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BRONCOPNEUMONIA VERMINOSA Causada por parasitas gastrointestinais que passam pelas vias respiratórias, ppt traqueia e pulmão (brônquios), onde se desenvolvem em vermes adultos. A maior parte pertence ao gênero Dictyocaulus e causam broncopneumonia diretamente: Bovinos: Dictyocaulus viviparus – L1 nas fezes, acomete traqueia e brônquios. Equinos: Dictyocaulus arnifield – L1 nas fezes; acomete brônquios. Ovinos e caprinos: Dictyocaulus filaria – L1 nas fezes, acomete traqueia, brônquios e alvéolos; Muellerius cappilaris – mais raro (climas temperados e região Sul do Brasil); L1 nas fezes; HI: gastrópodes (caramujo e lesmas); acomete alvéolos. Suínos: Metastrongylus sp – zoonótico (raríssimo); ovo nas fezes; HI: minhoca; acomete brônquios e bronquíolos; Felinos: Aerulostrongylus – L1 nas fezes; HI: moluscos e HP: roedores e aves (L3); acomete bronquíolos e tecido pulmonar formando nódulos. DICTYOCAULUS SPP Superfamília Trichostrongylus; Ciclo de vida direto (apenas 1 hospedeiro). Dictyocaulus viviparus Pneumonia verminótica; Bovinos jovens (bezerros) no primeiro ano de pastoreio – bastante imunogênico; Forma infectante: L3; Mudanças estadiais ocorrem no pasto – não possuem HI; Acomete alvéolos, brônquios, bronquíolos e traqueia; Liberação de L1 nas fezes Baermann direto. o Ciclo L1 (ambiente) L2 > L3 na pastagem Protegias nos esporos do fungo Pilobolus Eclosão dos esporos L3 ingeridas na pastagem (via de infecção oral) L3 atravessa a parede intestinal Via linfática, gânglios mesentéricos (L4 se desenvolve) Corrente sanguínea e capilares alveolares Muda para L5 nos pulmões Adultos liberando ovos Eclosão das larvas no tecido pulmonar Migram pelas vias aéreas/árvore brônquica para a faringe Deglutidas e eliminadas nas fezes. o Patogenia Fase de penetração (1º ao 7º dia) – sem sintomatologia (desenvolvimento da L4); Fase de pré-patência (8º ao 25º dia) – larvas nos alvéolos e bronquíolos Reação inflamatória (alveolite e bronquite) com infiltrado eosinofílico espumoso (eosinófilos, macrófagos e neutrófilos); Fase de patência (25º ao 60º dia) – grande quantidade de muco, vermes adultos eliminando ovos (podem se tornar L1) que são aspirados junto as larvas Causam pneumonia, enfisema, edema, aumento da FR, tosse e morte a depender da carga parasitária e reinfecções; Fase de pós-patência (61º ao 90º dia) – vermes mortos, eliminação dos vermes adultos, epitelização pulmonar, fibrosamento de brônquios, edema e enfisema, pneumonia intersticial aguda por aspiração de produtos de vermes mortos, antígenos produzidos pelos vermes mortos estimulam formação de IgE, morte do hospedeiro. OBS.: Vermes + intenso exsudato inflamatório = Obstrução. o Sinais clínicos Tosse, aumento da FR e posição atípica (tentando puxar o ar), perda de peso, apatia, infecções secundárias (raras em bovinos) e mortes. o Diagnóstico Clínico: Histórico da região; Sintomas clínicos; Período do ano – ppt início do inverno (larvas no animal); Laboratorial – método de Baermann L1 nas fezes; Post-mortem – necropsia com o encontro do verme nos pulmões (comprometidos com enfisema, vermes adultos em brônquios e bronquíolos); Diagnóstico diferencial Quadro. o Epidemiologia Bezerros jovens (1º ano de vida) – animais com contato inicial com o pastoreio. OBS.: O resgate de animais para áreas endêmicas pode levar a Dictyocaulose tardia (após o primeiro ano); Acomete vários animais da mesma idade; Adultos de regiões livres e introduzidos em regiões endêmicas – é necessário prévio contato para desenvolvimento de resistência; Climas amenos e úmidos – Sudeste: outono e inverno; Regiões serranas e vales próximos a serras; Adultos – assintomáticos e fontes de infecção para animais jovens e pasto; Imunidade sólida – pós-contato com o agente. IMPORTANTE.: Fungos do gênero Pilobolus: macrofungos com esporos onde as L3 ficam protegidas. Quando os esporos eclodem auxiliam na disseminação do agente no solo; No pasto: larvas migram do solo para ponta de capim e vice-versa procurando locais úmidos. o Controle Portadores assintomáticos – carga parasitária baixa; Permitir que o bezerro adquira imunidade – contato; Larva sensível a temperaturas altas e pouca umidade – regiões de baixios e pastos alagados favorecem a multiplicação; Tratamento após o início dos sintomas. Importante.: As mesmas medidas adotadas para vermes intestinais: controle estratégico. o Tratamento Benzimidazóis (Oxibendazol); Levamisol (Fosfato ou Cloridrato); Lactonas macrocíclicas (Ivermectina, Abamectina e Doramectina). OBS.: As mesmas bases usadas para vermes gastrointestinais. Importante.: Intervalo de 4 anos para troca de bases em bovinos. Vacina Reino unido (1961) – DICTOL; Vacina irradiada (radiação ômega – 400 Gy) com aplicação oral; Indicações: 2 doses da vacina com intervalo de 4 semanas entre doses a partir dos 3 meses de idade para bezerros (animais estabulados devido ao inverno rigoroso); Mil L3 vivas e atenuadas (vermes estéreis devido a irradiação) – não produzem patogenia intensa. OBS.: Uma carga parasitária maior (2-5 mil) poderia levar o animal a morte. Dictyocaulus filaria Ovinos e caprinos; Forma infectante: L3; Fezes: L1 (Baermann direto); Caprinos são mais susceptíveis do que ovinos; Ciclo (sem Pilobolus), tratamento e diagnóstico = Bovinos; Patogenia: menos grave, porém o aparecimento de corrimento nasal e infecção secundária é mais frequente. Muellerius cappilaris Ovinos e caprinos; Fezes: L1 (Baermann direto); HI: moluscos gastrópodes (+ de 40 espécies). OBS.: Ciclo praticamente igual, mas possui HI obrigatório (sem ele não se desenvolve); Geralmente achado de necropsia: Adultos no tecido pulmonar; Formação de nódulos; Calcificação dos nódulos; Lesões nodulares na superfície do pulmão. o Ciclo L3 (ambiente) Ingerida por moluscos (L1 > L2 > L3) Ovinos ingerem molusco com L3 (via de infecção: oral) L3 atravessa a parede intestinal Via linfática, gânglios mesentéricos (L4 se desenvolve) Corrente sanguínea e capilares alveolares Muda para L5 nos pulmões Adultos Eclosão das larvas no tecido pulmonar Migram das vias aéreas/árvore brônquica para a faringe Deglutidas e eliminadas nas fezes. o Diagnóstico Baermann: L1 Muellerius sp: cauda mais afilada e curta; L1 D. filaria: cauda mais romba e apêndice na região anterior. PRÁTICA TESTES DE SENSIBILIDADE PARA CARRAPATOS PROBLEMAS RELACIONADOS AOS CARRAPATICIDAS Resistência – fenômeno mais importante. É adiável, mas não é evitável; Segurança alimentar – resíduos dos produtos não devem ultrapassar os limites máximos estabelecidos; Efeitos sobre o ambiente – prejuízos a fauna coprófata e saprófita presente no solo, impedindo a degradação de fezes e outras matérias orgânicas presentes no solo; Intoxicações – ppt na mão-de-obra utilizada para controle, nem sempre são agudas. Eficácia – depende do pH da água, [ ] de Cl-, grau de sujidade da água utilizada (utilizar água o mais limpa possível). Como a resistência se desenvolve? Mutações, por exemplo no receptor do carrapaticida. Aumento da mutação Susceptíveis morrem Resistentes se mantém. IMPORTANTE.: Seleção, uso contínuo do produto, resistência cruzada, irreversível? TESTES DE SENSIBILIDADE Teste de imersão de adultos (Biocarrapaticidograma) – mais feito, cepas expostas x cepas não expostas Utilização de fêmeas (comparação do número de ovos produzidos); Teste do