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Livro do professor Língua Portuguesa 9o. ano Volume 3 Livro didático 7 Jornalismo: uma profissão de informação e opinião 2 8 Gosto se discute, sim! 29 9 Entre literatura e cinema 57 © Sh ut te rs to ck /A le xl m x 2 © Un es co 1. Esse é o logotipo da Unesco para o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio. O que se opõe à liberdade de imprensa? 2. Que elemento dessa imagem representa a imprensa? Como você chegou a essa conclusão? 3. O que o desenho ao lado do lápis representa? 4. A Unesco, instituição ligada à ONU, visa promover a educação, a ciência e a cultura em todo o mundo. A garantia da liberdade de imprensa deveria preocupar essa organização? Por quê? 7 Jornalismo: uma profissão de informação e opinião 2 Questões iniciais. 1 Orientações didáticas. 3 Editorial 1. No dia 2 de setembro de 2015, duas embarcações com refugiados que saíram da Turquia com destino à Grécia naufragaram. Doze pessoas morreram, entre elas Aylan Kurdi, cujo corpo foi encontrado na praia de Bodrum, na Turquia. A foto do menino sírio morto gerou muita polêmica. Leia um editorial a respeito dessa imagem. Por que publicamos a imagem do menino sírio afogado? As imagens são chocantes. Na primeira, um policial turco encontra o corpo de um menino sírio na costa de Bodrum, balneário popular no verão europeu. De camiseta vermelha e bermuda azul, ele está de bruços, com o rosto para baixo, próximo à linha da água. Na segunda foto, o policial é visto carregando o corpo da criança para fora da praia. O garoto era uma das 12 pessoas que perderam a vida na travessia marítima em di- reção à ilha grega de Kos. Entre os mortos havia outras quatro crianças e uma mulher. A Europa enfrenta uma das mais graves crises migratórias da sua história recente. Milhares de sírios trocam a perspectiva de uma morte certa em território controlado pelo Estado Islâmico pela possibilidade de sobreviver no continente europeu. Em muitos casos, como o de hoje, a esperança termina em tragédia. A notícia é relevante e merece destaque. Mas a imagem forte deveria estampar a primeira página do UOL, acessada por milhões de pessoas todos os dias? Nossos usuá- rios deveriam, sem qualquer aviso prévio, ser impactados pela foto? Nós entendemos que sim. Imagens influenciam o curso da história. Em 1972, a foto de uma menina vietna- mita correndo nua após o lançamento de bombas incendiárias perto de Trang Bàng fortaleceu o movimento antiguerra, que terminou três anos depois. A decisão de hoje não foi fácil. Além de jornalistas, somos pais, mães, filhos, tios. E as fotos nos comovem profundamente. Provavelmente seremos acusados de sensa- cionalismo e de busca por audiência fácil – quando o cenário mais provável é que a imagem espante as pessoas, em vez de atraí-las. Mas o jornalismo existe para informar. E palavras não descreveriam com a força ne- cessária a dimensão da tragédia em curso na Europa e Oriente Médio. Não nos compete suavizar a realidade, mas sim retratá-la com precisão. POR QUE publicamos a foto do menino sírio afogado? Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas- noticias/2015/09/02/por-que-publicamos-a-imagem-do-menino-sirio-afogado.htm>. Acesso em: 15 dez. 2018. • Ler editoriais analisando suas condições de produção e sua organização. • Identificar, no editorial, posicionamentos explicitados por meio de modalizadores. • Conhecer as regras de colocação pronominal. • Identificar alguns recursos de coesão sequencial e seus efeitos. • Participar de um debate deliberativo. • Produzir um manifesto. Objetivos Painel de leitura 3 Discussão sobre a foto. © Fo lh ap re ss 9o. ano – Volume 34 2. A intencionalidade predominante no texto lido é ( ) informar que a polícia turca encontrou o corpo de um meni- no sírio na praia. ( X ) posicionar-se a respeito da publicação das imagens de uma criança encontrada morta em uma praia europeia. ( ) posicionar-se quanto à crise migratória da Europa e ao trata- mento dado aos refugiados sírios. ( ) manifestar-se contra os horrores das guerras, como a do Vietnã e a da Síria. 3. Esse texto é um editorial e está escrito na primeira pessoa do plural. a) Transcreva um trecho em que o uso da primeira pessoa seja perceptível. Sugestão de resposta: “Nossos usuários deveriam, sem qualquer aviso prévio, ser impactados pela foto? Nós entendemos que sim” (quarto e quinto parágrafos). b) O que justifica a escolha pela primeira pessoa do plural? O editorial está na primeira pessoa do plural por representar um posicionamento coletivo das pessoas envolvidas com o portal UOL. 4. No editorial, defende-se a tese de que imagens chocantes, como a do menino sírio, devem ser publicadas. Assinale o argumento his- tórico utilizado para comprovar essa ideia. ( ) “A Europa enfrenta uma das mais graves crises migratórias da sua história recente. Milhares de sírios trocam a perspectiva de uma morte certa em território controlado pelo Estado Islâmico pela possibilidade de sobreviver no continente europeu.” 4 Características do editorial É no editorial que o portal de notícias, o jornal e a revista mani- festam claramente sua opinião a respeito de determinado fato. Ele apresenta tese e argumentação, como qualquer outro texto de opinião. O editorial pode ser assinado por um editor que escreve em nome da publicação. Porém, o mais comum é a ausência de assina- tura, já que se trata de um posi- cionamento oficial do veículo de comunicação. É importante haver objetividade e imparcialidade na apresentação dos fatos noticiados. Por isso, o editorial costuma ser identificado por meio do título da seção ou de cores específicas, o que sina- liza a preocupação em garantir que o leitor saiba estar diante de um texto propositalmente parcial, opinativo. ( ) “Além de jornalistas, somos pais, mães, filhos, tios. E as fotos nos comovem profundamente.” ( X ) “Em 1972, a foto de uma menina vietnamita correndo nua após o lançamento de bombas incendiá- rias perto de Trang Bàng fortaleceu o movimento antiguerra, que terminou três anos depois.” ( ) “E palavras não descreveriam com a força necessária a dimensão da tragédia em curso na Europa e Oriente Médio.” 5. Releia o último parágrafo do texto. Mas o jornalismo existe para informar. [...] Não nos compete suavizar a realidade, mas sim retratá-la com precisão. a) A que ideia mencionada anteriormente esse parágrafo se opõe? À ideia de que, ao publicar a imagem do menino Aylan, o portal enfrentaria reações negativas. b) É verdadeira a ideia de que, decidindo estampar a imagem do menino sírio na primeira página, o portal UOL esperava apenas informar? Justifique sua resposta. Não. No próprio editorial, admite-se que as imagens podem influenciar o curso da história e que fotografias já foram capazes de acelerar o fim de guerras. Logo, o portal esperava determinar, de alguma maneira, os fatos relacionados aos refugiados. Texto argumentativo. Língua Portuguesa 5 6. De que maneira um jornal ou um portal de notícias pode determinar o curso dos acontecimentos por meio de sua primeira página? A primeira página dos jornais é visualizada por milhares de pessoas, e seu conteúdo recebe mais destaque do que o publicado em outros lugares. Assim, ao escolher publicar ou não determinado fato na primeira página, um jornal pode inflamar ou suavizar a opinião pública. 7. Como você já sabe, as partes de um texto estão interligadas. Identifique os termos retomados pelos pro- nomes oblíquos destacados a seguir. a) “[...] o cenário mais provável é que a imagem espante as pessoas, em vez de atraí-las.” “-las”: as pessoas. b) “Não nos compete suavizar a realidade, mas sim retratá-la com precisão.” “nos”: a redação do UOL; “-la”: a realidade. 8. Você considera que a foto da criança síria realmente deveria ter sido divulgada, ainda que pudesse chocar algumas pessoas? Escreva um parágrafo defendendo sua opinião. Pessoal. Peça a algunsalunos que leiam seus textos e avalie com a turma se realmente há argumentos que defendam determinada opinião. 9. A fotografia da menina vietnamita citada no texto é de autoria de Nick Ut. Pesquise essa e outras fotos jornalísticas icônicas. Escolha uma delas e cole uma cópia no espaço abaixo. Anote, nas linhas, o nome do fotógrafo, o contexto em que ela foi feita e sua repercussão. Algumas sugestões de fotógrafos a serem pesquisados são: Steve McCurry, Alfred Eisenstaedt e Joe Rosenthal, além do brasileiro Sebastião Salgado. Pessoal. 5 Fotografia jornalística. 