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Conteúdo: INTRODUÇÃO ÀS TÉCNICAS DIETÉTICAS Ivonilce Ventura TÉCNICAS DIETÉTICAS: NOMENCLATURAS, EQUIPAMENTOS E PROTOCOLOS DE AULA 4 Olá! A sistematização das atividades nas aulas práticas é imprescindível para o bom resultado do trabalho. Nas aulas práticas, serão avaliados os pro- cedimentos a que serão submetidos os alimentos durante o preparo para o consumo. Nessa perspectiva, seguir corretamente os protocolos das aulas práticas e conhecer os equipamentos e utensílios são etapas essenciais do processo de elaboração de alimentos. Com esse olhar, neste texto, você vai selecionar o uso correto de ingredien- tes, equipamentos e utensílios na elaboração de alimentos, bem como reco- nhecer os termos mais utilizados tendo como objetivos a economicidade e a valorização das características físicas e organolépticas. Bons estudos! OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Identificar as nomenclaturas usuais na aplicação das técnicas dietéticas. • Diferenciar equipamentos e utensílios básicos para os processos de elabo- ração de preparações. • Escrever protocolos de preparação e as etapas do preparo de alimentos. NOMENCLATURAS USUAIS NA APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS DIETÉTICAS As unidades produtoras de alimentos desenvolvem diferentes métodos e téc- nicas até que o alimento chegue ao cliente de maneira saborosa, agradável, atrativa e adequada no ponto de vista nutricional. Por isso, diferentes termos são utilizados. Veja a seguir alguns desses termos! Você poderá encontrar, ainda, outros termos pesquisando nas referências citadas ao final do capítulo. • Abafar: cozinhar sem água, com a panela tampada e em fogo baixo. Os ali- mentos são cozidos no vapor da própria água. • Al dente: expressão italiana usada para definir o grau de cozimento de mas- 5 sas. É quando a massa está cozida, mas não mole. • Alourar: dourar. Por exemplo, “alourar a cebola” é a mesma coisa que fritá-la até ficar dourada. • Amaciar: termo usado para quando queremos deixar a carne mais tenra. O alimento pode ficar mais macio ao ser batido com um martelo de cozinha, marinado por diferentes períodos de tempo e temperos ou a partir do uso de produtos próprios para amaciar a carne. • Amassar: juntar os ingredientes da receita de uma massa e misturar tudo até formar uma bola. • Apurar: cozinhar lentamente o alimento até obter uma concentração de sa- bor e consistência. • Aquecer previamente: ligar o forno e esquentar até a temperatura desejada, antes de colocar o alimento. • Aromatizar: adicionar ervas, essências, vinhos ou licor a um alimento. É o mesmo que perfumar molhos ou alimentos. • Assar: cozinhar o alimento em forno previamente aquecido. • Assar ao fogo: praticamente a mesma coisa que fritar ou selar a carne. • Assar em grelha: cozinhar em uma grelha quente, sobre carvão ou entre duas superfícies aquecidas. • Atar: amarrar com fio uma ave ou carne para conservar sua forma durante o cozimento. • Banho-maria: método usado para cozinhar ou aquecer um prato mergu- lhando em água fervente o recipiente que contém o alimento. O processo pode ser feito tanto no forno quanto na chama do fogão. Para fazer, encha uma vasilha (panela ou forma) com cerca de dois dedos de água, deixe ferver e coloque outra vasilha dentro com o alimento, mas tampe para que a água não entre. • Bater: pode ser o ato de amolecer carne, ou a realização de uma mistura uniforme, usando-se batedeira elétrica, as mãos ou uma colher de pau. • Bavarois: creme gelado e doce feito, geralmente, à base de gelatina e bis- coito champanhe. • Bechamel: também conhecido como molho branco. • Besuntar: pincelar com algum tipo de gordura um alimento que está sendo grelhado ou assado, para que não fique ressecado. • Bouquet garni: termo francês para o “amarradinho” de ervas e temperos utilizado para aromatizar molhos. As ervas e os temperos variam conforme 6 a receita, mas podem ser tomilho, louro, salsa, manjericão, aipo e estragão. • Branquear: mergulhar alimentos, como legumes ou carnes, em água fer- vente por alguns