pacote de larvas; Teste de imersão de larvas – menos prático e exige população de carrapatos 100% sensível a qualquer carrapaticida. OBS.: Já se sabe os grupos de genes resistentes a diferentes medicamentos através do uso da técnica de PCR (utiliza-se genes para quantificar a resistência). Tolerante: não foi exposto,mas tem os genes x Resistente: é exposto e começa a multiplicar os genes. IMPORTANTE.: Após a constatação de resistência a multidrogas, deve- se utilizar o princípio ativo mais eficaz. OBS.: Aumentar a dose (cuidado com intoxicação) e reduzir o intervalo de aplicações antes de mudar o produto. INFESTAÇÕES POR CARRAPATOS EM BOVINOS As espécies de carrapato possuem maior ou menor grau de especificidade. Grande parte dessas espécies podem se alimentar em hospedeiros alternativos (não específicos) esporadicamente, podendo completar seu ciclo. Nesses casos, as fêmeas não irão se ingurgitar de forma eficiente, ou seja, sua nutrição será deficiente, o que influenciará o número de ovos colocados e consequentemente a viabilidade das larvas Grande parte das espécies se alimentam de sangue em praticamente todas as fases (larva, ninfa e adultos). Devido a isso, possuem substâncias importantes na saliva, que é inoculada no hospedeiro para diminuir suas respostas a adesão do carrapato. A saliva libera substâncias anticoagulantes e vasoativas (vasodilatação promove maior aporte sanguíneo na área). Além disso, também libera toxinas que podem causar alterações metabólicas no hospedeiro, como diminuição de apetite e até mesmo a paralisia ascendente (neurotoxina). Comparativamente a outros artrópodes, o engurgitamento do carrapato é considerado lento (alimentação por longos períodos), o que tem influência sobre seu potencial vetorial e relevância parasitária. Em questão de importância vetorial para os animais, os carrapatos são os primeiros da lista, em relação ao ser humano são os segundos e vem após os mosquitos. O macho não se ingurgita, pois não precisa produzir ovos e para maturação dos ovários. Pequena quantidade de sangue já é suficiente para produção de espermatozoides. CARRAPATOS E SUA RELEVÂNCIA PARASITÁRIA Artrópodes hematófagos; Vetores de agentes (vírus, bactérias, protozoários, filarias) – de acordo com o agente pelo qual o carrapato é infectado, o comportamento dele é modulado, ppt em relação a busca pelo hospedeiro, o que aumenta as chances de veiculação do agente; Inoculação de toxinas – podem causar alterações metabólicas no hospedeiro, como diminuição de apetite e até mesmo a paralisia ascendente (neurotoxina); Fixação profunda durante seu processo de alimentação – relacionada ao potencial vetorial, pois aumenta o tempo de contato com o hospedeiro e para inoculação do agente. Ingurgitamento lento – favorece o maior tempo de permanência sobre os animais e, consequentemente, cria maiores chances de atuar como vetor de agentes; Grande potencial biótico; Graus de especifidade variáveis – aumenta sua relevância parasitária, pois aumenta sua chance de sobrevivência e as chances de adquirir agentes infecciosos que podem ser transmitidos para animais e seres humanos ao se alimentar em vários hospedeiros, inclusive os alternativos. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Principal problema relacionado a bovinos: prejuízo econômico devido a redução da produção de carne e leite. Danos diretos: espoliação, inoculação de toxinas, transmissão de doenças, redução da qualidade do couro, redução na produção de leite e carne e abortos. Danos indiretos: gastos com mão-de-obra, medicamentos, equipamentos, manejo etc. CARRAPATO Cada fêmea de R. microplus se alimento de 2-3 mL de sangue/dia; 1-1,4g de peso/dia/por carrapato. Níveis de infestação por carrapatos: Bos taurus: 94 carrapatos por animal – evoluíram em locais com clima desfavorável ao desenvolvimento de carrapatos; Bos indicus: 3,3 carrapatos/animal – evoluíram em locais com clima favorável ao desenvolvimento de carrapatos e isso foi um critério de seleção e resistência. BIOLOGIA Ciclo possui duas fases: 1. Ambiental – grande variação devido a temperatura e umidade: pode demorar 35 dias em épocas quentes e úmidas, até 90 dias em épocas frias e secas; 2. Animal – o desenvolvimento larva-adulto depende das condições oferecidas pelo hospedeiro, mas em média dura 21 dias. IMPORTANTE.: Carrapatos monoxenos (Rhipicephalus boophilus microplus): larva, ninfa e adultos se desenvolvem sobre o animal; Carrapatos trioxenos (Amblyomma, Ixodes): as mudanças de larva para ninfa e de ninfa para adultos ocorrem no ambiente. Devido a isso, o número de gerações por ano é menor. DISTRIBUIÇÃO POPULACIONAL DO CARRAPATO Bovino: 5% Alvo dos carrapaticidas; Ambiente: 95% (fase de ovo e larva para monoxenos e ovo, larva e adultos para trioxenos) Reinfestação dos animais. OBS.: É necessário utilizar estratégias para controlar o carrapato no ambiente para evitar as reinfestações. CICLO Tempo para desenvolvimento: media das regiões do Brasil (a maioria das regiões promove condições ideais para o desenvolvimento rápido). Teleógena libera ovos nos períodos de pré-postura e postura: podem durar até 90 dia dependendo das condições ambientais. MÉTODOS DE CONTROLE Controle químico – realidade no Brasil; Alternativas de controle: vacinas, fitoterápicos, manejo de pastagens, seleção genética. OBS.: É necessário conhecer as situações específicas (clima e condição ambiental) de cada região para se obter sucesso no controle. CONTROLE QUÍMICO Principais princípios ativos: Organofosforados*; Carbamatos*; Piretróides*; Diamidinas*; Spinosad*; Fipronil (Topline) – inibidor da síntese de quitina que impede a mudança de fase de larva para ninfa e de ninfa para adultos, já que o exoesqueleto é formado por quitina (resultado não é imediato, leva 15 dias – 50 dias de liberação no leite); Fluazuron (Acatak); Diflubenzuron; Associações. IMPORTANTE.: * = podem ser utilizados em bovinos de leite devido ao baixo período residual (24h). Os outros possuem períodos residuais longos. Lactonas macrocíclicas não são indicadas como carrapaticidas. São endectocidas e podem ser usadas para auxiliar no controle, pois não possuem eficácia suficiente (<90%). Além disso, possuem períodos residuais longos para carne e leite e, caso sejam utilizadas como primeira medida para controle de carrapatos, pode-se estar perdendo uma arma importante; Abamectina (boa eficácia) e Eprinomectina descarte 0. OBS.: Grande parte desses interferem na transmissão do impulso nervoso dos artrópodes. FORMAS DE APLICAÇÃO DE CARRAPATICIDAS Pulverizador ou bomba costal – ainda é uma das formas mais utilizadas, apesar da relação custo- benefício ser desfavorável (1 pessoa consegue realizar o controle em apenas 20 animais/dia) e de gerar muitos problemas de intoxicação do aplicador; Pulverizador estacionário motorizado – aumenta a eficácia e a eficiência da pulverização, pois consegue-se tratar um número muito mais elevado de animais/dia; Pulverizador móvel; Pour-on – produto aplicado no dorso do animal, devido a praticidade vem substituindo o pulverizador costal. Falhas: a regulagem do produto é feita por quilo e muitas vezes o produtor utiliza a fita de pesagem, o que pode predispor subdoses (resistência do carrapato) ou sobredoses (intoxicação do animal); Imersão ou piscinas carrapaticidas com calda carrapaticida – muito eficaz, porém está cada vez