9o. ano – Volume 36 https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-problema-dos-refugiados,70002466189 10. Os refugiados também são uma questão social importante no Brasil. Leia um editorial do jornal O Estado de S. Paulo sobre o tema. O PROBLEMA DOS REFUGIADOS A tensão entre a população de Roraima e refugiados venezuelanos mostra a necessidade de medidas urgentes O Estado de S. Paulo 21 Agosto 2018 | 03h00 A tensão crescente entre a população das cidades de Roraima e os refugiados venezuelanos – que resultou em graves tumultos sábado passado, quando eles foram atacados por uma multidão em Pacaraima, na fronteira com o país vizinho, depois que um comerciante brasileiro foi assaltado e espancado por alguns deles – não deixa mais dúvida sobre a necessidade de os governos federal e daquele estado se entenderem e tomarem medidas urgentes e mais ousadas que as adotadas até agora para dar uma solução ao problema. Um ato de protesto contra a violência de que foi vítima o comerciante, promovido por cerca de 2 mil pessoas, logo se transformou numa revolta contra todos os refugiados, indiscriminadamente. Muitos deles foram agredidos e os acampamentos e os abrigos improvisados em que vivem nas ruas foram atacados com bombas caseiras e parcialmente destruídos, assim como muitos de seus pertences. Calcula-se que cerca de 1200 refugiados foram expulsos pelos manifestantes ou fugiram de volta à Venezuela, com medo da repetição de atos de violência. As manifestações de hostilidade de parte da população de Roraima contra a presença de refugiados vêm se tornando cada vez mais frequentes. Crescem também as queixas do governo do estado de que o governo federal não faz tudo o que deveria para resolver o problema. O presidente Michel Temer reagiu prontamente após os tumultos de sábado e já no dia seguinte fez uma reunião de emergência, na qual se decidiu o envio a Roraima de mais 120 homens da Força Nacional e 36 profissionais da área de saúde para dar assistência aos refugiados. Dispôs-se também a decretar o emprego de contingentes das Forças Ar- madas em ações de segurança pública, se houver solicitação da gover- nadora de Roraima, Suely Campos. Mas o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, foi taxativo: o fecha- mento da fronteira do estado com a Venezuela é “impensável”, porque [é] ilegal. Essa foi justamente a medida solicitada de novo ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo de Roraima, embora a ministra Rosa Weber já a tenha negado em abril passado. A dificuldade de entendimento entre os dois níveis de governo fica outra vez evidente. O governo federal alega que já gastou mais de R$ 200 milhões com a aplicação de medidas que tomou para ajudar a minorar a crise humanitária provocada pela chegada dos refugiados venezuelanos, cujo número é estimado em mais de 120 mil. Sem falar no envio de homens da Força Nacional. O próprio agravamento da situação, porém, demonstra que é preciso mais do que isso. Não é realista esperar muito de Roraima, sabidamente com recursos limitados para enfrentar uma crise como a criada pela presença de número tão elevado de refugiados. A União concorda com a posição do governo de Roraima de que é preciso distribuir os refugiados por outros estados, de A Força Nacional foi criada em 2004 e é formada por policiais e bombeiros re- crutados de grupos de elite dos estados, funciona de maneira semelhante às For- ças de Paz da ONU. Atua em situações de emergência e calamidades, apoiando as polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros ou as Forças Armadas. Sua atuação deve ser solicitada pelo gover- nador do estado e autorizada pelo mi- nistro da Justiça. Todos os integrantes recebem treinamento rigoroso também em direitos humanos. As Forças Armadas, instrumento mi- litar responsável pela defesa do país, abrangem a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea Brasileira. De- vem atuar na garantia da lei e da ordem em espaço e tempo delimitados. minorar: reduzir, diminuir. Língua Portuguesa 7 América do Sul https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-problema-dos-refugiados,70002466189 preferência os que contam com maiores recursos. Mas o que o governo federal tem feito até agora fica muito aquém da necessidade. Esse é um ponto da maior importância, e não apenas porque Roraima não tem condições de prestar assistência médica e alimentar a muitos refugiados nem de lhes oferecer empregos e oportunidades de negócios capazes de torná-los independentes num prazo razoável. Nessas condições, a presença dos venezuelanos tende a criar – como já está se vendo – um clima de animosidade crescente com a população local, que também enfrenta dificuldades e por isso tem muito pouco a partilhar com eles. Investir mais do que tem feito, e sem demora, na distribuição dos refugiados é, portanto, a melhor maneira – além de prestar assistência humanitária – de o governo federal ajudar e assumir as responsabilidades que tem nessa questão. Apoio para a manutenção da ordem, com a Força Nacional e eventualmente com contingentes das Forças Armadas, é indispensável para proteger os refugiados da violência, mas não vai ao cerne da questão. cerne: centro, parte fundamental. O PROBLEMA dos refugiados. Disponível em: <https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,o-problema-dos-refugiados,70002466189>. Acesso em: 14 fev. 2018. 11. Resuma o acontecimento que serve como gancho para esse editorial. Sugestão de resposta: Tumulto entre a população brasileira e refugiados venezuelanos em razão de um assalto praticado por um grupo de venezuelanos contra um comerciante brasileiro. 12. Identifique, no mapa, a Venezuela e o estado de Roraima, regiões geográficas citadas no texto, e crie uma legenda. Os temas abordados nos editoriais costumam ser recentes e relevan- tes, seja por sua abrangência, seja pela capacidade de interferir na vida pública. Muitas vezes, esses fatos são no- ticiados em outras seções do pró- prio jornal. Assim, é comum serem retomados brevemente como introdução do editorial e, em se- guida, debatidos. Essa retomada chama-se gancho. M ar ilu d e So uz a Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016. p. 41. Adaptação. X X 9o. ano – Volume 38 14. Releia o primeiro parágrafo do editorial e sublinhe o trecho que corresponde à tese defendida pelo jornal. A tensão crescente entre a população das cidades de Roraima e os refugiados venezuelanos – que resultou em graves tumultos sábado passado, quando eles foram atacados por uma multidão em Pacaraima, na fronteira com o país vizinho, depois que um comerciante brasileiro foi assaltado e espancado por alguns deles – não deixa mais dúvida sobre a necessidade de os governos federal e daquele estado se entenderem e tomarem medidas urgentes e mais ousadas que as adotadas até agora para dar uma solução ao problema. 15. Quais são os dois níveis de governo mencionados no seguinte trecho: “A dificuldade de entendimento entre os dois níveis de governo fica outra vez evidente”? O governo federal e o do estado de Roraima. 16. Conforme o editorial do jornal, há evidências do desentendimento entre os governantes. Escreva E para as decisões do estado de Roraima e U para as decisões da União (governo federal). ( U ) No dia seguinte aos protestos, enviou a Força Nacional e os profissionais da saúde como ajudahumanitária aos refugiados. ( U ) Disponibilizou as Forças Armadas para garantir a segurança pública no estado. ( E ) Solicitou o fechamento das fronteiras. ( U ) Na ocasião dos protestos, negou o fechamento das fronteiras. ( E/U) Defende a distribuição de refugiados por outros estados do país. 17. Analise o tratamento dispensado às queixas dos roraimenses no editorial do Estadão. Nessas condições, a presença dos venezuelanos tende a criar – como já está se vendo – um clima de animosidade crescente com a população local, que também enfrenta dificuldades e por isso tem muito pouco a partilhar com eles. A conjunção destacada ( ) poderia ser substituída por porém, sem alteração de sentido. ( X ) faz parecer uma conclusão lógica a rejeição dos refugiados por parte dos roraimenses, ante a situação em que estes vivem. ( X ) poderia ser substituída por portanto, sem alteração de sentido. ( ) visa apresentar a consequência de os roraimenses viverem em situação precária. 13. Localize, no texto, os dados numéricos solicitados e registre-os nos espaços a seguir. a) Número de pessoas que protestaram contra o assalto ao comerciante brasileiro: 2 mil b) Número aproximado de refugiados que fugiram ou foram expulsos pelos manifestantes: 1,2 mil c) Número estimado de refugiados venezuelanos vivendo em Roraima: 120 mil d) Número aproximado de homens da Força Nacional enviados a Roraima após os protestos: 120 e) Número de profissionais da área de saúde enviados ao estado após os protestos: 36 f) Valor que o governo federal diz ter investido para enfrentar a crise humanitária: 200 milhões • O que esses números revelam sobre o episódio? Sugestão de resposta: Revelam a gravidade do episódio, pois é muito grande o número de pessoas envolvidas, assim como o de recursos governamentais investidos. As conjunções estabelecem re- lações de sentido (de explicação, causa, consequência, etc.) entre as ideias presentes no texto. Língua Portuguesa 9 18. Ao debater possíveis soluções para o problema dos refugiados, o jor- nal O Estado de S. Paulo sinaliza aquelas em que acredita, buscando convencer o leitor. Nos trechos a seguir, circule as expressões que evidenciam o ponto de vista assumido pelo jornal. Ao expressarem sua tese no editorial, os jornais e as revistas costumam defender soluções, mobilizando a população em prol de um conjunto de ideias. Antes de se deixar convencer, porém, o leitor deve lembrar que as me- didas defendidas nos editoriais es- tão de acordo com o conjunto de valores daquele veículo midiático específico. Portanto, é necessário buscar outros pontos de vista para uma percepção mais completa do problema. Expressões modalizadoras, ou modalizadores, são marcas ar- gumentativas que explicitam a intencionalidade do falante ou do escritor. Há diferentes recur- sos linguísticos que expõem essa intencionalidade, como adjetivos e advérbios. Ex.: O fechamento da fronteira do estado com a Venezuela é inadmis- sível, porque é ilegal. No exemplo, o adjetivo “inadmissí- vel” revela o grau de discordância do falante com relação ao fecha- mento da fronteira. Os modalizadores podem de- monstrar certeza, dúvida, obriga- toriedade e outros sentimentos. Você vai estudar mais sobre isso na seção Práticas de reflexão sobre a língua. A União concorda com a posição do governo de Roraima de que é preciso distribuir os refugiados por outros estados, de preferência os que contam com maiores recursos. Esse é um ponto da maior importância, e não apenas porque Roraima não tem condições de prestar assistência médica e alimentar a muitos refugiados [...] Apoio para a manutenção da ordem, com a Força Nacio- nal e eventualmente com contingentes das Forças Armadas, é indispensável para proteger os refugiados da violência, mas não vai ao cerne da questão. Investir mais do que tem feito, e sem demora, na distri- buição dos refugiados é, portanto, a melhor maneira – além de prestar assistência humanitária – de o governo federal ajudar [...] 