsorvente o carvão ativado, foi possível observar uma mudança drástica de coloração, mas não clareando o suficiente para que fosse possível efetuar as análises posteriores. Na tentativa de descoloração do espinafre por meio de banho ácido ocasionou o amarelamento das folhas. A digestão ácida das amostras proporcionou uma coloração amarela nos dois tipos de amostra, porém o feijão passou da forma sólida para líquida e amarela e a beterraba passou da forma sólida para uma amostra gelatinosa e amarela, com escala de pH 2 para o feijão e 4 para a beterraba. Os primeiros testes analíticos qualitativos realizados com o cloreto de amônio apresentaram precipitado apenas no suco da couve. O cobre quando mergulhado nas referentes amostras apresentou mudança no seu aspecto, comprovando que ali havia um metal capaz de reduzir o fio de cobre, podendo ser este metal ferro ou zinco. As amostras digeridas em presença do tiocianato de amônio obtiveram uma coloração marrom-avermelhada, comprovando a presença do íon Fe3+. 5.2 Resultados em Figuras 21 . Figura 3: Suco de beterraba dividido em tubos. Figura 4: Suco de couve dividido em tubos. Fonte: Autoria Própria. Fonte: Autoria Própria Figura 5: Suco de espinafre durante a Figura 6: Suco de espinafre após o fervura. descanso submetido na presença de Fonte: Autoria Própria. carvão ativado. Fonte: Autoria Própria. 22 Figura 7: Espinafre em banho ácido. Figura 8: Cobre metálico após entrar em Fonte: Autoria Própria. contato com os sucos de couve, beterraba e espinafre respectivamente. Figura 9: Beterraba após a digestão com Figura 10: Feijão durante a digestão. aspecto gelatinoso. Fonte: Autoria Própria. Fonte: Autoria Própria. 23 Figura 11: Feijão após a digestão. Figura 12: Feijão digerido em presença de Fonte: Autoria Própria. tiocianato de amônio. Fonte: Autoria Própria. Kjn Figura 13: Beterraba digerida em presença de tiocianato de amônio. Fonte: Autoria Própria. 6 DISCUSSÃO As amostras têm de ser obrigatoriamente no estado líquido, pois em sólido ou 24 pastoso não é possível que ocorram análises, já que apenas em estado líquido os compostos encontram-se em forma de íon e assim é feita a descoberta e confirmação. O método de suco não se mostrou viável principalmente pela perda de reagente no processo de filtração e coagem. O carvão ativado é utilizado como purificador e descolorante de substâncias. Os testes onde utilizou-se o carvão ativado, observou-se uma mudança de coloração, mas não o suficiente para que fosse possível observar a mudança de coloração do meio ou aparecimento de precipitado. O suco do espinafre apresentou mudança de coloração logo na fervura, constatou-se que os corantes (até mesmo em alimentos naturais como a clorofila) são compostos instáveis que mudam sua estrutura diante de uma mudança brusca de temperatura. O suco da beterraba pode ser usado analiticamente como um medidor de pH, alterando a cor caso o meio fosse ácido ou básico, ou seja, para que ocorressem testes qualitativos com o analito, não poderia ser com o suco, mas com a própria amostra em estado líquido. O banho ácido do espinafre não se mostrou eficaz, uma vez que apenas desidratou a amostra. A digestão ácida tanto do feijão como da beterraba foi o melhor método encontrado. As duas amostras encontraram-se em um baixo pH, por consequência da concentração do ácido utilizado. As amostras obtiveram cor amarela e textura líquida. A beterraba demonstrou um aspecto gelatinoso (ainda que líquido), mas os testes não sofreram interferência por meio deste estado. No método analítico utilizou-se o reagente tiocianato de amônio como primeira opção, pois é o reagente que difere a forma ferrosa da forma férrica e sais de amônio vêm de uma base fraca (NH4OH), onde o cátion da amostra não apresenta interferência. O ferro é um metal relativamente fácil de ser identificado, uma vez que uma de suas propriedades é inibir a capacidade de reação de outros cátions. O tiocianato de amônio provoca coloração vermelha na amostra, em presença do íon Fe3+ e não provoca alterações em presença do Fe2+. 25 Lk A forma férrica é diferenciada da forma ferrosa através do tiocianato de amônio, onde em presença de ferro II não há mudanças no meio, mas em presença de ferro III o meio apresenta coloração vermelha. Tabela 3: Métodos de identificação do cátion ferro II, através da marcha analítica dos cátions. Fonte: Identificação Qualitativa de Cátions – Amostra L. Tabela 4: Métodos de identificação do ferro III, através da marcha analítica dos cátions. Fonte: Identificação Qualitativa de Cátions – Amostra L. 26 7 CONCLUSÃO Não foi possível concluir as análises quantitativas, pois os testes de preparo de amostras utilizaram um longo período de tempo, assim não havendo tempo disponível para a análise quantitativa. O processo ideal para preparação de amostras é a digestão ácida, que serve para qualquer tipo de amostra, desde tecidos a alimentos. Os alimentos analisados após o método correto de preparação apresentaram o íon ferro III em ambas as amostras. 27 8 REFERÊNCIAS BELONI, Patrícia. 15 melhores tipos de feijão: conheça cada um. Disponível em: < https://www.ativosaude.com/alimentacao-saudavel/15-melhores-tipos-de-feijao/ >. Acesso em: 28 de setembro, 2019. BERTOLUCCI, Patricia. Alimentos ricos em ferro: benefícios e como aumentar absorção. Disponível em: < https://www.minhavida.com.br/alimentacao/materias/30680-alimentos-ricos-em-ferro- beneficios-e-como-aumentar-absorcao >. Acesso em: 25 de setembro, 2019. BROTHERHOOD, Patrícia Bertoni. Absorção do ferro: 5 formas para aumentarmos a presença do mineral no organismo. Disponível em: < https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/absorcao-do-ferro-5-formas-para- aumentarmos-a-presenca-do-mineral-no-organismo_a4573/1 >. 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