menos comum devido a problemas como acúmulo de gordura, sujeita e matéria orgânica na calda, diminuindo a eficiência e levando a resistência dos carrapatos. Além de problemas relacionados com intoxicação e falsa via por aspiração do produto. Câmara atomizadora ou ducha veterinária – muito utilizada devido a custo e manejo. Muitas vezes não apresenta eficiência muita elevada devido a não penetrar nas regiões de difícil acesso; Injetável. AVALIAÇÃO DA SENSIBILIDADE A CARRAPATICIDAS Testes in vitro: teste de imersão de adultos (Biocarrapaticidograma), teste do pacote de larvas e teste de imersão de larvas. RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE Adotadas de acordo com as variações climáticas (umidade,temperatura, pluviosidade) e aspectos epidemiológicos. O controle estratégico se baseia nas condições ambientais que se encontra nas regiões de acordo com a época do ano Diferencia a época de início de final do tratamento. FREQUÊNCIA E INTERVALO DE TRATAMENTOS Pulverização: 5-7 banhos com intervalo de 21-28 dias; Pour-on: 4-6 tratamentos com intervalo de 28-36 dias. OBS.: Número de aplicações menor devido ao período residual maior. IMPORTANTE.: Escolha do produto – testes de sensibilidade aos carrapaticidas; Determinação da época mais adequada – de acordo com as características da região. IMPORTANTE.: Umidade e temperatura elevadas são favoráveis ao desenvolvimento da população de carrapatos, mas todo excesso pode ser prejudicial. As épocas mais secas (umidade <60%) são desfavoráveis para o desenvolvimento, por isso, deve- se realizar o controle no final da estação seca para diminuir a população da primeira geração, que se formará no início das chuvas. ÉPOCAS DE APLICAÇÃO o Sudeste e Centro-Oeste Regiões mais baixas e úmidas (meses de temperaturas mais altas): janeiro a abril; Regiões mais altas (período de UR mais baixa): antes das chuvas. o Nordeste Zona da Mata e Agreste: janeiro a março; Sul da Bahia e Região Norte: agosto a outubro. o Sul Em alguns locais são necessários apenas 3 banhos por ano com intervalo de 3 meses entre eles. Nessas regiões, não há formação de 3 gerações por ano. IMPORTANTE.: Locais onde não há carrapatos. Problema: obtenção de animais dessas regiões para regiões onde há muitos carrapatos. Para esses animais o ideal seria soltá-los no pasto e manter um controle rígido para tratá-los no início das manifestações, ou, outro método seria soltá- los no pasto e tratá-los no quinto dia de contato. O ideal seria uma quantidade leve de carrapatos, para o animal ter contato e adquirir resistência. APLICAÇÃO DO BANHO CARRAPATICIDA POR ASPERSÃO Contenção adequada – corda, canzil, brete; Contato da solução com toda a superfície da pele – gotículas para molhar o animal de forma mais eficiente; Regiões de difícil acesso: axilas, virilha, região ventral medial do úbere, região perianal e pavilhão auditivo; Deve começar da região posterior em direção a região anterior; Cabeça; De baixo para cima – tem se mostrado mais eficaz devido a ser no sentido contrário do pelo, o que diminui a perda da calda, que é mais absorvida pela pele; Evitar horas de sol forte e dias de chuva. OBS.: São necessários em média 4-5 litros de calda carrapaticida para molhar completamente um animal. PARÂMETROS RELACIONADOS A DIFERENTES TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE CARRAPATICIDAS Infestação; altura, tipo e lotação da pastagem; grau de sangue europeu, aplicação correta, resistência. ALTERNATIVAS DE CONTROLE o Seleção genética Animais resistentes direcionam suas respostas para os locais infestados, consequentemente, utilizam mais a língua para autolimpeza. Essa reação de hipersensibilidade (prurido, reação exsudativa e edematosa) favorece a queda da larva. Por isso, esses animais possuem níveis de infestação menores. Nelore e Gir: 90% de resistência; Jersey: 70% de resistência; Pardo-suíço e Holandês: 20% de resistência. OBS.: 10-15% dos animais do rebanho são mais suscetíveis e possuem 90% da carga parasitária. O ideal seria eliminar esses animais, porém, esse critério não deve ser utilizado para seleção, pois existem questões mais importantes como resistência a mastite, melhor conversão alimentar e maior produção. o Seleção natural Bos indicus (Nelore apresenta maior resistência) > Bos taurus (Jersey e Holandês apresentam menor resistência). o Sistemas de rotação de pastagem Em geral, o período de descanso dura 30 dias, sendo o máximo 45 dias (perde-se características desejáveis da forrageira). As larvas de carrapatos bovinos permanecem vivas na pastagem em média por 83 dias, ou seja, seriam necessários 83 dias de descanso sem o hospedeiro na pastagem para obtenção de eficiência Uma alternativa é separar uma área e dividi-la em 4, deixar as forrageiras crescerem por 30 dias em cada uma delas e cortá-las para produção de feno. Com isso, obtém-se 90 dias de descanso da área. VACINA Carrapato possui antígeno oculto: proteína presente no intestino que é utilizada para fabricação da vacina. Pega-se o gene da proteína BM86 e expressa-se a mesma em bactérias. Multiplica-se as bactérias e elas passam a produzir a proteína. Extrai-se a proteína em solução e a inocula nos bovinos, que irão produzir anticorpos contra essa proteína. O carrapato ingere o anticorpo junto com o sangue e o anticorpo se liga no intestino reduzindo a capacidade de absorver sangue. Além disso, não libera saliva e perde a capacidade de inocular agentes (diminui a transmissão das doenças). TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA Considerada um complexo de doenças com 3 agentes envolvidos: Anaplasma marginale (bactéria gram negativa transmitida por mosca, carrapato ou forma iatrogênica como descorna e castração), Babesia bigemina e Babesia bovis. Agentes de localização intraeritrocitária com características diferentes, mas sinais clínicos e epidemiologia semelhantes. IMPORTÂNCIA Perdas econômicas: Mortalidade; Perda de peso; Retardo do crescimento; Queda na produção de leite; Baixa fertilidade; Abortos; Interferência no ciclo estral; Gasto com manejo e medicamentos. OBS.: Dipropionato de imidocarb tem apresentado falhas em algumas situações Suspeita de resistência. TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO DA ANAPLASMOSE Carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus; Transplacentária; Por agulhas, instrumental cirúrgico de castrações ou descorna e outros utensílios; Moscas. TRANSMISSÃO DA BABESIOSE Carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus – transmissão transestadial e transovariana; Transplacentária. PERÍODO DE INCUBAÇÃO Da infecção até os primeiros sinais clínicos. Babesia: 7 a 20 dias; Anaplasma: 28 a 42 dias. SINAIS CLÍNICOS Anaplasmose Apatia severa, febre, anorexia, icterícia, queda abrupta da produção de leite nas fêmeas e aborto. Babesia por Babesia bigemina Apatia, anorexia (redução do apetite), emagrecimento, febre, pelos arrepiados, taquicardia, mucosas, hipocoradas e hemoglobinúria (intensa hemólise intravascular). Babesiose por Babesia bovis Incoordenação motora (pode ser confundida com a Raiva), acuidade visual diminuída, icterícia (mucosas amareladas), mioclonias, pressionar a cabeça contra obstáculos, andar em círculos, agressividade, decúbito lateral com movimentos de pedalagem e vocalização. IMPORTANTE.: Causa trombose nos capilares cerebrais Hipóxia cerebral Morte