19. Releia o trecho a seguir, extraído do quarto parágrafo do texto. Mas o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, foi taxativo: o fechamento da fronteira do estado com a Venezuela é “impensável”, porque [é] ilegal. Esta foi justamente a medida solicitada de novo ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo de Roraima [...] a) Um dos sentidos da palavra “taxativo” é “aquilo que não dá mar- gem para objeção ou resposta. Por que o jornal O Estado de S. Paulo afirma que o ministro Sérgio Etchegoyen foi taxativo? Porque o ministro utilizou a palavra “impensável” para se referir à ideia de fechar a fronteira com a Venezuela. b) Complete a frase com uma expressão menos taxativa do que a do general. O fechamento da fronteira com a Venezuela é Sugestões de resposta: difícil, complicado, inviável, etc. . 20. Líderes políticos do mundo todo vêm sendo criticados pelos meios de comunicação em virtude do modo como estão conduzindo a crise migratória. Nesse sentido, qual é a postura defendida pelo jornal O Estado de S. Paulo? Você concorda com ela? Justifique seu posicionamento. Esperamos que os alunos percebam que o editorial cobra ações efetivas do governo federal para resolver a questão dos refugiados. Verifique se os alunos têm uma opinião formada a respeito dessa questão humanitária. Modalizadores6 9o. ano – Volume 310 Modalizadores argumentativos 1. Observe como dois jornais diferentes abordam as ações do governo federal para atender os venezuelanos que buscam refúgio em Roraima. Práticas de reflexão sobre a língua O Estado de S. Paulo O PROBLEMA dos refugiados. Disponível em: <https://opiniao.estadao. com.br/noticias/geral,o-problema-dos-refugiados,70002466189>. Acesso em: 15 dez. 2018. Folha de S. Paulo VENEZUELANOS sobrecarregam serviços públicos em RR, que vive crise fiscal. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/08/ venezuelanos-sobrecarregam-servicos-publicos-em-rr-que-vive-crise- fiscal.shtml>. Acesso em: 20 dez. 2018. 2. No trecho a seguir, há modalizadores que sugerem dúvida. O governo alega que não há vagas nos abrigos em outros estados e promete que levará outros 1 000 até o início de se- tembro. Certamente, você já ouviu falar na necessidade de ler as entrelinhas, o que significa ser capaz de perce- ber, inclusive, as intenções menos evidentes. Essa competência está relaciona- da também à capacidade de re- conhecer os sinais indicados pelos modalizadores. A seleção vocabular e a opção por incluir determinados adjetivos e advérbios podem explicitar o pon- to de vista do falante ou projetar sentimentos, como incerteza, cer- teza, julgamento e confirmação. Afirmação sem modalizador: Os dez abrigos têm 4 700 vagas. Afirmação com modalizador: Os dez abrigos só têm 4 700 vagas. a) Transcreva as palavras que evidenciam esse sentimento de incerteza do jornalista. “alega” e “promete”. b) Reescreva o trecho de modo mais favorável ao governo, subs- tituindo esses modalizadores por expressões que transmitam maior confiança. Sugestão de resposta: O governo afirma/comunica que não há vagas nos abri- gos em outros estados e declara/informa que levará outros 1 000 até o início de setembro. O presidente Michel Temer reagiu pronta- mente após os tumultos de sábado e já no dia seguinte fez uma reunião de emergência, na qual se decidiu o envio a Roraima de mais de 120 homens da Força Nacional e 36 profissionais da área de saúde para dar assistência aos refugiados. Dispôs-se também a decretar o emprego de contingentes das Forças Armadas em ações de segurança pública, se houver solicitação da governadora de Roraima, Suely Campos. Roraima é o estado menos populoso do Brasil, com 520 mil habitantes, e também um dos mais remotos – só é possível sair de lá de avião (uma passagem para São Paulo não custa menos que R$ 800) ou de ônibus, passando por Manaus (quatro dias até São Paulo). O processode interiorização, pelo qual o go- verno federal leva venezuelanos de avião para ou- tros estados com melhor infraestrutura, só levou 820 migrantes em seis meses. O governo alega que não há vagas nos abrigos em outros estados e promete que levará outros 1 000 até o início de setembro. Atualmente, grande parte dos migrantes de Roraima vai parar nas ruas, porque os dez abri- gos existentes só têm 4 700 vagas e estão lotados. Língua Portuguesa 11 Pessoal. Esperamos que os alunos empreguem modalizadores como: é de maior importância, é fundamental, é imprescindível, é absolutamente importante, é urgente e é necessário. 3. Tanto no editorial de O Estado de S. Paulo quanto na reportagem da Folha de S. Paulo, há advérbios e expressões adverbais que explicitam aprovação e desaprovação. Explique a intencionalidade sugerida pelos termos destacados. a) “O presidente Michel Temer reagiu prontamente após os tumultos de sábado e já no dia seguinte fez uma reunião de emergência [...]” O advérbio de modo “prontamente” e as expressões adverbais de tempo “já” e “no dia seguinte” sugerem agilidade e presteza por parte do governo. b) “O processo de interiorização, pelo qual o governo federal leva venezuelanos de avião para outros estados com melhor infraestrutura, só levou 820 migrantes em seis meses.” O advérbio de intensidade ou quantidade “só” reduz a efetividade da ação governamental, sugerindo que ela foi insuficiente. 4. Com o professor e os colegas, reescreva o trecho a seguir, o qual diz respeito à situação da mulher no Brasil. Insira modalizadores para reforçar o ponto de vista explícito na primeira frase do texto. Em pleno século XXI, a condição feminina ainda precisa evoluir muito. No Brasil, por semana, as mulheres trabalham 7,5 horas a mais que os homens. Isso se deve ao tempo gasto com tarefas domésticas, o qual não é remunerado. O tempo gasto pelas mulheres com essas tarefas caiu de 31 horas semanais para 24. Em 2001, os homens dedicavam dez horas ao lar, e a situação continua a mesma para eles. Sugestão de resposta: Em pleno século XXI, a condição feminina ainda precisa evo- luir muito. No Brasil, por semana, as mulheres ainda trabalham 7,5 horas a mais que os homens. Absurdamente, isso se deve ao tempo gasto com tarefas domésticas, o qual não é remunerado. O tempo gasto pelas mulheres com essas tarefas caiu de 31 horas para 24. No entanto, em 2001, os homens dedicavam somente dez horas ao lar, e, incrivelmente, a situação continua a mesma para eles. 5. Observe alguns dos 17 objetivos planetários da ONU para 2030. Pense em ações para atingi-los e escreva-as utilizando modaliza- dores de obrigação, como os sugeridos no quadro ao lado. Os modalizadores de obrigação são empregados quando o falante ou o escritor pretende defender a necessidade ou a obrigatoriedade de se tomar determinada medida. Tendo em vista que, nos editoriais, costumam-se sugerir soluções à comunidade, é comum a presença desses modalizadores com o intui- to de convencer o leitor. Os modalizadores de obrigação podem ser construídos com o ver- bo é + adjetivo. Exemplos: • é fundamental; • é de extrema importância; • é imprescindível; • é necessário; • é preciso; • é certo que. Note que alguns modalizadores são mais incisivos ou categóricos do que outros. © O NU Objetivos da ONU. 8 Produção coletiva.7 9o. ano – Volume 312 15 de março de 1877 I Mais dia menos dia, demito-me deste lugar. Um historiador de quin- zena, que passa os dias no fundo de um gabinete escuro e solitário, que não vai às touradas, às câma- ras, à Rua do Ouvidor, um historiador assim é um contador de histórias. E repare o leitor como a língua portuguesa é en- genhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário de um historia- dor [...]. O certo é que se eu quiser dar uma descrição verídica da tourada de do- mingo passado, não poderei porque não a vi. Não sei se já disse alguma vez que prefiro comer o boi a vê-lo na praça. Não sou homem de touradas; e se é preciso dizer tudo, detesto-as. Um amigo costuma dizer-me: – Mas já as viste? – Nunca! Colocação pronominal 6. Durante o Segundo Reinado, no século XIX, Machado de Assis, um dos maiores escritores brasilei- ros, escrevia também em jornais e revistas. Leia um trecho de uma crônica que ele publicou na revista Ilustração Brasileira, em 15 de março de 1877, e saiba um pouco sobre o cotidiano do Rio de Janeiro naquele período. © O NU © O NU © Ilu st ra çã o Br as ile ira Colocação pronominal.9 Língua Portuguesa 13 – E julgas do que nunca viste? Respondo a este amigo, lógico mas inadvertido, que eu não preciso ver a guerra para detestá-la, que nunca fui ao xilindró, e todavia não o estimo. Há coisas que se prejulgam, e as touradas estão nesse caso. E querem saber por que detesto as touradas? Pensam que é por causa do homem? Ixe! É por causa do boi, unicamente do boi. Eu sou sócio (sentimentalmente falando) de todas as sociedades protetoras dos animais. O primeiro homem que se lembrou de criar uma sociedade protetora dos animais lavrou um grande tento em favor da humanidade; mos- trou que este galo sem penas de Platão pode comer os outros galos seus colegas, mas não os quer afligir nem mortificar. Não digo que façamos nesta Corte uma sociedade protetora de animais; seria perder tempo. Em primeiro lugar, porque as ações não dariam dividendo, e as ações que não dão dividendo... Em segundo lugar, haveria logo contra a sociedade uma confederação de carroceiros e brigadores de galos. Em último lugar, era ridículo. Pobre ini- ciador! Já estou a ver-lhe a cara larga e amarela, com que havia de ficar, quando visse o efeito da proposta! Pobre iniciador! Interessar-se por um burro! Naturalmente são primos? – Não; é uma maneira de chamar a atenção sobre si. – Há de ver que quer ser vereador da Câmara: está-se fazendo conhecido. – Um charlatão. Pobre iniciador! 