minutos. • Brodo: termo italiano para designar o caldo obtido através do cozimento de carnes e legumes e, em alguns casos, apurados com vinho branco. • Calda de açúcar queimado: ato de caramelar o açúcar e acrescentar um pou- co de água fria. Deixa-se ferver até dissolver bem o caramelo, ficando em ponto de fio. Calda em ponto de bala dura: ponto da calda que você consegue quando, ao colocar um pouco da calda num recipiente com água fria, esta se solidifica imediatamente e adquire uma consistência quebradiça. É utilizada como base para balas de coco ou de ovos e para caramelar doces. • Calda em ponto de bala mole: ponto em que uma pequena quantidade de calda de açúcar forma uma bolinha quando colocada em um recipiente com água. É utilizada como base para balas, rapaduras e doces em pasta. • Calda em ponto de fio leve ou calda rala: ponto da calda que quando, ao retirar um pouco de calda com uma colher ou garfo, se forma um fio fino que acompanha seu movimento. É utilizada como base para cremes e docinhos. • Caramelizar: derreter o açúcar em uma panela até que fique totalmente líquido e com sabor de caramelo, formando uma calda. Para isso, não use água. É utilizado para “untar” forma de pudim ou para passar docinhos. • Caramelo: açúcar derretido. • Cardápio: relação de preparações ou alimentos que serão consumidos em uma ou mais refeições durante determinado período de tempo. • Chamuscar: passar aves, pés de porco ou leitões sobre chama para tirar melhor as penugens e os pelos. • Clarificar: remover as impurezas da manteiga ou de um caldo aquecendo-os e depois peneirando-os. • Coar: passar um líquido através de um pano ou peneira bem fina. • Concassé: técnica de cortar o tomate (sem pele e sem sementes) em cubos pequenos. • Confit: técnica de cozinhar a carne em sua própria gordura. Antes de co- zinhar, o alimento passa por um processo de marinada ou cura. Depois de pronto, é guardado na gordura do cozimento, que deve ser retirada antes de servir o prato. Também é uma técnica de conservação para frutas e legumes – usando calda de açúcar, aguardente ou vinagre. • Consomê: palavra de origem francesa que significa caldo de carne ou frango muito forte, servido em recipiente semelhante a uma xícara. 7 • Corar: deixar o alimento tomar uma cor dourada. • Cortar em brunoise: cortar em cubinhos bem pequenos. • Cortar em fatias: cortar ou partir em pedaços longos e finos. • Cortar em julienne: cortar em palitos finos e longos. • Cortar em postas: cortar em fatias grossas. • Cozido: prato composto por carnes, legumes e verduras, todos cozidos. • Cozinhar em vapor: submeter o alimento à ação do vapor até ficar no ponto desejado. • Curar carne: conservação da carne por adição de sal, açúcar, compostos fi- xadores de cor e condimentos. • Curtir: ficar bem entranhado em algum molho. • Debulhar: retirar os grãos de vagens ou espigas. Pode significar também retirar a pele ou casca de cereais. • Decantar: passar um líquido de um vaso para outro, a fim de separá-lo dos sedimentos. • Defumar: processo que expõe alguns tipos de alimentos à fumaça vinda da queima de plantas; o objetivo é conservar e mudar o sabor dos alimentos. • Deglaçar: dissolver ou misturar caldo de carne ou vinho às carnes assadas ou fritas com a finalidade de desprender o “fundinho” da panela. • Depenar: tirar as penas das aves. A fim de facilitar o trabalho, escalda-se. Depois, chamusca-se a ave para eliminar a penugem. • Derreter gordura: fritar na panela pedaços de gordura ou de carne gorda, até dissolvê-la. • Descaroçar: remover o caroço ou a semente, como nas ameixas e azeitonas. • Descascar: retirar a casca, como em laranjas, bananas e maçãs. • Desenformar: retirar da forma (gelatina, pudins, bolos). • Desengordurar: tirar o excesso de gordura de uma calda, sopa ou molho. • Desmanchar: misturar uma substância seca com um líquido até que se ob- tenha uma solução. • Desossar: tirar os ossos de carnes e espinhas de peixes. No caso dofrango, depois de depenar a ave, retiram-se a cabeça e os pés, extraindo com a ponta de uma faca toda a carcaça, sem estragar a pele. Conserva-se