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ALESSANDRA DE FÁTIMA SILVA MELO 142928612013 Caso Clínico de Diarreia IDENTIFICAÇÃO: Paciente 40 anos, casada, natural e procedente de Campinas, dona de casa, católica, 2 filhos. QUEIXA PRINCIPAL: Diarreia eólica intestinal há 4 meses HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL: Paciente refere ser previamente saudável quando, há três semanas deu o surgimento de diarreia. O número de evacuações aumenta de forma progressiva, ocorrendo atualmente e evacuações por dia. A paciente relata que, desde o início havia presença de muco e sangue vivo nas fezes. A mesma se dirigiu ao centro de saúde onde foi orientada a usar Mebendazol, mas não obteve melhora. Paciente acrescenta às suas queixas dor abdominal de intensidade moderada e difusa e emagrecimento neste período (não sabendo informar quantos quilos), além de astenia e anorexia. Passou a se sentir fraca, nega febre ou vômitos, ressaltando a falta de apetite. P ac ien t e refer e sur gimento d e d ia rr eia ha 3 semana s. O n u mero d e eva cu aç õ es fo i au ment ando p rogr essiv amen t e (atu al ment e 7 ev a cu ações / d ia) . Relat a, desde o in ic io , p r esenç a de muc o e sa ngue v iv o n as fezes. Fez u so d e meb en d azol por con t a p ró p r ia, sem melh o ra . Queixa -se tamb ém d e do r ab d o min al d e lev e/mod era da i n t ensida de, t ipo c ó lic a, di fusa. Refere emag r eci mento (n ão qua nt i ficad o ) n o p er íodo , além d e a st eni a e anor exia. P ac ien t e refer e sur gimento d e d ia rr eia ha 3 semana s. O n u mero d e eva cu aç õ es fo i au ment ando p rogr essiv amen t e (atu al ment e 7 ev a cu ações / d ia) . Relat a, desde o in ic io , p r esenç a de muc o e sa ngue v iv o n as fezes. Fez u so d e meb en d azol por con t a p ró p r ia, sem melh o ra . Queixa -se tamb ém d e do r ab d o min al d e lev e/mod era da i n t ensida de, t ipo c ó lic a, di fusa. Refere emag r eci mento (n ão qua nt i ficad o ) n o p er íodo , além d e a st eni a e anor exia. P ac ien t e refer e sur gimento d e d ia rr eia ha 3 semana s. O n u mero d e eva cu aç õ es fo i au ment ando p rogr essiv amen t e (atu al ment e 7 ev a cu ações / d ia) . Relat a, desde o in ic io , p r esenç a de muc o e sa ngue v iv o n as fezes. Fez u so d e meb en d azol por con t a p ró p r ia, sem melh o ra . Queixa -se tamb ém d e do r ab d o min al d e lev e/mod era da i n t ensida de, t ipo c ó lic a, di fusa. Refere emag r eci mento (n ão qua nt i ficad o ) n o p er íodo , além d e a st eni a e anor exiaINTERROGATÓRIO SISTEMÁTICO: Refere artralgia em joelhos, discreta, sem artrite associada, há 2 meses. Sem queixas em relação aos demais sistemas. ANTECEDENTES PESSOAIS: Paciente Nega HAS, DM e pneumopatias. Informa ainda não ter realizados cirurgias prévias, transfusão sanguínea e internações hospitalares prévias. Paciente afirma não ter alergia a medicamentos e ter seguido calendário vacinal tomando todas as vacinas. Paciente nasceu de parto normal, tendo infância e desenvolvimento normais. ANTECEDENTES FAMILIARES: Possui 2 irmãos saudáveis, mãe portadora de varizes de membros inferiores e pai portador de hipertensão arterial. Paciente relata não haver casos de neoplasias na família e nega quadros semelhantes ao seu em qualquer familiar. HÁBITOS DE VIDA: Paciente não fuma e nem faz uso de bebida alcoólica. Reside em área urbana de Campinas com marido e filhos em uma casa de alvenaria com acesso a água tratada e rede de esgoto. Os filhos possuem um cachorro, que a paciente relata ser saudável e estar com o calendário vacinal em dia. Aos fins de semana, a paciente relata comer em lanchonetes com a família, e em casa ela afirma que se alimenta de verduras, as arroz e feijão e carne, consumindo poucas frutas. A paciente acrescenta que consumir muitos doces e refrigerantes, além de não praticar atividade física. EXAME FÍSICO PA: 110 x 50 mmHg PR: 96bpm FR: 20 ipm IMC: 18kg/m2 Geral: lúcida, orientada, respiração normal, sem febre, descorada ++/IV, em regular estado geral nutricional. Pele: anictérica, turgor diminuído mas com elasticidade preservada, sem lesões elementares relevantes. Cabeça e pescoço: sem alterações AR: expansibilidade preservada, FTV normal, som claro pulmonar, murmúrios vesiculares bem distribuídos, sem ruídos adventícios. ACV: precórdio calmo, íctus não visível, palpável no 5º EIE, na LMC, bulhas rítmicas, normofonéticas, em 2 tempos, sem sopros. Abdome: plano, simétrico, flácido, sem massas ou visceromegalias palpáveis, ruídos hidroaéreos presentes. Extremidades: bem perfundidas, sem edemas. QUEIXAS P1 Diarreia crônica (SD1 – Úlcera duodenal / SD2 – Doença de Crohn) P2 Dor abdominal P3 Perda de peso (não quantificado) (SD3 secundária à P1) P4 Desidratação (SD1 Doença de Crohn? SD2 Doença de Whipple?) P5 Anemia P6 Passado de tratamento para parasitose sem sucesso. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA DIARREIA: Diarreia alta – grande volume, pequeno número de evacuações, dor periumbilical (eventualmente), fezes apresentam gotículas de gordura e aspecto que sugere má absorção (odor fétido/restos alimentares), ausência de pus e muco, acompanhada de emagrecimento, anemia, deficiência vitamínica. Diarreia baixa – apresenta pequeno volume, mas com grande número de evacuações, além de dor abdominal do tipo cólica, tenesmo e urgência na defecção, podendo também ser acompanhada de muco, sangue ou pus. Diarreia aguda – duração menor que 2 a 3 semanas e raramente, de 6 a 8 semanas, tendo como causas mais comuns as infecções. Diarreia prolongada – Também conhecida como diarreia persistente, apresenta duração de 2 a 4 semanas e tem como causas principais as enterites infecciosas graves em casos de desnutrição tratada de maneira inadequada. Diarreia crônica – Tem duração mínima de 4 semanas, normalmente se prolongando até 8 semanas e podem ser omosmótica (má absorção), secretória e inflamatória. Origina-se de complicações das enterites, alergias a proteínas, enteroparasitoses, doenças entéricas primárias e reflexo gastrocólico. A paciente apresenta diarreia persistente há 3 semanas, que pode evoluir para um caso crônico. Ela ainda apresenta temperatura axilar de 37,8°, sugerindo febre. Assim, secreção mucosa com sangue nas fezes e febre indicam processo infeccioso. Como a paciente fez uso de Mebendazol e não obteve sucesso, o agente causador pode ser um protozoário ou uma ameba. A conduta médica neste caso é colher cultura de fezes para detectar a presença de bactéria e exame parasitológico das fezes para identificar a presença de parasitas. Protozoários como giárdia e parasitas como entamoeba histolystica podem causar diarreia com presença de sangue e muco, pois ambos impedem a absorção ao misturar o mecanismo exaustivo com o disabsortivo. Assim como agentes infecciosos, doenças inflamatórias que acometem o intestino também provocam febre. A Doença de Crohn acomete o intestino e apresenta cólicas, urgência ao evacuar e sangue nas fezes, enquanto a retocolite apresenta cólica abdominal, dor em fossa ilíaca direita e vontade de evacuar e urinar sem a saída de fezes ou urina com espasmo doloroso, conhecida como tenesmo, além de sangue nas fezes. A paciente não se encontrava hipotensa ou com taquicardia, não havendo neste caso a necessidade de reposição de líquido via soro para compensação. Neste caso, o diagnóstico mais provável desta paciente é amebíase e a conduta indicada é a cultura e o parasitológico das fezes. Neste primeiro momento, o farmacêutico pode indicar o uso do Bensoilmetronidazol 400mg de 8 em 8 horas por 7 dias, ou ainda o Secnizol 500g 3 vezes ao dia durante sete dias. A atenção farmacêutica é orientada para atenção ao paciente, seja de modo paliativo, curativo ou preventivo, direcionando seu trabalho para a saúde e o bem estar do paciente frente aos riscos que tais medicamentos podem causar, bem como sua utilização correta e racional. A atenção farmacêutica tem comopropósito reca é reduzir o índice de mortalidade e reações adversas relacionada aos medicamentos, bem como uma atenção à saúde de forma integral. No contexto acima apresentado, o farmacêutico deve orientar o paciente sobre o uso racional do medicamento indicado, bem como a procurar uma unidade de saúde para providenciar os exames acima indicados para verificar o agente causador do quadro sintomático que ela apresenta. Tendo isso, essa paciente terá a indicação apropriada do medicamento prescrito, bem como as doses e duração apropriadas para que se reduza a possibilidade de reações adversas e para que haja um acompanhamento adequado ao tratamento. O farmacêutico é o profissional de saúde que tem o contato direto com o paciente, até mesmo antes da consulta médica, e tem como dever a promoção do uso seguro dos medicamentos, bem como orientar o indivíduo com um problema de saúde autolimitado ou com agravantes a procurar o atendimento médico. A prática farmacêutica, em conjunto com os demais profissionais da saúde, tem como princípio a promoção da saúde através de ações como o acompanhamento e educação do paciente, serviços de prevenção clínica e a promoção do uso racional de medicamentos. Assim, o conhecimento e o embasamento acerca de suas atribuições, bem como a compreensão sobre a comunicação e o cuidado com o paciente são fundamentais para que o farmacêutico execute a atenção farmacêutica de maneira eficiente e eficaz.
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