7. Qual acontecimento do cotidiano carioca serve de pretexto para o desenvolvimento da crônica? A realização de touradas na cidade. 8. Machado de Assis surpreende o leitor do século XXI com uma opinião extremamente atual. Que opinião é essa? O autor se diz contrário às touradas por discordar da crueldade com os animais, tema muito discutido atualmente. 9. Releia este fragmento, extraído do décimo parágrafo: O primeiro homem que se lembrou de criar uma sociedade protetora dos animais lavrou um grande tento em favor da humanidade; mostrou que este galo sem penas de Platão pode comer os outros galos seus colegas, mas não os quer afligir nem mortificar. Depreende-se desse trecho que ( X ) a figura do galo sem penas é uma metáfora do filósofo Platão a respeito do ser humano. ( X ) o autor defende ser um ato de humanidade tratar os animais sem crueldade. ( ) o autor sugere que o homem, embora superior em força aos animais, pode protegê-los de maus-tratos e optar por não comer carne. ( X ) o autor não se opõe à ingestão de carne, desde que os animais não sofram. ASSIS, Machado de. História de quinze dias. Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/itemlist/category/26-cronica>. Acesso em: 14 fev. 2018. © Sh ut te rs to ck /E vg en y T ur ae v 9o. ano – Volume 314 11. Releia os seguintes trechos: A colocação pronominal diz res- peito à posição do pronome oblí- quo em relação ao verbo. Há três possibilidades: 1. Próclise: pronome antes do verbo. Ex.: O texto me pareceu atual. 2. Mesóclise: pronome no meio do verbo. Ex.: O texto parecer-te-á atual. 3. Ênclise: pronome depois do verbo. Ex.: O texto pareceu-me atual. Em algumas ocasiões, a colocação pronominal fica a cargo do falan- te; em outras, há regras regendo essa escolha. Em situações mais formais, nas quais o falante opta por uma variação linguística de maior prestígio social, as normas de colocação pronominal devem ser seguidas. • Qual desses slogans foi criado para o produto vendido em Portugal? Justifiquesua resposta. O slogan “é bom sujar-se” foi criado para os portugueses. Um sinal disso é a preferência pela ênclise. Porque se sujar faz bem. é bom sujar-se ( A ) “Interessar-se por um burro! Naturalmente são primos?” ( B ) “[...] é uma maneira de chamar a atenção sobre si. – Há de ver que quer ser vereador da Câmara: está-se fazendo conhecido.” ( C ) “Um charlatão.” ( B ) Desqualifica a iniciativa, duvidando de suas reais intenções. ( A ) Demonstra sarcasmo e ironia. ( C ) Classifica a iniciativa como enganadora, logro. 10. Segundo o cronista, caso alguém tomasse a iniciativa de fundar uma sociedade protetora dos animais no Rio de Janeiro do século XIX, enfrentaria diversas reações negativas. Relacione os fragmentos a suas respectivas explicações. © Un ile ve r I. “Mais dia menos dia, demito-me deste lugar.” II. “Não sou homem de touradas; e se é preciso dizer tudo, detesto-as.” • Caso essas frases fossem ditas por um falante contemporâneo, certamente, a colocação pronominal seria diferente. Experi- mente fazer essa mudança reescrevendo os trechos analisados. I. Mais dia menos dia, me demito deste lugar. II. Não sou homem de touradas; e se é preciso dizer tudo, as detesto. 12. Ao longo do tempo, é natural que as línguas sofram variações. O português empregado por Machado de Assis, no século XIX, pou- co se conservou entre nós, mas ainda é bastante atual em Portugal. Analise estas duas logomarcas de sabão em pó: Língua Portuguesa 15 13. Observe estas capas de revistas portuguesas publicadas, respectivamente, em fevereiro de 2017 e março de 2018: © Ca ra s P or tu ga l © Ca ra s P or tu ga l • O que estes exemplos revelam sobre a preferência do português europeu quanto à colocação pro- nominal? I. “Vou-me abaixo muitas vezes.” II. “Perder um pai obriga-nos a crescer.” III. “Emocionou-me ver as quatro irmãs juntas.” Os portugueses preferem a ênclise, mesmo em situações menos formais, como na publicidade ou em conversas. 14. O repórter Humberto Trezzi, do jornal gaúcho Zero Hora, relatou brevemente sua experiência de traba- lho em áreas de guerra e conflito. Leia um trecho da entrevista que ele deu ao Portal Imprensa. IMPRENSA – Entre tantos conflitos que você cobriu, qual foi o momento que mais o marcou? Humberto Trezzi – A cobertura que mais me impactou foi a da guerra civil na Líbia, durante a chamada Primavera Árabe. Estive no país no início da rebelião, em março de 2011, e no final, em setembro daquele ano, quando o ditador Muammar Kadafi fugiu de Trípoli. Acompanhei a tomada da capital pelos guerrilheiros. No início da revolta, estive numa batalha de canhões – acompanhando os guerrilheiros – que quase me custou a vida. Fiquei com o olho esquerdo ferido e tive de voltar de tapa-olho ao Brasil. Felizmente, me recuperei e consegui retornar ao território líbio, depois, para ver o final da ditadura. [...] Qual é o maior desafio para um repórter que cobre guerras? Não sou especialista em guerras, até porque esse tipo de profissional é raro no Brasil. Mas estive em algumas. Cobrir locais conflituados e de risco enseja vários desafios, como domínio de alguns idiomas, versatilidade para negociações de ingresso nas áreas em disputa, credenciamentos mil, documentos sempre em dia, como lidar com dinheiro sem ser roubado, negociar entrevistas com gente armada, ingressar e sair de um país onde a lei deixou de existir ou está balançada. TREZZI, Humberto. Repórter da “Zero Hora” relata os bastidores de coberturas de risco em novo livro. Portal IMPRENSA: jornalismo e comunicação na web, 3 out. 2014. Notícias. Disponível em: <http://www.portalimprensa.com.br/noticias/brasil/63076/reporter+da+zero+hora +relata+os+bastidores+de+coberturas+de+risco+em+novo+livro>. Acesso em: 26 dez. 2018. 9o. ano – Volume 316 15. Analise as frases extraídas da entrevista com Humberto Trezzi e identifique a ocorrência de próclise ou de ênclise, conforme a colo- cação do pronome destacado. a) “A cobertura que mais me impactou foi a da guerra civil na Líbia [...]” Próclise. b) “Felizmente, me recuperei [...]” Próclise. 16. Conforme a norma-padrão da língua portuguesa, algumas regras de colocação pronominal devem ser seguidas. Observe o quadro ao lado e responda às questões. a) Qual das frases do exercício anterior não segue as regras de colocação pronominal? Por quê? Reescreva-a de acordo com a norma-padrão. A frase b não segue a norma-padrão, pois verbo no meio da oração, quando precedido de pausa, exige ênclise. Reescrita: Felizmente, recuperei-me. b) Que regra de colocação pronominal explica o uso de próclise na outra frase? A frase apresenta o advérbio (de intensidade) “mais”, o qual atrai o pronome. Obs.: Os alunos podem, também, fazer referência à presença do pronome relativo “que”, o qual reforça a exigência da próclise. c) A frase a estaria de acordo com a regra de colocação pronomi- nal se fosse escrita da seguinte forma: “A cobertura que impac- tou-me foi a da guerra civil na Líbia”? Justifique sua resposta. Não, pois “que” é um pronome relativo e atrai o pronome oblíquo átono para antes do verbo. Para dominar as regras de coloca- ção pronominal, parta do princí- pio de que a próclise é uma boa decisão em quase todas as situa- ções, com duas exceções: 1. Pronomes oblíquos não devem iniciar frases. Ex.: Desejo-te sor- te!/Empreste-me a borracha. 2. A ênclise é obrigatória no caso de verbos no meio da oração precedidos de pausa. Ex.: Não respondeu, limitou-se a sorrir. Porém, quando há palavras atrati- vas na frase, isto é, que atraem o pronome, a próclise não é opcio- nal, mas obrigatória. Algumas des- sas palavras são: Advérbios: já, agora, mais, infe- lizmente, quase, ali, etc. Ex.: Agora me fale tudo./Quase se perdeu. Palavras negativas: não, jamais, nunca. Ex.: Nunca me explicou./ Não lhe faço nenhum mal. Pronomes relativos: que, onde, os quais, etc. Ex.: Foi o aluno que se perdeu./O lugar onde o vi foi este. Pronomes indefinidos: nenhum, alguém, ninguém, tudo, outros, etc. Ex.: Ninguém me contou isso./ Outros se expressaram sobre o fato. Conjunções subordinativas: que, se, embora, porque, caso, quando, etc. Ex.: Ela confirmou que me emprestará o livro./Quando me dei conta, já era tarde demais. © Sh ut te rs to ck /J ek a Língua Portuguesa 17 17. Com base nas regras apresentadas, justifique a colocação pro- nominal em alguns trechos da crônica de Machado de Assis lida anteriormente. a) “Não sou homem de touradas; e se é preciso dizer tudo, detes- to-as.” Ênclise obrigatória por se tratar de verbo precedido de pausa. b) “– Mas já as viste?” Próclise obrigatória porque o advérbio “já” é uma palavra atrativa. c) “Pobre iniciador! Interessar-se por um burro!” Ênclise obrigatória por ser início de frase. d) “O primeiro homem que se lembrou de criar uma sociedade protetora dos animais lavrou um grande tento em favor da hu- manidade [...]” Próclise obrigatória porque o pronome relativo “que” é uma palavra atrativa. e) “[...] nunca fui ao xilindró, e todavia não o estimo.” Próclise obrigatória porque o advérbio “não” é uma palavra atrativa. 18. Justifique o uso da próclise nos seguintes casos: a) Por que nos avisaram somente hoje que não viriam? Frase interrogativa. b) Embora lhe pedissem para vir mais cedo, ela não conseguia. A conjunção subordinativa “embora” atrai o pronome. Além desses casos, a próclise ocor- re em: Frases interrogativas: Quem lhe deu esse presente? Frases exclamativas: Como se esforçam esses operários! Frases optativas (que expri- mem desejo): Que o ano lhe seja proveitoso! Na construção em + gerúndio: Em se tratando de futebol, ele é muito bom. Obs.: Não havendo palavra atra- tiva, a colocação pronominal é facultativa. Ex.: O professor se sentiu/sentiu-se orgulhoso de sua turma. A mesóclise é muito rara no portu- guês brasileiro, inclusive em textos de escrita mais formal. Cabe usá-la apenas com verbos conjugados no futurodo presente ou no futuro do pretérito. Ex.: Comprar-te-ei um vestido novo. (Comprarei) Ex.: Far-me-ia um favor? (Faria) c) Jamais lhe contaram toda a verdade. A palavra negativa “jamais” atrai o pronome. d) Alguém me procurou? O pronome indefinido “alguém” atrai o pronome. e) Ontem a vi no supermercado. O advérbio “ontem” atrai o pronome. 