apenas o pes- coço, as pontas das asas e os ossos das pernas. Tirar os ossos das pernas. • Dessalgar: retirar o excesso de sal de um alimento. Processo muito usado no preparo do bacalhau e da carne-seca. • Destrinchar: com tesoura grande e apropriada, cortar a ave em pequenos pedaços. • Diluir: misturar água com um alimento sólido, fazendo com que este se des- 8 faça. • Dorê: de origem francesa, o termo é utilizado para o alimento que é passado primeiro em farinha de trigo e depois em ovos batidos, antes de ser frito em óleo quente. • Dourar: fritar o alimento até ficar com a cor dourada. Também é passar so- bre determinados alimentos (massas, principalmente) gemas desmancha- das, levando ao forno, para lhe dar uma cor dourada. • Embatumado: encruado, solado, mal-assado. • Embeber: impregnar com líquido, geralmente água, leite, bebidas alcoólicas ou outros. • Empanar: passar o alimento primeiro em ovos batidos e depois em farinha de rosca ou somente em farinha de trigo, antes de fritá-lo ou assá-lo. • Emulsionar: unir dois ingredientes líquidos que normalmente não combi- nam bem, tal como água e gordura. Maionese e vinagretes são emulsões. • Encruado: massa de bolo que não cresceu; embatumado. • Engrossar: dar consistência a uma mistura adicionando farinha ou amido. • Enfarinhar: polvilhar uma forma com farinha. • Escaldar: jogar água fervente nos alimentos sem deixar que cozinhem. • Escamar: tirar as escamas do peixe com faca ou um aparelho próprio, remo- vendo-as da cauda em direção à cabeça. • Esfriar: deixar permanecer na temperatura ambiente até o ponto em que se possa tocar. • Especiarias: condimentos básicos usados em culinária (canela, cravo, noz- -moscada, cominho, pimenta). • Espessar: dar consistência a molhos utilizando farinha de trigo ou maisena. • Espumar: retirar a espuma dos alimentos, caldos ou molhos. • Ferver: quando o líquido colocado no fogo começa a borbulhar. • Flambar: colocar bebida alcoólica (conhaque, whisky ou rum) em uma con- cha de metal de cabo largo, aquecê-la diretamente no fogo e despejar em chamas sobre o alimento. • Folhar: abrir a massa bem fina com um rolo, passar manteiga ou banha, fazer um rolo com ela e abri-la novamente (massa folhada). • Forma untada: forma besuntada com manteiga ou gordura. • Frigir: cozinhar em pequena quantidade de gordura. • Fritar: cozinhar um alimento em gordura quente e abundante. • Gratinar: dourar por cima em forno forte qualquer preparado de creme, purê ou sobremesa. Normalmente, o prato é coberto com molho branco e queijo. • Grelhar: assar em grelhas, no fogo ou sobre carvões. 9 • Guarnições: diversos alimentos preparados para acompanhar pratos ou en- feitá-los. • Hidratar: adicionar líquidos a ingredientes secos para que voltem ao seu estado original, como funghi secchi (cogumelo). • Homogeneizar: deixar homogêneo; fazer com que uma mistura tenha o mesmo aspecto em toda sua extensão. • Inchar: colocar alguns ingredientes de molho em um líquido por um tempo até ele atingir o volume máximo. • Incisão: dar pequenos cortes em carnes, peixes ou presunto, para facilitar seu cozimento. • Incorporar: juntar um ingrediente ao outro com delicadeza, sem bater, até obter uma mistura homogênea. • Infusão: líquido que se obtém derramando água fervente ou outro líquido (como leite) sobre uma erva ou uma planta da qual se quer obter o sabor e o perfume. • Iscas de carne: carne cortada em tiras. • Macerar: amassar algo para retirar o sumo, como normalmente é feito com folhas e frutas. • Marinar: deixar alguns alimentos banhados em preparação de azeite, vina- gre ou vinho com muitos temperos para que fiquem mais saborosos ou mais macios. • Mexer: misturar os ingredientes com uma colher, em movimento circular do centro para fora. • Mise-en-plis: termo francês para ter todos os seus ingredientes preparados e prontos antes de começar a cozinhar. Isso significa ter tudo limpo, descas- cado, cortado e medido. • Misturar: unir bem dois ou mais ingredientes, usualmente com uma colher ou batedeira. • Moer: passar na máquina; triturar. • Molho/caldo: líquido no qual carne ou frango foram