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INTRODUÇÃO Sabendo que a fisioterapia é uma ciência da saúde que tem como objectivo o estudo, o diagnóstico e o tratamento dos distúrbios cinético-funcionais do corpo humano, existem regras e normas para chegar ao objectivo da mesma. Quando sofremos uma lesão, o médico pode sugerir o acompanhamento de um fisioterapeuta para complementar a acção de medicamentos e acelerar a recuperação. O fisioterapeuta é um profissional que se ocupa da recuperação de nossos movimentos através de técnicas e exercícios físicos, atuando também na prevenção de doenças ocupacionais e lesões. Durante uma consulta em fisioterapia, o fisioterapeuta inicia o atendimento realizando o exame subjectivo, que consiste em perguntas feitas pelo profissional para o paciente que vai ajudar na colheita de algumas informações que podem ser importantes influenciando directa ou indiretamente o tratamento do paciente. Durante esse feito o profissional analisa e interpreta exames e laudos médicos para ter uma visão ampla do estado de saúde do paciente e identificar possíveis problemas de saúde que possam forçar o profissional a se abster de algumas práticas futuras. Em seguida será realizado o exame objectivo, onde o fisioterapeuta realizará uma avaliação fisioterapêutica com técnicas e uma bateria de teste, que tal ato, vai ser responsável por compreender o verdadeiro estado físico e também psicológico do paciente, identificar dificuldades e habilidades, possíveis déficits e importantes aspectos físicos, motores, sensitivos e funcionais. Em outras palavras vai ser uma análise detalhada que engloba aspectos e características físicas e particulares do paciente, tudo baseado em sua anatomia, biomecânica, cinesiologia e fisiologia. A avaliação fisioterapêutica deve ser sempre o primeiro passo para preparar e até decidir qual tipo de tratamento seguir. Após os exames o fisioterapeuta dá um diagnóstico fisioterapêutico do paciente, e é a partir do diagnóstico fisioterapêutico que o fisioterapeuta prescreve o seu plano de tratamento. No plano de tratamento já se pode implementará os objectivos de tratamento bem como a conduta que o fisioterapeuta vai utilizar durante um período determinado. Neste trabalho iremos apresentar a resolução do caso clínico nº 10 – O paciente de 41 anos, relata ter dor no ombro direito. Durante a avaliação fisioterapêutica, pode ser observado que o paciente apresenta lesão do tendão do músculo bíceps braquial. Aponte a resposta correta com relação a origem e inserção do bíceps braquial? RESOLUÇÃO DO CASO Caso Clínico Nº 10 – O paciente de 41 anos, relata ter dor no ombro direito. Durante a avaliação fisioterapêutica, pode ser observado que o paciente apresenta lesão do tendão do músculo bíceps braquial. 3.1 PERGUNTA CHAVE Aponte a resposta correta com relação a origem e inserção do bíceps braquial? O bíceps braquial é um músculo que apresenta duas cabeças: a longa e a curta. A cabeça longa vai ter a sua origem no Tubérculo Supraglenoidal (escápula) e a sua cabeça curta no Processo Coracoide (escápula). Ambas as estruturas se unem na região anterior do braço e se inserem na Tuberosidade do Rádio. 3.2 EXAME FÍSICO No exame físico o fisioterapeuta vai analisar o corpo do paciente com alguma técnicas e testes para ajudar no diagnóstico fisioterapêutico. O paciente relata dor no ombro direito. ‘’Dor no ombro direito’’ como queixa principal. ➔ Inspeção estática: identificar aspectos gerais físicos. ➔ Inspeção dinâmica: realização activa dos movimentos fisiológicos do ombro. → Teste de escala visual analógica (EVA): Paciente relata dor de nível 5 em repouso, e dor de nível 8 em movimento em todos os eixos e planos. → Goniometria: utilizamos o goniómetro para medir a amplitude do movimento (ADM) do ombro direito do paciente e analisarmos os graus que o mesmo apresenta a cada movimento, tendo em conta que a articulação do ombro em condições normais realiza movimentos de: Flexão de 0 – 180º, Extensão de 0 – 54º, Abdução de 0 – 180º, Rotação Externa de 0 – 90º, Rotação Interna de 0 – 70º, Adução Horizontal de 0 – 140º e a Abdução Horizontal 0 – 30º. Após a mensuração tivemos como resultado: Flexão 30º, Extensão 10º, Abdução 30º, Rotação Externa 10º, Rotação Interna 20º. → Teste ortopédicos: os testes ortopédicos são teste que vão ajudar o fisioterapeuta a ter uma percepção mais detalhada e específica das estruturas que foram acometidas. Estes testes servem para testas a integridades dos tecidos como músculos, ligamentos e tendões, assim, é possível descartar algumas hipóteses e ter noção das estruturas que foram lesadas. Para o complexo do ombro existem teste ortopédicos que vão ajudar