19. Analise as frases a seguir no que se refere à colocação pronominal. I. Quando lhe deram a notícia, ela ficou surpresa. II. A funcionária lhe entregou a mercadoria. • Em qual desses casos a próclise é opcional? Justifique sua resposta. Em I, a próclise é obrigatória, pois a conjunção subordinativa “quando” atrai o pronome. Em II, a próclise é opcional, pois não há palavra atrativa. Portanto, a ênclise também estaria correta: A funcionária entregou-lhe a mercadoria. 9o. ano – Volume 318 Você já estudou as orações coor- denadas e as subordinadas. Então, sabe que é possível reunir ideias estabelecendo, por meio de con- junções, diferentes relações entre elas. Veja: I. Maria preferia estudar inglês. II. Era fluente na língua. a) Maria preferia estudar inglês, pois era fluente na língua. b) Maria preferia estudar inglês, portanto era fluente na língua. c) Maria preferia estudar inglês, embora fosse fluente na língua. Esses exemplos demonstram que as conjunções estabelecem diver- sos sentidos entre as ideias. A oração iniciada com a conjunção a) “pois” explica o porquê de Maria estudar inglês. b) “portanto” representa uma con- clusão lógica do fato de Maria preferir inglês. c) “embora” representa um fato que contraria o anterior, mas sem inviabilizá-lo. Em outras pa- lavras, ser fluente em inglês não impedia que a menina preferis- se estudar a língua. 20. Leia atentamente a frase em destaque no anúncio: “Um bom jornal é aquele que desperta quem ajuda o país e tira o sono de quem atrapalha”. a) Registre sua interpretação sobre essa frase. A qualidade de um jornal pode ser avaliada considerando-se dois aspectos: chamar a atenção dos cidadãos em geral para os fatos que acontecem e incomodar quem, de alguma forma, atrapalha o país, como os corruptos. b) Quais são as duas ações atribuídas a um bom jornal? Transcre- va-as separadamente. 1. “desperta quem ajuda o país”; 2. “tira o sono de quem atrapalha”. c) Qual é a relação de sentido estabelecida pela conjunção “e”? Adição entre as ideias. Conjunções e seus efeitos de sentido Nos textos verbais, as conjunções estabelecem relações de sentido entre as ideias apresentadas. Considere o anúncio do jornal Folha de S. Paulo: © Fo lh ap re ss Língua Portuguesa 19 21. Relacione as colunas conforme a relação de sentido estabelecida pelas conjunções em destaque. Existem conjunções coordenati- vas ou locuções conjuntivas (com mais de uma palavra) que ligam orações independentes. Observe alguns exemplos: • Aditivas – expressam soma (e, não só... mas também, bem como, etc.). • Adversativas – indicam con- traste ou oposição entre ideias (mas, porém, todavia, entretanto, contudo, etc.). • Conclusivas – estabelecem uma conclusão (portanto, logo, assim, por isso, etc.). • Explicativas – indicam uma ra- zão ou um motivo (porque, pois, porquanto, etc.). Existem também as conjunções ou locuções conjuntivas subor- dinativas, que ligam as orações, atribuindo-lhes circunstâncias de tempo, condição, concessão, entre outras. Veja alguns exemplos: • Temporais – indicam o tempo de ocorrência do fato expresso na oração principal (quando, logo que, desde que, sempre que, etc.). • Condicionais – indicam uma condição para que o fato expres- so na oração principal aconteça (se, contanto que, caso, etc.). • Concessivas – indicam um fato que contraria o expresso na ora- ção principal, mas sem inviabili- zá-lo (ainda que, embora, apesar de que, etc.). • Consecutivas – indicam a con- sequência do fato expresso na oração principal (de maneira que, de modo que, etc.). • Causais – indicam a causa do fato expresso na oração principal (porque, visto que, uma vez que, já que, como, etc.). Para classificar uma conjunção, é necessário interpretar as ideias reu- nidas por ela. ( 1 ) Conjunção concessiva ( 2 ) Conjunção conclusiva ( 3 ) Conjunção adversativa ( 4 ) Conjunção temporal ( 5 ) Conjunção causal ( 3 ) Um bom jornal é aquele que desperta quem ajuda o país, contudo tira o sono de quem atrapalha. ( 2 ) Há muitas informações úteis naque- le jornal, portanto muitas pessoas o leem. ( 1 ) Ainda que não tenha muito tempo, procura ler o jornal diariamente. ( 5 ) Já que não condiziam com a verdade, as informações registradas na notícia foram questionadas. ( 4 ) Quando foi à banca, comprou o jornal. 22. Reescreva os períodos a seguir inserindo conjunções ou locuções conjuntivas que estabeleçam as relações de sentido indicadas entre parênteses. a) Leia jornais./É importante para sua formação. (explicação) Leia jornais, pois é importante para sua formação. b) Não tenho muito tempo./Leio jornal diariamente. (concessão) Leio jornal diariamente, embora/ainda que não tenha muito tempo. c) É importante garantir a liberdade de imprensa./Nem todos pensam assim. (oposição) É importante garantir a liberdade de imprensa, todavia/entretanto nem todos pensam assim. © Sh ut te rs to ck / Pr et ty V ec to rs 9o. ano – Volume 320 Debate deliberativo 1. Você leu dois textos que fazem menção a problemas sociais envolvendo imigrantes. Leia, agora, uma notícia que expõe ações de jovens visando solucionar ou amenizar um desses problemas. Prática de oralidade https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/09/jovens-alemaes-criam-airbnb-para-refugiados.html JOVENS ALEMÃES CRIAM ‘AIRBNB PARA REFUGIADOS’ Serviço, que também funciona na Áustria, já alocou 134 pessoas A dramática crise imigratória na Europa fez com que um grupo de jovens alemães tivesse a ideia de fundar uma organização sem fins lucrativos para hospedar os refugiados que chegam à Alemanha e à Áustria. O site “Refugees Welcome” (“Bem-vindos, refugiados”, em tradução livre) usa um mecanismo parecido com o do “Airbnb” para ajudar quem acabou de chegar à Europa a encontrar uma casa. No site, eles propõem a aqueles que têm quartos disponíveis a alugá-los tanto para refugiados regularizados como para os que ainda estão em situação ilegal. “Nós estamos convencidos de que os refugiados não devem ser estigmatizados e excluídos sendo hospedados em casas com acomodações em massa. Nós queremos oferecer as calorosas boas-vindas. Nós acreditamos que podemos estabelecer uma cultura mais humana recebendo os refugiados”, diz o portal. JOVENS alemães criam ‘Airbnb para refugiados’. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2015/09/jovens- alemaes-criam-airbnb-para-refugiados.html>. Acesso em: 12 fev. 2019. 2. Como lido na notícia, com boa vontade, é possível criar soluções efetivas para diversos problemas sociais. Com os colegas e o profes- sor, identifique algumas questões sociais presentes em sua escola e participe de um debate deliberativo para pensar em possíveis solu- ções para elas. Características do debate deliberativo Deliberar significa tomar decisões após reflexão ou consulta. Para que um debate deliberativo seja produtivo, é importante um bom planejamento, o qual envolve • levantamento dos problemas a serem discutidos; • pesquisa prévia de possíveis soluções. Com esse trabalho prévio, as pessoas podem tomar decisões bem funda- mentadas em um tempo menor. Se você for apresentar uma proposta durante o debate deliberativo, pre- pare argumentos fundamentados e não se esqueça dos modalizado- res que podem ajudar a transmitir segurança e certeza, como é fun- damental que e é de extrema importância que. 3. Sob a orientação do professor, forme um grupo com seus colegas. 4. Cada grupo deve buscar evidências de um problema que considere relevante resolver dentro da escola(de natureza organizacional, dis- ciplinar ou de relacionamento). Veja alguns exemplos: • O que fazer para reduzir o esquecimento, a perda ou o desper- dício de material escolar? • Como aproveitar obras de literatura já lidas? • Como reduzir o peso que as crianças carregam na mochila? • Como conscientizar os alunos da importância de um lanche mais saudável? Preparação Objetivo.11 Objetivo.10 Língua Portuguesa 21 Orientação didática. 5. Anotem aqui o problema que pretendem analisar e sua relevância para a escola. Pessoal. 6. Tendo identificado o problema, pensem em maneiras de solucioná-lo. Se vocês acreditam que há muito desperdício de material escolar, por exemplo, é possível • criar uma seção de achados e perdidos no colégio, tornando fácil a consulta a algum item; • realizar um levantamento do que fazer com alguns materiais que, há muito tempo, estão na seção de achados e perdidos. 7. Anotem duas sugestões para solucionar o problema identificado no item 5. Solução 1 Pessoal. Solução 2 Pessoal. 8. Preparem uma apresentação oral da questão social e das possíveis soluções identificadas. 9. Cada grupo tem cinco minutos para apresentar o problema, os argumentos sobre sua relevância e as soluções pensadas para resolvê-lo. Apenas um dos projetos será escolhido por votação. 10. Terminadas as apresentações, a turma deve votar e eleger um dos projetos. 11. Com o projeto escolhido, é hora de deliberar coletivamente sobre as medidas a serem tomadas para en- frentar o problema. As soluções iniciais propostas pelo grupo servem como ponto de partida para que as demais equipes apresentem outras propostas. A turma, em conjunto, elege uma só proposta de solução. 12. A turma cria um cronograma, prevendo as ações para a realização da proposta escolhida. Ao menos dois alunos devem registrar, por escrito, as decisões. 13. Os alunos responsáveis por fazer os apontamentos leem as decisões tomadas e, se todos estiverem de acordo, deverão assinar o documento. O professor precisa fazer uma cópia do que ficou decidido. 