cozidos em fogo lento com alguns temperos até amaciar. • Molho bechamel: molho semelhante ao branco, feito com farinha de trigo corada na manteiga. • Pegar: fala-se assim quando algo adere ao fundo da panela, ficando escuro. • Pelar: tirar a pele de amêndoas, tomates, entre outros. • Peneirar: passar ingredientes secos por uma peneira. • Pesar: medir o alimento utilizando balança. • Pesto: molho cru que geralmente contém manjericão fresco, alho, pinhões, 10 queijo parmesão e azeite. • Picar: cortar os alimentos em pedaços muito pequenos. Alimentos picados são menores do que cortados em cubos. • Pitada: porção de pó que se apanha com o polegar e o indicador. • Polvilhar: cobrir ou borrifar suavemente com farinha, açúcar ou outro ele- mento. • Porcionar: estabelecer o tamanho e o peso da porção. • Ralar: passar um alimento pelo ralador até reduzi-lo a migalhas ou pó. • Reduzir: diminuir pela fervura a quantidade de líquido. É o mesmo que “apu- rar”. • Refogar: fritar cebola, tomate e temperos em óleo ou manteiga. • Regar: umedecer a comida enquanto estiver assando. Isto é feito com co- lheradas de líquido ou gordura. • Resfriar: colocar na geladeira até esfriar. • Roux: base do molho branco, preparado com farinha e manteiga. • Salmoura: mistura de água e sal para conservar e até temperar alguns ali- mentos. • Saltear: corar rapidamente um alimento em fogo alto e com pouca gordura, mexendo para que não agarre nem solte água. • Salteado: alimento tostado em panela com uma pequena quantidade de manteiga ou gordura quente. • Sauté: dourar alimentos, como batatas, cenouras e madioquinhas, em pou- ca gordura. • Selar a carne: processo muito importante para garantir a maciez e suculên- cia (umidade) da carne. Basta dourá-la rapidamente em uma superfície bem aquecida até formar uma crosta. • Self service: “autosserviço”; serviço no qual o próprio cliente se serve. • Sobremesa: último prato de uma refeição, composta de frutas e doces. • Sovar: misturar e bater vigorosamente a massa, até que forme bolhas. • Sumo: líquido extraído de frutas e folhas quando pressionados. • Temperar: condimentar com sal, cebola, alho, aipo, louro ou pimenta para dar sabor. • Torrar: corar ao forno, na torradeira ou sobre a brasa. • Tostar: escurecer a superfície rapidamente sob alto calor, o que pode ser feito em uma frigideira quente ou no forno. • Trinchar: cortar aves a partir das juntas dos ossos. • Triturar: reduzir a pequenos fragmentos, mas não a pó; moer. • Umami: “quinto” gosto básico, além de doce, amargo, ácido e salgado. 11 • Untar: passar manteiga ou óleo em assadeiras ou formas. • Xarope: calda de água e açúcar que se leva ao fogo para ferver durante um período de tempo suficiente para que o açúcar se dissolva. EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS BÁSICOS PARA OS PROCESSOS DE ELABORAÇÃO DE PREPARAÇÕES O bom funcionamento de uma unidade de alimentação e nutrição (UAN) exige equipamentos e utensílios adequados às necessidades da unida- de conforme o cardápio que é oferecido ao cliente. Você sabe como é a rotina em uma unidade de produção? O dia a dia na UAN envolve recebimento, armazenamento, pré-preparo, preparo e ser- vimento dos alimentos, além dos processos de higienização de ambientes e equipamentos e utensílios. Cada etapa é desenvolvida em uma área específi- ca da unidade, e cada área dispõe de equipamentos e utensílios próprios para uso em sua área. Para saber mais sobre utensílios e equipamentos por área de traba- lho, faça a leitura a seguir! Área de recebimento Nesta área são recebidas as matérias-primas e os materiais descar- táveis e de limpeza. Ela deve ser próxima ao estoque e provida de rampas de acesso e proteção contra chuva e sol para o momento do recebimento, evi-tando a ocorrência de alterações nos alimentos. Neste espaço, realizam-se o controle higiênico-sanitário dos produtos, a conferência dos dados do pedido com a nota fiscal e a verificação de pesagem e temperatura, quando neces- sário. Nesta área são necessários os seguintes itens: 12 • Balança de pesagem: instrumento usado para medir massa em