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DIREITO PROCESSUAL PENAL - II VERIFICAÇÃO FINAL - VF Aluna: Suanny Romão Feitosa Holanda Alexandrino Matrícula: 1615710 - Noite 01. Em que consiste o princípio da fungibilidade, e quais os requisitos necessários para que ele possa ser aplicado no processo penal brasileiro? O Código de Processo Penal em seu artigo 579 prevê que o recurso interposto erroneamente pode ser conhecido pelo outro, desde que não haja má fé. Assim, aproveita-se o recurso erroneamente interposto, convertendo-o no adequado. Dessa forma, tem-se que o processo não deve sacrificar o fim pela forma, ou seja, a parte prejudicada não pode perder a possibilidade de rever a decisão que lhe foi desfavorável porque interpôs, equivocadamente, o recurso impróprio a situação. Nesse sentido, está a jurisprudência: “A ausência das razões recursais não constitui óbice ao conhecimento do recurso ordinário em habeas corpus. O magistrado, ausente a má-fé do recorrente, ao reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível (art. 579, do CPP). É cabível a interposição no Tribunal de origem da ação constitucional de ‘habeas corpus’ em substituição ao recurso em sentido estrito. Proposta a denúncia e aceito o Sursis Processual pelo Acusado, fica prejudicado o pedido de trancamento do inquérito policial.” (STF, RHC 14796, Rel. Min. Paulo Medina, DJ 07/03/05) 02. A decisão que rejeita a denúncia pode ser adversada por quais modalidades de recurso? Caso o magistrado entenda por rejeitar a denúncia, a parte poderá interpor o Recurso em Sentido Estrito, previsto no art. 581, I, do Código de Processo Penal. Por outro lado, caso a denúncia seja recebida pelo juiz, o réu terá a possibilidade de impetrar Habeas Corpus, com o intuito de trancar o processo, conforme art. 5º, LXVIII da CF. Ressaltamos que a jurisprudência majoritária reforça que o HC não é considerado um recurso processual, mas sim um remédio constitucional, sendo recebido exclusivamente quando demonstrada inequívoca ilegalidade no processo. No caso de denúncias ajuizadas, perante os Juizados Especiais Criminais, http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618745/artigo-579-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10618745/artigo-579-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://modeloinicial.com.br/lei/CPP/codigo-processo-penal/art-581 https://modeloinicial.com.br/lei/CPP/codigo-processo-penal/art-581,inc-I https://modeloinicial.com.br/lei/CPP/codigo-processo-penal https://modeloinicial.com.br/lei/CPP/codigo-processo-penal https://modeloinicial.com.br/peticao/11200691/habeas-corpus-recebimento-denuncia https://modeloinicial.com.br/lei/CF/constituicao-federal/art-5 https://modeloinicial.com.br/lei/CF/constituicao-federal/art-5,inc-LXVIII https://modeloinicial.com.br/lei/CF/constituicao-federal caberá, a teor do artigo 82 da Lei 9.099/95, o ajuizamento de recurso de apelação. 03. Dentre as ações autônomas de impugnação, qual aquela que desafia o instituto da coisa julgada material? A revisão criminal. Esta ação autônoma de impugnação visa a reexaminar sentença condenatória ou decisão condenatória proferida por tribunal já transitada em julgada. No processo penal, a revisão criminal se assemelha com o que ocorre no processo civil com a ação rescisória, pois seu objetivo precípuo é a desconstituição da coisa julgada material. No entanto, no processo penal, a revisão criminal só pode ser oferecida em favor do réu, em proteção ao seu estado de liberdade, atendendo à verdade real, não sendo possível, portanto, manejo desta ação pro societate. As hipóteses de cabimento da revisão criminal têm previsão no artigo 621 do CPP. O rol é taxativo, motivo pelo qual não é possível o oferecimento de revisão criminal contra sentença absolutória ou que reconheça prescrição. 