14. Nos próximos dias, com a orientação do professor e o engajamento de todos, o projeto deve ser posto em ação. 12 Produção Avaliação 15. Avalie sua participação no debate deliberativo. Sim Em parte Não 1. Houve uma pesquisa sobre os problemas presentes na escola? 2. Foram propostas soluções viáveis para o problema analisado? 3. Você participou das discussões, respeitando o momento da fala de cada um? 4. Ouviu, com atenção, as considerações dos colegas? 5. Seguiu as orientações do professor a respeito dos encaminhamentos das ações de todos durante o debate? 9o. ano – Volume 322 Manifesto 1. Neste capítulo, você tem estudado textos argumentativos em que se expõem opiniões e se propõem soluções para problemas coletivos. Nessa mesma linha, em 2018, diversas entidades ligadas ao esporte, como a Confederação Brasileira de Judô, publicaram o seguinte manifesto: Prática de escrita Manifesto Esporte pelo Brasil O setor esportivo, representado por atletas, entidades esportivas e organizações da sociedade civil, vem manifestar-se publicamente em defesa do esporte brasileiro. Esporte não somente enten- dido como aquele praticado por atletas profissionais, que nos inspiram e emocionam nas quadras, estádios, piscinas, tatames, etc., mas também aquele que contribui para o desenvolvimento huma- no de valores, como disciplina, trabalho em grupo, determinação, concentração, resiliência, aquele que forma cidadãos, que é fator de desenvolvimento humano e social e garantido como direito social na Constituição Federal (art. 217). Publicada nesta segunda-feira pela Presidência da República, a Medida Provisória nº 841 de 2018, que dispõe sobre o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), retira recursos da Saúde, da Educação, da Cultura e do Esporte, redirecionando-os para a segurança pública. Entendemos que a segurança é uma área de suma importância que atravessa uma crise sem precedentes. Mas ressaltamos que a redução da criminalidade e da violência passa pela melhoria da educação, da redução da desigualdade, da geração de emprego, dentre outras tantas políticas com as quais o esporte só tem a contribuir. [...] Além das diversas pesquisas e relatos de organizações de sociedade civil que trabalham com o esporte, o recente relatório de desenvolvimento da ONU e os estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam a existência de evidências empíricas e científicas suficientes para afirmar que a participação regular em atividade física e esporte gera uma vasta gama de benefícios sociais, mentais e de saúde. Entre eles, incluem-se a diminuição do peso e da obesidade, a diminuição do uso de drogas legais e ilegais, [a] redução da violência nas comunidades e [a] melhora da capacida- de produtiva das pessoas. [...] Não concordamos com a prática do atual governo, que nos impõe quais direitos devemos usu- fruir. É dever do governo garantir todos os direitos de seus cidadãos. Entendemos que a segurança é uma área de suma importância e que os recursos do governo são finitos, mas penalizar dema- siadamente uma área social que já possui baixo orçamento, com a retirada de recursos superiores a 500 milhões, não deveria ser uma solução viável para um governo que preza pela garantia de direitos e desenvolvimento humano de seus cidadãos. [...] Por isso, pedimos aos parlamentares do Congresso Brasileiro que não aprovem a supracitada Me- dida Provisória nesses termos, que prejudicará profundamente as áreas da saúde, educação, cultura e principalmente esporte e, por consequência, futuras gerações de cidadãos. Pedimos ao Congresso que estude possibilidades para substituição das fontes do Fundo Nacional de Segurança Pública. Queremos a democratização do Esporte, por meio do seu acesso a toda a população. Queremos um Esporte de qualidade nas escolas, como ferramenta educacional. Queremos a melhoria do Sistema Nacional Esportivo, com mais eficiência e transparência. Acima de tudo, queremos um governo que valorize o que o Esporte pode fazer pelo Brasil. Assinam: Confederação Brasileira de Judô, Comissão de Árbitros do Handebol, Comissão de Atletas do Boxe, Comis- são de Atletas da Confederação Brasileira de Canoagem, Comissão de Atletas de Vôlei de Praia, Comissão de Atletas de Vôlei de Quadra e outras 54 instituições do esporte brasileiro. MANIFESTO Esporte pelo Brasil. Disponível em: <http://www.cbj.com.br/noticias/6619/manifesto-esporte-pelo-brasil-.html>. Acesso em: 22 mar. 2019. Língua Portuguesa 23 1. O manifesto foi escrito na primeira pessoa do plural. Justifique essa opção. Utiliza-se a primeira pessoa do plural porque o manifesto representa o posiciona- mento coletivo de diversos atletas e instituições brasileiras ligadas ao esporte. 2. Qual é o objetivo desse manifesto? Tornar público o repúdio dos atletas brasileiros pela Medida Provisória 841, que reduz os investimentos governamentais no esporte. 3. A quem esse documento está destinado? Aos parlamentares do Congresso Brasileiro. 4. Relacione os parágrafos do texto a seus objetivos. ( A ) 1º. parágrafo ( B ) 2º. parágrafo ( C ) 3º. , 4º. e 5º. parágrafos ( D ) 6º. parágrafo ( E ) 7º. parágrafo Manifesto Trata-se de um texto feito para tornar público o posicionamen- to coletivo de determinado grupo ou instituição. Em geral, sugerem-se ações a serem toma- das e utilizam-se argumentos para persuadir o público a se en- volver com a causa. Partidos polí- ticos, grupos de artistas, igrejas e todo tipo de organização podem lançar mão dessa ferramenta para fazer conhecidos seus princípios. ( C ) Apresentação de diferentes argumentos para justificar o posicionamento defendido. ( B ) Contextualização da motivação para a escrita do manifesto. ( D ) Sugestão de ações para o enfrentamento do problema identificado. ( E ) Explicitação dos objetivos a serem alcançados. ( A ) Apresentação do posicionamento das instituições responsáveis pelo documento. 5.Assinale os trechos que apresentam argumentos que justificam a existência do manifesto. ( ) “Entendemos que a segurança é uma área de suma importân- cia e que os recursos do governo são finitos [...]” ( ) “O setor esportivo, representado por atletas, entidades espor- tivas e organizações da sociedade civil, vem manifestar-se pu- blicamente em defesa do esporte brasileiro.” ( X ) “É dever do governo garantir todos os direitos de seus cida- dãos.” ( X ) “[...] o recente relatório de desenvolvimento da ONU e os estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam a existência de evidências empíricas e científicas suficientes para afirmar que a participação regular em atividade física e esporte gera uma vasta gama de benefícios sociais, mentais e de saúde.” ( ) “Queremos um Esporte de qualidade nas escolas, como ferra- menta educacional.” Em manifestos, os verbos normal- mente estão no modo imperati- vo ou no presente do indicativo. O modo imperativo é usado quan- do se pretende ordenar ou sugerir comportamentos. Ex.: Escolha produtos sustentáveis. Rejeite canudos plásticos. O presente do indicativo, em geral, é utilizado na primeira pessoa do plural e expressa intenções. Ex.: Queremos mais produtos sustentáveis. A partir de hoje, dizemos não aos canudos plásticos. 9o. ano – Volume 324 Agora é sua vez! Com seus colegas, crie um manifesto para tornar público o objetivo que sua turma pre- tende atingir com o projeto desenvolvido no debate deliberativo. Além de ser uma declaração de intenções, o manifesto precisa persuadir os demais estudantes da escola a se envolverem com as ações propostas. Portan- to, bons argumentos são fundamentais. Preparação Produção Avaliação Projeto de escrita 1. Reúna-se com os colegas do grupo formado para o debate deliberativo e, juntos, estabeleçam (ou re- lembrem) o principal objetivo a ser atingido por meio do projeto desenvolvido na seção Prática de oralidade. Se julgar conveniente, deixe os alunos à vontade para escolher outra questão social que considerem importante para que o manifesto seja feito. 2. Elaborem a primeira versão do manifesto, que deve ter três partes: • Introdução: escrevam de dois a três parágrafos, na primeira pessoa do plural, identificando quem vocês são coletivamente (uma turma do 9º. ano, estudantes, etc.); os argumentos que justificam a existência do manifesto; os objetivos pretendidos com a divulgação do documento; e o público que querem atingir. • Desenvolvimento: escrevam, em tópicos, as ações que vocês querem divulgar com o manifesto. Utilizem verbos nos modos imperativo e presente do indicativo. Utilizem, também, modalizadores para reforçar a necessidade ou a obrigatoriedade de se adotarem as medidas sugeridas. • Conclusão: elaborem uma frase ou um slogan atrativo para engajar o público no que foi proposto. 3. Avaliem o manifesto elaborado. Sim Em parte Não 1. O manifesto deixa clara para o leitor a intenção do documento? 2. Foram propostas ações para se atingir a intenção presente no manifesto? 3. O manifesto é composto de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão? 4. O texto foi escrito na primeira pessoa do plural? 5. As formas verbais estão conjugadas no tempo e no modo adequados? 6. Em sua opinião, qual o melhor argumento utilizado pelos atletas? Justifique sua resposta e, depois, com- pare-a com as opiniões de seus colegas. Pessoal. Estimule os alunos a observar que a chancela de autoridades, como a ONU e a OMS, dá credibilidade às ideias defendidas. 