quilograma. • Termômetro: instrumento usado para medir a temperatura dos alimentos desde o recebimento até o momento do servimento. • Carros de transporte: usados na logística de distribuição das matérias-pri- mas. • Computador: controle da matéria-prima e gestão de estoque do serviço de alimentação. Após a verificação de todas as características do produto e a conferência entre nota fiscal e pedido, o produto deve seguir o fluxo, indo para o armazena- mento, que pode ser em temperatura ambiente ou sob temperatura controlada conforme as caracterís- ticas do alimento. Os materiais de limpeza devem ser armazenados em área específica. Área de armazenamento sob temperatura controlada • Câmaras frigoríficas ou refrigeradores: instalação in- dustrial fechada e isolada termicamente, mantendo-se as condições termo-higrométricas, ou seja, de tempera- tura e umidade. São destinadas ao armazenamento de alimentos perecíveis, como carnes. Devem ser dotadas de termômetro para o controle da temperatura interna do equipamento. • Caixas de polietileno de alta densidade: caixas brancas específicas para o armazenamento de alimentos. Área de armazenamento em temperatura ambiente Nesta área são armazenados todos os produtos que não necessitam de refrigeração. Tal espaço deve ser separado por categoria – descartáveis, alimentar e de limpeza. A área destinada aos materiais de limpeza deve ser um local fechado ou separado das demais áreas, para que não esteja em con- tato com os alimentos. • Prateleiras impermeáveis: utilizadas para o armazenamento de alimentos não perecíveis. • Estrados ou pallets de polipropileno ou polietileno: devem ser feitos de ma- 13 teriais atóxicos. Os estrados são usados no armazenamento para evitar que os alimentos fiquem em contato com o piso. Área de pré-preparo dos alimentos O pré-preparo consiste em operações preliminares de confecção de preparações, as quais incluem lavar, descascar, escolher, fatiar, aparar e picar. Deve haver uma área própria para cada tipo de manipulação, sendo que as áreas de pré-preparo de alimentos refrigerados devem estar próximas às áreas de armazenamento sob refrigeração, para facilitar o fluxo e reduzir ris- cos de contaminação. A área de pré-preparo dos alimentos deve ser provida dos seguintes equipamentos e utensílios (lembre-se: cada unidade possui os equipamentos conforme sua necessidade de uso). • Balanças digitais de mesa (até 6 kg): pesagem dos ingredientes. • Batedeira industrial com capacidade de, no máximo, 5 li- tros: união: misturar. • Descascador de legumes: limpeza e divisão com separa- ção das partes: de retirar peles. • Chinois: peneira metálica de malha muito fina, que costuma ser no formato de cone; é utilizada para produzir cremes de legumes ou filtrar molhos e caldos. • Espetos: ferros compridos nos quais se colocam peda- ços de carne, linguiça e galinha para assar. • Fouet: batedor. Utensílio de cozinha com formato de gota, feito de fios de aço ou de plástico curvos e entrela- çados; é usado para bater cremes, molhos e ovos. • Funil de três bicos: utensílio usado no preparo de fios de ovos. • Liquidificador industrial com capacidade de, no máximo, 5 litros: divisão simples – moer e triturar. União: misturar. • Pão duro: espátula culinária. Tem esse nome porque não deixa perder nada nas tigelas. • Pilão: utensílio culinário normalmente feito de madeira e usado para socar alimentos. • 14 • Processador de legumes industrial: divisão simples em tamanhos menores – cortar ou picar. • Dois refrigeradores industriais: um para conserva- ção e acondicionamento de proteínas em pré-prepa- ro ou fracionadas e outro para conservação e acon- dicionamento de ingredientes de molhos, saladas e sobremesas em pré-preparo ou fracionadas. Área de preparo dos alimentos A cocção dos alimentos é a etapa que antecede o servimento. Para realizá-la, veja quais são os equipamentos necessários: • Geradores de calor: possibilitam a transformação do alimento cru em cozi- do, através da produção de calor. Destacam-se: Fogão: elemento central da cozinha quente. Pode ser à base de gás ou eletricidade. A parte