em período curto (não apresenta hemoglobinúria, pois não dá tempo). Normalmente os sinais clínicos são mais brandos em bezerros, devido a imunidade passiva (anticorpos adquiridos pelo colostro) e a presença de fatores que podem inibir a multiplicação de parasitos. Animais Bos indicus são mais resistentes a infecção por Babesia bovis – evolução em ambiente com a presença de carrapatos (foram expostos aos agentes durante o processo de evolução); Com relação a Babesia bigemina e Anaplasma marginale, os resultados são contraditórios. SITUAÇÃO DA TRISTEZA PARASITÁRIA NO BRASIL Anaplasma marginale, Babesia bigemina e Babesia bovis apresentam elevada prevalência na maior parte do Brasil. Baixas populações de carrapato em equilíbrio (estabilidade endêmica/enzoótica): poucos animais com sinais clínicos. Mas quando há aumento da população, ppt devido a variações climáticas, os animais, especialmente os que não possuem contato prévio (altamente susceptíveis), são acometidos. Nesses casos, é importante instituir um programa de profilaxia. Áreas de estabilidade endêmica (Sudeste e Centro-oeste) Condições climáticas (pluviosidade, UR e temperatura) possibilitama ocorrência de carrapatos durante todo o ano; Bezerros tornam-se infectados nos primeiros meses de vida, idade em que são relativamente resistentes Baixa ocorrência de sinais clínicos da doença e desenvolvem imunidade; Mais de 75% dos animais acima de nove meses já tiveram contato com os hemoparasitos Imunidade ativa. OBS.: Dentro de áreas de estabilidade endêmica pode-se criar situações de instabilidade endêmica através da instituição de programa de controle e erradicação (medida de manejo). Áreas de instabilidade endêmica (SC, Paraná, Ceará, Pernambuco e Bahia) Áreas onde as condições climáticas e medidas de manejo podem interromper o desenvolvimento de vetores, resultando em baixas densidades populacionais; Alguns bezerros não se contaminam, devido a isso não desenvolvem imunidade Casos sejam expostos mais tarde, podem desenvolver uma doença grave e com altos índices de mortalidade; Nessas áreas, mais casos clínicos podem ser encontrados; Porcentagem de infecção de 20-75% em animais acima de 9 meses. OBS.: Abaixo de 25% de animais com contato: grande risco de os animais desenvolverem doença graves devido ao contato. Áreas livres (Sul do Rio Grande do Sul) Áreas onde as condições climáticas são desfavoráveis para a manutenção da população de carrapatos. Estas áreas estão um longo período com baixas temperaturas, responsável pela ausência de carrapatos. Os animais são totalmente desprotegidos contra TPB porque não desenvolveram imunidade. IMPORTANTE.: O carrapato deve ser controlado na propriedade, e não erradicado, de forma que os animais sejam parasitados durante todo o ano com baixos níveis de infestação; Subdoses de medicamentos permitirão que o animal desenvolva a doença de forma branca, possibilitando o desenvolvimento de resistência (imunidade) – não é muito indicado. IMUNIDADE IMUNIDADE PASSIVA (COLOSTRO) Deve-se garantir que a vaca teve contato e irá passar anticorpos através do colostro! A proteção pode persistir por até 6 meses de idade para B. bovis e de 3-4 meses para B. bigemina; o Primo-infecção: Os animais permanecem sorologicamente positivos (produção de aa’s) por um período de quatro anos para B. bovis, de dois a três anos para B. bigemina e de 8 meses para Anaplasma marginale. OBS.: Esses fatores devem ser levados em consideração durante a análise de um quadro clínico (histórico). OCORRÊNCIA DE SURTOS Situações: Alta infestação por carrapatos; Baixas infestações por carrapatos em determinados períodos do ano (condições climáticas) ou por medidas de