13 Orientação didática. Língua Portuguesa 25 1. Neste capítulo, você estudou três gêneros textuais: editorial, debate deliberativo e manifesto. Assinale, na tabela, as características pertencentes a esses textos. Características textuais Editorial Debate deliberativo Manifesto Busca por um conjunto de medidas consensuais. X Representa um posicionamento coletivo. X X X É divulgado diariamente em espaço nobre de veículos da imprensa. X Sempre é assinado por todos os participantes ou pela instituição responsável. X Inclui a defesa de algum posicionamento, fundamentada em argumentos. X X X 2. Analise os períodos e identifique o novo sentido trazido pelo acréscimo do modalizador. I. O time feminino classificou-se para a final do campeonato. II. O time feminino, surpreendentemente, classificou-se para a final do campeonato. O acréscimo do advérbio (modalizador) atribui ao enunciado o sentido de surpresa pela classificação do time. 3. Complete a frase abaixo. Os modalizadores textuais permitem identificar, de forma menos ou mais explícita, a intencionalidade/ a opinião/o sentimento do falante em relação ao que relata. 4. Outro tópico estudado foi a colocação pronominal. Nas frases a seguir, reposicione o pronome oblíquo conforme o indicado entre parênteses. a) O aluno se prontificou a ajudar o colega. (ênclise) O aluno prontificou-se a ajudar o colega. b) Mande uma mensagem e me lembrarei do caso. (mesóclise) Mande uma mensagem e lembrar-me-ei do caso. c) Te agradeço pelo empréstimo. (ênclise) Agradeço-te pelo empréstimo. d) O advogado defendeu-o brilhantemente. (próclise) O advogado o defendeu brilhantemente. Organize as ideias 4. Feitos os ajustes, elaborem a versão definitiva do manifesto. 5. Deixem o manifesto exposto no mural da sala de aula. 6. Comparem o texto de seu grupo com os dos outros. 26 5. Complete a tabela de acordo com seus conhecimentos sobre colocação pronominal. Modos de usar Próclise Mesóclise Ênclise Obrigatória em início de frase ou após pausa indicada por vírgula. X Raramente utilizada, mesmo em textos que seguem a norma-padrão. X Obrigatória diante de palavras atrativas, como advérbios e pronomes relativos. X Proibida em início de frase, conforme a norma-padrão. X Utilizada com futuro do presente e futuro do pretérito. X Obrigatória diante de palavras negativas, como nunca e jamais. X Usada na frase Espero que me saia bem nas provas. X Hora de estudo 26 1. Em dissertações escolares, é comum se pedir aos alunos a proposição de soluções para os problemas debatidos. Ao sugerir medidas para preservar o que resta da Amazônia, um aluno escreveu o seguinte: O governo federal tem que usar um método mais rigoroso e deve trabalhar a favor da natureza. Agricultores desmatam uma grande parte da floresta para fazer pastos. Os responsáveis devem investir na fiscalização para que seja feito um trabalho de reflorestamento, recuperando a vegetação perdida. a) Circule os modalizadores empregados pelo aluno para expressar obrigatoriedade. b) Reescreva esse parágrafo incluindo modalizadores que reforcem a necessidade de se adotarem as medidas descritas pelo aluno. Faça as adaptações necessárias, mas preserve o conteúdo do texto. Sugestão de reescrita: É necessário que o governo federal use um método mais rigoroso. É essencial trabalhar a favor da natu- reza. Agricultores desmatam uma grande parte da floresta para fazer pastos. Investir na fiscalização é de extrema importância para que seja feito um trabalho de reflorestamento, recuperando a vegetação perdida. 27 2. Complete as frases a seguir com ideias relacionadas à conjunção apresentada. a) Exigimos que as cidades sejam seguras para as mulheres, de forma que Sugestão de resposta: possam caminhar a qualquer hora e em qualquer lugar sem serem importunadas com comentários, olhares e toques indesejados. b) A leitura de um jornal é importante, pois Sugestão de resposta: ficamos por dentro das últimas notícias. c) Você estudou com calma todo o conteúdo, portanto Sugestão de resposta: se sairá bem na prova. 3. Reescreva as frases a seguir substituindo a palavra coisa. a) Ler é uma coisa importante. Ler é uma prática importante. b) O jornal publicava coisas importantes. O jornal publicava informações/matérias importantes. c) Andar no parque é uma coisa saudável. Andar no parque é uma atividade saudável. d) Coma semprecoisas menos gordurosas. Coma sempre alimentos menos gordurosos. 4. Com relação à colocação pronominal, assinale a alternativa em que não foi utilizada a norma-padrão da língua. ( ) Descobriu-se, naquela noite, que o navio nunca chegaria ao porto. ( ) Como nunca lhe pediram tal coisa, não sabia por onde começar. ( ) Depois de muito pensar, deram-lhe uma chance. ( X ) Estava sonolento, se despediu e subiu para sua cabine. ( ) Se pudesse, entregar-lhe-ia eu mesma a carta. 5. Justifique sua resposta ao exercício anterior. Após pausa no meio da frase, deve-se utilizar ênclise. 6. Justifique a utilização da próclise nos seguintes casos: a) Ele não se mostrou muito satisfeito com o resultado. A palavra negativa “não” torna a próclise obrigatória. b) Ontem me lembrei do compromisso. O advérbio “ontem” torna a próclise obrigatória. c) O funcionário que nos atendeu foi aquele. O pronome relativo “que” atrai o pronome oblíquo para antes do verbo. 28 d) Quando o avisaram do ocorrido já era tarde. A conjunção subordinada “quando” atrai o pronome para antes do verbo. e) Ninguém lhe disse o que estava acontecendo? O pronome indefinido “ninguém” atrai o pronome para antes do verbo. 7. Relacione as regras de colocação pronominal aos exemplos apresentados. ( A ) Pronome indefinido atrai o pronome para antes do verbo. ( B ) Em frases optativas, a próclise é obrigatória. ( C ) Conjunção subordinativa atrai o pronome para antes do verbo. ( D ) A presença de advérbio torna a próclise obrigatória. ( E ) Palavra negativa atrai o pronome para antes do verbo. ( B ) Deus o acompanhe! ( E ) Jamais se esqueça de mim. ( A ) Tudo se resolveu naquela tarde. ( C ) Se lhe contar tudo, estragarei a surpresa. ( D ) Hoje me surpreendi com a reação dele. 8. Reescreva a(s) frase(s) em que a colocação pronominal é facultativa. Justifique sua resposta fazendo refe- rência às três frases apresentadas. a) Não me espere amanhã. b) Amanhã, prepare-se para seu desafio. c) O aluno se mostrou interessado pelo conteúdo. Apenas na alternativa c a colocação pronominal é facultativa, visto que não há palavra atrativa. Na alternativa a, a existência de palavra negativa torna a próclise obrigatória; na b, a ênclise é obrigatória, pois, apesar da presença de advérbio, há pausa (vírgula) depois dele. 29 8 Gosto se discute, sim! 1. Você se identifica com a situação retratada na tira? 2. De que maneira os personagens poderiam reduzir o tempo de escolha do filme? 3. Como você escolhe livros para ler e filmes ou séries para assistir? 2 Disponível em: <https://vidadesuporte.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Suporte_1753.jpg>. Acesso em: 16 fev. 2019. © An dr é Fa ria s - v id ad es up or te .co m .b r © An dr é Fa ria s - v id ad es up or te .co m .bb r © An dr é Fa ria s vi da de su po rte co m bbr 1 Sugestão de atividades. Questões iniciais. 9o. ano – Volume 330 Resenha crítica 1. Esta é uma peça publicitária de divulgação do filme Perdido em Marte, lançado em 2015. Identifique algumas das informações técnicas presentes no texto. • Ler resenhas críticas, analisando suas condições de produção e sua organização. • Prosseguir o estudo das conjunções e seus efeitos de sentido. • Conhecer relações de concordância nominal. • Produzir resenha crítica. • Apresentar oralmente uma resenha crítica. Objetivos Painel de leitura Chamada Diretor Estrela do elenco Título Data de estreia a) Qual é a justificativa possível para a divulgação apenas dos nomes de Ridley Scott e Matt Damon? Riddley Scott e Matt Damon já são famosos por trabalhos anteriores no cinema. Assim, seus nomes funcionam como chamariz e permitem ao público inferir características do filme. O formato desse cartaz, na horizontal, possibilita a presença de poucas informações, apenas as essenciais, como os nomes do ator principal e do diretor do filme. b) Qual é a provável narrativa apresentada no filme? Escreva sua hipótese e mencione os elementos do cartaz que fundamentam sua dedução. Pessoal. Caso algum aluno não conheça o filme, peça-lhe que leia sua resposta em voz alta. Verifique se ele considerou tanto a imagem (um local inóspito e a figura de um astronauta) quanto o texto escrito (o título do filme, que faz menção ao planeta Marte, e a frase “Nunca desistas”). © 20 19 Tw en tie th C en tu ry Fo x Fil m C or po ra tio n Língua Portuguesa 31 https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/10/perdido-em-marte-ciencia-e-boa-mas-o-cientista-youtuber-e-melhor.html 2. Leia a resenha crítica do filme, escrita pela jornalista Nina Finco para a revista Época, e confira se sua dedução estava correta. PERDIDO EM MARTE: A CIÊNCIA É BOA, MAS O CIENTISTA YOUTUBER É MELHOR Em “Perdido em Marte”, um astronauta criativo e engraçado grava vídeos de si mesmo, que fariam sucesso na rede NINA FINCO 04/10/2015 – 10h00 Suponha que você seja um astronauta. Você faz parte de uma equipe de profissionais, numa missão tripulada a Marte. Como botânico da expedição, terá de descobrir se há alguma possibilidade de cultivar no planeta vermelho qualquer coisa comestível. Uma tempestade de areia força seus colegas a partir. Eles deixam você para trás, presumindo o pior. No entanto, você não morreu. Ao acordar, se dá conta de que está sozinho, a mais de 600 dias de viagem de casa. Uma reação razoável seria cair de joelhos, arrancar os cabelos e chorar. Mas não se você tiver o espírito juvenil de um youtuber. É o caso de Mark Watney, personagem do filme Perdido em Marte, que estreia no dia 1º. de outubro. Numa situação difícil de piorar, ele fica de boa e decide gravar uns vídeos. Com humor e engenhosidade, explica como enfrentar a desgraça total. O filme é baseado no livro de Andy Weir, um ex-engenheiro de software e fanático por assuntos relacionados ao espaço. Em 2011, a história foi rejeitada por editoras. Ele passou a publicar os capítulos num blog. Os leitores gostaram tanto que ele decidiu vender o livro na Amazon, com o menor valor permitido pela loja: US$ 0,99. Decolou como um