superior é composta por várias placas de aquecimento que permitem múlti- plas técnicas de preparações dos alimentos. Fogão de indução: a placa de indução (fogão de indução) apresenta uma superfície de cerâmica superpolida com um indutor de campo magnético que, ao ser ligado, gera um campo magnéti- co oscilante. O fogão não aquece, apenas a panela fica aquecida. Forno: os fornos podem ser do próprio fogão ou separados. São geradores de calor que permitem diversas elaborações com ótimos resultados, e classifi- cam-se em: - Forno convencional: encontrados a gás ou eletricidade. Os alimentos são depositados nele e assados. - Forno combinado: considerado um dos métodos contemporâneos de coc- ção, pois se trata de um equipamento com alto nível tecnológico que prepara alimentos em curto espaço de tempo utilizando dois tipos de calor – seco e úmido – que podem ser acionados em separado ou em conjunto. Salamandra: também conhecida como gratinadora, é um aparelho utilizado para gratinar, derreter e aquecer alimentos. Fritadeira: pode ser elétrica ou a gás e de muitos tipos, modelos e capacidades. Grelhadora: utilizada, em geral, para assar carnes. Pode funcionar com carvão, gás ou eletricidade. 15 Micro-ondas: equipamento que funciona pela incidência de ondas eletromag- néticas. É importante destacar que utensílios de vidro e plástico são os mais recomendados para acondicionar alimentos. Banho-maria: gerador de calor para aquecer, esfriar, manter quente e cozinhar alimentos. O recipiente contém água fervente ou gelada e que se regula com um termostato. Neste recipiente são introduzidos os alimentos em pequenas cubas. Alguns utensílios usados na área de produção • Panela: utensílio de grande dimensão utilizado para confeccionar sopas, guisados em grandes quantidades, molhos e cozidos. Normalmente, são fa- bricadas em alumínio, cobre ou aço inoxidável. • Frigideira: utensílio para saltear pequenas quantidades de alimentos, fritar ou ferver líquidos. • Caçarola: pela forma redonda, ampla e baixa, usa-se especialmente para cozinhar produtos que não se aconselha amontoar, como arroz e hortaliças. • Assadeira: serve para assar (forno) carnes, peixes, massas ou outros ali- mentos. • Escorredor: utensílio apropriado para escorrer os líquidos dos alimentos, particularmente massas e legumes. • Cocottes: panelinhas ou pequenos recipientes usados no forno. • Escumadeira: utensílio usado na cozinha para retirar alimentos de panelas onde foram cozidos ou fritos. Tem forma de colher grande e furada. • Réchaud: suporte para apoiar travessas, provido, na parte inferior, de um recipiente com pavio, para manter os pratos aquecidos à mesa. O que você deve encontrar em uma área de distribuição de alimentos (refeitório)? Em um refeitório, os itens que devem ser encontrados são estes: • Linhas de distribuição aquecidas: bancada com aquecimento para manter os alimentos quentes para a distribuição; deve ser dotada de termômetro para indicar a temperatura. • Linhas de distribuição refrigeradas: bancada com refrigeração para manter os alimentos frios para a distribuição; deve ser dotada de termômetro para indicar a temperatura. 16 • Pass throughs (aquecido e refrigerado). • Máquinas expressas de bebidas (sucos e refrigerantes). • Carros de apoio: bandejas lisas (sem divisórias; utilizadas para apoio de pra- tos) e com divisórias (também para o apoio de pratos e demais recipientes). PROTOCOLOS DE PREPARAÇÕES E ETAPAS DO PREPARO DE ALIMENTOSPara garantir que os alimentos sejam produzidos com qualidade e segurança, há protocolos de preparações, nos quais constam todas as etapas que devem ser seguidas para a produção de uma preparação. Os métodos são apresentados em cada aula de acordo com a necessidade da preparação. As seguintes etapas devem ser realizadas com muita atenção: - fazer a leitura minuciosa do protocolo; - separar os utensílios e equipamentos necessários; - fazer a seleção prévia de todos os ingredientes observando criteriosamente a quantidade estabelecida; - realizar o registro das quantidades utilizadas de alimentos e o tempo de preparo; e - determinar o