manejo aplicadas; Transporte de animais entre áreas livres e áreas com ocorrência da doença; Imunossupressão dos animais (estresse, doenças concomitantes, má nutrição etc.); Animais que permanecem longos período sem contato com carrapatos – estabulados (surtos ocorrem quando são colocados em pastagens infestadas); Bezerreiros: animais permanentemente estabulados – ocorre frequentemente a presença da doença clínica IMPORTANTE.: A distribuição da população de carrapatos é binomial negativa, ou seja, uma menor parte dos animais (10- 20%) está com a maior carga parasitária (75%). DIAGNÓSTICO HISTÓRICO Presença ou ausência de carrapatos na propriedade – ausência não quer dizer que não há casos, pois existem outras formas de infecção; Contato prévio dos animais com carrapatos; Colostragem dos animais; Controle do carrapato na propriedade; Aumento inesperado de carrapatos na propriedade; Redução da população de carrapatos por longos períodos devido a aplicações de medidas rigorosas. SINAIS CLÍNICOS Febre – não é específico de nenhuma doença; Apatia; Alterações neurológicas – movimentos de pedalagem, opistótono, pressionar a cabeça contra a parede (Babesia bovis); Mucosas hipocoradas; Icterícia; Hemoglobinúria; Queda abrupta na produção de leite. NECROPSIA Esplenomegalia – hiperplasia do sistema monocítico fagocitário; Icterícia; Equimoses; Quadros de coagulação intravascular disseminada ou formação de trombos nos capilares cerebrais, pois as hemácias parasitadas por Babesia bovis tendem a formar protusões que se aderem a parede dos vasos Anoxia ou hipóxia cerebrais Sinais neurológicos; Rins escuros e aumentados; Substância cinzenta com coloração róseo- cereja. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hematócrito – sangue sem anticoagulante (coletar o sangue periférico (ponta da cauda ou orelha) no pico febril, pois existe a tendência das hemáticas se acumularem na circulação periférica e no pico febril ocorrem os maiores níveis de parasitemia – sangue com anticoagulante: avaliação sorológica; Esfregaço de sangue periférico corado com Giemsa ou Panótico; Imprint de cérebro (pequena Babesia – até 2,5 µm), rins, outros órgãos (Babesia bovis é viscerotrópica, Babesia bigemina e Anaplasma marginale são mais periféricas), corados com Giemsa ou Panótico; Elisa e Imunofluorescência. TRATAMENTO Para um tratamento eficaz, é primordial que a doença seja diagnosticada precocemente (se não puder confirmar, fazer o diagnóstico terapêutico, ou seja, tratar o animal): Observação diária dos animais; Atentar a quedas abruptas na produção de leite e alterações no comportamento dos animais; Animais que apresentarem falta de apetite e aumento da temperatura devem receber atenção especial; Observar alterações na cor da urina. Produtos utilizados e dosagens o Babesiose OBS.: Ganaseg.: Tripanossomíase: abaixa a parasitemia, mas o animal continua infectado. o Anaplasmose OBS.: Oxitetraciclina é a mais eficiente. PREVENÇÃO/QUIMIOPROFILAXIA DE CASOS CLÍNICOS Conhecer o histórico dos animais adquiridos (animais adquiridos em propriedades/regiões onde a exposição ao carrapato é baixa); Cuidados com animais da propriedade que permaneceram longos período sem contato com carrapatos; Manter níveis baixos de infestação por carrapatos (rotação de pastagem, controle estratégico do carrapato, cruzamentos Bos taurus x Bos indicus). PROTOCOLOS DE QUIMIOPROFILAXIA OBS.: 21-25º dias: controle de Anaplasma. VACINAÇÃO/PREMUNIÇÃO Vacinas vivas atenuadas o Eritrovac (Hemopar) Vantagens: garantia de inoculação com os três agentes da Tristeza Parasitária Bovina; Atualmente não tem sido mais utilizada.
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