foguete: o livro ficou em primeiro lugar na lista dos mais vendidos de ficção científica da loja on-line e estreou em 12º. lugar na lista do jornal americano The New York Times. Agora, a história chega aos cinemas, com um elenco estelar liderado por Matt Damon e direção de Ridley Scott (responsável por outras boas histórias de viagens espaciais e cerebrais, Alien e Prometheus). Os motivos do sucesso de Weir? Um é a precisão dos detalhes. Isso faz sucesso com parte do público. O autor escreveu em estado de obsessão com acurácia científica. Leu tudo o que encontrou sobre o assunto e confessa que complementou lacunas abusando do Google. Seu esforço resultou numa peça de ficção científica com peso no “científico”. A Nasa, empenhada em organizar uma missão tripulada que chegue a Marte até 2030, aprovou: “Ficção científica é extremamente importante em nossa cultura. Está enraizada no que fazemos, mas projeta uma visão de futuro. É algo a que aspiramos. O que realmente gostei sobre o livro e o filme é quão próximo da realidade eles podem estar”, afirmou o físico James Green, diretor de exploração planetária da Nasa. Características da resenha Resenhas críticas são textos de opinião ligados ao universo cul- tural. São publicadas em jornais, revistas, sites e canais especializa- dos. Leitores recorrem a esse texto para conhecer uma opinião pro- fissional a respeito de exposições, livros, filmes e games recém-lan- çados e, até mesmo, sobre o menu de um restaurante novo. Nesse gênero textual, o autor bus- ca justificar sua avaliação dos bens culturais com argumentos claros e eficientes. Várias estratégias po- dem ser utilizadas no processo. acurácia: precisão ou proximidade a resultados científicos. © Ag ên ci a O G lo bo 9o. ano – Volume 332 https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/10/perdido-em-marte-ciencia-e-boa-mas-o-cientista-youtuber-e-melhor.htmlO roteirista Drew Goddard manteve as explicações e os jargões científicos do livro. Graças ao detalhismo, Watney não parece um MacGyver do espaço, que resolve problemas em segundos com chiclete e grampo de cabelo. Ele tem de inventar soluções criativas para preparar o solo, cultivar comida, produzir água, deslocar-se por Marte e pedir ajuda. Sua distração está em gravar vídeos sobre seu dia a dia – o que faz dele um dos grandes vlogueiros espaciais da história da ficção científica (no livro, ele escreve um diário). Graças aos roteiristas e ao ator, as aulas de ciência do desespero de Watney parecem ótimas. Ele avalia os muitos obstáculos que aparecem, os recursos à disposição, faz planos e conta tudo ao espectador. Sofre muitos reveses, mas volta para contar mais. Felizmente, ele tem mais pique que uma vlogueira de maquiagem ao ganhar um batom novo. Aí, o filme conquista outra parte do público – os curtidores de histórias bem contadas. Filmes de ficção científica têm, em primeiro lugar, a obrigação de ser bons filmes. Perdido em Marte corria o risco de ser uma história muito respeitosa com a ciência e também muito chata. Que nada. Se Watney fosse um vlogueiro de ciência no mundo real, o canal dele estaria bombando. MacGyver é referência ao agente secreto Angus MacGyver, protagonista de uma série estadunidense exibida entre 1985 e 1992. Sua principal característica é andar desarmado e utilizar objetos comuns, como canivete suíço, fósforo e fita adesiva, e muito conhecimento científico para improvisar e sair de situações de perigo. Graças ao perso- nagem, pessoas que constroem engenhocas e se mostram inventivas passaram a receber o apelido de MacGyver. FINCO, Nina. Perdido em Marte: a ciência é boa, mas o cientista youtuber é melhor. Disponível em: <https://epoca.globo.com/vida/noticia/2015/10/ perdido-em-marte-ciencia-e-boa-mas-o-cientista-youtuber-e-melhor.html>. Acesso em: 5 jan. 2019. 3. Complete a tabela de acordo com as informações presentes no texto. Obra resenhada Filme Perdido em Marte Diretor Ridley Scott Data de estreia do filme 1º. de outubro de 2015 Principal nome do elenco Matt Damon Protagonista Mark Watney Autor do livro que inspirou o filme Andy Weir 4. Releia o primeiro parágrafo da resenha e responda às perguntas. a) Quem é o interlocutor do texto, ou seja, a quem ele se dirige? O leitor da resenha. b) Qual é a relação entre a situação hipotética e o filme analisado nessa resenha crítica? A situação hipotética reconta o enredo do filme fazendo o leitor imaginar-se na situação do personagem principal. c) Como o primeiro parágrafo ajuda a despertar a atenção do leitor? Justifique sua resposta. Esperamos que os alunos percebam que o primeiro parágrafo atrai o leitor pelo diálogo estabelecido (o uso de “você”) e por recontar o enredo do filme como se o leitor estivesse inserido nele. jargões: conjunto de termos de difícil compreensão para quem não é da área específica em que são aplicados; terminologia técnica ou científica. Língua Portuguesa 33 5. Usando as mesmas estratégias presentes no texto lido, escreva o primeiro parágrafo de uma resenha sobre seu filme preferido. a) Anote o título do filme. Pessoal. b) Comece a resenha assim: “Suponha que você seja...”. Pessoal. c) Leia o parágrafo para os colegas e verifique se eles são capazes de descobrir qual é a obra apresentada por você. 6. Uma resenha se constitui também por informações sobre o contexto de produção ou lançamento da obra, as quais podem aguçar a curiosidade do leitor. Releia este trecho, extraído do segundo parágrafo do texto: 3 Agora, a história chega aos cinemas, com um elenco estelar liderado por Matt Damon e direção de Ridley Scott (responsável por outras boas histórias de viagens espaciais e cerebrais, Alien e Prometheus). Sobre o trecho lido, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). ( X ) O uso do adjetivo “estelar” adianta uma opinião positiva da crítica a respeito da atuação do elenco em Perdido em Marte. ( X ) A referência positiva a filmes anteriores do diretor Ridley Scott ajuda a convencer o leitor de que vale a pena assistir a Perdido em Marte. ( ) A menção a Alien e a Prometheus confunde o leitor que não conhece tais referências e impede a compreensão da resenha. 7. Resenhas são textos de opinião. Logo, por meio de trechos argumentativos, apresentam-se justificativas da avaliação positiva ou negativa da obra. A respeito dos argumentos utilizados no texto, marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas. ( V ) Trata-se de uma resenha positiva, em que os principais argumentos já estão anunciados no título: Perdido em Marte: a ciência é boa, mas o youtuber é melhor. ( V ) Conforme a crítica, as soluções científicas são abordadas com realismo, fato comprovado pelo depoi- mento de um especialista da Nasa. ( F ) Segundo a crítica, os méritos da boa recepção do filme são do roteirista Drew Goddard e do ator Matt Damon. Aquele reduziu as longas explicações científicas presentes no livro que originou a obra, e este deu simpatia a um astronauta, que poderia ser aborrecido. 8. Sobre o personagem Mark Watney, Nina Finco escreveu: Sofre muitos reveses, mas volta para contar mais. Felizmente, ele tem mais pique que uma vlogueira de maquiagem ao ganhar um batom novo. Orientação didática. 9o. ano – Volume 334 a) Que características do personagem são reveladas por meio dessa comparação? Vlogueiras de maquiagem se entusiasmam com a possibilidade de relatar aspectos positivos e negativos dos produtos que avaliam. O astronauta, no filme, demonstra o mesmo entusiasmo por compartilhar os resultados de suas experiências marcianas. Cabe ao leitor avaliar os argumen- tos e as informações presentes no texto argumentativo. b) Em sua opinião, essa comparação é adequada ou pode ser enten- dida como preconceituosa? Compartilhe suas ideias com os cole- gas e o professor. Pessoal. 9. Reescreva estes fragmentos substituindo as conjunções grifadas por outras que mantenham a mesma relação de sentido. a) “Eles deixam você para trás, presumindo o pior. No entanto, você não morreu.” Eles deixam você para trás, presumindo o pior. Contudo/Entretanto/Porém, você não morreu. b) “Sofre muitos reveses, mas volta para contar mais.” Sofre muitos reveses, porém/no entanto/todavia volta para contar mais. 10. Una o período utilizando uma conjunção que garanta o sentido solicitado entre parênteses. • “Ele passou a publicar os capítulos num blog.”/“a história foi rejeitada por editoras.” (causalidade) Ele passou a publicar os capítulos num blog, porque/já que/visto que a história foi rejeitada por editoras. 11. Acompanhe a visão de outro crítico espe- cializado sobre o filme Perdido em Marte. Será que a opinião dele é parecida com a de Nina Finco? https://www.cineclick.com.br/criticas/perdido-em-marte PERDIDO EM MARTE 29/09/2015 17h45 Por Daniel Reininger Prometheus pode ter sido impressionante visualmente, mas não foi um bom filme. Agora, Ridley Scott se redime com Perdido em Marte, o qual repete a capacidade de impressionar desde a abertura, dessa vez com paisagens vermelhas e estéreis; porém, a produção vai além do visual impecável, apresenta boa história, grandes personagens e é capaz de despertar a curiosidade do espectador sobre cada aspecto dos acontecimentos retratados na tela. O longa é uma celebração da inteligência e engenhosidade humanas e o humor é bônus inesperado. Na trama, durante missão a Marte, o astronauta Mark Watney (Matt Damon) é dado como morto após uma feroz tempestade obrigar a equipe © 20 19 Tw en tie th C en tu ry Fo x Fil m C or po ra tio n PERDIDO EM MARTE (THE MARTIAN) 2015, 141 MIN. 12 Gênero: Ficção Científica Estréia: 01/10/2015 Língua Portuguesa 35 https://www.cineclick.com.br/criticas/perdido-em-marte a retornar à Terra. Só que o cientista sobrevive e se encontra sem recursos e sozinho no planeta hostil. Precisa então usar criatividade para sobreviver
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