rendimento das preparações e estabelecer um padrão de por- ções. Métodos de cocção Os métodos de cocção são muito importantes. Sua descrição é feita a seguir. Confira! • Grelhar: consiste na cocção através de chapa de metal ou grelhas, coloca- da sobre brasas ou diretamente no fogão elétrico ou a gás. O objetivo desta técnica é fechar os poros do alimento e reter os sucos. O calor radiante da grelha forma uma camada caramelizada e dá um sabor levemente defumado ao alimento, característico desse tipo de cocção. • Refogar: neste método, a transmissão do calor ocorre por indução, sendo 17 utilizada a gordura e a água interna do alimento como meios. Você deve dei- xar a panela destapada para ocorrer a liberação do suco do alimento por eva- poração, enquanto o alimento está sendo aquecido em gordura sob fogo alto. • Gratinar: não é um método de cocção propriamente dito, considerando que seu objetivo é colorir a superfície do alimento já preparado. Consiste em cobrir, pincelar ou espalhar na superfície do alimento um produto que, ao aquecer rapidamente, adquire cor dourada. Faz-se uso de fornos elétricos com aque- cimento de resistência superior para que o processo de dourar seja eficiente. • Guisar: método semelhante ao de refogar, mas é feito uso de pouco líquido, obtendo-se um molho mais encorpado, normalmente com teor lipídico ele- vado. • Saltear: submeter o alimento à cocção por curto período de tempo, no qual o alimento é revolvido rapidamente com o uso de pouca gordura e corando em fogo alto. Os alimentos devem ser macios ou terem sido branqueados previamente. • Fritar: imergir o alimento em óleo à altas temperaturas. • Fritura por imersão: exige que o alimento seja completamente submerso em gordura. Em geral, faz-se uso de fritadeira e grandes quantidades de gordura. As características sensoriais mais relevantes são cor, crocância e umidade no interior do produto. • Cocção a vácuo (sous-vide): o método de cocção a vácuo é contemporâneo. Nele, os alimentos são selados a vácuo em embalagens plásticas e cozidos no próprio vapor, em tanques com água aquecida e rapidamente resfriados. É considerado o método mais eficaz na preservação da qualidade sensorial e nutricional do alimento. • Branquear: o branqueamento é um dos métodos auxiliares de cocção, que consiste na pré-cocção do alimento em água fervente por curto período de tempo, seguido de resfriamento imediato em água gelada para dar firmeza, manter a cor, inativar enzimas e inibir microrganismos. É utilizado em prepa- rações que passaram por cocção (fritura, assar) ou conservação. É indicado para hortaliças, peixes e frutos do mar. 18 REFERÊNCIAS ARAÚJO, W. M. C. et al. Métodos e indicadores culinários. In: ARAÚJO, W. M. C. et al. (Org.). Alquimia dos alimentos. Brasília: Senac DF, 2013. (Série Alimentos e Bebidas). p. 169-195. Cozinha Tradicional. Glossário de culinária. Disponível em: <http://www.cozi- nhatradicional.com/glossario-de-culinaria/>. DOMENE, S. M. A. Técnica dietética: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2011. Escola de Cozinha. Dicionário de cozinha. Disponível em: <http://escoladeco- zinha.blogspot.com.br/p/dicionario-de-cozinha.html>. FLESSAS, M. et al. Planejamento sistemático de layout aplicado à cozinha industrial de um restaurante temático. Produção em Foco, Joinville, v. 4, n. 2, 2014. Disponível em: <http://www.sociesc.org.br/producaoemfoco/index. php/producaoemfoco/article/view/197>. MARTINS, B. T; BASÍLIO, M. C; SILVA, M. A. Nutrição aplicada e alimentação saudável. São Paulo: Senac São Paulo, 2014. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 2.ed. São Paulo: Manole, 2008. SANT’ANA, H. M. P. Planejamento físico-funcional de Unidade de Alimentação e Nutrição. Rio de Janeiro: Rubio, 2011. http://www.fmtm.br/instpub/fmtm/nutrologia/tabela_de_medidas_casei- ras.htm TEICHMANN, I. Tecnologia culinária. Caxias do Sul: Editora da Universidade de Caxias do Sul, 2000. VARATOJO, F. Métodos culinários. Disponível em: <https://macroexotic.com/ artigos/metodos-culinarios/>. 19 Conteúdo:
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