a identificar as lesões que acometem o ombro. ➔ Teste de Neer: conflito sub-acromial (-) ➔ Teste de Jobe: alteração na musculatura supra-espinhal. (-) ➔ Teste de Patte: alteração na musculatura infra-espinhal. (-) ➔ Teste de Hawkins-Kennedy: identificação de atrito ou impacto do tendão supra- espinhoso sob a abóbada acromial. (-) ➔ Teste de coçar de Apley: alterações do tendão do manguito rotador. (-) ➔ Teste de Speed: alteração do tendão da cabeça longa do bíceps braquial. (+) ➔ Teste de Yergason: alteração do tendão da cabeça longa do bíceps braquial (+) ➔ Teste de Lippman: alteração do tendão da cabeça longa do bíceps braquial. (+) 3.3 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O diagnostico diferencial, é uma versão de um diagnóstico médico. Nele o médico vai citar, não uma, mas sim várias hipóteses de doenças que o paciente pode ter. Para isso o médico terá como base os sinais e sintomas que o paciente apresentam no momento da consulta para determinar as possíveis doenças. → Diagnóstico diferencial: Bursite, lesão na coifa dos rotadores, capsulite, tendinopatia, lesão parcial, total ou luxação do tendão do bíceps braquial. O paciente tinha em sua posse um exame de imagem por ressonância magnética, solicitado pelo médico, para ajudar na identificação da estrutura lesada. 3.4 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL → Diagnóstico Funcional: Comprometimento motor do ombro direito por tendinite bicipital; Hipotrofia e limitação funcional do ombro direito por tendinite bicipital. 3.5 PLANO DE TRATAMENTO E CONDUTA FISIOTERAPEUTICA → Curto prazo: ➔ Diminuição ou eliminação do quadro álgico; ➔ Repouso (Imobilização da articulação a ser tratada) → Médio prazo: ➔ Fortalecimento muscular; ➔ Aumento da ADM; ➔ Aceleração do processo cicatricial e reparo do tendão; → Longo prazo: ➔ Fortalecimento Muscular; ➔ Promoção do autocuidado para que não haja recidiva; ➔ Reeducação postural do paciente; ➔ Promover as AVD’s e criar a independência. 3.5.1 Conduta Fisioterapêutica: ➔ TENS: utiliza-se o TENS convencional em alta frequência de 20 – 250Hz associada a uma baixa largura de pulso de 45 – 80µs durante 30min para efeito analgésico. ➔ Crioterapia – com bolsas de gelo à 14ºC para efeito analgésico e controle da inflamação entre 15 à 20min. Nos primeiros 3 dias; 2x ou 3x ao dia. ➔ Utilização de tipoia no membro lesado para o repouso do ombro. ➔ Aplicação de técnicas de terapia manual como a mobilização articular passiva, de grau um ou dois, para fortalecimento muscular, nutrição da articulação, manter a extensibilidade nos tecidos articulares, analgesia, estimulação proprioceptivas aumento ou manutenção da ADM e para a recuperação ou melhora da função estabilizadora. Respeitando o limite da dor. ➔ Laser – do tipo AsGa com uma potência de 30mW, com um comprimento de onda de 904 nm, com 3 – 6 J/𝑐𝑚2 . Para o controle da inflamação e estimulação da cicatrização do tendão da cabeça longa do bíceps braquial. ➔ Ultrassom – pulsado, com frequência de 1MHz durante 30min, para efeitos como modulação da dor e aumento do processo de cicatrização tecidual. ➔ Estimulação da AMA; Aplicação de técnicas de Alongamentose exercícios de fortalecimento como os exercícios pendulares. ➔ Mecanoterapia – Exercícios para o fortalecimento da musculatura do ombro e do braço, como: elevação lateral com halter, elevação frontal com halter, rotação externa com bandas elásticas, rotação interna com bandas elásticas, remada baixa com elástico, elevação posterior com halter em inclinação ou deitado, estabilidade de ombro na posição de prancha. Todos os exercícios poderão ser realizados no consultório. CONCLUSÃO Diante do exposto no trabalho sobre o caso clínico, podemos analisar e ter uma prespectiva melhor do trabalho de um profissional em fisioterapia. Aprendendo mais da realidade daquela que é a ciência responsável pelos estudos, diagnósticos, tratamentos e até a prevenção dos distúrbios cinéticos-funcionais dos órgãos e sistemas do corpo humano, e a função de um fisioterapeuta diante a um destes distúrbios. O fisioterapeuta em suas consultas deve ter a máxima atenção no seu atendimento, uma boa avaliação fisioterapêutica é muito importante, porque é a partir da avaliação fisioterapêutica que o fisioterapeuta consegue ter a base para tomada de decisões futuras. Então é importante o fisioterapeuta estar constantemente a aperfeiçoar o seu potencial, não só no tratamento, mas também em métodos e estratégias que o possibilitam ter uma capacidade enorme para poder avaliar, diagnosticar e tratar todo o tipo de disfunção, incapacidade, traumas e lesões que a fisioterapia pode tratar.
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