04. Explique quais as hipóteses de cabimento dos embargos de declaração e dos embargos infringentes, e aponte pelo menos duas diferenças entre tais modalidades recursais. Os embargos de declaração podem ser conceituados como sendo o recurso cabível contra a decisão que contiver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão. A omissão se dá se a decisão deixa de abordar um tema trazido por uma das partes. A contradição se faltar nexo, lógica ou incoerência. A decisão contém dois pontos que não poderiam coexistir em uma mesma decisão. Obscuridade ocorre se há algum trecho da decisão que seja incompreensível, com falta de clareza, de inteligibilidade. Por fim, a ambiguidade ocorre quando há trechos que permitem mais de um sentido, de modo a não ser possível saber qual o sentido empregado pela decisão. A previsão legal está, para primeira instância no art. 382, CPP; na segunda instância: arts. 619 e 620, CPP e nos Juizados Especiais Criminais: art. 83, da Lei 9.099/95. Já os embargos infringentes são opostos contra decisão de Tribunal de segunda instância desfavorável ao réu por maioria. É um recurso ampliativo, pois à turma julgadora do recurso (três desembargadores), acrescentam-se mais dois desembargadores, possibilitando a inversão do resultado. Desse modo o julgamento dos embargos infringentes serão julgados por cinco desembargadores (os três que julgaram o recurso e mais outros dois). Trata-se de novo recurso, de modo que os desembargadores que já votaram no recurso embargado podem proferir nova decisão, embora o corriqueiro é que mantenham o mesmo entendimento. São dois os pressupostos dos embargos infringentes : a) decisão desfavorável ao réu: Trata-se de uma decisão desfavorável ao réu, qualquer que seja ela. Pode ser o provimento do recurso interposto pela acusação ou o não provimento do recurso da defesa, desde que a decisão tenha sido desfavorável ao réu; b) decisão não unânime: por maioria, ou seja, houve o voto vencido favorável ao réu. Nos recurso em sentido estrito e na apelação, são três os componentes da turma julgadora, de modo que será não unânime a decisão por 2×1. Quanto às diferenças, podemos citar a legitimidade para interpor, que no caso do embargos de declaração é a defesa e a acusação, ou seja, Ministério Público e assistente de acusação ou querelante, já nos embargos infringentes é recurso privativo da defesa. Quanto ao prazos, nos embargos de declaração o prazo para oposição dos embargosserá de 2 dias nas seguintes hipóteses: primeira instância (art. 382, CPP); 2ª instância (art. 619, CPP); STJ (art. 263, RISTJ) e será de 5 dias no JECrim (art. 83, § 1º, da Lei 9.099/95) e no STF (art. 337, § 1º, RISTF); já em caso de embargos infringentes o prazo será de 10 dias. Podemos falar também da competência para julgar, que nos embargos de declaração é do mesmo órgão que proferiu a decisão (juiz, câmara ou turma), e nos embargos infringentes é mesmo órgão que proferiu a decisão, com acréscimo de julgadores. 05. Aponte duas semelhanças e duas diferenças entre o mandado de segurança e o habeas corpus. O Habeas Corpus é uma garantia constitucional que tutela a liberdade de locomoção do homem. Assim, o "habeas corpus" pode ser conceituado como um remédio constitucional cabível sempre que alguém tiver sofrendo constrangimento ilegal no seu direito de ir e vir, ou quando estiver na iminência de sofrer tal constrangimento. Já o mandado de segurança é uma ação de rito sumaríssimo, com status de remédio constitucional, pela qual a pessoa que sofrer ilegalidade ou abuso de poder ou receio de sofrer-lá, oriundo de autoridade pública ou nos casos em que se é delegado a terceiros, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data, para proteger o direito liquido, certo e incontestável do impetrante, pode-se utilizar esse remédio. Eis aí a primeira diferença, e podemos destacar como a segunda diferença a capacidade postulatória de quem vai impetrar o mandado ou o HC, o habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, advogado ou não. Já o MS, obrigatoriamente exige capacidade postulatória. Quanto a semelhanças, podemos constatar que um dos principais pontos de ligação entre os dois é que ações mandamentais de cognição sumária e ambos são remédios constitucionais. Falando em Constituição, é nela que está a segunda semelhança entre eles que é sobre a competência de julgar os Mandados de Segurança e Habeas Corpus, a Constituição Federal expõem no seus artigos o seguinte: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, principalmente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: d) o Habeas Corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o Mandado de Segurança e o Habeas Data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: b) os Mandados de Segurança e os Habeas Data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999) http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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